ULISSES
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Caro Lobo,
Cada vez sinto mais dificuldade em antever o longo prazo. Não tenho dúvidas que a evolução dos mercados de capitais, no longo prazo, está intimamente relacionado com o desempenho da economia. Claro que, no curto prazo, muitos dos movimentos são erráticos e em nada influenciados por estas questões fundamentais. Mas, reafirmo, em termos de tendência de longo prazo, a evolução dos mercados está e continuará a estar muito relacionada com a evolução da economia.
E se os economistas não conseguem acertar nas suas previsões macro-económicas, porque é que me hei de armar em “herói” e antever o que vai acontecer? Repare que os economistas, desde o segundo trimestre de 2001, andam a antever uma recuperação da economia para seis meses depois das suas previsões. Claro que a economia continua sem mostrar sinais de recuperação e a generalidade dos economistas, quando interrogados sobre a altura de inversão, continuam a dizer que ela vai acontecer daqui a 6 meses...
Por isso, cada vez mais evito traçar cenários de longo prazo. Não me sinto minimamente capaz e acho que isso está dependente de tantas variáveis imprevisíveis que duvido sempre de quem tenta fazer previsões desse estilo, sejam eles analistas, “traders” ou até responsáveis da Reserva Federal...
Por isso, não tenho quaisquer certezas da continuação deste “bear market”. Haverá um dia em que ele terminará, sem que nós nos apercebamos logo disso. Só iremos perceber isso mais tarde, quando percebermos que o mercado já cai com muita dificuldade e está já no ritmo das subidas.
Até lá, há sempre que dar o benefício das dúvidas aos ursos que têm dominado os mercados nos últimos 3 anos. Quem os tem contrariado tem saído muito chamuscado e esmagado pelo seu poder. Repare que muitos já prognosticaram o fim deste “bear market” por diversas vezes e sempre o falharam. Alguma vez acertarão, mas penso que é preferível detectar essa mudança de “bear” para “bull market” tardiamente, do que tentar antecipá-la e errar.
Em relação ao curto prazo, a situação é tudo menos clara. Eu tenho andado muito pouco activo em termos de “trading”, pois baseio grande parte do meu “trading” na análise técnica e duvido muito da sua eficácia em momentos como os que estamos a viver, onde o mercado olha mais para as notícias da Guerra do que para as notícias das empresas.
Tal como disse, acreditava que, passados dois ou três dias do início da Guerra, o mercado iria inverter, o que – de facto – veio a acontecer. Mas o que se seguirá já é muito mais difícil de prognosticar. Julgo que anda muita gente nervosa com o facto de já ser quase consensual que a Guerra irá demorar vários meses. Sobretudo este fim-de-semana isso ficou bem claro .Mas eu acho que o facto disso já ser quase consensual é também sinal de que é provável que os mercados já estejam a descontar isso e conto que a previsível abertura em baixa de amanhã já incorpore essa expectativa de uma Guerra dura e longa.
Além disso, ao contrário do que é a percepção generalizada, as Guerras longas têm sido acompanhadas de subidas ( ver os números em: http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... ght=#36295).
Por isso, eu não me sentiria muito confortável com posições curtas nesta altura.
As posições longas também não são nada tranquilizadoras, sobretudo depois do forte ressalto que tivemos e que pareceu mais um daqueles potentes ressaltos neste “bear market”. Estarmos em “bear market” é, só por si, sinónimo de risco nas posições longas.
Como tal, eu tenho estado fora do mercado, dados os argumentos fortes que vejo do lado dos touros e dos ursos. Mas, se me obrigassem a tomar uma posição na Segunda-feira (sobretudo com a previsível abertura em queda), estaria mais predisposto a abrir uma posição longa do que curta.
Quanto ao BCP poder chegar ao 1 euro, isso vai depender do tal futuro de longo prazo do mercado que me escapo a prever e a comentar. Acho é que não nos devemos exagerar na atenção que damos a esses números redondos. Se é possível? Claro que sim, pois qualquer acção pode cair sempre mais do que esperamos. Se ponho dinheiro nisso? Não.
Só não acho é que seja argumento que o BCP seja um grande grupo económico e que abaixo do 1 euro seria trágico para o nosso país. É que este género de argumento já tinha sido usado para a Sonae SGPS.
Um abraço,
Ulisses
Cada vez sinto mais dificuldade em antever o longo prazo. Não tenho dúvidas que a evolução dos mercados de capitais, no longo prazo, está intimamente relacionado com o desempenho da economia. Claro que, no curto prazo, muitos dos movimentos são erráticos e em nada influenciados por estas questões fundamentais. Mas, reafirmo, em termos de tendência de longo prazo, a evolução dos mercados está e continuará a estar muito relacionada com a evolução da economia.
E se os economistas não conseguem acertar nas suas previsões macro-económicas, porque é que me hei de armar em “herói” e antever o que vai acontecer? Repare que os economistas, desde o segundo trimestre de 2001, andam a antever uma recuperação da economia para seis meses depois das suas previsões. Claro que a economia continua sem mostrar sinais de recuperação e a generalidade dos economistas, quando interrogados sobre a altura de inversão, continuam a dizer que ela vai acontecer daqui a 6 meses...
