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Caldeirão da Bolsa

What Makes Finnish Kids So Smart?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pata-Hari » 15/6/2008 16:58

... é... com este representante dos interesses dos pais dos alunos, isto promete.... :evil: . Bolas, não há esperança...
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por silvaxico » 15/6/2008 15:41

Mais uma pérola do sr. da CONFAP, agora acerca dos exames nacionais que estão aí à porta.

Suponho que o ideal seria uma folha em branco em que cada aluno apenas tinha de declarar, sob compromisso de honra, que sabia a matéria...

Para o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, os exames «não são justos e têm um quê de lotaria e de traição».

«Ainda continuo por perceber para quem são exames e para quê são os exames», sublinhou, acrescentando que os alunos levam as provas «muito a sério».

«Os jovens estão tensos e preocupados. A maior parte dos pais denota esse clima junto dos seus filhos», acrescentou.

Albino Almeida questionou por que é que não se fala em Portugal sobre o que se debate na sociedade inglesa sobre os exames. A Inglaterra «tenderá a extingui-los da forma como estão, por considerar que os alunos se preparam para os exames mas não ficam mais conhecedores nem aumentam as suas capacidades, o que se prova por haver um índice de reprovação muito alta dos alunos que entram para as universidades».

Para o presidente da CONFAP, os exames são castradores para os estudantes. «As escolas foram capazes de proporcionar aos alunos uma instrução e a seguir, através do exames, barram-lhes o caminho da educação ao retê-los».
 
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por Sei lá » 27/5/2008 9:39

silvaxico Escreveu:JAM, não vale a pena strassar. Vais ver que mais um ano ou dois o importante é o aluno ter visto que 10/5 está em forma de fracção e portanto qualquer fracção serve...


Estás enganado, importante é que as notas subam, nem que para isso seja necessária atribuir uma cotação de 50% aos alunos que conseguem escrever o seu nome, número e turma correctamente no exame.

Mas todos nós sabemos porque é que este ministério da educação é o melhor de sempre aos olhos de alguns cidadãos. :mrgreen:
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por Camisa Roxa » 27/5/2008 9:31

:lol: :lol: :lol: :lol:
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por silvaxico » 27/5/2008 7:57

JAM, não vale a pena stressar. Vais ver que mais um ano ou dois o importante é o aluno ter visto que 10/5 está em forma de fracção e portanto qualquer fracção serve...
Editado pela última vez por silvaxico em 27/5/2008 9:38, num total de 1 vez.
 
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por Sei lá » 27/5/2008 0:23

Deixo-vos aqui mais uma pérola do nosso ensino. As provas de aferição foram criticadas em 2007 por possuirem critérios de correcção extremamente tolerantes, ao ponto de existir situações em que uma resposta errada teria de ser considerada certa.

Pois bem, este ano a situação melhorou, mas só para a estatística. Agora já são muitas as questões que têm critérios altamente tolerantes, ao ponto de (um exemplo aleatório) 10/5 poder ser 2 ou 0,5, isto porque segundo o critério o aluno pode por lapso ter lido 5/10 :oops:

Isto é inacreditável.
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por Zorg » 26/5/2008 16:24

Não faço estatisticas, mas pelo que me apercebo, existem mais alunos que frequentam o ensino, que vão para a escola porque é lá que estão os amigos e é um lugar de convívio, que os outros que querem realmente aprender.
Quando são disciplinas que necessitam de atenção e trabalho, como a Matemática e F.Q., acham aquilo enfadonho e não se dedicam.
Como hoje em dia os professores têm menos autoridade e não podem penalizar convenientemente os alunos pela sua falta de dedicação (se reprovar demasiados alunos e devia realmente o fazer pois estes nem satisfazem os requesitos mínimos) porque seria um esforço financeiro tremendo para o ministério é natural que este siga a politica que se vê e que a educação esteja neste triste estado.
Os professores fazem um esforço enorme para que ainda haja algum sentido neste processo da aprendizagem e muitos são bem merecedores do seu salário.
Penso que 45 anos dentro do ensino me permitem o texto anterior
 
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por Camisa Roxa » 26/5/2008 14:57

