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Caldeirão da Bolsa

Salvação da crise está nos países emergentes

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por atomez » 17/10/2008 2:49

karlitos Escreveu:basta vermos o mesmo com o petroleo. na parte das matérias primas esta grande parte do lucro.

A parte das matérias primas já está incluída nos custos de produção e é uma fracção muito pequena do custo final.

karlitos Escreveu:nos por ca somos por exemplo bastante deficitários nalguns produtos agricolas, que poderiam perfeitamente ser produzidos cá e assim equilibrar a nossa balança!

Por quê se os podemos importar muito mais baratos?

Queres pagar muito mais por produtos feitos cá para "subsidiar" empresas e trabalhadores muito pouco rentáveis e caros?

Eu não, obrigado.


Para concluir em relação ao tema do post:

Os países em desenvolvimento, com os BRIC e outros, estão a ter o seu grande desenvolvimento devido à exportação de energia, matérias primas e produtos manufacturados para ... a Europa e USA !

Se estas economias entrarem em recessão grave os outros vão entrar numa recessão ainda maior e ainda por cima agravada por não terem outras alternativas.

EuroVerde Escreveu:Quando se deu a crise Asiática em 1997, qual foi o mecanismo e soluções encontradas para ultrapassar a crise?

O FMI injectou lá biliões.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por karlitos » 17/10/2008 2:41

Atomez Escreveu:
karlitos Escreveu:mas se pensarmos, actualmente a base sustentavel de crescimento (parece-me a mim) para o futuro será a produçao! seja do que for, porque ai é que está o verdadeiro emprego!

Não. Nada disso. Na produção estão os empregos mais mal pagos e em que se sofre a concorrência de países com salários ainda mais baixos.

Produzir as coisas qualquer um faz. E é feito onde for mais barato. O valor acrescentado na produção é baixíssimo e cada vez mais será.

Por exemplo, num iPhone ("designed in California, assembled in China" como diz na caixa) que é vendido a $500 a assemblagem custa $25. Os componentes para o dito custam $175. O resto é a margem bruta da Apple. Ver aqui.

A grande fatia do valor acrescentado está na tecnologia, patentes, design, marketing, distribuição, direitos de autor, financiamento.

O mesmo se passa na "nossa" AutoEuropa. Quem detém a tecnologia e o resto é a VW, cá só é assemblado.

Nós queremos estar do lado que fica com os $300 ou dos $25 ???


concordo... e as matérias primas?

para vos dar um exemplo. um familar tem uma espingardaria...

entre outras coisas, o custo dos cartuchos aumentou imenso.

algumas das razões foram o facto de paises como a china terem adquirido grande parte das reservas deste metal e agora cobrarem por ele.

basta vermos o mesmo com o petroleo. na parte das matérias primas esta grande parte do lucro.

logicamente e concordo que o lucro nao está na assemblagem... mas nao pode passar apenas pela "research".

é certo que por exemplo as grandes farmaceuticas tem lucros fabulosos por exemplo com a descoberta de medicamentos e respectivas patentes e comercializaçao, e ai claro está o lucro nao vai estar no fabrico em si do medicamento.

é preciso pesar bem os 2 lados. nos por ca somos por exemplo bastante deficitários nalguns produtos agricolas, que poderiam perfeitamente ser produzidos cá e assim equilibrar a nossa balança!
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por atomez » 17/10/2008 2:31

karlitos Escreveu:mas se pensarmos, actualmente a base sustentavel de crescimento (parece-me a mim) para o futuro será a produçao! seja do que for, porque ai é que está o verdadeiro emprego!

Não. Nada disso. Na produção estão os empregos mais mal pagos e em que se sofre a concorrência de países com salários ainda mais baixos.

Produzir as coisas qualquer um faz. E é feito onde for mais barato. O valor acrescentado na produção é baixíssimo e cada vez mais será.

Por exemplo, num iPhone ("designed in California, assembled in China" como diz na caixa) que é vendido a $500 a assemblagem custa $25. Os componentes para o dito custam $175. O resto é a margem bruta da Apple. Ver aqui.

