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Caldeirão da Bolsa

Como calcular preços para opções ( e warrants) ?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Obrigado Ulisses

por Cem » 9/3/2003 23:33

Agora sim, li o artigo na íntegra.
No fundo reflecte também um pouco do que penso sobre o assunto, trata-se apenas de mais uma ferramenta auxiliar que, numa base estática, pode indicar se uma opção está cara ou barata.
E digo estática porque a maior crítica que faço à fórmula é não ter qualquer parâmetro de antevisão da direcção ou tendência dominante, essa só os traders que se antecipam conseguem explorar com sucesso. Se assim não fosse tudo isto era uma actividade de resultados nulos, os traders só ganham dinheiro se contrariarem, no movimento que procuram antecipar, todas as ineficiências baseadas em teorias do tipo "random walk", que no fundo está por trás da fórmula de Black-Scholes! A esta só vamos lá buscar os preços actuais para comprar ou vender agora, à data presente, para não corrermos atrás de miragens. É a referência dos market-makers, porque depois...é a fórmula que tem de correr atrás do mercado!
Um abraço,
Cem
Cem
 

por Ulisses Pereira » 9/3/2003 23:14

Cem,

O problema é que ao copiar o endereço aqui para o caldeirão, como tem ali um tracinho a meio do endereço, o caldeirão corta a morada a meio. Por isso, se tentaste aceder ao site, clickando no link do caldeirão, não conseguiste aceder.

Por isso, quando quiseres ler o artigo, copia o link integral que te deixei e já conseguirás.

Um abraço,
Ulisses
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Agradecimento

por Cem » 9/3/2003 23:08

Ao Ulisses pelo cumprimento e pela preciosa dica do site sugerido. embora, espero que seja momentâneo, quando tentei aceder ao site do cfo tive uma mensagem de "not found".
Ao Camisa Roxa, deixa lá, as matérias da Universidade só as vamos rebuscar no futuro quando pensamos que podem ter um valor acrescentado evidente! Eu também dei aulas como Assistente em Coimbra numa matéria que nada tinha a ver com mercados, e o que sinto hoje pelas matérias ligadas ao trading são uma autêntica paixão. Porquê? Porque podemos juntar o útil ao agradável, ganhar dinheiro através de know-how em matéria cinzenta ligada a assuntos relacionados com psicologia e ciências numéricas. Uma questão de aplicação prática evidente e pouco explorada!
Se quiser definir o trading e o mercado em poucas palavras: são a criação de um novo ser vivo, num desconhecimento permanente sobre o que lhe vai suceder e na fascinação de interagir com números que implicam movimento permanente, procurando sempre antecipar a sua direcção!
Patinha, não te inibas de perguntar aquilo que te atrapalha. Burros são aqueles que não têm a coragem de perguntar aquilo que não sabem!
Abraços e beijinhos,
Cem
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por Pata-Hari » 9/3/2003 21:38

XIIIIIIII, CEM! agora com a adenda, acabo de mailar ao ulisses a dizer que já tinha material para me entreter e dar trabalho para opara o próximo ano inteiro, lolllll!

Pois, podes ter explicado, mas o prato é denso e eu não digeri aquilo tudo à primeira, o que queres, sou uma pata fina (tradução : burra!). Mas agora acho que já percebi o suficiente para conseguir ir dentadinha a dentadinha percebendo melhor a coisa....

Beeeeeeeeeeeemmmmmmmmmmmmmm e obrigado pelo indicador secreto-no-longer... agora é que fico rica, lol! HEHEHEHEH... quem quer fast food quando se pode fazer em casa a halte-cuisine?! pas moi! hihihihihihihihihihih.

Beijinhossssssss!
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Fogo! Isso provoca uma indigestão das boas!

por Camisa Roxa » 9/3/2003 20:57

Apesar de ter estudado coisas como o Modelo de Black-Scholes na faculdade, nunca me interessei pelo trade de opções até agora

Contudo, vou relembrar primeiro os conceitos básicos e estratégias antes de avançar para coisas do tipo que referes no teu post

De qualquer maneira ou guardar para referência futura

Um abraço!
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por Ulisses Pereira » 9/3/2003 20:57

Cem,

Sendo tu um estudioso destas matérias, julgo que poderás achar interessante um artigo onde se foca o tema da eficácia do modelo de Black-Scholes na avaliação de opções. Aqui fica o link:

http://www.cfo.com/printarticle/0,5317,8883|M,00.html

Um abraço e parabéns por mais um artigo excelente,
Ulisses
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Ora muito boa tarde!

por Cem » 9/3/2003 19:08

Então vamos lá procurar responder às vossas dúvidas.

