Off -Topic: Portugueses são os menos produtivos da Europa
ptmasters Escreveu: E mais lhe informo que, se tiver um bom funcionário que funcione bem, mais cedo ou mais tarde perde-o naturalmente.
Nunca me aconteceu... simplesmente porque já tenho trabalhadores que me demonstraram resultados que permitem que os considere muito bons trabalhadores... e esses, levam todos os anos para casa mais 15% ou 20% do que no ano anterior. Nada mau para aumento salarial...
Num negócio relativamente pequeno sem grandes perspectivas de longo prazo que seja suportado pelo "One Man Show", até posso acreditar que isso resulte.
Agora se tiver uma estrura hierárquica e não arranjar bons exemplos, apesar de não faltar no salário, mas pode falhar no envolvimento e no compromisso / entrega, que mensagem vão passar para os restantes colaboradores?
Completamente de acordo. O Patrão não pode ficar a dormir até ao meio-dia se exige que os trabalhadores lá estejam desde as 8:00. Dá sempre a impressão que o dinheiro que se faz de manhã devia só ser distribuído pelos trabalhadores, porque o Patrão é um "chulo".
Nisso, 100% de acordo.
A consciência de estarmos num sítio que valoriza os colaboradores enquanto pessoas, compromete-os e responsabiliza-os, e faz com que possa contar com eles em qualquer momento de maior aflição / flexíveis, e não troque o local onde trabalha por meia dúzia de tostões.
1 ab
Novamente, 100% de acorod. Mas apenas quando se trata de uns tostões. Se estivermos a falar de duplicação de ordenado todos os anos, quero lá saber o exemplo que o patrão me dá (falo por experiência própria).
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Atomez Escreveu:Os "nossos" trabalhadores não são muito diferentes dos outros países.
Há claramente algumas diferenças culturais e de atitude de toda a sociedade, mas quanto a isso há que viver como que temos.
A dimensão da diferença é a mesma entre os nossos gestores e os outros gestores, entre os nosso políticos e os outros políticos.
Quanto a isso, há que viver com o que temos.
Atomez Escreveu:O que quero dizer é que os "nossos" lideres não sabem, ou não querem, liderar e orientar de um modo adequado que resulte com as pessoas com as características que temos.
E os "nossos" trabalhadores não querem acatar, evoluir ou adaptar-se às medidas que lhes são propostas.
Seguramente que se uma classe está à espera de medidas que se adaptem a eles, não evoluírão e o país não sairá da cepa torta.
Evoluir é adaptar-se.
Atomez Escreveu:Um bom lider é aquele que sabe liderar a massa humana que tem à disposição. Se não, não é lider sequer.
Um bom seguidor é aquele que sabe reconhecer a vantagem e a necessidade em se adaptar, mesmo que não goste particularmente da mudança (se bem que o facto de não gostar, em muitos casos, é já um forte indício da sua má qualidade enquanto seguidor).
Não se fazem omoletes sem ovos.
Um péssimo cozinheiro faz más omoletes com os melhores ovos do mundo, um bom cozinheiro faz péssimas omoletes com ovos chocos.
Para fazer uma boa omolete é preciso um bom cozinheiro e bons ovos.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Atomez Escreveu:Ou seja, os lideres não o são. Ou não exercem.
E os nossos trabalhadores não "acatam", não "obedecem", não "produzem", não "evoluem".
Os "nossos" trabalhadores não são muito diferentes dos outros países.
Há claramente algumas diferenças culturais e de atitude de toda a sociedade, mas quanto a isso há que viver como que temos.
O que quero dizer é que os "nossos" lideres não sabem, ou não querem, liderar e orientar de um modo adequado que resulte com as pessoas com as características que temos.
Um bom lider é aquele que sabe liderar a massa humana que tem à disposição. Se não, não é lider sequer.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Flying Turtle Escreveu:Despedimento é um conceito que não se aplica a prestadores de serviços. O que tem o pagar em dinheiro a ver com isto? Reitero que a forma de pagamento nada tem a ver com o vínculo contratual - a não ser que "pagar em dinheiro" signifique fugir às obrigações legais aplicáveis, que também as há nas prestações de serviços como ceretamente sabes.
