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Caldeirão da Bolsa

Petróleo e gasolina - vamos a números

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por bullsista » 7/1/2007 3:30

Caro Elias,

Tenho lido este tópico nos últimos dias e tenho de dar-te os parabéns pelo trabalho realizado ao longo do ano. É um tema que nos interessa a todos pois normalmente a desculpa dos aumentos de tudo e mais alguma coisa é baseado nos aumentos dos combustíveis. O teu trabalho parece provar aquilo que até o mais desatento já percebeu como é a estranha a relação entre o preço do crude e da gasolina. Culpados dessa estranha relação não sabemos. Mas acho que seria interessante para tirar qualquer tipo de dúvida de que algo de muito estranho se passa neste país quanto ao preço dos combustíveis que fizésses o mesmo tipo de comparação com outros países que nos estão próximos. Já várias vezes ao longo deste tópico foi referenciada essa diferença mas não há nada como um gráficozinho para percebermos a verdadeira dimensão da "coisa". O que achas?

Mais uma vez, parabéns pelo teu trabalho.
Abraços e bons negócios
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por Garfield » 6/1/2007 19:23

Elias Escreveu:Indo abastecer a Espanha, quando passa perto da fronteira, assegurando um desconto de 25%;
Indo abastecer aos hipermercados, quando passa lá perto, beneficiando de um desconto de 5%;
Usando as promoções do Continente, Feira Nova, etc. que dão cerca de 4-5% de desconto;
A gasolina vale aquilo que o mercado está disposto a pagar por ela. Pelos vistos, vale bem 1,23€...


Concordo em parte mas temos de interiorizar que apenas uma queda verdadeira da procura nos postos fornecidos pela principal refinadora do país é que se veria uma mudança de atitude por parte das gasolineiras em ajustar o preço de venda àquele que deveria ser o seu verdadeiro valor para que elas mantivessem as mesmas margens que tinham antes do ultimo aumento do preço do crude.

Convenhamos que souberam acompanhar as subidas mas recusaram-se a acompanhar as descidas com a mesma frequencia e celeridade.

De que me serve então utilizar os vales descontos que me oferecem uma redução no preço mas continuam a alimentar as principais gasolineiras?

O Jumbo dá taloes para a BP e o Continente para a GALP. Não vejo como desta forma é possivel que elas sintam necessidade de reduzir o preço.

Vejam o seguinte exemplo à data de hoje para a gasolina S/Chumbo 95 octanas :

1,138€ ( Esso em frente ao Arrabida Shopping em V.N.Gaia )
1,223€ ( Galp E.N. 222 V.N.Gaia junto à Salvador Caetano )

Sem talões de desconto, sem compras adicionais para os obter temos um diferencial de 6,95%!

Num deposito de 25 litros são 4,25€, já compensa o aumento do pão ou 1 ida ao cinema :)

O que eu nao compreendo e é irracional é como é que mesmo assim o posto da Galp estava apinhado de gente a atestar os seus depositos ?!? Não dá para entender...
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por Elias » 5/1/2007 22:25

gonzaga,

o que referes sobre a elasticidade da procura é correcto, contudo não sei se faz sentido considerar a gasolina um bem de primeira necessidade (e já agora, o pão também não), pois ambos têm substitutos. No caso do pão, no caso de o preço se tornar excessivo, pode ser considerada a sua substituição por outros alimentos. No caso da gasolina, ocorrem-me pelo menos duas opções:
(i) - transportes alternativos
(ii) - possibilidade de duas ou mais pessoas que façam o mesmo percurso partilharem um só carro

Assim, a falta de elasticidade neste produto não deve ser interpretada como sendo a gasolina um bem de 1ª necessidade, mas sim como o facto de mercado (=as pessoas) considerar o transporte individual (no sentido mais estrito possível da expressão) um bem de primeira necessidade.

Mantenho a minha opinião de que a evolução do preço da gasolina reflecte aquilo que o mercado está disposto a pagar por ele. Aliás, na próxima semana com o aumento do ISP o "gap" que tenho vindo a assinalar deverá aumentar mais uns pontos.

1 abraço,
Elias
 
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por gonzaga » 5/1/2007 19:54

Tenho acompanhado com algum interesse esta discussão, e gostava de tentar acrescentar algumas ideias...

Existe um conceito muito relacionado com a lei da oferta e procura : a elasticidade da procura.

