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Caldeirão da Bolsa

What Makes Finnish Kids So Smart?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por The Mechanic » 17/5/2008 14:55

Pata ,

O homem pode ter os méritos que tiver , mas isso tambem não obriga a que tudo o que diga, seja meritório .

Se calhar , devido ao background dele de prof. universitário, não está a ver bem o que está a dizer .

Decerto não concordas que a educação tenha de ser paga ?
Concordo que “todos têm direito à educação” (Artigo 73.º, N.º 1). Mas porquê o direito à educação gratuita?


Ele se calhar não se apercebeu que este direito à educação, surgiu numa altura em que , em Portugal , muitas pessoas não tinha dinheiro pra comer , quanto mais pra pagar propinas .
Se calhar não se apercebeu que ainda hoje existem muitas "mentes brilhantes " que se desperdiçam em fábricas e campos , porque as suas familias não têm condições economicas para pagar propinas .

Se existem escolas privadas , com os melhores professores , bem pagos , a ensinar em instalações excelentes , eu não discuto que isso tenha de ser pago . E quem tiver condições para lá colocar filhos ( tenham eles 10 , 20 ou 30 anos ) , deve aproveitar !
Agora, não neguem é aos outros que não podem , o direito a uma educação que de outra maneira , se calhar , não poderiam ter .

Às vezes , as coisas são ditas num contexto que distorce completamente as palavras , quando não apreendemos o todo . Neste caso , não me parece que elas fujam ao contexto apresentado . E aí , não concordo, em absoluto, com o que o homem diz !

Seja ele professor universitário , o Dalai Lama ou Jesus Cristo em pessoa !
O meu QI ao pé do homem , pode equiparar-se à relação entre o QI de uma iguana e o de Charles Darwin , mas isso não me obriga a concordar com o que me parece um disparate pegado .

É como se viesse o Chefe Vitor Sobral dizer que " devería ser proibida a venda de batatas e feijão às pessoas ! Todas deveriam comer Fundue à la Rochaine de Perdiz com Delicias de Esturjão em Molho de Ortelã..! As pessoas só tem dinheiro pra batata !? Pois que morram de fome, mas que não o façam sem antes provar o Fondue..."
( Eu sêi . Eu gosto de exagerar nas comparações ... mas não consigo evitar . A imaginação apossa-se de mim , como um poltergeist...)


E digo-te mais, Pata !
Se pensas como este Luis , fico triste, ...mas continuo a gostar de ti. :wink:


Um abraço ,

The Mechanic
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por Pata-Hari » 17/5/2008 12:28

texto de aguiar-conraria que eu dedico ao crómio:

Gostei da entrada anterior do Fernando. E gostei porque não é sobre futebol, algo que parece ter passado despercebido a alguns dos nossos comentadores e a quase todos os comentadores do Blasfémias. A entrada também podia ser sobre a pequena inveja que muitas vezes nos menoriza. Talvez concorde com a Daniela quando se queixa da ambiguidade de se falar do melhor do mundo. Provavelmente seria mais apropriado falar em excelência. Mas não estou particularmente preocupado com a terminologia.

O que me parece mais relevante na entrada do Fernando é a forma como o nosso provincianismo nos leva a exacerbar qualidades que não temos ao mesmo tempo que menorizamos aqueles que se elevam acima da mediania.

Sempre que trago a Portugal um dos meus antigos colegas de doutoramento, são bombardeados com um provincianismo galopante. Temos os melhores vinhos do mundo (mas ninguém gosta de Vinho do Porto), as melhores azeitonas do mundo, a melhor comida do mundo, o melhor café expresso/cimbalino/bica do mundo. Uma vez vi um amigo alegar que Portugal tinha o mais extraordinário sal do mundo. Simultaneamente, há uma dificuldade imensa em reconhecer a excelência onde ela existe.

Quem nos EUA nasça num berço de pau e se torne milionário é imensamente respeitado na sociedade. É o self-made man. Em Portugal, alguém com um percurso similar, é um bronco. Até temos um termo para tal gente: pato-bravo.

Nos EUA, quem parta do nada para chegar a presidente é alguém que cumpriu o sonho americano (o tal American dream). Em Portugal é um provinciano que deve apagar as suas raízes e que é desprezado nos nossos salões de chá onde dificilmente alguém o acompanhará num bolo-rei.

Em Portugal, José Saramago, viu um dos seus livros ser censurado por um secretário de estado da cultura. O Festival de Cinema de Cannes vai abrir com um filme baseado num dos seus livros. O filme é de Fernando Meireles, realizador da “Cidade de Deus”, e conta com Julianne Moore num dos papéis principais. Em Portugal quase não é notícia.

A verdade é que tratamos mal aqueles que mais do que sonhar têm a ambição de atingir patamares de excelência. Independentemente de sermos os melhores do mundo ou não, desde há pelo menos uma década que estamos em patamares de excelência no futebol mundial. Rui Costa, Figo, Baía, Ronaldo, Simão Sabrosa, Mourinho, Manuel José, Jorge Costa, Nani, Paulo Sousa e muitos outros são, ou foram, reconhecidamente excelentes. O G-14 engloba 14 dos mais importantes clubes de futebol da Europa. Entre eles está um clube de bairro, o FC Porto, que nos últimos 20 anos ganhou três finais e duas supertaças europeias e foi por duas vezes campeão mundial. O Sporting e o Benfica não têm o mesmo destaque internacional, mas regularmente conseguem derrotar algumas das melhores equipas europeias. Quer se queira quer não, se todos os nossos sectores económicos fossem tão pujantes e competitivos como o futebol, Portugal seria um dos países mais competitivos do mundo.

Não considero o futebol particularmente importante, nem o considero um bom indicador do desenvolvimento de uma sociedade, mas parece-me que em vez de se desvalorizar os feitos que vamos conseguindo nessa área, devíamos era ter a mesma ambição em outros sectores e trabalhar para isso.