- Ao amigo lmm:

“Quando dizes que "uma Call comprada e uma Put vendida do mesmo strike no Mini-IBEX é a mesma coisa que comprarmos um contrato futuro do Mini-IBEX" não poderá querer dizer que é a mesma coisa que vender um contrato? Se não, porquê? Isto parece-me ser daqueles exemplos Delta Neutral, certo?”

Os futuros sintéticos, que não têm nada a ver com deltas neutrais, não são mais que formas idênticas de simulares o comportamento de futuros através de opções.
Para teres um cenário de venda de 1 contrato de futuros, simulado da mesma maneira em opções, fazes o contrário, isto é, compras uma opção Put e vendes uma opção Call desde que tenham o mesmo strike, pode ser qualquer preço de exercício que queiras!

Quanto à diferença de valores no cálculo das opções, desconheço o motivo, provavelmente as fórmulas que usas deverão ter uns parâmetros auxiliares ligeiramente diferentes, mas o resultado final mesmo assim parece-me muito semelhante, uma questão de pormenor!

Aquele “cozinhado” dos 72% / 28% é de facto uma receita caseira. Mas para evitar que o pessoal me esteja sempre a questionar sobre essa matéria, vou deixar aqui uma fórmula idêntica, uma versão anterior desse indicador que agora já foi reactualizado com outros parâmetros auxiliares um pouco mais desenvolvidos.
Mas a fórmula que aqui deixo, que partilho pela primeira vez com o pessoal dos fóruns, para quem a quiser aproveitar, dá igualmente uma aproximação muito semelhante. Se der um valor superior a 50 estamos em regime oscilatório ou lateral e abaixo dos 50 estamos num regime tendencial:

Fórmula do grau de oscilação, versão inicial ( em linguagem Metastock):

parceladxr14:=

If(

ADXR(14) < 15,

40,

If(

ADXR(14) > 35,

0,

(35-ADXR(14))*40/20) );

parcelvhf28:=

If(

VHF(C,28) < 0.25,

40,

If(

VHF(C,28) > 0.45,

0,

(0.45-VHF(C,28))*40/0.2));

precelchaikinvolat10:=

Power(Vol(10,10)/100,2)*20;

parcelchaikinvolat10:=

If(

precelchaikinvolat10 > 20,

20,

precelchaikinvolat10 );

oscdegree:=

parceladxr14+parcelvhf28+parcelchaikinvolat10;

oscdegree;


Quanto à última questão que puseste sobre o facto de não comprar mais Calls e vender menos Puts porque o preço de venda das Puts é mais elevado, penso que essa é exactamente a razão pela qual vendo mais Puts. Se estes estão “caros”, então junto-me ao grupo que vende opções!
Eventualmente, porque o ciclo entre regimes tendenciais e oscilatórios vai alternando ao longo do tempo de uma forma irregular, aceito que pudesses, no caso do exemplo, fazer o seguinte ( partindo do pressuposto que o grau de oscilação do IBEX poderia baixar de 72% para perto de 50% no prazo de um mês, um regime misto entre oscilatório e tendencial):
Para opções de Março: compra de 5 Calls e venda de 13 Puts do strike 5500 do Mini-IBEX.
Para opções de Abril: compra de 9 Calls e venda de 9 Puts ( = compra de 9 futuros sintéticos do Mini-IBEX) do strike 5500.

- À amiga Patolas:

Oh Patinha, olha que este post tem muito mais sumo que os chamados “fast-food”, esses não têm muito que saber e são meras curiosidades estatísticas desprovidas de explicações emocionais! Quem seguir este tipo de estratégia tem tudo ao dispor para fazer uma carreira de sucesso como trader de opções e warrants! (Atenção, isto não é para day traders, é exactamente o contrário, pescar só o que interessa na hora certa).