Sabendo que a quantidade procurada de um bem desce com o aumento do seu preço, a elasticidade da procura mede o declive desta descida, por outras palavras é a sensibilidade a alterações do preço.

Acontece que com bens de primeira necessidade o declive desta recta é muito reduzido, porque os compradores precisam muito do bem e dessa dependência surge uma "quase" insensibilidade ao preço.

Se por exemplo o preço do pão (o bem de 1ª necessidade típico) aumentar para o dobro de certeza que o consumo deste não vai cair para metade.
O inverso também é válido : lá por o pão custar metade eu não vou duplicar o meu pequeno-almoço!

Mas como os recursos não são duplicáveis aquilo que gasto a mais num lado tenho de gastar menos noutras coisas, no nosso exemplo se o pão aumentava para o dobro via-me forçado a ir menos vezes ao cinema...

Se repararmos é isso que tem acontecido...

Então o que faz dos combustiveis um bem de primeira necessidade ?
A nossa preguiça, comodidade e preconceitos


Nota : resolvi desprezar variáveis que compoem o preço dos combustiveis como o preço das matérias primas (incluindo ganhos cambiais), os impostos e outras para ir ao centro da questão - a quantidade procurada

Em jeito de conclusão : muitas "commodities" ás quais estamos muito habituados vão aumentar muito o preço - água potável, combustiveis, e energia electrica em parte por aquilo que tive a explicar
 
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por Elias » 5/1/2007 17:49

rmachado Escreveu:Depois se a procura não aumenta, e teoricamente basta ver a queda do petroil, porque aumenta o preço? Não é a subversão da lei da oferta e da procura?


rmachado, desde o início deste "estudo" que tenho tentado demonstrar que o preço do petróleo não é o que realmente influencia o preço da gasolina.

O preço sobe porque o mercado tem mostrado disposição para pagar mais. Nenhuma outra razão é necessária. É a lei da oferta e da procura no seu melhor 8-)

1 abraço,
Elias

P.S. - Na próxima semana virá a já anunciada subida de 3 cêntimos, devido ao aumento do IPP
 
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por rmachado » 5/1/2007 17:39

Ok Elias.

Se considera concorrencia, o facto de alguns (poucos) sitios existir gasolina mais barata mediante alguns condicionamentos, então não sei o que é a concorrência...

E mesmo aproveitando as "benesses" dos talões de desconto... o problema mantêm-se... o aumento do gap entre produto bruto e o preço final...

Depois, eu seria o primeiro a ir para uma alternativa em que não gastasse gasolina/gasóleo... mas pergunto, existem?

Depois se a procura não aumenta, e teoricamente basta ver a queda do petroil, porque aumenta o preço? Não é a subversão da lei da oferta e da procura?

O seu estudo é elucidativo do tipo de empresas que temos em Portugal, visto que lá fora, estas descrepâncias não existem. E pasme-se a Galp, a Repsol, a Cepsa, a BP existem lá fora e não fazem isto nos paises onde estão. Pq Será?

A questão é que quem domina o transporte, a refinação é uma e só uma empresa...

é que tenho um amigo com um posto de combustivel concessionado e ele não fixa os preços, são fixados centralmente...
 
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por Elias » 5/1/2007 16:40

rmachado Escreveu:Sim e não, as questões são:
Temos hipóteses de não "gastar" gasolina/Gasóleo?

Isso é uma questão filosófica que se afasta do objectivo do meu post.
Eu devolvo-lhe a questão com a seguinte formulação: quanto está a disposto a pagar por litro de gasolina?
Ou seja, se por hipótese a gasolina chegar aos 4 ou 5 euros por litro, está disposto a considerar outras formas de transporte? Ou continuará a gastar o mesmo?

rmachado Escreveu:Temos realmente concorrência?

Sim, temos. Há vários postos por todo o país que fazem preços bastante mais baratos (por exemplo os dos hipermercados).

rmachado Escreveu:Somos assim tão gastadores comparativamente aos Espanhóis (para não ir mais longe)?


A questão não é se somos mais ou menos gastadores, mas sim qual a resposta do mercado português às subidas de preço. Se quem vende decide subir o preço e o mercado não responder com uma diminuição de procura, haverá (objectivamente) razao para baixar o preço?

rmachado Escreveu:Mais, ao que parece a procura até nem têm subido, até desceu ligeiramente se não me engano pelo que li algures por aqui num post que era uma noticia do IGE, ou algo assim.