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por Pata-Hari » 17/5/2008 9:47

crómio e mech, eu sei do quê que se fala. Experimentem passar um dia no insead ou numa escola americana de topo onde se paga 50 000 euros ano mais custos de vida (que são outro tanto) e verão que o que ele descreve é a realidade. Mais, numa escola dessas, metam um mau professor numa turma e verão o que acontece: os alunos farão o inimaginavel para que o professor seja mudado e que algo seja imediatamente mudado. Recordo-me sempre da história de um professor visitante no insead, supostamente uma estrela numa universidade americana e que uma noite desapareceu da escola, envergonhado com o feedback dos alunos. Nunca mais apareceu.

Vocês sabem que tudo o que é dado, de borla, nunca é devidamente apreciado. As experiências que vocês descrevem são em liceus ou em escolas privadas onde quem as paga são os pais dos alunos e não os alunos. Mech, o que diziam os papás dos meninos que ficavam radiantes por não haver escola? eles sim, têm o poder de se queixar, eles pagaram para que aquele professor apareça e vão exigir que um professor esteja na aula que eles pagaram. Nota uqe o Luís Cabral nunca foi professor de liceu, sempre foi professor universitario. Numa universidade pública e em universidades muito caras (e contra mim falo porque fui aluna na universidade onde praticamente nunca paguei um tostão).

Crómio, não sejas simplório. Não concordar contigo não faz das pessoas imbecis e de ti genial por definição sobretudo quando estás a falar de pessoas com méritos e capacidades mundialmente reconhecidas. Um pouco de modéstia não faz mal embora possas, naturalmente, discordar do que diz.
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por Crómio » 17/5/2008 3:56

Concordo que “todos têm direito à educação” (Artigo 73.º, N.º 1). Mas porquê o direito à educação gratuita?

:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

Subscrevo 100% o Mech.
Impressionante mesmo este nível de bronquice.

A inteligência/clareza de mente NÃO é de todo proporcional ao grau académico/profissão/experiência , e pelos vistos pode mesmo até ser inversamente proporcional...

E depois dizem que isto anda mal... pudera!
Realmente...

Abraço
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por The Mechanic » 17/5/2008 2:05

Com 25 anos de ensino e ainda não aprendeu nada... :oops:

Abaixo o ensino gratuito
2006 / 7 / 06
Não sou especialista em educação; mas como educador (há mais de 25 anos), tenho alguma experiência do processo educativo. Ensinei em vários cursos, em vários países, alunos de várias idades. Isto não é suficiente para um estudo científico, mas ajuda a testar algumas hipóteses. Aqui vai uma: o grau de exigência a que os professores são sujeitos é tanto maior quanto maior for a propina paga pelos alunos; e faz muita diferença a propina ser zero ou um valor positivo, mesmo que baixo.


Tremendo disparate .
O grau de exigência a que os professores são sujeitos é tanto maior quanto maior for o seu brio e o seu profissionalismo .
Tive a sorte de ter professores daqueles " que nos ensinam a gostar de aprender o que eles ensinam " e não paguei pra isso .
Um professor tem de ser exigente consigo proprio , não precisa que os seus alunos paguem propinas .

Um professor que dê aulas a alunos que não pagam propinas pode facilmente anunciar que faltará na semana seguinte – a reacção não passará de um encolher de ombros, se não mesmo um certo regozijo da audiência. Experimentem fazê-lo diante de alunos que pagam mais de 30,000 Euros por ano. Não recomendo.


Tremendo disparate .
Eu tive amigos que estudavam em alguns dos mais caros colégios deste país e quando os professores faltavam ( sim ,que os professores dos sitios onde se pagam altas propinas, tambem são pessoas que adoecem , engravidam, têm formação...) , encolhiam os ombros de regozijo à mesma , como os" que não pagam propinas " .

Vem isto a propósito da questão das avaliações. Concordo com a ideia de os encarregados de educação avaliarem os professores dos seus filhos. Mas não creio que seja necessário criar um esquema complicado para que tal tenha efeito. Basta que os pais disponham da opção de colocar os filhos na escola pública que queiram; e que tenham – todos – de pagar propinas.


Não ! ...não é nada complicado . Os sucessivos educadores deste país é que gostam de complicar ! É só " os pais colocarem os filhos na escola publica que queiram " !!
Ó amigo ..! Anda aí uma confusão muito grande nesse sótão ...

A liberdade de escolha da escola levanta alguns problemas logísticos. Mas creio que os benefícios da concorrência entre escolas públicas superam os custos que tal possa implicar.


Problemas logisticos ?! nãããã...
Podem é os pais " escolher todos ir " prá mesma escola ! Mas não há cá problema nenhum ! Aumenta-se a escola em vários andares ( até se pode colocar uma daqueles luzinhas que acendem e apagam no cimo do prédio , para os aviões não lhe baterem, se ficar muito alto ...! ). Não há problema ! E até se pode usar dinheiro das propinas pra contribuir pro tijolo e pro cimento..! ...o que sobrar , que não faça falta pra tornar os professores mais exigentes, é claro.

Relativamente ao pagamento de propinas, um pequeno problema reside no Artigo 74.º, N.º 2, da Constituição: “Incumbe ao Estado (…) assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito” (meu itálico). Mas muitas das “conquistas irreversíveis” da Constituição de 75 foram efectivamente revertidas. Por que não esta?


É um "pequeno problema " isso da Constituição . Mas isso "foi coisa do 25 de Abril e os gajos andavam todos drogados do cheiro dos cravos ", n`era !? Pode-se mudar, n`é ?!
O qu`interessa é propinas pros professores serem mais exigentes, n`é !?

Concordo que “todos têm direito à educação” (Artigo 73.º, N.º 1). Mas porquê o direito à educação gratuita? Os argumentos a favor do subsídio são claros: é importante favorecer a educação, fonte de progresso económico e social (quer individual, quer colectivamente).