Para calculares a volatilidade histórica, acho que deixei isso bem explicado no post, vais à base de dados da PTC, se é essa acção que estavas a querer estudar, e abres com um número de sessões ligeiramente superior a um ano.
Depois vais ao “Indicator QuickList” e arrastas um indicador chamado “Option Volatility” para a parte de cima ou de baixo do gráfico da PTC. Esse indicador mostra-te a volatilidade histórica real da acção à data de cada dia. Vais depois buscar 3 valores, o máximo que esse indicador te mostra ao longo do ano, o mínimo igualmente ao longo do último ano e finalmente o valor actual da volatilidade histórica, o correspondente ao do dia 7 de Março! Simples.

Quanto ao TRIN confesso que nunca utilizei tal indicador, pode ser que alguém mais batido no seu uso te possa ajudar.

Espero pelo menos na primeira dúvida ter contribuído para avançares no teu estudo dos warrants da PTC…

Abraço ao lmm e beijinhos para a Patarocas,
Cem
Cem
 

por Pata-Hari » 9/3/2003 16:38

ah, e já agora, cem, aproveito o apanhar-te por aqui para te meter mais uma cunha.... :oops: .

Ando a tentar criar um indicador no meta, queria usar o TRIN como indicador e poder usar como função que possa meter nos meus testes. Algo do género "comprar se close da acção X obedecer à condição Y e se a mm trin for inferior a Z". Só que não faço a menor das ideias de como fazer tal indicador (os dados eu tenho e de cada vez que actualizo os dados americanos tb actualizo os do trin). Podes dar uma ajuda...?

Obrigado! :)
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por Pata-Hari » 9/3/2003 15:49

Xiii, estou aqui com uma indegestão informacional, lol.... que diferença entre este post e os posts take-away de "o sistema prevê X para o dia de amanhã".

Bem, mas como eu não queria perder pitada, abri aquela janela estranhissima do optionscope e comecei a tentar preencher os parametros com os valores de um famoso (para mim) warrant PTC e cabulando com regularidade do post do cem. Mas claro, emperrei a meio.

Cem, estou com questões muito básicas...

Onde vou eu arranjar os parametros da volatilidade minima histórica e o valor presente da voltatilidade histórica (este ultimo é a volatilidade actual?)...?

Caramba, estou mesmo a olhar para isto qual burro olhando para palácio...

Lmm, dá lá umas dicas...
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Oi Cem!

por lmm » 9/3/2003 15:26

Estás de volta com coisas práticas!

Real #s, for REAL traders!
No GURU bullshit!

Ma man!

Eu não sou nenhum especialista em Opções, nem nada que se pareça pois nunca lhes toquei, e dado que estou em fase de aprendizagem nestas coisas, tem paciência comigo, tá? :twisted:

- Quando dizes que "uma Call comprada e uma Put vendida do mesmo strike no Mini-IBEX é a mesma coisa que comprarmos um contrato futuro do Mini-IBEX" não poderá querer dizer que é a mesma coisa que vender um contrato? Se não, porquê? Isto parece-me ser daqueles exemplos Delta Neutral, certo?

- Eu nunca usei o Meta (eu sei que é a norma, eu sei, mas desde pequenino sempre fui do contra... lol), mas usei o meu material e no teu exemplo da Call o resultado do prémio foi de 99, não de 104 para March. Como na venda da Put bateu certo, um de nós provavelmente está enganado :oops:

- De onde vem aquela rácio 72%/28% do regime oscilatório/tendencial? É cozinhado teu? De qualquer modo parece-me muito interessante essa forma de posicionamento.
Faco-te uma pergunta um bocado sem pensar pois ainda não tomei pequeno-almoço (a estas horas daqui a nada vou é lanchar, lol) porque não comprar mais calls e vender menos puts ao invés do que sugeres? Tem a ver com o facto de a venda de puts ser normalmente mais cara do que na compra de calls?

Um grande abraço,
lmm
Posso bem ser o pior trader da História:

Quando o mercado está comigo tenho sempre contratos a menos;

Quando o mercado está contra mim tenho sempre contratos a mais!
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Como calcular preços para opções ( e warrants) ?

