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Caldeirão da Bolsa

A crise do pico petrolífero: no centro da tempestade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: petroleo

por Hramos3 » 13/8/2012 21:40

EuroVerde Escreveu:Agora como é que a inflação diminui a dívida estatal?



Se o euro desvalorizou 50% desde que contraíste a dívida, teoricamente vais pagar 1000€ que na verdade valem metade do que valiam inicialmente.

Isto grosso modo :lol:
 
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Re: petroleo

por VirtuaGod » 13/8/2012 21:35

EuroVerde Escreveu:Agora como é que a inflação diminui a dívida estatal?


Isso é que é ir ao baú de tópicos antigos :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

"Since most debt is fixed in nominal terms, higher inflation erodes its real value"

http://www.economist.com/blogs/buttonwood/2011/06/escaping-debt-crisis
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Re: petroleo

por EuroVerde » 13/8/2012 21:25

salvadorveiga Escreveu:
Clinico Escreveu:Há aqui uns pontos que não são mencionados e que tenho ouvido de alguns comentadores na Bloomberg:

É que há gente grande que continua a apostar numa desvalorização do dólar que não deverá manter-se a estes níveis dada a dívida externa americana e uma economia em reccessão. Nesses caso, os investimentos poderão voltar-se para as commodities, ora ouro, ora petróleo, ora agrículas. Cada um tem as suas preferencias.

Por outro lado há quem comente que mesmo em recessão, a procura será maior do que a oferta.
Não sei se isto faz algum sentido, do ponto de vista da macroeconomia,mas há quem esteja a dizer que é pouco provável que o petróleo desça aos 50, mas se o fizer é de comprar.

Não sei o que vos diga. Neste momento, tirando o dólar, tudo desce, ouro, petróleo, euro etc etc. Então e se o dolar cair? sobe tudo? ouro, petróleo, agrículas?

Sinceramente... :roll:
Abraços
Clinico


O problema e' quando paarar o deleverage ai sim o dolar desce... devido a' grande divida que tem...

E' economia simples. Mais divida, mais money supply, etc...

E' errado quando se diz Dollar is value... O dolar nao tem valor nenhnum, assim como o euro obviamente... Tem o valor que as pessoas pensam que ele tem e nada mais... o problema nao e' as pessoas com a crise financeira irem ao banco e nao receeberem o seu $$, o problema e' possivelmente daqui uns anos, as pessoas irem ao banco levantrar mas os seus $$'s nao terem valor nenhum...

Para quem nao acha que o $$ nao tem nada que ver com divida publica, etc... bem desde 1970's que a divida dos EUA tem vindo a aumentar a ritmo galopante...Passou do maior creditor mundial para o maior devedor...e o dolar como se comportou nesses 30-40 anos ? Um ganda Bear Market sempre a perder valor...


Agora como é que a inflação diminui a dívida estatal?
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Re: petroleo

por salvadorveiga » 6/11/2008 2:12

Clinico Escreveu:Há aqui uns pontos que não são mencionados e que tenho ouvido de alguns comentadores na Bloomberg:

É que há gente grande que continua a apostar numa desvalorização do dólar que não deverá manter-se a estes níveis dada a dívida externa americana e uma economia em reccessão. Nesses caso, os investimentos poderão voltar-se para as commodities, ora ouro, ora petróleo, ora agrículas. Cada um tem as suas preferencias.

Por outro lado há quem comente que mesmo em recessão, a procura será maior do que a oferta.
Não sei se isto faz algum sentido, do ponto de vista da macroeconomia,mas há quem esteja a dizer que é pouco provável que o petróleo desça aos 50, mas se o fizer é de comprar.

Não sei o que vos diga. Neste momento, tirando o dólar, tudo desce, ouro, petróleo, euro etc etc. Então e se o dolar cair? sobe tudo? ouro, petróleo, agrículas?

Sinceramente... :roll:
Abraços
Clinico


O problema e' quando paarar o deleverage ai sim o dolar desce... devido a' grande divida que tem...

E' economia simples. Mais divida, mais money supply, etc...

E' errado quando se diz Dollar is value... O dolar nao tem valor nenhnum, assim como o euro obviamente... Tem o valor que as pessoas pensam que ele tem e nada mais... o problema nao e' as pessoas com a crise financeira irem ao banco e nao receeberem o seu $$, o problema e' possivelmente daqui uns anos, as pessoas irem ao banco levantrar mas os seus $$'s nao terem valor nenhum...

Para quem nao acha que o $$ nao tem nada que ver com divida publica, etc... bem desde 1970's que a divida dos EUA tem vindo a aumentar a ritmo galopante...Passou do maior creditor mundial para o maior devedor...e o dolar como se comportou nesses 30-40 anos ? Um ganda Bear Market sempre a perder valor...
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Re: petroleo

por Adrox » 6/11/2008 1:04

Clinico Escreveu:Há aqui uns pontos que não são mencionados e que tenho ouvido de alguns comentadores na Bloomberg:

É que há gente grande que continua a apostar numa desvalorização do dólar que não deverá manter-se a estes níveis dada a dívida externa americana e uma economia em reccessão. Nesses caso, os investimentos poderão voltar-se para as commodities, ora ouro, ora petróleo, ora agrículas. Cada um tem as suas preferencias.

