Caldeirão da Bolsa

off tópic.. Pobres filhos... e

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Camisa Roxa » 20/5/2008 9:54

JAM Escreveu:Quando tivermos mentalidade suficiente para estabelecer metas e objectivos nas empresas, envolvendo todos os colaboradores, e recompensá-los em função do que se atinge, não precisarás dessa competição desenfreada que no nosso país (pela realidade que conheço) passa quase sempre pela redução de custos com o pessoal.


JAM, tens razão nesse aspecto e se reparares é o mercado que vai fazer a distinção entre as empresas bem geridas e as mal geridas, entre aquelas que motivam os seus trabalhadores e as que não os motivam

num contexto de competitividade, as empresas sem condições vão inevitavelmente falir e é o que tem vindo a acontecer nos últimos anos em Portugal obrigando o nosso país a mudar de paradigma para empresas competitivas globalmente com colaboradores motivados etc.

é evidente que vão sempre existir alguns focos de empresas que conseguirão sobreviver com base numa política de salários baixos

será sempre como em quase tudo na economia um problema de oferta vs procura. neste momento a procura de emprego é muito elevada o que permite pagar salários mais baixos (isto de forma geral pois continuarão sempre a existir sectores que pagarão bem e pessoas que pelo seu know-how ganharão bem qualquer que seja o seu sector de actividade).

existe portanto um incentivo ao aumento da oferta, salários baixos atraem a criação de empresas que a prazo permitirá elevar esses mesmos salários pelo crescimento da oferta e absorção da procura

o problema é que temos um desincentivo muito grande à criação de empresas neste país: o Estado que seca as empresas absorvendo através de impostos todos os seus recursos...
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por Sei lá » 19/5/2008 23:49

Camisa Roxa Escreveu:colocar todos a concorrer nas mesmas condições aumentando a competitividade não significa reduzir custos com salários, pelo contrário, se uma empresa puder trocar um trabalhador pouco produtivo por 1 mais produtivo tem um incentivo para melhorar o respectivo ordenado


Quando tivermos mentalidade suficiente para estabelecer metas e objectivos nas empresas, envolvendo todos os colaboradores, e recompensá-los em função do que se atinge, não precisarás dessa competição desenfreada que no nosso país (pela realidade que conheço) passa quase sempre pela redução de custos com o pessoal.
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Nos anos 50 e 60 emigraram centenas de milhar !

por bboniek33 » 19/5/2008 20:32

Esta nova geracao teraa que fazer a valise-de-carton e fazer-se aa Vida. Existe tambem a alternativa de viver com um part-time num Call-Center, viver em casa dos pais atee aos 45 e pagar a prestacao do Clio com a reforma dos avos. Com mais uns pequenos sacrificios... daa para umas noitadas na 24 de Julho.

Nada mau.
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por Camisa Roxa » 19/5/2008 20:15

JAM Escreveu:Ò Camisa, tens a certeza que temos de ganhar menos para isto andar para a frente? É que daqui a pouco tempo até os chineses ganham tanto como nós...


colocar todos a concorrer nas mesmas condições aumentando a competitividade não significa reduzir custos com salários, pelo contrário, se uma empresa puder trocar um trabalhador pouco produtivo por 1 mais produtivo tem um incentivo para melhorar o respectivo ordenado
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por Sei lá » 19/5/2008 18:37

Isto está relacionado com o que temos vindo a discutir:

Aveiro - Curso prometia um acesso preferencial à carreira
Diplomados sem lugar no tribunal
Prometeram-lhes condições preferenciais no acesso a uma carreira nos tribunais, mas os cerca de 60 diplomados do único curso de Técnicos Superiores de Justiça, ministrado desde 2003 pela Universidade de Aveiro, não têm qualquer hipótese de colocação. Desesperam como todos os jovens à procura do primeiro emprego, mas sentem-se "frustrados e enganados" porque, segundo revelam, "o curso foi anunciado como tendo entrada garantida, o que é uma pura utopia".


