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Caldeirão da Bolsa

What Makes Finnish Kids So Smart?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pata-Hari » 10/3/2008 23:28

Sim, mas como repararás, eles não te chegam a explicar o que fazem aos professores. Por esse texto, bem podes atirar o bitaite que os metem na sauna 5 horas por dia ao invés de duas e que os fazem fazer ski de fundo durante noites inteiras. Noutros textos sobre o tema são dadas muito mais dicas acerca do que fazem e do que é esperado deles.

Aliás, se quiseres mesmo extrapolar a partir do teu texto, podes é dizer que obviamente esses professores não se demitem dos resultados e não argumentam que os finlandeses são mais burros que os outros povos, que são mais pobres ou mais mal-educados - e digo-te que não é um povo chique à brava como nós tão apreciamos, são bem simplórios - não dizem que são pobres ou foram pobres num passado recente, etc, etc. Pelo contrário. Os professores são apontados como sendo os principais responsaveis dos resultados. Dizer isso por cá é uma heresia bem aparente neste tópico.

O texto deve ser um extracto ou do texto original ou de um outro texto que passou aqui no fórum e que era a versão mais comprida desse estudo. O google é capaz de nos encontrar novamente o texto, estava num jornal americano.
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por silvaxico » 10/3/2008 23:20

Pata, não retirei nada do contexto. Copiei o artigo tal como estava no jornal.

Coloco aqui o link para que possas ver por ti.

http://www.hs.fi/english/article/PISA+C ... 1978834598


E desculpa por ter ido buscar o artigo à parte em inglês do jornal, mas o meu finlandês está um pouco enferrujado... :)

até amanhã
 
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por Pata-Hari » 10/3/2008 23:14

Silvaxico, se retirarmos coisas suficientes do contexto, chegaremos a todas as conclusões que nos propusermos. Houve ao longo dos anos vários artigos aqui colocados acerca do tema e em que a mesma frase foi usada (havia um artigo extenso de um jornal americano acerca de provavelmente esse estudo, pelo conteudo do que citas). O que eles se referem no que diz respeito aos professores é sobretudo formação e vocação. Formação em pedagogia e técnicas de ensino além da parte técnica. Não é em momento nenhum progressão automática ou semi-automática nas carreiras ou ordenados incriveis face ao resto da população (embora seja uma sociedade muito igualitária sobretudo conseguida por cargas fiscais). O facto de serem respeitadissimos não terá a ver com os resultados que conseguem...???

Já agora, onde foste buscar a versão traduzida? na parte em inglês do jornal? é que essa costuma ser muito reduzida.

Ah, uma curiosidade, sabias que os finlandeses são viciados em jornais? o consumo desse jornal é a coisa mais incrivel, acho que quase todas as casas recebem o jornal. É um jornal diário que consegue ser o triplo do tamanho do expresso, quando o país tem metade da nossa população e provavelmente um terço das nossas noticias, hehe. E eles leêm tudo! até o obituário, os baptizados e os casamentos. Tudo consta do Helsinki/helsingin Sanomat. Mesmo os expatriados continuam viciados...

Bulls, é sempre assim, não vale a pena personalizar, eheh. Como não tens um artigo da OCDE para citar, vais ter que ouvir as bocas, quase por definição... . (Por acaso seria giro ver estatisticas acerca disso mesmo, será que existem?).

Por favor não deixes de participar por causa disto. Tem que se levar as coisas na desportiva :).
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por silvaxico » 10/3/2008 22:51

Bulls, por favor fica.

O que disse do meu amigo médico é mesmo verdade, ele acha mesmo que os iogurtes fazem mal! :)

O que tu dizes em relação aos idosos também tem lógica, mas o meu conhecimento diz-me que há muitos professores jovens com as tais depressões, esgotamentos e que a percentagem desses casos é claramente superior à média da restante população. Ou seja, essa tua ideia não explica a maioria destes casos.

No entanto, mais importante que isso é o artigo que coloquei acima, onde um responsável finlandês destaca enormemente a importância dos professores no sucesso do modelo deles. Outra coisa importante é o facto de os alunos finlandeses gostarem tão pouco da escola. Será que o importante da Escola não é os alunos gostarem dela, mas é os alunos aprenderem alguma coisa?
 
