Nasceste antes de 1986?
Ontem ha noite muito escrevi!quando carreguei no submeter,o computador pifou,e la fui para a cama,
pensando,como e diferente os tempos que agora vivemos!
-----
A guerra acabara,os militares ficaram na minha aldeia,postados em cima do mar,com as espingardas da primeira guerra,apontadas o horizonte sem fim .Dizia-se que defendiam o nosso espaco das incursoes nazis,mas eis que uma baleia enorme da a costa.Todos dizem que foram os soldados,estes nada dizem,as armas estavam lindas,mas balas nao havia.Fui ver a baleia gigante,via os soldados a tirar as pedras do mar,para fazerem uma grande piscina,que se passou a chamar,a poca dos soldados.Mais tarde,ali aprendi a nadar,amarrado com uma corda,a cintura,que os meus primos puxavam,quando as ondas la entravam.Havia o racionamento,do pao,do trigo,do acucar e do sal.As mulheres amontoavam-se debaixo das vinhas,bordando para as grandes casas do Funchal.Os homens,cortavam a cana do acucar,o trigo,o milho e as vindimas.Meu pai passeava-se num belo cavalo,pelas vielas poeirentas da terra.Milhoes de anos atras,as montanhas desabaram sobre o mar,e criou-se uma ponta,rodeado por altas montanhas,sem acesso,senao pelo mar.Com escorpo e martelo,homens de todas as idades furavam a montanha.Corriamos todos para la,para ver o dinamite rebentar.Mas os tempos eram dificeis,os homens roubavam o dinamite,para irem a noite pescar.O Lider era o Coto,assim conhecido,por ter perdido os 2 bracos,quando com o dinamite na mao,
pescava peixes,que ao anzol nao vinham.Um dia,os foguetes soaram no ar,apareceu luz no fundo do buraco.No domingo,corremos para o furado,todos queriam ser os primeiros,rastejamos como toupeiras,para ver a luz do sol do outro lado,onde uma linda estrada nos esperava.
PS:CONTINUA-tempo para um cigarrito
pensando,como e diferente os tempos que agora vivemos!
-----
A guerra acabara,os militares ficaram na minha aldeia,postados em cima do mar,com as espingardas da primeira guerra,apontadas o horizonte sem fim .Dizia-se que defendiam o nosso espaco das incursoes nazis,mas eis que uma baleia enorme da a costa.Todos dizem que foram os soldados,estes nada dizem,as armas estavam lindas,mas balas nao havia.Fui ver a baleia gigante,via os soldados a tirar as pedras do mar,para fazerem uma grande piscina,que se passou a chamar,a poca dos soldados.Mais tarde,ali aprendi a nadar,amarrado com uma corda,a cintura,que os meus primos puxavam,quando as ondas la entravam.Havia o racionamento,do pao,do trigo,do acucar e do sal.As mulheres amontoavam-se debaixo das vinhas,bordando para as grandes casas do Funchal.Os homens,cortavam a cana do acucar,o trigo,o milho e as vindimas.Meu pai passeava-se num belo cavalo,pelas vielas poeirentas da terra.Milhoes de anos atras,as montanhas desabaram sobre o mar,e criou-se uma ponta,rodeado por altas montanhas,sem acesso,senao pelo mar.Com escorpo e martelo,homens de todas as idades furavam a montanha.Corriamos todos para la,para ver o dinamite rebentar.Mas os tempos eram dificeis,os homens roubavam o dinamite,para irem a noite pescar.O Lider era o Coto,assim conhecido,por ter perdido os 2 bracos,quando com o dinamite na mao,
pescava peixes,que ao anzol nao vinham.Um dia,os foguetes soaram no ar,apareceu luz no fundo do buraco.No domingo,corremos para o furado,todos queriam ser os primeiros,rastejamos como toupeiras,para ver a luz do sol do outro lado,onde uma linda estrada nos esperava.
PS:CONTINUA-tempo para um cigarrito
- Mensagens: 43
- Registado: 14/12/2007 19:16
Scenes from a memory
Bas recordaçõres se fazem por aqui.
O pessoal era demais! É realmente mágico recordar todas estes momentos. Ainda há pouco li aqui "tardes quentes de verão", penso eu. E são as que temos tido esta semana a fazerem lembrar esses tempos.
Temos falado que agora já não é nada assim, porque os putos já não se divertem na rua e só jogam computador e vêm televisão, mas é engraçado que aqui no meu bairro - chamar-lhe-ia antes quinta, pois é esse o seu nome - ouvi hoje abundantemente a bangunça da criançada na rua. Nem sabia que havia cá disto pois ainda não é como na aldeia onde vivi as minhas aventuras de infância, mas onde se fecha mais a porta e não se sai tanto à rua. Mas deu para escutar "vá apareçam! Não têm coragem! Vocês são é uns maricass!" e, é claro, ter um cheirinho daquilo que falamos!