Lembro-me dessa notícia mas se bem me recordo esses cálculos não levavam em linha de conta a "fuga" de condutores que vão abastecer a Espanha - e que não devem ser assim tão poucos.

rmachado Escreveu:É óbvio que as empresas são para dar lucro, mas diga-me lá qual é o sector em que a concorrência é como nas "gasolinas"?


Não sei, não estive a fazer comparações sistemáticas de preços noutros sectores. Provavelmente estas situações são muito mais frequentes do que imaginamos.

rmachado Escreveu:Só para dar um exemplo, quando fui ao colombo, por exemplo na epóca de Natal, consegui encontrar um Nenuco igual por 45 no Toys e por 30 com talão Continente no dito cujo... Isto em 50 metros....
Quem diz isto diz livros.. etc, etc, etc... Agora nos postos de gasolina onde é que consigo isto?


Indo abastacer a Espanha, quando passa perto da fronteira, assegurando um desconto de 25%
Indo abastecer aos hipermercados, quando passa lá perto, beneficiando de um desconto de 5%
Usando as promoções do Continente, Feira Nova, etc. que dão cerca de 4-5% de desconto.
A gasolina vale aquilo que o mercado está disposto a pagar por ela. Pelos vistos, vale bem 1,23...
 
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por rmachado » 5/1/2007 16:10

Elias

Sim e não, as questões são:
Temos hipóteses de não "gastar" gasolina/Gasóleo?
Temos realmente concorrência?
Somos assim tão gastadores comparativamente aos Espanhóis (para não ir mais longe)?

Mais, ao que parece a procura até nem têm subido, até desceu ligeiramente se não me engano pelo que li algures por aqui num post que era uma noticia do IGE, ou algo assim.

É óbvio que as empresas são para dar lucro, mas diga-me lá qual é o sector em que a concorrência é como nas "gasolinas"?

Só para dar um exemplo, quando fui ao colombo, por exemplo na epóca de Natal, consegui encontrar um Nenuco igual por 45 no Toys e por 30 com talão Continente no dito cujo... Isto em 50 metros....
Quem diz isto diz livros.. etc, etc, etc...

Agora nos postos de gasolina onde é que consigo isto?
 
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por Elias » 5/1/2007 16:01

rmachado Escreveu:Dá-me vontade de dizer, eu ainda sou do tempo em que o estado é que determinava o preço da gasolina... parece que temos de voltar a este mêtodo, e eu que sou a favor do livre comércio, desde que seja livre...

O melhor seria o Estado obrigar a a uma diferença máxima entre o preço do crude e os valores dos combustiveis... com uma decalage de 2 semanas..


Convém não esquecer que a GALP é uma empresa privada (se não totalmente, pelo menos em parte). Como em qualquer empresa privada, o seu principal objectivo, senão mesmo o único, é o lucro. As outras gasolineiras que operam no mercado português, embora estrangeiras, também são privadas e têm idênticos objectivos de lucro. Como qualquer empresa de qualquer outro sector, quanto mais venderem e mais lucro tiverem, melhor (face aos seus objectivos). Elas vão gerindo o preço dos combustíveis em função da procura (e não em função dos protestos dos consumidores e dos e-mails que por aí circulam apelando ao boicote). Se os consumidores estão dispostos a pagar 1,23 euros por litro, então porquê baixar o preço? Nada há de errado nisso, isto é o mercado a funcionar.

Note-se que o meu "estudo" tem apenas em vista determinar a evolução comparada do preço do crude e da gasolina e não fazer juízos de valor sobre o preço a que a gasolina devia estar...

1 abraço,
Elias
 
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por ASE » 5/1/2007 12:58

rmachado,

como deves compreender o estado também não tem muito interesse em que o preço dos combustíveis baixe, ou não fosse agora introduzir mais uma taxa-de-qualquer-coisa.

Enquanto o imposto arrecadado pelo estado, por litro de combustível, for uma percentagem do preço e não um valor fixo, (sem considerar as implicações na economia geral) quanto mais alto for o preço, e as pessoas o paguem, melhor.

ASE.·.
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por rmachado » 5/1/2007 12:51

Infelizmente parece que não....