Educação pública: Portugal versus Suécia

No passado dia 14, na Assembleia da República, o CDS apresentou um projecto de lei que visa reconhecer às escolas a autonomia necessária para o desenvolvimento de um projecto educativo próprio, estabelecer um regime de avaliação das escolas e dos alunos e consequente aumento da qualidade do ensino, e possibilitar aos pais a escolha da escola dos filhos. O projecto foi rejeitado com o voto contra do PS, PCP e BE (e favorável do CDS e PSD). Lemos no PÚBLICO que Paulo Portas referiu a necessidade da escolha da escola como forma de garantir aos pais pobres a liberdade de escolha a que têm direito e que lhes é factualmente vedada (ao contrário dos pais ricos que, podendo pagar propinas elevadas, podem sempre matricular os filhos em escolas privadas em detrimento das estatais). Em jeito de resposta, o deputado do PS, Bravo Nico, observou que o importante é que os filhos das famílias ricas tenham confiança na escola pública.

Na Suécia não se pensa como pensam os socialistas portugueses. Empenhados em proporcionar a melhor educação possível às crianças suecas, os políticos já concluiram que o importante é que as famílias tenham confiança nas escolas. Ponto final. Foi isto que tivemos oportunidade de aprender com Karin Nilsson, directora da Agência Sueca de Educação, que no dia 16, a convite do Fórum para a Liberdade de Educação, deu uma conferência na Gulbenkian. A educação pública na Suécia, disse Karin Nilsson, é composta por dois géneros de escolas: as municipais e as independentes. As escolas municipais equivalem, na versão descentralizada sueca, às nossas escolas estatais. Por sua vez, as escolas independentes, que podem pertencer a uma pessoa, a uma empresa, a uma congregação religiosa ou a uma cooperativa de pais, são o equivalente às nossas escolas privadas. Acontece que na Suécia, ao contrário do que se passa em Portugal, o Estado financia tanto as escolas municipais como as independentes. Assim, os pais suecos, quando planeiam a educação dos filhos, podem escolher em liberdade a escola de sua preferência. A educação pública na Suécia é “pública” no verdadeiro sentido da palavra: o Estado garante aos pais a educação que privilegiam para os filhos. Em portugal, pelo contrário, continuamos a confundir educação pública com escolas estatais.

A educação pública que vigora em Portugal foi desenhada na década de 1970, tendo como base o modelo sueco. Entretanto, a Suécia, pressionada pelos novos tempos, implementou na década de 1990 um conjunto de reformas fundamentais com vista à descentralização da educação e à autonomia das escolas. Por um lado, a responsabilidade da educação pública deixou de ser centralizada no Estado e passou a ser partilhada pelos municípios, isto é, as escolas deixaram de ser estatais e passaram a ser municipais. Por outro lado, a responsabilidade da educação pública evoluiu no sentido de se estender às próprias escolas. Por exemplo, antes das reformas da década de 1990, os professores eram contratados pelo Estado, depois passaram a ser seleccionados directamente pelas escolas, inclusivamente no que diz respeito à definição do salário a pagar. Um outro exemplo é o da definição dos currículos e programas das disciplinas que, sendo definidos ao nível estatal (i.e., pelo Governo, Parlamento e agências nacionais de educação), não são mais do que um conjunto de objectivos e regulamentos gerais que têm de ser cumpridos, mas cuja concretização detalhada fica a cargo das escolas (as pessoas presentes na conferência dada por Karin Nilsson não conseguiram evitar uma gargalhada sonora quando verificaram que a extensão dos currículos e programas definidos pelo Estado não vai para além de um pequeno livrinho).

Em Portugal, as reformas importantes continuam por cumprir. Não só estamos 20 anos atrasados, face à Suécia, no que diz respeito à descentralização da educação e autonomia das escolas, como ainda nos preparamos para outro atraso no que diz respeito à possibilidade dos pais escolherem a escola dos filhos. Será que já nem da Suécia gostamos? Talvez uma segunda versão do «Orgulhosamente sós!»
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por silvaxico » 22/5/2008 20:06

Aqui está mais uma indicação de como se vão obtendo melhores resultados nas escolas deste país...

E ai de quem coloca em causa os senhores...

