Caldeirão da Bolsa

Metade dos norte-americanos aprova tortura contra terrorista

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Dwer » 3/7/2008 16:46

karnuss Escreveu:Dwer,

Não assino o Público. Os artigos que consigo ler são mesmo os da edição "Free"...


ok, obg
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por karnuss » 3/7/2008 16:25

Dwer,

Não assino o Público. Os artigos que consigo ler são mesmo os da edição "Free"...
 
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por Dwer » 3/7/2008 16:19

karnucha, assinas o público? Ou tens acesso à totalidade do jornal online? É que está lá um artigo de opinião da Esther Mucznik que eu gostaria de transcrever para outro tópico.
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por karnuss » 3/7/2008 15:19

Revelação
EUA ensaiaram em presos de Guantánamo tortura chinesa aplicada na Coreia a norte-americanos
03.07.2008 - 14h08 Francisca Gorjão Henriques
Algumas das formas de interrogatório usadas em Guantánamo para obter confissões de suspeitos de terrorismo foram copiadas de um estudo sobre técnicas de tortura chinesas, usadas durante a guerra na Coreia contra soldados norte-americanos, noticiou ontem o "New York Times".

Os interrogadores de Guantánamo receberam uma aula sobre "técnicas de gestão da coerção", incluindo "tortura do sono, imobilização prolongada e "exposição".

"Alguns métodos foram usados num pequeno número de prisioneiros em Guantánamo antes de 2005, quando o Congresso proibiu o uso de coerção militar", escreve o diário. "A CIA está ainda autorizada pelo Presidente Bush a usar métodos secretos de interrogatório 'alternativos'".

A relação entre as técnicas divulgadas por relatórios tornados públicos numa audiência do Comité dos Serviços Militares do Senado, a 17 de Junho, e um artigo de 1957 do sociólogo a trabalhar com a Força Aérea Alfred D. Biderman, foi estabelecida por um especialista em interrogatórios independente, que quis manter o anonimato.

O artigo baseia-se em entrevistas feitas a antigos prisioneiros de guerra americanos, regressados da Coreia do Norte (a guerra da Coreia decorreu de 1950 a 1953, e terminou sem um acordo de paz). Não só Biderman descreve torturas como as que foram aplicadas em Guantánamo, como o próprio autor conclui o que muitos especialistas têm vindo a afirmar: obtêm-se falsas confissões através destes métodos de interrogatório.

O sociólogo descreveu os longos períodos que os presos eram obrigados a manter-se de pé, por vezes com temperaturas extremamente baixas, como métodos usados mais frequentemente do que a violência física.

"O que espanta tanto neste documento é que estas técnicas obtêm falsas confissões", comentou ao NYT o senador democrata Carl Levin. "As pessoas dizem que precisamos de informações, e precisamos. Mas não de falsas informações".

Em Junho, a organização de direitos humanos Human Rights First organizou uma conferência sobre a prática de tortura para obter informações. Quinze antigos interrogadores e responsáveis de serviços secretos - todos juntos com mais de 350 anos de experiência, diz a organização - declararam que a tortura é uma forma "contraproducente, ineficaz e ilegal".

A Administração americana tem defendido que o uso de tortura é indispensável para obter informações preciosas na sua contra o terrorismo; a CIA admitiu recorrer ao waterboarding, simulação de afogamento, para melhores resultados. Esta é uma das grandes polémicas levantadas desde os ataques de 11 de Setembro.

Em Fevereiro passado, o Senado infligiu um revés ao Governo, aprovando legislação que impõe restrições aos métodos de interrogatório usados pela agência de serviços secretos. Bush vetou a lei um mês depois: "Porque os perigos persistem, temos de garantir que os nossos responsáveis pelos serviços secretos têm todos os instrumentos que precisam para deter os terroristas", justificou. "O facto de não termos sido atacados nos últimos seis anos e meio não é uma questão de sorte".


in Público, sublinhados meus
 
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por zguibz » 27/6/2008 0:06

scpnuno Escreveu:
(querem falar agora das ideias que eu tenho sobre o que fazer a pedofilos? não aconselhavél a pessoas sensiveis...especialmente, se forem homens...alguém se lembra das maquinas antigas do caldo verde?)