Quando há dois anos os primeiros alunos concluíram o curso depararam-se com uma dura realidade. Depois de três anos de estudo e seis meses de estágio nas secretariasdostribunais,nãopodiam ingressar na carreira porque o Estatuto dos Oficiais de Justiça apenas prevê o acesso de candidatos com curso profissionalizante (equivalente ao 12º ano).

Além desta questão, existe ainda o efeito negativo da contenção orçamental que, ao longo dos últimosoitoanos,temimpedidoa abertura de concursos de ingresso. Só este ano surgiu uma oportunidade para 300 vagas, mas a quesósepuderamcandidatar funcionários públicos.

CarlosAlmeida,doSindicato dos Oficiais de Justiça, que tem apoiado a causa destesdiplomados, defende que "no interesse da realização da Justiça,oproblema tem de ser resolvidorapidamente, porque estes jovens existem e estão bem habilitados".

Para além dos diplomadosdeAveiro,Fernando Jorge, dirigente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, alerta ainda para a existência de um milhar dejovens,oriundosdoscursos profissionais, "que também não tem colocação". E deixa o aviso: "O problema mais grave da Justiça é a morosidade, que não se resolve com mapas judiciários, mas com mais funcionários e meios."

CONDE RODRIGUES, SEC. ESTADO ADJUNTO DA JUSTILÇA: "VAI HAVER VAGAS EM DOIS ANOS"

Correio da Manhã – Qual é a solução possível para o bloqueio que se coloca a estes recém-diplomados ?

Conde Rodrigues – O actual Governo é sensível à questão e está a promover reuniões com representantes do sector para que a alteração do Estatuto dos Oficiais de Justiça fique resolvida já nesta legislatura. Já à data do protocolo assinado entre o Ministério da Justiça e a Universidade de Aveiro era reconhecida a necessidade de alterar o Estatuto, mas tal não se concretizou.

– E quanto ao acesso à carreira via concurso?

– Foi feito ao Ministério das Finanças o pedido para recrutamento externo de 240 novos funcionários judiciais, que acreditamos vir a ser possível nos próximos dois anos. n C.P.

UNIVERSIDADE DIZ QUE EXISTEM "OUTRAS SAÍDAS"

A formação que é ministrada ao longo de três anos no curso de Técnicos Superiores de Justiça, a cargo da Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro, "aposta numa componente lectiva que vai muito além das funções exercidas numa secretaria de tribunal". Gonçalo Nunes, director do curso, reconhece a frustração dos ex-alunos, mas acredita que "existem oportunidades no mercado de trabalho que fornecem um conjunto de outras saídas, como sejam os solicitadores de execução, os gabinetes de contencioso das autarquias e organismos do Estado ou, até mesmo, os escritórios de advogados". O docente tem confiança no futuro, até porque "estes diplomados estão muitíssimo bem preparados na área da tramitação prática do Direito".

PORMENORES

Necessários 1500

Actualmente existem cerca de oito mil funcionários judiciais em Portugal, mas o sindicato reclama a necessidade de engrossar o quadro de pessoal com mais 1500.

Fugas no tribunal

Só no ano passado, 120 funcionários trocaram as secretarias dos tribunais pela Direcção-Geral de Contribuições e Impostos e outros 80 pela Polícia Judiciária. Às ‘fugas’ somam-se ainda centenas de reformas antecipadas.

Concurso interno

Mais de cinco mil funcionários públicos, na maioria provenientes do quadro de excedentários do Ministério da Agricultura, candidataram-se a uma das 300 vagas para novos oficiais de Justiça.

Mapa judiciário

O Sindicato dos Oficiais de Justiça teme que, com a entrada em funcionamento das três comarcas-piloto no âmbito do novo mapa judiciário, a falta de funcionários nas secretarias dos tribunais se acentue.

http://www.correiodamanha.pt/noticia.as ... 0000000010
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por Bzidroglio » 19/5/2008 18:20

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Ora aí está a oportunidade que todos estavam à espera :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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por jabreu » 19/5/2008 17:36

O problema é que durante anos andou-se a formar professores (Letras), advogados, Relações Internacionais, etc pq era tudo a fugir da matematica. E como não arranjam emprego toca a fazer posgraduações, MBA's, doutoramentos. Mas nestas mesmas areas.