Por outro lado há quem comente que mesmo em recessão, a procura será maior do que a oferta.
Não sei se isto faz algum sentido, do ponto de vista da macroeconomia,mas há quem esteja a dizer que é pouco provável que o petróleo desça aos 50, mas se o fizer é de comprar.

Não sei o que vos diga. Neste momento, tirando o dólar, tudo desce, ouro, petróleo, euro etc etc. Então e se o dolar cair? sobe tudo? ouro, petróleo, agrículas?

Sinceramente... :roll:
Abraços
Clinico

Já andam a dizer isso do $ há muito, mas a verdade é que nunca mais acontece.

E quanto mais o dólar valoriza, mais as pessoas se refugiam nele...

Sinceramente o que estou a ver é as pessoas ficarem em Cash! Nem commodities nem acções, nem nada.
Cash.


E cash é $. Não estou a ver nenhum investidor americano a por todas as suas poupanças em Euro...

Os EUA continuam a ser a maior economia, e eles continuam a mandar no jogo...

Dizes que se o Dólar desvalorizar as pessoas vão para as commodities.

Mas o prob é que o dólar não vai desvalorizar...
Porque as pessoas estão cada vez mais em Cash!
Não há nenhum dado que diga que as commodities vão subir, antes pelo contrário, com o aumento do delevering, a tendencia é para tudo descer, e dólar subir...
E quanto mais isso acontece, mais aumenta o efeito bola de neve...


Cumprimentos.
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petroleo

por Clinico » 5/11/2008 23:24

Há aqui uns pontos que não são mencionados e que tenho ouvido de alguns comentadores na Bloomberg:

É que há gente grande que continua a apostar numa desvalorização do dólar que não deverá manter-se a estes níveis dada a dívida externa americana e uma economia em reccessão. Nesses caso, os investimentos poderão voltar-se para as commodities, ora ouro, ora petróleo, ora agrículas. Cada um tem as suas preferencias.

Por outro lado há quem comente que mesmo em recessão, a procura será maior do que a oferta.
Não sei se isto faz algum sentido, do ponto de vista da macroeconomia,mas há quem esteja a dizer que é pouco provável que o petróleo desça aos 50, mas se o fizer é de comprar.

Não sei o que vos diga. Neste momento, tirando o dólar, tudo desce, ouro, petróleo, euro etc etc. Então e se o dolar cair? sobe tudo? ouro, petróleo, agrículas?

Sinceramente... :roll:
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por Adrox » 5/11/2008 20:44

Para 2005, esse gráfico prevê petroleo acima de 150$, estava a 63$, um erro de 58%.

Para Junho de 2007 (meio entre 2005 e 2010) esse gráfico prevê o petroleo ai a 340$, estava a uns 70$, um erro de 80$.

Para inicio de 2009 o gráfico está acima de 400$, quando a 2 meses do inicio do ano, ele está a 65$.

Grandes contas...


Cumprimentos.
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A crise do pico petrolífero: no centro da tempestade

por limpaesgotos » 4/11/2008 19:50

http://resistir.info/peak_oil/whipple_23out08.html

A crise do pico petrolífero: no centro da tempestade
por Tom Whipple

Imagem

Enquanto aguardamos a revelação de quantos milhões de barris/dia será o corte da OPEP [1] , é boa altura de rever a situação financeira-energética pois ambas estão agora inextricavelmente ligadas.

Como é bem sabido, as características mais destacadas no panorama destes últimos meses têm sido o mergulho dos preços do petróleo e o aprofundamento da crise económica. Até agora os preços do petróleo estiveram a cair mais depressa do que a economia desmorona, dando com isso a impressão de que a gasolina mais barata em breve remediará os nossos males económicos e tudo ficará bem.

Nunca pudemos entender o peso correcto de cada um dos factores que levou ao colapso dos preços do petróleo neste ano. A percepção colectiva de que o mundo se encaminha para tempos de dificuldades económicas muito sérias obviamente está à cabeça da lista. A ascensão do dólar ou a queda do euro, margin calls sobre especuladores, o colapso da indústria habitacional dos EUA, o arranque das Olimpíadas que terminaram a grande farra de compras chinesas de petróleo, e mais recentemente a falta de crédito para financiar transacções de petróleo, tudo isso contribuiu para o mergulho dos preços. Actualmente a atenção mundial centra-se sobretudo no esmagamento do crédito, que foi precipitado pela relutância de bancos insolventes em admitirem a sua situação. Considerando que governos do mundo gastaram, emprestaram, penhoraram, garantiram, prometeram quatro milhões de milhões (trillion) de dólares num esforço para conseguir que os bancos emprestem dinheiro outra vez, não é de admirar que os mercados saltem ou mergulhem a cada convulsão do London Interbank Offered Rate. Por enquanto, poucos comentadores parecem apreender realmente que por trás do esmagamento do crédito jaz um universo de perturbações: hipotecas incomportáveis, preços da habitação em queda, declínio das vendas ao consumidor, ascensão do desemprego, incumprimentos de prestações de empréstimos a casas, carros e cartões de crédito. Esta recessão, ou seja o quer for que acabe por ser, ainda está no seu princípio.