Oh santa mãe, isso é que é um crash!!! :shock: :shock: :shock:


bjs
zguibz
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por Dwer » 27/6/2008 0:03

Crómio Escreveu:
IGNORÂNCIA

Toda a nossa experiência, incluindo o sonho, advém da ignorância.


eheh os budistas são uns contrarians do caraças.
O que para nós significa pensar, matutar - meditar - para eles é não pensar, esvaziar a mente.

O que para nós significa saber, conhecimento, para eles significa ignorância.

Acho que vou praticar meditação para ser melhor trader. ;)
Abraço,
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por scpnuno » 26/6/2008 23:59

TP1 Escreveu:Diz-me, se tivesses dois F16 no ar, com possibilidade de abater os dois boings das torres, tinhas dado a ordem?


Para que não fiquem duvidas: Eu SIM!

Como se algum dia se vier a provar que o voo 93 ou o do pentagono foram abatidos, eu so digo "pena que não tenham feito o mesmo com os das torres"

Infelizmente, os passageiros daqueles aviões "morreram" no momento em que embarcaram. Eu teria dado a ordem, se alguém a deu aprovo e se houvesse hipotese de a ter dado e ela não tivesse sido dada, eu condenaria.

Pronto, ganhei o prémio de sanguinária do ano...

(querem falar agora das ideias que eu tenho sobre o que fazer a pedofilos? não aconselhavél a pessoas sensiveis...especialmente, se forem homens...alguém se lembra das maquinas antigas do caldo verde?)
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por TP1 » 26/6/2008 23:43

Dwer Escreveu:Assumo que pensas que os suspeitos de terrorismo devem ser julgados.

Sim!

Dwer Escreveu:E que se se provar o crime de terrorismo deverão ser condenados a uma pena. Na tua opinião, prisão perpétua e tortura.


Prisão perpétua. Tortura, apenas se existirem fortes indícios, de que este possa possuir valiosa informação.
Dwer Escreveu:Mas há aqui algo que eu gostaria de ver esclarecido:

A pena de prisão é para actos terroristas.

A tortura é para quê?

Os condenados são comprovadamente terroristas e adicionalmente, suspeitos de deterem informações valiosas. Suspeitos!

Logo vais aplicar uma pena de tortura a um suspeito de deter informação valiosa.


Sim! Ficarei de mal com a minha consciência por ter dado uns sopapos em vão, a um terrível assassino? Maiores valores se levantam.

Dwer Escreveu:Deixando de lado o facto de ser suspeito, gostava que me apontasses que lei penaliza qualquer pessoa por deter informações que se julgam valiosas.

Os agentes dos serviços secretos do próprio país iam todos dentro! E seriam torturados! São detentores de informações valiosas!

Mais. Estarias a aplicar uma pena - a tortura - a um suspeito de cometer um crime. A posse de informações valiosas. Um suspeito!

Estavas a aplicar a pena antes de teres provado o crime.

Já viste quão desmiolada e cretina é esta linha de raciocínio?


A tortura é apenas para terroristas para além de qq dúvida e, em função de um interesse superior.

Diz-me, se tivesses dois F16 no ar, com possibilidade de abater os dois boings das torres, tinhas dado a ordem?
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por Crómio » 26/6/2008 23:38

Olá a todos!

Antes de mais agradeço aos intervenientes que se têem debatido forma saudável nestas questões de ética e moral.

Tanto os adeptos da pena de morte e tourtura como os que repugnam tais actos têm conseguido (às vezes a ferros) de certa forma argumentar os seus pontos de vista.

Ora o meu ponto de vista é simples:

Não acredito que a violência no combate à violencia seja solução para nada, na minha opinião este tipo de atitude só contribui para a espiral de violência, semeando mais infelicidade.