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por Bulls Bunny » 10/3/2008 22:32

Não estou mt preocupado se não têm noção q um dos factores mais importantes q leva mts dos nossos idosos a um estado de depressão é mesmo a solidão.. e q isso é um grave problema nessa faixa etária.. e isto aplica-se a mts outros casos mais.. mas se acham q isto é uma piada minha p provocar os professores ou quem me tem respondido neste tópico, então terei de terminar a minha discussão aqui, pq já deixei de a achar interessante.
Um abraço,
B.B.
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por silvaxico » 10/3/2008 22:28

Já agora, fiz mais uma pesquisa e encontrei este artigo de jornal (HELSINGIN SANOMAT).

Há muita gente a tentar saber o segredo do sucesso finlandês.

Uma curiosidade do artigo é constatar que menos de 10% dos alunos finlandeses gostava muito da escola. A percentagem em Portugal é muito mais elevada (é dito no final do artigo). A última frase do artigo é elucidativa.

Outra curiosidade (o destaque do texto é meu) é a importância que por lá se dá aos professores.

Finland’s schoolchildren have repeatedly scored high marks in the OECD’s Programme for international Student Assessment (PISA). In the latest study released last year, 15-year-olds in Finland were ranked highest in academic skills.
To explain to educators from different countries some of the secrets of Finland’s consistently high scholastic success, the Finnish National Board of Education and the University of Helsinki organised an international three-day conference in Helsinki entitled "Finland in PISA-studies - Reasons behind the Results".

"It is not enough for a country to have a few good schools. The goal is to implement educational policy whose success is largely predictable", said Andreas Schleicher, the head coordinator of the OECD’s PISA research, on Monday, the first day of the conference.
The more than 300 participants from over 30 different countries had plenty of questions, going into the minute details of the results: Why are the differences between individual schools so small? Why are the pupils not tested regularly? How can you get such good results with so few teaching hours in a week? Why is the teaching profession so popular? How do people get chosen for teacher training?
The guests were even interested in a lecture on the history of the Finnish educational system, and the complicated twists and turns of Finnish curricula.

"Teachers, teachers, and teachers", said Arvo Jäppinen, the top civil servant at the Ministry of Education, listing the main reasons for Finland’s good results.
The challenges include how to increase the number of those with top skills, and how to maintain the attractiveness of the teaching profession.

Another question is whether or not politicians have the will to provide the needed financing for education; the PISA results indicate that although money is not the deciding factor, it still has an impact.
Jäppinen also sees poor satisfaction among pupils as a challenge. "How well might our pupils do if they were actually happy at school?"

A study by the World Health Organisation published last summer showed that about 60% of 11-year-olds in Austria enjoyed school very much, while the figure in Finland was less than ten percent.
Members of the 20-strong Austrian delegation at the conference were at a loss to explain the alleged high level of contentment. Lotte Kreissler, a teacher, and representative of the Austrian Green Party, disputed the findings.
"In our country pupils are divided into different schools already at the age of ten. They are no longer happy at the age of 11."
Kreissler believes that the Greens will have to be in power before Austria introduces a comprehensive school system. In Finland she would like to learn about how the system is organised, and how to give support to individuals.
Similar reactions of disbelief came from representatives of Germany and Portugal, whose countries also ranked high in the school satisfaction results.
"We are optimistic people", explained Gloria Ramalho of the Portuguese Ministry of Education. "When we are asked, we say that we are happy and interested. Besides, it is a different thing to like school and to like studying."
 
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por Duarte » 10/3/2008 19:51

Eu acho que o Bulls enganou-se no tópico, ele queria escrever isso no tópico "p'rá descontra".
Fartei-me de rir com essa ...
 
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por Sei lá » 10/3/2008 19:28

Bulls Bunny Escreveu:Silvaxico, mais uma vez posso-te dar um ponto de vista diferente nesta questão. Já ouvi de vários profissionais ligados à saúde mental q uma das razões p as depressões e outros distúrbios psiquiátricos em profs, além do stress causado pelos alunos, é o facto de terem demasiado tempo livre a partir de certa idade... e q isto é válido não só p os profs, claro, mas p imensas profissões q permitem, por ex, uma reforma demasiado precoce(polícias, por ex.). A questão é q estas pessoas por xs têm dificuldade em ocupar o tempo livre q têm e acabam por cair numa solidão q lhes faz pensar demasiado na vida e outras pensamentos estranhos, q passado algum tempo cria perturbações.. admito q não concordem, mas mais uma vez, não fui q disse nem inventei.. :roll:


É a primeira vez que leio uma coisa destas. :shock: Coitados dos reformados que além da solidão e de não saberem como ocupar o tempo, ainda têm de se preocupar em gerir a magra reforma que recebem. :roll: Esses devem andar com o cérebro tolhidinho!!!!