por Cem » 9/3/2003 3:18

Gostaria apenas de exemplificar como qualquer utilizador do Metastock deveria utilizar as ferramentas do Option Scope para usar num caso prático.
No meu caso escolhi opções sobre o índice IBEX-35, porque podem ser adquiridas através de corretoras existentes em Portugal. Não serão tão líquidas como as opções transaccionadas em mercados americanos mas têm uma “slippage” aceitável. São transacionadas no Meff, usando a intermediação através, por exemplo, da LJCarregosa e do Central Banco de Investimentos. Mas quem quiser poderá extrapolar este caso particular para warrants Calls e Puts, embora só seja permitido comprar primeiramente estes produtos antes de os vender…
Que valores nos interessam saber no IBEX ?
Simples, em primeiro lugar necessitamos de estar confrontados com o aparecimento de uma ordem qualquer gerada por um sistema de trading ou conjunto de regras que alguém utilize.
Neste caso concreto vou exemplificar com o meu caso particular, obtive um sinal para adoptar posições de compra no índice em causa desde que este venha a continuar a baixar até a um nível próximo dos 5585 pontos. Este valor representa a base de um canal de trading mais ou menos horizontal onde se vai desenvolvendo a cotação do IBEX, já que tenho um indicador que me vai apontando como mais provável a continuação desse mesmo regime oscilatório (72%).
Em produtos derivados, os tais mísseis de destruição maciça dos mercados financeiros que agora são vilipendiados, podemos utilizar futuros e opções. A primeira escolha é a mais simples, basta dar uma ordem de compra de contratos futuros a 5585 pontos, mais uns pós de meia dúzia de Euros decorrentes da proximidade de esgotamento dos contratos de Março e usar 2 alternativas possíveis, ou os contratos sobre o IBEX que têm uma alavancagem de 10 Euros / 1 ponto do IBEX ou contratos sobre o Mini-IBEX que têm uma relação idêntica aos futuros do PSI, ou seja, 1 ponto = 1 Euro. A segunda escolha é o objecto deste artigo exemplificativo, nas opções sobre o chamado Mini-IBEX. No mercado Meff, o equivalente ao Euronext espanhol dos derivados, só existem em opções do índice paridades de 1 para 1, logo, só existem opções sobre o Mini-IBEX e não sobre o IBEX.
Ao abrir a função do Option Scope do Metastock aparece-nos uma folha parecida com o Excel que possui 13 linhas. Temos de preencher obrigatoriamente as 6 primeiras linhas e também a 7ª ou a 8ª linha, ou uma ou outra. Quando preenchemos qualquer destas 7ª ou 8ª linhas, o resto da coluna é automaticamente preenchido com os valores em falta, calculados pela fórmula de Black-Scholes.
Então vamos passar à acção. Como no meu caso pessoal uso períodos de manutenção em determinadas posições que duram algumas semanas, costumo dar ordens simultâneas para as opções do mês mais próximo e também para as do mês seguinte, neste caso para as opções de Março e Abril cujo dia limite de cotação é a terceira 6ª feira do respectivo mês.
Vamos assim utilizar 2 colunas da folha electrónica, a primeira para as opções de Março e a segunda para as opções de Abril.
Na primeira linha, que representa a data de calendário actual de cálculo, usamos a data que imediatamente antecede a sessão que se segue, logo a data de amanhã, domingo, dia 9 de Março, em ambas as colunas.
Na segunda linha, data de expiração das opções, colocamos na primeira coluna a data de 21 de Março e na segunda coluna a data de 18 de Abril, correspondentes à tal terceira 6ª feira dos meses em causa.
Na terceira linha colocamos os strikes ou preços de exercício das respectivas opções.
No IBEX existem strikes de 100 em 100 pontos (5500, 5600, 5700, 5800, 5900, etc). Penso existirem igualmente para o mês mais próximo ( Março, neste caso) strikes de 50 em 50 pontos (5550, 5650, etc)mas a sua liquidez deixa bastante a desejar em relação aos strikes das centenas. Poucos utilizam esses strikes, vai toda a gente para os de maior liquidez.