É mais ou menos óbvio para todos os que querem ver, que o que este(s) governo(s) faz(em) na educação é trabalhar para as estatísticas.

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou hoje «inexactas e infelizes» as declarações do director do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) sobre as críticas da SPM às provas de aferição, sublinhando que tem «competência» para as fazer

Quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o director do GAVE qualificou de «inadequadas» e «levianas» as críticas que a SPM tinha feito no dia anterior às provas de aferição da disciplina, questionando a capacidade técnica do grupo em matéria de avaliação educacional.

A Sociedade tinha criticado a existência de questões «demasiado elementares» nas provas de aferição de Matemática do 4º e 6º anos, afirmando que os resultados poderiam ser bem piores se os enunciados fossem «mais exigentes».

Hoje, em comunicado, a SPM «repudia em absoluto» as afirmações de Carlos Pinto Ferreira, afirmando que «tem a competência para criticar provas de matemática» e que tem igualmente «todo o direito de o fazer».

Reitera ainda que os enunciados contêm «um número exagerado de questões demasiado elementares», quer na prova do 4º ano, quer na do 6º ano, e que, «com provas tão fáceis», o Ministério da Educação está a «desautorizar o esforço dos professores que têm insistido com os seus alunos na necessidade de dominar bem o cálculo, o raciocinio e os conceitos matemáticos».

«Não há perguntas demasiado elementares mas sim com graus de dificuldade diferentes - mas é assim que as provas devem ser feitas. Só quem não percebe de técnicas de avaliação educacional é que pode fazer essa acusação», tinha afirmado Carlos Pinto Ferreira.

«O comentário do director do GAVE dá a entender que nunca, em circusntância alguma, poderia haver questões demasiado elementares, mas apenas questões de dificuldade variável. Discordamos, como é obvio», responde a SPM.

Em 2007, quatro em cada dez alunos do 6º ano tiveram nota negativa na prova de aferição de Matemática, enquanto no 4º ano quase 20 por cento dos alunos teve «Não Satisfaz».

Em relação a Língua Portuguesa, os resultados não evidenciaram discrepâncias significativas entre os dois anos de escolaridade: entre os alunos do 6º ano, 85 por cento obteve nota positiva, prestação alcançada por quase 90 por cento dos colegas do 4º ano.

Os resultados das provas de aferição das duas disciplinas serão divulgados a 18 de Junho.

Retirado de Sol.pt
 
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por Sei lá » 19/5/2008 16:06

Zorg Escreveu:Como o mercado está calmo, decidi fazer uma pequena intervenção.
A semana passada o Sr. Sec. da Ed. Valter Lemos esteve na minha escola, dando uma pequena palestra para cerca de 100 alunos. Estes compareceram por sua própria vontade, pedindo até para assistirem. Enquanto lá estive verifiquei que uma grande parte brincava com o telemóvel, mandava mensagens, ouviam música dos seus MP4 partilhando auscultadores, brincavam ao jogo das palavras e até vi um professor confiscar um baralho de cartas. Tudo isto numa sala grande! Quando o Sec. ria por alguma coisa que dizia, os alunos "riam" exageradamente gozando o homem.
Ouvi mais tarde dizer que o Sec. achou que na nossa escola os alunos eram bem comportados!!


Está aqui um belo exemplo da distância entre a realidade e o que o ministério da educação vê.
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por Zorg » 19/5/2008 12:39

Como o mercado está calmo, decidi fazer uma pequena intervenção.
A semana passada o Sr. Sec. da Ed. Valter Lemos esteve na minha escola, dando uma pequena palestra para cerca de 100 alunos. Estes compareceram por sua própria vontade, pedindo até para assistirem. Enquanto lá estive verifiquei que uma grande parte brincava com o telemóvel, mandava mensagens, ouviam música dos seus MP4 partilhando auscultadores, brincavam ao jogo das palavras e até vi um professor confiscar um baralho de cartas. Tudo isto numa sala grande! Quando o Sec. ria por alguma coisa que dizia, os alunos "riam" exageradamente gozando o homem.
Ouvi mais tarde dizer que o Sec. achou que na nossa escola os alunos eram bem comportados!!
 
