Caldeirão da Bolsa

Nasceste antes de 1986?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

a vinganca serva-se fria

por james dean » 5/5/2008 16:30

Nunca tinha visto uma bicicleta na vida.Chega a minha terra um garboso oficial,encavalitado num bicho de duas rodas.Era um rapaz alto e louro,as miudas da sua idade,subiam aos muros para o ver passar,e ele la ia passando,sem olhar.

Por parentesco ainda que distante,o oficial ficara a viver na casa de uns primos meus.Um dia,sentou-me na bicicleta,empurrou-a pela rua de terra abaixo.E eu fui indo,nao chegava aos pedais,e nao sabia o que eram travoes.E fui descendo,rumo ao mar,a estrada cada vez se inclinava mais,e eu cada vez mais,depressa andava.Veio uma curva,a tasca do noventa,ali estava,e eu voei la para dentro,entre
pipas de vinho e batatas.

No, outro dia,o jovem oficial,dormia o sono dos justos,num alto muro,sobre uma levada,que derramava
a agua,pelos campos de milho.Cheguei junto a ele,dormia e sonhava a luz do sol quente,peguei no corpo,que caiu com grande estrondo para dentro da
levada,que la em baixo,muito em baixo,passava.

Desatei a correr,os tios apareceram,e gritei:o tropa caiu do muro,tirem-no dali,senao morre afogado.
"sonhe como se fosse viver para sempre,viva como se fosse morrer amanha!"-James Dean
 
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por charles » 4/5/2008 22:07

Lolllll :mrgreen:
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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por bolo » 4/5/2008 19:48

Blasterman Escreveu:eu nasci nos primeiros 8 dias de 1986.

ainda posso brincar com voces? :P

lool



Chiuuu! Podes!

Não faças barulho!
Estamos a ouvir o James!
:shock:

Senta-te aí!

:-s
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
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por Blasterman » 4/5/2008 6:36

eu nasci nos primeiros 8 dias de 1986.

ainda posso brincar com voces? :P

lool
 
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por pvg80713 » 29/4/2008 18:00

borgward isabella, por acaso nas serras da Madeira...
Anexos
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isabela e a vaca

por james dean » 29/4/2008 13:57

Havia que tirar o Isabella da D.Julieta que dormia de pernas para o ar,na vinha vicosa.O padre,tio do Alberto Joao,na missa,pediu ajuda ao povo.

Com grandes cordas,o povo acorreu.O bicho vermelho,foi amarrado,todos puxavam,e dormindo sobre a vinha,de pernas para o ar,o bicho nao se mexia.

O tio Jacinto,apareceu com um grande camiao,Commer de seu nome.O camiao roncava,o povo gritava,e o entao belo Isabella,todo amolgado,chegou a estrada.

A D.Julieta chorava,queria um carro novo,e o doutor la foi com ela para o Funchal.Escolheram um novo,teria que ser um Isabella,ela escolheu a cor,um flamejante amarelo,e la vieram para a terra,ele para cuidar doentes,ela para acenar ao povo.

Desciam a encumiada,ela ergueu-se,queria mostrar onde poucos dias antes um filho da terra,o James,caira pela montanha abaixo.

O Doutor olhou,travou com a embriagem,o carro voou,nao havia loureiros,desceu ate parar dentro de um palheiro,onde uma grande vaca fazia a sesta.

A vaca berrou,D.julieta chorou,o Isabella sucumbiu,do
amarelo passou a negro,negro como os dias que o doutor viveu,com a D.julieta a lhe dar na cabeca.

Dias depois chegaram de camioneta,o doutor visitava os clientes a pe,regressava com as galinhas debaixo do braco,e D.Julieta,cada vez mais culta,a pe passeava,e a todos cumprimentava,sem Isabella,mas
com o Seculo debaixo do braco.

