Análise técnica ou fundamental?
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Finanças Pessoais 2008-10-17 00:05
Análise técnica aponta para queda de mais 24% do PSI 20.
Se está investido em acções, é melhor “apertar o cinto” porque a viagem pelas quedas na bolsa portuguesa ainda não terminou. Os analistas técnicos explicam porquê.
Alexandra Brito
O urso – símbolo de um ciclo negativo das bolsas– tem reinado nos mercados mundiais e apesar dos estragos que já provocou (o PSI 20 por exemplo, perde 40% desde o início do ano), o urso não dá sinais de querer ir embora. A análise técnica confirma que os mercados ainda não bateram no fundo e que há mais quedas à vista.
A pedido do Diário Económico, dois analistas técnicos estudaram o PSI 20 e as cinco principais capitalizações bolsistas. A saber: EDP, Galp, Portugal Telecom, BCP e BES. E os resultados não são animadores.
Jorge Ferraz, presidente da IMF, acredita que, no curto prazo, o índice de referência poderá descer até aos 5.000 pontos. O que, a confirmar--se, significa que está aberto o caminho para o PSI 20 cair 24% face aos valores de fecho de ontem.
O patamar dos 5.000 pontos é bastante importante já que assinala o ponto mais baixo que o PSI 20 atingiu no anterior ‘bear market’. “O panorama é extremamente desfavorável”, assegura Jorge Ferraz. Para este responsável “os movimentos estão a ser conduzidos pela elevada aversão ao risco e pela fuga dos investidores para activos de qualidade”. Também Joaquim Carlos Rocha, da Futop, acredita que o índice de referência poderá cair abaixo da linha dos 5.000 pontos. “É perfeitamente possível que esta linha seja quebrada. Poderá ocorrer uma fase de ‘vendas desencorajadas’, pelo que novos mínimos são prováveis num futuro próximo”, assegura.
Ainda assim, e apesar de haver mais quedas à vista no curto prazo, o analista da Futop é da opinião que nos próximos meses a bolsa portuguesa deverá entrar numa fase de estabilização. Uma recuperação sustentada do índice de referência só é previsível a partir do segundo trimestre de 2009.
E se, para o PSI 20, o panorama é negativo, para as cinco principais cotadas o cenário é também pouco risonho. Para todas elas, o caminho é descendente.
Análise técnica ganha cada vez mais adeptos
Curioso é o facto de análise no último ano ter atraído cada vez mais investidores. Jorge Ferraz explica o fenómeno. “ Nesta altura, todos os investidores querem saber onde está o fundo deste ‘bear market’ e, como tal, socorrem-se dos gráficos da análise técnica, já que aquilo que a análise fundamental mostra poderá não ser o mais indicado”. Segundo o presidente da IMF, provavelmente, os resultados e dividendos deverão ter ser revistos.
Na verdade, a análise técnica tem-se mostrado mais eficaz durante esta crise, do que a análise fundamental. Segundo o consenso das avaliações dos analistas, 18 empresas do PSI 20 têm uma recomendação de “comprar”. Uma tendência que se verifica há já alguns meses. A ideia geral é de que os títulos estão baratos. Mas o facto de estarem a transaccionar com PER (’Price Earnings Racio’) baixos, isso não impede que os preços possam cair mais. E é aqui que reside a diferença entre a eficácia da análise fundamental e a técnica, nesta crise. “Enquanto a análise fundamental nos diz se uma acção está cara ou barata, a análise técnica diz--nos qual é o momento indicado para entrar e sair no mercado”, conclui Joaquim Carlos Rocha da Futop.
O que diz a análise técnica sobre os cinco maiores títulos?
EDP
O título não tem sido poupado pelas quedas: desde o início do ano, perde 40%. As perspectivas para uma evolução positiva da eléctrica estão limitadas. A opinião é partilhada pelos dois analistas técnicos consultados. Para Joaquim Carlos Rocha, da Futop, uma recuperação do título está limitada “a um conjunto de resistências, designadamente nos 2,8 euros e os 2,4 euros”. Já para Jorge Ferraz, da IMF, só quando o título cair até à barreira dos 2 euros poderá mostrar uma tendência de inversão.