A grande fatia do valor acrescentado está na tecnologia, patentes, design, marketing, distribuição, direitos de autor, financiamento.

O mesmo se passa na "nossa" AutoEuropa. Quem detém a tecnologia e o resto é a VW, cá só é assemblado.

Nós queremos estar do lado que fica com os $300 ou dos $25 ???

E já agora:

karlitos Escreveu:basta vermos o nosso pais que realmente é um pais de serviços em que o dinheiro praticamente pula de uns para os outros, mas depois temos que importar energia, alimentos, e produtos de fora, claro que o dinheiro se vai, e ficamos com o défice na balança comercial que se ve... e quem paga isso somos todos com os impostos...

A situação de Portugal não é assim tão má. A balança comercial é deficitária mas isso é quase completamente compensado pelo turismo e remessas de emigrantes -- a balança de pagamentos.

O turismo de estrangeiros é uma espécie de exportação em que em vez de mandarmos os produtos e serviços lá para fora, são os clientes que os vêm cá buscar e pagar.

E até há algumas áreas de serviços em que este país é competitivo mesmo a nível mundial -- turismo, banca e serviços financeiros, distribuição (hipermercados e centros comerciais), telecomunicações e até mesmo o futebol.
Editado pela última vez por atomez em 17/10/2008 2:45, num total de 1 vez.
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por karlitos » 17/10/2008 2:18

Atomez Escreveu:
karlitos Escreveu:realmente fica mais barato produzir na china, não ha duvidas. mas assim esta-se a enviar o dinheiro de produção para outros países... não se cria emprego no próprio pais! nao se gera riqueza, porque na base sao so trabalhadores que sustentam grande parte do pais através dos impostos...

A economia americana é uma economia basicamente de serviços.

Só uns 15% da população activa trabalha na indústria e uns 3% na agricultura. Os outros 82% é nos serviços.

As fábricas que têm são as de alto valor acrescentado como no hi-tech, aeroespacial, bioengenharia. As outras vão para onde a mão de obra é mais barata.

Já agora, na Europa é quase o mesmo e até em Portugal mais de 70% da economia é no sector de serviços.


certo. mas se pensarmos, actualmente a base sustentavel de crescimento (parece-me a mim) para o futuro será a produçao! seja do que for, porque ai é que está o verdadeiro emprego!

basta vermos o nosso pais que realmente é um pais de serviços em que o dinheiro praticamente pula de uns para os outros, mas depois temos que importar energia, alimentos, e produtos de fora, claro que o dinheiro se vai, e ficamos com o défice na balança comercial que se ve... e quem paga isso somos todos com os impostos...
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por EuroVerde » 17/10/2008 2:12

Quando se deu a crise Asiática em 1997, qual foi o mecanismo e soluções encontradas para ultrapassar a crise? Também me parece que a Ásia agora pode dar uma ajuda ao Ocidente.
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por atomez » 17/10/2008 2:10

karlitos Escreveu:realmente fica mais barato produzir na china, não ha duvidas. mas assim esta-se a enviar o dinheiro de produção para outros países... não se cria emprego no próprio pais! nao se gera riqueza, porque na base sao so trabalhadores que sustentam grande parte do pais através dos impostos...

A economia americana é uma economia basicamente de serviços.

Só uns 15% da população activa trabalha na indústria e uns 3% na agricultura. Os outros 82% é nos serviços.

As fábricas que têm são as de alto valor acrescentado como no hi-tech, aeroespacial, bioengenharia. As outras vão para onde a mão de obra é mais barata.

Já agora, na Europa é quase o mesmo e até em Portugal mais de 70% da economia é no sector de serviços.
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por karlitos » 17/10/2008 2:03

ainda ontem a ouvir o debate do obama vs mccain disseram uma coisa que me deixa perplexo...

será que só agora acordaram para a realidade?

realmente fica mais barato produzir na china, não ha duvidas. mas assim esta-se a enviar o dinheiro de produção para outros países... não se cria emprego no próprio pais! nao se gera riqueza, porque na base sao so trabalhadores que sustentam grande parte do pais através dos impostos...