Consta hoje que o doutor nunca mais guiou na vida,
e que foram tantos os porcos,os patos e as galinhas
que entraram na sua casa,que um dia,sairam da terra
com os animais numa carroca,para outra terra.
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as lagrimas do povo

por james dean » 29/4/2008 12:25

Estavamos em 1960.Ja havia electricidade,ja havia agua canalizada,e chegara um medico e a sua mulher,a D.Julieta.D.Julieta era uma mulher culta,o povo dizia que ate falava como as gentes de Lisboa,sem sotaque madeirense,a custa de ler o Seculo de Lisboa.

O medico,vinha substituir o meu pai,que nao sendo medico,cursara medicina,e com um canivete desinfectado,cortava dedos gangrenados,dos camponeses.De todos tratava,tinha comprimidos para tudo,ate para as cabecas cheias de vinho.

D.Julieta no seu metro e meio,era muito vaidosa,veio a cidade escolher um carro para o marido que aprendera a guiar.Procurou por todo o lado,e de Isabella vermelho,entraram na terra.

O Doutor era careiro,a todos levava o dinheiro que nao tinham,e se nao tinham dinheiro,pagavam com galinhas,com patos e ate com porcos.

O carro vermelho avancava,D.Julieta sentada sobre uma grande almofada,a todos cumprimentava,acenava para a direita,acenava para a esquerda,era a rainha da Inglaterra daquela terra.O doutor enganou-se,quiz travar e acelerou,e saindo da estrada,pousou sobre uma vinha,que a tres metros abaixo o esperava.

O povo veio aos magotes,a D.Julieta saiu do carro aos gritos,o meu Isabella,o meu Isabella.Um velhote sabio e poeta logo verseja:Isabella,isabella,lagrimas do povo,orgulho dela.
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por CerealKiler » 29/4/2008 12:18

Peter_Borgas Escreveu:colheita de 1976 do melhor


:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: YAP.....
 
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por feliztrader » 29/4/2008 11:59

james,

estou muito cansado, já devia estar na cama há que séculos; os olhos parece que querem fechar e eu vou debandar, mas antes queria dizer-te Obrigado.
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por pvg80713 » 29/4/2008 9:14

james,

podia dizer à Belga, que devido ao acidente não se lembrava de nada...
e ao seu pai... que a culpa foi da Belga.
e ao seu avô que a culpa foi das mulheres em geral.

abraço
pvg
 
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por Crómio » 28/4/2008 23:05

Meu pai sentiu-se mal ao ver o carro,meu avo,com o seu pragmantismo,logo prometeu uma saca de guano,ao loureiro,que havia salvo o seu rico neto.


:lol: :lol: :lol:

Que delícia de contos...

Dá para pedir uns tipo discos pedidos?

Gostava daqueles que descrevem o ambiente de trabalho nos bancos e aquelas cenas caricatas da bolsa que nunca mais acontecerão...

Obrigado e um Abraço
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

William Bernstein
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anglia fascinante

por james dean » 28/4/2008 22:50

A vida foi correndo.Aos 9 anos,arrumava a trouxa,para abandonar o campo,e penetrar na cidade,onde ia estudar,aprender a dar o no na gravata,que me atormentou pela vida fora.

Mas ainda estou a ver o lugar longinquo da encumiada,onde a camionete furou,e salto 10 anos,para la voltar.

Estavamos em 1960,entrara para a faculdade de direito,levando como colega,o Alberto Joao,e sentado ao lado do Mota Amaral.

Acabou o ano,cansado dos exames,rumei a Madeira,no velho Serpa Pinto.A viagem teve contornos agradaveis
entre eles,uma jovem belga,com quem troquei beijos escaldantes.

Cheguei ao cais,e la estava outra namorada,a oficial,que no campo,em casa de meus pais,passava
um periodo de ferias.E com ela,estvam 2 primos,e um
flamejante anglia fascinante,alugado num rent a car,para nos levar.

Tinha acabado de tirar carta,era quase meia noite,e la fomos para a longa viagem de 64 kms.Procurei o apito,e nunca o encontrei.

