What Makes Finnish Kids So Smart?
chamo à atenção para o livrinho mensal publicado pelo BPI e da responsabilidade de Cristina Casalinho (uma senhora extraordináriamente respeitável pelas fantásticas opiniões e comentários com que nos tem brindado nos últimos anos) em que se dedica a analisar a educação em Portugal São várias páginas que aposto serão interessantes (ainda não li....!)
http://www.bpiinvestimentos.pt/noticia. ... F&cod=1761
http://www.bpiinvestimentos.pt/noticia. ... F&cod=1761
Date: Tuesday, September 23, 2008, 8:06 PM
RANKINGS E XANAX
Texto de Daniel Oliveira, no Expresso.
Esta semana evite a companhia de professores. Falar com qualquer um deles pode deixá-lo em mau estado. Vivem, nos dias que correm, em depressão colectiva. A sucessão de reformas, contra-reformas e contra-contra-reformas, a destruição do que se foi fazendo de bom - do ensino especial ao ensino artístico -, a incompetência desta equipa ministerial e o linchamento público de uma classe inteira tem os resultados à vista: as aulas recomeçam com professores tão motivados como um vegetariano perante um bife na pedra.
Sabem que os espera apenas uma novidade: a avaliação do seu desempenho. E é, ao que parece, tudo o que interessa a toda a gente: a avaliação dos professores, a avaliação dos alunos, a avaliação das escolas, a avaliação do sistema educativo português.
Tenho uma coisa um pouco fora do comum para dizer sobre o assunto: a escola serve para ensinar e aprender. Se isto falha, os exames, as avaliações e os "rankings" são irrelevantes. Talvez não fosse má ideia, enquanto se avaliam os professores, dar-lhes tempo para eles fazerem aquilo para que lhes pagamos em vez de os soterrar em burocracia. Enquanto se exigem mais e mais exames, garantir que os miúdos aprendem com algum gosto qualquer coisa entre cada um deles.
Enquanto se fazem "rankings", conseguir que a escola seja um lugar de onde não se quer fugir. E enquanto se culpam os professores pelo atraso cultural do país, perder um segundo a ouvir o que eles têm para dizer. Agora que já os deixámos agarrados ao Xanax, acham que é possível gastar algumas energias a dar-lhes razões para gostarem do que fazem? Se não for por melhor razão, só para desanuviar o ambiente nos edifícios onde os nossos filhos passam uma boa parte do dia.
- Mensagens: 2819
- Registado: 23/1/2006 23:54
- Localização: Vila do Conde
Ministra que 100% de aprovação no 9.º
Maria de Lurdes Rodrigues fala em aprovações plenas no final do 9.º ano
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou ontem, em Lousada, que um dos objectivos da sua equipa é alcançar nos próximos anos cem por cento de aprovações no final do nono ano de escolaridade. "Não é uma utopia. Se outros países da Europa com os quais nos comparamos o fazem, Portugal também o pode fazer", disse a ministra.
Maria de Lurdes Rodrigues, que falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do novo centro escolar de Nevogilde, Lousada, distrito do Porto, explicou que Portugal começa a reunir todas as condições para alcançar a meta dos cem por cento de aprovações no final do ensino básico.
"Os nossos alunos não são menos inteligentes, os nossos professores não são menos preparados, as nossas escolas eram piores, mas estão a ficar melhores. Portanto, com todas as condições, não é uma utopia, é mesmo uma meta para cumprir."
Fonte: Diário de Notícias
http://dn.sapo.pt/2008/09/23/nacional/m ... acoes.html
Isto assim não vai lá. A fasquia está no chão...
Pobres professores!
Infelizmente e ao contrário do bom exemplo do post....um terrivel mau exemplo
http://www.swissinfo.org/por/noticias/i ... 0000&ty=ti
<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/R-QIyYXRpYk&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/R-QIyYXRpYk&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>
<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/KRCaxPVcVoM&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/KRCaxPVcVoM&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>
http://www.swissinfo.org/por/noticias/i ... 0000&ty=ti
23 de Setembro de 2008 - 17:27 Aluno mata 10 pessoas em escola da Finlândia e se suicida
Por Sakari Suoninen e Brett Young
HELSINQUE (Reuters) - Um estudante matou a tiros dez pessoas em uma escola no norte da Finlândia, nesta terça-feira, antes de disparar contra si, no segundo ataque deste tipo no país em menos de um ano.
O atirador, identificado por uma autoridade local como Matti Juhani Saari, de 22 anos, morreu horas depois no Tampere University Hospital com um ferimento na cabeça.
Saari, como o estudante atirador da escola de ensino médio Jokela no ano passado, publicou vídeos ameaçadores na Internet várias semanas antes do ataque.
"Um atirador entrou no prédio com uma pistola automática e começou a disparar nos estudantes a sangue frio", disse Jukka Forsberg, um funcionário da manutenção da escola da cidade de Kauhajoki, onde o tiroteio aconteceu.
A ministra do Interior Anne Holmlund disse em uma entrevista coletiva que a polícia esteve em contato com Saari um dia antes do atentado.
Ela declarou que a polícia havia sido alertada por vídeos publicados na Internet que mostravam o estudante disparando com uma arma em um alvo, mas foi incapaz de alcançá-lo imediatamente.