Como neste caso particular iríamos simular casos sintéticos de compra de futuros, as posições equivalentes seriam a compra de Calls ( que apostam na subida do índice) e a venda de Puts ( que apostam no cenário em que o índice não cai mais, ou pelo menos até ao nível do preço de exercício). O eventual lucro da compra de Calls seria igual ao valor do índice IBEX à data da sua expiração subtraindo o valor do seu preço de exercício. Se as opções Call se esgotarem abaixo do seu preço de exercício o seu valor de retorno será nulo. Logo, a perda máxima potencial é o seu valor de compra. No caso das Puts vendidas a um determinado strike, o vendedor arrecada ao bolso o valor da venda e reza para que a opção não venha abaixo do respectivo preço de exercício. Se vier abaixo, é obrigado a devolver a diferença entre o strike e o valor do índice IBEX na data da sua expiração, a multiplicar pelo número de contratos Puts vendidos.
A minha experiência em opções ( quem quiser extrapolar para warrants, faça favor) de muitos anos, anterior à prática dos mercados de futuros, tem-me transmitido algumas regras simplificadas que têm gerado um retorno aceitável e bastante consistente: nunca comprar ou vender opções aos preços do market-maker, calcular sempre o valor das opções através das fórmulas de Black-Scholes e deixá-las registadas no sistema ao longo da sessão. Se não conseguir comprar ou vender, não devemos desesperar, no dia seguinte há mais oportunidades e mais vale comprá-las ou vendê-las por preços apetecíveis estatisticamente e aos níveis que pensamos ser os mais adequados do que ficar a chorar as perdas uns dias mais tarde por querer ficar com posições abertas a qualquer preço.
No caso da compra de opções gosto de adquirir opções do tipo at ou in-the-money. Contrariamente, na venda de opções, gosto de ficar com uma ligeira folga de segurança, mesmo sabendo que estamos no limite de um movimento oscilatório dentro de um determinado canal de trading, pelo que costumo escolher um strike out-of-the-money.
Assim, como o nível de disparo seria dado na altura em que o IBEX viesse aos 5585 pontos, o strike para compra de Calls poderá ser o preço de exercício de 5500 e no caso da venda das Puts podemos igualmente escolher o strike de 5500.
Afinal, se vamos ou queremos comprar Calls e vender Puts em Março e Abril, que quantidades de cada vamos usar? Se as opções são um produto alavancado que envolve um enorme risco, que quantidade de contratos devemos subscrever e / ou como segurar o risco respectivo? Pensem nas opções como uma variante dos futuros com umas condições especiais. Para começar, quanto à quantia a colocar em risco, aconselho a adquirir ou subscrever um número de contratos idêntico aos dos futuros, partindo do princípio que uma Call comprada e uma Put vendida do mesmo strike no Mini-IBEX é a mesma coisa que comprarmos um contrato futuro do Mini-IBEX. Façam as simulações que fizerem, vão ver que os resultados são exactamente iguais.
Mas nas opções temos uma pequena vantagem. É que se acreditarmos que o mercado vai para cima ( regime tendencial ascendente puro), compraríamos apenas Calls mas se tivermos indicações que o mercado vai continuar a lateralizar dentro de um range horizontalizado até à data de expiração das opções, podemos jogar exclusivamente com a venda de Calls quando o mercado atinge o topo do canal nos rallies ou vender Puts quando o mercado corrige fortemente até à base do canal de trading. Resta a compra de Puts que se destina à estratégia de especular nas descidas dos mercados em regime tendencial descendente.
No nosso caso particular vimos que existia um indicador que presentemente nos “mostrava” uma probabilidade de 72% do índice IBEX continuar a manter-se dentro de um regime “lateralizado”. Vamos utilizar uma alavancagem exemplificativa de activos de 2,5 e supor que dispúnhamos da quantia de 20000 Euros para transaccionar opções do Mini-IBEX. Significava que podíamos arriscar na trade de opções o equivalente a 20000 x 2,5 = 50000 Euros. Como 1 contrato de futuros do Mini-IBEX equivaleria a cerca de 5585 Euros, na altura da transacção, teríamos em futuros cerca de 50000 / 5585 = 9 contratos de futuros. No caso concreto da compra de futuros, vimos que em opções poderíamos ter os mesmos resultados se comprássemos 9 Calls e vendêssemos 9 Puts. Mas como a relação de probabilidades de ocorrência de um mercado oscilatório em relação a um mercado tendencial é de 72% / 28%, podemos neste caso comprar 5 Calls e vender 13 Puts do mesmo strike, no nosso caso com o preço de exercício de 5500, como vimos atrás.
Portanto, na 3ª linha de ambas as colunas colocamos no valor do strike o número 5500.
Na 4ª linha, na cotação de referência do activo na altura próxima da transacção, para verificarmos o “fair price” ou preço justo da opção, colocamos nas 2 colunas o valor de 5585.