Claro que não... na verdade, analisando-o como um conceito jurídico, o despedimento consiste na resolução de um contrato de trabalho, i. é., no último acto da relação jurídico-laboral.
Por seu lado, a cessação de um contrato de prestação de serviços não consiste num despedimento mas apenas numa resolução ou denúncia contratual, cuja forma deve respeitar o princípio do consensualismo.
Como vês, posso ser técnico o suficiente, pois tenho formação especializada para tal. Apenas considero que, sendo este um fórum de bolsa e não um fórum jurídico, devo explicitar-me da forma mais compreensível para todos.
Quanto ao pagamento ser realizado em dinheiro, é certo que tal não justifica a relação laboral, nem por outro lado o incumprimento das obrigações legais que impendem sobre ambos os contraentes. Apenas foi referido, na medida em que dificulta eventuais acções judiciais de reconhecimento de um contrato de trabalho (que é, inexistente, mas no Direito nada é certo, contrariamente ao que muitas vezes se pretende demonstrar perante o leigo jurídico). É apenas uma salvaguarda relativa ao ónus probatório processual.
De novo, a flexisegurança tem a ver com contratos de trabalho e não de prestação de serviços...
E por último repara que a tua intervenção, onde fizeste as interessantes afirmações acima, surgiu em reacção ao argumento de que "melhores salários e regalias são úteis para motivar os trabalhadores numa organização" que, por sua vez, procurava complementar uma outra afirmação de que "o que falta em Portugal é organização e gestão organizada.
Ainda achas que tem tudo a ver? Ok, tudo bem, eu não vou gastar o meu tempo a tentar convencer-te do contrário...
FT
Flexisegurança: se existisse talvez deixassem de ser apenas prestadores de seriços, com a inerente insegurança financeira daí resultante, para passarem a ser TRABALHADORES;
A minha intervenção é por completo adequada ao tema de "melhores salários e regalias são úteis para motivar os trabalhadores". De facto, essa afirmação vinha expressa no sentido de que os salários e regalias deviam ser melhores. O que eu penso e executo nos meus negócios é que os salários e regalias não devem ser antecipados aos resultados como forma de motivar os trabalhadores (aqui utilizado sem rigor técnico-científico - para não deixar dúvidas). Pelo contrário, a motivação deve resultar dos próprios resultados, na medida em que determinam melhores salários e regalias. Ou seja, devem ser os resultados/motivação que criam melhores salários e não o contrário. Esta é a minha forma de ver o Mundo e sempre assim pensei, mesmo quando trabalhava por conta de outrem (com contrato de trabalho ou com contrato de prestação de serviços - semiverdadeiro que era esse contrato porque na verdade existia total subordinação como se num contrato de trabalho se tratasse).
Por último, nunca desistas... é sempre bom entender os outros e "obrigar" a que os outros nos entendam...
Só vale desistir quando não nos queremos fazer entender ou quando não queremos entender o que os outros nos oferecem.
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Martins_Braz Escreveu:ptmasters Escreveu:Cabe aos gestores e políticos serem exemplos e modelos a seguir, ao fim ao cabo, são eles pagos para isso.
É a função deles...
aaaaaa, por falar em função, os trabalhadores não são pagos para desempenhar a sua função?
Apenas um bom trabalhador pode criticar um mau gestor...
... do mesmo modo que apenas um bom gestor pode criticar um mau trabalhador.
Agora, se o gestor for também dono da empresa... então apenas ele pode "criticar" toda a gente, porque é dele. E quem está mal muda-se (fiz isso muitas vezes).
Sem dúvida que são pagos para desempenharem a função, mas quando se resume a gestão de RH a isso, posso dizer-lhe que isso é muito redutor. E mais lhe informo que, se tiver um bom funcionário que funcione bem, mais cedo ou mais tarde perde-o naturalmente.
Num negócio relativamente pequeno sem grandes perspectivas de longo prazo que seja suportado pelo "One Man Show", até posso acreditar que isso resulte.