Acho que antes de se escrever certas coisas deve-se pensar bem se existe lógica no que se escreve. Ao pedido do SilvaXico eu acrescento que a tal tabela têm de estar dividida por faixa etária, senão ainda podemos ficar todos com pensamentos estranhos em relação a isto...
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por silvaxico » 10/3/2008 19:24

Bulls Bunny Escreveu:Silvaxico, mais uma vez posso-te dar um ponto de vista diferente nesta questão. Já ouvi de vários profissionais ligados à saúde mental q uma das razões p as depressões e outros distúrbios psiquiátricos em profs, além do stress causado pelos alunos, é o facto de terem demasiado tempo livre a partir de certa idade... e q isto é válido não só p os profs, claro, mas p imensas profissões q permitem, por ex, uma reforma demasiado precoce(polícias, por ex.). A questão é q estas pessoas por xs têm dificuldade em ocupar o tempo livre q têm e acabam por cair numa solidão q lhes faz pensar demasiado na vida e outras pensamentos estranhos, q passado algum tempo cria perturbações.. admito q não concordem, mas mais uma vez, não fui q disse nem inventei.. :roll:


Bulls, eu acho que estávamos a conseguir discutir isto com alguma elevação, mas confesso que esta agora me deixou perplexo... mas tenho um amigo médico que está convicto que os iogurtes fazem mal (e depois fuma, mas isso já é outra história)... há cada teoria... :shock:
 
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por Bulls Bunny » 10/3/2008 19:03

JAM, agradeço a explicação pormenorizada q tiveste a disponibilidade de fazer mais atrás em relação à carga horária. Mas eu tenho noção q um horário de um professor não são só 22h... mas tb tenho noção q tds essas horas extra-horário lectivo q um prof. perde, mesmo q em maior dimensão, não são exclusivas da profissão de prof. A questão é q noutras profissões, mm q tenham menos trabalho p fazer extra-horário, são horas a somar a 35-40h e não a 22h.. Continuo a achar q o nº de horas q um professor trabalha num ano dividido por 47 sems de trabalho dá sp inferior a essas 35-40 da maioria das profissões.

Mas estou a falar num perspectiva de mais longo prazo, dos últimos 10 anos, por ex, não estou a falar do ano de 2007 ou 2008, q devido às gds mudanças e coisas novas, claro q implicou mais perda de tempo por parte dos profs.. Cm disse, já conheci vários casais em q um é prof. e outro tem uma profissão de nível equivalente mas com mais horas exigidas, em q o prof. assume claramente a vida mais leve, pq os factos são demasiado evidentes.

As apresentações em ppt e outras preparações de aulas são mais intensas nos 1ºs anos em q se faz td a partir do zero, pq os programas não mudam assim tt q impliquem fazer td de novo a cada ano.. além disso, se há mts prof. q se dão ao trabalho de as fazer, há mts q não.. e são criticáveis é os q se acomodam à lei do menor esforço, q não são tds, mas são uma parte importante..

silvaxico Escreveu:Nas tabelas que a Pata gosta tanto de citar, não há por aí informação acerca das doenças profissionais dos professores? A percentagem de depressões e esgotamentos? Será porque tudo está bem na educação? Será porque os professores são todos maus e fracos?


Silvaxico, mais uma vez posso-te dar um ponto de vista diferente nesta questão. Já ouvi de vários profissionais ligados à saúde mental q uma das razões p as depressões e outros distúrbios psiquiátricos em profs, além do stress causado pelos alunos, é o facto de terem demasiado tempo livre a partir de certa idade... e q isto é válido não só p os profs, claro, mas p imensas profissões q permitem, por ex, uma reforma demasiado precoce(polícias, por ex.). A questão é q estas pessoas por xs têm dificuldade em ocupar o tempo livre q têm e acabam por cair numa solidão q lhes faz pensar demasiado na vida e outras pensamentos estranhos, q passado algum tempo cria perturbações.. admito q não concordem, mas mais uma vez, não fui q disse nem inventei.. :roll:
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por silvaxico » 10/3/2008 16:28

OK. Estamos de acordo. Só não concordamos quando tu achas que as medidas recentes vão conduzir a melhores competências enquanto eu acho que só vão conseguir "maquilhar" as estatísticas.