A culpa é repartida pq os alunos fogem das ciencias e os governos deveriam apertar muitissimo nas vagas para estes cursos que para os quais não a perpectivas profissionais e abrir muitas mais nas Ciencias (matematicas aplicadas, computação).
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por Sei lá » 19/5/2008 17:17

Camisa Roxa Escreveu:o problema é que o governo percebe tanto de economia como tu, isto sem menorizar a tua opinião, mas é de facto essa opinião que muita gente toma por senso comum, inclusivamente pessoas com responsabilidades na gestão do país

mas o que faz andar isto para a frente não é o consumo mas sim o investimento...

o consumo é uma mera variável de curto prazo, enquanto o investimento significa sacrificar n de consumo hoje para obter n+y de consumo amanhã, é 1 multiplicador do consumo futuro e é de facto a variável chave a atentar se quisermos saber para onde vai a nossa economia nos próximos anos/décadas


Isso tem um nome: embaratecimento da mão de obra. Mão de obra barata já temos, mas o investimento não aparece.

Conseguimos o feito espectacular de pertencer ao pelotão da frente da UE (logo somos um país desenvolvido), ter mão de obra barata e ao mesmo tempo pouco investimento e consequentemente desemprego. Mas a isso junta-se ainda o facto das empresas portuguesas estarem mais endividadas que a média europeia. As familias portuguesas também estão altamente endividadas.

Ò Camisa, tens a certeza que temos de ganhar menos para isto andar para a frente? É que daqui a pouco tempo até os chineses ganham tanto como nós...
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por Camisa Roxa » 19/5/2008 16:32

JAM Escreveu:Eu acho que tu sabes de economia mais do que eu, assim presumo que deverias saber que redução no poder de compra deve levar a uma redução do consumo. Se há redução no consumo... isto não anda para a frente.


o problema é que o governo percebe tanto de economia como tu, isto sem menorizar a tua opinião, mas é de facto essa opinião que muita gente toma por senso comum, inclusivamente pessoas com responsabilidades na gestão do país

mas o que faz andar isto para a frente não é o consumo mas sim o investimento...

o consumo é uma mera variável de curto prazo, enquanto o investimento significa sacrificar n de consumo hoje para obter n+y de consumo amanhã, é 1 multiplicador do consumo futuro e é de facto a variável chave a atentar se quisermos saber para onde vai a nossa economia nos próximos anos/décadas
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por Sei lá » 19/5/2008 16:26

Camisa Roxa Escreveu:
JAM Escreveu:Camisa, eu continuo à espera da resposta.


é tão óbvia que já devias saber

colocando todos os trabalhadores a competir com base no mérito e não na antiguidade vamos aumentar a competitividade da nossa economia o que significa mais crescimento económico e menos desemprego


Eu deveria saber?!? :shock:

Se não concordo com o que escreves, como poderia saber?

Eu acho que tu sabes de economia mais do que eu, assim presumo que deverias saber que redução no poder de compra deve levar a uma redução do consumo. Se há redução no consumo... isto não anda para a frente.
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por trial » 19/5/2008 16:03

Nos países com pleno emprego há lugar para velhos e novos , isso dos velhos deixarem de trabalhar para dar lugar aos novos é uma falsa questão

È idêntico ao erro das 35 horas em França, haveria mais emprego foi o contrario criou desemprego, trabalho cria riqueza por consequência.... trabalho cria trabalho.

Nos países com baixa taxa de actividade dos quinquenários e sexagenários o desemprego é maior entre os mais jovens.






JAM Escreveu:
JAM Escreveu:
Camisa Roxa Escreveu:ninguém falou em despedir os mais velhos, apenas em colocá-los a concorrer em pé de igualdade com os restantes


E isso significa que em vez de X lugares no mercado de trabalho passaríamos a ter X*2?



