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Caldeirão da Bolsa

Clientes processam BCP

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por nikopol » 23/3/2007 21:22

JAS Escreveu:A propósito destes processos ao BCP acho sempre piada os investidores atirarem sempre as culpas para os gestores de conta e para os bancos.

-1pt
 
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por INICIADO_2000 » 23/3/2007 21:21

Houve muita gente a comprar PTM a 100€ ou mais.Com muitas recomendações positivas sobre essa mesma acção, vindas das mais prestigiadas casas de investimento, e com price targets bem acima dos valores referidos .

A sonae, durante a OPA, oferecia 9.03 pela PTM, se não estou em erro. Estaria a Sonae a querer "burlar" os detentores actuais de acções da PTM ??? Que curiosamente cotam a 11€( não me parece!!).

Só uma nota: se as acções do BCP estivessem a 10 €.Haveria processos contra o BCP? Se calhar não.Se assim é, Alguns dos protestos devem-se ao preço estar baixo e não a ilegalidades cometidas pelo Banco.


É evidente que se alguem mandou vender as acções, e as suas ordens foram ignoradas, deve, claramente agir nos termos lei, e assim salvaguardar os seus legítimos interesses.

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Re: Re

por Dwer » 23/3/2007 21:00

JAS Escreveu:[
A propósito destes processos ao BCP acho sempre piada os investidores atirarem sempre as culpas para os gestores de conta e para os bancos.
É claro que só o fazem quando perdem.
E é claro que se esquecem que os culpados são apenas eles, eles investidores, pois a decisão de escolher o banco, de escolher a agência e/ou de investir é exclusivamente deles.
JAS


Só uma questão: tb se aplica o mesmo raciocínio no caso da Afinsa? A culpa foi unicamente de quem meteu lá o dinheiro? O burlado é culpado porque escolheu mal o burlão?
E que grande burlão; não são só os pequenos investidores, os velhotes e as pessoas que nunca investiram em acções, a quem foram impingidas acções para terem direito a um spread mais baixo no crédito à habitação, ou que foram levadas a comprar acções em detrimento de depósitos a prazo.
As grandes instituições accionistas do BCP tb foram enganadas e bem enganadas. Nunca se viu uma destruição de valor como a do BCP.
Custa-me muito que, tu JAS que és uma referência deste fórum, te ponhas ao lado dos burlões e contra os burlados.
Abraço,
Dwer

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Re: Re

por INICIADO_2000 » 23/3/2007 20:36

JAS Escreveu:
FRAGON Escreveu:O Freeport de Alcochete foi absolvido no processo que a Cinemas Millenium, do empresário Paulo Branco, abriu em 2005, alegando que as previsões de afluência ao centro comercial tinham induzido em erro a operadora de cinemas.

E o que é que isto tem a ver com um Banco chamado Millennium?

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A propósito destes processos ao BCP acho sempre piada os investidores atirarem sempre as culpas para os gestores de conta e para os bancos.

É claro que só o fazem quando perdem.

E é claro que se esquecem que os culpados são apenas eles, eles investidores, pois a decisão de escolher o banco, de escolher a agência e/ou de investir é exclusivamente deles.

JAS




Concordo plenamente com o JAS.Até parece que andaram a vender as acções a menores de idade. Acho incrível que as pessoas protestem por terem comprado acções para as quais se financiaram e que desvalorizaram.QQ dia querem processar quem lhes vendeu uma conta margem que deu para o torto...
Ng é obrigado a comprar acções ou qq outros produtos de risco. Se compraram e quiseram vender, naturalmente terão documentos escritos a dar a ordem respectiva..aliás os Bancos são obrigados a dar duplicados.Só acho estranho virem agora falar do assunto passados tantos anos.... cá para mim é o :twisted:

PS:Ainda não vi ng protestar por ter comprado a acção x a y euros, depois ter sido obrigado a vender a y-t, no caso duma OPA.Veja-se o caso da Terra em Espanha, ou da Vodafone Telecel em Portugal.