Assim, como é que tudo isto se reflecte na oferta mundial de petróleo – o sangue vital da nossa civilização? Relatórios recentes dizem que a produção mundial caiu rapidamente em Setembro. Quando a acumulação de stocks parece estar em ascensão, podemos presumir que a OPEP cortará a produção mais uma vez ou será confrontada com preços do petróleo muito mais baixos. Como quase todos os exportadores de petróleo do mundo permitiram que as suas economias se habituassem a seis anos de crescimento firme dos rendimentos petrolíeros, eles, tal como os seus clientes, atravessarão alguns momentos difíceis.

O factor mais assustador neste momento são relatórios de que traders mais pequenos, que têm sido uma parte essencial da movimentação de petróleo através do globo, podem não conseguir mais financiamento para embarques de petróleo – embora a Exxon, Shell, BP e WalMart não tenham de se preocupar acerca de tais coisas. Esta falta de empréstimos está a forçar muitos traders a afastarem-se, deixando o mercado apenas aos maiores participantes.

Uma vez que ninguém realmente pode prever no que toda a miríade de forças em jogo vai resultar, pode ser útil examinar um cenário ou dois para tentar perceber o que o futuro pode nos ter reservado em termos de oferta e de preço do petróleo. Em primeiro lugar, devemos recordar que a produção mundial de petróleo confirmadamente atingiu o pico devido à crise financeira, de modo que no fim deste ano a produção provavelmente será substancialmente mais baixa devido à falta de procura e aos cortes. Um corolário desta queda é que o investimento em novos projectos de produção já está a desacelerar devido a "preços de petróleo insuficientes" e a falta de financiamento. Enquanto as bem financiadas companhias majors provavelmente irão concluir o trabalho nos projectos já em curso, alguns deles poderiam ser adiados.

Vamos tomar um cenário imaginável mau, se não o pior. Suponha-se que a economia mundial realmente azede nos próximos dois anos, que o desemprego cresça para dois dígitos, que caiam as vendas ao consumidor, que a produção agrícola e industrial desça nitidamente por todo o mundo desenvolvido e o comércio internacional se reduza. O que acontece à produção, procura e preços do petróleo? Para começar, há numerosos países no mundo que já estão na espiral da morte económica. Para aqueles incapazes de obter divisas estrangeiras, a procura por petróleo cairá precipitadamente e grandes partes das suas economias em breve retornarão ao século XIX.

A China, entretanto, com uma grande população e economia em expansão irá aguentar-se [mesmo] que seja desconectada do resto do mundo de modo que poderá manter-se a crescer e a importar mais petróleo a cada ano. A Europa, que atravessou tempos difíceis no passado de gente que ainda está viva, utiliza apenas a metade do petróleo per capita dos EUA, e tem excelentes transportes por autocarros e comboio, pode provavelmente contentar-se com menos petróleo e gás natural.

A grande incógnita é provavelmente o consumo de petróleo dos EUA em meio a um grande desabamento económico. Actualmente o nosso consumo está abaixo em cerca de 8,5 por cento (4,3 por cento para a gasolina) devido aos altos preços do último Verão e à estagnação da economia. Como a gasolina provavelmente vai estar abaixo dos US$2,50 por galão [3,785 litros] ou em torno disso, os preços de US$4 do último Verão não estarão a inibir o consumo por algum tempo. Nos próximos poucos anos provavelmente seremos relegados a alto desemprego, actividade económica mais reduzida e consumidores intimidados ou empobrecidos, sendo estas as principais razões para o menor consumo de petróleo. Ainda não podemos dizer se isto cortará a procura estado-unidense em 10, 20 ou 30 por cento. Esforços sérios para a conservação – limites de velocidades mais baixos, partilha de carros, autocarros, mais isolamento térmico – poderiam ter algum papel na determinação de quanto cairá a procura.

A questão final é que efeito tem uma severa recessão económica sobre a produção mundial? Cairá rapidamente ou permanecerá no actual plateau? Será que a procura por petróleo cairá tão rapidamente que, pelo menos por algum tempo, manter-se-á à frente da capacidade declinante dos campos petrolíferos do mundo para produzirem? Poderemos nós esquecer as alternativas para o petróleo por um momento quando procura mundial mais reduzida significa que podemos obter todo o petróleo que ainda quisermos relativamente barato? Poderemos nós ter recursos para efectuar a transição para fontes de energia alternativas?

Por agora são apenas perguntas, mas no próximo ano ou pouco mais deveríamos começar a buscar respostas. De uma forma ou de outra, não será um tempo fácil.


23/Outubro/2008

[1] Em 24 de Outubro a OPEP decidiu reduzir a produção em 1,5 milhão de barris por dia.

O original encontra-se em www.fcnp.com
Cumprimentos.


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