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Caldeirão da Bolsa

GALP/combustiveis - Desmontando o mito (analise semanal)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Ed » 17/10/2008 19:15

Acompanho este tópico desde há muito e em geral concordo com a análise do Marco Antonio. É perfeitamente visivel nos gráficos o lag entre as oscilações do preço da materia prima e dos produtos refinados, seja nas subidas seja nas descidas.

A mim o que me mete mais confusão (nem sei se isto deveria ser escrito neste topico se no das gaffes da TV) é ouvir e ler em toda a comunicação social dizerem que o petroleo "desceu" ou "subiu" sem sequer fazerem referencia à oscilação do cambio EUR/USD. É que muitas vezes dizem que desceu de um dia para o outro mas como o Euro também desvalorizou face ao dólar o valor em euros é precisamente o mesmo.

A quem interessa este tipo de "desinformação" camuflada? Ou será apenas incompetencia jornalistica para "incendiar" mais a opnião publica contra a Galp desviando a atenção sobre o verdadeiro motivo que encarece os combustiveis? OS IMPOSTOS.

É que por cada 6 centimos de combustivel, 1 é de IVA, que incidiu sobre o valor base + ISP.

Acho que os jornalistas deveriam começar a noticiar sempre os valores do Crude em EUROS. Mesmo no Jornal de negocios, as noticias são sempre em dollars, e embora se pudesse supor que os leitores deste jornal seriam pessoas economicamente informadas (ao contrario de mim, que acompanho este forum regularmente à anos mas poucas mensagens escrevo) ao ler este topico e ao ver alguns dos posts aqui colocados, tenho serias duvidas que o sejam.
Assim em jeito de conclusão das noticias os jornalistas deveriam sempre referir os valores em EUR com a respectiva analise da variação em função desta moeda que é a que nos interessa a nós.

PS- Parabéns Marco pelas análises e pela paciencia perante algumas opiniões de quem aparenta apenas querer criar "flames" neste tópico.
 
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por rmachado » 17/10/2008 18:15

O problema não está em entrar no mercado, está a montante(distribuição) e no modelo de funcionamento dos postos que mais não são que "Franchises".

Se aos postos fosse permitido mexer nos preços (embora apenas comprando a marca do mesmo claro) talvez tivessemos uma melhor concorrência.
 
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por Elias » 17/10/2008 17:43

jfr2006 Escreveu:Enganaste-te..querias dizer a autoridade da incompetência.... :twisted:

Qual é a base da tua afirmação?

jfr2006 Escreveu:Pois claro..com um monopólio de uns Grandes Aldrabões e Ladrões de Portugal protegidos ainda por cima por uns políticos corruptos e interesseiros, a quem é que interessa ficar nesta amostra de país :roll:

Então o que é que estás cá a fazer?
 
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por MarcoAntonio » 17/10/2008 17:32

A "malta" ali do café não diria melhor...

JFR, números não discutes tu. Mandas assim umas bocas mas números, está quieto!

Aliás, posts mais fraquinhos que os teus é um bocado difícil imaginar.

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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por jfr2006 » 17/10/2008 17:23

Elias Escreveu:
AlanTejano Escreveu:-> Ausência de tacticas de cartel.

A Autoridade da Concorrência investigou e não conseguiu demonstrar que exista cartel.
É certo que existe a convicção generalizada que existe cartel, mas não passa disso mesmo (uma convicção, que espelha a frustração das pessoas com o aumento do preço dos combustíveis).



Enganaste-te..querias dizer a autoridade da incompetência.... :twisted:


AlanTejano Escreveu:-> Ausência de barreiras à entrada de novos competidores (em tempo útil). (para mim a mais importante)

Mas será assim tão complicado entrar neste mercado?
Eu acho é que não há interessados em entrar (a Shell até se foi embora).