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Re: Re

por Lion_Heart » 23/3/2007 18:24

JAS Escreveu:E o que é que isto tem a ver com um Banco chamado Millennium?

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A propósito destes processos ao BCP acho sempre piada os investidores atirarem sempre as culpas para os gestores de conta e para os bancos.

É claro que só o fazem quando perdem.

E é claro que se esquecem que os culpados são apenas eles, eles investidores, pois a decisão de escolher o banco, de escolher a agência e/ou de investir é exclusivamente deles.

JAS




Caro amigo , Vamos la ver uma coisa, as pessoas por estas bandas ( Portugal) seguem muito as opiniões dos bancos, o que eles dizem é lei, portanto é muito facil "vender gato por lebre" conforme os obejectivos, que já não foi aliciado num balcão para fazer um ppr , um cartaozito, investir num fundo de elevado rendimento? Quase todos, são os objectivos do balcão, é o mesmo que estar a vender bananas ,ou cenouras. Aqui a diferença e serem produtos que metem dinhiro, mas a verdade é que quem os vende não percebe nada daquilo. è um objectivo.
Mais, se perguntarem a 100 Portugueses se leram a escritura complementar que esta anexa ao seu crédito habitação , pelo menos 90 vão dizer que não, que o banco disse que estava tudo ok e assinaram. E nesse documento é que estão explicitas as condições do empréstimo. Enfim .
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Re

por JAS » 23/3/2007 18:03

FRAGON Escreveu:O Freeport de Alcochete foi absolvido no processo que a Cinemas Millenium, do empresário Paulo Branco, abriu em 2005, alegando que as previsões de afluência ao centro comercial tinham induzido em erro a operadora de cinemas.

E o que é que isto tem a ver com um Banco chamado Millennium?

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A propósito destes processos ao BCP acho sempre piada os investidores atirarem sempre as culpas para os gestores de conta e para os bancos.

É claro que só o fazem quando perdem.

E é claro que se esquecem que os culpados são apenas eles, eles investidores, pois a decisão de escolher o banco, de escolher a agência e/ou de investir é exclusivamente deles.

JAS
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por FRAGON » 23/3/2007 17:47

"Freeport absolvida no processo movido pela Cinemas Millenium
O Freeport de Alcochete foi absolvido no processo que a Cinemas Millenium, do empresário Paulo Branco, abriu em 2005, alegando que as previsões de afluência ao centro comercial tinham induzido em erro a operadora de cinemas.

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Miguel Prado
Miguelprado@mediafin.pt


O Freeport de Alcochete foi absolvido no processo que a Cinemas Millenium, do empresário Paulo Branco, abriu em 2005, alegando que as previsões de afluência ao centro comercial tinham induzido em erro a operadora de cinemas.

Depois de várias sessões de julgamento, foi proferida a sentença do tribunal que absolveu o Freeport da acção judicial movida pela Cinemas Millenium, anunciou o Freeport de Alcochete em comunicado. O caso remonta a 2005. Em Junho desse ano Paulo Branco apresentou uma acção contra o Freeport, considerando que o ‘outlet’ o teria induzido e mantido em erro no momento da celebração e durante a vigência dos contratos de ocupação dos cinemas.

A Cinemas Millenium, Paulo Branco e Madragoa (outra empresa de Paulo Branco) pediam que o Freeport fosse condenado a indemnizá-los e defendiam que o centro comercial os teria enganado quanto ao número de visitantes, que seria de 20 milhões, e quanto às suas componentes lúdicas. No ano passado, segundo informações da própria Freeport, o ‘outlet’ de Alcochete recebeu 4 milhões de visitantes, bastante abaixo dessa mesma estimativa, feita pelo grupo britânico quando do lançamento do empreendimento em Portugal, em 2004.

Agora, quase um ano depois de apresentada a acção, o tribunal proferiu a sentença que absolve o Freeport de todos os pedidos. A decisão tem como fundamento o facto de não terem sido apresentadas provas que demonstrem erros, enganos ou sugestões do Freeport na celebração dos contratos, em relação ao número de visitantes e à componente lúdica.