"A violência tem um crescendo, começa com nada e acaba com tudo" - Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta)

e outra frase que me lembro é a de um cartaz numa manif contra a invasão do Iraque:

"War for peace is like f*ck for virginity"

Abstenho-me de citar Madre Teresa ou o Dalai Lama... ficamos com frases menos espirituais, essas seguem mais à frente...

----

Preconceito

A definição de preconceito, conforme o Dicionário Aurélio é:

1. Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida.
2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo.
3.P. ext. Superstição, crendice; prejuízo.
4.P. ext. Suspeita, intolerância, ódio irracional.

Nos posts em que tenho vindo a falar de preconceito refiro-me à primeira definição.

Quando me refiro à cristalização do preconceito falo do ponto de não retorno de uma opinião onde por mais sinais externos indicadores do contrário recebidos, o "cristalizado" não os reconhece até ao fim, não cede, não coloca a hipótese, não permite a si próprio ver a questão por outro prisma, até às últimas consequências.

A isso também se chama vulgarmente "fé cega".

Todos nós somos preconceituosos, todos nós temos fortes sentimentos de desejo ou apego e repugna ou aversão.
Associamos o medo e a dôr, o prazer e a alegria a situações, sensações, objectos, sons... até a pensamentos.
Somos todos cães de Pavlov.
Nos mercados, razão pela qual andamos por aqui (Caldeirão de Bolsa), todos podemos assistir e lutar contra o nosso Ego ganancioso e medroso simultâneamente.

Todos temos os nossos fantasmas e pesadelos, sonhos e heróis.

Não tendo sido tão sumólico quanto desejava e para não plagiar, passo a apresentar uma tradução muito livre de um livro de um senhor chamado Tenzin Wangyal Rinpoche e intitulado "The Tibetan Yogas of Dream and Sleep"

-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+

IGNORÂNCIA

Toda a nossa experiência, incluindo o sonho, advém da ignorância.

Esta declaração pode ser um pouco chocante ao ser dita no Ocidente, portanto primeiro vamos perceber ao que é chamado de ignorância.

A tradição Tibetana faz distinção entre dois tipos de ignorância: a ignorância inata e a ignorância cultural.

A ignorância inata é a base do samsara (nota minha: chamemos-lhe infelicidade para simplificar) e é a característica que define os seres normais. É ignorância da nossa verdadeira natureza e da natureza do mundo, e que resulta no enlace com as desilusões e a mente dualística.

O dualismo reitera polaridades e dictomias. Divide a experiência em isto e aquilo, certo e errado, tu e eu.

Baseados nestas divisões conceptuais, desenvolvemos preferências que se manifestam em aversão e apego, as reacções normais que temos e que nos fazem identificar com nós próprios.

Queremos isto e não aquilo, acreditamos nisto e não naquilo, respeitamos isto e desdenhamos aquilo.

Queremos prazer, conforto, riqueza e fama, e tentamos fugir da dor, pobreza, vergonha e desconforto.

Queremos estas coisas para nós e para quem amamos, e não queremos saber dos outros.

Queremos uma experiência diferente daquela que temos, ou queremos agarrar-mo-nos a uma experiência e evitar a mudança inevitável que a levará ao seu fim.


Existe um segundo tipo de ignorância que é culturalmente condicionada.

Ela surge quando desejos e aversões se tornam institucionalizados numa cultura e em sistemas de valores codificados.

Um exemplo pode ser encontrado nas crenças Hindus de que é mau matar uma vaca mas é bom comer porco, nos Muçulmanos de que é bom comer vaca mas é proibido comer porco. Os Portugueses comem ambas as carnes (nota: esta é minha).

Quem tem razão? Quem está certo? Cada qual pensa que é o próprio que está certo.

As diferentes crenças surgem das diferentes culturas - não surgem da sabedoria fundamental.

Outro exemplo pode ser encontrado nos conflitos internos das escolas filosóficas.

Existem muitos sistemas filosóficos que se definem pelas discordâncias com outros sistemas filisóficos e que se distinguem uns dos outros em pontos muito precisos e concretos.