Agora se tiver uma estrura hierárquica e não arranjar bons exemplos, apesar de não faltar no salário, mas pode falhar no envolvimento e no compromisso / entrega, que mensagem vão passar para os restantes colaboradores?
A consciência de estarmos num sítio que valoriza os colaboradores enquanto pessoas, compromete-os e responsabiliza-os, e faz com que possa contar com eles em qualquer momento de maior aflição / flexíveis, e não troque o local onde trabalha por meia dúzia de tostões.
1 ab
O que é um cínico? É aquele que sabe o preço de tudo, mas que não sabe o valor de nada.
ptmasters Escreveu:Cabe aos gestores e políticos serem exemplos e modelos a seguir, ao fim ao cabo, são eles pagos para isso.
Ptmasters, espero que não leves a mal, mas esta é para mim uma das perfeitas manifestações do corolário de que falo.
Façam vocês primeiro e depois nós vamos atrás. Cá está uma classe social inteira a colocar o fardo da responsabilidade (neste caso o exemplo, o fazer primeiro o sacríficio) para outra classe.
"O problema são vocês, quando vocês derem o exemplo nós vamos atrás feitos meninos bonitos."
Claro está que podes dizer isso munido das melhores intenções mas para mim, essa é a manifestação da razão porque o país está onde está.
Enquanto o país estiver a alegar retoricamente que fará melhor quando o outro fizer melhor mas na prática a lutar contra toda e qualquer reforma que lhe pareça que no imediato o prejudica, continuaremos a estar exactamente onde estamos. Na cauda da Europa em produtividade, qualidade de vida, etc...
E à frente em telemóveis, jipes, carros de alta cilindrada, etc...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 29/8/2008 18:39, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Embora concorde com o Marco em grande medida, esta discussão da produtividade em Portugal está sempre inquinada com as comparações.
Temos por norma a mania de comparar e "lá fora" é sempre melhor, mas temos dados concretos disto? Temos aqui alguém que possa fazer por experiência própria a comparação?
Eu tive o prazer de trabalhar como muitos estrangeiros e pelo que vivi, não os vi serem melhores que nós em produtividade, mais tenho vários relatos de colegas que trabalharam na Alemanha e eles não trabalham mais que nós, mas trabalham mais focalizados e são muito rigorosos nos planeamentos, essa será a principal diferença.
Lá fora eles saem cedo, a sexta feira em muitos paises não se trabalha depois das 4.
As lojas de rua na Bélgica fecham as 18h e as pessoas tem tempo de lá ir... etc..
Organização é o que falta. Mas a mesma não pode ser só imputada a quem manda, mas tb aquem obdece...
PS - Donos despotas é o que temos mais por cá. Que não percebem a diferença entre gerar valor e enriquecer as custas dos outros. Por isso é que tantas pessoas sonham com o negócio próprio mas em contra partida não arriscam...
Temos por norma a mania de comparar e "lá fora" é sempre melhor, mas temos dados concretos disto? Temos aqui alguém que possa fazer por experiência própria a comparação?
Eu tive o prazer de trabalhar como muitos estrangeiros e pelo que vivi, não os vi serem melhores que nós em produtividade, mais tenho vários relatos de colegas que trabalharam na Alemanha e eles não trabalham mais que nós, mas trabalham mais focalizados e são muito rigorosos nos planeamentos, essa será a principal diferença.
Lá fora eles saem cedo, a sexta feira em muitos paises não se trabalha depois das 4.
As lojas de rua na Bélgica fecham as 18h e as pessoas tem tempo de lá ir... etc..
Organização é o que falta. Mas a mesma não pode ser só imputada a quem manda, mas tb aquem obdece...
PS - Donos despotas é o que temos mais por cá. Que não percebem a diferença entre gerar valor e enriquecer as custas dos outros. Por isso é que tantas pessoas sonham com o negócio próprio mas em contra partida não arriscam...
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Martins_Braz Escreveu:Flying Turtle Escreveu:Martins_Braz, dizes agora basicamente que tens contratos de prestação de serviços com essas pessoas, que são aliás juristas mais que medianos. Muito bem! Mas então o que tinhas escrito antes não tem nada a ver, desculpa que te diga...