"A polícia chegou a ele na segunda, dia 22 de setembro, e lhe solicitou uma conversa a respeito do vídeo", disse Holmlund. Ela ainda afirmou que Saari tinha um porte de arma temporário para a pistola e que este não foi retirado.
"DIA TRÁGICO"
As taxas de crime são baixas na Finlândia, mas a posse de armas está entre as mais altas do mundo.
"Vivemos um dia trágico", disse o primeiro-ministro Matti Vanhanen em uma coletiva de imprensa em Helsinque.
O governo finlandês disse que terapeutas estão à disposição e dando apoio aos estudantes, professores e parentes.
Uma busca no YouTube e na Internet como um todo revelou uma série de vídeos feitos por um usuário chamado "Mr. Saari," que mostram um homem vestido de preto ou com cores escuras disparando uma arma em um estande de tiro. Seu perfil trazia as palavras: "A vida toda é guerra e dor. E você vai lutar sozinho em sua guerra pessoal. Isto é guerra!".
As autoridades locais disseram que estudantes e funcionários foram retirados e que um princípio de incêndio na escola foi debelado.
Depois do tiroteio do ano passado, o governo tomou algumas medidas para endurecer as leis de porte de armas, e nesta terça-feira realizou um encontro de emergência com líderes dos partidos da coalizão de governo.
<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/R-QIyYXRpYk&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/R-QIyYXRpYk&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>
<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/KRCaxPVcVoM&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/KRCaxPVcVoM&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Camisa Roxa Escreveu:silvaxico Escreveu:Vai ver os horários e vês quanto tempo os miúdos passam dentro da sala de aula...
têm o horário normal sendo que o restante é preenchido por actividades extra curriculares onde podem conviver uns com os outros...
e não sei como é nas cidades mas aqui na minha zona os miúdos (do ciclo para a frente) vêm para casa depois do horário de escola! por exemplo, se só têm aulas de manhã, vêm para casa onde passam o resto da tarde...
ou se só têm aulas de tarde só chegam à escola para a 1ª hora da tarde não vêm de manhã...
Desculpa, Camisa Roxa, mas isso era assim no teu tempo ou então os miudos que conheces andam numa escola que eu não conheço.
Os miúdos do 1º ciclo têm horário das 9 ás 17.
Os do 2º e 3º também, embora tenham um ou outro furito durante o dia, onde se dá apoio aos "necessitados" e dependendo dos tempos diáros de cada escola poderá sobrar mais uma hora o por dia. De resto os alunos do ensino básico estão enfiados em salas cerca de 7 horas por dia mais apoios.
MAV8
Carteira 69
Carteira 69
ILÍDIO TRINDADE escreveu
O paradigma do (in)sucesso deste governo...mais umas gerações liquidadas.
ESCOLA PARA FORMAR DELINQUENTES
O sonho da senhora Ministra da (des)educação está a realizar-se finalmente.
Conseguiu acabar com os trabalhos de casa, com a necessidade dos alunos estudarem e até de frequentarem as aulas para passarem e ficarem com o diploma, seguindo o belo exemplo do nosso Primeiro-Ministro… Não se criam hábitos de trabalho, de cumprir horário, de sequer aparecer… Há sempre um exame que pode ser repetido até o aluno absentista passar…
Conseguiu inventar um estatuto do aluno em que os actos de violência praticamente não são punidos, o que faz da escola pública o lugar ideal de estágio para todos aqueles que querem dedicar-se à criminalidade. Pensam que é exagero? Só quem está nas escolas é que sabe o que se passa: assaltam, ameaçam, agridem e violam colegas, enquanto outros filmam, destroem portas, estores, persianas, extintores… Se os alunos são (des)educados para obterem tudo com facilidade ou violência, não adianta falar-se de falta de justiça ou de polícias nas ruas. Infelizmente, a sociedade deixou de se preocupar com a prevenção e com o valor do trabalho.
Conseguiu imaginar um estatuto da carreira docente, em que o aluno é que tem a autoridade, que tem o poder de avaliar o professor, mesmo que não queira aprender, pois o professor é coagido financeira e profissionalmente a inventar sucesso, mesmo que os alunos não o queiram. Dividiu a classe, despromovendo a maior parte dos professores e mantendo alguns com direito a progredir, através de um concurso com critérios injustos, baseados na antiguidade ou na sorte das vagas disponíveis na escola. De facto, foi um concurso só para alguns poderem manter os direitos adquiridos, enquanto os outros (por serem mais jovens) eram impedidos de concorrer para manter os seus direitos profissionais…
Conseguiu copiar um modelo de avaliação do pessoal docente em que os professores têm de andar a bajular os capatazes e os directores para poderem continuar a pagar os empréstimos aos bancos. A senhora Ministra diz que os resultados da avaliação dos alunos só contam 6% na avaliação dos professores, mas as grelhas de objectivos e de avaliação dos docentes são centradas nos resultados dos alunos. Já para não falar nos outros 6% relativos ao abandono que nunca será da responsabilidade do professor…
Eu tenho a certeza de que os números serão muito positivos, mas o sucesso que a senhora Ministra conseguirá é o de entregar os diplomas a futuros cidadãos habituados a não fazer nada, pois haverá sempre um subsídio para receber ou um banco para assaltar.
É preciso agir para salvar a escola e a sociedade!
O paradigma do (in)sucesso deste governo...mais umas gerações liquidadas.