Pois claro..com um monopólio de uns Grandes Aldrabões e Ladrões de Portugal protegidos ainda por cima por uns políticos corruptos e interesseiros, a quem é que interessa ficar nesta amostra de país :roll:
 
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por nahoot » 17/10/2008 10:03

Pergunta de newbie :)

E se fosse feito com a Galp o mesmo que foi feito com a AT&T ou a PT Multimedia?
Ou seja, separar os negócios de refinação, distribuição e venda (ou outra variante qualquer).
Claro que uma empresa ter controlo sobre toda a cadeia de valor da uma flexibilidade e possibilidade de redução de custos enorme. Além de que, pelo que sei, as outras empresas (BP, Repsol, etc) também tem a mesma estrutura.
Mas pelo menos assim ninguém poderia dizer que a Galp estaria a monopolizar o que quer que fosse.

Opiniões?
 
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carissimos!!!

por lareco » 16/10/2008 22:24

Em relação aos preços da gasolina e gasoleo eu reslovi a questão.
Passei a atestar nos intermarche que é combustivél GALP na mesma e com descontos até 10 cêntimos.
Em relação a outras de gasolineiras de linha branca...Terei muito a dizer..mais para a frente.
A refinação é uma gota de agua no oceano das margens do negocio.
Andam todos a questionar os preços, mas ninguem poupa nada!!! Eu cá passei a ir a reuniões de quadros de comboio,passei a orientar os jantares com o pessoal apenas num carro...e ganhei $.


...novo a postar...
 
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por dvck » 16/10/2008 21:26

AlanTejano Escreveu:
Elias Escreveu:
AlanTejano Escreveu:Só concordaria com esta ideia num produto de consumo facultativo e em que exista concorrência plena e efectiva.


O que é para ti concorrência plena e efectiva?


-> Ausência de tacticas de cartel.
-> Ausência de barreiras à entrada de novos competidores (em tempo útil). (para mim a mais importante)
-> Ausência de práticas de Dumping.
-> Concorrencia leal em que todos cumprem as mesmas regras com penalizações dissuasoras de quebra das mesmas (isto é: não pode valer a pena prevaricar).

Não sendo um entendido na matéria nem um profundo conhecedor de economia gostaria que alguem me esclarecesse sobre uma dúvida:
O sector da refinação e distribuição de combustiveis em Portugal é, tecnicamente, um mercado livre?


Caro colega o mercado de combustíveis é aberto a qualquer interessado. Não existem barreiras à entrada. Se quiser abrir um posto de combustível ninguém o impede. Se quiser construir uma refinaria ninguém o impede.

Aliás, aqui há tempos o empresário Patrick Monteiro de Barros chegou a ponderar construir uma refinaria em Sines. Não avançou porque provavelmente queria que o Estado entrasse com 50% do capital. Fundos comunitários não faltariam para apoiar esse projecto.

Se não há mais operadores no mercado é porque não há interesse. Um exemplo já aqui referido, a Shell desinvestiu e saiu do nosso país. E porque não há interesse? Em primeiro lugar porque este mercado tem margens muito reduzidas. Aliás, não é segredo que a GALP operou com margens de refinação negativas durante alguns meses este ano. Significa isto que este mercado é pouco interessante economicamente. A taxa de retorno não compensa os investimento avultados e necessidades de capital exigidas. :wink:
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por MarcoAntonio » 16/10/2008 21:13

Esses dados podem ser confirmados na "factura energética" que está disponível no site da DGEG...

Tem lá as quantidades e os montantes das importações, quer de petróleo quer dos refinados.

Também dá para perceber que a maior parte do importado é Gasóleo. Mas também se importa alguma gasolina, nem tudo o que se consome é refinado cá (pela GALP).
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por NunoFilipe » 16/10/2008 21:10

Quanto às barreiras à entrada de novos competidores, segundo o estudo feito pelo ACP, "A importação de combustíveis líquidos refinados
(gasolina e gasóleo) correspondia em 2004 a apenas cerca de 10% no total do consumo destes combustíveis, representando o gasóleo 90% do total de produtos importados".
Acho que é possível inferir que não há impedimento à entrada de outros fornecedores no mercado. Agora se há interesse destes em entrar, aí já é outra história.
 