se as pessoas nao trabalham e nao têm dinheiro para comprar onde pode uma nação ir buscar impostos? às empresas que tem as fabricas na china?

realmente nao é por acaso que a china tem as reservas monetárias que tem... cada vez mais e mais se produz la, a varios niveis...

depois claro vem com afirmações ridiculas para as pessoas quando muitas vezes eles incentivam às deslocalizações!
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Salvação da crise está nos países emergentes

por limpaesgotos » 17/10/2008 1:04

Imagem
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/0810 ... anco_crise

Salvação da crise está nos países emergentes, apontam analistas

LONDRES (AFP) - Os países emergentes, em particular a China, aparecem neste momento como os únicos capazes de trazer novo fôlego à economia mundial, substituindo neste papel os Estados Unidos, cujo poderio econômico encontra-se em franco declínio, apontam analistas em Londres.


A onda de otimismo que trouxe um pouco de ar para os asfixiados mercados após os resgates financeiros em massa, anunciados por Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Européia, não durou muito - as bolsas voltaram a despencar nesta quinta-feira, dominadas por temores de uma recessão econômica global.


O pânico diante de uma recessão na maior economia do mundo - que, segundo especialistas, cairá entre 1% e 2% em 2009, arrastando consigo a economia globalizada - atingiu também países emergentes como o Brasil, onde o real sofreu uma desvalorização de 3,2% na quarta-feira.


O Brasil pertence ao promissor grupo de mercados emergentes denominado 'Bric', que inclui também Rússia, China e Índia.


A moeda brasileira já perdeu mais de um quarto de seu valor desde o começo de agosto, enquanto outros emergentes pedem socorro para não afundar na crise: a Ucrânia, por exemplo, anunciou nesta quarta que pedirá ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI).


Neste panorama de pânico e incertezas, poucos se atrevem a mostrar otimismo, limitando-se a esperar que a salvação para a economia mundial venha de nações em desenvolvimento como a China, que cresce a taxas médias de 10% ao ano.


"O crescimento da China oferece a melhor esperança para limitar os danos causados à economia global pela atual crise", estimou Vanessa Rossi, do departamento de Economia Internacional do centro de análises Chatham House, baseado em Londres.


Segundo a especialista, os países emergentes, liderados pela China, provavelmente continuarão crescendo, e podem até "chegar a dominar o ciclo econômico mundial".


As economias emergentes são "suficientemente grandes e suficientemente ligadas entre si, além de bem sucedidas na promoção de políticas para estimular o crescimento, para conseguir sustentar seu próprio crescimento, em um contexto de recessão nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos".


Rossi indica, por exemplo, que os exportadores asiáticos que desviaram seu foco de atenção dos Estados Unidos para a China foram os que menos sentiram a queda das importações da primeira economia do mundo.


Jim O'Neill, economista chefe da Goldman Sachs, afirma por sua vez que Brasil, Rússia, Índia e China serão os motores para sair da crise.


"Os Brics podem mostrar a saída para a crise", disse o analista, primeiro a cunhar o termo para agrupar os quatro países.


Para O'Neill, "o consumo nos Brics será capaz de compensar a desaceleração nos Estados Unidos".


"Grande parte da demanda continua sendo criada no seio dos Brics, principalmente na China", destacou.


O deslocamento do poder econômico para a China também tem a ver com o fato de Pequim ter armazenado reservas em dinheiro (que hoje são as maiores do mundo) após a crise financeira asiática de 1997.


E as reservas chinesas continuam aumentando: no fim de setembro, alcançaram 1,9056 trilhão de dólares, segundo cifras oficiais.


Não por acaso um país como o Paquistão, que sempre procurou apoio nos Estados Unidos, não foi bater às portas de Washington desta vez em busca de ajuda, mas sim nos portões de Pequim, onde está o dinheiro agora.

O Financial Times informou na terça-feira que o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, tentaria obter dos chineses um empréstimo entre 500 milhões e 1,5 bilhão de dólares para superar a crise financeira atual.

O pedido teve resposta nesta quinta-feira: mesmo sem especificar o montante, a China se comprometeu a ajudar Islamabad a evitar o desastre financeiro.
Cumprimentos.


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