FT
Não tem nada a ver como? Porque não são trabalhadores e sim prestadores de serviço? O conceito "trabalhador" apenas foi eleito para contrapor ao de "empregado".
Por favor, esclarece-me a dúvida que não entendi!!
P.S.: contratos de prestação de serviços também não formais/escritos.
Martins_Braz Escreveu:pago o ordenado em dinheiro. Ter contratos de trabalho em que não é possível o despedimento de quem molengue não é para mim
Despedimento é um conceito que não se aplica a prestadores de serviços. O que tem o pagar em dinheiro a ver com isto? Reitero que a forma de pagamento nada tem a ver com o vínculo contratual - a não ser que "pagar em dinheiro" signifique fugir às obrigações legais aplicáveis, que também as há nas prestações de serviços como ceretamente sabes.
Martins_Braz Escreveu:Talvez se permitissem a flexisegurança na sua plenitude, então este trabalho precário que eu dou a 2 pessoas pudesse converter-se num trabalho mais estável
De novo, a flexisegurança tem a ver com contratos de trabalho e não de prestação de serviços...
E por último repara que a tua intervenção, onde fizeste as interessantes afirmações acima, surgiu em reacção ao argumento de que "melhores salários e regalias são úteis para motivar os trabalhadores numa organização" que, por sua vez, procurava complementar uma outra afirmação de que "o que falta em Portugal é organização e gestão organizada.
Ainda achas que tem tudo a ver? Ok, tudo bem, eu não vou gastar o meu tempo a tentar convencer-te do contrário...
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Atomez Escreveu:
(...)
Só que há ume diferença entre os "lideres" empresariais e políticos e o resto de nós -- eles têm o poder para orientar e gerir o trabalho dos outros.
Por isso é que os trabalhadores portugueses vão para a Alemanha ou Luxemburgo ou Irlanda ou EUA e são tão ou mais produtivos que os de lá, porque têm gestores e uma organização de trabalho de outro nível.
Continuo a achar que o problema cá é que a suposta élite empresarial, política, intelectual que temos é de baixo nível em geral.
(...)
E eu continuo a discordar dessa perspectiva.
Como já alguém disse, o problema de Portugal é... estar cheio de portugueses.
Os trabalhadores portugueses fariam melhor com outros líderes. E os nossos líderes fariam melhor com outros trabalhadores!
Não há diferença nenhuma, porque sempre que se tenta mudar algo para melhor, as resistências e anti-corpos são mais do que muitos. É pura ilusão (na minha opinião) pensar que o mal é deste ou daquele grupo. O mal é de todos e se fosse possível mudar cada um dos grupos por inteiro de uma só vez, o país avançaria para melhor (pelo menos nestas áreas que estamos a discutir)...
Os portugueses no estrangeiro estão isolados, não podem defender interesses individuais quando os outros individuos não se identificam com esses interesses nem podem defender os interesses corporativos de corporações que não existem. É simples (na minha opinião, é claro, que vale o que vale).
Continuo a dizer que o problema é de todos muito embora cada facção não o queira admitir e remeta para os outros a culpa do problema. Como já disse, esse não é mais do que um corolário da mentalidade dominante...
Atomez Escreveu:Ou seja, os lideres não o são. Ou não exercem.
E os nossos trabalhadores não "acatam", não "obedecem", não "produzem", não "evoluem".
Eu não estou a negar que os problemas que apontas não existam, estou a dizer que esses problemas têm paralelo no resto da população e que o problema é de todos...
Os portugueses na Alemanha podem produzir muito.
Mas há aqui dois pontos que não podem ser ignorados e que na minha opinião tornam o teu argumento ilibador da classe falacioso:
> 1: A Alemanha não está cheia de portugueses;
> 2: O emigrante é quase por definição alguém que não está bem com o país e que movido por algum ou muito espírito empreendedor procura algo melhor. Em certa medida é (quase) sempre alguém que não se revê no país.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Bem, o que vejo mais (na minha área - Engenharia) são bons trabalhadores a emigrarem, sendo que muitas vezes são aliciados pelos empregadores estrangeiros - nem sequer parte deles a iniciativa.