Mas concordamos que o estado actual da educação em Portugal é mau e que é preciso mudar. E parece que também estamos de acordo que é preciso melhorar o nível de competências da população (e não as estatísticas do número de diplomados).

Isto de se conversar com calma tem as suas vantagens... qualquer dia vamos ver a scpnuno a concordar que o melhor para o seu SCP era ter o Jorge Nuno como presidente... :)
 
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por Pata-Hari » 10/3/2008 16:08

Mas então estamos de acordo. Usar putos como cobaias não se faz e não tem dado resultado. A passagem administrativa que temos tido também não tem dado resultados porque quando se medem competências, elas não existem. Acho que estamos de acordo nisso.
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por silvaxico » 10/3/2008 15:14

Pata-Hari Escreveu:Silvaxico, sim, mas ninguém pede isso, pede-se é que se faça algo que possa mudar o estado das coisas que é simplesmente terrível em resultados, em custos e em resultados face aos custos. Qualquer mudança é para melhor porque pior do que o que temos é dificil de fazer.


Aqui já não posso concordar contigo. O que se pretende é mudanças para melhor. Não é admissível usar os alunos como cobaias. Estamos potencialmente a estragar a vida de milhares de miúdos.

E sou particularmente sensível à questão dos resultados. Continuo a pensar que o que se está a fazer é apenas cosmético. Os alunos continuam sem saber, mas agora passam, por isso os resultados são melhores...
 
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por Sei lá » 10/3/2008 15:09

Nós também podemos deixar de ser o país pobre que hoje somos, mas para isso temos de mudar muito. Para começar temos de mudar 90% dos nossos políticos por outros melhores, e só então teremos a principal base para mudar.

O problema pela qual eu critico as comparações com o sistema finlandês é de que não podemos simplesmente comparar e dizer que se eles conseguem nós também temos de conseguir. Eles conseguem como parte de um determinado ambiente, e esse ambiente nós não o temos.

Isto aplica-se ao ensino, mas também se aplica a todas as outras áreas. O curioso é que não precisaram de privatizar a torto e a direito, desenvolveram um estado social muito eficiente. Pagam impostos altíssimos e supostamente não se queixam, porque o importante não são os impostos que se paga, o importante é o rendimento disponível e aquilo que o estado nos dá em troca pelos impostos que pagamos.

Zenith Escreveu:Creio q um professor como deve ser que prepare bem as aulas, tenha fichas individualizadas de alunos em dia, defina trab de casa etc, 22h horas lectivas correspondem a bastante mais de 35h. Depois contando o tempo de ferias feita a media sobre todo o ano talvez fique entao proximo das 35 (ou se calahar abaixo mas n muito).
O problema é q muitos só dao mesmo as aulas ( e geralmente isso não acontece por haver um grande domínio tecnico da materia pelo contrario que tem melhor domínio tecnico é que passa mais tempo a preparar as coisas) e aí obviamente esses podem ter 2 ou mais empregos.
Acho q é isso que se deve exigir aos profs que deem aulas como deve ser e que sejam avaliados como tal ( e para mim avaliar implica ter de assistir a aulas).


O problema está aí mesmo. Tens maus professores que com o actual sistema de avaliação não deixarão de ser maus professores, porque com o seu tempo disponível de não preparação de aulas podem aplicar-se na avaliação. Quando chegar a vez deles serem avaliados, aplicam-se a preparar as 3 aulas e voilá! Boa nota!! Os que já trabalham muito terão de trabalhar mais ainda por causa de prepararem as avaliações. Ou seja, compensará prejudicar a actividade lectiva para se aplicarem e concentrarem na avaliação. Se com isto teremos melhores professores.... :roll:

Acho que tudo tem sido feito a pensar nos numeros e na estatística e não no que verdadeiramente interessa: resultados de aproveitamento versus custos do ensino.