Sim ! Porquê ?!
Porque é que tu com 25 anos de ensino fazes perguntas dessas !?!? Porquê !?!?!?


Precisamos mais de um choque educativo do que de um choque tecnológico. Mas entre subsidiar e oferecer gratuitamente vai uma grande distância.

Abaixo a educação gratuita. Vivam as propinas


Um choque precisavas tu na tola , ó Luis. Uns 220 volts aí a bombar em tratamentos de 2 minutos intervalados com um pra ir beber água , durante 3 semanas e ficavas com essa cabecinha que era um miminho .

Abaixo as propinas . Viva a alta voltagem !


Um abraço ,

The Mechanic

ps - o meu lobinho não pára de uivar e eu preciso de implicar com alguem . Hoje foi o Luis da Propina...
Amanhã, gostava de um Ministro qualquer.

Pata...se eu tivesse pago propinas, não criticava o senhor professor . Mas, eu não paguei ! Fiquei assim ...
A culpa é dos artolas do 25 de Abril e da Constituição , mais o camandro...


.
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por Sestercio » 17/5/2008 1:27


- De que forma se pode acelerar o atraso em relação aos outros países europeus com melhor desempenho nas disciplinas científicas e tecnológicas?


Acelerar o atraso? É fácil, é não mexer nesta equipa e continuar no caminho que temos levado :)
Se fosse diminuir o atraso, era mais difícil!
Paulatim sed firmiter.
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por Pata-Hari » 16/5/2008 21:34

e cito mais uma parte de outro artigo porque já estou envergonhada de os estar a citar completamente. Espreitem o site que tem ideias interessantes:

Falta aos portugueses uma cultura de disciplina na aprendizagem?

Sim. A resposta não está baseada num estudo científico, mas todas as informações que recebo apontam nesse sentido. Em geral, falta muito uma cultura de exigência no nosso País: exigência dos consumidores em relação aos vendedores, dos contribuintes em relação ao Estado, e por aí fora. O primeiro nível de exigência deve dar-se nas escolas. Exigência dos pais em relação à escola, exigência dos professores em relação aos alunos e dos pais em relação aos filhos. Também porque, se os jovens não são exigidos, nunca aprenderão a exigir. A exigência, tal como a disciplina, fazem parte de uma cultura.

- De que forma se pode acelerar o atraso em relação aos outros países europeus com melhor desempenho nas disciplinas científicas e tecnológicas?

Há que criar um ambiente de disciplina e exigência. Claro que não basta dizer isto (há muito que ouvimos repetir as mesmas palavras). Para ser mais concreto, o nosso problema com a Matemática resulta de um problema mais global: o problema da educação em Portugal. E a solução passa por criar um sistema de concorrência sã e leal, não só entre escolas públicas e privadas como também entre escolas públicas. Concretamente, como é que podemos esperar que os pais sejam exigentes com a escola pública quando têm tantas dificuldades em mudar os filhos para outra escola pública?

Em resumo, a disciplina imposta pela concorrência é a melhor forma de criar o clima de exigência de que precisamos. Sem esta reforma estrutural temo que, não obstante as mudanças de programas e sistemas de avaliação, continuemos com baixo nível de aproveitamento.

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por Pata-Hari » 16/5/2008 21:30

e outra opinião interessante que, no entanto, não aborda a questão da hipotese de se criar um cheque ensino:

Abaixo o ensino gratuito
2006 / 7 / 06
Não sou especialista em educação; mas como educador (há mais de 25 anos), tenho alguma experiência do processo educativo. Ensinei em vários cursos, em vários países, alunos de várias idades. Isto não é suficiente para um estudo científico, mas ajuda a testar algumas hipóteses. Aqui vai uma: o grau de exigência a que os professores são sujeitos é tanto maior quanto maior for a propina paga pelos alunos; e faz muita diferença a propina ser zero ou um valor positivo, mesmo que baixo.

Um professor que dê aulas a alunos que não pagam propinas pode facilmente anunciar que faltará na semana seguinte – a reacção não passará de um encolher de ombros, se não mesmo um certo regozijo da audiência. Experimentem fazê-lo diante de alunos que pagam mais de 30,000 Euros por ano. Não recomendo.

Vem isto a propósito da questão das avaliações. Concordo com a ideia de os encarregados de educação avaliarem os professores dos seus filhos. Mas não creio que seja necessário criar um esquema complicado para que tal tenha efeito. Basta que os pais disponham da opção de colocar os filhos na escola pública que queiram; e que tenham – todos – de pagar propinas.

A liberdade de escolha da escola levanta alguns problemas logísticos. Mas creio que os benefícios da concorrência entre escolas públicas superam os custos que tal possa implicar.

Relativamente ao pagamento de propinas, um pequeno problema reside no Artigo 74.º, N.º 2, da Constituição: “Incumbe ao Estado (…) assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito” (meu itálico). Mas muitas das “conquistas irreversíveis” da Constituição de 75 foram efectivamente revertidas. Por que não esta?

Concordo que “todos têm direito à educação” (Artigo 73.º, N.º 1). Mas porquê o direito à educação gratuita? Os argumentos a favor do subsídio são claros: é importante favorecer a educação, fonte de progresso económico e social (quer individual, quer colectivamente). Precisamos mais de um choque educativo do que de um choque tecnológico. Mas entre subsidiar e oferecer gratuitamente vai uma grande distância.

Abaixo a educação gratuita. Vivam as propinas.


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por Pata-Hari » 16/5/2008 21:29

Vou trazer este tópico para cima para acrescentar um comentário muito interessante do Prof. Luís Cabral no seu blog:

Exames e justiça social
2007 / 14 / 07
Na recente discussão parlamentar sobre o ensino, voltou à baila a ideia de que os exames promovem a exclusão social. Isto é uma falácia perigosa. Parte de uma premissa correcta mas chega a uma conclusão totalmente errada.