Chegamos a um estado de coisas em que Portugal gasta imenso dinheiro a formar bons profissionais em áreas tecnológicas e depois eles vão produzir riqueza para outro país. E não costumo ouvir queixas lá fora dos trabalhadores portugueses, sejam eles da antiga ou da nova vaga de emigração.
Quanto aos nossos gestores, eu não conheço a situação - mas parece-me (apenas opinião) que não há tanta emigração como nas engenharias.
É engraçado como quando as Multinacionais se instalam cá, normalmente trazem alguns gestores de fora... só para reflexão...
Mas como alguém disse atrás, o problema está mais "naquilo" que produzimos do que no "como" o produzimos. Enquanto um trabalhador português faz 1000 pares de sapatos numa semana, um alemão faz um BMW... qual dos dois teve maior produtividade ?
Chegamos a um estado de coisas em que Portugal gasta imenso dinheiro a formar bons profissionais em áreas tecnológicas e depois eles vão produzir riqueza para outro país. E não costumo ouvir queixas lá fora dos trabalhadores portugueses, sejam eles da antiga ou da nova vaga de emigração.
Quanto aos nossos gestores, eu não conheço a situação - mas parece-me (apenas opinião) que não há tanta emigração como nas engenharias.
É engraçado como quando as Multinacionais se instalam cá, normalmente trazem alguns gestores de fora... só para reflexão...
Mas como alguém disse atrás, o problema está mais "naquilo" que produzimos do que no "como" o produzimos. Enquanto um trabalhador português faz 1000 pares de sapatos numa semana, um alemão faz um BMW... qual dos dois teve maior produtividade ?
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ptmasters Escreveu:Cabe aos gestores e políticos serem exemplos e modelos a seguir, ao fim ao cabo, são eles pagos para isso.
É a função deles...
aaaaaa, por falar em função, os trabalhadores não são pagos para desempenhar a sua função?
Apenas um bom trabalhador pode criticar um mau gestor...
... do mesmo modo que apenas um bom gestor pode criticar um mau trabalhador.
Agora, se o gestor for também dono da empresa... então apenas ele pode "criticar" toda a gente, porque é dele. E quem está mal muda-se (fiz isso muitas vezes).
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Martins_Braz Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:O problema está em todos nós.
Os gestores queixam-se dos trabalhadores, pedem/sugerem salários mais baixos, etc.
Os trabalhadores queixam-se dos gestores, pedem/sugerem salários mais altos, etc.
O problema está em todos, porque quer gestores, quer trabalhadores guiam-se pelos princípios e seguem a mesmíssima mentalidade (adaptada claro está à circunstância específica de cada um).
(...)
em Portugal pensa-se no imediato em detrimento do longo-prazo.
(...)
surge um terceiro mal, sucedâneo, que é o de por sempre a culpa nos outros, os outros é que são os maus da fita.
!00% de acordo
Cabe aos gestores e políticos serem exemplos e modelos a seguir, ao fim ao cabo, são eles pagos para isso.
Na gestão de recursos, sempre aprendi algo, tens de arranjar um modelo / exemplo para os teus colaboradores seguirem. Desta forma nãp só és produtivo, como arranjas alternativas e podes proporcionar outras oportunidades a quem lidera.
1 ab
O que é um cínico? É aquele que sabe o preço de tudo, mas que não sabe o valor de nada.
MarcoAntonio Escreveu:Atomez Escreveu:É claro que tudo isto é consequência da mediocre capacidade de gestão e liderança dos gestores, empresários e lideres políticos.
Eu não concordo com esta perspectiva, tanto mais que os líderes políticos, empresários e gestores são portugueses como os outros, vivem no mesmo contexto cultural e partilham da mesma herança genética.
O problema está em todos nós.
Totalmente de acordo!
Só que há ume diferença entre os "lideres" empresariais e políticos e o resto de nós -- eles têm o poder para orientar e gerir o trabalho dos outros.