Zenith, a estimativa que apresentei de horas de trabalho, foi obviamente aproximada e tentei não colocar horas em excesso para não parecer tendencioso. Aliás, é dificil quantificar as horas gastas, mas pelo menos serve para se ter uma ideia que o trabalho não são 22 horas como muita gente pensa.
Editado pela última vez por Sei lá em 10/3/2008 16:16, num total de 3 vezes.
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por Pata-Hari » 10/3/2008 15:02

Silvaxico, sim, mas ninguém pede isso, pede-se é que se faça algo que possa mudar o estado das coisas que é simplesmente terrivel em resultados, em custos e em resultados face aos custos. Qualquer mudança é para melhor porque pior do que o que temos é dificil de fazer.

Agora, tens que admitir que o processo que finlandês iniciado há 40 anos foi extremamente rápido em resultados conseguidos. O país é totalmente diferente do pais pobre que era há 40 anos.
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por silvaxico » 10/3/2008 14:28

Nem sempre é preciso inventar a roda, copiar quem faz bem é sempre uma melhoria sobretudo quando se parte de uma base muito fraca (que é o nosso caso hoje em dia)


Pata, concordo contigo. Se alguém já fez e fez bem, porque não tentar adaptar o que foi feito?

Temos é de ter o cuidado de ver o evoluir do processo e não ter a tentação de saltar para o estado actual da educação finlandesa saltando os passos intermédios.
 
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por Zenith » 10/3/2008 14:27

[quote="JAM"
Vamos centrar-nos em que as 22h são horário lectivo, o que dá 4,4 horas por dia, ou seja este é o horário a dar aulas. Mas isto não significa que o professor entre na escola às 8.30 e saia às 12.50h. Tens de somar sempre tempo dispendido com actividades administrativas ou actividades diversas relacionadas com a escola. Vamos excluir as aulas de substituição ou assessoria a aulas, porque efectivamente isso deveria ser trabalho extra.
[/quote]

Creio q um professor como deve ser que prepare bem as aulas, tenha fichas individualizadas de alunos em dia, defina trab de casa etc, 22h horas lectivas correspondem a bastante mais de 35h. Depois contando o tempo de ferias feita a media sobre todo o ano talvez fique entao proximo das 35 (ou se calahar abaixo mas n muito).
O problema é q muitos só dao mesmo as aulas ( e geralmente isso não acontece por haver um grande domínio tecnico da materia pelo contrario que tem melhor domínio tecnico é que passa mais tempo a preparar as coisas) e aí obviamente esses podem ter 2 ou mais empregos.
Acho q é isso que se deve exigir aos profs que deem aulas como deve ser e que sejam avaliados como tal ( e para mim avaliar implica ter de assistir a aulas).
 
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por Pata-Hari » 10/3/2008 14:25

Silvaxico, originalmente não foi pacifico porque se temia que ao terminar com a educação privada (tradicionalmente com melhores resultados) se conseguisse que todos ficassem mais mediocremente educados ao invés e elevar o nível de todos. Sei que foi extremamente polémico inicialmente mas que foi uma opção politica e social forte (que gerou imensa polémico). Não sei detalhes do processo de implementação nem do que se comelou por fazer inicialmente) mas não deve ser complexo de conseguir saber. E eu acho que é exactamente isso que seria muito, muito importante descobrir e saber para que se pudesse mudar nesse sentido (foi com essa ideia em mente que coloquei aqui este artigo).

Nem sempre é preciso inventar a roda, copiar quem faz bem é sempre uma melhoria sobretudo quando se parte de uma base muito fraca (que é o nosso caso hoje em dia)
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por silvaxico » 10/3/2008 14:20

Pata,

mas o que se propõe para Portugal não é nada do que se fez lá, pois não? Apesar de lá ter dado resultado.

Como é que lá se conseguiu fazer tanta coisa? Existiu melhor comunicação? Mais responsabilização? Mais penalizações? Como foi? Por certo um processo desses também não terá sido pacífico. Ou será que lá foi bem feito e foi mesmo pacífico?
 