Na 5ª linha, onde se indica o número de contratos, como vamos usar a folha do Option Scope para calcular o preço correcto da opção Call e da opção Put, colocamos o valor de 1 (um), tanto na coluna das opções de Março como nas opções de Abril.
Na 6ª linha, nas 2 colunas, vamos começar por calcular o preço de uma Call longa e para iniciar escolhemos essa opção a partir da seta pequena colocada à direita da célula.
Chegámos agora ao ponto crítico em que é necessário preencher a 7ª ( preço ou valor da opção) ou 8ª linha ( valor da volatilidade implícita).
Claro que o que nós queremos é calcular o valor da opção, portanto temos de indicar ao programa de cálculo das opções qual o valor da volatilidade implícita que o mercado está disposto a aceitar na altura da compra da Call.
Esta história da volatilidade, que procura medir o afastamento das cotações em relação à sua média, é provavelmente a maior preocupação e maior dificuldade que qualquer trader de opções enfrenta permanentemente. A volatilidade real ou histórica recente e passada é dada no Metastock por um indicador chamado “Option Volatility”. Refere-se ao período de 1 mês, na fórmula de Black-Scholes, pelo que pressupõe um número de sessões diárias igual a cerca de 21. Se tivermos a base de dados do IBEX no Metastock iremos verificar os seguintes valores: no último ano a volatilidade histórica máxima foi de 40,3% , a volatilidade mínima histórica foi de 5,2% e a volatilidade histórica à data presente é de 17,8% . Por outro lado, a volatilidade que interessa ao trader de opções é a chamada volatilidade implícita, que é aquela que o mercado interioriza como volatilidade média restante que o activo terá desde o momento presente até à data de expiração das opções, nos seus swings equilibrados èstatisticamente à volta da sua média central.
Se repararem bem, a volatilidade implícita é quase sempre superior à volatilidade histórica. No caso concreto do Mini-IBEX as opções regem-se presentemente por volatilidades incorporadas nos seus preços à volta dos 28%. Numa situação normal isto não deveria acontecer, a volatilidade implícita deveria guiar-se sensivelmente pelo valor da histórica. A explicação óbvia para esta diferença está no facto dos profissionais e market-makers se posicionarem sempre no mercado maioritariamente como vendedores e com cotações equivalentes a preços de opções reportados a cenários de altas volatilidades implícitas. Não podemos estranhar, é o seu negócio, vendem com volatilidades elevadas e compram com volatilidades baixas. Como o público desinformado, em geral, quer sempre comprar Calls ou Puts por qualquer preço, pensando que existe equilíbrio de preços entre compradores e vendedores, como nas acções e futuros, e não quer saber, ou desconhece sequer, a forma como são formados os preços das opções, os market-makers estão sempre no mercado colocados a vender opções com volatilidades implícitas exageradamente elevadas correspondentes a cenários em que quase sempre…ganham. Funcionam como apólices de seguros vendidas a preços muito caros ao público que desconhece a formação dos preços das respectivas apólices e margens de lucro dos vendedores!
Porquê e como se materializam esses preços exagerados do lado da venda? Porque com o tempo que falta para a expiração não há normalmente tempo suficiente para sequer chegar a recuperar o preço de compra das opções, mesmo que se acerte na direcção do respectivo movimento! Daí o facto, verdadeiro, de se dizer que os autênticos vencedores dos mercados de opções a longo prazo são os vendedores e nunca os compradores de opções…será que já ouvimos estes “boatos” acerca dos mercados de warrants?
Se nós vamos colocar preços de opções no sistema, vamos usar exactamente a mesma estratégia dos market-makers, usamos apenas volatilidades que nos favoreçam em termos de probabilidades. É como deitar a cana de pesca à água e aguardar a ver se algum peixe pica a isca…
Que valor vamos então colocar como volatilidade implícita, para calcular o valor da opção, no caso da compra de Calls? Fácil, usamos um valor intermédio entre a volatilidade mínima histórica ao longo do último ano e o valor presente da volatilidade histórica, que será provavelmente o cenário de continuidade de comportamento do activo até à data da sua maturidade definitiva. Na compra de opções devemos introduzir sempre um valor de volatilidade implícita inferior ao da volatilidade histórica. Claro que, como o público desinformado aparece normalmente no mercado como comprador de opções por qualquer preço, normalmente ao melhor preço de mercado, a um trader profissional de opções só lhe resta comprar quando esse mesmo público despeja desesperado as suas opções fora por qualquer preço ao procurar fechar as suas posições para não perder tudo!