Por isso é que os trabalhadores portugueses vão para a Alemanha ou Luxemburgo ou Irlanda ou EUA e são tão ou mais produtivos que os de lá, porque têm gestores e uma organização de trabalho de outro nível.
Continuo a achar que o problema cá é que a suposta élite empresarial, política, intelectual que temos é de baixo nível em geral.
Ou seja, os lideres não o são. Ou não exercem.
Claro que há excepções, mas são muito poucas e esparsas. Normalmente as excepções põem-se é a andar daqui para fora...
Hummm... mas o que é que eu estou aqui a fazer????
É o clima, senhores, é o clima!
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MarcoAntonio Escreveu:O problema está em todos nós.
Os gestores queixam-se dos trabalhadores, pedem/sugerem salários mais baixos, etc.
Os trabalhadores queixam-se dos gestores, pedem/sugerem salários mais altos, etc.
O problema está em todos, porque quer gestores, quer trabalhadores guiam-se pelos princípios e seguem a mesmíssima mentalidade (adaptada claro está à circunstância específica de cada um).
(...)
em Portugal pensa-se no imediato em detrimento do longo-prazo.
(...)
surge um terceiro mal, sucedâneo, que é o de por sempre a culpa nos outros, os outros é que são os maus da fita.
!00% de acordo
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Atomez Escreveu:É claro que tudo isto é consequência da mediocre capacidade de gestão e liderança dos gestores, empresários e lideres políticos.
Eu não concordo com esta perspectiva, tanto mais que os líderes políticos, empresários e gestores são portugueses como os outros, vivem no mesmo contexto cultural e partilham da mesma herança genética.
O problema está em todos nós.
Os gestores queixam-se dos trabalhadores, pedem/sugerem salários mais baixos, etc.
Os trabalhadores queixam-se dos gestores, pedem/sugerem salários mais altos, etc.
O problema está em todos, porque quer gestores, quer trabalhadores guiam-se pelos princípios e seguem a mesmíssima mentalidade (adaptada claro está à circunstância específica de cada um).
Eu costumo dizer que se fizermos este exercício (meramente académico) de trocar as peças de lugar (por os gestores no lugar dos trabalhadores e os trabalhadores no lugar dos gestores) tudo continuaria na mesma.
Em Portugal, lamento dizê-lo porque não sou propriamente um crítico crónico do país que se queixa de tudo e mais alguma coisa, sofremos de um par de males que nos leva a que tenhamos este tipo de prestação a nível internacional: em Portugal pensa-se em si (no indivíduo ou quanto muito no grupo a que se pertence) em detrimento da comunidade como um todo; em Portugal pensa-se no imediato em detrimento do longo-prazo.
É uma perspectiva puramente empírica com base na observação da realidade do país ao longo de cerca de duas décadas. Sou forçado a concluir que o mal está em todo o lado (gestores e trabalhadores) e que se deve a um problema cultural demasiado abrangente para ser reduzido a um grupo específico.
Finalmente e como uma espécie de corolário dessa mesma mentalidade, surge um terceiro mal, sucedâneo, que é o de por sempre a culpa nos outros, os outros é que são os maus da fita. Sejam os outros os funcionários públicos ou os polícias ou os professores ou os políticos. Fala-se de grupos específicos como se fossem distintos do resto da sociedade mas até por análise destas queixas crónicas ao estilo de fogo cruzado eu chego à conclusão que é tudo feito da mesma massa.
A diferença é só o sítio onde estão.
Mas todos se guiam pelos mesmos princípios: "o melhor para mim e já". Os problemas/obstáculos, esses tendem a ser resolvidos segundo a mesma lógica, a lógica de contornar o problema da forma mais simples e imediatista mesmo que a prazo traga piores resultados.
Ninguém (trabalhadores ou gestores) quer fazer sacrifícios para benefício de todos ou para benefícios a prazo.
É assim que vejo o nosso país e é assim que vejo a situação crónica do país (vulgo "não sair da cepa torta").
Claro está que, como em tudo, há excepções. Mas eu falo aqui obviamente daquilo que entendo como sendo a mentalidade dominante.