Estou a escrever de janela aberta, no crepúsculo do dia, a deixar o espírito desses anos 70 entrar e participar. Aquele espírito que guarda os registos vocais da minha mãe a chamar-me "Óh bolo, anda para a mesa, vem jantar que já é de noite!". Deus do céu, onde está isso?! Será possível ouvi-lo novamente tocar?! Não, seguramente não! Só se ligar para casa para mandar beijinhos ao autor e pedir discos pedidos, mas ainda ouviria soluços de saudades e alegria. Sim, seguramente os ouviria, pois não só nós gostamos desses tempos mas também os nossos pais que os viveram, muito arduamente para nos por sempre a refeição na mesa e nos mandar para a escola. Mas também os tempos mudam e já não estou na aldeia, mas sim na cidade como sempre quis, para ser doutor. Não os de bata mas os de fato e gravata. Nunca soube a razão, talvez por significar qualquer coisa que um dia lá me pareceu aliciante!
Hoje, moro num terreno onde antigamente era pousio, na orla do centro da cidade, urbanizado em finais dos anos 90, com blocos habitacionais e moradias, mais ou menos catitas. A principal atracção para mim, e aquela que me apaixonou, é o facto de a única rua que ela tem terminar sem saída automóvel, bifurcada num largo e num campo de ténis colectivo onde tudo é verde e com ligação directa ao passeio pedonal junto ao rio, que é o de Leiria, o Lis. O resto são as coordenadas GPS.
Um dia destes, comprei no eBay dois dos famosos e clássicos Donkey Kong da Nintendo de 1982 e 1983, game and watch! Alguém se lembra?! Bem, as memórias desses jogos, que joguei nesses anos, estão cravadas no meu espírito até ao tutano, como ossadas de Tirano Rex, nas taigas e tundras por onde andaram um dia. Mesmo tendo passado mais de 22 anos desde a última vez que lhes pus os dedos e a vista em cima. Quando os fui buscar à estação de correios, estava ansioso, como há 23 anos, quando saía das aulas, não faço ideia quais, aliás de todas, para ir a correr procurar o amigo que o tinha e que deveria estar já algures no recreio, para partilhar com ele o jogar até perder, nos intervalos que voavam. Era uma magia, as setas para cima e para baixo e o boneco a salvar a sua donzela; os sons do perder! Não, acho que ainda estava mais ansioso! Logo que virei costas ao balcão e tinha a caixa nas mãos era como se estivesse já noutro lugar. Entretanto, já estava a rasgar a embalagem e, não tardava, estava sentado dentro do carro a abrir aquela caixinha - o jogo é uma caixinha com dois écrans - e a colorir de vez as memórias com o tic-tic das armadilhas e das faíscas do fio eléctrico que o macaco tinha que evitar. E lá estava a chave, a maravilhosa chave, que era preciso apanhar, os pássaros no 2º écran e as correntes que era preciso subir para soltar o Donkey Kong! Estava fechado o gap, esse gap de 22 anos!
Cadernetas de cromos de futebol, o contra-mundo e o olho-de-boi, os atabafadores, a lima, a caça às lagartixas. Altamente! E as primeiras passas nos cigarros que apanhávamos do chão, nos bailes das festas lá da aldeia, e que roubávamos aos pais para ir fumar e tossir para a casa de banho. As ameixas que apanhávamos no caminho de regresso a casa da escola, as primeiras paixões e as primeiras namoradas que já nos davam cabo do coração, as malas da escola e os cadernos diários. Lápis, caneta e borracha, papel de lustro e tesoura, ah, e cola! Está tudo?! Falta a tabuada, essa fantástica tabuada, e uma professora da primária linda de morrer. Possivelmente das mais bonitas que já vi até hoje. Devia estar, naquela altura, a queimar já os meus últimos cartuxos nesta matéria, digo eu hoje, reclamando essas imagens! Ai, se eu soubesse disso! Mas não me faltou apaixonar por ela, não foi por isso! Era aproveitar o deslumbre dos 8 anos!
Vá, pessoal, vou contar até 10 para sair desta regressão!
Continuem a acrescentar os pneus a desandar pela rua abaixo, essas coisas que agora já não há!
Oi, fiquei preso!
O pessoal era demais! É realmente mágico recordar todas estes momentos. Ainda há pouco li aqui "tardes quentes de verão", penso eu. E são as que temos tido esta semana a fazerem lembrar esses tempos.
Temos falado que agora já não é nada assim, porque os putos já não se divertem na rua e só jogam computador e vêm televisão, mas é engraçado que aqui no meu bairro - chamar-lhe-ia antes quinta, pois é esse o seu nome - ouvi hoje abundantemente a bangunça da criançada na rua. Nem sabia que havia cá disto pois ainda não é como na aldeia onde vivi as minhas aventuras de infância, mas onde se fecha mais a porta e não se sai tanto à rua. Mas deu para escutar "vá apareçam! Não têm coragem! Vocês são é uns maricass!" e, é claro, ter um cheirinho daquilo que falamos!
Estou a escrever de janela aberta, no crepúsculo do dia, a deixar o espírito desses anos 70 entrar e participar. Aquele espírito que guarda os registos vocais da minha mãe a chamar-me "Óh bolo, anda para a mesa, vem jantar que já é de noite!". Deus do céu, onde está isso?! Será possível ouvi-lo novamente tocar?! Não, seguramente não! Só se ligar para casa para mandar beijinhos ao autor e pedir discos pedidos, mas ainda ouviria soluços de saudades e alegria. Sim, seguramente os ouviria, pois não só nós gostamos desses tempos mas também os nossos pais que os viveram, muito arduamente para nos por sempre a refeição na mesa e nos mandar para a escola. Mas também os tempos mudam e já não estou na aldeia, mas sim na cidade como sempre quis, para ser doutor. Não os de bata mas os de fato e gravata. Nunca soube a razão, talvez por significar qualquer coisa que um dia lá me pareceu aliciante!