Apesar dos sistemas em si serem desenvolvidos com a intenção de levar os intervenientes à sabedoria, produzem ignorância à medida que os seus adeptos se apegam a um entendimento dualista da realidade.

Isto é inevitável em qualquer sistema conceptual porque a mente conceptual em si é uma manifestação da ignorância.

A ignorância cultural é desenvolvida e preservada em tradições.

Prevalece em todo o hábito, opinião, conjunto de valores, e cerne do conhecimento.

Tanto os indivíduos como as culturas aceitam essas preferências como tão fundamentais que estas são identificadas ao senso comum ou lei divinal.

À medida que crescemos criamos apego a várias crenças, a um partido político, a um sistema médico, a uma religião, a uma opinião acerca de como as coisas deviam de ser.

Passamos pela escola primária, liceu, e talvez a faculdade, e num certo sentido cada diploma que recebemos é uma recompensa por desenvolvermos uma ignorância mais sofisticada.

A educação reforça o hábito de ver o mundo por uma certa lente.

Ficamos especialistas em pontos de vista errados, tornamo-nos muito precisos na nossa compreensão, e relacionamo-nos com outros especialistas da área.

Este também pode ser um caso em filosofia, onde se aprendem sistemas intelectuais detalhados e se desenvolve a mente para um preciso instrumento de inquisição.

Mas, até a ignorância inata ser penetrada, só foi adquirida uma habilidade, não sabedoria fundamental.


Criamos apego às coisas mais insignificantes: uma marca de sabonete ou o nosso cabelo ser cortado de uma certa forma.

Numa escala maior, desenvolvemos religiões, filosofias, sistemas políticos, psicologias e ciências.

Mas ninguém nasce com a crença de que comer carne de vaca ou porco está errado, ou que um sistema filosófico está certo e que o outo é errado, ou que esta religião é verdadeira e a outra é falsa.

Estas coisas têm de ser aprendidas.

A associação a certos valores é o resultado da ignorância cultural, mas a tendência para aceitar pontos de vista limitados origina o dualismo que é a manifestação da ignorância.

Isto não é mau. É simplesmente o que é.

Os nossos apegos podem-nos levar à guerra mas também se podem manifestar em tecnologias benéficas e em diferentes tipos de arte, que também são de grande benefício para o mundo.

-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+

Uffff....

Não julguei que esta pobre tradução se revelasse tão difícil.

Espero que tenham disfrutado.

Acabei por não colocar o meu ponto de vista em relação às soluções que penso que os adeptos da tortura e pena de morte considerassem como alternativas... fica para a próxima intervenção.

Um Abraço
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por charles » 26/6/2008 23:34

Sem duvida, tambem lamento que por causa de opiniões diferentes as pessoas esqueçam os amigos, no minimo ficamos desiludidos.
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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por lutav » 26/6/2008 23:31

scpnuno Escreveu:(...)Desde aquela tua explicação da chavena, que metia "na asa até se ouve o som dos gajos que dão cabeçadas nas paredes..." que eu te tenho na maior consideração.
(...)


bem lembrado!!! foi este gajo???

oh Dwer, posta lá isso outra vez pah!!!!

peço desculpa pelo off, mas, o publico exige! :lol:

beijos e abraços
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por TP1 » 26/6/2008 23:29

Dwer Escreveu:
Ciberdúvidas Escreveu:A ênclise é mesmo de rigor quando o pronome tem a forma o (principalmente no feminino, a) e o infinitivo vem regido da preposição a:
'Se soubesse, não continuaria a lê-lo.'
'Logo os outros, camponeses e operários, começaram a imitá-la.'


http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=12342

Mas talvez fosse de voltar à questão da tortura, hum?


Este exemplo não se aplica ao caso em discussão, devido aos tempos verbais. Mais tarde apresento uma breve justificação.
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por scpnuno » 26/6/2008 23:23

Dwer
Só agora tive oportunidade de ler e vi que te desiludi com a minha opinião.

Ohh pá, eu lamento mas é a que tenho. Se calhar porque estes assuntos me tocam muito de perto, sei lá.