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 29/8/2008 18:07, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
rmachado Escreveu:
Mas devias corrigir o "os meus trabalhadores" pois na prática não os tens, tens pessoas que desempenham trabalhos para ti e que são pagos mediante estes, logo eles proprios tb podem fazer o que lhes apeteça desde que façam o que tu lhe pagas para fazer.
trabalham em exclusividade para mim...
o conceito de trabalhador que usei encontra-se explicado no meu post anterior (resposta ao FT).
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Flying Turtle Escreveu:Martins_Braz, dizes agora basicamente que tens contratos de prestação de serviços com essas pessoas, que são aliás juristas mais que medianos. Muito bem! Mas então o que tinhas escrito antes não tem nada a ver, desculpa que te diga...
FT
Não tem nada a ver como? Porque não são trabalhadores e sim prestadores de serviço? O conceito "trabalhador" apenas foi eleito para contrapor ao de "empregado".
Por favor, esclarece-me a dúvida que não entendi!!
P.S.: contratos de prestação de serviços também não formais/escritos.
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Ainda há pouco estive na Irlanda, que diz aí nos gráficos que tem mais do dobro de GDP produzido por hora de trabalho que Portugal, e vê-se que as tecnologias que usam são idênticas às de cá, eles não trabalham o dobro, e ao fim do dia vão todos emborcar litros de Guiness para o Temple Bar...
A produtividade mede-se em valor, não em quantidade de coisas produzidas.
A principal razão da baixa produtividade em Portugal é que os produtos e serviços produzidos são de baixo valor acrescentado
Outros factores são as tecnologias utilizadas, grau de formação dos trabalhadores, organização do trabalho, métodos de gestão. Nessas estamos abaixo dos outros países europeus, mas a diferença não é assim tão grande como isso para justificar um tão grande gap de produtividade.
É claro que tudo isto é consequência da mediocre capacidade de gestão e liderança dos gestores, empresários e lideres políticos.
A produtividade mede-se em valor, não em quantidade de coisas produzidas.
A principal razão da baixa produtividade em Portugal é que os produtos e serviços produzidos são de baixo valor acrescentado
Outros factores são as tecnologias utilizadas, grau de formação dos trabalhadores, organização do trabalho, métodos de gestão. Nessas estamos abaixo dos outros países europeus, mas a diferença não é assim tão grande como isso para justificar um tão grande gap de produtividade.
É claro que tudo isto é consequência da mediocre capacidade de gestão e liderança dos gestores, empresários e lideres políticos.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Ok. Já percebi.
Claro que o tempo que usas, usas como quiseres.
Mas devias corrigir o "os meus trabalhadores" pois na prática não os tens, tens pessoas que desempenham trabalhos para ti e que são pagos mediante estes, logo eles proprios tb podem fazer o que lhes apeteça desde que façam o que tu lhe pagas para fazer.
PS - Nunca quis dizer que cometias qq tipo de ilegalidade apenas fiquei curioso com o que disseste.
PS1 - Se precisar de um jurista estou a ver que tenho de falar contigo.
Claro que o tempo que usas, usas como quiseres.
Mas devias corrigir o "os meus trabalhadores" pois na prática não os tens, tens pessoas que desempenham trabalhos para ti e que são pagos mediante estes, logo eles proprios tb podem fazer o que lhes apeteça desde que façam o que tu lhe pagas para fazer.
PS - Nunca quis dizer que cometias qq tipo de ilegalidade apenas fiquei curioso com o que disseste.
PS1 - Se precisar de um jurista estou a ver que tenho de falar contigo.
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Flying Turtle Escreveu:Martins_Braz Escreveu:passo o tempo que quero a fazer o que quero, porque ninguém está a pagar o tempo que eu estou à janela a fumar, no WC ou ainda a ler foruns
Podendo até ser verdade, não deixa de ser um excelente incentivo para os trabalhadores...Martins_Braz Escreveu:pago o ordenado em dinheiro. Ter contratos de trabalho em que não é possível o despedimento de quem molengue não é para mim
Devemos então depreender que se trata de relações de trabalho à margem da lei - sem contrato, eventualmente sem descontos para o IRS e/ou contribuições para a segurança social... tudo por baixo da mesa? - porque em si mesmo, pagar em dinheiro, cheque ou transferência bancária nada tem a ver com a natureza do vínculo laboral.