A suposta liberalização é uma fraude... E só um cego é que não quer ver.

Dá-me vontade de dizer, eu ainda sou do tempo em que o estado é que determinava o preço da gasolina... parece que temos de voltar a este mêtodo, e eu que sou a favor do livre comércio, desde que seja livre...

O melhor seria o Estado obrigar a a uma diferença máxima entre o preço do crude e os valores dos combustiveis... com uma decalage de 2 semanas..

Tipo o "gap" entre o preço do crude e o preço da gasolina só pode ser de X... em que X seria por exemplo 5-10%..

Ou isso ou então não sei...
 
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por Elias » 5/1/2007 12:41

Este mês de Janeiro completa-se um ano desde que iniciei o "estudo" comparativo da evolução dos preços do petróleo (crude light) e da gasolina.

E ao fim de um ano, o que podemos concuir? Podemos facilmente constatar que no espaço de 12 meses o preço da gasolina nao desceu (está ao mesmo preço a que estava em Janeiro de 2006) e o preço do petróleo caiu 21,5%.

Dito de outra forma, o "gap" entre o preço do crude e o preço da gasolina é agora de 21,5% sendo este o valor mais alto desde que iniciei esta recolha de dados. Independentemente das explicações avançadas pelas mais variadas entidades, a verdade é que este "gap" não pára de aumentar.

Em Espanha a gasolina custa cerca de 93-94 cêntimos o que se traduz numa poupança de 28 cêntimos por litro - para um carro como o meu, que tem um depósito de 60 litros, encher o depósito em Espanha cada vez compensa mais (são 18 euros que se poupam de cada vez).

Nos últimos dias houve algumas "movimentações" com a Autoridade da Concorrência a pedir explicações sobre as variações dos preços. Será que isto leva a algum lado...?

Aqui fica o gráfico actualizado.

Saudações,
Elias
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por Jiboia Cega » 29/12/2006 16:31

Afinal sempre há qualquer coisa que não bate muito certo...

Concorrência considera inexplicável lenta descida dos preços dos combustíveis em Portugal
Os preços dos combustíveis no retalho, em Portugal, estão a responder com um atraso de cerca de 4 semanas aos preços dos mercados internacionais, quando a média na União Europeia é de 2 semanas. No entanto, a Autoridade da Concorrência considera que a diferença no tempo de ajustamento dos preços em relação aos mercados internacionais "não é suficiente" para explicar o desfasamento observado nos preços nacionais.

Rita Paz

Na newsletter sobre acompanhamento do mercado dos combustíveis, hoje divulgada pela Autoridade da Concorrência (AdC), é dito que os preços internacionais da gasolina e do gasóleo caíram 32% e 13%, respectivamente, no terceiro trimestre deste ano.

No entanto, no território nacional, o preço antes de impostos da gasolina sem chumbo 95 caiu aproximadamente 12,2%, enquanto que no caso do gasóleo a descida foi de 1,2%.


in "Diario Económico.com"
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Mais uma acha para a fogueira.

por ansousa » 29/12/2006 16:31

in publico
Concorrência: preços dos combustíveis caíram demasiado devagar 29.12.2006 - 15h05 Lusa



A Autoridade da Concorrência concluiu que não há justificação para a lentidão na redução dos preços dos combustíveis praticados em Portugal, no terceiro trimestre do ano, em comparação com a baixa, mais acentuada, que se tem verificado nos mercados internacionais.

No terceiro trimestre, os preços da gasolina e do gasóleo no exterior desceram 32 e 13 por cento, respectivamente, enquanto internamente baixaram apenas 12,2 e 1,2 por cento – menos 19,8 pontos e menos 11,8 pontos percentuais.
"O pessimista queixa-se do vento. O optimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas."
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por Elias » 28/12/2006 12:51

Bom dia a todos,

Aqui vão algumas respostas:



Jiboia Cega Escreveu:Elias,

O valor que está no site anda sempre atrasado e carece de actualização. Aliás, se fores à bomba abastecer, não te cobram menos dois centimos :)



Pela minha experiência, normalmente o site é actualizado quando é feita a alteração nas bombas. Esta semana é que me parece que se atrasaram, mas já está rectificado.