No caso concreto da nossa compra das Calls podemos e devemos atribuir um input baixo para a volatilidade implícita, poderá ser por exemplo a média da volatilidade mínima anual histórica com a volatilidade histórica presente: Inteiro de ( 5,2 + 17,8 ) / 2 = 11.
Colocamos então o valor de 11 nas 2 colunas da 8ª linha.
Automaticamente o programa do Option Scope calcula todas as linhas que faltam: calculou o preço de compra para uma opção Call longa de Março a 104 Euros ( na 1ª coluna) e o preço para uma Call longa de Abril a 146 Euros ( 2ª coluna).
As restantes linhas preenchidas de forma automatizada dão-nos os valores de outros parâmetros interessantes, nomeadamente o valor dos parâmetros “gregos”. Por exemplo, o valor do delta de Março é de 80% e o delta de Abril é de 71%, o que significa que, no caso do IBEX cotar na 2ª feira a 5585 pontos, a probabilidade do IBEX fechar acima de 5500 pontos em 18 de Abril é de 71% e que uma subida no índice IBEX de 100 pontos corresponde a uma subida da cotação de 71 Euros no contrato Call do strike de 5500 do Mini-IBEX de Abril.
Falta calcular o valor da venda de uma opção Put para ambos os meses citados.
Voltamos à 6ª linha e na seta da direita das respectivas células mudamos “Long Calls” para “Short Puts”.
Resta-nos reintroduzir o valor adequado da volatilidade implícita para a venda dos Puts. Ao contrário da compra de opções, como vimos atrás, na venda de opções interessa-nos colocar um valor de volatilidade implícita elevado e de tal modo irrealista que o público em geral nunca se venha a aperceber que lhe estamos a vender gato por lebre, ganhando quase sempre o vendedor de opções. Quanto maior o valor da volatilidade implícita atribuída, maior o valor da venda da opção.
Normalmente é fácil vender opções por volatilidades superiores às históricas. A ganância do público desinformado, comprando ao melhor preço do mercado, resolve essa necessidade de acumulação permanente e persistente de pequenas quantias que os vendedores de opções vão arrecadando ao longo do tempo, mês sim, mês sim,…
Que valor vamos então colocar na 8ª linha como volatilidade implícita? Sugiro a média entre a volatilidade máxima histórica ao longo do último ano com a volatilidade histórica presente: Inteiro + 1 de ( 40,3 + 17,8 ) / 2 = 30.
Introduzimos consequentemente o valor de 30 na 8ª linha, o valor da volatilidade implícita, e automaticamente o programa fornece os outputs que faltam. Vemos que 1 contrato Put do strike 5500 do Mini-IBEX de Março valerá 82 Euros e que o mesmo contrato de Abril valerá nesta altura cerca de 175 Euros por ter um período de maturidade mais dilatado e, consequentemente, por ter uma maior probabilidade de vir a encerrar bastante in-the-money, abaixo dos 5500 pontos. Em Março essa ocorrência tem uma probabilidade de 37% de vir a acontecere, subindo esse valor estatístico para 40% em Abril.
Se dermos apenas uma ordem na abertura e detectarmos que o IBEX já se encontra abaixo dos 5585 pontos, das duas uma, ou verificávamos de hora a hora se as ordens já tinham sido executadas, indo ajustar o valor das compras de Calls e vendas de Puts de acordo com os deltas diferenciais ( ex: se o IBEX estivesse a 5550 e ainda não tivessem sido vendidas as opções Puts de Março, ajustávamos no sistema de negociação o valor de (5585-5550) x 37% + 82 Euros = 95 Euros, ou então atribuíamos um coeficiente de segurança adicional derivado da falta de atenção permanente para o resto da sessão, através da introdução de uma volatilidade implícita superior ao número 30 calculado no caso da venda das Puts e de uma volatilidade implícita inferior a 11 no caso da compra das Calls.
E pronto, isto é o básico, parece complicado mas é o mínimo que se requer se alguém estiver disposto a fazer carreira e fortuna no campo do position trading em opções.
Divirtam-se, se quiserem e tiverem paciência, com toda esta “baralhada” de números e conceitos!
Um abraço a todos,
Cem
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