What Makes Finnish Kids So Smart?
JAM, porque nada funciona neste pais. Não funciona a educação, não funciona a justiça (e não funciona a saúde - a não ser para quem pode pagar o público e o privado). De uma coisa podes ter a certeza: enquanto tu não exigires que funcione, não vai funcionar porque nada se vai alterar.
Eu não acho normal que tudo fique impune e não acho normal que essa noticia da impunidade dos alunos possa ser possivel. Não é admissivel.
Eu não acho normal que tudo fique impune e não acho normal que essa noticia da impunidade dos alunos possa ser possivel. Não é admissivel.
Marco, uma aluna aos gritos ou ao telemovel ou a ouvir musica é impeditivo de dar qualquer aula. Concordas? Logo, a aula termina no instante em que aluna se levanta e desata aos urros. E se por qualquer razão absurda não tivesse terminado aí, certamente termina quando a aluna pega na mão da professora. O telemovel volta imediatamente para a aluna e a aula continua quando a aluna e o respectivo telemovel tiverem ido arejar. É impensável responder a gritos com gritos e a agressões com agressões.
Pata-Hari Escreveu:JAM, eu não sou professora porque não tenho vocação para isso logo, não escolhi se professora. Nunca quis ser professora e nunca me passou pela cabeça fazer um curso que só tivesse como saida o ensino. Tu és professor por vocação, sempre foi algo que quiseste fazer?
Não sou professor.
Pata-Hari Escreveu:E termino deixando-te uma outra resposta dada a um comentário no mesmo estilo do teu, tirada daqui
Vê o meu post anterior, é apenas mais "um caso isolado" para estudares.
Já começam a ser muitos "casos isolados" e muitos "momentos infelizes" dos professores... ou será dos alunos?
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

Dedico esta notícia à PataHari:
Ora bora lá a procurar as falha da professora se faz favor.
Pata, desculpa a minha ironia, mas é similar à tua persisntência.
Violência contra professora fica por punir
JOÃO PAULO MENDES
Em Fevereiro, uma professora da Escola Secundária António Sérgio, de Gaia, foi agredida física e verbalmente por estudantes do 7.º ano no espaço de uma semana. Os casos, apesar de prontamente denunciados pela docente ao presidente do conselho executivo, continuam impunes.
A primeira agressão ocorreu a 19 de Fevereiro, depois de Fátima Freitas ter chamado a atenção de uma aluna sobre o seu comportamento na sala de aula. Esta ripostou, empurrando-a violentamente. A segunda aconteceu após a primeira agressão, com outra aluna da mesma turma a provocar a professora: "Foi a stora que levou nas trombas de uma colega minha?" Indignada, Fátima Freitas - que conta 25 anos de serviço - pediu-lhe "cuidado com a linguagem", ao que a aluna retorquiu: "Ah, desculpe! Levou no... focinho!" Aquando do toque de saída, é informada de que um grupo de estudantes daquela turma estaria a preparar-se para lhe fazer uma espera.
Segundo Fátima Freitas, professora de nomeação definitiva na escola, tudo começou numa acção de estudo promovida por outra docente, no âmbito da disciplina de Estudo Acompanhado. "Ofereci-me para assistir à acção com os meus alunos do 9.º ano. No início, reparei que na fila do meio estavam quatro ou cinco alunos a tentar sentar-se todos em três cadeiras e chamei--os à atenção dizendo que havia lugares vagos noutros sítios." A advertência foi ignorada. "Chamei a aluna que queria sentar-se na cadeira onde já estavam três pessoas, ordem que só acatou, contrariada, ao fim de três tentativas", explicou a docente. "Durante a acção ia tecendo comentários indecorosos relativamente à sua professora", quando esta interrompia a palestra para chamar a atenção do comportamento dos alunos. "Cale-se você, sua..."
Avisada por Fátima Freitas por diversas vezes sobre o modo como se comportava, a aluna provocava cada vez mais, com frases do tipo "Quem é você?" "Eu falo como quero." Quando chegou a vez da intervenção do professor convidado, este ameaçou não continuar, porque "não ia falar aos gritos". Ao que a aluna respondeu: "Vá-se embora, já devia ter ido seu filho da [...], isto é uma seca." Foi aí que Fátima Freitas a agarrou no braço e a quis levar ao conselho directivo. "Ela começou aos gritos, dizendo que não ia a lado nenhum e para a largar, empurrando-me violentamente, até que caí sobre uma mesa que se deslocou do lugar com o impacto." Perante isto, colegas de turma "incitavam à luta e filmavam tudo com telemóveis". Entretanto, a aluna desaparece e a professora é informada por alunos do 9.º ano - que a protegeram - de que ela já estava no conselho executivo. "Mas pouco depois regressou à sala, com ar vitorioso, e foi aplaudida pelos colegas", disse.
Apesar das participações, oficialmente as alunas em causa, ambas com 14 anos, continuam impunes.|
http://dn.sapo.pt/2008/03/21/sociedade/ ... a_pun.html
Ora bora lá a procurar as falha da professora se faz favor.
Pata, desculpa a minha ironia, mas é similar à tua persisntência.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

JAM, eu não sou professora porque não tenho vocação para isso logo, não escolhi se professora. Nunca quis ser professora e nunca me passou pela cabeça fazer um curso que só tivesse como saida o ensino. Tu és professor por vocação, sempre foi algo que quiseste fazer?
E termino deixando-te uma outra resposta dada a um comentário no mesmo estilo do teu, tirada daqui
http://arrastao.org/educacao/uns-tem-outros-nao/
E termino deixando-te uma outra resposta dada a um comentário no mesmo estilo do teu, tirada daqui
http://arrastao.org/educacao/uns-tem-outros-nao/
Zenóbio
20 Mar 2008 às 17:30
Daniel,
Aquela escola é um “forte apache” . Não deve estranhar a atitude da professora. Qualquer um de nós numa situação similar poderia ficar bloqueado e não responder com o melhor do discernimento.
