Caldeirão da Bolsa

Sugestões de leitura

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 9/3/2008 20:58

Embora o assunto seja de óbvia importância, não há paciência para tanto tópico sobre educação/professores. São abertos vários tópicos por dia e (fique claro!) por ambos os lados da barricada, os "prós" e os "contra" professores...

Por favor contenham-se e/ou utilizem os tópicos já existentes sobre o assunto. Respeito o tema pela sua importância/relevância mas este ainda é um Forum de Bolsa!
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por silvaxico » 9/3/2008 19:35

E já agora, mais um (também retirado do Abrupto)

(...) Sou professor do Ensino Secundário de História, tenho um Mestrado e um Doutoramento (tirados no ISCTE) em História Contemporânea, ou seja, sou doutorado na área científica em que sou docente, mas vou ser avaliado (de acordo com as grelhas) científico-pedagógicamente na minha área de docência por um Licenciado em geografia (Coordenador de Departamento), e vou ser também avaliado pelo Presidente do Conselho Executivo, neste caso um bacharel em fim de carreira!!

Portanto, em termos académicos o Estado Português confere-me um alto grau de competência científica, grau esse que utilizo para a área de docência, depois este mesmo Estado, obriga-me a ser avaliado na minha área de docência por um Licenciado em Geografia e por um Bacharel!!! (...) acha mesmo isto correcto?? É razoável??

Pois olhe meu caro amigo isto para mim é humilhante…. Não lhe desejo que estes laivos ditatoriais e humilhantes lhe cheguem à sua porta….. Mas já sabe como é a História da Humanidade, pensamos sempre que estes males nunca chegam a nós…… mas podem chegar….
 
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por The Mechanic » 9/3/2008 19:34

Estava a ver que nunca mais colocavam um "tópico de professores" neste Forum !!

Qualquer Forum hoje em dia , seja ele de Religião, ou de Cultura , ou de Electricidade Estática Aplicada no Cabelo de Julia Pinheiro , tem um tópicozinho sobre "professores" , mas o Caldeirão não !!! Ainda não tinha visto nenhum !

??

Mas o Caldeirão agora é o "Quintal da FENPROF " ?!

Mais valia deixarem logo um tópico aberto de "Professores " pra que se achincalhem a torto e a direito como acontece sempre que é aberto um tópico destes ( e depois, mais tarde ou mais cedo , é inevitavelmente trancado ) , senão , estão sempre a aparecer no Caldeirão ..!

Por curiosidade , achei engraçado as entrevistas a muitos dos professores na Manifestação :

Entrevistadora -" O que acha que está mal na Educação ? "
Prof. anonimo - ( ...pensativo ...)" ...ah...tudo.."

Outro
E - " O que acha da avaliação ?"
P - " ...ahhhhh...está mal ! "
E - " O que é que está mal ?"
P - " ..??..hhhh ...tudo ."

Outro
E - " O que pensa desta politica de Educação ? "
P - " A MINISTRA DEVIA DEMITIR-SE !!! "
E - " Porquê ?"
P - " ...??... PORQUE ESTÁ MAL !!!"


Resumindo, fiquei a entender que os professores acorreram em bloco manifestar-se , mas que nem sabiam lá muito bem porquê !!! Só diziam que "estava mal" mas não apresentavam argumentos !! ( à parte o dirigente da Fenprof , que esse ao menos, sabia ao que ía ...) .

Pareciam os putos quando faziam as manifestações de estudantes : iam pra lá todos bêbados, mostrar o rabo e dizer " Ó MI-NIS-TRO ...VÁI PÓ CA**-*** !!!" , mas quando lhes perguntavam sobre o que se manifestavam , respondiam " ...??....hhhhmmm...ESTÁ TUDO MAL !!! ...HHHHHHHHHEEEEEEEEEEE!!!!! .... AAHHHH...Ó MI-NIS-TRO ...VÁI PÓ CA**-*** !!! " .

Sinceramente, gostei da união que demonstraram , da força sindicalista, mas não gostei nada da imagem que transmitiram.


...e já agora, está na hora de se abrir um tópico sobre porfessores neste forum !