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por NunoFilipe » 16/10/2008 20:46

Neste momento está a ser construída, se bem que creio ainda numa fase inicial, uma refinaria pela Repsol em Sines.
Pelo que sim, o mercado é livre, quem quiser pode construir uma refinaria em Portugal.
 
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por Elias » 16/10/2008 20:37

AlanTejano Escreveu:-> Ausência de tacticas de cartel.

A Autoridade da Concorrência investigou e não conseguiu demonstrar que exista cartel.
É certo que existe a convicção generalizada que existe cartel, mas não passa disso mesmo (uma convicção, que espelha a frustração das pessoas com o aumento do preço dos combustíveis).

AlanTejano Escreveu:-> Ausência de barreiras à entrada de novos competidores (em tempo útil). (para mim a mais importante)

Mas será assim tão complicado entrar neste mercado?
Eu acho é que não há interessados em entrar (a Shell até se foi embora).

AlanTejano Escreveu:-> Ausência de práticas de Dumping.

Onde existe o dumping?

AlanTejano Escreveu:-> Concorrencia leal em que todos cumprem as mesmas regras com penalizações dissuasoras de quebra das mesmas (isto é: não pode valer a pena prevaricar).

Que regras não estão a ser cumpridas?
 
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por AlanTejano » 16/10/2008 20:12

Elias Escreveu:
AlanTejano Escreveu:Só concordaria com esta ideia num produto de consumo facultativo e em que exista concorrência plena e efectiva.


O que é para ti concorrência plena e efectiva?


-> Ausência de tacticas de cartel.
-> Ausência de barreiras à entrada de novos competidores (em tempo útil). (para mim a mais importante)
-> Ausência de práticas de Dumping.
-> Concorrencia leal em que todos cumprem as mesmas regras com penalizações dissuasoras de quebra das mesmas (isto é: não pode valer a pena prevaricar).

Não sendo um entendido na matéria nem um profundo conhecedor de economia gostaria que alguem me esclarecesse sobre uma dúvida:
O sector da refinação e distribuição de combustiveis em Portugal é, tecnicamente, um mercado livre?
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por Elias » 16/10/2008 19:12

MarcoAntonio Escreveu:Esqueceste-te da comparação do preço do iogurte líquido no Jumbo e no Continente, bem como o preço do leite gordo no Lidl...
:mrgreen:


Pois tens razão... na verdade eu só dei exemplos da área dos combustíveis, mas talvez venha aí o modelo de carro movido a iogurte líquido :twisted:
 
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por MarcoAntonio » 16/10/2008 19:10

Esqueceste-te da comparação do preço do iogurte líquido no Jumbo e no Continente, bem como o preço do leite gordo no Lidl...
:mrgreen:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Elias » 16/10/2008 19:09

AlanTejano Escreveu:Só concordaria com esta ideia num produto de consumo facultativo e em que exista concorrência plena e efectiva.


O que é para ti concorrência plena e efectiva?
 
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por Elias » 16/10/2008 19:05

Merceeiro Escreveu:O que é para si matéria de notícia?


Para mim matéria de notícia (neste domínio) serão coisas que não acontecem todos os dias e que trazem algo de novo ao nosso conhecimento sobre o mercado. Exemplos de possível notícias:

- um novo tipo de combustível (gasolina 105 octanas, por exemplo)
- um novo tipo de veículo movido a electricidade ou a hidrogénio ou a vinho tinho
- problemas no abastecimento normal de combustíveis devido a uma greve ou a um boicote
- o Alberto João decidir que quem fixa os preços é o governo regional
- o Estado decidir alterar o ISP (para cima ou para baixo), o que só acontece de 2 em 2 anos aproximadamente
- a DECO organizar um boicote

Para mim não é matéria de notícia saber de variações de preços que fazem o dia-a-dia do mercado. Exemplos de "não-notícias":

- hoje a GALP baixou 3 cêntimos
- ontem a BP tinha descido 4 cêntimos
- na semana passada a CEPSA estava 0,5 cêntimos mais cara que a REPSOL
- esta semana o gasóleo está 0,1 cêntimos mais barato na GALP que na BP
- a BP desceu ontem os preços e hoje a GALP também desceu, mas a REPSOL manteve os preços
- os hipermercados estão a vender a gasolina 8 cêntimos mais barato (isto não é notícia porque é assim há vários ANOS)

Acho que estes exemplos ilustram o meu conceito de notícia.
 