Hoje, moro num terreno onde antigamente era pousio, na orla do centro da cidade, urbanizado em finais dos anos 90, com blocos habitacionais e moradias, mais ou menos catitas. A principal atracção para mim, e aquela que me apaixonou, é o facto de a única rua que ela tem terminar sem saída automóvel, bifurcada num largo e num campo de ténis colectivo onde tudo é verde e com ligação directa ao passeio pedonal junto ao rio, que é o de Leiria, o Lis. O resto são as coordenadas GPS.
Um dia destes, comprei no eBay dois dos famosos e clássicos Donkey Kong da Nintendo de 1982 e 1983, game and watch! Alguém se lembra?! Bem, as memórias desses jogos, que joguei nesses anos, estão cravadas no meu espírito até ao tutano, como ossadas de Tirano Rex, nas taigas e tundras por onde andaram um dia. Mesmo tendo passado mais de 22 anos desde a última vez que lhes pus os dedos e a vista em cima. Quando os fui buscar à estação de correios, estava ansioso, como há 23 anos, quando saía das aulas, não faço ideia quais, aliás de todas, para ir a correr procurar o amigo que o tinha e que deveria estar já algures no recreio, para partilhar com ele o jogar até perder, nos intervalos que voavam. Era uma magia, as setas para cima e para baixo e o boneco a salvar a sua donzela; os sons do perder! Não, acho que ainda estava mais ansioso! Logo que virei costas ao balcão e tinha a caixa nas mãos era como se estivesse já noutro lugar. Entretanto, já estava a rasgar a embalagem e, não tardava, estava sentado dentro do carro a abrir aquela caixinha - o jogo é uma caixinha com dois écrans - e a colorir de vez as memórias com o tic-tic das armadilhas e das faíscas do fio eléctrico que o macaco tinha que evitar. E lá estava a chave, a maravilhosa chave, que era preciso apanhar, os pássaros no 2º écran e as correntes que era preciso subir para soltar o Donkey Kong! Estava fechado o gap, esse gap de 22 anos!
Cadernetas de cromos de futebol, o contra-mundo e o olho-de-boi, os atabafadores, a lima, a caça às lagartixas. Altamente! E as primeiras passas nos cigarros que apanhávamos do chão, nos bailes das festas lá da aldeia, e que roubávamos aos pais para ir fumar e tossir para a casa de banho. As ameixas que apanhávamos no caminho de regresso a casa da escola, as primeiras paixões e as primeiras namoradas que já nos davam cabo do coração, as malas da escola e os cadernos diários. Lápis, caneta e borracha, papel de lustro e tesoura, ah, e cola! Está tudo?! Falta a tabuada, essa fantástica tabuada, e uma professora da primária linda de morrer. Possivelmente das mais bonitas que já vi até hoje. Devia estar, naquela altura, a queimar já os meus últimos cartuxos nesta matéria, digo eu hoje, reclamando essas imagens! Ai, se eu soubesse disso! Mas não me faltou apaixonar por ela, não foi por isso! Era aproveitar o deslumbre dos 8 anos!
Vá, pessoal, vou contar até 10 para sair desta regressão!
Continuem a acrescentar os pneus a desandar pela rua abaixo, essas coisas que agora já não há!
Oi, fiquei preso!
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
o pau com sebo
Confesso que nao gosto de ir ao berco,As memorias sao tantas,que me sinto mal.Levantei-me cedo,o calor era enorme,entrei no carro,o mostrador dizia-me que estavam 34 graus.Fui andando,atravessei tuneis e mais tuneis,e cheguei ao lugar onde ha 60 anos,meu pai,plantava um pau.Era um pau enorme,um pinheiro descascado,todo ensebado.Na ponta um grande bacalhau pescado na Noruega,seco como um carapau.Na boca,uma nota de 500 escudos,brilhava aos olhos dos romeiros.Era dia de arraial,as gentes da Madeira,chegavam a pe,das montanhas,das aldeias,descalcos mas felizes,com gaitas,brinquinhos,
castanholas e garrafoes de vinho.As ruas empoeiradas
enchiam-se de gente,as vacas penduradas,esperavam que as comessem.Toda a gente cantava,bailava,bebia,era a festa.Paravam junto ao pau,havia que o trepar.Os mais afoitos logo tentaram,para cairem desamparados,escorregando no cebo,que la fora colocado.Isquinha,olhava,via-os subir ate ao meio,mais acima,para virem por ali abaixo.Levantou-se e foi a uma figueira proxima,fui com ele,a espera de o ver apanhar os figos,com a cara aberta,deitando o mel pela boca,na esperanca de me tocar um figo.Isquinha apanha folhas,e mais folhas,o leite das folhas cortadas,o leite branco,escorre por todo o lado.Tira a camisa,esfrega o leite no corpo,nas pernas e nas maos.Corre para o pau,e como um macaco,sobe ate la cima.Agarra no bacalhau,na nota e feliz escorrega ate ao chao.A multidao exulta,grita,aplaude.O Isquinha era o rei,o rei da festa,e o seu feito historico,perdura ate aos dias de hoje,pelo menos na minha memoria.