- Mensagens: 2819
- Registado: 23/1/2006 23:54
- Localização: Vila do Conde
Curiosamente e apesar de aparentemente impopular, este tipo de medida vai muito na direcção daquilo que os Finlandeses fazem:
In publico
Maria de Lurdes Rodrigues elogiou poder local
Ministra da Educação quer alargar responsabilidades das autarquias no ensino
11.09.2008 - 20h49 Lusa
A ministra da Educação disse hoje que as autarquias têm tido uma participação exemplar na modernização das escolas do primeiro ciclo e adiantou que o Governo pretende alargar esta responsabilidade dos municípios a outras áreas da educação. "Há muito tempo que os autarcas têm responsabilidades na área do primeiro ciclo e é nossa ambição alargar esta responsabilidade a outras áreas da educação para que outros problemas se possam resolver", disse Maria de Lurdes Rodrigues.
A governante falava aos jornalistas durante a inauguração da Escola Básica do primeiro ciclo da Ericeira, o sexto estabelecimento deste grau de ensino a ser inaugurado no concelho de Mafra esta semana. A Câmara Municipal de Mafra investiu 50 milhões de euros em parcerias com empresas privadas para inaugurar até Dezembro um total de dez escolas do primeiro ciclo.
Recebida na Ericeira por uma centena de pessoas, a ministra adiantou que este é um exemplo "da participação e co-responsabilização de autarcas e do governo em matérias de educação".
No final da inauguração, o presidente do Município, Ministro dos Santos, disse aos jornalistas que na hora de avançar com a construção das dez escolas o factor económico não foi o mais importante. "Arranjámos essa solução através da Mafra Educa, que é uma empresa onde a câmara possui 49 por cento do capital e os privados a maioria de 51 por cento e a quem a autarquia aluga os edifícios", explicou Ministro dos Santos.
Com esta solução, o autarca garante que em vez de "esperar pelos recursos do orçamento municipal ou pelos quadros comunitários de apoio para fazer uma escola por ano, assim são construídas dez em ano e meio". "As crianças não podem esperar", disse Ministro dos Santos.
In publico
Pessoal, a campanha para as proximas eleições está aí. Ora reparem:
Chumbos no básico e secundário atingiram este ano o valor mais baixo da última década
A taxa de chumbos no ensino básico e secundário atingiu, no ano lectivo 2007/08, o valor mais baixo da última década, com a maior diminuição a registar-se no terceiro ciclo, segundo dados do Ministério da Educação (ME).
A melhoria de resultados verificou-se em todos os níveis de ensino, com os números da retenção a descerem até aos 22,4 por cento no secundário (menos 3,5 pontos percentuais do que no ano anterior) e aos 8,3 por cento no básico (menos 2,5).
A maior queda registou-se no nono ano, onde os chumbos caíram 7,5 por cento, ficando-se pelos 14,3. A diferença pode ser explicada pela diminuição das negativas no exame nacional de Matemática do terceiro ciclo, que baixaram quase 30 pontos percentuais.
Na prova que a Associação de Professores de Matemática acusou este ano de ser demasiado fácil, 45 por cento dos alunos tiveram nota negativa, um resultado melhor do que o alcançado em 2006/07, quando 72,2 por cento dos estudantes tiveram o mesmo desempenho.
É no primeiro ciclo que a redução nos chumbos foi menor, 0,3 por cento, passando de 4,2 para 3,9 por cento. No entanto, o segundo ano destaca-se com uma taxa de retenção bastante superior, em relação aos restantes anos deste nível, de 7,4 por cento. “Há alguns problemas no segundo ano. Há muito trabalho a fazer”, reconheceu a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, citada pelo Correio da Manhã.
Mudança de ciclos de ensino implica aumento de chumbos
A análise dos dados permite ainda concluir que a transição entre ciclos de ensino constitui sempre um momento mais delicado para os estudantes, com os chumbos a aumentarem invariavelmente.
Do primeiro para o segundo ciclo, por exemplo, a taxa de retenção quase duplica (dos 4,6 por cento no quarto ano para os 8,4 no quinto ano). O mesmo acontece na transição para o terceiro ciclo, quando os chumbos atingem os 17,8 por cento no sétimo ano de escolaridade.
Os números mais negros da retenção verificam-se, no entanto, no ensino secundário, onde mais de um quinto dos estudantes fica retido.
Apesar disso, em declarações ao Correio da Manhã a ministra da Educação considerou que os novos dados “traduzem anos de intensa dedicação de todos, nem sempre nas melhores condições, em que cada um deu o melhor de si.”
fonte:publico
http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... id=1342095
Isso é o horário do primeiro ciclo quando não é possível ter "horário normal" (ou seja quando há mais turmas do que salas de aula).
Os horários a partir do 5º ano já são tendencialmente "de dia inteiro", até porque é melhor para os pais (transportes).
As actividades extra-curriculares acabam por ser "mais do mesmo", por exemplo o Inglês é mais uma aula que eles têm no fim do dia...
Os horários a partir do 5º ano já são tendencialmente "de dia inteiro", até porque é melhor para os pais (transportes).
As actividades extra-curriculares acabam por ser "mais do mesmo", por exemplo o Inglês é mais uma aula que eles têm no fim do dia...