O Daniel pensa que este episódio é isolado? A infeliz deve ter sido já sujeita a outros mimos antes, e como não se pode expulsar nem bater nos meninos, os nervos deram-lhe para aquilo. Não há profissionalismo que resista a um ano de enxovalhos, provocações e agressões. Quer trocar com a professora? Vai ver que não é fácil aturar os selvagens
Daniel Oliveira
20 Mar 2008 às 17:35
Dar aulas àqueles alunos é a sua profissão. Há escolas complicadas. O que fazer? Não devem ter professores? Pode-se dizer: foi um momento menos feliz. Todos os temos. Mas não se transforme um momento menos feliz em qualquer coisa que merece aplauso.
Eu não tenho de trocar com ninguém. Cada um deve desempenhar bem as suas funções. E exigir, claro, de volta, que esse seu esforço seja valorizado. O que não tem acontecido.
Editado pela última vez por Pata-Hari em 21/3/2008 18:37, num total de 1 vez.
Pata, o estatuto de "arrependido" costuma dar bom resultado...
De resto, lê o post da SCPNuno. Se calhar lá consegue-se perceber porque é que a professora não fez queixa. Com as coisas como estão, não vale a pena.
Se mesmo com o vídeo ainda há quem acuse a professora e tente desculpar a aluna, imagina o que seria sem o vídeo (acho que a professora não sabia da existência deste vídeo).
Mas, como a Escola só recomeça daqui a mais de uma semana, até lá está tudo esquecido e fica tudo na mesma... até já li que o sr. da CONFAP diz que a aluna não pode ser expulsa da escola... isso deve estar reservado para casos de homicídio de presidentes de associações de pais...
De resto, lê o post da SCPNuno. Se calhar lá consegue-se perceber porque é que a professora não fez queixa. Com as coisas como estão, não vale a pena.
Se mesmo com o vídeo ainda há quem acuse a professora e tente desculpar a aluna, imagina o que seria sem o vídeo (acho que a professora não sabia da existência deste vídeo).
Mas, como a Escola só recomeça daqui a mais de uma semana, até lá está tudo esquecido e fica tudo na mesma... até já li que o sr. da CONFAP diz que a aluna não pode ser expulsa da escola... isso deve estar reservado para casos de homicídio de presidentes de associações de pais...
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Marta, vais-me desculpar mas considero a discussão completamente absurda e que só se explica por uma fobia aos professores.
A professora não está ao telefone, tem uma matilha em redor dela.
E que sugeres, que largue o telefone?
Então para que serve tirar ou dizer aos alunos para não os usarem se são regras completamente inconsequentes uma vez que os alunos sabem então que basta puxar o telemóvel de volta que desde que o professor não seja o Sylvester Stallone em pessoa vai imediatamente devolver o telemóvel para evitar confronto físico?
É uma discussão absurda...
Em vez de se discutir porque é que se chega a este clima (não interessa às pessoas porque significa admitir que os professores têm razões para se queixar e que há mais gente com culpas no cartório, nomeadamente os pais que se auto-desresponsabilizam por esse país fora e um ministério da educação que quer apenas que os alunos passem - mesmo sem saber - e contribuir para a redução do déficit), está-se a discutir o que devem fazer os professores para resolver ou minimizar mais um problema.
É como um tipo que ia a comer uma sande de presunto na rua e é atacado por uma matilha de cães.
Os "políticos" reunem-se e decidem: «É proibido comer sandes de presunto na rua e exige-se a qualquer pessoa que corra mais que um cão, passando a ser obrigatório frequentar um ginásio.»
A professora não está ao telefone, tem uma matilha em redor dela.
E que sugeres, que largue o telefone?
Então para que serve tirar ou dizer aos alunos para não os usarem se são regras completamente inconsequentes uma vez que os alunos sabem então que basta puxar o telemóvel de volta que desde que o professor não seja o Sylvester Stallone em pessoa vai imediatamente devolver o telemóvel para evitar confronto físico?
É uma discussão absurda...
Em vez de se discutir porque é que se chega a este clima (não interessa às pessoas porque significa admitir que os professores têm razões para se queixar e que há mais gente com culpas no cartório, nomeadamente os pais que se auto-desresponsabilizam por esse país fora e um ministério da educação que quer apenas que os alunos passem - mesmo sem saber - e contribuir para a redução do déficit), está-se a discutir o que devem fazer os professores para resolver ou minimizar mais um problema.
É como um tipo que ia a comer uma sande de presunto na rua e é atacado por uma matilha de cães.
Os "políticos" reunem-se e decidem: «É proibido comer sandes de presunto na rua e exige-se a qualquer pessoa que corra mais que um cão, passando a ser obrigatório frequentar um ginásio.»
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
silvaxico, parece-me tempo demais a partir do momento em que a miúda se levanta e desata aos gritos. Aquilo tinha que ter terminado ali.
Olha, vê aqui:
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/273503
A miúda não percebeu a gravidade da situação e está surpreendida! a professora também não fez queixa! curiosamente a miúda "teme a expulsão ou suspensão". Afinal sempre existe algo que faz temer os alunos. Use-se isso. Eu acho que obrigar a aluna e mais os paizinhos a irem depois à esquadra é algo que é suficientemente chato para que da próxima vez a menina pense duas vezes. Mas se a professora não apresentar queixa, nada acontece. Tudo fica impune como fica sempre neste país.
Olha, vê aqui:
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stori ... ies/273503
A miúda não percebeu a gravidade da situação e está surpreendida! a professora também não fez queixa! curiosamente a miúda "teme a expulsão ou suspensão". Afinal sempre existe algo que faz temer os alunos. Use-se isso. Eu acho que obrigar a aluna e mais os paizinhos a irem depois à esquadra é algo que é suficientemente chato para que da próxima vez a menina pense duas vezes. Mas se a professora não apresentar queixa, nada acontece. Tudo fica impune como fica sempre neste país.
Pata-Hari Escreveu:Marco, acredita que eu também lido com clientes exaltados. Eu e os meus colegas lidamos com clientes exaltados todos dias. E aprendemos todos várias coisas: somos nós os profissionais e portanto nós mantemos sempre a calma. Responde-se calmamente a gente exaltada. Por vezes acontece-nos dizer aos clientes para desligarem o telefone e falarem mais tarde, acontece sairmos de reuniões dizendo o mesmo. O certo é que não entramos nunca em conflito directo com as pessoas e sobretudo nunca em cenas de pancadaria e gritaria.