Galp
Os preços do petróleo têm deprimido os títulos da petrolífera, que perde 55% em 2008. A análise técnica indica que o sentimento negativo vai continuar. Se os títulos caírem abaixo dos 7 euros “não há qualquer suporte para o título. A Galp terá o caminho aberto para novas quedas”, refere Jorge Ferraz. A mesma visão é partilhada por Joaquim Carlos Rocha, da Futop: “O nível psicológico de 7 euros é o suporte que se segue, mas poderá não travar a pressão que vem sendo exercida sobre este papel”.
Portugal Telecom
Há cinco anos atrás, em pleno ‘bear market’ das ‘dotcom’, os 4,9 euros funcionaram como um importante suporte para as acções da operadora de telecomunicações. Jorge Ferraz da IMF espera que este suporte funcione novamente. Ainda assim, não há razões para grandes euforias. Joaquim Carlos Rocha refere que uma recuperação dos preços das acções da PT “terá sempre uma forte resistência no nível psicológico de seis euros”. Em 2008, as acções da PT já acumulam
perdas de 36%.
Millennium BCP
Depois de o impensável ter acontecido ( com os títulos a serem negociados abaixo de um euro), poderia pensar-se que o caminho só deveria ser ascendente. Mas não. “O papel encontra-se em mínimos e a sua evolução está limitada pela sua tendência descendente iniciada em meados de 2007. Até ser confirmado o corte da tendência não se deve descurar a hipótese de novos mínimos”, assegura Joaquim Carlos Rocha da Futop. O BCP cai 59% em 2008.
Banco Espírito Santo
O cenário repete-se: as perspectivas não são animadoras para o BES. Segundo os analistas técnicos consultados, o título encontra-se a testar o nível psicológico de 8 euros, um nível de suporte que historicamente tem um papel muito relevante. Mas caso este patamar seja quebrado, “o título fica numa situação muito complicada”, assegura Jorge Ferraz. Também Joaquim Carlos Rocha afirma: “ Não se deve descurar a existência de novos mínimos de longo prazo”. As acções do BES caem 45% este ano.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 75972.html
Análise técnica aponta para queda de mais 24% do PSI 20.
Se está investido em acções, é melhor “apertar o cinto” porque a viagem pelas quedas na bolsa portuguesa ainda não terminou. Os analistas técnicos explicam porquê.
Alexandra Brito
O urso – símbolo de um ciclo negativo das bolsas– tem reinado nos mercados mundiais e apesar dos estragos que já provocou (o PSI 20 por exemplo, perde 40% desde o início do ano), o urso não dá sinais de querer ir embora. A análise técnica confirma que os mercados ainda não bateram no fundo e que há mais quedas à vista.
A pedido do Diário Económico, dois analistas técnicos estudaram o PSI 20 e as cinco principais capitalizações bolsistas. A saber: EDP, Galp, Portugal Telecom, BCP e BES. E os resultados não são animadores.
Jorge Ferraz, presidente da IMF, acredita que, no curto prazo, o índice de referência poderá descer até aos 5.000 pontos. O que, a confirmar--se, significa que está aberto o caminho para o PSI 20 cair 24% face aos valores de fecho de ontem.
O patamar dos 5.000 pontos é bastante importante já que assinala o ponto mais baixo que o PSI 20 atingiu no anterior ‘bear market’. “O panorama é extremamente desfavorável”, assegura Jorge Ferraz. Para este responsável “os movimentos estão a ser conduzidos pela elevada aversão ao risco e pela fuga dos investidores para activos de qualidade”. Também Joaquim Carlos Rocha, da Futop, acredita que o índice de referência poderá cair abaixo da linha dos 5.000 pontos. “É perfeitamente possível que esta linha seja quebrada. Poderá ocorrer uma fase de ‘vendas desencorajadas’, pelo que novos mínimos são prováveis num futuro próximo”, assegura.
Ainda assim, e apesar de haver mais quedas à vista no curto prazo, o analista da Futop é da opinião que nos próximos meses a bolsa portuguesa deverá entrar numa fase de estabilização. Uma recuperação sustentada do índice de referência só é previsível a partir do segundo trimestre de 2009.
E se, para o PSI 20, o panorama é negativo, para as cinco principais cotadas o cenário é também pouco risonho. Para todas elas, o caminho é descendente.