Mas espero que continuemos amigos. Desde aquela tua explicação da chavena, que metia "na asa até se ouve o som dos gajos que dão cabeçadas nas paredes..." que eu te tenho na maior consideração.

E fica dranguilo, que não tenciono torturar-te para saber se isto crasha ou rebounda (rais parta os inglesismos)

Abraçoca
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por Dwer » 26/6/2008 23:05

Dwer Escreveu:
TP1 Escreveu:Comprovadamente terroristas, aceito a tortura como forma de evitar novos actos. Sou contra a pena de morte.


Mas deveriam os terroristas ser julgados ou não?
E se lhes não for aplicada a pena de morte, a pena deveria ser cumulativa? Perpétua e tortura?

Mas talvez fosse de voltar à questão da tortura, hum?


Como estás muito caladito avanço mais um pouco.

Assumo que pensas que os suspeitos de terrorismo devem ser julgados.

E que se se provar o crime de terrorismo deverão ser condenados a uma pena. Na tua opinião, prisão perpétua e tortura.

Mas há aqui algo que eu gostaria de ver esclarecido:

A pena de prisão é para actos terroristas.

A tortura é para quê?

Os condenados são comprovadamente terroristas e adicionalmente, suspeitos de deterem informações valiosas. Suspeitos!

Logo vais aplicar uma pena de tortura a um suspeito de deter informação valiosa.

Deixando de lado o facto de ser suspeito, gostava que me apontasses que lei penaliza qualquer pessoa por deter informações que se julgam valiosas.

Os agentes dos serviços secretos do próprio país iam todos dentro! E seriam torturados! São detentores de informações valiosas!

Mais. Estarias a aplicar uma pena - a tortura - a um suspeito de cometer um crime. A posse de informações valiosas. Um suspeito!

Estavas a aplicar a pena antes de teres provado o crime.

Já viste quão desmiolada e cretina é esta linha de raciocínio?
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por Dwer » 26/6/2008 22:10

TP1 Escreveu:Comprovadamente terroristas, aceito a tortura como forma de evitar novos actos. Sou contra a pena de morte.


Mas deveriam os terroristas ser julgados ou não?
E se lhes não for aplicada a pena de morte, a pena deveria ser cumulativa? Perpétua e tortura?

TP1 Escreveu:Pois, nem tive tempo para me sentar. Não dás trabalho nenhum.


Não sou assim tão fácil, como já vais ver. ;)

Dwer Escreveu:Ah, 'estás a contradizer-te' ou em alternativa, 'estás-te a contradizer'. A primeira forma é mais correcta.


TP1 Escreveu:Não! Só quando entre verbos. Neste caso há uma preposição no meio, logo, ambas correctas.

Ex: "Devo-lhe dizer", neste caso sim, é mais correcto dizer, "devo dizer-lhe".


Permita-me discordar sôtor:

Ciberdúvidas Escreveu:A ênclise é mesmo de rigor quando o pronome tem a forma o (principalmente no feminino, a) e o infinitivo vem regido da preposição a:
'Se soubesse, não continuaria a lê-lo.'
'Logo os outros, camponeses e operários, começaram a imitá-la.'


http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=12342

Mas talvez fosse de voltar à questão da tortura, hum?
Abraço,
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por TP1 » 26/6/2008 21:46

Dwer Escreveu:
TP1 Escreveu:Mais atrás afirmo claramente, que não sou a favor da tortura sobre suspeitos, mas apenas sobre terroristas confirmados, com o intuito de evitar novos actos.


É então de presumir que os suspeitos de terrorismo sejam julgados? E no caso de serem culpados de terrorismo, a pena deve ser cumulativa?
Provavelmente condenação à morte e tortura?


Comprovadamente terroristas, aceito a tortura como forma de evitar novos actos. Sou contra a pena de morte.

Dwer Escreveu:
TP1 Escreveu:È legítimo, não torturar um terrorista, que possa dar informações sobre o ataque ás torres gémeas, e assim, não impedir a morte de milhares de inocentes?
È legitimo, que a tortura de um terrorista, que matou 100, tenha como consequência a preservação de mais 100 vidas?