A premissa correcta é que os alunos de classes menos favorecidos falham com maior probabilidade, nomeadamente em exames de matemática. Dados da OCDE indicam que, entre os alunos com piores notas (quartil de baixo das notas) encontram-se 3 vezes mais alunos pobres (quartil de baixo do rendimento) do que alunos ricos (quartil de topo do rendimento). Outros países europeus revelam valores semelhantes.

Mas daqui até defender que acabar com os exames promove a inclusão social vai um grande passo — um passo em falso, aliás. É como dizer que, se acabarmos com os termómetros, deixará de haver doentes.

A exclusão social é um dos flagelos da sociedade moderna. Para a combater, há que ir à raiz do problema. No contexto do ensino básico e secundário, o problema é principalmente a falta de apoio prestado ao aluno pelas famílias menos favorecidas — famílias que muitas vezes não têm o tempo, a motivação ou o conhecimento necessários para encorajar e acompanhar o aluno filho. Neste sentido, são de louvar as iniciativas da sociedade civil que procuram colmatar esta lacuna do sistema (um bom exemplo é o dos “Empresários Pela Inclusão Social”).

Mas, por favor, não deixem de fora os exames! O nivelamento por baixo com que o eduquês pretende “democratizar” o ensino tem o efeito contrário: fecha ao aluno pobre a principal via de mobilidade social.

Quem tem mais a ganhar com a meritocracia criada pelas avaliações são os alunos pobres. Aos ricos ficam sempre as possibilidades do ensino privado (nas condições actuais, mais caro), um emprego na empresa do pai, ou o casamento com uma prima.

A eliminação dos exames, justificada com argumentos de justiça social, acaba assim por ser uma grande injustiça.


http://luiscabral.wordpress.com/2007/07 ... l/#more-85
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por silvaxico » 12/4/2008 22:56

O nosso país tem problemas em quase todas as áreas. A educação é só mais uma.


O caminho para a solução nesta e nas outras áreas passa por diferentes políticas, o que implica diferentes políticos. E atenção, não estou a falar em políticos de outros partidos, estou a falar de diferentes políticos. Políticos que consigam colocar o interesse geral acima de qualquer vaidade pessoal (a marca que todos querem deixar) já para não falar de outras coisas.

Não conseguindo mudar de políticos, temos de ser nós todos (pais) a exigir que a escola pública melhore. A questão é que ninguém parece saber muito bem o que deve ser a escola pública... o conjunto de utilizadores é demasiado vasto para se conseguir um consenso.

Enfim, é mais um daqueles problemas que, tão "à tuga" por serem complicados, ninguém os tenta resolver a sério, com análises sérias... é deixar andar apenas com umas medidas que chamem a atenção, mas que não resolvam nada...

Hoje tou mal disposto... terá sido por causa da Académica ontem? :mrgreen:
 
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por devastador » 12/4/2008 17:26

O Mr. Sonai é muito rico mas eu não farei a minha vida um inferno para tentar ser rico como ele. Lutarei para ter uma vida melhor do que a que tenho agora.
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PISA

por devastador » 12/4/2008 17:17

Onde se lê BCP deve ler-se PISA!!! Eu é que acresceitei um S ao outro S....
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Os ETÊS já chegaram!!!

por devastador » 12/4/2008 17:12

Será que os Filandeses serão seres do outro mundo? Porque não contamos a verdade TODA?

Afirmações feitas pelo Ministro da Educação da Finlândia (Antti Kalliomaki):

- Os nossos pontos fortes são a nossa economia competitiva, uma baixa taxa de corrupção, uma administração pública eficiente e um ambiente saudável.
- A gestão da escola é da responsabilidade do reitor e do vice-reitor. O reitor deve ter formação de professor.
- No nosso país as autoridades locais são responsáveis por quase toda a educação pré-primária, básica e secundária.
Cerca de 2/3 do ensino vocacional e profissional é garantido pelas autoridades locais ou cooperativas de educação municipais.

Vou agora analisar estas três afirmações:
Tenho que começar pela primeira pois é muito interessante. O sucesso da Finlândia deve-se à forte correlação entre "ECONOMIA COMPETITIVA" e "BAIXA TAXA DE CORRUPÇÃO". Por cá os políticos saltam de empresa em empresa traficando influências á DESCARADA, lesando seriamente o estado, ou seja os portugueses!!! Já foi alguém preso por isso? Não, porque é normal........por cá...
Em consequência disto a administração pública não pode ser efeciente. Não deve haver no mundo um país mais desconfiado do que o nosso, porque nele ABUNDAM os "CARGOS DE CONFIANÇA"!!! Não se é contratado para cargos, muitos deles de RESPONSABILIDADE, pela capacidade mas sim pela cor partidária!!!

Vou ao segundo ponto que está relacionado com o primeiro:
- Como é que as Câmaras Municipais vão "escolher :mrgreen: :mrgreen: " os novos reitores?
Fácil!!! Tendo em conta a corrupção que impera, o reitor vai ser do partido ou da família!!! O Ministério da Educação nem obriga a que este seja professor :shock: :shock: :shock: !!!
Na minha escola havia um professor que já tinha trabalhado numa Câmara e que agora queria ir trabalhar para um determinado Governo Civil. Ele ainda tentou ficar até ao final do ano lectivo, mas não conseguiu, acabando por sair no dia 8 deste mês. Quem fica prejudicado? Os alunos :shock: :shock: !!!! Quem aprovou a sua saída? O Ministério da Educação :shock: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: pois o professor em causa era da mesma cor política!!!!