- Mensagens: 494
- Registado: 30/11/2007 21:12
- Localização: Leiria
silvaxico Escreveu:Vai ver os horários e vês quanto tempo os miúdos passam dentro da sala de aula...
têm o horário normal sendo que o restante é preenchido por actividades extra curriculares onde podem conviver uns com os outros...
e não sei como é nas cidades mas aqui na minha zona os miúdos (do ciclo para a frente) vêm para casa depois do horário de escola! por exemplo, se só têm aulas de manhã, vêm para casa onde passam o resto da tarde...
ou se só têm aulas de tarde só chegam à escola para a 1ª hora da tarde não vêm de manhã...

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Camisa Roxa,
eu não defendo os furos. O que não defendo é ter os alunos fechados nas salas de aula 8 horas por dia.
Acho que durante o dia de aulas deve haver tempo para os alunos interagirem e terem actividade física. Não tenho nada contra se esse tempo fizer parte do horário dos alunos. E até acho que nesse tempo devem ser orientados por professores.
Agora, o que se passa actualmente é que falta aos alunos essa oportunidade de brincar. Que nós (pelo menos a maioria de nós) teve.
Actualmente os meninos saem de casa às 7 da manhã, estão enfiados dentro de salas até às 5 e chegam a casa lá pelas 19. Claro que à noite não têm nenhum tempo para conviverem com os colegas e claro que na Escola só o podem fazer se o fizerem durante as aulas (não há outro tempo livre, tirando eventualmente alguns minutos ao almoço).
Se acham que é assim que as crianças estão melhor...
Mais uma vez repito, não estou a defender os furos. Estou apenas a defender períodos em que os alunos tenham o direito de serem crianças (eles estão fechados na sala todo o dia, todos os dias).
eu não defendo os furos. O que não defendo é ter os alunos fechados nas salas de aula 8 horas por dia.
Acho que durante o dia de aulas deve haver tempo para os alunos interagirem e terem actividade física. Não tenho nada contra se esse tempo fizer parte do horário dos alunos. E até acho que nesse tempo devem ser orientados por professores.
Agora, o que se passa actualmente é que falta aos alunos essa oportunidade de brincar. Que nós (pelo menos a maioria de nós) teve.
Actualmente os meninos saem de casa às 7 da manhã, estão enfiados dentro de salas até às 5 e chegam a casa lá pelas 19. Claro que à noite não têm nenhum tempo para conviverem com os colegas e claro que na Escola só o podem fazer se o fizerem durante as aulas (não há outro tempo livre, tirando eventualmente alguns minutos ao almoço).
Se acham que é assim que as crianças estão melhor...
Mais uma vez repito, não estou a defender os furos. Estou apenas a defender períodos em que os alunos tenham o direito de serem crianças (eles estão fechados na sala todo o dia, todos os dias).
- Mensagens: 494
- Registado: 30/11/2007 21:12
- Localização: Leiria
silvaxico, realmente esse estudo é rídiculo e um pedaço de lixo...
Desde sempre existiram escolas cá e lá fora sem furos e os alunos nunca morreram por causa disso!
Queres outro exemplo desses estudos lindos?:
Desde sempre existiram escolas cá e lá fora sem furos e os alunos nunca morreram por causa disso!
Queres outro exemplo desses estudos lindos?:
Crianças deviam ter jogos de PlayStation nas escolas
"É urgente respeitar o brincar das crianças e reabilitar o sentido da actividade lúdica". Este é o alerta de uma investigadora da Universidade do Porto que deixa algumas propostas para as crianças descansarem do trabalho da "sala de aula".
Ora aí está. Com um sistema educativo quase perfeito como é o nosso, só nos falta cuidar de aspectos menos óbvios, mas cruciais para a felicidade e sabedoria das criancinhas portuguesas. E é a SONY, através da sua omnipresente PLAYSTATION, que nos pode resolver esses problemas. Pelo menos é o que diz uma investigadora do Porto, segundo notícia do "Expresso". Não há limites para a loucura, especialmente quando é coroada por um certificado universitário.
Mas também é preciso dizer que, neste como noutros casos, os nossos jornais são cúmplices do clima de hospício que se vive em Portugal. Sempre me encheu de mistério o critério de publicitação dos "estudos universitários" que é adoptado pela nossa comunicação social. Parece que está em funcionamento uma espécie de Lei de Gresham para o acesso dos "estudos universitários" aos megafones da comunicação social. Acaba-se assim por legitimar todos os acessos de loucura. Porque é de loucura que se trata. E não me venham com a conversa do Rousseau. O que é demais é demais.Fonte

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
canguru,
o que o estudo aponta é que os alunos deixaram de ter tempo para estarem uns com os outros, para conviverem.
Uma das razões (ainda não comprovada porque ainda não há dados suficientes) para o aumento da indisciplina na sala de aula poderá muito bem ser o facto de os alunos não terem tempo livre. Temos crianças fechadas em salas de aula 8 horas por dia...
Já se aponta como possibilidade para as aulas de substituição (que na prática não têm mais nenhuma utilidade que não seja manter os meninos dentro da sala) fazer com que sejam preenchidas com actividades de grupo. Claro que mais uma vez isso iria implicar dar formação aos professores (o treino deles é quase todo dedicado à parte de ensino, têm muito pouca preparação para animadores sociais, que é um papel que cada vez mais têm de desempenhar).
E quanto aos referees e abstracts e tal, tu nunca leste um artigo desses, pois não? É que dizem-se por lá (mesmo em revistas conceituadas) "barbaridades" bem piores...
o que o estudo aponta é que os alunos deixaram de ter tempo para estarem uns com os outros, para conviverem.