A tua persistência é impressionante...

O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

Bolas, enquanto escrevi o meu post vcs fartaram-se da dar à tecla!!!
Esta discussão já me enjoa. Há quem tente chegar ao patamar de colocar culpas na professora.
Será que no meio daquela balbudia toda alguém suficientemente picuinhas vai descobrir um gesto de 2 segundos da professora para afirmar "está ali! Foi aquilo que a professora fez que despoletou o problema, esta professora é uma incompetente, devbia ser despedida. Pela cara deve já ter idade para ganhar 2500 euros por mês! Despeça-se a velha!"


Esta discussão já me enjoa. Há quem tente chegar ao patamar de colocar culpas na professora.

Será que no meio daquela balbudia toda alguém suficientemente picuinhas vai descobrir um gesto de 2 segundos da professora para afirmar "está ali! Foi aquilo que a professora fez que despoletou o problema, esta professora é uma incompetente, devbia ser despedida. Pela cara deve já ter idade para ganhar 2500 euros por mês! Despeça-se a velha!"



O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

Marco, acredita que eu também lido com clientes exaltados. Eu e os meus colegas lidamos com clientes exaltados todos dias porque somos responsaveis por algo que lhes é muito importante. E aprendemos todos várias coisas: somos nós os profissionais e portanto nós mantemos sempre a calma. Responde-se calmamente a gente exaltada. Por vezes acontece-nos dizer aos clientes para desligarem o telefone e falarem mais tarde, acontece sairmos de reuniões dizendo o mesmo. O certo é que não entramos nunca em conflito directo com as pessoas e sobretudo nunca em cenas de pancadaria e gritaria.
Por favor nota que não estou de modo nenhum a desculpar o comportamento inqualificável da miúda. Esse está fora de questão. Aquele comportamento é passível de se chamar a policia ou solicitar tratamento psiquiátrico. Nota também como a professora nem queixa fez, informou que tinha tido um problema. Ou seja, aceita como sendo apenas um pequeno precalço.
Por favor nota que não estou de modo nenhum a desculpar o comportamento inqualificável da miúda. Esse está fora de questão. Aquele comportamento é passível de se chamar a policia ou solicitar tratamento psiquiátrico. Nota também como a professora nem queixa fez, informou que tinha tido um problema. Ou seja, aceita como sendo apenas um pequeno precalço.
Editado pela última vez por Pata-Hari em 21/3/2008 18:14, num total de 1 vez.
Já agora, estou certo que se fosse um médico dentro de um hospital a ser atacado por um paciente ou grupo de pacientes ou um bancário dentro de um banco a ser atacado por um cliente ou grupo de clientes, a culpa também era dele e também ficava demonstrado que não tinha vocação para ser médico/bancário, dado que não sabia como reagir a quente em face a uma matilha em fúria!
Porque afinal gente violenta há em todo lado e fomos treinados para saber lidar com essas situações!
Porque afinal gente violenta há em todo lado e fomos treinados para saber lidar com essas situações!
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Vou tentar compactar isto para responder num post só.
PataHari
Se eu afirmar Os professores são uma parte do problema e a avaliação nos moldes em que a querem implementar não resolve o problema tu pegas na parte final da minha frase para afirmar que eu estou a defender os professores e que contribuo para o estado actual de coisas. E ao autista sou eu...
Já enunciei os quatro problemas do ensino. Só não leste porque não quiseste, mas quanto a isso não posso fazer nada. Quem já negou em posts anteriores, como foi o teu caso, que a indisciplina seja um problema que limita a melhoria do ensino, para se concentrar apenas e só em atacar os professores, nunca irá perceber o que realmente se passa.
Aliás, a tua postura no que escreveste hoje é bem diferente da postura dos dias anteriores, pelo que tu necessitas de ver um video de uma realidade que os outros sabem que existe, para finalmente(!) ousares falar do assunto como um verdadeiro problema. Pelo menos isto teve um dom de te fazer olhar e escrever sobre outra coisa que não sejam os professores.
Entretanto, para que vá ficando gravado de forma sucessiva como tem acontecido desde que entrei nesta discussão, sou da opinião que os professores são uma parte importante do problema.
Jotabilo
Partilho totalmente a tua visão, porque antes de ver a minha vida como um antro de competição profissional, vejo-a como algo de valioso que deve ser vivida e aproveitada, visto só termos uma. Temos de dar o nosso contributo para a criação de riqueza e para que o todo funcione, mas entendo que existem limites. Ao longo dos meses percebi que sou dos poucos que vêem necessidade de limites.
LS
Isto não é estupfacção da comunicação social, isto é mais um episódio da denuncia do problema que os media vêm fazendo há anos.
Gostei que a bomba tivesse estourado, porque assim a maioria (ainda com incompreensíveis excepções) viu uma prova do problema. Assim não há como fugir à evidência. E ainda bem.
Happy Guy
Eu não me esqueci dos professores. Por diversas vezes apontei quatro problemas na educação. Como eventualmente não os leste, vou repetir pela minha ordem de importância.
Indisciplina
Ontem escrevi tudo sobre isto. Coloco-o em 1º lugar por ser um problema que ultrapassa o contexto do ensino.
Ministério da educação
É a base do problema, porque os outros três problemas derivam das decisões do ME, logo coloco-o em 2º. O ME legisla e todo o ensino cumpre. Falta gente coerente no ME, mas nada que seja novidade, porque o ME é composto por politicos e gerido numa perspectiva política. Tudo gira em torno das decisões do ME.
Professores
Em 150.000 profissionais temos uma percentagem de maus profissionais, tal como em todas as outras actividades. É necessário fazer a selecção, mas é necessário fazer a selecção para escolher e recompensar os melhores, e não apenas para justificar que os mesmos são avaliados. Podemos ter os melhores professores do mundo, mas se o ME não lhes der poder, se não lhes colocar à disposição programas lectivos adequados, se não os recompensar, se não os deixar ensinar, então os melhores terão um trabalho muito próximo dos piores.