Ao dar a curva,precisamente,onde anos antes,a camioneta furara o pneu,olhando as montanhas e os abismos que nos rodeavam,esqueci-me de fazer a curva,e voei,pela encosta abaixo.

Tombo atras de tombo,o carro parou,pendurado num ramo de loureiro,de focinho para baixo,com as luzes iluminando o abismo sem fim,eram mais de 300 metros.

Sai do carro,para cima do galho da arvore,e logo gritei para dentro,para nao se mexerem,o carro baloucava,e estava prestes a se despenhar.

Sairam os primos e a namorada,eu a frente,a todos puxava,ribanceira vertical,cheia de silvado,noite escura como breu,e la chegamos a estrada.

O carro comecou a apitar,nervoso peguei num pedragulho,e la de cima o mandei para baixo,para o calar.Nao calou,fez foi um grande rombo no tejadilho,que ajudou a manda-lo para a sucata.

Conseguimos apoio,telefonando de um posto da guarda fiscal,e cheios de oleo na camisa,na cara,chegamos a casa,onde o pai ja dormia,pois dissera-lhe ao telefone,ter tido um furo.

No dia seguinte,o meu pai e o meu avo,foram ver o carro,e viram montes de gente que olhavam para baixo,e onde os bombeiros amarrados com cordas,procuravam descer a perigosa ravina,que eu tao facilmente,ao escuro,havia subido.

Meu pai sentiu-se mal ao ver o carro,meu avo,com o seu pragmantismo,logo prometeu uma saca de guano,ao loureiro,que havia salvo o seu rico neto.

O problema maior,nao foi a zanga do meu pai,que chegou a casa furioso.O problema,foi ver chegar a belga num taxi.
 
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por Peter_Borgas » 28/4/2008 22:20

colheita de 1976 do melhor
 
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por ClyssaN » 28/4/2008 21:51

Belo post, as vezes tenho dificuldade em recordar porque ao "cair" na realidade actual fico triste.
 
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por pvg80713 » 28/4/2008 21:30

james,

........ sem comentááááááhhhhhháááhhááários.


respeitosos cumprimentos

pvg
 
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o diluvio

por james dean » 28/4/2008 20:08

tia Alice,uma dos doze irmaos do meu avo,era uma mulher imponente.Do seu metro e oitenta,e com uma tonelada de peso,tudo e todos controlava.A. sua irma Dora,mais baixa e mais gorda,era a tia docil de que todos gostavamos.Um dia de Outubro,la estavam elas a porta de casa,com o fato de cidade,para irmos para o Funchal.O pai abriu o porta bagagens,o banco la estava,o problema era mete-las la dentro.Veio um banco da cozinha,a tia Alice,subiu,para cair,enchendo
o porta bagagens.Havia que la meter a outra tia,e de empurrao em empurrao,la foi arrumada.Colocamos a capota,o tempo estava invernoso,e la arrancamos,com as cabecas das tias de fora.Subiamos a encumiada,o diluvio chegou,e o nevoeiro nao deixava ver nada.Mas numa curva,la estava o horario,assim se chamava a camionete que saia da minha freguesia as sete da manha,para depois de 64 kms de uma estrada so com uma via,chegar as 19 horas ao Funchal.As camionetas
compradas nos anos 20,ainda andavam,mas andavam muito mal,o motor aquecia,e era preciso horas para arrefecer.Atraves do nevoeiro,vimos o cigarrilha,o ajudante do motorista,tentar tirar o grande pneu furado.O macaco gigante,escorregava nas pedras da estrada,pedras tiradas do mar,polidas por milhares de anos,por ondas gigantes.Meu pai logo sentenciou,temos para 3 horas,nao podemos passar,so temos que esperar.E fomos esperando,o temporal aumentava,os passageiros do autocarro,esperavam na rua,o desenlace da roda furada.Horas depois,a roda
consertada,com penso de borracha,que era colocado
com uma cola a arder,o carro nao pegava.La estava o cigarrilha de manivela na mao,metendo-a na boca do motor para o por a trabalhar.Mas tudo resolvido,os
passageiros entraram para os seus lugares,e para as janelas abertas,para poderem vomitar livremente.Finalmente chgamos a Ribeira Brava,conseguimos passar a frente,e arrumar o carro no centro do Funchal,onde a Se estava.Abri a porta,corri para as tias,e gritei para os pais:eStao
vivas,roxas de frio e quase afogadas.A agua enchia
o porta bagagem,havia que tira-las de la.O pai bem tentou,estavam coladas pela agua,que lhes cobriam os joelhos.Pediu ajuda a um homem possante que passava ali,e puxa daqui,e puxa dali,a Tia Alice,la saiu para cair no chao,sem forcas nas pernas.A tia Dora
foi mais facil sair,e ambas la ficaram junto a Igreja
para dias depois regressarem de autocarro.Juraram ali mesmo,que nunca mais entravam naqule carro demoniaco.
 