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por Pata-Hari » 10/3/2008 14:17

já agora, o que foi feito no sistema finlandes? foi dada autonomia às escolas, as avaliações são feitas em função dos resultados das escolas, foi gerada concorrência entre as escolas (existem, por exemplo, escolas internacionais bilingues entre as quais os alunos escolhem livremente onde querem ser educados),os professores têm necessáriamente formação pedagógica além de formação técnica (mestrados em educação), etc, etc. Tudo isto num sistema que se tornou totalmente público e no qual é gasta uma % do pib menor que cá. E, ao contrário do que se pensa/diz, a finlandia não era um país rico há poucos anos atrás e quem visitou o país há 15 anos vê uma incrivel diferença.
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por kostta » 10/3/2008 14:04

so agora comecei a acompanhar o topico e por isso na li tudo.

vou vos falar do meu caso concreto:

faltei na semana passada 1 dia por morte de familiar ( a lei permitia que eu faltasse 2), apesar de ja nao faltar a nenhuma aula desde dezembro de 2006, nunca poderei atingir a nota máxima, pois ainda há quem se atreva a morrer durante a semana e nao ao fim de semana.

Esta ministra tem algumas boas ideias, mas a maneira como as coloca na prática é que está errado. São despacho, normas, decretos, decretos-lei, entrando uns em contradição com outros.
não se pode fazer em meia duzia de meses o que deveria ser feito durante 1 ou 2 anos.

E depois temos as falsidades como, por exemplo, os profs nunca terem sido avaliados nos ultimos 30 anos e estar aberta para o diálogo
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por Pata-Hari » 10/3/2008 14:02

Sestercio, mas tu achas que quem foi mãe, no privado, tem as mesmas perspectivas de evolução na carreira que as outras pessoas, nomeadamente homens? Tenho um caso próximo de uma colega de trabalho para quem o facto de ter tido uma criança no ano passado e ainda ter a criança pequenita em casa tem sido mantida para trás. É justo? se calhar é: ela esteve meses em casa enquanto os outros trabalharam. Ela sai sistematicamente mais cedo porque tem uma criança em casa. O ter filhos é também uma opção que se faz e que tem implicações no nosso sistema de progresssão profissional (menor noutros paises). Os professores não são diferentes dos outros profissionais em Portugal.
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por Sei lá » 10/3/2008 13:05

Bulls Bunny Escreveu:Cerca de 25h no 1ºciclo, 22h no 2º, 3º e secundário é a ideia q tenho. Mas esse nº até já foi falado neste tópico.. se o objectivo da tua pergunta é falares nas horas extraordinárias relativas às aulas de substituição, posso dizer q se realmente um prof. tem um horário X e depois tem de fazer X+Y, se calhar terá de ser recompensado por isso, visto ter sido uma alteração a meio do jogo... agora se acho q o horário X, q vai diminuindo à medida q a carreira se aproxima do fim, com reduções p qq cargo administrativo q se tenhana escola, inclusivé direcção de turma, aí se calhar já acho q não devia ser um horário X, mas sim um Z...


Vamos centrar-nos em que as 22h são horário lectivo, o que dá 4,4 horas por dia, ou seja este é o horário a dar aulas. Mas isto não significa que o professor entre na escola às 8.30 e saia às 12.50h. Tens de somar sempre tempo dispendido com actividades administrativas ou actividades diversas relacionadas com a escola. Vamos excluir as aulas de substituição ou assessoria a aulas, porque efectivamente isso deveria ser trabalho extra.

Se somares 1 hora que passe na escola além das 4,4 horas diárias já dá umas 27 horas por semana, porque há sempre actividade administrativa. Se um professr fôr director de turma, pode somar umas 1 hora no mínimo a essa tarefa, se bem que a média sejam 2 horas, porque há muitas semanas em que 3 horas podem não chegar para cuidar de uma turma (depende muito do aproveitamento). Ora então, já vamos com uma média de 29 horas. Junta 1 hora por semana ou até 2 ou mais para actividades extra, como seja a criação de grupos na escola, como seja a preparação de actividades extra escolares e chegamos às 30 horas.

Agora soma o tempo que é necessário gastar em casa a preparar aulas (aquilo que muitos profs não fazem), se dedicares 1 hora por dia tens 5 horas que dá um total de 35 horas. Há dias em que se passa 1 hora à volta de uma simples apresentação em ppt...

É um bom horário, 35h de trabalho por semana. Agora vamos começar com os "ses".

- Se o professor tiver um horário encadeado, chegamos a estes valores.
- Se o professor tem um horário com "furos" pelo meio, pode muito bem dedicar esse tempo de furos à actividade administrativa, direcção de turma, actividades extra. Só existe um senão, dedica esse tempo se tiver condições como Pcs disponíveis, ou então se tiver onde ligar o seu PC portátil, se tiver cadeiras e mesas onde possa sentar-se para trabalhar (não estou a gozar), se tuver impressoras para imprimir. Ou seja, pode passar algum desse tempo de "furos" em btranco sem afzer nada, pelo que terá de se somar ao horário total.