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por silvaxico » 18/5/2008 12:25

Pata-Hari Escreveu:silvaxico, nas boas escolas internacionais as avaliações são feitas pelos alunos e pelos colegas. E nas escolas privadas a avaliação final (a escolha das escolas, por definição) é também feita pelos alunos/encarregados de educação). Porquê que isso vos parece tão anormal?


Quem são os clientes dessas escolas? Estão claramente acima da grande maioria dos clientes das nossas escolas (públicas ou privadas).

Pata-Hari Escreveu:De qualquer modo, concedo-te que na educação básica e pública essa avaliação possa ser feita noutros modelos. Isto porque o objectivo dessa educação básica e gratuita é conseguir igualar e nivelar níveis de alunos provenientes de classes menos favorecidas e cujo "nível de exigência natural" possa ser inferior ao do resto da população. Ou seja, admito que seja necessário nivelar por cima o exigido aos professores e usar modelos diferentes na avaliação e medição de objectivos. Esta ideia é perfeitamente compativel e coerente com o que afirma o Luís Cabral: os niveis de exigencia tendem a ser mais elevados quando o preço pago, por escolha e opção, é maior. E na educação obrigatória e imposta a alguns alunos o valor desta é considerado pelos próprios como sendo nulo.


Para muitos destes o valor da educação é negativo, porque o tempo que se perde na escola é tempo em que se podia estar a trabalhar e a fazer algo de realmente útil.

Mas pronto, parece que já estamos de acordo outra vez: a avaliação pelos alunos/encarregados de educação exige que estes estejam interessados no processo de ensino/aprendizagem.

A questão de se ter de pagar por algo para lhe dar valor é, penso, mais ou menos consensual. O esforço associado à obtenção de algo é muito importante. É também por isso que não dou aos meus filhos tudo o que eles pedem. Tenho receio de que se o fizer eles não deem valor a nada.

Voltando ao pagamento da educação: o problema está (de novo) nas condições que a grande maioria da população não tem para pagar por mais este serviço. Em teoria, pagar pela educação/saúde, etc parece-me um princípio correcto, mas na prática como se vai fazer uma coisa dessas se já temos uma tão grande fatia da população a passar fome?
 
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por Pata-Hari » 18/5/2008 11:42

silvaxico, nas boas escolas internacionais as avaliações são feitas pelos alunos e pelos colegas. E nas escolas privadas a avaliação final (a escolha das escolas, por definição) é também feita pelos alunos/encarregados de educação). Porquê que isso vos parece tão anormal?

De qualquer modo, concedo-te que na educação básica e pública essa avaliação possa ser feita noutros modelos. Isto porque o objectivo dessa educação básica e gratuita é conseguir igualar e nivelar níveis de alunos provenientes de classes menos favorecidas e cujo "nível de exigência natural" possa ser inferior ao do resto da população. Ou seja, admito que seja necessário nivelar por cima o exigido aos professores e usar modelos diferentes na avaliação e medição de objectivos. Esta ideia é perfeitamente compativel e coerente com o que afirma o Luís Cabral: os niveis de exigencia tendem a ser mais elevados quando o preço pago, por escolha e opção, é maior. E na educação obrigatória e imposta a alguns alunos o valor desta é considerado pelos próprios como sendo nulo.
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por silvaxico » 18/5/2008 11:00

Não, o que estou a tentar fazer é mostrar que a avaliação tem de ser feita por alguém "de fora". Estás a imaginar colocar os presidentes de clubes a avaliar os árbitros que lhe apitam os jogos?

A avaliação feita pelos alunos/encarregados de educação vai ser sempre mais influênciada pelas notas do que pela efectiva qualidade do ensino.
 
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por Pata-Hari » 18/5/2008 10:43

Silvaxico, vocês estão portanto os dois a comparar e a equiparar os alunos e pais de alunos a criminosos como forma de demonstrar que os utilizadores e pagadores da educação não podem ter nada a dizer acerca da qualidade da mesma :shock: .

Tentam portanto negar que é assim que as boas escolas se tornam boas escolas e que os bons serviços são reconhecidos como tal.
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por silvaxico » 18/5/2008 10:21

Pata-Hari Escreveu:E sim, na justiça a avaliação é ou deveria ser também feita pelos utentes: acusadores, acusados e todos intervenientes na mesma.


