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Caldeirão da Bolsa

Juros desceram, será que as prestações vão cair?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 8/10/2008 21:18

Já agora, isto nem sequer é uma questão de opinião. Os Bancos são obrigados contratualmente a baixar, fizeram um contrato com os clientes de lhes ceder um crédito indexado à Euribor com um spread xis (estamos a falar de créditos à habitação e etc).

Portanto, descendo a Euribor, eles têm de descer em conformidade as prestações que são calculadas matematicamente a partir de Euribor+Spread...

Os Bancos não cobram o que lhes apetece em contratos que estão feitos e estabelecidos.


Ora, com o Banco Central a emprestar tanto dinheiro às instituições de crédito como é que se consegue argumentar que a Taxa Directora não tem importância nenhuma e as prestações não vão baixar?

É claro que vão!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Juros desceram, será que as prestações vão cair?

por MarcoAntonio » 8/10/2008 20:56

MarcoAntonio Escreveu:Por outro lado o Banco Central também empresta dinheiro aos Bancos.


Já agora, aqui ficam os montantes da semana passada, que estão em máximos do ano:

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=334814

Os responsáveis Banco Central Europeu (BCE) afirmaram que a autoridade aumentou os empréstimos concedidos aos bancos para o valor mais elevado desde o primeiro dia do ano, na última semana.

O BCE emprestou aos bancos 635,1 mil milhões de euros, na semana passada, através de operações monetárias, quando na semana anterior tinham sido registados 487,31 mil milhões, segundo a Bloomberg.

A autoridade monetária afirmou que emprestou 190 mil milhões de euros através de operações de refinanciamento e 420,5 mil milhões em leilões de longo-prazo.

Os bancos que desenvolvem a sua actividade em pelo menos um dos 15 países da Zona Euro podem aumentar o seu capital através do BCE ao comprometerem-se alguns tipos de colaterais.

Os valores agora divulgados são os mais altos desde o início do ano quando foram registados 637,1 mil milhões de euros.


Falar apenas dos empréstimos entre Bancos neste contexto tem que se lhe diga...
:roll:


Mais importante ainda, os Futuros da Taxa Euribor (taxa a que estão indexados os créditos/empréstimos) já desceu!...

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=334704

Os futuros das taxas Euribor reagiram em queda ao anuncio de corte de juros por parte do Banco Central Europeu. O futuro da Euribor a três meses, de Outubro, caiu para os 5,17% e o preço do dinheiro contratado entre os bancos para daqui a um mês desceu para os 4,76%.
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por salvadorveiga » 8/10/2008 20:46

Concordo com ele anivel dos juros, isto porque o banco prefere depositar no BCE do que andara a emprestar por ai e nao terem confiança no banco do outro lado...

prefere mesmo depositar com valores mais baixos do que arriscar...... no entanto acho que num curto prazo isto sobe...
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Re: Juros desceram, será que as prestações vão cair?

por MarcoAntonio » 8/10/2008 20:46

limpaesgotos Escreveu:Os bancos estão simplesmente sem dinheiro para emprestarem até uns aos outros.


Isto está incorrecto. Os Bancos que têm liquidez o que têm preferido é aplica-lo no Banco Central em detrimento de emprestar a outros Bancos. É um problema de confiança nos Bancos que estão em situação potencialmente mais debilitada e não propriamente de os Bancos não terem para emprestar como está descrito. Uma descrição bastante incorrecta...

Por outro lado o Banco Central também empresta dinheiro aos Bancos.
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Juros desceram, será que as prestações vão cair?

por limpaesgotos » 8/10/2008 20:39

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/419682

Rui Pedro Batista

19:35 | Quarta-feira, 8 de Out de 2008

Juros desceram, será que as prestações vão cair?

E de repente as taxas de juro desceram. Foi hoje. Numa atitude concertada o Banco Central Europeu (BCE), a Reserva Federal (Fed) dos EUA, o Banco de Inglaterra e mais três bancos centrais (Canadá, Suíça e China), reduziram o preço do dinheiro. Os três primeiros baixaram o preço em 0,5%,

A pergunta que todos os portugueses fazem é se finalmente, agora, as taxas de juro dos empréstimos, nomeadamente à habitação, vão descer. E em última análise se o valor das prestações dos créditos vão ficar mais suaves. Mas há outra dúvida que surgiu de imediato. Esta acção vai permitir trazer de volta o optimismo aos mercados? As acções vão começar a subir? A resposta é quase certa: infelizmente tal não vai acontecer. Nem a primeira, nem a segunda.

E porquê? Comecemos pelas taxas de juro. Se estivéssemos a viver um período normal o que iria acontecer é que os bancos passariam a comprar dinheiro (aos respectivos bancos centrais e entre eles) a um preço inferior e por isso mesmo, mais tarde ou mais cedo acabariam por reflectir essa redução nas prestações que cobram aos seus clientes. Fácil. Se compram mais barato, têm margem para vender mais barato.

Ora o que estamos a viver não é uma situação normal. Antes pelo contrário. Os bancos estão simplesmente sem dinheiro para emprestarem até uns aos outros. Por outro lado com as enormes quedas que se têm vindo a registar nas bolsas, grande parte dos seus activos (ou seja o valor que têm contabilizado nas contas), estão a valer cada vez menos.

Por isso mesmo os bancos têm de aumentar a liquidez para apresentarem contas equilibradas do ponto de vista da solidez. Ora isto faz com que as necessidades de dinheiro por parte dos bancos estejam a aumentar todos os dias. Assim, esta queda no preço do dinheiro, ainda que conjugada com um aumento do dinheiro em circulação (os bancos centrais têm "despejado" no mercado milhões todos os dias), apenas serve para equilibrar a situação. Impedir que se agrave.

Por essa razão não é previsível que no imediato a Euribor (a média das taxas de juro praticadas pelos bancos entre si), que serve de base ao cálculo das prestações dos créditos à habitação desça substancialmente. Ou dito de outro modo. Para já, ao nível da conta mensal que tem de pagar pelos créditos contraídos, estamos na mesma.


E as bolsas vão começar a subir? A economia vai animar?
É difícil ser mais directo: não! No imediato as bolsas registaram alguma animação e grande parte das acções até acabou por recuperar das perdas. Mas passado algum tempo regressaram as perdas.

Porquê? Porque apesar de o dinheiro ter ficado mais barato para os bancos, a crise é profunda e ainda está muito longe de ter chegado à economia real. Vai demorar algum tempo a equilibrar o sistema financeiro. E até que tal aconteça o restante sector empresarial vai ter imensas dificuldades em manter os sues lucros.

Neste momento para além desta crise financeira há um outro factor, mais estrutural, que vai continuar a penalizar os resultados dos accionistas e logo da evolução das acções nas bolsas. E esse factor chama-se consumo. Desde há muitos anos que não se registava uma queda do consumo. E isso vai ser verdadeiramente dramático de lidar. As empresas terão no imediato de cortar custos o que vai por sua vez aumentar o desemprego.

Por isso no imediato a elevada volatilidade nos mercados deverá continuar. E num período alargado a tendência não é de ganhos.

Por seu lado a economia, como já foi referido vai demorar a animar. São sobretudo precisas medidas estruturais, nomeadamente linhas de financiamento a taxas reduzidas e diminuição dos impostos sobre as empresas e particulares, de forma a travar o mais depressa possível a queda de rendimento.

Em suma, a economia tende a continuar num ciclo de deterioração e as bolsas não mostram sinais de grande recuperação no imediato.
Cumprimentos.


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