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Caldeirão da Bolsa

What Makes Finnish Kids So Smart?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Bulls Bunny » 7/3/2008 22:44

silvaxico, o ponto de vista q tenho é talvez p um espaço temporal maior, referente aos últimos anos, por ex. A avaliação deve ser feita assim, pq períodos mais intensos quase tds as profissões têm ao longo de td uma vida de trabalho.

Não quero contradizer-te nem à tua experiência com pessoas chegadas, mas quer-me parecer exagerado essas 40-50 horas semanais q referes, pelo menos de um ponto de vista sistemático e constante durante td o ano e ao longo de vários anos, não estou a falar em períodos específicos do ano ou em anos específicos de mudanças.

Quanto ao trabalho em casa, há mts profissões q realmente nada obrigam, mas não é só a de professor q exige fazer trabalho em casa ou em horário extra-laboral.. e essas têm mts vezes horários de 35h ou mais. O material q é necessário comprar do próprio bolso tb n é exclusivo dos professores..

Vou-te dar-te um ex. pertinente contra o excesso de trabalho q referes dos professores :): os fóruns da internet têm sempre mts professores participantes. Não é só por haver mts, é pq p frequentar e participar assiduamente em fóruns tb é preciso tempo... e alguém q trabalhe por ex. numa empresa q lhe exija estar lá tds os dias até à hora de jantar ou mais, tem de racionar bem os tempos livres de q dispõe, pq certamente n dão p td o q deseja. Os professores não costumam ter este problema.

Naturalmente q os pontos de vista são diferentes dependentemente de pessoa p pessoa, e com a relação quem têm com aquilo q discutimos.. e por isso se torna interessante ouvir várias visões, em locais de discussão cm este, por ex. No entanto talvez já estejamos a fugir um pouco ao título deste tópico e a cair nas questões habituais, por isso peço desculpa pelo desvio do tema central.
Um abraço,
B.B.
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por silvaxico » 7/3/2008 20:15

É como te digo. Nos casos que me são mais próximos só lhes falta trabalhar as 24 horas do dia e fazer mais algumas à noite. E este ano ainda está pior, com o aumento de burocracia, com as reuniões de preparação desta avaliação, etc.

Do contacto que tenho com os professores posso quase garantir que nenhum com horário completo (as tais 22 horas) consegue fazer menos de 40. Além das 22 de aulas há mais entre 4 a 6 de trabalho obrigatório na Escola. Teremos, no mínimo 26 horas de trabalho na Escola. Depois só um super-prof ou algum que não se preocupe minimamente com as aulas que dá é que consegue preparar 22 horas de aulas por semana com menos de 10 horas de trabalho extra (poderiam ser menos, caso houvesse maior estabilidade nos programas escolares, mas eles estão sempre a mudar).

Falta ainda a preparação de fichas de trabalho, preparação dos testes (tudo feito em casa porque as Escolas não têm condições para que nada disto seja feito lá) e a correcção de testes. Atendimento aos pais, muitas vezes fora do horário do professor (porque dá mais jeito aos pais), etc...

E não estou a contar as reuniões para tudo e mais alguma coisa...

A sério. Como as coisas estão agora, estamos a falar de qualquer coisa entre as 40 e as 50 horas por semana para qualquer um que queira ser bom professor.


Por isso acho extremamente injusta essa comparação em termos de salário versus horas de trabalho. As horas que um professor trabalha (só para a Escola) são bem mais do que as 35 que lhes são pagas. E o material de escritório que é obrigado a gastar para preparação de aulas ninguém lho paga.

Cumprimentos
 
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por Bulls Bunny » 7/3/2008 20:00

silvaxico, não sei q trabalho fazem os profs q conheces, mas estás a referir-te a quem trabalha apenas numa escola, cumprindo o seu contrato ou a quem faz trabalho extra?