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por rmachado » 16/10/2008 19:05

Não há problema. O texto é bom para quem pensa "a sério" o que eu escrevi. :)

Quanto ao empréstimo... bem é ler o texto do RAP que é muito certeiro sobre isso.
 
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por AlanTejano » 16/10/2008 19:04

rmachado Escreveu:Marco... Eu estava a ser irónico, deduzo que tenhas percebido. :)

Claro Elias, enquanto existir quem compre... o preço "é o justo".



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por MarcoAntonio » 16/10/2008 18:57

rmachado Escreveu:Marco... Eu estava a ser irónico, deduzo que tenhas percebido. :)

Claro Elias, enquanto existir quem compre... o preço "é o justo".


Por acaso, pensei que estavas a sério (lol). Desculpa lá o testamento então...


Mas já agora, aproveito para deixar uma comentário sobre algo que me faz alguma confusão: tenho ouvido comentadores, economistas, analistas dizerem que não há margem de manobra orçamental para baixar o ISP, que o Estado não pode baixar o ISP. Bom, mas há margem de manobra para disponibilizar 20 mil milhões de euros para a Banca?

Confesso que me faz confusão...

Os combustíveis a preços elevados estão a prejudicar toda a gente. As pessoas individuais, os transportes, o comércio, a industria... e muito especialmente os postos e comércio mais próximos da fronteira.

Eu questiono-me até que ponto não era benéfico (para a Economia Nacional) baixar o ISP e inclusivamente questiono-me se no final a receita do Estado realmente baixaria ou se não seria compensada noutras receitas que entretanto aumentariam (aumento do consumo e diminuição da "fuga" para Espanha, aumento das receitas indirectas em sede de IVA, IRS e IRC, etc, etc).
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por rmachado » 16/10/2008 18:51

Marco... Eu estava a ser irónico, deduzo que tenhas percebido. :)

Claro Elias, enquanto existir quem compre... o preço "é o justo".
 
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por MarcoAntonio » 16/10/2008 18:43

Obviamente o "ninguém" e o "toda a gente" do post anterior é usado num sentido figurado, refiro-me naturalmente a um comportamento de massas. Individualmente há outras pessoas a apontar as mesmas questões que eu aponto...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 16/10/2008 18:30

rmachado Escreveu:Mas no entanto quem enche os bolsos são as gasolineiras.. :)


A ordem de grandeza da receita para as Petrolíferas e para o Estado não têm comparação possível.

As receitas das petrolíferas (que são quem explora, investe e serve no sector... sem elas não terias gasolina nos postos para abastecer o teu automóvel) anda na casa dos 10 centimos provavelmente. Qualquer coisa à roda disso, mais centimos menos centimos. O estado cobra 60/80 centimos a título de imposto. Não presta qualquer serviço no sector, não explora o sector, não serve ninguém no sector, apenas cobra e ponto final. É tudo "dinheiro em caixa", sem qualquer risco...

Portanto não há comparação possível no que diz respeito a quem "enche o bolso" com combustíveis.


Quanto às petrolíferas, tratam-se de empresas privadas e não da Santa Casa da Mesericórdia. Outras empresas trabalham noutros sectores (Bancos, Distribuição, Centros Comerciais, etc, etc, etc) e ninguém anda a discutir se enchem os bolsos ou deixam de encher, são as empresas que actuam nesses sectores, têm por vista o lucro e, por arrasto, o desenvolvimento económico, o progresso e a criação de riqueza. Quem achar que as petrolíferas (ou outra empresa doutro sector) enche os bolsos pode sempre investir em acções. Este discurso que eu estou a apresentar não podia ter espaço mais adequado do que um Forum de Bolsa!

