“Não diabolizo projetos” como a mina da Lagoa Salgada

[DOW]

Ao que chega o desespero...

Custa-me acreditar que este pedido tenha vindo de alguem que ocupa o cargo de presidente de uma instituição como esta...

Com que cara ficariam aqueles que conseguem ir pagando os seus emprestimos e que talvez tenham abdicado de muitas coisas para poder pagar a casa e não viver acima das suas possibilidades??

[bolo]

Em relação a esta ideia, não conheço as implicações que possa ter nas contas dos Bancos, mas até agora foi a coisa mais corajosa e com lógica que ouvi desde que se sabe quais as principais razões da crise financeira.

O pior de todas as coisas que se podem fazer é reconhecer um erro e não ter a capacidade de o assumir e desfazer. É claro que as dificuldades poder estar na reposição da verdade e na vontade de olhar para a frente daqueles que não estão entalados.
Mas se a crise é global e se se reconhece que há erros graves na avaliação de activos, das duas, três. Portanto, é fazer as contas como dizia o nosso guru das soluções.
O que mais me espanta não é a oportunidade e eventual eficácia desta ideia, mas sim a coragem do Bernake em dizer isto, sobretudo se não tem o aval dos bancos para esta ideia.

Nunca vi tal coisa embora me pareça que podia ser a solução para o problema. Claro está, ainda não me debrucei sobre eventuais efeitos estranhos desta, "eventualmente um dia no país das maravilhas", solução!

[pinamiranda]

Essa noticia só pode ter sido o Bernanke a dar uma dica para uma rábula dos Gato Fedorento:

"Ah, coisa e tal, pedi dinheiro ao Banco e agora a minha choupana desvalorizou. Logo, em vez de ser eu a dever ao Banco, passou a ser o Banco a dever-me a mim !!!
Agora vou ver se peço dinheiro ao Banco para comprar uns barris de pitrol que também parece que vai desvalorizar. Logo, eu vou ficar com o pitrol e o Banco ainda me vai ficar a dever ... vai dar para comprar o carro para gastar o pitrol"

Eu sinto-me indignado com essa sugestão do Bernanke - está a chamar estúpido a todos os que tentam orientar a sua vida para não se meterem em "cavalarias" que estejam para além das suas possibilidades e está a incentivar a que cada vez mais se metam nessas "cavalarias" já que há-de vir alguém que lhes passa a "mão pelo pelo" :-(

Já estou a ver a versão portuguesa - lança-se mais um imposto para o Estado ajudar aqueles que ("coitados") assumiram compromissos demasiado elevados e não sabem como é que hão-de sair deles

É a desresponsabilização total ... mas às tantas é para aí que caminhamos.

Bons negócios e desculpem se me excedi nesta mensagem,

pm

[joaoparker]

Por aqui se pode ver a visão estratégica do BCP. Já andaram a perdoar dívidas e o Bernarke ainda nem tinha dado a sugestão.

[ducklete]

Bernanke apela aos bancos que perdoem parte das dívidas com empréstimos à habitação (act.)
O presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA, Ben Bernanke, apelou aos bancos para reflectirem nas suas contas a desvalorização das casas dos seus clientes e que perdoem parte dos empréstimos às famílias que tenham visto o valor dos seus imóveis diminuir.

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Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt



O presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA, Ben Bernanke, apelou aos bancos para reflectirem nas suas contas a desvalorização das casas dos seus clientes e que perdoem parte dos empréstimos às famílias que tenham visto o valor dos seus imóveis diminuir.

O responsável máximo pela autoridade monetária norte-americana está a apelar às instituições financeiras que alarguem as amortizações de activos relacionados com o crédito à habitação aos empréstimos concedidos e cujas avaliações dos imóveis sejam actualmente mais baixas e que perdoem parte das dívidas dos seus clientes com o objectivo de evitar mais crédito malparado e novas execuções de hipotecas.

"Os esforços quer do Governo quer das entidades do sector privado para reduzir hipotecas desnecessárias estão a ajudar, mas pode, e deve, ser feito mais", defende Bernanke no discurso que vai proferir hoje em Orlando (Florida), citado pela Bloomberg.

O responsável defende que o facto de se reflectir a desvalorização dos imóveis, provocada pelo ambiente que se vive no sector imobiliário, para os próprios donos das casas pode ser uma medida para evitar novas execuções de hipotecas relacionadas com faltas de pagamento.

Bernanke admite que a falta de pagamento de empréstimos e as execuções de hipotecas "devem continua a aumentar" nos próximos tempos.

Além do actual momento de maior risco, o responsável alerta para o facto das taxas de juro voltarem a subir no futuro.

A crise de crédito de elevado risco instalou-se nos mercados financeiros no último Verão e foi responsável por perdas elevadas nos mercados bolsistas e nas contas do sector financeiro. Os grandes bancos já revelaram amortizações de activos recorde relacionadas com esta crise.

Várias vozes apontam como principal responsável pela actual crise a descida de juros por parte da Fed quando Alan Greenspan era o presidente da autoridade monetária norte-americana. O responsável, na altura, desceu significativamente os juros da maior economia mundial devido ao abrandamento económico que se viveu na altura (a economia entrou mesmo em recessão).

A resposta de Bernanke tem sido semelhante. A crise instalou-se, os bancos registaram perdas acentuadas, os resultados desceram e, entre os sector financeiro, muitas instituições registaram mesmo prejuízos e os dados económicos têm apontado para a aproximação de uma recessão económica. Bernanke tem respondido com cortes de juro.

Entre Setembro de 2007 e Janeiro de 2008, a Fed já reduziu por cinco vezes o preço do dinheiro dos 5,25% para os actuais 3% e as estimativas dos economistas apontam para novos cortes de juro por parte dos responsáveis norte-americanos. Algumas casas de investimento acreditam que a Fed vai voltar a descer os juros até 1% ainda este ano.