Estruturas
Este é o ultimo problema, porque se os outros três fossem resolvidos (uma bela utopia) o ensino melhoraria drasticamente e seria pontualmente prejudicado por estruturas deficientes. Elas existem, escolas que metem água, escolas sem aquecimento, escolas lotada sem possibilidade de ampliação de estruturas, escolas sem segurança exterior, etc etc.
Meu caro, eu não enterro a cabeça na areia, apenas tenho prioridades. Da mesma forma que durante dias se discutiu os professores, ontem discutiu-se a indisciplina. Da mesma forma que os meus alertas sobre a indisciplina na discussão sobre professores foram quase ignorados, ontem concentrei-me em debater o que considero os dois principais problemas.
Agora para o geral
Já agora, ainda haverá quem ache que para estarmos ao nível dos finlandeses só nos faltam professores iguais aos finlandeses?
É incrível como tanta gente supostamente bem formada deconhece a realidade do país em que vive...
PataHari
Se eu afirmar Os professores são uma parte do problema e a avaliação nos moldes em que a querem implementar não resolve o problema tu pegas na parte final da minha frase para afirmar que eu estou a defender os professores e que contribuo para o estado actual de coisas. E ao autista sou eu...

Já enunciei os quatro problemas do ensino. Só não leste porque não quiseste, mas quanto a isso não posso fazer nada. Quem já negou em posts anteriores, como foi o teu caso, que a indisciplina seja um problema que limita a melhoria do ensino, para se concentrar apenas e só em atacar os professores, nunca irá perceber o que realmente se passa.
Aliás, a tua postura no que escreveste hoje é bem diferente da postura dos dias anteriores, pelo que tu necessitas de ver um video de uma realidade que os outros sabem que existe, para finalmente(!) ousares falar do assunto como um verdadeiro problema. Pelo menos isto teve um dom de te fazer olhar e escrever sobre outra coisa que não sejam os professores.
Entretanto, para que vá ficando gravado de forma sucessiva como tem acontecido desde que entrei nesta discussão, sou da opinião que os professores são uma parte importante do problema.
Jotabilo
Partilho totalmente a tua visão, porque antes de ver a minha vida como um antro de competição profissional, vejo-a como algo de valioso que deve ser vivida e aproveitada, visto só termos uma. Temos de dar o nosso contributo para a criação de riqueza e para que o todo funcione, mas entendo que existem limites. Ao longo dos meses percebi que sou dos poucos que vêem necessidade de limites.
LS
Isto não é estupfacção da comunicação social, isto é mais um episódio da denuncia do problema que os media vêm fazendo há anos.
Gostei que a bomba tivesse estourado, porque assim a maioria (ainda com incompreensíveis excepções) viu uma prova do problema. Assim não há como fugir à evidência. E ainda bem.
Happy Guy
Eu não me esqueci dos professores. Por diversas vezes apontei quatro problemas na educação. Como eventualmente não os leste, vou repetir pela minha ordem de importância.
Indisciplina
Ontem escrevi tudo sobre isto. Coloco-o em 1º lugar por ser um problema que ultrapassa o contexto do ensino.
Ministério da educação
É a base do problema, porque os outros três problemas derivam das decisões do ME, logo coloco-o em 2º. O ME legisla e todo o ensino cumpre. Falta gente coerente no ME, mas nada que seja novidade, porque o ME é composto por politicos e gerido numa perspectiva política. Tudo gira em torno das decisões do ME.
Professores
Em 150.000 profissionais temos uma percentagem de maus profissionais, tal como em todas as outras actividades. É necessário fazer a selecção, mas é necessário fazer a selecção para escolher e recompensar os melhores, e não apenas para justificar que os mesmos são avaliados. Podemos ter os melhores professores do mundo, mas se o ME não lhes der poder, se não lhes colocar à disposição programas lectivos adequados, se não os recompensar, se não os deixar ensinar, então os melhores terão um trabalho muito próximo dos piores.
Estruturas
Este é o ultimo problema, porque se os outros três fossem resolvidos (uma bela utopia) o ensino melhoraria drasticamente e seria pontualmente prejudicado por estruturas deficientes. Elas existem, escolas que metem água, escolas sem aquecimento, escolas lotada sem possibilidade de ampliação de estruturas, escolas sem segurança exterior, etc etc.
Meu caro, eu não enterro a cabeça na areia, apenas tenho prioridades. Da mesma forma que durante dias se discutiu os professores, ontem discutiu-se a indisciplina. Da mesma forma que os meus alertas sobre a indisciplina na discussão sobre professores foram quase ignorados, ontem concentrei-me em debater o que considero os dois principais problemas.
Agora para o geral
Já agora, ainda haverá quem ache que para estarmos ao nível dos finlandeses só nos faltam professores iguais aos finlandeses?

Editado pela última vez por Sei lá em 21/3/2008 18:06, num total de 1 vez.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

scpnuno Escreveu:Caros
No país em que vivemos, quem quer apostar comigo que aluna, professora e pais da aluna serão dentro em breve estrelas convidadas em varios programas de TV? e, consoante quem for o convidado do dia, se chegará à conclusão que a professora é uma vitima, a aluna uma incompreendida e os pais uns infelizes que por terem que trabalhar muito, não têm tempo para educar a filha?
Que se chegará, como de costume em Portugal, à conclusão de que a culpa morre solteira? ou nem sequer existe culpa?
Eu não conheço o sistema de ensino para saber a que recursos poderia a professora aceder (apesar de conhecer a escola em causa que até não está numa zona problemática, pelo contrário) Eu conheço o liceu onde andam os meus filhos. E sei que se um professor for confrontado fisicamente, não tem a quem pedir ajuda. Há lá um porteiro, com um problema numa perna, que demoraria horas a chegar a uma sala de aula. Não sei se as salas têm uma campaínha que se possa accionar para pedir a presença de alguém, julgo que não (também não ha o tal alguém).
Visto a frio (e nós estamos aqui a discutir o acontecimento tal como se julga um arbitro de um jogo de futebol - eles tiveram segundos para decidir o que nós discutimos durante dias) - mas visto a frio eu diria que na altura do confronto fisico e visto não ter "cabedal" para o enfrentar, a professora talvez pudesse entregar o santo telemovel, acalmado assim o bicho e sair então da sala a pedir ajuda. Mas a quem? E que ia fazer o quê?