Não e não.

A tortura não é legítima em nenhuma circunstância

TP1 Escreveu:Não e não??? Estás te a contradizer. Se dizes não á primeira, tens de dizer sim á segunda (ou vice versa). Revelas desconcentração, precipitação e logo, uma leitura pouco atenta. Esse comportamento é perigoso para quem quer uma boa literacia.


Clap, clap, clap. Apanhaste-me. Excelente. Parabéns.


Pois, nem tive tempo para me sentar. Não dás trabalho nenhum.

Dwer Escreveu:Ah, 'estás a contradizer-te' ou em alternativa, 'estás-te a contradizer'. A primeira forma é mais correcta.


Não! Só quando entre verbos. Neste caso há uma preposição no meio, logo, ambas correctas.

Ex: "Devo-lhe dizer", neste caso sim, é mais correcto dizer, "devo dizer-lhe".
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por Dwer » 26/6/2008 21:27

TP1 Escreveu:Mais atrás afirmo claramente, que não sou a favor da tortura sobre suspeitos, mas apenas sobre terroristas confirmados, com o intuito de evitar novos actos.


É então de presumir que os suspeitos de terrorismo sejam julgados? E no caso de serem culpados de terrorismo, a pena deve ser cumulativa?
Provavelmente condenação à morte e tortura?


TP1 Escreveu:È legítimo, não torturar um terrorista, que possa dar informações sobre o ataque ás torres gémeas, e assim, não impedir a morte de milhares de inocentes?
È legitimo, que a tortura de um terrorista, que matou 100, tenha como consequência a preservação de mais 100 vidas?


Dwer Escreveu:Não e não.

A tortura não é legítima em nenhuma circunstância.


TP1 Escreveu:Não e não??? Estás te a contradizer. Se dizes não á primeira, tens de dizer sim á segunda (ou vice versa). Revelas desconcentração, precipitação e logo, uma leitura pouco atenta. Esse comportamento é perigoso para quem quer uma boa literacia.


Clap, clap, clap. Apanhaste-me. Excelente. Parabéns.
Ah, 'estás a contradizer-te' ou em alternativa, 'estás-te a contradizer'. A primeira forma é mais correcta.
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por TP1 » 26/6/2008 19:50

Dwer Escreveu:
TP1 Escreveu:Como a conversa não tomou o rumo que prentendias, acusas os outros de baixa literacia.


Precisamente. E repara que os intervenientes nesta discussão não dão erros ortográficos.


Tá corrigido! Sou novo e posso esperar... :wink:


Dwer Escreveu:A discussão que foi proposta foi sobre a tortura e a sua legitimidade.

Mas ainda não era passada meia dúzia de posts e já se bradava a favor da pena de morte e da extensão de penas em Portugal.

Esta incapacidade de manter a argumentação focada no tópico em questão é também uma forma de iliteracia.

Fala-se de bugalhos quando a discussão é sobre alhos. Olha-se para o dedo e não para a Lua para que o dedo aponta.

A um outro nível mais subtil, foram também trombeteados argumentos a favor da tortura como instrumento penal.

Isto para mim é ainda mais grave, como demonstração de uma forma de raciocinar coxa.

Em nenhum lado do mundo, em nenhum país, excepto a Arábia Saudita e eventualmente mais algum país islâmico, a tortura é um instrumento penal.

Concerteza, em nenhum país ocidental. A discussão centrava-se na tortura como método de interrogatório de suspeitos de terrorismo.

Este enviesamento é mais subtil e por isso mais alto ainda na escala da iliteracia.

Demonstra uma grande falta de capacidade e profundidade, na compreensão do tema em discussão.


Mais atrás afirmo claramente, que não sou a favor da tortura sobre suspeitos, mas apenas sobre terroristas confirmados, com o intuito de evitar novos actos.