Um abraço ,

The MEchanic
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles

http://theflyingmechanic.blogspot.com/
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por silvaxico » 9/3/2008 19:33

Parece-me que isto vai ser bloqueado por já haver um tópico acerca da educação (é o dos miúdos finlandeses), mas...

também no abrupto podemos ler outras opiniões, que também devem ser levadas em conta:


Da minha experiência profissional de vinte anos de docência, creio que um número muito considerável de professores responderia, como eu, que quer mecanismos justos e imparciais de avaliação, com efeitos na progressão na carreira.

É um lugar-comum afirmar que, em todas as classes profissionais, há boas e más práticas dos trabalhadores. No ensino, independentemente da prestação e do investimento pessoal em formação continuada, os efeitos eram idênticos. Acontece que algo de semelhante vai continuar a acontecer. Veja-se as injustiças ocasionadas pelo concurso para professor titular.

O que me parece perverso em todos este processo é a ideia, que está a passar, de que tudo vai ser resolvido com o novo sistema. Concordo com algumas das mudanças introduzidas (nomeadamente, com as aulas de substituição) mas parece-me que, quem trabalhava conscienciosamente, está agora esmagado com o acréscimo, muitas vezes inútil, de tarefas. Quem sempre trabalhou pouco, acaba(rá) por encontrar mecanismos de fuga. Se os professores empenhados narrassem o seu quotidiano profissional, ver-se-ia que dão à escola e, sobretudo, aos seus alunos, bem mais do que aquilo que está previsto na lei. Tem de ser assim, lidamos com seres humanos.

Não é fácil pôr a funcionar um sistema de avaliação de desempenho de uma classe profissional com a especificidade da da docência. Mas parece-me fundamental, em todo este processo, ver como estão a funcionar as instituições que deveriam articular o seu trabalho com o das escolas. A população escolar portuguesa mudou de tal forma, nos últimos anos, que é impossível esperar que sejam os professores a resolver problemas gravíssimos com que se deparam, todos os dias, e que obstam ao sucesso dos alunos.

Recordo um texto de Eduardo Prado Coelho, onde ele dizia que um professor precisa de ler, de ir ao teatro e ao cinema, de visitar exposições... Já nem ouso almejar tanto! Gostaria, pelo menos, de ter tempo para preparar as aulas. O que se torna difícil, quando se passa cerca de 12 horas numa escola...

Estas linhas - um tanto ou quanto desalinhadas! - não dizem nada de novo e poderiam, decerto, ser subscritas por muitos colegas meus. Não quis desfiar um rol de queixas. Foi apenas um desabafo, antes de voltar a mergulhar nas largas dezenas de provas que tenho de corrigir, hoje, domingo, dia de descanso para tantos mortais.
 
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Uma simples opinião, de um observador... :)

por Mr.X » 9/3/2008 18:57

Olá,

Não sou professor, mas fui estudante e conheço muitos professores, uns bons e dedicados e outros que têm menos capacidade para ensinar do que eu e eu não não tenho qq formação vocacionada para o ensino.

A Srª Ministra é muito má, mas e corrijam-me se estiver enganado (eu conheço casos e muitos reais, das situações que vou indicar):

- Há cerca de 3 anos atrás, os professores que eu conhecia, tinham acabado o curso e a probabilidade de conseguirem colocação para dar aulas era praticamente nula (exceptuando fazer ter algumas semanas ou meses de substituição de colegas que metiam baixa médica). Muitos pensaram em desistir (e alguns desistiram mesmo) e procuraram outras vias profissionais.
- Os Srº professores que estão nos quadros com horários completos (mas reduzidos devido ao numero de anos de serviço) acumulavam essas funções com as de darem formação profissional (muito bem pagas) e com explicações particulares e/ou em centros de estudo.

Veio a Srª Ministra e o que aconteceu?
- A má da Ministra proibiu que esses Srº Professores pudessem acumular mais do que x(penso que serão 4 ou 6) horas semanais além do horário que já efectuavam na escola.
Resultado, apesar de nas escolas continuarem a não existir vagas para os novos professores,começaram a surgir mais oportunidades para estes irem ganhando de alguma forma a vida e darem formação profissional. Os Srº Professores não gostaram.