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por james dean » 28/4/2008 19:20

Arranja-te James,vamos a S.Vicente ao funeral do pai do tio Henrique,que hoje fazia 100 anos,e resolveu ir festejar para o outro mundo.O meu pai,meteu a capota,a cerimonia assim o exigia,e la fomos.Ao chegar,a multidao ja desfilava,o morto a frente,e gente sem fim atras.O cemiterio era muito longe,desciamos por entre estradas estreitas,gente e mais gente,e nos no meio.De repente,o carro comeca a apitar,gritos dilacerantes atravessavam a montanha,e os ecos para nos voltavam.O povo nao estava habituado a ver carros e muito menos aos seus gritos.Sairam da estrada,o morto e o padre continuavam a andar para a ultima morada.O pai sai do carro,abre o capot,desliga a bateria,o carro cala-se,o povo regressa a estrada.O funeral continuou,e nos continuamos a olhar para o carro,que logo a bateria ligada,o carro apitava
-continua
 
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por james dean » 28/4/2008 18:58

Ja estava a ficar desesperado.ha 2 dias que escrevo,o computador aquece,desliga.Volto a escrever,volta a desligar.Vou a procura de um portatil que comprei ha mais de um ano.Ja deve estar cansado,e tambem nao liga.Vou a loja,carregam num botao,e la venho para casa,escrever,nao sei sobre o que.
-----------

Estavamos em 1946.A grande guerra acabara,os soldados ainda la estavam.Ja nao tinham armas,tinham grandes cuecas,e banhavam-se na poca que haviam construido,na missao dificil que tiveram.Foram dois anos de lutas,a tirar pedras do fundo,e a serem discretamente olhados,pelas religiosas que da igreja os espreitavam.Era Setembro,chovia a rodos,as vindimas comecavam.Os miudos apanhavam as uvas,as mulheres faziam o almoco em grandes panelas de ferro,batatas e cebolas,abrigadas pela vinha da chuva torrencial.Isquinha,la me ia dizendo,este ano o patrao nao precisa de deitar agua no vinho,a chuva ja o fez.Os ingleses bebiam mais,para esquecer a guerra.Churchil,com o seu charuto na boca,pintava os barcos de pesca,em Camara Lobos.Todo o povo rezava e agradecia a Deus,a grande colheita de uvas.Meu pai encheu os bolsos de dinheiro,fruto das uvas,meteu-se na mota e veio para o Funchal.Tinha saudades da boemia Lisboeta e do seu Hispano Suisso,com 3 metros de capot que deixara anos antes a dormir numa garagem.Ha dias encontrei o seu grande amigo,o actor Virgilio Teixeira,hoje tambem meu grande amigo,que me contou.Era raro ver o teu pai no Funchal,encontrei-o de partida para Lisba,e perguntei-lhe:quanto tempo la ficas?respondeu-me de imediato,fico,fico...100 contos.
Poucos dias depois,ouve grande alvoroco na terra.Um monstro vermelho,com dois grandes olhos a frente,passara o tunel e entrara,agora nas lindas estradas que nasceram,cobertas de pedras pretas,trazidas do mar.Era um Pontiac vermelho,com capota e tudo.O porta bagagem abria-se e de la saia,um grande banco,virado para tras.E sem capota,o meu pai acelerava pelo campo,sempre seguido das criancas descalcas,que nunca tinham visto um bicho semelhante.
-continua
 