É q pelo q sei um horário de um Prof é de cerca de 22h, q dá mts vezes p manhã, tarde, ou dia livres na semana. As férias tb são facilmente objectiváveis. O trabalho extra-aulas, em casa e na escola, ocupará algum tempo mas normalmente fica mt longe de ocupar num ano as horas q ocupa um horário simples de 35h reais vezes 47 semanas(fazendo 5 sems de férias cm normal).

Eu sei q td a gente acha q trabalha mt e q os outros trabalham pouco, e em questão de vencimento é o inverso, mas digo isto pq conheço vários casais em q um é professor e outro tem uma profissão q exige mais horas, e o elemento professor costuma assumir a boa-vida, pq os factos são demasiado claros :).
Um abraço,
B.B.
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por silvaxico » 7/3/2008 19:42

Bulls Bunny Escreveu:Mas há outra questão a ter em conta nos salários e q o estudo q vi apontava. A relação rendimento anual/nº horas de trabalho anuais. E aqui nós temos das cargas horárias mais baixas. Cá os profs são dos funcionários mais bem pagos em termos de preço/hora, a alguma distância de outras profissões supostamente equivalentes.


Bulls Bunny,

sou casado com uma professora, a minha mãe e a minha irmã são professoras. Do que vejo na família mais próxima os professores só conseguem trabalhar mais nos outros países se trabalharem as 24 horas do dia e ainda fizerem mais algumas à noite... :)

este ano então tem sido de loucos...
 
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por Bulls Bunny » 7/3/2008 19:30

Em relação aos ordenados tb já vi há uns anos esses estudos de q os ordenados do fim de carreira se aproximam dos dos países mais ricos. E isto tb me parece pouco lógico. Concordo ctg, nunofaustino, deveriam subi-los no início e baixá-los no fim da carreira, p haver mais equilíbrio. Além disso, é no início q o € dá mais jeito :). E mais uma vez isto acontece pq há mts, e teve de se reduzir horários, e ainda reduzir mais ao longo da carreira, p n haver tts desempregados..

Mas há outra questão a ter em conta nos salários e q o estudo q vi apontava. A relação rendimento anual/nº horas de trabalho anuais. E aqui nós temos das cargas horárias mais baixas. Cá os profs são dos funcionários mais bem pagos em termos de preço/hora, a alguma distância de outras profissões supostamente equivalentes.

Achei tb interessante a discrição do Crómio pq pessoas q deram aulas por um período temporário fizeram-me descrições semelhantes. Uma pessoa disse-me q qd deu aulas dava em doido pq a maioria, principalmente os mais velhos, parecia q fazia aquilo em part-time, e qd era preciso reunir ou fazer outro tipos de trabalhos era sempre mais importante o pedreiro em casa ou a combinação p ir comprar n sei o q, etc.. Não serão tds assim, mas seria bom fazer alguma distinção. Agora o método p se fazer essa avaliação é q me parece mt complicado...

E acho q já chega de escrita... :).
Um abraço,
B.B.
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por Bulls Bunny » 7/3/2008 19:15

Há quem diga q não há maus alunos, só há maus professores. Não concordo, mas é um pouco a discussão de quem nasceu 1º, se o ovo ou a galinha... Mts dos maus alunos de hoje vão ser professores amanhã.. é um ciclo vicioso.. e isto acontece tb pq as vagas no Ensino Superior p a área da educação são absurdas e qq pessoa tira um curso q lhe permite dar aulas.

As facilidades na entrada depois transformam-se nas dificuldades após a saída em encontrar emprego, mts vezes só mt longe de casa. Mts desses profs não deviam era ter entrado no curso sequer, já não se punham estas questões. Há um gde desequilíbrio neste aspecto.

Quanto aos finlandeses serem mais inteligentes q os portugueses, é possível realmente.. Estou convencido q do mesmo modo q a base genética de determinada população lhe permite ter uma estatura mais elevada, cabelo mais loiro, pele negra, etc., tb lhes pode permitir ser mais inteligentes.