Num país do 3º muno que eu conheço, seria chamada a policia que iria à escola e levaria a aluna - e talvez os coleguinhas - para a esquadra donde só saíriam acompanhados pelos pais. E acreditem que os pais que não têm tempo para ir à escola, arranjam tempo para ir à esquadra...
Porque não há punição. Porque se a professora tivesse entregado o telemovel, expulsado a aluna e marcado uma falta disciplinar, NÃO IA ACONTECER NADA. E se a professora tivesse feito um relatorio, IDEM. E se a professora tivesse ido ped ajuda, IDEM. E mesmo com tudo o que aconteceu, NÃO VAI ACONTECER NADA.
Lamento. Por todos nós. Pelos que são professores. Pelos que têm filhos assim. Pelos que têm filhos "em condições" que presenciam cenas destas. E pelo que isto tudo representa.
Sempre fui do Porto, mas esta mulher está quase a fazer de mim um sócio dos lagartos...

Afinal há coisas que se conseguem ver "de fora"...
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Pata-Hari Escreveu:Tentar competir em gritos ou em força fisica é algo que não faz certamente parte do modo como vocês foram treinados para reagir numa situação dessas. Ou não me digas que não têm formação pedagógica e instruções relativamente ao que fazer nessas situações.
É como te digo, a professora faltou à aula «Como reagir a um adolescente enraivecido».
E tem faltado aos treinos do Rugby à sexta-feira também.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Indo agora a assuntos mais práticos:
quando recomeçarem as aulas, como é que os professores devem fazer?
- obrigar os alunos a deixarem os telemóveis na secretária do professor?
- obrigar a desligar o telemóvel?
- proibir a entrada dos telemóveis na sala de aula?
- parar de falar quando um aluno estiver a atender um telefonema?
A única de implementação fácil é a última. As outras custam mais (e podem ter as consequências que se viram no vídeo). Será que vamos ter um agente da PSP por cada turma?
quando recomeçarem as aulas, como é que os professores devem fazer?
- obrigar os alunos a deixarem os telemóveis na secretária do professor?
- obrigar a desligar o telemóvel?
- proibir a entrada dos telemóveis na sala de aula?
- parar de falar quando um aluno estiver a atender um telefonema?
A única de implementação fácil é a última. As outras custam mais (e podem ter as consequências que se viram no vídeo). Será que vamos ter um agente da PSP por cada turma?
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No país em que vivemos, quem quer apostar comigo que aluna, professora e pais da aluna serão dentro em breve estrelas convidadas em varios programas de TV? e, consoante quem for o convidado do dia, se chegará à conclusão que a professora é uma vitima, a aluna uma incompreendida e os pais uns infelizes que por terem que trabalhar muito, não têm tempo para educar a filha?
Que se chegará, como de costume em Portugal, à conclusão de que a culpa morre solteira? ou nem sequer existe culpa?
Eu não conheço o sistema de ensino para saber a que recursos poderia a professora aceder (apesar de conhecer a escola em causa que até não está numa zona problemática, pelo contrário) Eu conheço o liceu onde andam os meus filhos. E sei que se um professor for confrontado fisicamente, não tem a quem pedir ajuda. Há lá um porteiro, com um problema numa perna, que demoraria horas a chegar a uma sala de aula. Não sei se as salas têm uma campaínha que se possa accionar para pedir a presença de alguém, julgo que não (também não ha o tal alguém).
Visto a frio (e nós estamos aqui a discutir o acontecimento tal como se julga um arbitro de um jogo de futebol - eles tiveram segundos para decidir o que nós discutimos durante dias) - mas visto a frio eu diria que na altura do confronto fisico e visto não ter "cabedal" para o enfrentar, a professora talvez pudesse entregar o santo telemovel, acalmado assim o bicho e sair então da sala a pedir ajuda. Mas a quem? E que ia fazer o quê?
Num país do 3º muno que eu conheço, seria chamada a policia que iria à escola e levaria a aluna - e talvez os coleguinhas - para a esquadra donde só saíriam acompanhados pelos pais. E acreditem que os pais que não têm tempo para ir à escola, arranjam tempo para ir à esquadra...
Porque não há punição. Porque se a professora tivesse entregado o telemovel, expulsado a aluna e marcado uma falta disciplinar, NÃO IA ACONTECER NADA. E se a professora tivesse feito um relatorio, IDEM. E se a professora tivesse ido ped ajuda, IDEM. E mesmo com tudo o que aconteceu, NÃO VAI ACONTECER NADA.
Lamento. Por todos nós. Pelos que são professores. Pelos que têm filhos assim. Pelos que têm filhos "em condições" que presenciam cenas destas. E pelo que isto tudo representa.
No país em que vivemos, quem quer apostar comigo que aluna, professora e pais da aluna serão dentro em breve estrelas convidadas em varios programas de TV? e, consoante quem for o convidado do dia, se chegará à conclusão que a professora é uma vitima, a aluna uma incompreendida e os pais uns infelizes que por terem que trabalhar muito, não têm tempo para educar a filha?
Que se chegará, como de costume em Portugal, à conclusão de que a culpa morre solteira? ou nem sequer existe culpa?
Eu não conheço o sistema de ensino para saber a que recursos poderia a professora aceder (apesar de conhecer a escola em causa que até não está numa zona problemática, pelo contrário) Eu conheço o liceu onde andam os meus filhos. E sei que se um professor for confrontado fisicamente, não tem a quem pedir ajuda. Há lá um porteiro, com um problema numa perna, que demoraria horas a chegar a uma sala de aula. Não sei se as salas têm uma campaínha que se possa accionar para pedir a presença de alguém, julgo que não (também não ha o tal alguém).
Visto a frio (e nós estamos aqui a discutir o acontecimento tal como se julga um arbitro de um jogo de futebol - eles tiveram segundos para decidir o que nós discutimos durante dias) - mas visto a frio eu diria que na altura do confronto fisico e visto não ter "cabedal" para o enfrentar, a professora talvez pudesse entregar o santo telemovel, acalmado assim o bicho e sair então da sala a pedir ajuda. Mas a quem? E que ia fazer o quê?