TERCEIRO PONTO: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
Na Finlândia 2/3 dos alunos, quando passam para o sétimo ano vão para o que nós chamamos de escolas profissionais!!! São aquelas escolas frequentadas pelos alunos meeeeeeenos capazes :roll: mas que graças aos professores que lá trabalham, conseguem tirar o 12º ano sem nunca reprovarem. Não sei é se esses professores são Finlandeses :mrgreen: :mrgreen: :twisted:, ou se o grau de exigência é o mesmo...
Em Portugal não trabahlamos com turmas HOMOGÉNIAS pois NÃOOOOOO podemos MANDAR os alunos mais fracos para outro tipo de ensino!!! Mas depois querem-nos comparar com a Finlândia!!!


Descobri nos resultados do BCP :mrgreen: que Israel está atrás de :twisted: nós!!! Os judeus atrás :shock: ?! Será?!!Deve ser por causa dos israelitas árabes...
Os judeus foram sempre homens de ciência!!! Fiquei baralhado!!!
Também fui a uma manifestação com 99 999 colegas meus e cobemos todos na AVENIDA... O Sr. ENGENHEIRO Sócras fez no Porto um comício numa "salinha" e afirmou que havia um mar de gente,lamentando o facto de nem todos caberem lá dentro!!!
Quais são os alunos Finlandeses que vão fazer o BCP? São os do ensino normal ou os do profissional?


Em Portugal os pais têm de licença de maternidade seis meses. Nos países nórdicos podem ficar em casa a ESTIMULAR a criança durante três anos.
Em Portugal, no ano de 2005, os rendimentos dos 20% mais ricos da população foram 8 vezes superiores aos rendimentos dos 20% mais pobres quando em 2004 era 7 vezes, portanto em apenas um ano de governo PS este indicador de desigualdade aumentou 14%.
Nos "outros" países é de 3 a 4 vezes essa a diferença. É por isso que por cá nem TODOS podem ir para o COLÉGIO PRIVADO!!!!!! Deste modo, minha RICA PATA, os mais ricos pagam aos colégios o ensino dos seus filhinhos queridos e ainda têm de pagar o ensino das crianças ranhosas, porcas e imundas :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: ...e ainda asquerosas...


Afirmação de alguém que fez Erasmus na Finlândia: vim de lá admirado com a frugalidade, pontualidade e civismo dos finlandeses. As escolas são locais muito calmos. A legislação muda muito lentamente e raramente. Tudo é previsível. Os professores são respeitados. Os alunos são, regra geral, bem educados e os pais respeitam muito os professores. O Ministro da Educação é raro aparecer na TV e nem se dá pela sua existência.

Um abraço a todos!!!
Não escreverei mais sobre educação pois tenho mais que fAZER...
Eu esvou parti prá Filândia melhorar mê studo. Vou ser prófessor mais melhor bom. Estudei na Universidad de Coimbra (só tá entre as 250 melhor universidade do mundo). Sinto mal preparada pra dá aula de Matemática...Irei sê prófessô "ESSCELENTE".
ADEUS... :mrgreen: :mrgreen:
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por Sei lá » 12/4/2008 1:45

Depois do caso Charrua a Margarida Moreira faz nova abordagem ao protagonismo. São estas pessoas que não fazem falta à educação nem à administração publica.


Director do Expresso não compreende queixa da DREN

A Direcção Regional de Educação do Norte apresentou uma queixa ao Ministério Público e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social por causa da forma como alguns órgãos de comunicação social exibiram o vídeo filmado na escola Carolina Michaelis. O jornal Expresso, um dos visados, afirma que a queixa da DREN não tem qualquer justificação.

( 19:29 / 11 de Abril 08 )

Pelo que adianta o site do Expresso, os alvos desta queixa são o próprio Expresso, a RTP, o Diário Digital e o Portugal Diário.

Na queixa, a DREN afirma que a divulgação das imagens de uma aluna a tentar recuperar o telemóvel que lhe tido sido retirado pela professora são claramente atentatórias da honra, reputação e decoro das pessoas envolvidas.

Em declarações à TSF, o director do Expresso, Henrique Monteiro, diz que não encontra nenhuma justificação para esta queixa e afirma que o jornal se limitou a cumprir o dever de informar.

«Não é escondendo os assuntos que eles se resolvem», salientou o director do semanário, acrescentando que «compreende que a directora [da DREN] Margarida Moreira esteja melindrada com a comunicação social por causa do caso Charrua, mas não é caso para este alarido».

Henrique Monteiro salienta que o Expresso, não está «isento de erros» mas neste caso «limitou-se apenas a cumprir o dever de informar» e isso não deve ser motivo para apresentar qualquer queixa.

http://tsf.sapo.pt/online/vida/interior ... =TSF190678

O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por Crómio » 10/4/2008 22:55

Enquanto não perderes esse preconceito, nunca será possível eu e tu chegarmos a um entendimento mínimo que seja.


:-k :roll:
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por Sei lá » 10/4/2008 22:39

Pata, eu não peço privilégios especiais para os professores, nunca pedi. Enquanto não perderes esse preconceito, nunca será possível eu e tu chegarmos a um entendimento mínimo que seja.

Eu defendo:

- Avaliação que premeie os melhores professores;
- Legislação que responsabilize efectivamente os alunos e seus encarregados de educação pelos actos de indisciplina e falta de respeito;
- Legislação que coloque a escola como um local de aprendizagem e que acabe de vez com a obssessão estatística;
- Estruturas adequadas para a prática do ensino.

Enquanto na discussão destes temas a tua posição fôr de ataque cerrado aos professores, colocando-os como unicos responsáveis do actual descalabro do ensino, baseada no facto de poderem chegar ao topo carreira de forma automática, então a discussão é estéril.