E infelizmente cada vez mais sinto q nós portugueses fomos duplamente azarados nesta distribuição de genes.. não só somos dos mais baixos da Europa, cm tb me parece q somos dos menos inteligentes... por outro lado a esperteza abunda, principalmente a saloia.. mas essa não nos permite evoluir até ao nível dos q vão no pelotão da frente..
Editado pela última vez por Bulls Bunny em 7/3/2008 19:30, num total de 1 vez.
Um abraço,
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por nunofaustino » 7/3/2008 15:39

Sim... deixei a minha ideia no ponto anterior...

nunofaustino Escreveu:Volto a dizer que isto não se endireita enquanto não houver um pacto entre os dois maiores partidos para definirem uma política para 15 anos e não andarem a alterar os objectivos e os programas todas as legislaturas ou sempre que um ministro muda... e que para isso os sindicatos também vão ter de assumir que os professores não são todos iguais e que há professores fantásticos e que devem ser promovidos e realçados, e que há professores que não podem continuar a ser professores. Ou seja, que os professores devem ser seriados, e que os piores professores devem ser substituídos por outros professores.

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por Sei lá » 7/3/2008 15:36

nunofaustino Escreveu:O que se deveria fazer era baixar os salários no fim, aumentando os de início... mas como n se pode fazer isso retroactivamente, tb n se pode aumentar o salário dos de início de carreira enquanto as coisas n estiverem mais ou menos lógicas...


Então, como concordas, não vale a pena estarmos aqui a discutir o que ganham esses professores milionários.

A revista Sábado desta semana tem um artigo sobre ensino em Portugal vs ensino na Finlândia. É pena ser curto, porque eu gostaria de ver um trabalho aprofundado sobre isto, mas dá mais algumas ideias.
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por nunofaustino » 7/3/2008 15:31

JAM Escreveu:Nuno, é claro que isto é um problema que desequilibra completamente as médias e que tem peso no OE. No entanto, não vale a pena perdermo-nos a discutir isto, o que está feito está mal feito e estão a ser tomadas medidas para corrigir a progressão neste ponto.

E então o que vamos fazer? Continuar a "bater no ceguinho"? Ou vamos surgerir que por decreto se corte 30% ao ordenado que os professores a partir de um certo escalão já auferem?

Eu gosto de discutir problemas passados ou presentes que temos com vista a encontrar melhorias. Não gosto de discutir o que ficou para trás como se pudessemos alterar o rumo da história. O que está para trás, serve para nos guiar, não podemos alterar o passado.


O que se deveria fazer era baixar os salários no fim, aumentando os de início... mas como n se pode fazer isso retroactivamente, tb n se pode aumentar o salário dos de início de carreira enquanto as coisas n estiverem mais ou menos lógicas...

Volto a dizer que isto não se endireita enquanto não houver um pacto entre os dois maiores partidos para definirem uma política para 15 anos e não andarem a alterar os objectivos e os programas todas as legislaturas ou sempre que um ministro muda... e que para isso os sindicatos também vão ter de assumir que os professores não são todos iguais e que há professores fantásticos e que devem ser promovidos e realçados, e que há professores que não podem continuar a ser professores. Ou seja, que os professores devem ser seriados, e que os piores professores devem ser substituídos por outros professores.

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por Duarte » 7/3/2008 15:25

silvaxico Escreveu:Duas perguntas rápidas (as respostas é que podem demorar mais):

1 - os professores portugueses gostariam de trabalhar como os finlandeses?

2 - É possível aos professores portugueses trabalharem como os professores finlandeses? (sem emigrarem para a Finlândia)


Respondendo à primeira, obviamente que gostariam se as condições e a estabilidade fossem iguais, quanto à segunda, obviamente que não, no seguimento da primeira, as condições são diferentes.

Mas, como já alguem disse aqui, mas por que raio queremos comparar a educação entre Portugal e a Finlandia, quando tudo o resto é diferente?