Uma das razões (ainda não comprovada porque ainda não há dados suficientes) para o aumento da indisciplina na sala de aula poderá muito bem ser o facto de os alunos não terem tempo livre. Temos crianças fechadas em salas de aula 8 horas por dia...
Já se aponta como possibilidade para as aulas de substituição (que na prática não têm mais nenhuma utilidade que não seja manter os meninos dentro da sala) fazer com que sejam preenchidas com actividades de grupo. Claro que mais uma vez isso iria implicar dar formação aos professores (o treino deles é quase todo dedicado à parte de ensino, têm muito pouca preparação para animadores sociais, que é um papel que cada vez mais têm de desempenhar).
E quanto aos referees e abstracts e tal, tu nunca leste um artigo desses, pois não? É que dizem-se por lá (mesmo em revistas conceituadas) "barbaridades" bem piores...

- Mensagens: 494
- Registado: 30/11/2007 21:12
- Localização: Leiria
Camisa Roxa,
Sabes porque é que esse aluno com 8 negativas passou de ano?
Uma amiga minha professora clarificou-me recentemente: um aluno com mais do que X (já não me lembro do numero) negativas obriga os professores a elaborarem um plano especifico de recuperação (só para esse aluno), aulas suplementares (~1 hora semanal a cada disciplina). A grande questão, e ela bem me o disse, “eu não estou para fazer planos e mais planos de recuperação para alunos e ter mais trabalho. Dou-lhe positiva ou voto (nas reuniões de avaliação) para passar!”
Estimado Silvaxico,
Sinceramente gosto deste tipo de “estudos”. Em primeiro lugar chamar a este tipo de trabalhos de opinião, “estudos” é no mínimo, de um humor refinado. Se esse autor tentasse publicar os resultados do seu “trabalhinho” numa revista ou jornal de referência na área da educação ou pedagogia, os referees (alguém que trabalha com essa revista, com trabalho académico relevante e que faz a selecção entre artigos inovadores e “trabalhinhos”) punham este “trabalhinho” na gaveta mal lessem o abstract (resumo).
Mas se fazer este tipo de trabalhinho é algo empobrecedor intelectualmente para quem o desenvolve, para quem o lê e interpreta de forma acrítica e acéfala (refiro-me ao jornalista que publica a peça) é esclarecedor sobre a sua integridade intelectual. O mínimo o que exijo no meu país é que não sejam intelectualmente desonestos (a todos, mas em especial a quem trabalha em meios de comunicação) e nem isso é feito!
Mas debrucemo-nos sobre as conclusões do autor acerca do seu “trabalhinho”:
José Manuel Gonçalves considera que os «malefícios das aulas de substituição [obrigatórias desde 2006] são deveras mais intensos do que os benefícios». Apesar de ter alguns benefícios, como os alunos estarem quase sempre ocupados, poderem estudar ou tirar dúvidas, estas aulas acarretam um aspecto negativo: os jovens deixarem de ter tempo para conviver.
Partindo desta premissa, concluímos que quantos mais os professores faltam, mais os alunos convivem, traduzindo-se isso num claro benefício académico e social para os alunos. No seu limite (os professores pura e simplesmente não aparecerem na escola) os alunos teriam notáveis performances académicas e fartas aptidões sociais. Notável!Os professores poderiam voltar aos mesmos índices de faltas do ano 2005 e os nossos alunos apreendiam elevadas competências na arte de bem conviver. Touché!
Até já estou a ver a Europa a olhar rendida para o êxito social que isso traduziria nas nossas crianças. Nessa altura exportaríamos essa ideia mundo fora...
Sabes porque é que esse aluno com 8 negativas passou de ano?
Uma amiga minha professora clarificou-me recentemente: um aluno com mais do que X (já não me lembro do numero) negativas obriga os professores a elaborarem um plano especifico de recuperação (só para esse aluno), aulas suplementares (~1 hora semanal a cada disciplina). A grande questão, e ela bem me o disse, “eu não estou para fazer planos e mais planos de recuperação para alunos e ter mais trabalho. Dou-lhe positiva ou voto (nas reuniões de avaliação) para passar!”
Estimado Silvaxico,
Sinceramente gosto deste tipo de “estudos”. Em primeiro lugar chamar a este tipo de trabalhos de opinião, “estudos” é no mínimo, de um humor refinado. Se esse autor tentasse publicar os resultados do seu “trabalhinho” numa revista ou jornal de referência na área da educação ou pedagogia, os referees (alguém que trabalha com essa revista, com trabalho académico relevante e que faz a selecção entre artigos inovadores e “trabalhinhos”) punham este “trabalhinho” na gaveta mal lessem o abstract (resumo).
Mas se fazer este tipo de trabalhinho é algo empobrecedor intelectualmente para quem o desenvolve, para quem o lê e interpreta de forma acrítica e acéfala (refiro-me ao jornalista que publica a peça) é esclarecedor sobre a sua integridade intelectual. O mínimo o que exijo no meu país é que não sejam intelectualmente desonestos (a todos, mas em especial a quem trabalha em meios de comunicação) e nem isso é feito!