Análise técnica ganha cada vez mais adeptos
Curioso é o facto de análise no último ano ter atraído cada vez mais investidores. Jorge Ferraz explica o fenómeno. “ Nesta altura, todos os investidores querem saber onde está o fundo deste ‘bear market’ e, como tal, socorrem-se dos gráficos da análise técnica, já que aquilo que a análise fundamental mostra poderá não ser o mais indicado”. Segundo o presidente da IMF, provavelmente, os resultados e dividendos deverão ter ser revistos.
Na verdade, a análise técnica tem-se mostrado mais eficaz durante esta crise, do que a análise fundamental. Segundo o consenso das avaliações dos analistas, 18 empresas do PSI 20 têm uma recomendação de “comprar”. Uma tendência que se verifica há já alguns meses. A ideia geral é de que os títulos estão baratos. Mas o facto de estarem a transaccionar com PER (’Price Earnings Racio’) baixos, isso não impede que os preços possam cair mais. E é aqui que reside a diferença entre a eficácia da análise fundamental e a técnica, nesta crise. “Enquanto a análise fundamental nos diz se uma acção está cara ou barata, a análise técnica diz--nos qual é o momento indicado para entrar e sair no mercado”, conclui Joaquim Carlos Rocha da Futop.
O que diz a análise técnica sobre os cinco maiores títulos?
EDP
O título não tem sido poupado pelas quedas: desde o início do ano, perde 40%. As perspectivas para uma evolução positiva da eléctrica estão limitadas. A opinião é partilhada pelos dois analistas técnicos consultados. Para Joaquim Carlos Rocha, da Futop, uma recuperação do título está limitada “a um conjunto de resistências, designadamente nos 2,8 euros e os 2,4 euros”. Já para Jorge Ferraz, da IMF, só quando o título cair até à barreira dos 2 euros poderá mostrar uma tendência de inversão.
Galp
Os preços do petróleo têm deprimido os títulos da petrolífera, que perde 55% em 2008. A análise técnica indica que o sentimento negativo vai continuar. Se os títulos caírem abaixo dos 7 euros “não há qualquer suporte para o título. A Galp terá o caminho aberto para novas quedas”, refere Jorge Ferraz. A mesma visão é partilhada por Joaquim Carlos Rocha, da Futop: “O nível psicológico de 7 euros é o suporte que se segue, mas poderá não travar a pressão que vem sendo exercida sobre este papel”.
Portugal Telecom
Há cinco anos atrás, em pleno ‘bear market’ das ‘dotcom’, os 4,9 euros funcionaram como um importante suporte para as acções da operadora de telecomunicações. Jorge Ferraz da IMF espera que este suporte funcione novamente. Ainda assim, não há razões para grandes euforias. Joaquim Carlos Rocha refere que uma recuperação dos preços das acções da PT “terá sempre uma forte resistência no nível psicológico de seis euros”. Em 2008, as acções da PT já acumulam
perdas de 36%.
Millennium BCP
Depois de o impensável ter acontecido ( com os títulos a serem negociados abaixo de um euro), poderia pensar-se que o caminho só deveria ser ascendente. Mas não. “O papel encontra-se em mínimos e a sua evolução está limitada pela sua tendência descendente iniciada em meados de 2007. Até ser confirmado o corte da tendência não se deve descurar a hipótese de novos mínimos”, assegura Joaquim Carlos Rocha da Futop. O BCP cai 59% em 2008.
Banco Espírito Santo
O cenário repete-se: as perspectivas não são animadoras para o BES. Segundo os analistas técnicos consultados, o título encontra-se a testar o nível psicológico de 8 euros, um nível de suporte que historicamente tem um papel muito relevante. Mas caso este patamar seja quebrado, “o título fica numa situação muito complicada”, assegura Jorge Ferraz. Também Joaquim Carlos Rocha afirma: “ Não se deve descurar a existência de novos mínimos de longo prazo”. As acções do BES caem 45% este ano.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 75972.html
As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
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Análise técnica ou fundamental?
Finanças Pessoais 2008-10-17 00:05
Análise técnica ou fundamental?
Este é um dos velhos “conflitos” que divide os especialistas.
Alexandra Brito
Não há consenso entre os especialistas, pois cada um defende a “sua dama”. Conheça as características dos dois métodos de análise das acções.
1. O que é a análise técnica?
É um método de análise que procura detectar e interpretar padrões gráficos no comportamento histórico dos seus preços. O objectivo é identificar qual é momento ideal para entrar e sair de uma acção ou de um mercado. Já a análise fundamental, procura saber qual é o valor das acções, mediante a análise detalhada da situação económica e financeira da empresa.