O tribunal sublinha ainda que a Cinemas Millenium teve oportunidade de investigar e analisar a viabilidade da exploração dos cinemas, bem como da existência da componente lúdica e, se não o fez, não usou da diligência que devia. "O Freeport congratula-se com a decisão do tribunal, que vem dar razão aos seus argumentos, demonstrando a falta de fundamento invocada por Paulo Branco", comentou a administração do Freeport de Alcochete.

O ‘outlet’ está actualmente em negociações para contratar um novo operador para parte das salas abandonadas pela Cinemas Millenium. A Freeport tem previsto para este ano um investimento de cerca de seis milhões de euros, que contempla acções de marketing mas também melhoramentos físicos do empreendimento. A ideia é aumentar a taxa de ocupação do centro comercial, que no final de 2006 se situava em 60%, com uma ocupação particularmente baixa na área de restauração.

Em relação aos cinemas, o futuro operador a contratar pela Freeport ocupará 11 salas. O espaço restante, relativo a mais 10 salas, será adaptado para outras actividades de lazer. A intenção da Freeport é ter os novos cinemas a funcionar no próximo mês.

A Freeport anunciou este mês ter recomendado aos seus accionistas a aceitação de uma oferta de compra feita pela Carlyle, no valor de 227 milhões de euros. Ainda este mês o grupo europeu de ‘outlets’ apresentou os resultados do segundo semestre do ano passado (primeiro semestre no ano fiscal da Freeport), tendo a companhia registado prejuízos. No centro comercial de Alcochete a Freeport teve uma quebra das receitas de 14%."
Quem não sabe o que quer, obtém o que não deseja, OU MELHOR, para barco sem rumo não há vento favorável.
 
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por rnbc » 23/3/2007 17:31

Lutav Escreveu:conheço pelo menos 2 pessoas, em clientes convencidos a nao executar ordens de venda, chegando ao cumulo de serem ignoradas sistematicamente ordens de venda...


Define "ignorar ordem de venda"?

Se eu mandar vender um lote o corretor/banco só tem é que executar a ordem, a menos que alegue dificuldades técnicas legitimas. Caso contrário seria caso para um processo-crime.

Eles convenceram as pessoas a desistir? Ou recusaram executar a ordem?
However elegant the method we should occasionally look at the results.
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por lutav » 23/3/2007 11:25

artista Escreveu:Eu também fui na onda, assumi os prejuizos há menos de um ano atrás mas vi isso como uma propina do meu curso...

Acredito que haja casos graves pois o banco pressiona os colaboradores para venderem produtos e estes, não percebendo nada do assunto, acabam por dar informações pouco correctas aos clientes, só que neste caso levou os mesmos a perderem bastante dinheiro!


houve movimentos concertados em varios pontos do país, para serem ignoradas ordens de venda dos mais diversos clientes;

conheço pelo menos 2 pessoas, em clientes convencidos a nao executar ordens de venda, chegando ao cumulo de serem ignoradas sistematicamente ordens de venda...

estou a falar, nos dois casos, de vender tudo (lote todo BCP), a 5.75....
:roll: :twisted:

houve má fé concertada!
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por artista_ » 23/3/2007 11:03

Eu também fui na onda, assumi os prejuizos há menos de um ano atrás mas vi isso como uma propina do meu curso...

Acredito que haja casos graves pois o banco pressiona os colaboradores para venderem produtos e estes, não percebendo nada do assunto, acabam por dar informações pouco correctas aos clientes, só que neste caso levou os mesmos a perderem bastante dinheiro!
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por Economicus » 23/3/2007 10:33

Ulisses, Marco Antonio, Pata...

Talvez, o caldeirao pudesse dar uma ajuda na resolução deste caso, abrindo um tópico para que cada um pudesse descrever o seu caso particular e desta forma todos juntos terem mais força para reclamar judicialmente. Talvez fosse um serviço que o caldeirão pudesse fornecer, claro se a causa fosse ganha o caldeirão poderia pedir uns € para mudar de servidor, pois ontem foi impossivel entrar.
 
