Caldeirão da Bolsa

"Se eu fosse um estrangeiro, não investia em Portugal&q

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

e se eu fosse português?

por mcarvalho » 9/4/2008 13:04

onde é que investia?

e, o que é INvestir?

in prefixo de negação



abraço

mcarvalho

ps e o que é ser português?
 
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por silvaxico » 9/4/2008 11:31

Parece o espelho do nosso país.

No sector público há muito poucas áreas que funcionem bem.

Por muito que isto custe ao pessoal do sector privado, acho que os principais responsáveis não são os funcionários públicos, são os responsáveis políticos que definiram o funcionamento e atribuíram recursos.

Mas ninguém consegue responsabilizar os políticos (depois de saírem da política até conseguem colocações bem "engraçadas"...)
 
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por cibmic » 9/4/2008 11:17

A situação do Tribunal de Comércio de Lisboa é caótica e ainda bem que foi denunciada.

Um estrangeiro pode decidir onde investir o dinheiro.
Um nacional também.
Mas normalmente começa por investir em Portugal.
Se a coisa corre bem e já tem conhecimento do negócio é que parte para fora do país.

Em certa medida o estrangeiro tem mais opções e se soubesse como funciona o Tribunal de Comércio pensava melhor antes de escolher o nosso país.

Ora, os processos de falência podem ter centenas de requerentes, só trabalhadores podem ser às centenas (entre outras centenas de credores).

Até há pouco tempo o Tribunal só tinha 4 juízes, tudo num andar ali na Rua do Ouro.
Como é que 4 juízes podem ver milhões, porque são milhões de folhas, fazer julgamentos (muitas vezes cada processo de falência implica vários julgamemntos parcelares - relativos a créditos em cobrança ou em litígio)?

E funcionários?

Posso dizer-vos que conseguir uma certidão, não é que o processo ande, demora quase dois anos.
Neste momento os funcionários só têm passado certidões a trabalhadores com mais prioridade sobre as outras certidões.

Mesmo certidões pedidas por outros tribunais ficam a aguardar anos (o que implica que processos de outros tribunais estejam parados à espera de resposta).

Mas o caos gera o caos... os tribunais e requerentes a aguardar respostas começam a insistir nos requerimentos e a reclamar.
Às tantas, entram todos os dias dezenas ou centenas de papéis a insistir.
Esses papéis têm de ser juntos a cada processo (o que demora a encontrar entre milhares de processos -alguns que têm de ser transportados em carrinhos de ferro com rodinhas) e levados ao Juiz. O Juiz fica perdido entre milhares de processos para diligências, para conhecer de requerimento e para conhecer as tais insistências, enfim...

O que vos digo é o seguinte: só estando por dentro é que se pode opinar.

E durante anos era mal visto opinar. Finalmente começam a aparecer pessoas que, com coragem, colocam a nú o que de facto se passa e tem sido constantemente mascarado pelo marketing político à medida que o sistema se encaminha para a derrocada total.
 
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por petar » 9/4/2008 9:29

Marta,
Essa senhora devia ter vergonha do que disse.
Se as coisas a esse nível estão tão más, deve-se exclusivamente à sua classe profissional!

Outro ponto é o facto de ela dizer que se fosse estranja não investia em Portugal. Ora, posto desta forma, parece querer dizer que os Tugas não contam para nada.

A minha opinião? Mais valia ela estar calada.

faz-me lembrar a Maria José Morgado que tanto berrou e ainda ninguém viu nada...
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"Se eu fosse um estrangeiro, não investia em Portugal&q

por Pata-Hari » 9/4/2008 9:06

EMPRESAS Publicado 9 Abril 2008 0:01
"Se eu fosse um estrangeiro não investia em Portugal"
Tribunal de Comércio de Lisboa está "na completa ruptura"
O Tribunal do Comércio de Lisboa está "na completa ruptura". A juíza presidente da instituição, uma das mais importantes para a actividade das empresas, compara o crescimento dos processos com a exiguidade de meios e garante que não consegue fazer mais do que atender a providências cautelares, recursos de contra-ordenação e processos de insolvência. Tudo o mais está parado.

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Pedro Santos Guerreiro
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Maria José Costeira

Juiza presidente do Tribunal do Comércio de Lisboa
O Tribunal do Comércio de Lisboa está "na completa ruptura". A juíza presidente da instituição, uma das mais importantes para a actividade das empresas, compara o crescimento dos processos com a exiguidade de meios e garante que não consegue fazer mais do que atender a providências cautelares, recursos de contra-ordenação e processos de insolvência. Tudo o mais está parado.

Apresentado dados sobre os processos que tem na secretária (só nos últimos sete meses foram distribuídos 926 processos, dos quais 523 têm natureza urgente e 69 estão em risco de prescrição) Maria José Costeira sentencia: "Se eu fosse um estrangeiro, não investia em Portugal".





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