Agora vamos juntar as práticas modernas de ser professor.
- Se a turma do professor fôr problematica, então que se lixe a 1h diária de trabalho administrativo. É melhor somar 2 ou 3h ao trabalho diário administrativo e trabalho feito em casa com as novas exigências documentais, quando os problemas existirem.
- Alunos faltam muito? Junte-se mais umas horas semanais com relatórios e planos de estudo para os alunos que faltem.

Acho que numa boa semana, as 35h ficam preenchidas, numa má semana 40 horas podem não chegar e as 45h não são difíceis de alcançar. Mas ainda não é tudo!

Junte-se uma nova tarefa burocrática que são as reuniões. Reuniões para discutir estratégias que já vêm definidas do ME, reuniões para analisar estatísticas, reuniões para isto e para aquilo, e agora reuniões para avaliação. E ainda devem juntar-se as preparações para os períodos de avaliação.

Até agora mostrei um exemplo de um professor normal. Se o professor for títular, junta-se dias a fio para avaliações (pelo menos 3 aulas de cada professor a avaliar têm de ser seguidas pelo títular) com a caracteristica de um professor títular não estar neste momento a ganhar nada extra em relação aos restantes... além de que também é professor e tem os seus alunos e as suas aulas para dar.

Como se pode ver, as 22h de trabalho são na realidade 22h de trabalho lectivo, o problema está na carga de trabalho que tem vindo a surgir nos ultimos dois anos, em que as actividades não lectivas (fora da sala de aula) podem ocupar mais tempo do que as actividades lectivas.

Este exemplo é de um professor supostamente aplicado, porque há muitos que não o são e para esses uma semana de 30h dedicada à escola já será um sacrificio.

BB, se de facto reconheces que aulas de substituição são horas extra, e sabes como isso foi imposto, já imaginas como será tudo o resto. Não é de admirar o clime de contestação.


Já agora, e porque eu escrevo mtas vezes nesta parte onde se fala de profs, eu não sou prof. A minha cara metade é prof e daí conhecer muitos dos problemas deles. Não são todos santos, mas pelo menos 2/3 são trabalhadores. Não é justo sobrecarregar os 2/3 trabalhadores para tentar descobrir os 1/3 que não trabalham.

Deculpem os erros mas isto é escrito a 200 à hora e aos bocados :mrgreen:
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por Sestercio » 10/3/2008 12:46

Bulls Bunny Escreveu:Não sei pq dizes q a fonte é a pior.. pq haveria de tomar o q é dito na entrevista como falso? Isso seria algo mt grave por parte da Ministra. É q mts das coisas até me parecem ter lógica... mas se a própria Ministra dá uma entrevista q aparece em várias publicações de referência com falsidades, então assumo q não sendo professor e não estando "lá dentro", nunca ficarei esclarecido o suficiente... é q, perdoa-me tb a franqueza, os argumentos q tenho ouvido dos professores tb não me têm convencido totalmente..

Quem tem lidado com este ME nos últimos 3 anos conhece bem a contra informação que existe. É grave mas é assim.
Um exemplo da última resposta que puseste:
Bulls Bunny Escreveu:"Nenhum professor é prejudicado na progressão normal da carreira por não ser avaliado com a classificação de Excelente."
Isto é verdade, mas quando houver hipótese de mudar de carreira (de professor, para professor titular) quem tiver excelente terá priopridade no concurso.
Agora imagina quem foi mãe, quem teve a infelicidade de perder familiares durante o período de 2 anos, etc. Vai progredindo até ao topo da carreira de professor que é muito baixo e nunca sairá daí.
Paulatim sed firmiter.
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por rmachado » 10/3/2008 12:46

silvaxico

Note-se que eu não quero generalizar, mas a sensação da sociedade em geral é extremamente negativa para estas situações, que foram cultivadas durante muito tempo.
É óbvio que nem tudo é como eu escrevi, eu gosto de acreditar que é uma pequena parte, mas existe.

E sei que um dia sem aulas não é igual a um dia de folga, mas.. e se fosse passado na escola a trabalhar e não fora dela não ? (vamos dar condições para que isto aconteça, é o que eu defendo)
 
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