- A Srº ministra lembrou-se também de alargar a oferta de trabalho para os professores através do programa Novas Oportunidades e com isso aumentou e muito o numero de alunos nas escolas e também a necessidade de novos professores nas escolas.
Resultado, aumentou consideravelmente (não tanto como os professores desejariam como é evidente, mas para melhorar mais, só se convencerem os portugueses a terem mais filhos e de alguma forma limitarem o numero de Professores que todos os anos chegam ao mercado de trabalho) o numero de professores contratados e muitos conseguiram, mesmo a colocação perto do inicio do ano lectivo e outros já pensam ser possivel afinal que ainda venham a conseguir ser contratados, mais ano menos ano. Mas os outros Srº Professores não gostaram porque voltaram para a escola os alunos menos desejados (e aqui é o unico ponto em que concordo com os professores, têm de ter maior autoridade perante os alunos e as regras devem ser mais rigidas para assegurar a disciplina de quem frequenta a escola), existe maior confusão na escola e no fundo esses Srº Professores não ganharam nada com isto.

-Além de tudo isto a Srº Ministra ainda se lembra de alterar a avaliação dos professores (sim, porque antes supostamente eram avaliados, mas qualquer pessoa minimamente informada sabe que não existe avaliação efectiva senão existirem cotas).
As opiniões que ouvi dos especialistas sobre avaliações todos são unânimes a indicar que o sistema proposto é normal e não tem nada de anormal em relação aos sistemas de avaliação existentes no mercado.
Resultado, apesar de até ao final do ano lectivo apenas necessitarem de ser avaliados os professores contratados, pois os outros Srº Professores têm até ao final de 2009 para terminarem a avaliação, todos se queixam dos prazos da avaliação, que é importante referir, são as Escolas, chefiadas pelos Srº Professores dos Conselhos Executivos, que têm de definir os critérios de avaliação dos Professores contratados (a Ministra não os impôs, deixou ao critério de cada escola), pois estes necessitam de ser avaliados para poderem concorrer para o concurso do ano lectivo de 2008/2009. Mas e para ajudar a festa e a criar pressão sobre os Professores contratados a mair parte das escolas não avançam com a definição desses critérios (embora existam algumas escolas que já estão bastante avançadas neste dominio).

As cotas e infelizmente para todos nós são uma realidade e nenhuma empresa promove todos os empregados e como é evidente apenas um conjunto restrito dos empregados pode chegar ao conselho de administração de uma empresa. Se fosse Professor também preferia o modelo anterior e o consideraria mais justo, mas como é evidente é inviável.

Protestar por serem Professores avaliar Professores, também me parece disparatado, até porque em todas as profissões quem avalia, é alguém que também percebe e exerce ou exerceu as funções. Lembro-me de os Professores reclamarem quando se sugeriu que as escolas passagema ter um Gestor que não um docente e
na altura fizeram abaixo-assinados e diziam que para gerir uma escola teria de ser um Professor, pois os outros não estão por dentro da realidade escolar. :)
Isto já vai longo e penso que já chega para os deixar a pensar um pouco sobre o assunto, peço desculpa se existirem alguns erros na mensagem, mas como o cérebro é mais rápido que os dedos.

Cumprimentos,
Mr.X
P.S.-->Nenhum sistema de avaliação é perfeito e vão sempre existir injustiças em qualquer que seja o modelo de avaliação.
 
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Mais uma sugestão de leitura

por O EÇA » 9/3/2008 15:43

"A fragilidade da política da indignação
A gigantesca manifestação dos professores terá juntado 100 mil pessoas na capital. O que irá seguir-se?

A jornada de ontem foi convocada sob a ambígua bandeira do direito à indignação. O que significa isso ao certo? Qual o objecto exacto da indignação? Que pretendiam os manifestantes?

Ouvindo as declarações recolhidas pelos repórteres ficámos a saber que os professores não são contra a avaliação, que a aceitam mas não desta maneira e que a recusam sob qualquer forma. Muito esclarecedor.

Não restam porém, grandes dúvidas sobre o sentimento geral. Os professores, que foram forçados a trabalhar mais horas, como se prova pela drástica redução do absentismo no ano passado, montaram agora a sua última barricada em torno dos temas cruciais da avaliação e do sistema de gestão das escolas.