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por pedrom » 23/3/2007 10:28

Lutav Escreveu:boas;

alguem sabe de mais casos? ou de contactos de grupos de clientes organizados?

conheço pessoas a quem poderia interessar...

desde ja obrigado

beijos e abraços


A mim interessa-me!!!
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por lutav » 23/3/2007 10:21

boas;

alguem sabe de mais casos? ou de contactos de grupos de clientes organizados?

conheço pessoas a quem poderia interessar...

desde ja obrigado

beijos e abraços
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Clientes processam BCP

por pedras11 » 23/3/2007 9:19

Clientes processam BCP por persuasão de compra de acções

São vários os clientes que alegam terem sido “levados” a comprar acções do banco, através do recurso a crédito contra livranças em branco, como se se tratasse de uma aplicação “de baixo risco”



23-03-2007, Carlos Caldeira

O Millennium bcp está sob fogo cruzado de vários clientes que se sentem lesados pelas campanhas de aumento de capital da instituição de 2000 e de 2001. Estes alegam que os funcionários da instituição lhes “garantiam tratar-se de um investimento de baixo risco” e os persuadiram a “contraír empréstimos para a compra de acções e a não vender os títulos”. O “Semanário Económico” tomou conhecimento de quase 40 casos de pequenos investidores nesta situação, residentes em Arouca, Fafe, Penafiel, Castelo Branco e Lisboa, que avançaram já para Tribunal com processos contra o banco e muitos outros com queixas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Apesar de tudo, contactada fonte oficial do Millennium bcp, esta recusou comentar os processos. Também a entidade de supervisão do mercado de valores mobiliários se escusou a comentar o assunto.
Tudo começou com o aumento de capital do Banco Comercial Português em 2000, após a compra do Sotto Mayor, cuja campanha decorreu entre 10 de Julho e 30 de Setembro daquele ano. Repetiu-se em Dezembro de 2001 e transformou-se numa “bola de neve”, tanto para os pequenos investidores – a quem foram dados empréstimos avultados para comprar acções, sob a condição de assinatura de uma livrança – como para os colaboradores do banco, a quem eram dados incentivos avolumados e que tinham objectivos de venda bem definidos a cumprir.
Os clientes dizem que na altura valeu tudo. “Convencer analfabetos, idosos e leigos na área do investimento a comprar e a aceitar crédito para comprar acções do BCP. Nem que fosse preciso ir a casa do potencial cliente, ou ir a um banco da concorrência fazer-se passar por sobrinho de um potencial cliente”, afirma Abílio Abreu, que na altura era sub-gerente na agência da rede Sotto Mayor de Penafiel, mas estava em comissão no Marco Canaveses. Abílio Abreu, que se reformou em Dezembro de 2004, tem um processo próprio contra o Millennium bcp e é testemunha em outros treze. Diz que não se sente “de consciência tranquila”, pelo que criou um “movimento de clientes lesados, denominado Campanha 2000”, em conjunto com Manuel Nogueira, ex-proprietário de uma casa de pneus em Fafe.