Nota: Eu não sou professor nem pretendo ser ... não tenho vocação.
 
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por Sei lá » 7/3/2008 15:04

nunofaustino Escreveu:O problema é que não podes enquanto a média for como é... esses salários não desaparecem só por dizer que são injustos... como eu já disse, a geração anterior ganha pelas duas... e este problema é exacerbado pelo número de professores que chegaram ao topo da carreira...

Um abr
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Nuno, é claro que isto é um problema que desequilibra completamente as médias e que tem peso no OE. No entanto, não vale a pena perdermo-nos a discutir isto, o que está feito está mal feito e estão a ser tomadas medidas para corrigir a progressão neste ponto.

E então o que vamos fazer? Continuar a "bater no ceguinho"? Ou vamos surgerir que por decreto se corte 30% ao ordenado que os professores a partir de um certo escalão já auferem?

Eu gosto de discutir problemas passados ou presentes que temos com vista a encontrar melhorias. Não gosto de discutir o que ficou para trás como se pudessemos alterar o rumo da história. O que está para trás, serve para nos guiar, não podemos alterar o passado.
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por nunofaustino » 7/3/2008 14:03

JAM Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Crómio, tocaste nas questões que eu nem abordei para não gerar mais polémica ....


Não abordas mas deverias. Preferes discutir o que ganha um professor, quando um professor em fim de carreira ganha um ordenado injusto, mas em início de carreira (que caminha para ser a maioria) ganha muitissimo menos. Isso do salário é um assunto gasto,a té porque eu próprio reconheço que os salários a caminho do fim de carreira eram uma anormalidade.

Podemos passar aos pontos seguintes?


O problema é que não podes enquanto a média for como é... esses salários não desaparecem só por dizer que são injustos... como eu já disse, a geração anterior ganha pelas duas... e este problema é exacerbado pelo número de professores que chegaram ao topo da carreira...

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por Sei lá » 7/3/2008 13:49

Pata-Hari Escreveu:Crómio, tocaste nas questões que eu nem abordei para não gerar mais polémica ....


Não abordas mas deverias. Preferes discutir o que ganha um professor, quando um professor em fim de carreira ganha um ordenado injusto, mas em início de carreira (que caminha para ser a maioria) ganha muitissimo menos. Isso do salário é um assunto gasto,a té porque eu próprio reconheço que os salários a caminho do fim de carreira eram uma anormalidade.

Podemos passar aos pontos seguintes?
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por Sei lá » 7/3/2008 13:46

Pata-Hari Escreveu:Jam, decididamente não fazes ideia do que se passa na finlandia nem da realidade deles. Se há alunos e crianças que tenham tudo de mão beijada são os portugueses graças ao nosso consumismo e cultura de que tudo é devido aos filhos. Os finlandeses andam vestidos de bem barato e trabalham para conseguir o que querem : nas lojas, nos supermercados, nas obras durante o verão, etc, etc - devo dizer-te que estes três exemplos são reais de alunos finlandeses que conheço pessoalmente e de perto. Onde é que já viste alunos portugueses a trabalharem em lojas, na obras e nos supermercados para ganharem o seu dinheiro? A mentalidade finlandesa nunca permitiria dar tudo aos miudos sem que eles também se esforçassem para isso.


Além da diferença cultural, que não me canso de referir, sabes porque razão tanta gente abandona a escola? Para ir trabalhar. E sabes porque é que vão trabalhar? :arrow:
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por Sei lá » 7/3/2008 13:40

Eu tinha de responder a este testamento senão não ficaria bem comigo próprio.

Pata-Hari Escreveu:Não percebi, referes-te a cursos com pouca frequência? aqui perdi-me, desculpa. Se te referes a fechar cursos com poucos alunos, sim, mas isso parece-me quase um acto de gestão corrente.