Pata, achas mesmo que os juízes devem ser avaliados pelos criminosos?... e pelos advogados dos criminosos?
 
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por Pata-Hari » 17/5/2008 20:56

devastador, que mercados conheces em que o cliente não seja quem avalia o provedor de serviços? isso é verdade nas comunicações, nos supermercados, na banca... em todo lado!! só na função pública é que o utilizador do serviço não é o avaliador do mesmo!

E sim, na justiça a avaliação é ou deveria ser também feita pelos utentes: acusadores, acusados e todos intervenientes na mesma.
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Avaliação da linha do metro...

por devastador » 17/5/2008 20:01

Pata-Hari Escreveu:e outra opinião interessante que, no entanto, não aborda a questão da hipotese de se criar um cheque ensino:

Abaixo o ensino gratuito
2006 / 7 / 06
Um professor que dê aulas a alunos que não pagam propinas pode facilmente anunciar que faltará na semana seguinte – a reacção não passará de um encolher de ombros, se não mesmo um certo regozijo da audiência. Experimentem fazê-lo diante de alunos que pagam mais de 30,000 Euros por ano. Não recomendo.

Vem isto a propósito da questão das avaliações. Concordo com a ideia de os encarregados de educação avaliarem os professores dos seus filhos. Mas não creio que seja necessário criar um esquema complicado para que tal tenha efeito. Basta que os pais disponham da opção de colocar os filhos na escola pública que queiram; e que tenham – todos – de pagar propinas.

A liberdade de escolha da escola levanta alguns problemas logísticos.
Abaixo a educação gratuita. Vivam as propinas.


http://luiscabral.wordpress.com/2006/06 ... -gratuito/


Relativamente à questão das faltas não entendo o problema!! Já trabalhei no melhor colégio da cidade de Coimbra e trabalho agora, por minha opção, numa escola pública e falto o mesmo!!!
Se alguns professores abusavam das faltas, culpo ESSES professores e o Ministério, pois este PERMITIA tal situação!!! A diminuição significativa do número de artigos 102 que se podem dar foi uma medida positiva para reduzir o número de faltas.
É alterando a lei laboral pela qual os docentes se regem que se diminuiu o absentismo e não por passar uma escola pública a privada...

Quanto à ideia de os encarregados de educação avaliarem os professores dos seus filhos, só poderei concordar se concordarem com o seguinte:
Os familiares de um réu deverão avaliar o juiz que realizou o julgamento.
Sejamos coerentes, pois estamos a seguir o mesmo raciocínio lógico. :evil:
Não entendo isto porque actualmente qualquer Encarregado de Educação pode dialogar com o Director de Turma, o Presidente da Escola ou mesmo o Ministério para resolver qualquer questão com o seu educando!!
Para que haja um vencedor tem que haver um perdedor.
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Exames...E exigência...

por devastador » 17/5/2008 19:18

Pata-Hari Escreveu:Vou trazer este tópico para cima para acrescentar um comentário muito interessante do Prof. Luís Cabral no seu blog:

Exames e justiça social
2007 / 14 / 07

Mas, por favor, não deixem de fora os exames! O nivelamento por baixo com que o eduquês pretende “democratizar” o ensino tem o efeito contrário: fecha ao aluno pobre a principal via de mobilidade social.

Quem tem mais a ganhar com a meritocracia criada pelas avaliações são os alunos pobres. Aos ricos ficam sempre as possibilidades do ensino privado (nas condições actuais, mais caro), um emprego na empresa do pai, ou o casamento com uma prima.