Num país do 3º muno que eu conheço, seria chamada a policia que iria à escola e levaria a aluna - e talvez os coleguinhas - para a esquadra donde só saíriam acompanhados pelos pais. E acreditem que os pais que não têm tempo para ir à escola, arranjam tempo para ir à esquadra...
Porque não há punição. Porque se a professora tivesse entregado o telemovel, expulsado a aluna e marcado uma falta disciplinar, NÃO IA ACONTECER NADA. E se a professora tivesse feito um relatorio, IDEM. E se a professora tivesse ido ped ajuda, IDEM. E mesmo com tudo o que aconteceu, NÃO VAI ACONTECER NADA.
Lamento. Por todos nós. Pelos que são professores. Pelos que têm filhos assim. Pelos que têm filhos "em condições" que presenciam cenas destas. E pelo que isto tudo representa.
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
A aluna está agarrada à professora para conseguir recuperar o telemovel. O telemóvel que se dane, a agressão é que não! larga-se imediatamente o telemovel. Tal como eu largo imediatamente a mala quando estou a ser assaltada. Não entro é pelo confronto com um assaltante violento (e a aluna é certamente comparável a isso).
Tentar competir em gritos ou em força fisica é algo que não faz certamente parte do modo como vocês foram treinados para reagir numa situação dessas. Ou não me digas que não têm formação pedagógica e instruções relativamente ao que fazer nessas situações....
Percebes onde quero chegar? a violencia é um facto e uma realidade. Logo, tem que fazer parte do treino dos professores e têm que haver directivas claras acerca de como agir numa situação dessas. Entrar em competição fisica com um agressor não é certamente solução.
Tentar competir em gritos ou em força fisica é algo que não faz certamente parte do modo como vocês foram treinados para reagir numa situação dessas. Ou não me digas que não têm formação pedagógica e instruções relativamente ao que fazer nessas situações....
Percebes onde quero chegar? a violencia é um facto e uma realidade. Logo, tem que fazer parte do treino dos professores e têm que haver directivas claras acerca de como agir numa situação dessas. Entrar em competição fisica com um agressor não é certamente solução.
Vi este vídeo através de Helena Matos e do Expresso. Sim, o que eu vejo aqui é uma aluna mal educada. Uma adolescente incrivelmente insolente. Sempre existiram, sempre existirão. Às vezes até crescem e transformam-se em adultos responsáveis e educados. Outras não.
No meu tempo também havia insurrectos. Os insurrectos do meu tempo eram mais mansinhos e tinham mais respeito pelo professor que esta catraia...
Isto não é um caso isolado. É apenas um caso que está a ter mais mediatismo e que foi filmado por outro aluno e colocado nesse grande palco para o mundo que é o youtube. Alguns acordaram para o problema, descobriram agora do que é que os outros falavam... Outros continuam no mesmo autismo e procuraram mais uma razão para culpar... a professora, é claro!
Basta ver como a professora (a adulta e a profissional que tem de garantir o normal funcionamento das aulas) lida com o problema para perceber que estamos perante alguém sem preparação para cumprir as suas funções.
Ora nem mais!
É evidente que esta professora faltou às aulas de "Defesa Pessoal" e que não está preparada para ser professora!
Sim, é essencial que qualquer professor esteja preparado para ser atacado por uma matilha dentro da sala de aula. Ensinar é secundário, até porque agora há pouco tempo para isso nos intervalos da luta greco-romana.
Valha-me Deus, há pessoas que não têm a noção do rídiculo e mesmo depois de ver um vídeo destes continuam com a venda nos olhos...
O ódio aos professores é tanto.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Pata,
a professora em questão tenta sair da sala por duas vezes nos 1:48 do filme (a primeira logo aos 30 segundos). Acho que 30 segundos para verificar que a situação não é controlável é um tempo aceitável (mas posso estar enganado).
quando a professora tentou sair da sala foi agarrada pela aluna.
Que deste episódio se retire que aquela professora não tem vocação, que, em última instância ela é responsável pelo incidente, parece-me excessivo... mas já não sei, no estado em que as coisas estão na nossa educação, se calhar a culpa é da senhora... devia ter ido ao ginásio para ser mais rápida a fugir da aluna...
mas, num dos meus primeiros comentários a esta situação eu perguntei que prémios teriam a aluna e o realizador do filme e que castigo teria a professora que ousou colocar em causa a propriedade privada...
a professora em questão tenta sair da sala por duas vezes nos 1:48 do filme (a primeira logo aos 30 segundos). Acho que 30 segundos para verificar que a situação não é controlável é um tempo aceitável (mas posso estar enganado).
quando a professora tentou sair da sala foi agarrada pela aluna.
Que deste episódio se retire que aquela professora não tem vocação, que, em última instância ela é responsável pelo incidente, parece-me excessivo... mas já não sei, no estado em que as coisas estão na nossa educação, se calhar a culpa é da senhora... devia ter ido ao ginásio para ser mais rápida a fugir da aluna...
mas, num dos meus primeiros comentários a esta situação eu perguntei que prémios teriam a aluna e o realizador do filme e que castigo teria a professora que ousou colocar em causa a propriedade privada...
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silvaxico, eu concordo integralmente com este texto:
http://arrastao.org/educacao/uns-tem-outros-nao/
http://arrastao.org/educacao/uns-tem-outros-nao/
Uns têm, outros não
Tendo em conta que o vídeo que aqui estava (o episódio da aluna do Porto com a professora) já foi sobejamente visto e que me é tecnicamente impossível tapar as caras das intervenientes, resolvi retira-lo. Um vídeo que, na realidade, não deveria ter postado sem poder esconder a identidade das visadas. Uma questão que estupidamente negligenciei e que, só depois de pensar no assunto, me apercebi da gravidade. Mais vale tarde que nunca. Todos conhecem já as imagens e percebem o texto.
Vi este vídeo através de Helena Matos e do Expresso. Sim, o que eu vejo aqui é uma aluna mal educada. Uma adolescente incrivelmente insolente. Sempre existiram, sempre existirão. Às vezes até crescem e transformam-se em adultos responsáveis e educados. Outras não.