castanholas e garrafoes de vinho.As ruas empoeiradas
enchiam-se de gente,as vacas penduradas,esperavam que as comessem.Toda a gente cantava,bailava,bebia,era a festa.Paravam junto ao pau,havia que o trepar.Os mais afoitos logo tentaram,para cairem desamparados,escorregando no cebo,que la fora colocado.Isquinha,olhava,via-os subir ate ao meio,mais acima,para virem por ali abaixo.Levantou-se e foi a uma figueira proxima,fui com ele,a espera de o ver apanhar os figos,com a cara aberta,deitando o mel pela boca,na esperanca de me tocar um figo.Isquinha apanha folhas,e mais folhas,o leite das folhas cortadas,o leite branco,escorre por todo o lado.Tira a camisa,esfrega o leite no corpo,nas pernas e nas maos.Corre para o pau,e como um macaco,sobe ate la cima.Agarra no bacalhau,na nota e feliz escorrega ate ao chao.A multidao exulta,grita,aplaude.O Isquinha era o rei,o rei da festa,e o seu feito historico,perdura ate aos dias de hoje,pelo menos na minha memoria.
- Mensagens: 43
- Registado: 14/12/2007 19:16
The Mechanic Escreveu:James Dean ,
Já não é a primeira vez que te digo isto mas, é sempre um prazer ler as tuas histórias e podes crer que se escrevesses um livro, eu comprava .
Pra quem ainda não conhece o James, o homem escreve pra caraças . Tem uma maneira de escrever estas histórias, que nos transporta aos sitios que descreve e nos envolve atraves de cores , sons e descrições muito reais .Muito bom , mesmo .
Um abraço James ,
The Mechanic
Caro Mechanic
Devo ser muito mais velho que tu,nao mereco as tuas palavras,mas em resposta,dir-te-ei,que gosto muito de ler o que escreves,es irreverente,es genuino,tens humor,e es rebelde,caracteristicas que fazem parte da minha maneira de ser.Nestes ultimos 3 meses,disparei para o computador centenas de historias,sobre a adolescencia,sobre a escola,sobre
a guerra da Guine,Sobre 40 amos que passei na banca.Mas confesso que tenho um complexo,o complexo dos velhos que o nao sao,o complexo de me repetir nas historias que vou contando,e mesmo sabendo que as nao escrevi no Caldeirao,tenho receio de me repetir.De qualquer forma,as tuas palavras sao um incentivo,para que use a minha imaginacao de jovem em corpo de velho,e que apareca por ca mais vezes.
um abraco amigo
james
- Mensagens: 43
- Registado: 14/12/2007 19:16
James Dean ,
Já não é a primeira vez que te digo isto mas, é sempre um prazer ler as tuas histórias e podes crer que se escrevesses um livro, eu comprava .
Pra quem ainda não conhece o James, o homem escreve pra caraças . Tem uma maneira de escrever estas histórias, que nos transporta aos sitios que descreve e nos envolve atraves de cores , sons e descrições muito reais .Muito bom , mesmo .
Um abraço James ,
The Mechanic
Já não é a primeira vez que te digo isto mas, é sempre um prazer ler as tuas histórias e podes crer que se escrevesses um livro, eu comprava .
Pra quem ainda não conhece o James, o homem escreve pra caraças . Tem uma maneira de escrever estas histórias, que nos transporta aos sitios que descreve e nos envolve atraves de cores , sons e descrições muito reais .Muito bom , mesmo .
Um abraço James ,
The Mechanic
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles
http://theflyingmechanic.blogspot.com/
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles
http://theflyingmechanic.blogspot.com/
gfalmeida Escreveu:E o facto de serem felizes não deve deixar ninguém descansado porque a questão é que felicidade não é sinónimo de uma adequada preparação para a vida.
Concordo plenamente com essa tua perspectiva, eu proprio pertenço a essa geraçao e sinto-me deslocado com as prioridades e mentalidade da juventude da hoje em dia.
Penso que existe demasiada protecçao e a admiraçao por parte dos jovens por coisas futeis, pergunto-me quantos deles até mais velhos que eu, que nasci em 89, ja leram Tolstoi, Maquiavel, Jack London, Dickens, entre muitos outros; tenho pena que muitos dos meus colegas de Universidade (sou caloiro) nunca terem trabalhado, pois eu apesar de nunca ter necessitado sempre gostei de depender o minimo dos meus pais e tal como eles tentar "construir-me" seguindo os meus ideais, ja fiz varias coisas, trabalhei nas obras durante um mes no inicio do verao passado para financiar a minha "viagem por portugal", antes ja tinha trabalhado a servir a mesa num restaurante e como aprendiz numa oficina de um amigo do meu pai, e serviu muito para dar mais valor a tudo.
Fico triste com esta obsessao por roupas de marca, consolas, idolatraçao de personagens de series televisivas em vez de personagens historicas, e muitos outros aspectos que nao vou estar aqui a enunciar com medo de me tomarem por aborrecido e eremita.