Dwer Escreveu:
TP1 Escreveu:È legítimo, não torturar um terrorista, que possa dar informações sobre o ataque ás torres gémeas, e assim, não impedir a morte de milhares de inocentes?
È legitimo, que a tortura de um terrorista, que matou 100, tenha como consequência a preservação de mais 100 vidas?


Não e não.

A tortura não é legítima em nenhuma circunstância.


Não e não??? Estás te a contradizer. Se dizes não á primeira, tens de dizer sim á segunda (ou vice versa). Revelas desconcentração, precipitação e logo, uma leitura pouco atenta. Esse comportamento é perigoso para quem quer uma boa literacia.
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por trial » 26/6/2008 19:15

O que hoje é considerado no ocidente “tortura “, até meados do século XX, tinha outra designação.

Quem teve a oportunidade de visitar um dos muitos museus na Europa onde estão exposto os instrumentos de tortura utilizados até ao século inícios do IXX, sente vertigens

O objectivo era provocar grande sofrimento, muitas vezes o prisioneiro morria das sevícias.

Mas o sofrimento que lhe era infligido, era para servir de exemplo, na realidade tinha forte efeito dissuasor.
 
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por Dwer » 26/6/2008 18:34

TP1 Escreveu:Como a conversa não tomou o rumo que prentendias, acusas os outros de baixa literacia.


Precisamente. E repara que os intervenientes nesta discussão não dão erros ortográficos.

Logo não fazem parte dos totalmente iletrados.

A discussão que foi proposta foi sobre a tortura e a sua legitimidade.

Mas ainda não era passada meia dúzia de posts e já se bradava a favor da pena de morte e da extensão de penas em Portugal.

Esta incapacidade de manter a argumentação focada no tópico em questão é também uma forma de iliteracia.

Fala-se de bugalhos quando a discussão é sobre alhos. Olha-se para o dedo e não para a Lua para que o dedo aponta.

A um outro nível mais subtil, foram também trombeteados argumentos a favor da tortura como instrumento penal.

Isto para mim é ainda mais grave, como demonstração de uma forma de raciocinar coxa.

Em nenhum lado do mundo, em nenhum país, excepto a Arábia Saudita e eventualmente mais algum país islâmico, a tortura é um instrumento penal.

Concerteza, em nenhum país ocidental. A discussão centrava-se na tortura como método de interrogatório de suspeitos de terrorismo.

Este enviesamento é mais subtil e por isso mais alto ainda na escala da iliteracia.

Demonstra uma grande falta de capacidade e profundidade, na compreensão do tema em discussão.

TP1 Escreveu:Mas estás enganado. O Teu ponto é, quem são os terroristas? Provavelmente para ti, nós sociedade ocidental, somos os verdadeiros responsáveis pelo 11 de Setembro e outros tantos ataques á desprotegida sociedade cívil. Os atacantes são umas penosas vítimas do nosso modo de vida. Para mim isso é grande tanga!!


Estás equivocado. Não comungo desse tipo de teorias conspirativas.

O que são terroristas para ti, são também para mim.

O que se trata aqui é da legitimidade do uso da tortura em suspeitos de terrorismo.

Mais uma vez fugiste ao tema.

TP1 Escreveu:È legítimo, não torturar um terrorista, que possa dar informações sobre o ataque ás torres gémeas, e assim, não impedir a morte de milhares de inocentes?
È legitimo, que a tortura de um terrorista, que matou 100, tenha como consequência a preservação de mais 100 vidas?


Não e não.

A tortura não é legítima em nenhuma circunstância.
Abraço,
Dwer

There is a difference between knowing the path and walking the path
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por trial » 26/6/2008 17:54

A “Torturas” no ocidente baseia-se neste técnicas e só estas ::

Medo:

Explora os medos e deixa a pessoa mais vulnerável, com boa possibilidade de falar

Não garante, porém, que a informação obtida seja verdadeira

Contacto:

Partir para o contacto físico, o interrogador sugere que o interrogado corre risco de morte

É uma técnica arriscada porque é difícil garantir limites para "agressão mediana"

SONO:


Provoca confusão mental que poderia levar o preso a revelar informações sigilosas. Por 20 horas, os interrogadores têm autorização para não deixar que o preso durma

A falta de sono pode provocar delírios

POSIÇÃO

Quebra a resistência física da pessoa e a torna psicologicamente mais vulnerável

Sua eficiência é questionada porque o torturado é capaz de mentir para se livrar da dor

DESPIR
Deixa a pessoa sem defesa psíquica, sentindo-se mais susceptível a pressões

Além de ser uma afronta à dignidade humana, não garante que o preso confesse


A sociedade ocidental baseie a sua superioridade moral entre outros aspectos pelo não recurso a tortura para obter informações .