Basta ver como a professora (a adulta e a profissional que tem de garantir o normal funcionamento das aulas) lida com o problema para perceber que estamos perante alguém sem preparação para cumprir as suas funções. Uma professora não fica dois minutos a disputar um telemóvel com uma adolescente. Não o faz, ponto final. Chama outra pessoa, manda a aluna para a rua, interrompe a aula… Qualquer coisa. Mas não desce ao nível da adolescente. Se o fizer, está frita. Nem é preciso ser profissional para saber isto. E o que vejo neste vídeo é uma professora com uma turma completamente descontrolada a usar métodos só aceitáveis em alguém com a idade da adolescente que tenta controlar.
Ser professor é difícil. Recebem-se na sala de aulas todos as falhas familiares, todas as falhas sociais, todas as falhas do sistema. E no fim, o mais provável é ser-se maltratado por quem falha em casa, por quem falha na sociedade, por quem falha no sistema. Mas é esta a profissão que se escolheu e todas as profissões têm partes difíceis. E nesta profissão, em que se trabalha numa escola em que todos entram e têm de entrar, não se escolhem os alunos. Há, haverá sempre, casos quase impossíveis. São esses os ossos do ofício. Já havia quando eu era aluno. Para uns professores era dramático, para outros era um problema que tentavam resolver com muito talento e esforço. É difícil, mas simples: a disciplina e a autoridade nunca estão garantidos, conquistam-se. Até com os filhos.
O problema deste vídeo é o que mostra e o que quer mostrar. Mostra uma professora impotente. E a sua impotência nada tem de metafísico ou de político. É a impotência que sentirão todos os que, não conseguindo dar-se ao respeito, trabalham com adolescentes. Porque os adolescentes, quase todos e em todos os tempos, medem forças (se não for físico é psicológico) e desafiam a autoridade. E só pode trabalhar com eles quem o sabe fazer. E para o saber tem de se ser preparado. Parece-me que não o são. Apenas se conta com o talento natural e a experiência de cada um.
O que se quer mostrar com a divulgação deste filme? Que já não há o mínimo de disciplina na sala de aulas? É provavel. A escola é hoje mais democrática: todos andam nela. E isso é bom. Mas traz novos problemas.Que a profissão de professor é difícil? Já o era quando eu andava no liceu. Talvez hoje seja mais. O que quer apenas dizer que os professores têm de ser preparados de uma forma diferente.
A única coisa útil neste vídeo: é dar a algumas pessoas a noção de que a função de professor, sendo muito exigente, deve ser valorizada. E que quem a desempenha deve ser respeitado por isso. Mas que esta professora não sirva de exemplo. É por não estar à altura das suas funções (pelo menos neste momento) que sabemos que a profissão não é para qualquer um. Provavelmente não seria para mim, que estou aqui a fazer de professor de bancada. Mas não é a minha profissão.
Quem julga que a única coisa que um professor tem de saber é a matéria que ensina está a delirar. Essa é a parte mais fácil. Um professor tem de saber o que ensina, tem de saber falar, tem de saber captar a atenção de uma plateia desatenta, tem de saber gerir a sua autoridade, tem de saber avaliar, tem de saber entusiasmar e ainda tem de gostar do que faz.
A falta de respeito pelos professores começa nos pais e acaba na ministra. E aluna repete-a. Mas isso não chega para explicar esta cena. O que temos aqui é um caso exemplar de falta de vocação. Que a profissão volte a ser tratada com o respeito que merece, que recupere dignidade social, e provavelmente os que têm mais vocação quererão leccionar. O resto, o que se passa entre as quatro paredes de uma sala de aulas, depende deles. E no que dependeu desta professora, falhou clamorosamente. A culpa é, antes de mais, da aluna e dos seus pais? Sim, claro. Mas isso é o que não podemos resolver. Dizer “no meu tempo havia respeito” pode aliviar a alma a alguns, não serve é para rigorosamente nada.
Sei que vou levar aqui pancada de muitos professores e de outros que acham que isto “só à estalada”. Mas eu sou daqueles que acha que a responsabilidade começa sempre em quem a tem por ofício. E que a autoridade não se empresta. Ganha-se. E desculpem a crueza: não imagino uma cena destas com nenhum dos muitos excelentes professores que conheci ao longo da vida. Não discuto o comportamento da aluna porque discutir, no mesmo plano, o comportamento de uma adolescente indisciplinada e de uma professora profissional seria, por si só, uma falta de respeito pelos professores. E isso é o que não quero fazer. Para a dignidade dos professores nada pior do que os infantilizar.
Para mim a questão prende-se mais com o facto de termos mais alunos a não querem aprender por estas bandas. Se o insucesso escolar pudesse ser diminuido teriamos menos estudantes a não quererem aprender. Se calhar isso passa por nivelar os estudantes por diferentes níveis de ensino.
E chato mesmo é que o ensino público já é pago por todos nós e em muitos casos duplamente (paga-se para o público e depois paga-se não meter os putos no sistema público e para irem para escolas privadas).
E chato mesmo é que o ensino público já é pago por todos nós e em muitos casos duplamente (paga-se para o público e depois paga-se não meter os putos no sistema público e para irem para escolas privadas).
Concordo plenamente com o resumo que o JAM fez:
Mas agora deixem-me acrescentar as responsabilidades que o JAM se esqeuceu...
Agora os professores:
- Professores sem vocação ou empenho, devem ser despedidos e retirados do sistema. Há mais gente a querer ser professor do que vagas, devemos exigir que apenas os melhores profissionais estejam a leccionar;
- Avaliação qualitativa dos professores deve ser a base de toda a sua carreira. Não são os anos de profissão. Não são as horas de formações extra. Não são os mestrados ou doutoramentos. São sim a qualidade pedagógica (avaliada pelos pares), a assiduidade no emprego (sem artigos 112 metidos a torto e direito, entre outras faltas melhor ou pior justificadas), o envolvimento nos eventos da escola que existem para além da sua salinha de aula;
- Professores param de se desresponsabilizar da falta de resultados do seu trabalho e passam a empenhar-se em contribuir. Deixam de se vitimizar e atirar areia para os olhos, como já vários fizeram nesta mesma discussão. Se o fizeram por falta de informação e não maldade, que se informem melhor das regras que regem a sua classe profissional.