Peço a todos voces que tem filhos que os afastem da decadencia geral que se difunde a olhos vistos e os "cultivem" para o melhor e o pior que o mundo contem.
Cumprimentos
Ulisses Pereira Escreveu:É giro relermos estas coisas. Mas acho que todas as gerações caem no erro de achar que a nossa infância e adolescência foi mais feliz do que as gerações de hoje. Puro engano. As coisas mudam mas a essência das pessoas não.
Saudades? Claro. Mas, por favor, não cometamos os mesmos erros de avaliação que cometeram sobre a nossa geração quem nasceu 40 ou 50 anos antes de nós.
Os jovens de hoje são tão felizes como nós éramos.
Um abraço,
Ulisses
Bons tempos sem dúvida e como tudo está tão diferente em tão pouco tempo...Os jovens hoje são tão felizes como nós fomos, certo, mas com um mínimo de condições de vida, quem é que nessa idade não é?
E o facto de serem felizes não deve deixar ninguém descansado porque a questão é que felicidade não é sinónimo de uma adequada preparação para a vida. E há sinais preocupantes. Para quem quiser aprofundar um pouco mais este tema nada melhor do que a reportagem que saiu na Time no passado dia 7 de Abril sobre a juventude britânica, "Unhappy, Unloved and Out of Control" Aqui fica o link http://www.time.com/time/magazine/artic ... 47,00.html
- Mensagens: 95
- Registado: 29/11/2007 3:35
- Localização: porto
Sou de 70. Pertenço à "Geração Rasca" assim apelidada pela Drª Manuela Ferreira Leite. Dou-lhe alguma razão.
Se todos nós gostamos da nossa infância (e eu gostei), por que razão educamos os nossos filhos de forma diferente?
Se, actualmente, vemos certas tristes figuras e atitudes, de quem é a culpa? Dos pais? dos professores? dos amigos? da sociedade?
Bolas.... eu pertenço ou pertenci a todos estes grupos.
Se todos nós gostamos da nossa infância (e eu gostei), por que razão educamos os nossos filhos de forma diferente?
Se, actualmente, vemos certas tristes figuras e atitudes, de quem é a culpa? Dos pais? dos professores? dos amigos? da sociedade?
Bolas.... eu pertenço ou pertenci a todos estes grupos.
A colheita de 86
Boa noite a todos,
eu nasci exactamente em 1986 e vivi um pouco dos dois mundos, também sinto alguma nostalgia relativamente à educação de hoje e no lixo que se mete na cabeça dos mais pequenos logo que nascem ( exemplos: publicidade alimentar de produtos prejudiciais à saúde à hora que dão desenhos animados, jogos violentos que fazem com haja priminhos meus aos pontapés sem parar a pessoas com mais idade, entre outras... ) contudo acho que há sempre um lado bom e outro mau para tudo.
Não me vou alongar muito mais, era só para deixar aqui a representação da colheita de 86, a melhor obviamente, sem qualquer tipo de parcialidade
É claro que qualquer geração vai puxar para o seu lado, e vai defender a sua, contudo há aspectos preocupantes nas infâncias actuais.
Os melhores cumprimentos, Gncl
P.S.: Já agora, porque é que escolheram 1986? De entre todos os outros anos... Achei piada à coincidência.
eu nasci exactamente em 1986 e vivi um pouco dos dois mundos, também sinto alguma nostalgia relativamente à educação de hoje e no lixo que se mete na cabeça dos mais pequenos logo que nascem ( exemplos: publicidade alimentar de produtos prejudiciais à saúde à hora que dão desenhos animados, jogos violentos que fazem com haja priminhos meus aos pontapés sem parar a pessoas com mais idade, entre outras... ) contudo acho que há sempre um lado bom e outro mau para tudo.
Não me vou alongar muito mais, era só para deixar aqui a representação da colheita de 86, a melhor obviamente, sem qualquer tipo de parcialidade

É claro que qualquer geração vai puxar para o seu lado, e vai defender a sua, contudo há aspectos preocupantes nas infâncias actuais.
Os melhores cumprimentos, Gncl
P.S.: Já agora, porque é que escolheram 1986? De entre todos os outros anos... Achei piada à coincidência.
- Mensagens: 229
- Registado: 18/2/2007 17:55
Sou de 85, e recordo bem ainda a minha juventude ai retratada.
Fico agora contente por os meus pais so me darem um PC prás mãos aos 16/17 anos quando entrei no secundario, ainda tive uma megadrive, mas não era por ela que deixava de passar os dias na rua.
Chegar a acordar ás 9..ir jogar futebol ate ao almoço..ainda nem tinha feito a digestao e ja estar a dar toques outra vez até ao jantar..vinha malta de todos os bairros proximos todos nos conheciamos e os que não conheciamos, passamos a conhecer. Muitas delas "amizades de verão".