Quem sabe se um dia um trabalhador teu resolve perder uns euritos enquanto lê aqui o Caldeirão e de repente descobre que pode ganhar um contrato de trabalho sem termo com uma simples denúncia, com o prémio de ainda te arranjar uma valentíssima dor de cabeça (legal e não só) e um bom rombo no bolso...
Claro que posso ser eu só a ver filmes...
FT
1.º : os trabalhadores estão a muitos km de mim... além do que trabalho cerca de 12 horas por dia, pelo que posso dar-me aos luxos que bem entender;
2.º : Tens uma noção errada sobre o ónus probatório de um contrato de trabalho bem como sobre a relação entre um contrato de trabalho não formal (vulgo, não escrito) e o contrato de prestação de serviços, nomeadamente, pela característica da subordinação;
Por último, penso que não precisam de ir consultar foruns para se informarem dos seus direitos... até porque são todos juristas (mais que medianos).
P.S.: além de nunca ter dito que trabalhavam 40 horas por semana para se encontrarem sujeitos ao salário mínimo nacional... i. é., se fossem titulares de contratos de trabalho, o que não são, nem poderiam ser.
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Martins_Braz Escreveu:passo o tempo que quero a fazer o que quero, porque ninguém está a pagar o tempo que eu estou à janela a fumar, no WC ou ainda a ler foruns
Podendo até ser verdade, não deixa de ser um excelente incentivo para os trabalhadores...
Martins_Braz Escreveu:pago o ordenado em dinheiro. Ter contratos de trabalho em que não é possível o despedimento de quem molengue não é para mim
Devemos então depreender que se trata de relações de trabalho à margem da lei - sem contrato, eventualmente sem descontos para o IRS e/ou contribuições para a segurança social... tudo por baixo da mesa? - porque em si mesmo, pagar em dinheiro, cheque ou transferência bancária nada tem a ver com a natureza do vínculo laboral.
Quem sabe se um dia um trabalhador teu resolve perder uns euritos enquanto lê aqui o Caldeirão e de repente descobre que pode ganhar um contrato de trabalho sem termo com uma simples denúncia, com o prémio de ainda te arranjar uma valentíssima dor de cabeça (legal e não só) e um bom rombo no bolso...
Claro que posso ser eu só a ver filmes...
FT
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rmachado Escreveu:Martins depois do que escreveste, fiquei aqui a pensar como é que pagas 200 Euros de ordenado base?
E ainda fiquei a pensar segunda vez, pela observação do "que passavam o dia a ver foruns".. E estares a responder num.. LOL![]()
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Mas fizeste bem em distinguir trabalhadores de empregados e teres aparentemente uma politica que premeia o mérito.
Duas razões: passo o tempo que quero a fazer o que quero, porque ninguém está a pagar o tempo que eu estou à janela a fumar, no WC ou ainda a ler foruns (só o PSI-20 é que me paga isso)

Segunda: pago o ordenado em dinheiro. Ter contratos de trabalho em que não é possível o despedimento de quem molengue não é para mim. Talvez se permitissem a flexisegurança na sua plenitude, então este trabalho precário que eu dou a 2 pessoas pudesse converter-se num trabalho mais estável...
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Martins depois do que escreveste, fiquei aqui a pensar como é que pagas 200 Euros de ordenado base?
E ainda fiquei a pensar segunda vez, pela observação do "que passavam o dia a ver foruns".. E estares a responder num.. LOL
Mas fizeste bem em distinguir trabalhadores de empregados e teres aparentemente uma politica que premeia o mérito.
E ainda fiquei a pensar segunda vez, pela observação do "que passavam o dia a ver foruns".. E estares a responder num.. LOL


Mas fizeste bem em distinguir trabalhadores de empregados e teres aparentemente uma politica que premeia o mérito.
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