Camisa, eu continuo à espera da resposta.
 
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por Camisa Roxa » 19/5/2008 16:01

JAM Escreveu:Camisa, eu continuo à espera da resposta.


é tão óbvia que já devias saber

colocando todos os trabalhadores a competir com base no mérito e não na antiguidade vamos aumentar a competitividade da nossa economia o que significa mais crescimento económico e menos desemprego
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por Sei lá » 19/5/2008 15:42

JAM Escreveu:
Camisa Roxa Escreveu:ninguém falou em despedir os mais velhos, apenas em colocá-los a concorrer em pé de igualdade com os restantes


E isso significa que em vez de X lugares no mercado de trabalho passaríamos a ter X*2?



Camisa, eu continuo à espera da resposta.
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por tiagopt2 » 19/5/2008 15:23

Camisa Roxa Escreveu:o problema é que as pessoas se esquecem que liberdade implica responsabilidade e o pessoal apenas quer liberdade sem responsabilidade e depois para evitar a responsabilidade querem retirar a liberdade!


Sem dúvida que a escolha deve recair sobre a pessoa que está a construir o seu futuro. Mas, será que a pessoa sabe o que quer? Vou dar mais um exemplo concreto. O meu irmão está a acabar o 8º ano, tem 13 anos, está a entrar na adolescência e quer saber de tudo menos do futuro. Porque é uma criança, ainda nem adolescente é. Mas vai ter de escolher neste verão uma área, e essa escolha vai mudar o seu futuro para sempre. Será que podemos colocar nos ombros de uma criança tamanha responsabilidade? Alguns países optam por fazer com que os estudantes tenham um caminho comum até ao fim do 12º ano e, aí sim, optam por uma profissão. Neste caso, o nosso país é limitador.

Repito, não podemos nem devemos responsabilizar um jovem desempregado por uma decisão que começou a ser tomada com 13 anos...
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por Camisa Roxa » 19/5/2008 15:11

tiagopt: a liberdade de escolher o curso que se quer deve prevalecer em qualquer caso

é evidente que as pessoas não fazem sempre escolhas acertadas! mas devem arcar com os seus erros

isso é mil vezes preferível a que venha o Estado a restringir a escolha e a liberdade e a escolher pelas pessoas; isso é tão só totalitarismo e paternalismo

o problema é que as pessoas se esquecem que liberdade implica responsabilidade e o pessoal apenas quer liberdade sem responsabilidade e depois para evitar a responsabilidade querem retirar a liberdade!
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por trial » 19/5/2008 14:44

Portugal é na Europa o pior local para ser jovens, nos últimos anos tenho estado mais fora que dentro, numa próxima oportunidade direi o porque .

No DN saiu este artigo,Talvez explique uma parte do problema:


João Miranda
investigador em biotecnologia
jmirandadn@gmail.com

A geração que fez o 25 de Abril politizou todos os aspectos da vida social e económica. Viu em cada decreto-lei, em cada greve e em cada novo direito social uma conquista e um progresso. Os membros desta geração não foram capazes de compreender que a luta política é, na melhor das hipóteses, um jogo de soma nula em que cada direito conquistado por uma parte da sociedade é obtido à custa do sacrifício de outra parte da sociedade ou das gerações futuras.

Grande parte do progresso económico e social atingido ao longo dos últimos 30 anos é artificial. Foi conseguido através da progressiva atribuição, por decreto, de direitos sociais à geração que fez o 25 de Abril. Esta geração beneficiou, como nenhuma outra antes ou depois, de empregos vitalícios, salários acima das respectivas qualificações e pensões de reforma muito acima das respectivas contribuições. Os membros desta geração de privilegiados chegaram sem mérito nem trabalho a posições que nunca teriam alcançado se a vida pública não tivesse sido politizada pela revolução. Os chamados "direitos adquiridos" da geração do 25 de Abril estão a ser pagos pelas novas gerações. Os jovens não têm emprego vitalício nem reforma garantida, mas são forçados a trabalhar para sustentar os privilégios das gerações mais velhas.