Mas debrucemo-nos sobre as conclusões do autor acerca do seu “trabalhinho”:
José Manuel Gonçalves considera que os «malefícios das aulas de substituição [obrigatórias desde 2006] são deveras mais intensos do que os benefícios». Apesar de ter alguns benefícios, como os alunos estarem quase sempre ocupados, poderem estudar ou tirar dúvidas, estas aulas acarretam um aspecto negativo: os jovens deixarem de ter tempo para conviver.
Partindo desta premissa, concluímos que quantos mais os professores faltam, mais os alunos convivem, traduzindo-se isso num claro benefício académico e social para os alunos. No seu limite (os professores pura e simplesmente não aparecerem na escola) os alunos teriam notáveis performances académicas e fartas aptidões sociais. Notável!Os professores poderiam voltar aos mesmos índices de faltas do ano 2005 e os nossos alunos apreendiam elevadas competências na arte de bem conviver. Touché!
Até já estou a ver a Europa a olhar rendida para o êxito social que isso traduziria nas nossas crianças. Nessa altura exportaríamos essa ideia mundo fora...
Sim, fala-se muito das medidas que fazem os "malandros dos professores" "trabalhar mais", mas destas verdadeiras aberrações fala-se pouco.
Mas nem sei porque é que este caso é notícia, como este existirão muitos outros certamente. Sempre que há reuniões de avaliação a minha esposa chega "doente" a casa...
Mas nem sei porque é que este caso é notícia, como este existirão muitos outros certamente. Sempre que há reuniões de avaliação a minha esposa chega "doente" a casa...
- Mensagens: 494
- Registado: 30/11/2007 21:12
- Localização: Leiria
Na passada semana, o "Expresso" noticiou o caso de Luís, 15 anos, que passou para o 7.º com oito negativas e uma positiva (a Educação Física).


Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
As aulas de substituição são más
E esta?
Por outro lado é verdade que todos nós gostávamos muito de ter um "furo"...
Como será andar na escola sem nenhum furo? Será melhor para as crianças?
Por outro lado é verdade que todos nós gostávamos muito de ter um "furo"...

Como será andar na escola sem nenhum furo? Será melhor para as crianças?
As aulas de substituição para ocupar os «furos» dos alunos não deixam espaço para a socialização, alerta um especialista em Educação, que considera esta medida uma das «grandes falhas» da política do Ministério da Educação.
Autor do Livro «Escola e Cidadania - Contributo para repensar o ensino em Portugal» e mestre em Educação, na área de «História da Educação e da Pedagogia», José Manuel Gonçalves considera que os «malefícios das aulas de substituição [obrigatórias desde 2006] são deveras mais intensos do que os benefícios».
Apesar de ter alguns benefícios, como os alunos estarem quase sempre ocupados, poderem estudar ou tirar dúvidas, estas aulas acarretam um aspecto negativo: os jovens deixarem de ter tempo para conviver.
«Para quando fica a socialização entre alunos, a coesão de grupo? Para os míseros cinco ou dez minutos dos intervalos das aulas», questiona o professor de Filosofia e Psicologia da Escola Secundária de Fafe.
José Manuel Gonçalves tece ainda críticas ao facto de muitas vezes estas aulas serem leccionadas por professores de áreas completamente diferentes, o que causa algumas dificuldades aos docentes.
E contou o seu próprio caso que, «infelizmente», ficou «famoso» na Escola Secundária de Fafe.
«Eu sou professor de filosofia e psicologia e fui substituir um professor de Educação Física», começou por contar o professor, que toca realejo e viola.
Depois de perguntar quem queria jogar badmington ou basquetebol, houve alguns alunos que não quiseram e o professor, que não tinha grandes conhecimentos de Educação Física, mas sabia tocar realejo e viola, decidiu levá-los para o recinto escolar para «tocar e cantar».
«Infelizmente, fiquei famoso nas aulas de substituição porque tive de dar solução a um assunto muito melindroso», comentou.
A «etiquetagem» de professores titulares e não titulares é, para José Manuel Gonçalves, outra falha da reforma levada a cabo pelo Ministério da Educação, porque «propicia um clima de guerrilha, ou pelo menos, de guerra-fria», com afirmações género: «Faz tu, que és mais importante».
«Eu sei que não era isto que a ministra da Educação pretendia, mas na realidade virou os professores uns contra os outros», frisou.
Para este professor titular, esta distinção é «nefasta para quem vive no terreno escolar».
«Para quê hierarquizar assim os professores? Eu entendo os objectivos de tal medida, mas discordo quando aplicados ao meio escolar», sustentou.
José Manuel Gonçalves defende que «os bons professores não precisam de rótulos, porque se são de facto bons toda a comunidade escolar já o sabia muito antes de ter o rótulo na testa de professor titular».
Mas nem tudo é mau na perspectiva deste professor.
«Um aspecto que melhorou muito foi a criação das aulas de apoio. Desta forma, os menos ricos ou os pobres já não precisam tanto de recorrer a explicações», sublinhou à Lusa, defendendo que estas aulas devem ser de apoio pedagógico ou científico.
Para José Manuel Gonçalves, esta é «uma forma ainda que parca para atenuar as tão propaladas desigualdades sócio-culturais já que esta deve ser uma das funções da escola pública democrática».