Eu refiro-me a acabar com os alunos que chumbam sucessivamente. Se um aluno não tem capacidade para aprender, entra para o ensino especial. Se tem capacidade e não aprende por incompatibilidade, depois do chumbo muda de professores. Não podemos é ter alunos de 14 ou 15 anos no 6º ano com chumbos sucessivos. Estes alunos custam dinheiro e são uma espécie de casos perdidos.

O mesmo se passa no ensino superior, tenho um amigo meu que entrou na unoversidade aos 18 anos e saiu aos 31 anos. Como ele diz, a vida era bem boa. Claro, não fazia nada e ainda se entretinha em activiadedes de associativismo, e o país pagava-lhe os estudos. 13 anos na universidade para sair com o curso inacabado... Se acabarem com isto, poupam.

Ou com cheque ensino ou com uma limitação de chumbos, após os quais passaria a pagar os eu esnino, são ambas soluções que podetriam moralizar os alunos.

Pata-Hari Escreveu:Os profs costuma ser bastante eficiente na organização de manifestações. Mas nunca os vi manifestarem contra a injustiça da distribuição dentro da sua própria profissão. Se concordam como sendo um problema, porque não alteraram para tornar o sistema mais justo?

Na finlandia avalia-se sim! só que em grupo e não individualmente. Ou seja, obriga as escolas a tornarem-se eficientes enquanto instituições individuais e a obterem resultados. Mais uma vez a filosofia do grupo avançar e melhorar e não do sucesso individual.


Pata, presumo que, se ganhasses bem e achasses que até eras bem paga, irias propôr ao teu chefe um redução salarial... Não brinques comigo pf. Não venhas com falsos moralismos que não servem de argumento.

Na Finlândia avalia-se a escola, mas em Portugal é tudo individual. Aliás, fomenta-se a competição individual e depois devem estar à espera que se vá competir em grupo. Aqui é cada um por si e Deus por todos. Tu própria já tiveste essa posição noutras discussões. Cultura minha amiga, cultura, é diferença cultural em tudo. Não me canso: cultura!

Pata-Hari Escreveu:Imagina a pressão que haveria sobre um aluno que se torna o peso da turma toda por não querer aprender... em vez de ser o engraçado/palhaço da turma que distrai o pessoal seria o fardo. Uma coisa é certa, o separar e ignorar o "pato-feio" parece não estar a resultar por cá...


Alguns alunos até ficariam contentes por a turma não evoluir por causa deles. Se pensas que alguns dos que contribuem para as estatísticas negras se preocuam em ser fardo... andas mesmo a leste do que e passa.

Tens de perceber que o problema não está nos "patos-feios", o problema está nos "baldas" que são duas coisas bem diferentes e de representatividades diferentes. Patos feios são poucos, mas baldas.. pffff às toneladas.

Pata-Hari Escreveu:A opção do focus na educação foi tomada por eles há 40 anos. A cultura e as opções mudam-se. Educando.


Sim, e depois? Isso significa que na educação temos de estar ao nível dos finlandeses e no resto todo não? Então porque na educação? Como consegues colocar a educação ao nível da finlandesa com um saociedade que tem valores bem longe dos finlandeses. Parece-me que queres o impossível, mas queres o impossível localizado: em cima dos professores.

Pata-Hari Escreveu:A questão financeira não se coloca como já te foi apontado muitas vezes. Os professores ganham menos que cá e os gastos em % do pib são menores por lá. QUerias o quê, que o pib português fosse todo para a educação e os ordenados dos professores, se calhar.