A intervenção do Presidente da República nas comemorações do 25 de Abril criou a ideia de que os jovens não se interessam pela política partidária. Este alegado desinteresse incomodou a geração de políticos que fez o 25 de Abril. A cultura revolucionária destes políticos impede-os de perceber que a excessiva politização da vida pública não é um valor a promover mas um vício a evitar. As sociedades politizadas premeiam a habilidade política e as demonstrações de força na rua. As sociedades despolitizadas premeiam o mérito individual, o trabalho e a iniciativa empresarial. O eventual desinteresse dos jovens pela política partidária é um bom sinal. É um sinal de que a sociedade falhada construída pela geração do 25 de Abril pode ter os dias contados.|
 
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por tiagopt2 » 19/5/2008 14:29

Camisa Roxa Escreveu:artista, a liberdade de escolha nunca é um ónus, as pessoas é que têm de ser responsabilizadas pelas suas escolhas, e não atirar culpas para o governo ou para quem quer que seja



Com isso eu já não concordo... Os jovens são muitas vezes iludidos pelos meios de comunicação social, por exemplo... Vejam o caso da enfermagem, que continua a ser relatado por todos como uma área onde o emprego é garantido. Num espaço de 5 anos, o número de vagas disponíveis, entre privado e público, aumentou 10 vezes :shock: O que é que isso causou? Obviamente, milhares de desempregados. Não são 2 ou 3, são milhares... Conheço muito boa gente que acabou o curso com média de 16 e 17 e está há mais de um ano em casa, ou então que já foi para o estrangeiro. A espanha está a ser invadida por nós, à semelhança do que aconteceu há uns anos atrás em sentido contrário. Aposto que muitos de vocês, alguns com filhos no 12º ano, não faziam ideia de que a situação estava nesse ponto. Então de quem é a culpa? Dos jovens que têm a liberdade de escolha, dos pais que os influenciam, dos meios de comunicação social que não divulgam uma informação correcta ou do governo que deixou crescer escolas de enfermagem como ervas daninhas, sem qualquer tipo de regulação? Eu sei....
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por Sei lá » 19/5/2008 13:55

Camisa Roxa Escreveu:ninguém falou em despedir os mais velhos, apenas em colocá-los a concorrer em pé de igualdade com os restantes


E isso significa que em vez de X lugares no mercado de trabalho passaríamos a ter X*2?

Acho que as pessoas não estão a atingir que o problema é o número limitado de empregos, seja em termos de quantidade seja em termos de qualidade.

Ou seja, o problema é o do costume, é um problema estrutural do país em que vivemos e que se reflete em diversas áreas.
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por artista_ » 19/5/2008 13:03

pvg80713 Escreveu:Vejo que muita malta está a acabar os cursos lá fora, com o programa Erasmus, alguém me sabe dizer se muitos ficam a trabalhar por lá ?


Já nem me lembrava disso, eu era para ter ido 3 meses para Turim com o programa Erasmus e não fui porque na Faculdade de arquitectura de Lisboa se atrasaram com o processo, já tinha tratado de tudo, o Taveira (que era o reitor nessa altura) já tinha assinado também e depois não fui :cry: :x

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por ptmasters » 19/5/2008 12:54

Não é na Suécia que logo à nascença existe quase que uma pré-orientação para o jovem?

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por artista_ » 19/5/2008 12:44

Camisa Roxa Escreveu:qual o problema de haver inúmeras vagas em arquitectura ou em línguas? se há procura penso que não se deve impedir ninguém de tirar o curso de que gosta


Pois, compreendo a tua opinião mas não concordo... pelo menos devia haver um mecanismo qualquer obrigatório que informasse os candidatos de que o país tinha profissionais a mais nessa área...

O que dizes faz sentido se partirmos do princípio que as pessoas têm consciência das dificuldades de arranjar emprego quando vão para uma determinada área, e fazem-no porque é a sua vocação...