E bato principalmente na tecla da vocação pois é aquela que mais facilmente consigo argumentar.
A minha mãe é professora de 7º,8º,9º anos. Dá aulas numa escola degradada de um bairro social. Daquelas em que alguns alunos além do telemóvel têm facas de ponta e mola no bolso. Há professores lá que se queixam de violência, que metem atestados e faltam meio ano, etc. A minha mãe não tem um único problema. Porquê?
Vocação. Ela tem jeito para jovens problemáticos. Ela gosta de dar aulas a miudos assim. Ela consegue que eles gostem dela, a respeitem e as coisas funcionem. Mesmo que nem todos aprendam o programa, pelo menos a maioria tenta e até os que não tentam pelo menos respeitam.
Uma amiga minha é professora numa outra escola degradada de um outro bairro social, alunos de 10º e 11º. Escola em que uma professora foi agredida e apareceu na TV e tudo, há coisa de 2 anos. Essa amiga não tem tido problemas. Com a mesma turma. Com a mesma base de trabalho.
E porquê? Porque estas duas professoras têm vocação. Sabem pedagogia suficiente. São professoras porque gostam de ensinar. E não porque não arranjaram emprego noutro lado ou qualquer um dos outros motivos que leva milhares de pessoas com cursos sem saída profissional a achar que é obrigação do Estado dar-lhes emprego como professores, compensando-os de terem escolhido um curso inútil para a sociedade.
JAM Escreveu:Como resolver o problema? Vamos por partes.
Por parte do ME a solução é simples e passa por aplicar estas regras:
- O aluno está na escola para aprender, se quer aprender aprende, se não quer aprender espera pelo ano seguinte para recomeçar tudo de novo. Já chega de dar apoio e auxilio a quem não o quer e não o aproveita.
- O aluno aprendeu, mostrou sabedoria teve nota positiva na avaliação. Se não teve nota positiva que se esforce para o seguinte que ainda vai a tempo. Se chumba de ano, não há problema, no ano seguinte há mais.
- O aluno deve respeito ao professor e à turma, se não respeita vai para a rua e leva falta disciplinar. À segunda falta disciplinar vai uns dias para casa e é chamado o encarregado de educação para receber o ultimato. À terceira falta, é expulso da escola. Pode recomeçar de novo no ano seguinte mas ao terceiro recomeço são-lhe retirados todos os subsidios associados (os filhos de detentores de rendimento minimo são obrigados a frequentar a escola para os pais poderem receber o santo subsídio... imaginem que deixam de o receber...)
Agora os pais:
- A educação dos filhos é da responsabilidade dos pais, não é da escola. Os pais têm de perceber que a escola é uma adição de valores à educação. A base da educação, que é o mais importante, é dada pelos encarregados de educação e sem ela a adição de valores é inutil e nem é exequível.
- Os pais têm de assumir a sua responsabilidade. Os seus filhos vieram ao mundo porque os pais quiseram, não foi a escola nem a sociedade que quis, foram os pais (pronto, salvaguarda-se os que vieram por uma "escorregade-la). Se os filhos não têm educação, não é uma terceira parte que tem de ser responsabilizada, são os pais e só os pais. Se os pais não têm mão sobre o filho, isso é consequência da educação que estes lhe deram, só têm de assumir a responsabilidade e arranjar forma de resolver ou minimizar o problema. Não podem esperar que seja a escola a resolvê-lo.
Mas agora deixem-me acrescentar as responsabilidades que o JAM se esqeuceu...
Agora os professores:
- Professores sem vocação ou empenho, devem ser despedidos e retirados do sistema. Há mais gente a querer ser professor do que vagas, devemos exigir que apenas os melhores profissionais estejam a leccionar;
- Avaliação qualitativa dos professores deve ser a base de toda a sua carreira. Não são os anos de profissão. Não são as horas de formações extra. Não são os mestrados ou doutoramentos. São sim a qualidade pedagógica (avaliada pelos pares), a assiduidade no emprego (sem artigos 112 metidos a torto e direito, entre outras faltas melhor ou pior justificadas), o envolvimento nos eventos da escola que existem para além da sua salinha de aula;
- Professores param de se desresponsabilizar da falta de resultados do seu trabalho e passam a empenhar-se em contribuir. Deixam de se vitimizar e atirar areia para os olhos, como já vários fizeram nesta mesma discussão. Se o fizeram por falta de informação e não maldade, que se informem melhor das regras que regem a sua classe profissional.
E bato principalmente na tecla da vocação pois é aquela que mais facilmente consigo argumentar.
A minha mãe é professora de 7º,8º,9º anos. Dá aulas numa escola degradada de um bairro social. Daquelas em que alguns alunos além do telemóvel têm facas de ponta e mola no bolso. Há professores lá que se queixam de violência, que metem atestados e faltam meio ano, etc. A minha mãe não tem um único problema. Porquê?
Vocação. Ela tem jeito para jovens problemáticos. Ela gosta de dar aulas a miudos assim. Ela consegue que eles gostem dela, a respeitem e as coisas funcionem. Mesmo que nem todos aprendam o programa, pelo menos a maioria tenta e até os que não tentam pelo menos respeitam.
Uma amiga minha é professora numa outra escola degradada de um outro bairro social, alunos de 10º e 11º. Escola em que uma professora foi agredida e apareceu na TV e tudo, há coisa de 2 anos. Essa amiga não tem tido problemas. Com a mesma turma. Com a mesma base de trabalho.
E porquê? Porque estas duas professoras têm vocação. Sabem pedagogia suficiente. São professoras porque gostam de ensinar. E não porque não arranjaram emprego noutro lado ou qualquer um dos outros motivos que leva milhares de pessoas com cursos sem saída profissional a achar que é obrigação do Estado dar-lhes emprego como professores, compensando-os de terem escolhido um curso inútil para a sociedade.
HappyFather
http://caprichosdebolsa.blog.pt/ (inactivo)
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