A questão financeira tem a ver com os estudantes minha amiga! Que raio de fixação a tua nos professores!!!
Porque é que nas zonas menos desvaforecidas os alunos têm pior aproveitamento? Será por terem mais dinheiro que o resto do país? :roll: tenta relacionar estas coisas e deixa-te de preconceitos.
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por PJBM2 » 7/3/2008 13:10

E é um pouco injusto dar salários demasiado elevados no fim de carreira. Tenho sempre a ideia de que aqueles que estão em final de carreira são aqueles que fazem menos. Pelo menos sei que nas universidades isso é regra.
Paulo Moreira
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por nunofaustino » 7/3/2008 13:00

O marco tocou num ponto importante que é o facto dos professores em final de carreira terem salários demasiado altos para a sociedade portuguesa. E uma vez que, até à uns anos, mais de 80% dos professores chegavam ao topo de carreira, existe hoje uma disparidade enorme que demorará muito tempo a ser corrigida. No fundo, considero que houve uma geração beneficiada e a geração seguinte (a actual) terá de pagar por isso.

Ontem ouvi um comentário feito no parlamento bastante interessante e que reflecte isto mesmo... um deputado novo dirigia-se a um deputado mais antigo e disse "a minha geração vai viver pior do que a sua, Sr. deputado... e isso não ocorria à muito, muito tempo."

E isto vai também de encontro ao que a Marta disse. Que a média ( e não a mediana) dos salários é muito elevada quando comparada com a de outros países em que a qualidade do ensino é superior... e como é impossível mexer nos salários das pessoas que ganham muito (direitos adquiridos) têm-de-se mexer nos que se pode (congelar progressões, salários iniciais muito baixos, ...).

Penso que isto só vai lá com um pacto generalizado entre o PS e o PSD (pelo menos) que garanta um rumo da política educativa para os próximos 15 anos. Caso contrário o que se faz numa legislatura, é anulado na seguinte...

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por silvaxico » 7/3/2008 12:38

Duas perguntas rápidas (as respostas é que podem demorar mais):

1 - os professores portugueses gostariam de trabalhar como os finlandeses?

2 - É possível aos professores portugueses trabalharem como os professores finlandeses? (sem emigrarem para a Finlândia)
 
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por rmachado » 7/3/2008 12:27

Mas pelo o que o Marco mostrou (na imagem dos sálarios) não me pareceu existir uma enorme disparidade de valores entre os salarios. (a resolução não é a melhor..)
 
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por Pata-Hari » 6/3/2008 23:37

Marco, já alguma vez ouviste nomearem os paises nordicos como fracos pagadores de impostos? de onde achas que vem a famosa riqueza comum e de todos...? Os ordenados têm que ser consegelados vários anos para serem comparaveis. A questão da distribução ao longo da carreira é uma questão a ser revindicada pelos professores (e nisso eles até são bons!).

Crómio, tocaste nas questões que eu nem abordei para não gerar mais polémica ....
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por MarcoAntonio » 6/3/2008 23:16

Pata-Hari Escreveu:Marco, para que metes a inflação na história?? achas que é significativamente diferente cá e lá? e achas que eles descontam menos que os nossos, lol?????


Estão congelados lá os ordenados?

Li algures que era um dos 3 países da OCDE onde os aumentos têm sido maiores e como a tabela é de 2004 e estamos em 2008, isso tem de ser contabilizado.

Quanto aos descontos, não sei. Sei que difere de país para país e que cá os descontos são violentos (entre os números que se vê na tabela e os valores limpos que alguns professores que conheço tiram, ainda vai uma boa diferença). Na Finlandia confesso que desconheço como são, mas para a comparação ser exacta isso ainda terá de ser levado em linha de conta.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Crómio » 6/3/2008 23:15

Caros,

Não que a discussão deste assunto me cative muito, mas dado um formigueiro que me está a dar, vou contar brevemente o seguinte:

Os meus pais são professores (reformados), tenho primos professores, tios professores, amigos professores, pais de amigos professores, pais de amigos professores professores (reformados), amigos que foram alunos dos meus pais e pais de amigos meus que foram meus professores.... ufa...

Durante um ano dei aulas ao 6º,7º e 8º ano.

Vamos a factos (para ser curto e grosso):

A maior parte (80% de malta nova) dos professores não tinha estudado para ser professor.
Eram veterinários, químicos, gestores, etc, que estavam no desemprego.