A eliminação dos exames, justificada com argumentos de justiça social, acaba assim por ser uma grande injustiça.


http://luiscabral.wordpress.com/2007/07 ... l/#more-85


Relativamente à questão dos exames, estou de acordo!
A eliminação dos mesmos iria permitir que os jovens que andam em colégios privados entrassem com muito mais facilidade nas universidades pretendidas, que são sem sombra de dúvidas as públicas (exceptuando a Católica em Lisboa e Porto, e mesmo assim só em alguns cursos). Os exames permitem uma maior igualdade e justiça na avaliação dos conhecimentos adquiridos.
Descobri neste artigo, para meu espanto, que o autor pensa que os exames e provas de aferição emanadas do Ministério da Educação vem nivelar por alto a educação :shock: :shock: :shock: :shock:
No segundo período dei numa turma do oitavo ano 38% de negativas e na prova de aferição só tive 19% de negativas. Noutra turma em que deu 50% de negativas tive no exame 33% de negativas. Tenho ainda a dizer que as notas obtidas foram bem superiores às alcançadas nos testes por mim elaborados.
Será que estou a ser escandalosamente exigente? Como irei explicar o nível dois que darei a um aluno que teve sempre "Não Satisfaz" nos testes e que agora tem positiva? Será que o Encarregado de Educação vai concordar comigo e me dará uma boa nota para subir de escalão?
Volto a firmar que defendo a realização de exames. Os mesmos deveriam nivelar por cima, mas infelizmente nivelam por baixo, pondo assim em cheque o trabalho de quem exige!!!

(Os comandos Ingleses eram demasiado duros nas provas físicas para a selecção dos candidatos. Isto fez com que faltassem soldados nas suas fileiras. Para ficarem com o número de efectivos que pretendiam, diminuíram a exigência.
Conclusão: Ou queremos exigência ou queremos que passem todos!!! As duas ao mesmo tempo é que é IMPOSSÍVEL...)
Temos é que escolher de uma vez por todas o que queremos...Para assim a Ministra não ter de repensar as retenções dos alunos...
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por Pata-Hari » 17/5/2008 18:57

Mech, vou apenas pegar numa das tuas afirmações:

Mas não podemos dizer que os professores de alunos que pagam propinas são excelentes e os dos que não pagam , são uns baldas !
Não podemos falar do caracter , profissionalismo e brio de um professor , como quem fala de um Restaurante ou de um carro .
Os serviços , pagam-se .
Um professor, a partir do momento em que aceita o trabalho, tem de o fazer. Bem ! O melhor que possa e saiba . Como qualquer bom profissional .Saiba ele que o ensino é gratuito ou pago .


As causas e consequências são as seguintes: numa universidade onde se paga muito (estou a pensar no insead), os professores têm que ser bons. Ser bons significa que são bem avaliados pelos seus alunos (adultos de MBA e de educação executiva). São também avaliados pelo trabalho de investigação que desenvolvem. Se forem mal avaliados, são corridos da escola. Isto é assim no ambiente universitário internacional. Por isso a motivação para se fazer bom trabalho é muita. Se houvesse consequências para se ser mau professor, a qualidade seria sem dúvida melhor. Só que não existem consequências. Quem é mau e quem falta continua a progredir nas carreiras e continua para sempre com um emprego garantido. Causa - Consequência. Quem paga na educação dita gratuita, não é quem avalia. Logo, não consegues estabelecer um sistema de exigência e de mérito.

A teoria do brio e do mérito é bonita. A prática que conheces, a realidade, é outra bem diferente.
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por The Mechanic » 17/5/2008 18:23




Mech, eu acho que a educação básica (e o básico corresponde cada vez mais a níveis muito exigentes) deve ser gratuita porque é insustentável para qualquer país crescer e ser competitivo sem essa educação básica. Tenho defendido que enquanto não fizermos a opção consciente de que a educação é o factor critico de sucesso do país, que não conseguiremos nunca avançar e ser competitivos.


Completamente de acordo . Concordamos então os dois que o Luis Cabral , por mais meritório que seja no campo dele , não está correcto ao defender " a educação paga " , a não ser no que toca ao facto de ser a opinião dele e ter direito a ela .

No entanto, não tenhas qualquer dúvida que a exigencia cresce quanto mais tu tens que investir no que quer que seja. Tens dúvidas que o teu grau de exigencia é mais elevado quando vais a um restaurante de luxo versus a tasca da esquina? ou que és mais exigente num carro caro que num carro barato?