Todos os países ocidentais condenam a tortura , apenas num os tribunais superiores aceitam a tortura para obter a informação que possa salvar vidas inocentas .

(Argúem que tem uma informação de um atentado terroristas que pode matar milhares de inocentes) uns defendem que mesmo nesta situação , não podemos infligir maus tratos .

Mesmo assim há uma grande diferença os métodos utilizados nas ditaduras métodos bárbaros e medievais
 
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por rmachado » 26/6/2008 17:29

Estava aqui a ler e a minha opinião é a seguinte.

É muito fácil falar destas coisas sem passar por elas, eu que por principio sou contra a pena de morte, pelo simples facto que é um facilitismo para o condenado, sou tb por principio contra a tortura,
mas até aqui podemos ter de separar a tortura fisica da psiquica, mas quase que tenho a certeza que se alguém que eu conhecesse morresse devido a um atentado ou a outro crime e se me fosse muito proximo mudava de opinião no milésimo de segundo seguinte.

Como diria o outro o ser humano dadas as condições "optimas" é capaz do pior e do melhor, e todos nós temos a capacidade de matar..
 
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por karnuss » 26/6/2008 17:01

Se forem leo o primeiro post do tópico deparam-se com isto:

"O recurso à tortura sobre suspeitos de terrorismo".


Ora um suspeito NÃO É um terrorista.É um cidadão inocente até prova em contrário. Logo a tortura é e será sempre inaceitável neste tipo de situação.
 
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por TP1 » 26/6/2008 16:16

Dwer Escreveu:Bom, I rest my case. A maior parte das intervenções a favor da tortura são de uma linha só. À base de considerações políticas quando aqui se trata de uma questão moral. Muita mata, esfola, capa, e esquarteja.
Um deserto de argumentos. Consequências do sistema educacional português?
Vou mas é pregar para outra freguesia.

Hasta..

Excluindo a lagartixa claro


Como a conversa não tomou o rumo que pretendias, acusas os outros de baixa literacia. Mas estás enganado. O Teu ponto é, quem são os terroristas? Provavelmente para ti, nós sociedade ocidental, somos os verdadeiros responsáveis pelo 11 de Setembro e outros tantos ataques á desprotegida sociedade cívil. Os atacantes são umas penosas vítimas do nosso modo de vida. Para mim isso é grande tanga!!

È legítimo, não torturar um terrorista, que possa dar informações sobre o ataque ás torres gémeas, e assim, não impedir a morte de milhares de inocentes?

È legitimo, que a tortura de um terrorista, que matou 100, tenha como consequência a preservação de mais 100 vidas?
Editado pela última vez por TP1 em 26/6/2008 19:34, num total de 1 vez.
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por charles » 26/6/2008 1:53

Crómio Escreveu:Não podes fazer mais, por mais que te esforçes o preconceito já cristalizou, não podes ajudar a velhinha a atravessar a rua se ela não quiser.

Por muito querido que sejas, a velhinha não quer.

Um Abraço


O problema é se a velha te dá com o chapeu de chuva na cabeça, cuidado já uma vez vi uma cena dessas no meio de uma passadeira :mrgreen: :twisted:

Não é sensanto condicionar opiniões dizendo " não vale a pena" "desisto" etc.. cada um tem a sua, ás vezes é interessante ler as opiniões em jeito abstrato sem entrar em picardias individuais.

Crómio isso do preconceito cristalizar é o quê :?:

Abraço cordial
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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