Dessa maior parte a maior parte estava à espera de arranjar um emprego a sério na área deles.

Uma menor parte era declaradamente balda e especialista em artigos para justificar faltas (dar sangue, sindicato, e havia um artigo (112 ou que era) em que se podia dar x faltas injustificadas por mês!, várias coisas)
Especialistas também em dar aulas em várias escolas para a coisa render mais.

Havia quem dormisse nos conselhos pedagógicos (tipo óculos escuros e mão no queixo), e choquei-me com a passagem de ano a alunos de péssimo aproveitamento e grande indisciplina só para se verem livres deles!

Não quero dizer mal, mas estou a factualizar só por alto algo que é (foi) para mim chocante na altura.

Tive a oportunidade de continuar a dar aulas no ano seguinte mas decidi que não por dois motivos:
Achava que os meus pais tinham um salário mau e estavam em final de carreira.
Não gostei de ver o sistema por dentro e ganhei-lhe aversão.

Agora atenção!:
Eu tinha alunos incrivelmente mal preparados, que vinham da primária sem saber ler, cujos pais eram analfabetos, que iam para casa tratar dos porcos e cavar batata ou ajudar nas obras, cheguei a ter uma aluna que era filha do avô! que vinham com lenços na cabeça porque tinham piolhos.

Era muito difícil ensinar a estes alunos.
Como é que se dá geometria e explica uma simples paralela se o aluno não consegue desenhar uma recta com uma régua?
Uma linha direita com uma régua?!
Uma esquadria? Um ângulo?

É desesperante meus caros, altamente frustrante, é indescritível meus amigos.

Mais não conto, mas garanto-vos que vivi e senti este ambiente.

Se na cidade é a violência, a droga, os assaltos, a cena racial, no campo é a ignorância e o mundo de há 50 anos atrás.

Como combater isto?
Que dirigentes temos capazes de sequer admitir que isto existe?

Não quero atacar ninguém com isto, nem professores nem alunos, já fui os dois, e sei que a culpa... a culpa... é de todos nós só olharmos para o nosso umbigo...

É tão simples como isso, a culpa é do outro, eu mereço mais, todos pensam assim.

Infelizmente falta-nos a humildade e também a dedicação aos outros, porque só nos dedicando aos outros melhoraremos a nossa condição.

Um Abraço
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

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por Pata-Hari » 6/3/2008 23:10

Marco, para que metes a inflação na história?? achas que é significativamente diferente cá e lá? e achas que eles descontam menos que os nossos, lol?????
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por MarcoAntonio » 6/3/2008 23:08

Então ajustando à inflacção...

22 373 36 872 22 373 36 872 22 373 36 872
Valores portugueses multiplicados pelo factor de 1,5


24 561 28 571 28 453 33 643 30 577 38 216
valores finlandeses


E também deduzo que estes valores são brutos portanto falta ver se descontam o mesmo cá e lá!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 6/3/2008 23:11, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Pata-Hari » 6/3/2008 23:00

(em privado eu já tinha mandado um mail a dizer que numa discussão tendo como adversário o Marco e o JAM eu deveria logo desistir por exaustão antes do inicio, né :D?).

Marco, nota, cai-se quase no ridiculo dizer que "No extremo dos mais bem pagos estão os professores luxemburgueses. No 1º e 2º ciclo, um professor em início de carreira aufere 40.657 euros, após 15 anos de serviço o valor alcança os 55.990. ". Olha que surpresa! porque será?!?!?! separar os PIBs e níveis médios dos paises dos valores absolutos é absurdo. Se estamos na cauda da Europa em termos de PIB per capita, porque carga de água os professores deveriam ser mais bem pagos que a média europeia...? é sempre o velho argumento de se querer salários alemães, mas ter a produtividade portuguesa e a qualidade dos chineses.
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