Simplesmente acho completamente incorrecto e "desviante" estar a dizer que as petrolíferas "enchem os bolsos"...

Eu aqui, insisto pela enésima vez, acho que a única coisa a discutir é se o comportamento da evolução do preço é correcto ou se de alguma forma é desonesto. E não se as empresas têm altos ou baixos lucros...

Se as petrolíferas têm altos lucros, como portugueses só faz sentido desejar que a GALP esteja em linha com as demais petrolíferas. Ou queremos uma GALP pobrezinha e perdedora num sector onde "supostamente" as outras petrolíferas ganham? Isso faz algum sentido? Está-se a defender o quê? Que a GALP devia deixar de investir em refinarias, em exploração de novos poços, em montar postos em qualquer lado e cingir-se a postos junto a super-mercados vendendo baratinho? Que fosse engolida por uma gigante multinacional ou fosse uma petrolífera ou grupo de postos do tipo "familiar"? Ao certo o que é que se está a defender?

Isso numa lógica empresarial simplesmente não faz sentido nenhum. São comentários feitos na "lógica do consumidor" que só "vê" o preço que paga pelas coisas e constrói uma lógica em torno desse valor...

Eu já chamei a atenção para isto várias vezes aqui no tópico. Esse discurso simplesmente não faz sentido. A GALP é uma empresa que compete com as outras empresas do sector e luta com as armas que tem.

E neste contexto, só podemos dizer que a evolução dos preços tem sido.... correctíssima!

Acompanham o preço da matéria-prima de forma praticamente perfeita, seja nas subidas seja nas descidas. As pessoas não têm realmente nada de que se queixar (a não ser lamentarem-se dos preços do petróleo nos últimos anos, coisa que a GALP não controla).


Quanto aos impostos, a razão porque tenho frequentemente introduzido na discussão é porque são uma componente importantíssima na formação do preço final e um factor de distorção na evolução dos preços. Onde inclusivamente a evolução em Portugal tem-nos "prejudicado". Contudo, "toda a gente" fala da GALP e praticamente ninguém fala dos impostos, a não ser uma vez ou outra aqui e acolá de forma relativamente discreta...

Fazem-se protestos e boicotes contra as petrolíferas (com base em pressupostos completamente falsos!) e quanto aos impostos está tudo calado. Parece que ninguém se importa com os 80 centimos que o Estado cobra por litro de gasolina mas estão muito preocupados com 1 ou 2 centimos que a GALP ou outra petrolífera possa eventualmente baixar no preço...

É incoerente (para não dizer irracional) e por isso tenho frequentemente colocado a questão. Especialmente quando o próprio estado vem dizer no pico dos protestos que "é desejável que os combustíveis baixem" e porém não baixa nem um centimozinho nos 60/80 centimos que cobra por litro, valores que estão inclusivamente acima da média europeia.

Por isso, considero relevante colocar esses valores aqui em análise, para que esta seja completa e o mais objectiva possível e para sabermos porque pagamos x por cada litro de combustível e os "outros" pagam y.
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por Merceeiro » 16/10/2008 18:25

Elias Escreveu:Nas últimas semanas tenho reparado que de cada vez que a gasolina sobe ou baixa de preço (nem que seja um ou dois cêntimos), o facto é notícia em todos os telejornais.

Interrogo-me se isto é de facto matéria de notícia... :roll:



O que é para si matéria de notícia?
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por Elias » 16/10/2008 16:48

rmachado Escreveu:Mas no entanto quem enche os bolsos são as gasolineiras.. :)


Porque o pessoal parece continuar disposto a comprar.

Protesta mas vai comprando.

No dia em que passarem dos protestos à acção (isto é, quando deixarem de comprar), o preço cai.

rmachado, não estou a dissertar sobre se existem ou não alternativas, isso é outra discussão que já aqui tivemos - estou apenas a constatar o óbvio: o pessoal continua a consumir aos preços actuais.
 
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