Por isso, cada vez mais evito traçar cenários de longo prazo. Não me sinto minimamente capaz e acho que isso está dependente de tantas variáveis imprevisíveis que duvido sempre de quem tenta fazer previsões desse estilo, sejam eles analistas, “traders” ou até responsáveis da Reserva Federal...
Por isso, não tenho quaisquer certezas da continuação deste “bear market”. Haverá um dia em que ele terminará, sem que nós nos apercebamos logo disso. Só iremos perceber isso mais tarde, quando percebermos que o mercado já cai com muita dificuldade e está já no ritmo das subidas.
Até lá, há sempre que dar o benefício das dúvidas aos ursos que têm dominado os mercados nos últimos 3 anos. Quem os tem contrariado tem saído muito chamuscado e esmagado pelo seu poder. Repare que muitos já prognosticaram o fim deste “bear market” por diversas vezes e sempre o falharam. Alguma vez acertarão, mas penso que é preferível detectar essa mudança de “bear” para “bull market” tardiamente, do que tentar antecipá-la e errar.
Em relação ao curto prazo, a situação é tudo menos clara. Eu tenho andado muito pouco activo em termos de “trading”, pois baseio grande parte do meu “trading” na análise técnica e duvido muito da sua eficácia em momentos como os que estamos a viver, onde o mercado olha mais para as notícias da Guerra do que para as notícias das empresas.
Tal como disse, acreditava que, passados dois ou três dias do início da Guerra, o mercado iria inverter, o que – de facto – veio a acontecer. Mas o que se seguirá já é muito mais difícil de prognosticar. Julgo que anda muita gente nervosa com o facto de já ser quase consensual que a Guerra irá demorar vários meses. Sobretudo este fim-de-semana isso ficou bem claro .Mas eu acho que o facto disso já ser quase consensual é também sinal de que é provável que os mercados já estejam a descontar isso e conto que a previsível abertura em baixa de amanhã já incorpore essa expectativa de uma Guerra dura e longa.
Além disso, ao contrário do que é a percepção generalizada, as Guerras longas têm sido acompanhadas de subidas ( ver os números em: http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... ght=#36295).
Por isso, eu não me sentiria muito confortável com posições curtas nesta altura.
As posições longas também não são nada tranquilizadoras, sobretudo depois do forte ressalto que tivemos e que pareceu mais um daqueles potentes ressaltos neste “bear market”. Estarmos em “bear market” é, só por si, sinónimo de risco nas posições longas.
Como tal, eu tenho estado fora do mercado, dados os argumentos fortes que vejo do lado dos touros e dos ursos. Mas, se me obrigassem a tomar uma posição na Segunda-feira (sobretudo com a previsível abertura em queda), estaria mais predisposto a abrir uma posição longa do que curta.
Quanto ao BCP poder chegar ao 1 euro, isso vai depender do tal futuro de longo prazo do mercado que me escapo a prever e a comentar. Acho é que não nos devemos exagerar na atenção que damos a esses números redondos. Se é possível? Claro que sim, pois qualquer acção pode cair sempre mais do que esperamos. Se ponho dinheiro nisso? Não.
Só não acho é que seja argumento que o BCP seja um grande grupo económico e que abaixo do 1 euro seria trágico para o nosso país. É que este género de argumento já tinha sido usado para a Sonae SGPS.
Um abraço,
Ulisses
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- Registado: 29/10/2002 4:04
- Localização: Aveiro
ULISSES
tenho seguido mto atentamente os seus comentarios
acerca da sua posiçao no mercado .ora fez uma analise em que iria tomar uma posiçao contraria a do mercado nos primeiros dias de conflito
claro que se a tomu como curta ja podera estar a beneficiar .podemos ter o caso de uma semana mto má em noticias e apartir daqui começarmos a subir ao bom andamento da vitória (mais que certa da coligaçao)?
o que me faz alguma confusao e a sua certeza no continuar do bear market logo de seguida .nao estará ja tudo descontado.ou o mercado continuará curto mais uns anos? e se tudo começar a passar pro lado dos curtos agora acessivel a todos?quem comprará?
em relaçao ao bcp estará programado os 1 e?
acerca da sua posiçao no mercado .ora fez uma analise em que iria tomar uma posiçao contraria a do mercado nos primeiros dias de conflito
claro que se a tomu como curta ja podera estar a beneficiar .podemos ter o caso de uma semana mto má em noticias e apartir daqui começarmos a subir ao bom andamento da vitória (mais que certa da coligaçao)?
o que me faz alguma confusao e a sua certeza no continuar do bear market logo de seguida .nao estará ja tudo descontado.ou o mercado continuará curto mais uns anos? e se tudo começar a passar pro lado dos curtos agora acessivel a todos?quem comprará?
em relaçao ao bcp estará programado os 1 e?
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luis lobo
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