Garfield Escreveu:boas,

elias diga-me uma coisa, esse grafico leva em consideração o aumento do ISP e IVA no valor final?
(...)
penso que acertada a diferença cambial EUR/USD e depois o peso dos aumentos efectuados este ano teremos então a verdadeira diferença entre o preço que devia estar a ser praticado e o preço que está a ser praticado na generalidade das bombas.


Sim, inclui todos os impostos, uma vez que apenas apresento o valor final. A correcção EUR/USD também está incorporada no gráfico.
Não estou a calcular o "preço que devia ser praticado" mas apenas a tentar determinar a discrepância entre o preço do crude e o PVP. Claro que em Janeiro, com o aumento anunciado do ISP, a discrepância volta a aumentar.


Emanuel Santos Escreveu:Para demonstrar que ao contrário do que dizem as vozes subversivas dos consumidores, não há qualquer tipo de actuação em cartel,


Para mim a questão essencial não é se há cartel ou não, mas sim se a evolução dos preços dos combustíveis tem alguma coisa a ver com os preços do crude. Isto é mais ou menos como a bolsa e a economia: a malta acredita que tem tudo a ver, mas se calhar não tem tanto a ver como isso... 8-)

Entretanto fica o gráfico actualizado.
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por Emanuel Santos » 28/12/2006 11:57

Para demonstrar que ao contrário do que dizem as vozes subversivas dos consumidores, não há qualquer tipo de actuação em cartel, a Galp adianta-se à concorrência e pimba, toma lá mais 2 centimos no preço da zargolina...
Emanuel Santos

* Ai de mim, senão sou eu... :)

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por OPA » 28/12/2006 9:33

Claro que ha uma (nada) estranha coincidencia!...entao se todas as gasolineiras compram o combustivel a Petrogal nas duas unicas refinarias do pais ou num dos terminais, que especie de concorrencia e que estes senhores esperavam que houvesse?
Os unicos que se podem esquivar sao Repsol e Esso que tem terminais proprios na zona da Trafaria.
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por Garfield » 26/12/2006 21:27

boas,

elias diga-me uma coisa, esse grafico leva em consideração o aumento do ISP e IVA no valor final?

apenas coloco esta questão para limarmos algumas arestas no que diz respeito a esta questão.

penso que acertada a diferença cambial EUR/USD e depois o peso dos aumentos efectuados este ano teremos então a verdadeira diferença entre o preço que devia estar a ser praticado e o preço que está a ser praticado na generalidade das bombas.
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por Jiboia Cega » 26/12/2006 20:01

Elias,

O valor que está no site anda sempre atrasado e carece de actualização. Aliás, se fores à bomba abastecer, não te cobram menos dois centimos :)

Até que enfim que alguém do governo mexe nisto. Oxalá faça alguma coisa de útil.
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por Elias » 26/12/2006 13:15

Pois eu estava a tentar actualizar este gráfico mas neste momento estou com dúvidas porque o preço indicado no site da GALP (1,208) não coincide com o que está indicado nas bombas (1,22 a 1,23).

Logo que tenha o valor correcto actualizo.

Elias
 
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vamos ver s dá em alguma coisa ...

por ansousa » 26/12/2006 12:29

in Publico
Autoridade da Concorrência recebeu dossier
Governo pediu investigação a eventual concertação de preços dos combustíveis
26.12.2006 - 10h08 PUBLICO.PT



O secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, entregou à Autoridade da Concorrência um dossier sobre denúncias do que diz ser “formas estranhas" como são fixados os preços dos combustíveis no retalho.

Numa entrevista ao “Jornal de Negócios”, o governante assume que é o regulador da Concorrência que tem a competência para avaliar o comportamento das gasolineiras. "Remeti para a Autoridade da Concorrência o estudo sobre se poderá estar a haver alguma concertação de preços", nas gasolineiras, afirmou Fernando Serrasqueiro. "Terá de ser a Autoridade da Concorrência a pronunciar-se sobre isso".

Na sequência da investigação, Fernando Serrasqueiro assegura que irá intervir em caso de desvio à legalidade.

A Autoridade da Concorrência vai avaliar ainda os motivos para os preços elevados dos combustíveis que são praticados em território nacional, em comparação com outros país.

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por Elias » 15/12/2006 12:18

TheTraveler Escreveu:É incrível como o povo não liga a estas notícias. Falem-lhes de futebol que o país pára logo...


Não me parece assim tão incrível.

Já os romanos sabiam o que era necessário para manter o povo satisfeito: panem et circenses.