Recordo bem e em especial, os santos no verão em que faziamos fogueiras na rua e rivalizavamos com pessoal de outros bairros, faziamos pedidorios na vila toda para juntar $ para comida e bebida(suminho naquela altura..ou no max aquelas garrafinhas pequenas de martini)..simplesmente fechavamos a rua, iamos buscar troncos, paus e canas e punhamos a arder a noite toda, carros não passavam e curiosamente ninguem se queixava nem chamavam a policia..hoje em dia neste mesmo sitio era impensavel fazer isso isso.
E tanta outra coisa que por aqui foi dita que recordo bem
Ainda tive parte da adolescencia já nos 17/18 mais virada para a net, para os meetings do IRC/MIRC..conheci e conheço malta de todo o pais á pala disso, passava verões em casa de malta que conheci atraves deste pczinho, e sem net e pc isso era impossivel..são coisas diferentes mas ambas marcam bastante. Mas sem duvida que recordo a minha infancia de uma maneira especial.
Cumprimentos e obrigado pela oportunidade de rever o texto!
Fico agora contente por os meus pais so me darem um PC prás mãos aos 16/17 anos quando entrei no secundario, ainda tive uma megadrive, mas não era por ela que deixava de passar os dias na rua.
Chegar a acordar ás 9..ir jogar futebol ate ao almoço..ainda nem tinha feito a digestao e ja estar a dar toques outra vez até ao jantar..vinha malta de todos os bairros proximos todos nos conheciamos e os que não conheciamos, passamos a conhecer. Muitas delas "amizades de verão".
Recordo bem e em especial, os santos no verão em que faziamos fogueiras na rua e rivalizavamos com pessoal de outros bairros, faziamos pedidorios na vila toda para juntar $ para comida e bebida(suminho naquela altura..ou no max aquelas garrafinhas pequenas de martini)..simplesmente fechavamos a rua, iamos buscar troncos, paus e canas e punhamos a arder a noite toda, carros não passavam e curiosamente ninguem se queixava nem chamavam a policia..hoje em dia neste mesmo sitio era impensavel fazer isso isso.
E tanta outra coisa que por aqui foi dita que recordo bem

Cumprimentos e obrigado pela oportunidade de rever o texto!
- Mensagens: 144
- Registado: 23/3/2007 11:50
- Localização: 16
Jacsilva Escreveu:não esquecer que na altura do ok em patins , jogávamos o mesmo com os troncos das couves galegas que íamos "roubar" ao campo do vizinho. 1959
Na altura do quê?


Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Este poema é um dos meus preferidos. Acho que se aplica a tanta, tanta coisa... cá fica, com o meu abraço para todos
Tinha tanga
E cubata,
Tinha sambo noutro tempo
Noutro tempo tinha a mata
Livre de andar.
Tinha batuque, muxique
E as anharas para caçar
E de repente
No entrechoque do tempo
Lhe encontrei aí, na estrada
Tinha calça
E no bolso roto
Bilhete de Identidade
Mais nada
Tinha tanga
E cubata,
Tinha sambo noutro tempo
Noutro tempo tinha a mata
Livre de andar.
Tinha batuque, muxique
E as anharas para caçar
E de repente
No entrechoque do tempo
Lhe encontrei aí, na estrada
Tinha calça
E no bolso roto
Bilhete de Identidade
Mais nada
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
E continuando a correr a terra onde nasci ha 68 anos,vi la no alto a casa do Joao Pedro.Antes era uma casa de colmo,com a vaca na cave,funcionando como o aquecimento das noites frias.Vi uma casa enorme,com um bonito jardim.E entao lembrei-me,o Joao era o unico barbeiro da freguesia.Um dia em minha casa,cortava-me o cabelo.Dizia-me,menino James,sou um sortudo,tenho 13 filhos,recebo 1.300$00
de abono de familia.Sou rico nesta terra,o dinheiro chega para comprar arroz,milho e ate carne.Os filhos emigraram,joao com os seus 82 anos,passa tempos na Australia,na Africa do Sul,na Venezuela,ferias pagas pelos filhos.Tropeco na velha escola.Esta no intervalo.As criancas vestidas com batas brancas,correm,gritam,brincam,sao felizes.Volto a fechar os olhos,la estou eu de calcoes e sapatos.Ao meu lado criancas todas descalcas,a maior parte mais inteligentes que eu,mas sem futuro,sem presente.Lembro-me da mala,onde levava frascos com
agua para lavar a pedra de ardosia onde fazia contas,e uma esponja amarela,que pescara no mar.E o frasco da tinta,que faziamos em casa,dissolvendo um po,num frasco de agua.Vejo os cadernos,as copias,e os borroes que la caiam,apagados com o mapa borrao.