Por isso é que andamos sempre às "turras" e não sairemos disto. Se achas que vamos no bom caminho, então vamos deixar a indisciplina como está e vamos avançar com o actual modelo de avaliação dos professores que tanto defendes, daqui a 1 ano conversamos. Mas deixo já a mensagem, daqui a 1 ano cá estarei para criticar os mais que previsíveis resultados, acho que só um desfasamento da realidade levará alguém a acreditar que este é o principio da solução para os problemas.
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por Pata-Hari » 10/4/2008 19:51

Jam, sempre pediste previlégios especiais para os professores, é por isso que é impossivel discutir contigo. Qualquer sistema que eu seja obrigada a pagar e ainda pagar - se ainda o puder fazer para tirar os meus filhos de lá - à partida nem deveria existir (ou seja num mundo minimamente eficiente, nem escolas e professores de escolas pública deveriam existir porque as escolas públicas não prestam um serviço pelo qual alguém queira pagar).


Ora como não entendes que pagar por algo que pagamos para NÂO ter é injusto e altamente incorrecto, torna-se à partida inutil discutir contigo. Se quiseres discutir em como o alterar para que em vez de ser um peso seja algo de desejável, então discute-se. Mas não.... o tema é sempre o subsegmento das necessidades dos professores. As necessidades de quem paga, isso é um detalhe irrelevante. E quando não entendes isso, não adianta discutir. Por alguma rãzão que desconheço recusas-te a admitir os gravissimos problemas que a educação tem e o papel que os professores como parte não separável do sistema educativo têm que ter na sua resolução.

Eu fui utilizadora do sistema de educação, tenho filhos na escola, conheço as estatisticas de resultados, e, espanta-te, como pago impostos, PAGO pelo sistema no qual não me queres dar direito de discutir. Sou boa para pagar mas não tenho nem o direito de exigir nem de criticar, lol. E vens depois falar-me em reivindicações? É impossivel discutir com alguém que acha que por eu não ser professor não posso discutir o serviço que NÂO tenho e que pago. Esse planeta é irreal.
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por Sei lá » 10/4/2008 19:08

Pata-Hari Escreveu:Jam, decididamente acho impossivel discutir contigo. Não adianta mesmo, acho que todos os minutos que perdi foram puro desperdicio. Eu desisto. Não é pessoal, acredito sinceramente que sejas uma excelente pessoa mas não estamos no mesmo planeta, é perda de tempo eu (só eu, a limitação é minha) tentar argumentar contigo. Acho que vivemos mesmo em planetas diferentes.


Devo também dizer-te que vivi muito tempo fora, voltei há 3 anos e meio e estou a ficar em total saturação de viver cá. Começo sinceramente a pensar voltar a sair. Sou daquelas pessoas que acha que não nos safamos, que não há esperança e que não vale a pena desperdiçar energia por estas bandas porque nunca veremos nada feito no nosso tempo de vida. Quem cá fica que se amanhe porque têm o que escolhem e permitem.


Pata, é fácil, não discutas. Tu és anti-professores por razões que desconheço, já ficou demasiado óbvio esse teu sentimento, então não respondas ao que escrevo se achas impossível discutir comigo. Eu sou o oposto de ti.

Já uma vez te afirmei que se os meus argumentos são confirmados com factos, eu de seguida trato de relembrar isso. Será defeito meu? Paciência. Em algumas pessoas será qualidade.

Ainda me hás-de mostrar (a mim e ao forum) onde é que eu pedi privilégios especiais para os professores. Eu posso ter defeitos, mas usar como argumentos posições de outros que não são verdadeirasm e fazer disso uma enorme algazarra, é feio.

Aliás, ir buscar assuntos sobre os quais não se está habilitada para falar por desconhecimento de causa e criar outra algazarra, também não é de todo uma atitude exemplar.

Por aqui me fico.
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por Sei lá » 10/4/2008 17:01

Thunder Escreveu:A situação que relataste era passível do post... ok, tudo bem, até entendo. Agora era desnecessário o tom quando disseste:

"Isto servirá para alguns ilustres reflectirem "

E será que refletiste que em dezenas de casos a expulsão resultou e o aluno juntou mais uma "lição" ao seu caminho de aprendizagem. Mas já sabes, as coisas boas normalmente não são tema de conversa ou notícia. Não vamos expulsar porque em alguns casos podemos ter problemas? Acho que aí sim estaremos a ser imóveis e a pecar por falta de acção.

JAM tem calma que eu vou tentar manter a minha :mrgreen:

Um abraço sincero pra ti :P


Se tens pouco tempo para escrever ao almoço, eu ando a olhar para o forum em periodos de 5 mins e por isso os posts são feitos aos empurrões... não liguem se as ideias parecerem confusas

Tou calmo :mrgreen: e estava ontem e estive hoje durante o dia :mrgreen:

Quando me referi aos "ilustres", nem medi o que escrevi. Mas depois também não me arrependi de o fazer.

Fiquei particularmente sentido com coisas que li aqui nas ultimas semanas em relação aos professores não exercerem a sua autoridade. Como sou conhecedor das situações (mas não sou professor) revoltou-me ver gente falar do que não sabia e da forma que o fizeram (o tradicional "botabaixo" na base de os outros são sempre maus e incompetentes). Então esses foram apelidados de "ilustres" quando apresentei este facto.

Podem chamar-me "ilustre" se me virem fazer Análise Técnica de acções antes do verão :mrgreen:

Eu também sou a favor de se agir e de se fazer, mas há um ditado que diz "quem tem cu tem medo". Eu acho que o ditado surge antes da acção.

Onde está o problema? No clima de medo e coação aos professores que se criou. Agir para a seguir levar um pero ou ficar com o carro estragado... desculpa mas não faço e não censuro nem critico quem não o faz.

Como referi, neste caso existiu uma testemunha, mas na maioria dos casos não existe. Pagar do meu bolso ou pagar com o corpo para fazer cumprir a lei? Descupa mas nem as forças da autoridade têm, obrigação de o fazer.