Tambem concordamos que a exigencia cresce quanto mais se tem que investir no que quer que seja . Se pagamos é pra ser bem servidos .
Mas não podemos dizer que os professores de alunos que pagam propinas são excelentes e os dos que não pagam , são uns baldas !
Não podemos falar do caracter , profissionalismo e brio de um professor , como quem fala de um Restaurante ou de um carro .
Os serviços , pagam-se .
Um professor, a partir do momento em que aceita o trabalho, tem de o fazer. Bem ! O melhor que possa e saiba . Como qualquer bom profissional .Saiba ele que o ensino é gratuito ou pago .

E sim, o Luís Cabral pode não ter a receita mágina mas tem certamente o conhecimento de causa para poder comparar os diferentes graus de exigencia em diferentes sistemas e o que difere em cada um deles. Ele fala em factos e não tenta identificar causas ou consequências.


De que serve falar de factos , se não falamos em causas e consequencias !?
É o mesmo que vir ao Caldeirão e meter um post a dizer que a cotação do BCP está a 1,74 . E onde é que está o sumo disso !?


Um abraço ,

The Mechanic
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles

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por Crómio » 17/5/2008 18:14

Pata,

Eu não ofendi ninguém.
Simplesmente disse que um Meretíssimo Doutor se for uma besta, não o deixa de ser por ser Doutor.
E disse que a História tinha exemplos desses.
Não disse que este senhor era uma besta, disse é que a frase dele é das mais absurdas que já tive conhecimento, dentro da realidade portuguesa.

Ah, e desculpa a minha brusquidão, mas não fiquei bem por me teres chamado simplório.

Beijinhos
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

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por Pata-Hari » 17/5/2008 17:50

Mech, eu acho que a educação básica (e o básico corresponde cada vez mais a níveis muito exigentes) deve ser gratuita porque é insustentável para qualquer país crescer e ser competitivo sem essa educação básica. Tenho defendido que enquanto não fizermos a opção consciente de que a educação é o factor critico de sucesso do país, que não conseguiremos nunca avançar e ser competitivos.

No entanto, não tenhas qualquer dúvida que a exigencia cresce quanto mais tu tens que investir no que quer que seja. Tens dúvidas que o teu grau de exigencia é mais elevado quando vais a um restaurante de luxo versus a tasca da esquina? ou que és mais exigente num carro caro que num carro barato?

E sim, o Luís Cabral pode não ter a receita mágina mas tem certamente o conhecimento de causa para poder comparar os diferentes graus de exigencia em diferentes sistemas e o que difere em cada um deles. Ele fala em factos e não tenta identificar causas ou consequências.


Crómio, tem lá calma antes de resvalar para o insulto gratuito sem teres tu acrescentado nada ao tema. Critica, argumenta mas não insultes quem tem provas dadas e quem apresenta ideias e argumentos.
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por scpnuno » 17/5/2008 16:13

Para rematar, deixem-me acrescentar que ele pode saber muito de muita coisa, mas escolheu mal o futebol como referencia - disso ele não percebe nada

O Jorge Costa e o Manuel José nos "patamares de excelencia do futebol mundial"???

Quanto ao resto, como é obvio, eu sou "filha de escolas publicas", mãe de frequentadores de escolas publicas e não concordo nem um bocadinho com o que ele disse, embora respeite o direito que ele tem á opinião.

Quantas crianças iriam á escola em Portugal se fosse paga? 50%? mesmo que fossem 100€ por mês, quantos pais de 2 filhos teriam possibilidade de pagar? mesmo assim, no mundo real, já há quem tenha muita dificuldade em manter os filhos a estudar..

È facil falar "de barriga cheia", presumo que o senhor em causa nunca passou dificuldades
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
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por Crómio » 17/5/2008 15:53

Pata,

Não é uma questão de falta de modéstia, é um desabafo de indignação.

Simplesmente esta frase está no TOP10 das mais absurdas para a realidade portuguesa.

Ainda por cima dita por um Meretíssimo Doutor.

Pata, o grau académico e o mérito não significam que a pessoa não seja uma autêntica besta. Aliás temos a História em alguns capítulos recheados de casos desses.

Vá-se lá ver e com frases tão geniais ainda vai para a equipa do Min. Educação.

De resto, vou passar a aplaudir ou apupar das bancadas:

Para evitar criticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada.
Better to keep your mouth shut and be thought a fool than open it and remove all doubt.

Beijinhos
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

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