Faltará só saber é se são as entidades de cima que têm a obrigação de informar ou se são os candidatos que têm a obrigação de procurar essa informação?! mas ela existe sequer?!

um abraço

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por pvg80713 » 19/5/2008 12:41

em qualquer situação, parece-me que pela primeira vez na história os filhos vão viver pior que os pais.

A idade média para casar nunca foi tão alta. E os filhos vivem em média em casa dos pais até depois do trinta anos...

Hotel mamã, e geração 500 euros, são expressões que não existiam.

Vejo que muita malta está a acabar os cursos lá fora, com o programa Erasmus, alguém me sabe dizer se muitos ficam a trabalhar por lá ?
 
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por Camisa Roxa » 19/5/2008 12:26

artista, a liberdade de escolha nunca é um ónus, as pessoas é que têm de ser responsabilizadas pelas suas escolhas, e não atirar culpas para o governo ou para quem quer que seja

qual o problema de haver inúmeras vagas em arquitectura ou em línguas? se há procura penso que não se deve impedir ninguém de tirar o curso de que gosta

agora essas pessoas depois irem para a rua exigir que o governo lhes dê emprego é que é de rir

de uma vez por todas, este país precisa que cada um assuma a responsabilidade pelas suas escolhas, sejam boas ou más e não sacudir as culpas para terceiros e, pior ainda, exigir que o governo fiscalize as más escolhas dos cidadãos e faça essas escolhas por eles!
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por artista_ » 19/5/2008 12:04

Quanto a mim é claramente um problema do país, obviamente as pessoas devem ter algum cuidado na escolha do curso que querem tirar mas a responsabilidade primeira deveria ser de quem aprova esses cursos...

Digo isto porque um dos cursos que, com toda a certeza, está mais complicado é o de arquitectura... eu pergunto-me onde é que o governo e/ou a ordem dos arquitectos estavam com a cabeça quando aprovaram o curso de arquitectura em todas (ou quase todas) as universidades privadas?!?! Quando concuí o meu há 14 anos, nas privadas só havia na Lusíada, hoje todas o têm, o mercado procura, eles oferecem, o país não precisa...

Sempre ouvi dizer (não me perguntem onde que eu não sei) que estavam a formar muitos arquitectos para reformularem o famoso DL 73/73 (ainda é de antes do 25 de Abril?!?!) que permite que em Portugal os projectos de arquitectura sejam aprovados por engenheiros e outros profissionais... quando entrámos para a CEE acho que lá não aprovavam isso e nós respondemos que não tínhamos arquitectos suficientes para dar resposta a uma mudança desse género... hoje não sei se temos, mas que há arquitectos a trabalhar em tudo e mais alguma coisa isso há!!!

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por karnuss » 19/5/2008 11:51

Esse é um ponto que vale a pena abordar. O facto de um curso demorar 5 anos torna complicado perceber qual o grau de empregabilidade do mesmo, pois as necessidades de hoje não são as de amanhã. Quando se entra para um curso que até pode estar com elevada procura, não é garantido que passados tantos anos essa procura ainda se verifique (basta ver o caso particular do meu curso de Eng.ª do Ambiente, em que boa parte dos recém-licenciados tem sérias dificuldades em arranjar emprego, algo que era quase garantido há 5-7 anos). Se decisão acerca do futuro do aluno/licenciado é complicada aquando da entrada do ensino superior, como se pode realisticamente condenar pais e filhos por escolhas que os mesmos façam na passagem do 9º ano para o 10º, altura de escolha do agrupamento?

Uma vez que é muito difícil estar continuamente a adaptar a oferta de cursos superiores às necessidades do mercado para um dado momento (os cursos duram 5 anos, não é possível criar e encerrar cursos todos os anos e os currículos não podem estar sempre a mudar), a solução passará cada vez mais pelo ensino de competências multidisciplinares aos alunos por oposição ao ensino de profissões, pois assim ficarão preparados para desempenhar um elevado número de tarefas nos ambientes diversificados que irão encontrar ao longo da vida. Mas este ensino tem de vir bem fomentado desde tenra idade, algo que não se verifica com o facilitismo actual do ensino básico.
 
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