Solução: Mude-se a legislação para acabar com este clima. O ME não fez nada depois dos casos conhecidos, quando os media deixarem de noticiar, volta tudo ao mesmo. Também, se o ME (através do Valter Lemos) acha que isto eram caso esporádicos... de caso esporádicos em casos esporádicos lá vamos andando rumo ao abismo :mrgreen:

Da próxima vez falo da avaliação dos professores ou do corte nos salários, porque podemos usar ambas as terminologias para apelidar a mesma coisa. O assunto não morreu, está vivo e mais complexo que nunca :mrgreen:

Um abraço pra ti tb pq nao guardo ressentimentos com ninguém, nem com a Pata :mrgreen:
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por rmachado » 10/4/2008 16:50

Ai isso é que não... por favor.

E depois? Como iriamos ter estas discussões tão saudáveis?

Mas começo a achar que religião, politica, futebol e professores não se discutem.

Pior é termos a contra discussão, e peço desculpa por dizer isto, o JAM está a ser perito nisto.´
 
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por Pata-Hari » 10/4/2008 16:39

Jam, decididamente acho impossivel discutir contigo. Não adianta mesmo, acho que todos os minutos que perdi foram puro desperdicio. Eu desisto. Não é pessoal, acredito sinceramente que sejas uma excelente pessoa mas não estamos no mesmo planeta, é perda de tempo eu (só eu, a limitação é minha) tentar argumentar contigo. Acho que vivemos mesmo em planetas diferentes.


Devo também dizer-te que vivi muito tempo fora, voltei há 3 anos e meio e estou a ficar em total saturação de viver cá. Começo sinceramente a pensar voltar a sair. Sou daquelas pessoas que acha que não nos safamos, que não há esperança e que não vale a pena desperdiçar energia por estas bandas porque nunca veremos nada feito no nosso tempo de vida. Quem cá fica que se amanhe porque têm o que escolhem e permitem.
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por Sei lá » 10/4/2008 16:01

Pata-Hari Escreveu:Jam, não é obvio que essa professora agiu correctamente? qual é a dúvida? isso não é inquestionável? queres discutir o quê exactamente? se a professora e a escola decidiram que a pintura cobria os custos, porque vamos aqui estar a discutir que ela deveria ter carro de subsituição se tal não fez parte da exigência e do acordo?


Eu não afirmei que a professora não agiu correctamente, eu quis mostrar o risco de se agir correctamente, em resposta aos criticos que afirmam que a disciplina nas escolas começa por falhar na sua aplicação por parte dos professores. Os "baldas" dos professores não impõem discipilina porque não querem, é a ideia que muitos membros do forum têm e expressaram-no sem qualquer problema ou noção do que estão a dizer.

Ficou demonstrado que o risco de se fazer cumprir os regulamentos é elevado. O problema existe (não sei se te apercebeste que isto é um problema, não são "ossos do ofício"), e até o PGR já alertou para ele por duas vezes. A integridade fisica e patrimonial de quem lecciona não pode ser colocada em risco com a leviandade com que tua aparentas por aqui apregoar.

No entanto, há uma coisa que te escapa: E se uma amiga da aluna não tivesse denunciado o caso, como seria? A professora arcava com o custo da reparação porque ganha bem não é? Esqueces-te que carros arranhados e pneus em baixo são comuns e sem testemunhas.

Pata-Hari Escreveu:Sabes se a senhora pediu viatura de susbstituição? sabes se os pais accionaram seguro? e, se os danos não foram pagos (viatura de substituição incluida), se os pais não chegaram a acordo com a professora (acordo esse que parece ter havido) resta à professora virar para a justiça como nos viramos de cada vez que somos injustiçados. Só tens algum azar porque a justiça cá funciona de modo menos que perfeito mas é mau para todos, professores e não professores.


E que sabes tu sobre isto para opinares da forma que o fazes? O que eu te digo (não tenho intenção de me desfazer em pormenores) é que foi uma sorte os pais terem aceite pagar a reparação, e daí retiro as conclusões óbvias. Mais vale um pássaro na mão que dois a fugir.

Falaste em os pais acionarem o seguro? :roll: Um seguro para cobrir actos de vandalismo de miudos de 13 e 14 anos? Achas mesmo que os país fazem isso a miudos dessa idade?

Pata-Hari Escreveu:A questão que o JAM levantou é que ele acha que, por definição de profissão de risco - que é ser-se prof - eles deveriam ter condições especiais (ou seja, devem ser melhor pagos para fazer face a estes riscos). Estás de acordo?


O JAM não acha isso e agradeço que deixes de apregoar o facto, porque já começa a ser algo que prefiro nem adjectivar. Não entendo como neste forum identificam o tom acido e não identificam o tom humorístico...
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por Thunder » 10/4/2008 15:39

JAM,neste pequeno intervalo que tenho para almoçar vou tentar ser breve.

Não me podes acusar de refugiar-me em palavras. Deixei bem claro as minhas posições sempre. Atraves delas podes ver que defendo a acção e não o debate esteril. Já te disse que na minha profissão e na minha vida pessoal tento agir e actuar para que isto "evolua" como sociedade. Podes ter 100% de certeza que não me fico pela teoria. Sou um homem que gosta de ver acções.

E não te esqueças que eu muitas vezes disse que entendo a situação dos professores e a posição delicada em que se encontram. Não estou aqui numa posição de ataque. Não tenho porque estar.

Agora eu coloquei o meu post porque achei desnecessário a colocação de termos como "ilustres". Numa outra situação tinhas usado o termo "heróis". O tópico já estava morto e enterrado e fizeste o mesmo renascer para dar na cabeça aos "ilustres".

A situação que relataste era passível do post... ok, tudo bem, até entendo. Agora era desnecessário o tom quando disseste:

"Isto servirá para alguns ilustres reflectirem "

E será que refletiste que em dezenas de casos a expulsão resultou e o aluno juntou mais uma "lição" ao seu caminho de aprendizagem. Mas já sabes, as coisas boas normalmente não são tema de conversa ou notícia. Não vamos expulsar porque em alguns casos podemos ter problemas? Acho que aí sim estaremos a ser imóveis e a pecar por falta de acção.