É o cancelamento dessas reformas que vão exigir? À primeira vista, dir-se-ia que sim, mas não foi isso que ouvimos da boca dos dirigentes sindicais. Carvalho da Silva e de Mário Nogueira decidiram nos seus discursos elevar a fasquia, exigindo, não a revogação das políticas, mas a demissão da Ministra.

É isso que interessa à Intersindical e ao PCP, embora não seja isso que une os professores. Logo, não creio que arrisquem a covocação de uma greve com esse objectivo.

A ambiguidade da convocatória foi o que permitiu mobilizar toda aquela multidão, mas essa mesma ambiguidade é, no dia seguinte, quando se procura tirar conclusões do acontecido, a sua grande debilidade. A política da indignação não é política nenhuma, e é por isso que se pode afirmar sem demagogia que os manifestantes foram instrumentalizados por desígnios políticos cujo sentido último lhes escapa.

Que vão exigir os partidos da oposição? Sabemos o que esperar do PCP, e, talvez, do Bloco, que a cada momento confirma a sua ausência de projecto próprio. E o PSD, e o PP, o que irão dizer? Que argumentos poderão usar para se poderem opor às reformas da educação?

Por conseguinte, tem o governo a faca e o queijo na mão, desde que, em vez de se limitar a reafirmar a continuidade da política educativa, retome a iniciativa e revele capacidade para conduzir o processo com mais inteligência e sensibilidade.

Se o essencial é retirar a gestão das escolas da alçada do poder dos sindicatos e devolvê-la ao governo legítimo, às comunidades locais e aos pais, então o essencial - a única coisa que verdadeiramente interessa - é o modelo de gestão das escolas. É com isso que a Ministra deverá preocupar-se, apoiando-se nas autarquias e nas associações de pais e sem se deixar distrair por questões acessórias."
joão pinto e castro no blog blogoexisto
 
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Sugestões de leitura

por O EÇA » 9/3/2008 13:54

1ª-artigo de Miguel Sousa Tavares no ultimo Expresso;
2ª-post's de José Pacheco Pereira no blog Abrupto.
De JPP cito o último post:
"ALGUNS MITOS CORRENTES SOBRE A LUTA DOS PROFESSORES (2)

"O mito que os professores "querem ser avaliados", repetido à saciedade pelos órgãos de comunicação social, assenta no facto dos professores dizerem que "querem ser avaliados". No contexto actual não podiam dizer outra coisa, porque dizerem que não queriam ser avaliados daria uma imagem de privilégio e de fuga às responsabilidades. Há no entanto professores que dizem uma coisa diferente, com menos sucesso comunicacional: a de "que já são avaliados", ou de que "foram sempre avaliados", o que são maneiras distintas de falar da avaliação, com implicações diferentes. Mas estas últimas fórmulas não têm o sucesso da que "querem ser avaliados".

Ora qualquer estudo sobre o comportamento de grupos profissionais funcionalizados e sobre sociologia das organizações dirá que ninguém (ou a maioria) alguma vez desejará substituir um sistema de progressão na carreira sem riscos (como a antiguidade) por outro que contenha riscos, que implique provas, exames, controlo pelos pares, hierarquia. Numa profissão só uma pequena minoria pode desejar a avaliação com risco se isso significar melhores condições de trabalho e melhores salários. Essa minoria é normalmente mal vista pela maioria. Quando se aplicou o sistema Taylor nas fábricas, os operários que aceleravam os ritmos de trabalho eram mal vistos (e às vezes espancados) porque mostravam que um parafuso podia ser feito com muito menos tempo do que a média de tempo usada pela maioria. Foi essa minoria que, ao ser alienada pela ministra, pela forma como foi feito o concurso para professores titulares, criou o vazio existente.

Por isso, convinha não repetir aquilo que não é mais do que um slogan útil: a de que "os professores querem avaliação". Se fosse possível fazer uma experiência mental, um Gedankenexperiment, colocando urnas para voto secreto e vinculativo nas escolas com a pergunta se os professores querem continuar como estão, ou ser avaliados, alguém duvida da resposta maioritária? Teria é que ser vinculativo para ser a sério e não uma opinião politicamente correcta."
 
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