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por pvg80713 » 28/4/2008 12:10

não james,
o que eu quero é que tu escrevas um livro.
grande abraço
pvg
 
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por james dean » 27/4/2008 21:18

pvg80713 Escreveu:qual a sua opinião sobre o johnny walker poder vir a ser primeiro ? e o que diria o Sr Isquinha disto ?

abraço james,
pvg

Caro Pvg
Recomendo-te que leias a revista Unica do Expresso,desta semana.Queres que eu seja expulso da terra onde nasci?
um abraco
james
 
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por pvg80713 » 27/4/2008 19:57

qual a sua opinião sobre o johnny walker poder vir a ser primeiro ? e o que diria o Sr Isquinha disto ?

abraço james,
pvg
 
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por james dean » 27/4/2008 19:37

Os tempos corriam,e nos com o tempo corriamos pelo campo.A minha mae queixava-se;Carlos,e demais,tens que falar com o James,nunca para em casa,come pela casa dos trabalhadores.Deixa la,Marta,para o ano ele vai para a escola,e a liberdade e os bons tempos estao a acabar.Feliz com o que ouvi,fui com o Isquinha,subir a uma alta figueira.La estava um figo amarelo,com a boca aberta a jorrar mel,a olhar para mim.Fui subindo com cuidado ao ramo alto.O ramo partiu-se,ja tinha o figo na mao.Eu e o figo,viemos por la abaixo,a ribanceira era alta,o silvado cortou-me as pernas,os bracos e a cara.O sabor do sangue,que me corria pela cara,assustou-me.Corri para casa,minha mae vem a correr e aos gritos chama o meu pai.Ves Carlos,eu tinha razao.Meu pai pega-me no braco,leva-me para o quarto onde me lavou com agua oxigenada e me pintou como um indio,com um remedio de cor vermelha.Tirando uns espinhos do silvado,que teimosamente estavam enterrados nas minhas pernas,ia dizendo a minha mae:Nao te preocupes
Marta,isto sao os espinhos da vida,o James vai pela vida fora,encontrar outros espinhos,espinhos muito mais dolorosos.
 
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o cavalo virou mota

por james dean » 27/4/2008 19:25

O furado foi inaugurado,agora estavamos ligados a freguesia vizinha,sede do concelho.Meu pai foi a cidade,e de regresso,sentado num animal,com um grande olho a frente,cromados por todo o lado,correu
pela aldeia,com um barulho infernal.Nunca ninguem vira semelhante animal,uma Norton comprada aos americanos,que deixavam a europa,para casa voltarem.Era a nova animacao,magotes de putos corriam atras da mota,os velhos e velhotas,abanavam a cabeca em sinal de reprovacao.O tio Henrique,com o seu grande corpanzil,era solicitador na sede do concelho.Um dia sentou-se atras na mota.O pai acelerou,a mota voou,por entre penhascos,curvas e contracurvas.Chegados a Vila,o pai voltou-se,e de tio nao havia sombra.Perdera-o no caminho.Voltou a sua procura,ele vinha dentro do tunel escuro,com a queda de agua a entrada.Nao quiz subir para a mota,e coxeando foi para o tribunal.
 
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por charles » 27/4/2008 19:00

James Dean, gostaria de lhe dizer que quando li estes posts que escreveu, que as suas historias contadas da forma que o faz, como se de um conto se tratasse, conseguem por transportes de imaginação colocar-nos no tempo e local dos acontecimentos, muito interessante, parabens.
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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o computador pifou

por james dean » 27/4/2008 16:27

nao pode continuar.tenho que levar o computador ao medico,so aguenta uns segundos.
um abraco e desculpem
 
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