Entro na escola,todos em sentido,cantavamos o hino da mocidade portuguesa,la vamos,cantando e rindo...vejo a fotografia de Salazar e de Carmona na Parede,ladeando Jesus Cristo.E ergo o braco,faco a saudacao Nazi,que todos eramos obrigados a fazer.Abro o livro,la esta a bandeira nacional,vermelho e verde,e consigo ouvir a voz da professora,o vermelho representa o sangue derramado pelos nossos herois,o verde representa a esperanca.Vamos rezar uma ave Maria,em honra de Salazar,que nos livrou desta guerra que atravessa o mundo.
de abono de familia.Sou rico nesta terra,o dinheiro chega para comprar arroz,milho e ate carne.Os filhos emigraram,joao com os seus 82 anos,passa tempos na Australia,na Africa do Sul,na Venezuela,ferias pagas pelos filhos.Tropeco na velha escola.Esta no intervalo.As criancas vestidas com batas brancas,correm,gritam,brincam,sao felizes.Volto a fechar os olhos,la estou eu de calcoes e sapatos.Ao meu lado criancas todas descalcas,a maior parte mais inteligentes que eu,mas sem futuro,sem presente.Lembro-me da mala,onde levava frascos com
agua para lavar a pedra de ardosia onde fazia contas,e uma esponja amarela,que pescara no mar.E o frasco da tinta,que faziamos em casa,dissolvendo um po,num frasco de agua.Vejo os cadernos,as copias,e os borroes que la caiam,apagados com o mapa borrao.
Entro na escola,todos em sentido,cantavamos o hino da mocidade portuguesa,la vamos,cantando e rindo...vejo a fotografia de Salazar e de Carmona na Parede,ladeando Jesus Cristo.E ergo o braco,faco a saudacao Nazi,que todos eramos obrigados a fazer.Abro o livro,la esta a bandeira nacional,vermelho e verde,e consigo ouvir a voz da professora,o vermelho representa o sangue derramado pelos nossos herois,o verde representa a esperanca.Vamos rezar uma ave Maria,em honra de Salazar,que nos livrou desta guerra que atravessa o mundo.
- Mensagens: 43
- Registado: 14/12/2007 19:16
toda a malta da minha rua tinha uma alcunha.
era o peixe cabeçudo, o batata rota, o mosca, o peru da belas artes, o pica chouriços... etc etc etc...
não havia nomes, ninguém tinha dinheiro nenhum e jogávamos à bola até cair... e depois pediamos a uma senhora que vivia numa cave, enormes copos de água que muito agradeciamos...
era o peixe cabeçudo, o batata rota, o mosca, o peru da belas artes, o pica chouriços... etc etc etc...
não havia nomes, ninguém tinha dinheiro nenhum e jogávamos à bola até cair... e depois pediamos a uma senhora que vivia numa cave, enormes copos de água que muito agradeciamos...
- Mensagens: 4191
- Registado: 19/4/2005 11:11
viver o passado
Viver o passado,atraves da memoria,e um exercicio salutar,e escolher as coisas boas da vida,e sorrir com tudo o que nos aconteceu.Mas regressar aos lugares da infancia,e por vezes doloroso.Parei o carro,numa rua asfaltada.Olhei para o lado,o engenho de cana de acucar ja nao existia.Fechei os olhos,la estava o unico carro do meu tempo,o carro de bois do Ferreira,carregado ate ao ceu,de cana de acucar,preta e amarela.Os putos,corriam felizes atras do carro,chupando,para mal dos dentes,a seiva doce.Nos anos quarenta,Salazar,mandou fechar os engenhos,deu o monopolio aos ingleses do Blandy.O povo revoltou-se e durante a noite,arrancaram as canas.Acabou a producao da cana de acucar,logo substituida pela plantacao da vinha.Abri os olhos,ja ha pouca vinha,ha casas de todo o tipo,construidas pela geracao que fugiu para a Venezuela e Africa do Sul,ainda adolescentes.Ha ruas e ruas,e dificil encontrar lugar para arrumar o carro.Onde estao as figueiras,locais de guerra,dos miudos que atiravam os figos caidos no chao,uns para os outros.Nao ha mais larangeiras,palmeiras,mas ha casas,estalagens,hoteis,e turistas que passeiam pelas montanhas com os seus bordoes.Fui descendo,
nas portas,os velhos,novos da minha idade,apanhavam o sol,recordando.Mas recordando o que?Os que da terra nunca sairam nao teem referencias do passado.Nasceram,cresceram a trabalhar no campo,os seus corpos,ressentem-se do peso dos barris de vinho,que ja carregavam quando eram miudos.Querem-se lembrar do passado,lembram-se de uma grande tempestade,nos anos 50,lembram-se da colheita dos anos 60,lembram-se dos filhos que tiveram,e que deixaram a terra,ainda jovens.Mas nao teem mais nada para recordar,e vivem com aquilo que ninguem lhes pode tirar,vivem com o sol,com o calor nas faces enrugadas,ainda esperando por melhores dias.Olho
para as grandes casas do passado,abandonadas pelos senhores feudais,que fugiram daquelas paragens.Vejo
tios e primos que la ficaram,velhos no corpo e no espirito,vejo o passado,e fujo para o presente.
nas portas,os velhos,novos da minha idade,apanhavam o sol,recordando.Mas recordando o que?Os que da terra nunca sairam nao teem referencias do passado.Nasceram,cresceram a trabalhar no campo,os seus corpos,ressentem-se do peso dos barris de vinho,que ja carregavam quando eram miudos.Querem-se lembrar do passado,lembram-se de uma grande tempestade,nos anos 50,lembram-se da colheita dos anos 60,lembram-se dos filhos que tiveram,e que deixaram a terra,ainda jovens.Mas nao teem mais nada para recordar,e vivem com aquilo que ninguem lhes pode tirar,vivem com o sol,com o calor nas faces enrugadas,ainda esperando por melhores dias.Olho
para as grandes casas do passado,abandonadas pelos senhores feudais,que fugiram daquelas paragens.Vejo
tios e primos que la ficaram,velhos no corpo e no espirito,vejo o passado,e fujo para o presente.