- Mensagens: 494
- Registado: 30/11/2007 21:12
- Localização: Leiria
canguru Escreveu:Cá vão algumas considerações pessoais,
Escolas com remodelações sempre existiram e se assim continua é bom sinal. Todos nos recordamos como eram os edifícios escolares na década de 80 e apercebemo-nos da brutal diferença (não só dos edifícios mas igualmente da forma como se vão apetrechamento em termos de isolamento térmico, confortabilidade, material multimédia, bibliotecas, etc). Lembremo-nos que algo tão básico mas tão, tão essencial como a rede pré-escolar só teve o seu início em 1995. Até essa data, pura e simplesmente não existia pré-escolar público em Portugal (Cavaco quando apela a uma maior aposta no ensino deve ter vergonha do que não foi feito nessa matéria nos golden years da CEE). Guterres teve aí, porventura um dos poucos ao longo do seu mandato, um papel fulcral.
Actualmente, o nosso problema não está nos escassos recursos destinados a este ministério. Desde o OE de 1995 que o peso da Educação tem aumentado (para 2009 o OE vai aumentar em 10,8% as despesas de funcionamento e as de investimento crescer 3,4% (Fonte: Diário Económico)). A par da educação também a pasta da Ciência Tecnologia e Ensino Superior vai ser brindada com fartos aumentos. A meu ver os governantes não podem aumentar a contribuição (exigindo maior sacrifício aos contribuintes ou privando outras pastas) para este ou aquele sector sem exigir mais a quem lá trabalha. Nesse âmbito foi extremamente acertivo a introdução de aulas de substituição, passando parte do desleixo notório e propositado de uns a passar a ter consequências na escola!
Para finalizar, fiquei perplexo que ao ler as 27 páginas deste tópico não ter sido abordado (deve ter sido distracção minha) aquilo que considero a maior vergonha nacional e que traduz na íntegra o grande e fraterno país que somos: a taxa de abandono escolar. Em 2006 (atente-se que é 2006 e não 1956!) a percentagem de crianças que não completa a escolaridade mínima (9º ano) supera os 38%! Recordo que a média da UE a 25 está nos 15% sendo que em alguns deles a escolaridade mínima só é atingida no 12º ano.
38%! 38 Em cada 100 jovens não sabe o mínimo do mínimo. Um jovem que saia da escola nestas circunstâncias nunca saberá preencher um IRS, nunca saberá interpretar o que é a inflação, o que é um crédito e a sua TANB, nunca saberá nada de história, de língua portuguesa. Nem um mísero livro de uma escritora pimba saberá interpretar (no máximo vai conseguir ler a Maria)! Uma coisa é certa, se neste país se cumprissem leis, 38 em cada 100 jovens não poderia trabalhar nem tirar a carta.
Estes números ajudam-me bem a entender em que sociedade me movo (egoísta, incapaz de abdicar em prol dos outros e movidos pelo seu umbigo e pelo imediatismo dos seus interesses) e a pensar quantas vezes os professores ao longo de décadas e décadas se manifestaram com este problema.
P.S. – À luz desta verdadeira tragédia nacional acho lamentável e vergonhoso ver páginas deste tópico inundadas de questiúnculas acerca do sistema de avaliação dos professores.
canguru,
por certo não leste com atenção as 27 páginas deste tópico.
Na maioria delas o foco está na necessidade de se melhorar o nosso ensino por forma a que os alunos aprendam mais. O cerne da questão nunca foi a avaliação dos professores. O fundamental é que os alunos aprendam e é isso que parece que está a ser passado para segundo plano.
A questão do abandono escolar não foi abordada neste tópico porque não era esse o objectivo do mesmo. É uma questão muito complexa que passa por muito mais do que pela Escola.
- Mensagens: 494
- Registado: 30/11/2007 21:12
- Localização: Leiria
Re: SEMPRE fui avaliado...
devastador Escreveu:Justiça: 90% das reformas superiores a 5000 euros são de juízes.
Nunca ganhei uma hora extraordinária, nunca ganhei dinheiro se não for trabalhar e termino dizendo que não terei uma reforma de 5000 euros.
REVÊ BEM AS TUAS PRIORIDADES...adeus…
Bem, horas extradionárias fazem os juízes... e muitas. Presumo que nunca tenhas ido trabalhar ao fim-de-semana. Não conheço nenhum juiz que trabalhe apenas 5 dias por semana.
Ah e outra coisa: os juízes são TITULARES DE ÓRGÃOS DE SOBERANIA, durante toda a carreira (por vezes 40 anos ou mais).
Cumprimentos,
- Mensagens: 813
- Registado: 17/7/2008 13:21
- Localização: 16
Cá vão algumas considerações pessoais,
Escolas com remodelações sempre existiram e se assim continua é bom sinal. Todos nos recordamos como eram os edifícios escolares na década de 80 e apercebemo-nos da brutal diferença (não só dos edifícios mas igualmente da forma como se vão apetrechamento em termos de isolamento térmico, confortabilidade, material multimédia, bibliotecas, etc). Lembremo-nos que algo tão básico mas tão, tão essencial como a rede pré-escolar só teve o seu início em 1995. Até essa data, pura e simplesmente não existia pré-escolar público em Portugal (Cavaco quando apela a uma maior aposta no ensino deve ter vergonha do que não foi feito nessa matéria nos golden years da CEE). Guterres teve aí, porventura um dos poucos ao longo do seu mandato, um papel fulcral.