JAM tem calma que eu vou tentar manter a minha :mrgreen:

Um abraço sincero pra ti :P
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por carrancho » 10/4/2008 15:11

Pata-Hari Escreveu:Jam, não é obvio que essa professora agiu correctamente? qual é a dúvida? isso não é inquestionável? queres discutir o quê exactamente? se a professora e a escola decidiram que a pintura cobria os custos, porque vamos aqui estar a discutir que ela deveria ter carro de subsituição se tal não fez parte da exigência e do acordo?

Sabes se a senhora pediu viatura de susbstituição? sabes se os pais accionaram seguro? e, se os danos não foram pagos (viatura de substituição incluida), se os pais não chegaram a acordo com a professora (acordo esse que parece ter havido) resta à professora virar para a justiça como nos viramos de cada vez que somos injustiçados. Só tens algum azar porque a justiça cá funciona de modo menos que perfeito mas é mau para todos, professores e não professores.


A teoria de que as seguradoras pagam os prejuizos é muito bonita, Silvaxico e Carrancho. Pagam depois de todos os recursos esgotados e se não tiverem escolha depois de esgotados todos os recursos possiveis que incluem ir para a justiça (estratégia que resulta quase sempre porque a justiça funciona tão bem quanto a educação).

Que as seguradoras tentem pagar o menos possível podes ter razão, que aproveitado a (in)justiça Portuguesa deixem o processo arrastar até às vias judiciais, estas novamente equivocada. Não é do interesse das seguradoras que isso aconteça, principalmente em casos que envolvem montantes pequenos. É normal os tribunais acabarem por dar razão ao lesado, mesmo quando não a têm, como muitos casos que conheço de o lesado conseguir a reparação da viatura por valores claramente superiores ao valor venal da viatura no momento exactamente anterior ao sinistro. Além disso comporta enormes despesas para as seguradoras todo um processo desses.


Carrancho, deveriam ter dito isso à carris quando um autocarro deles se atirou para cima de mim. Entre as testemunhas falsas e outras cenas, só meses depois de o meu carro estar reparado é que se chegou à conclusão que a carris era responsável. Até lá, o risco de a justiça não funcionar e eu não conseguir provar que tinha razão, existia e o avanço era do meu dinheiro.

É aqui que entra a tua responsabilidade apenas por seres proprietária do carro. Quanto a justiça, qualquer pessoa/empresa tem direito a recorrer a ela, disso percebo tanto como o problema dos prof`s (nada) mas não lhes podes tirar esse direito por mais razão que penses te assistir mesmo que se venha a provar. Concordo que a justiça é má e muito morosa e, mesmo não conhecendo o caso, parece que a carris e/ou seguradora envolvidas foram incorrectas. Se os tribunais te deram razão, apresentando o recibo de transportes publicos ou viatura de substituição não vejo porque não estava esse valor incluido na indemnização.

E como a justiça funciona bem, a probabilidade de eu ficar apeada e com a conta para pagar, era significativa. A questão que o JAM levantou é que ele acha que, por definição de profissão de risco - que é ser-se prof - eles deveriam ter condições especiais (ou seja, devem ser melhor pagos para fazer face a estes riscos). Estás de acordo?

Não queria muito entrar nesta questão dos professores mas a minha resposta à tua pergunta é claramente sim. Sim concordo que os prof`s deveriam ganhar mais, por isso e por tudo o resto, mas também concordo que quase todos os outros profissionais em Portugal deveriam ganhar mais pelo que fazem. Há muitas profissões em Portugal bem mais injustiçadas que a de professor, no entanto não têm a capacidade de fazer passar a sua mensagem (p.e. quanto deveria ganhar um GNR ou PSP pelos riscos que corre?). Por isso não tenho muita pachorra para debater um caso que está farto de ser debatido e tão mediático, não porque ache que os professores não têm razão mas porque há casos bem mais complicados, aos milhões mesmo, e ninguem lhes dá voz. Acho que esses deveriam ser prioritários resolver. A minha intervensão neste tópico foi mais para esclarecer um assunto paralelo e achei que podia dar o meu contributo :wink:



Abraço,
Carrancho
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por Pata-Hari » 10/4/2008 14:21

Jam, não é obvio que essa professora agiu correctamente? qual é a dúvida? isso não é inquestionável? queres discutir o quê exactamente? se a professora e a escola decidiram que a pintura cobria os custos, porque vamos aqui estar a discutir que ela deveria ter carro de subsituição se tal não fez parte da exigência e do acordo?

Sabes se a senhora pediu viatura de susbstituição? sabes se os pais accionaram seguro? e, se os danos não foram pagos (viatura de substituição incluida), se os pais não chegaram a acordo com a professora (acordo esse que parece ter havido) resta à professora virar para a justiça como nos viramos de cada vez que somos injustiçados. Só tens algum azar porque a justiça cá funciona de modo menos que perfeito mas é mau para todos, professores e não professores.


A teoria de que as seguradoras pagam os prejuizos é muito bonita, Silvaxico e Carrancho. Pagam depois de todos os recursos esgotados e se não tiverem escolha depois de esgotados todos os recursos possiveis que incluem ir para a justiça (estratégia que resulta quase sempre porque a justiça funciona tão bem quanto a educação).


Carrancho, deveriam ter dito isso à carris quando um autocarro deles se atirou para cima de mim. Entre as testemunhas falsas e outras cenas, só meses depois de o meu carro estar reparado é que se chegou à conclusão que a carris era responsável. Até lá, o risco de a justiça não funcionar e eu não conseguir provar que tinha razão, existia e o avanço era do meu dinheiro. E como a justiça funciona bem, a probabilidade de eu ficar apeada e com a conta para pagar, era significativa. A questão que o JAM levantou é que ele acha que, por definição de profissão de risco - que é ser-se prof - eles deveriam ter condições especiais (ou seja, devem ser melhor pagos para fazer face a estes riscos). Estás de acordo?
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