O futebol é o circenses dos nossos dias.

Entretanto aqui fica mais uma actualização.

1 abraço,
Elias
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por TheTraveler » 15/12/2006 11:07

ASE Escreveu:
Jornal de Negócios Escreveu:Combustíveis caem nas bolsas mas sobem nas bombas
Os preços dos combustíveis aumentaram mais de 2% este ano em Portugal, mas a factura das gasolineiras está actualmente mais barata que no início do ano, fruto da subida do euro face ao dólar.
Susana Domingos
sdomingos@mediafin.pt

Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt


Os preços dos combustíveis aumentaram mais de 2% este ano em Portugal, uma evolução que acompanha o comportamento das matérias-primas negociadas em dólares nas bolsas internacionais.

Contudo, se analisada a evolução do euro, o preço das matérias-primas caiu, já que a moeda europeia está a acumular um ganho de 11% em 2006, o que diminui o peso dos combustíveis nas facturas dos países europeus.

O secretário geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), José Horta, explicou ao Jornal de Negócios que os preços dos combustíveis nos postos de abastecimento estão expostos a diversos factores, como o preço do crude, das matérias acabadas (gasolina e gasóleo nos mercados internacionais), impostos e ao euro.

Segundo os preços médios de venda ao público entre Janeiro e Novembro – desde então quer os combustíveis quer as matérias-primas têm-se mantido estáveis –, publicados no "site" da Direcção Geral de Geologia e Energia, a gasolina sem chumbo 95 octanas aumentou 2,26% e o gasóleo cresceu 3,35%.

Esta subida inclui já o aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) realizado em Janeiro deste ano e que representa um custo adicional de 2,5 cêntimos. Por seu lado, os contratos de matérias-primas, negociados em dólares, registaram um aumento de cerca de 2% no caso da gasolina e de cerca de 4% no caso do gasóleo.

No entanto, uma vez que Portugal realiza os pagamentos em euros, o facto da divisa estar a subir frente ao dólar desde o início do ano, faz com que os preços dos contratos pagos em euros tenham caído 14% no caso da gasolina e de 7% no caso do gasóleo.


É incrível como o povo não liga a estas notícias. Falem-lhes de futebol que o país pára logo...
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por ASE » 14/12/2006 10:00

Jornal de Negócios Escreveu:Combustíveis caem nas bolsas mas sobem nas bombas
Os preços dos combustíveis aumentaram mais de 2% este ano em Portugal, mas a factura das gasolineiras está actualmente mais barata que no início do ano, fruto da subida do euro face ao dólar.
Susana Domingos
sdomingos@mediafin.pt

Sara Antunes
saraantunes@mediafin.pt


Os preços dos combustíveis aumentaram mais de 2% este ano em Portugal, uma evolução que acompanha o comportamento das matérias-primas negociadas em dólares nas bolsas internacionais.

Contudo, se analisada a evolução do euro, o preço das matérias-primas caiu, já que a moeda europeia está a acumular um ganho de 11% em 2006, o que diminui o peso dos combustíveis nas facturas dos países europeus.

O secretário geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), José Horta, explicou ao Jornal de Negócios que os preços dos combustíveis nos postos de abastecimento estão expostos a diversos factores, como o preço do crude, das matérias acabadas (gasolina e gasóleo nos mercados internacionais), impostos e ao euro.

Segundo os preços médios de venda ao público entre Janeiro e Novembro – desde então quer os combustíveis quer as matérias-primas têm-se mantido estáveis –, publicados no "site" da Direcção Geral de Geologia e Energia, a gasolina sem chumbo 95 octanas aumentou 2,26% e o gasóleo cresceu 3,35%.

Esta subida inclui já o aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) realizado em Janeiro deste ano e que representa um custo adicional de 2,5 cêntimos. Por seu lado, os contratos de matérias-primas, negociados em dólares, registaram um aumento de cerca de 2% no caso da gasolina e de cerca de 4% no caso do gasóleo.

No entanto, uma vez que Portugal realiza os pagamentos em euros, o facto da divisa estar a subir frente ao dólar desde o início do ano, faz com que os preços dos contratos pagos em euros tenham caído 14% no caso da gasolina e de 7% no caso do gasóleo.
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por OPA » 21/11/2006 19:02

E do gasóleo também...desculpem lá os dois posts!
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