Actualmente, o nosso problema não está nos escassos recursos destinados a este ministério. Desde o OE de 1995 que o peso da Educação tem aumentado (para 2009 o OE vai aumentar em 10,8% as despesas de funcionamento e as de investimento crescer 3,4% (Fonte: Diário Económico)). A par da educação também a pasta da Ciência Tecnologia e Ensino Superior vai ser brindada com fartos aumentos. A meu ver os governantes não podem aumentar a contribuição (exigindo maior sacrifício aos contribuintes ou privando outras pastas) para este ou aquele sector sem exigir mais a quem lá trabalha. Nesse âmbito foi extremamente acertivo a introdução de aulas de substituição, passando parte do desleixo notório e propositado de uns a passar a ter consequências na escola!
Para finalizar, fiquei perplexo que ao ler as 27 páginas deste tópico não ter sido abordado (deve ter sido distracção minha) aquilo que considero a maior vergonha nacional e que traduz na íntegra o grande e fraterno país que somos: a taxa de abandono escolar. Em 2006 (atente-se que é 2006 e não 1956!) a percentagem de crianças que não completa a escolaridade mínima (9º ano) supera os 38%! Recordo que a média da UE a 25 está nos 15% sendo que em alguns deles a escolaridade mínima só é atingida no 12º ano.
38%! 38 Em cada 100 jovens não sabe o mínimo do mínimo. Um jovem que saia da escola nestas circunstâncias nunca saberá preencher um IRS, nunca saberá interpretar o que é a inflação, o que é um crédito e a sua TANB, nunca saberá nada de história, de língua portuguesa. Nem um mísero livro de uma escritora pimba saberá interpretar (no máximo vai conseguir ler a Maria)! Uma coisa é certa, se neste país se cumprissem leis, 38 em cada 100 jovens não poderia trabalhar nem tirar a carta.
Estes números ajudam-me bem a entender em que sociedade me movo (egoísta, incapaz de abdicar em prol dos outros e movidos pelo seu umbigo e pelo imediatismo dos seus interesses) e a pensar quantas vezes os professores ao longo de décadas e décadas se manifestaram com este problema.
P.S. – À luz desta verdadeira tragédia nacional acho lamentável e vergonhoso ver páginas deste tópico inundadas de questiúnculas acerca do sistema de avaliação dos professores.
Escolas com remodelações sempre existiram e se assim continua é bom sinal. Todos nos recordamos como eram os edifícios escolares na década de 80 e apercebemo-nos da brutal diferença (não só dos edifícios mas igualmente da forma como se vão apetrechamento em termos de isolamento térmico, confortabilidade, material multimédia, bibliotecas, etc). Lembremo-nos que algo tão básico mas tão, tão essencial como a rede pré-escolar só teve o seu início em 1995. Até essa data, pura e simplesmente não existia pré-escolar público em Portugal (Cavaco quando apela a uma maior aposta no ensino deve ter vergonha do que não foi feito nessa matéria nos golden years da CEE). Guterres teve aí, porventura um dos poucos ao longo do seu mandato, um papel fulcral.
Actualmente, o nosso problema não está nos escassos recursos destinados a este ministério. Desde o OE de 1995 que o peso da Educação tem aumentado (para 2009 o OE vai aumentar em 10,8% as despesas de funcionamento e as de investimento crescer 3,4% (Fonte: Diário Económico)). A par da educação também a pasta da Ciência Tecnologia e Ensino Superior vai ser brindada com fartos aumentos. A meu ver os governantes não podem aumentar a contribuição (exigindo maior sacrifício aos contribuintes ou privando outras pastas) para este ou aquele sector sem exigir mais a quem lá trabalha. Nesse âmbito foi extremamente acertivo a introdução de aulas de substituição, passando parte do desleixo notório e propositado de uns a passar a ter consequências na escola!
Para finalizar, fiquei perplexo que ao ler as 27 páginas deste tópico não ter sido abordado (deve ter sido distracção minha) aquilo que considero a maior vergonha nacional e que traduz na íntegra o grande e fraterno país que somos: a taxa de abandono escolar. Em 2006 (atente-se que é 2006 e não 1956!) a percentagem de crianças que não completa a escolaridade mínima (9º ano) supera os 38%! Recordo que a média da UE a 25 está nos 15% sendo que em alguns deles a escolaridade mínima só é atingida no 12º ano.
38%! 38 Em cada 100 jovens não sabe o mínimo do mínimo. Um jovem que saia da escola nestas circunstâncias nunca saberá preencher um IRS, nunca saberá interpretar o que é a inflação, o que é um crédito e a sua TANB, nunca saberá nada de história, de língua portuguesa. Nem um mísero livro de uma escritora pimba saberá interpretar (no máximo vai conseguir ler a Maria)! Uma coisa é certa, se neste país se cumprissem leis, 38 em cada 100 jovens não poderia trabalhar nem tirar a carta.
Estes números ajudam-me bem a entender em que sociedade me movo (egoísta, incapaz de abdicar em prol dos outros e movidos pelo seu umbigo e pelo imediatismo dos seus interesses) e a pensar quantas vezes os professores ao longo de décadas e décadas se manifestaram com este problema.
P.S. – À luz desta verdadeira tragédia nacional acho lamentável e vergonhoso ver páginas deste tópico inundadas de questiúnculas acerca do sistema de avaliação dos professores.
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: aaugustobb_69, Google [Bot], Jonas74, jprgodinho, Manchini888, Mr.Warrior, MR32, OCTAMA, Pmart 1, Tiago2006, yggy e 193 visitantes