Tudo começou por correr bem, mas a cotação das acções do BCP começou a descer – desde 30 de Setembro de 2000 até esta semana, os títulos caíram mais de 50% – e os clientes viram-se impossibilitados de pagarem os empréstimos realizados para a compra das acções. Para combater o crédito malparado, o Millennium bcp avançou com as livranças, tendo muitos clientes ficado com ordenados executados e casas penhoradas. E muitas das dívidas contraídas para a aquisição das acções fora já vendidas a empresas de factoring.
Campanha agressiva. Abílio Abreu acredita agora que a causa do problema esteve na “agressividade da campanha” (Ver Caixa). As comunicações internas do BCP, provenientes da direcção de marketing do banco e entregues a todos os balcões da rede da instituição em 2000, que constam dos processos judiciais e às quais o “Semanário Económico” teve acesso, a importância estratégica da campanha passava por “contribuir para o alargamento da base accionista de retalho do BCP; aproveitar a conjuntura atractiva para o investimento em acções de instituições financeiras e beneficiar da valorização do título BCP; e estimular o cross-selling de produtos e serviços complementares”. As mesmas notas internas frisavam que a campanha tinha como objectivo para a rede Sotto Mayor “a angariação de 20.000 novos accionistas, oriundos da base de clientes Sotto Mayor, com a correspondente aquisição de 15.000.000 de acções”.
Para que a campanha tivesse sucesso, o BCP delineou um sistema de objectivos por balcão, salientando que “cada balcão só terá cumprido com os objectivos no caso de no final da campanha ter cumprido integralmente quer com os objectivos estabelecidos para a captação de novos accionistas quer com os objectivos estabelecidos para a aquisição de acções”.
Dada a importância estratégica da campanha foi instituído um sistema de incentivos que se traduzia, no final da campanha, em “25 euros por cada novo accionista e 0,10 euros por cada acção colocada”.
Segundo se alega nos processos judicias em curso, o BCP realçava ainda aos balcões, através das mesmas notas internas, que os accionistas do BCP teriam vantagens, tais como “condições muito favoráveis no crédito à habitação”, com um “spread de apenas 0,8% para os clientes que detiverem um mínimo de 1.500 acções”. Para que a aquisição se tornasse mais fácil, o BCP criou uma linha de crédito para a compra das mesmas, sobre as quais pedia a assinatura de uma livrança em branco.
Entre o argumentário de venda transmitido pela direcção de marketing, na campanha 2000, destacam-se os seguintes pontos: “As acções BCP são um título de grande liquidez e projecção no mercado de capitais; o título BCP é um título de referência do sector financeiro devido à evolução da cotação e ao potencial de valorização; a compra de acções BCP é recomendada por especialistas financeiros; os clientes beneficiam de uma linha de crédito, em condições vantajosas para aquisição de acções”.
Em letras maiores que o resto do corpo da comunicação interna, a comunicação de marketing lembrava: “Não se esqueçam. Estamos a vender o nosso desempenho” e “Vamos aproveitar os contactos dos nossos clientes para acções de venda sistematizadas”.