2. Há um método melhor do que outro?
Os dois têm vantagens e desvantagens. Nos últimos tempos, a análise técnica mostrou-se mais eficaz mas também tem contras. A grande desvantagem deste modelo de análise é que está concentrado nas cotações, esquecendo que elas, além de serem influenciadas pela sua evolução passada, são igualmente afectadas pela envolvente de mercado onde estão inseridas. O ideal, segundo Joaquim Carlos Rocha é um investidor fazer a conjugação das duas perspectivas: a técnica e a fundamental.
3. Quais os indicadores mais utilizados na análise técnica?
Há quatro indicadores importantes. As médias móveis, que servem para descobrir a tendência das cotações. No entanto há que optar pelo período temporal em análise. As médias móveis curtas são mais rápidas para detectar sinais, mas também são menos fiáveis. Têm ainda de se ter em conta os indicadores de ‘momentum’, para detectar se o mercado está ‘overbought’ ou ‘oversold’ (os mais utilizados são o ‘rate of change’ e o ‘relative strenght index’). Pode-se também estabelecer os níveis de suporte e de resistência para perceber a direcção dos preços, assim como encontrarem-se linhas de tendência.
Glossário
Linha de tendência: Determina o movimento dos preços de um activo, durante um determinado intervalo. Consiste em desenhar uma linha que una pelo menos dois pontos num gráfico de cotações. Determina suportes e linhas de resistência.
Resistências: Indicam um nível de preço específico que o activo terá dificuldade em ultrapassar para cima. A falha repetida do preço em mover-se para cima desse ponto irá produzir um padrão de linha recta.
Suportes: Tem uma lógica semelhante à das resistências. Neste caso indica um nível de preços que o activo terá dificuldade em ultrapassar para baixo.
Média Móvel: Cálculo do valor médio dos preços de um activo num período de tempo específico.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 75971.html
Análise técnica ou fundamental?
Este é um dos velhos “conflitos” que divide os especialistas.
Alexandra Brito
Não há consenso entre os especialistas, pois cada um defende a “sua dama”. Conheça as características dos dois métodos de análise das acções.
1. O que é a análise técnica?
É um método de análise que procura detectar e interpretar padrões gráficos no comportamento histórico dos seus preços. O objectivo é identificar qual é momento ideal para entrar e sair de uma acção ou de um mercado. Já a análise fundamental, procura saber qual é o valor das acções, mediante a análise detalhada da situação económica e financeira da empresa.
2. Há um método melhor do que outro?
Os dois têm vantagens e desvantagens. Nos últimos tempos, a análise técnica mostrou-se mais eficaz mas também tem contras. A grande desvantagem deste modelo de análise é que está concentrado nas cotações, esquecendo que elas, além de serem influenciadas pela sua evolução passada, são igualmente afectadas pela envolvente de mercado onde estão inseridas. O ideal, segundo Joaquim Carlos Rocha é um investidor fazer a conjugação das duas perspectivas: a técnica e a fundamental.
3. Quais os indicadores mais utilizados na análise técnica?
Há quatro indicadores importantes. As médias móveis, que servem para descobrir a tendência das cotações. No entanto há que optar pelo período temporal em análise. As médias móveis curtas são mais rápidas para detectar sinais, mas também são menos fiáveis. Têm ainda de se ter em conta os indicadores de ‘momentum’, para detectar se o mercado está ‘overbought’ ou ‘oversold’ (os mais utilizados são o ‘rate of change’ e o ‘relative strenght index’). Pode-se também estabelecer os níveis de suporte e de resistência para perceber a direcção dos preços, assim como encontrarem-se linhas de tendência.
Glossário
Linha de tendência: Determina o movimento dos preços de um activo, durante um determinado intervalo. Consiste em desenhar uma linha que una pelo menos dois pontos num gráfico de cotações. Determina suportes e linhas de resistência.
Resistências: Indicam um nível de preço específico que o activo terá dificuldade em ultrapassar para cima. A falha repetida do preço em mover-se para cima desse ponto irá produzir um padrão de linha recta.
Suportes: Tem uma lógica semelhante à das resistências. Neste caso indica um nível de preços que o activo terá dificuldade em ultrapassar para baixo.
Média Móvel: Cálculo do valor médio dos preços de um activo num período de tempo específico.
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