- Mensagens: 43
- Registado: 14/12/2007 19:16
Muito Bom! Pareçe um espelho...
Esqueceram-se das corridas com as caricas? E o alho? E os primeiros skates? Land Surfer e o Roller Splash.
Sem duvida que eram tempos muito mais bem passados do que a maioria dos jovens tem agora.
A dependênçia de um telemovél para fazer o que seja, em que a primeira pergunta é Onde é que estás?
A TV e as séries que não ajudam nada á educação, os computadores com jogos a incentivar a violençia...cada vez menos espaços verdes para andar bicicleta, correr...em troca do betão.
A vida está em constante mudança e nós temos saudades dos nossos tempos assim como os nossos Pais e Avós. Vai chegar a altura desta geração lembrar-se dos seus tempos de juventude, mas creio que com menos momentos interessantes como nós por exemplo.
Esqueceram-se das corridas com as caricas? E o alho? E os primeiros skates? Land Surfer e o Roller Splash.
Sem duvida que eram tempos muito mais bem passados do que a maioria dos jovens tem agora.
A dependênçia de um telemovél para fazer o que seja, em que a primeira pergunta é Onde é que estás?
A TV e as séries que não ajudam nada á educação, os computadores com jogos a incentivar a violençia...cada vez menos espaços verdes para andar bicicleta, correr...em troca do betão.
A vida está em constante mudança e nós temos saudades dos nossos tempos assim como os nossos Pais e Avós. Vai chegar a altura desta geração lembrar-se dos seus tempos de juventude, mas creio que com menos momentos interessantes como nós por exemplo.
Um abraço e bons negócios.
Artur Cintra
Artur Cintra
- Mensagens: 3153
- Registado: 17/7/2006 16:09
- Localização: Cascais
Jacsilva Escreveu:não esquecer que na altura do ok em patins , jogávamos o mesmo com os troncos das couves galegas que íamos "roubar" ao campo do vizinho. 1959
Saudacoes!
Ainda ontem fui as origens!Encontrei o Isquinha,guarda redes,da equipa de hoquei,que nos anos quarenta,fazia as nossas delicias.Iamos a serra,arranjavamos um pau de urze,com uma volta na ponta.A bola era uma pedra branca,pescada no mar.Ao ver uma grande cicratiz na testa do Isquinha,lembrei-me do avancado centro,o contra governo,que olhando para a frente,os olhos fugiam para os lados.Era penalty,o contra governo rematou a pedra,o Isquinha caiu redondo no chao.Nao foi golo,mas foi um grande galo na cabeca.Era o tempo,em que as escolas se enchiam de estudantes,descalcos,calcoes feitos de sacos de batatas,que ao acabar das aulas,corriam para os campos,cavar,vindimar,ajudar os seus pais.
Estavamos em plena guerra,nao havia luz,nao havia nada.As mulheres desciam ao mar,colher agua,para fazer a sopa,que alimentava os muitos filhos,pois o sal,era o manjar dos ricos.Havia a morte do porco,esperada por todos os miudos,a bexiga era o nosso trofeu.Depois de seca,o sapateiro da terra,cobria-a de couro,e nao havendo estradas,todos jogavam nos campos de cana de acucar,recentemente cortados.Nao havia carros,nao havia tuneis,nao havia estradas,mas os miudos,construiam autenticos bolides,com rodas de madeira,forrados a borracha de pneus velhos,volante,assento,desciam com velocidade vertiginosa,pelas altas ribanceiras ate ao mar.Havia desastres,cabecas partidas,mas nao havia medico,e
curando as feridas com agua e as vezes aguadente de cana,todos eram felizes.Falei com o Isquinha,encontrei o contra governo,e recordamos com
a felicidade,daqueles que veem o passado,como algo
longinquo,como vida que viveram,com a felicidade
de que os olhos cansados de hoje ainda permitem ver,
e fui puto de novo.
james
- Mensagens: 43
- Registado: 14/12/2007 19:16
Boas,
Sou de 76, ja tinha lido esse mail, mas revejo-me em tudo o que se disse por aqui.
Mas não podemos dizer que eramos mais ou menos felizes que as crianças de agora. Já quando eramos miudos os nossos pais diziam "no nosso tempo é que era", daqui a 30 anos virão os nossos filhos com esta mesma conversa em relação aos filhos deles. Os tempos mudaram... mas que foram bons tempos foram.
Sou de 76, ja tinha lido esse mail, mas revejo-me em tudo o que se disse por aqui.
Mas não podemos dizer que eramos mais ou menos felizes que as crianças de agora. Já quando eramos miudos os nossos pais diziam "no nosso tempo é que era", daqui a 30 anos virão os nossos filhos com esta mesma conversa em relação aos filhos deles. Os tempos mudaram... mas que foram bons tempos foram.

- Mensagens: 144
- Registado: 22/6/2007 16:32
- Localização: Zona Centro
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Dragon56, GaussSLB47, nickforum, PAULOJOAO, Ugly bull e 85 visitantes