Título BCP caiu mais de 50%
Desde 30 de Setembro de 2000 até esta semana, os títulos do BCP caíram mais de 50%. Manuel Nogueira, ex-empresário de Fafe, foi um dos clientes que comprou acções do banco com recurso a um crédito de 675 mil euros, dando como garantia uma livrança em branco e o penhor das acções compradas. Comprou cada acção a 5,5 euros. Num dos processos a que o “Semanário Económico” teve acesso, e que está em curso no Tribunal do Porto, um dos clientes acusa um funcionário do BCP de o “ter aconselhado/pressionado sempre” a “manter as acções”, e que o mesmo terá assegurado “que a cotação das acções iria continuar a subir e que em, Outubro de 2000 (data em que terminava a campanha) seria a melhor altura para a venda”. Por outro lado, o funcionário terá garantido que “o investimento era seguro e que este nunca perderia dinheiro”. Outro dos clientes, de Arouca, que tem um processo em curso alega que “o contrato fora estabelecido fora do estabelecimento”, do banco, e só “após muita insistência e forte pressão psicológica do funcionário”. Este cliente acabou por comprar 5.000 acções do BCP a um preço unitário de 5,5 euros.

O argumentário de venda da Campanha 2000
Segundo se alega nos processos judicias em curso, o argumentário de venda transmitido pela direcção de marketing, na campanha 2000, baseava-se, entre outros, nos seguintes pontos:
1 - As acções BCP são um título de grande liquidez e projecção no mercado de capitais.
2 - As acções BCP estão cotadas nas principais praças financeiras internacionais.
3 - O título BCP é a partir de 7/7/00 um título de referência na Bolsa de Valores de Lisboa, o seu peso no índice BVL 30 atinge actualmente 18,2%.
4 - O título BCP é um título de referência do sector financeiro devido à evolução da cotação e ao potencial de valorização.
5 - A compra de acções BCP é recomendada por especialistas financeiros.
6 - O banco Salomon Smith Barney, ABN Amro e Deutsche Bank recomendam a compra de títulos BCP, juntando-se a outros especialistas como a Merrill Lynch, J. P. Morgan e Lehman Brothers. O preço-alvo médio destes especialistas é de 6,59 euros (variação entre 5,7 e 7,5 euros).
7 - O título BCP proporciona um bom dividendo (dividend yield entre 2% e 3%).
8 - O Grupo BCP é o principal grupo financeiro privado português. É líder de mercado no negócio segurador e na gestão de activos financeiros e tem presença significativa no crédito hipotecário, na banca de investimentos, na locação financeira e factoring e nos cartões de crédito. Para além disto elegeu como objectivo estratégico a consolidação da sua posição de liderança no mercado doméstico.
9 - O BCP é o único banco português entre os 30 maiores bancos europeus.
10 - Os clientes beneficiam de uma linha de crédito, em condições vantajosas para aquisição de acções.


Private Banking do Millennium bcp em tribunal por gestão danosa
Os clientes do private banking do Millennium bcp também moveram acções contra o banco. O advogado e professor universitário, especialista em Direito do Consumidor, Correia de Almeida, confirma ter sido contactado por um cliente de Coimbra, que tem uma acção a correr contra o banco, e que “pretende criar uma associação dos antigos clientes contra o private banking do Millennium bcp. A intenção é juntar o máximo de pessoas para avançar com acções em Tribunal por má gestão”. Correia de Almeida está actualmente a defender um cliente do private banking do Millennium bcp que abriu conta naquele banco em 1998, “através do depósito de acções da Imparsa no valor de quase 400 mil euros, e ao qual, automaticamente concederam um empréstimo de 850 mil euros para a compra de mais títulos, contra a assinatura de uma livrança em branco”.
O processo está a correr no Tribunal de Lisboa e deverá terminar a fase de peritagem, em que o banco é acusado de má gestão, no final de Abril. O “Semanário Económico” tomou ainda conhecimento de outros casos semelhantes, um dos quais em que o cliente acusa o Millennium bcp de “ter comprado 100 mil acções do BCP sem autorização”.
No primeiro caso, foi assinado um contrato, em 1 de Julho de 1998, com a AF Investimentos, no qual o objecto do contrato definia que “o cliente mandata a AF-I para, de acordo com o estabelecido neste contrato, administrar quaisquer valores que integrem a carteira, pelo que lhe confere plenos poderes para comprar, vender e subscrever valores mobiliários, qualquer que seja a sua natureza”. Entretanto, o contrato do empréstimo de 850 mil euros “foi sendo constantemente alterado sem o consentimento do cliente”, diz Correia de Almeida. E em Abril de 2002, depois de a gestora de activos ter feito várias aplicações financeiras que resultaram em prejuízos para o cliente, deixando-o sem forma de pagar o respectivo empréstimo, o Millennium bcp acciona a livrança, tentado executar os bens dos pais do cliente e os do próprio cliente.
Segundo o perito escolhido por Correia de Almeida “o resultado da gestão é de tal modo desastroso que quase se dispensariam mais comentários, bastando o facto de se terem delapidado quase 90% do capital disponível”. Dos 1,250 milhões de euros iniciais, em 2000 este cliente tinha já perdido 1,091 milhões de euros.
O perito refere ainda que “não se verificaram quaisquer investimentos em acções tecnológicas durante o desenvolvimento da famosa bolha especulativa que se desenvolveu durante o período de Outubro de 1999 até Março de 2000”.
Correia de Almeida refere ainda que o que levou o seu cliente a mudar de um outro banco para o BCP foi uma campanha que dizia “Connosco o seu dinheiro será sempre valorizado”. Este especialista diz tratar-se “de um assunto do Direito do Consumidor.
Uma das coisas que as pessoas desconhecem é que a lei diz que em caso de dúvida entre o contrato e a publicidade o que prevalece é a publicidade. Basta consultar o 12º artigo do Código da Publicidade e o nº 5 do artigo 7º do Código do Consumidor”.
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"

Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges

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