Caldeirão da Bolsa

PJ acompanha com preocupação incidente com multibanco

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mac2005_CALD » 30/4/2006 17:00

Não me parece que seja um Hacker a parar o sistema. De qualquer forma, nenhuma rede informatica é impenetrável (ao contrário do que eles dizem). Eu conheço um caso de um banco português que só adquiriu a componente de segurança após um ataque de fora. O equipamento tinha sido proposto 6 meses e andaram a adiar a decisão, até que aconteceu mesmo, assim que se dectetou o problema, quiseram o material logo no dia seguinte. Tiveram ainda 2 meses com as "portas abertas". Esta situação ficou na altura no segredo dos deuses (fui eu que vendi o sistema de Segurança IDS - Intrusion Detection System)

Eu sei que está a haver uma remodelação da rede multibanco.

No fim do ano passado foi fornecido um equipamento de Networking para o Core da rede, o qual foi instalado e ficou a funcionar.

Esta decorrer a conversão do sistema actual baseado em X.25 para IP e estão a ser colocados Routers IP em todos as caixas multibanco.

Não sei até que ponto esta conversão pode ter originado um "crash".

Mas 3ª feira já terei detalhes do que aconteceu. Nunca se sabe, pode haver uma oportunidade de negócio. Seja como for deve ter sido grave porque a SIBS tem tecnicos 24 horas por dia e sistemas de Disaster Recovery que permitem por em poucos minutos por o sistema a funcionar.

Também há a possibilidade do problema não ser da Sibs mas sim da PT (o operador que tem o serviço de comunicações)... não me espantava nada.
 
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Registado: 30/4/2006 16:40

PJ acompanha com preocupação incidente com multibanco

por Pata-Hari » 30/4/2006 16:36

Banca: Rede pára durante duas horas e meia em praticamente todo o país
PJ investiga Multibanco

Pedro Catarino

Multibanco deixou de funcionar devido a um problema no sistema central
A Polícia Judiciária (PJ) está a acompanhar com “preocupação” o incidente que ontem paralisou o sistema Multibanco e lançou o caos no País, apurou o CM. Um problema no “sistema central” da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), que gere o Multibanco, paralisou ontem, entre as 11h00 e as 13h30, milhares de terminais de pagamento e caixas automáticas criando o caos um pouco por todo o País.






O incidente, que ainda não tem origem completamente identificada, ocorreu num sábado de manhã (altura em que existe um pico de utilização dos terminais), coincidiu com o fim do mês e com um fim-de-semana alargado. Três factores que se conjugaram e maximizaram os efeitos da paralisação.

Maria do Carmo Alvin, porta-voz da SIBS, excluiu a possibilidade de o problema ter sido desencadeado por ataque de piratas informáticos (‘hackers’) mas o facto é considerado “muito anormal” quer por especialistas quer pela própria PJ, que considera prematuro avançar com qualquer tipo de explicação.

A verdade é que, pouco tempo depois do incidente, foram vários os SMS anónimos que circularam, deixando em aberto a possibilidade de um ataque informático.

“Não comunicámos nada à Polícia nem ao Banco de Portugal porque não se tratou de um problema de segurança, mas sim de um problema de sistema que fez com que se tivesse de passar ao chamado serviço reduzido”, reafirmou Maria do Carmo Alvim.

Muitos portugueses confrontaram-se ontem, no final da manhã, com mensagens de “Dirija-se ao multibanco mais próximo” nas caixas automáticas ou com a impossibilidade de efectuarem pagamentos nos terminais nos estabelecimentos comerciais.

O que parecia um problema pontual era na verdade uma situação que estava a atingir toda a rede Multibanco a nível nacional. O sistema esteve então parado cerca de duas horas e meia, começando o serviço a ser reposto, gradualmente, a partir das 13h30.

“Às 14h30 o serviço estava praticamente todo em funcionamento”, garantiu a mesma fonte.

Ao contrário de outras situações no passado, desta vez “o problema não foi de comunicação, embora ainda não se esteja em condições de dizer porque é que aconteceu”, referiu a responsável da SIBS.

Especialistas informáticos contactados pelo CM também rejeitam a teoria do ataque informático: “O sistema da SIBS, tal como de outras entidades do género, são impenetráveis”, garantiu um especialista.

No entanto, o facto é que não é fácil encontrar uma explicação para o que aconteceu, sobretudo porque os vários serviços da SIBS funcionam autonomamente e porque a empresa dispõe de “sistemas de backup [de substituição]”, adiantou outro técnico.

CLIENTES SEM PROBLEMAS

Quem foi surpreendido pela paralisação da rede Multibanco a meio de uma operação, quer numa máquina automática quer num terminal de pagamentos, “não terá problemas”, garantiu ao CM a porta-voz da SIBS. Isto porque, de acordo com Maria do Carmo Alvim, “ou a operação foi concluída ou anulada conforme tenha chegado ou não ao sistema central”, explicou. Uma vez que o problema não foi no sistema de comunicações, “se a ordem tiver chegado ao sistema central ela foi processada, portanto a operação foi concluída. Caso não tenha chegado ao sistema, a operação foi anulada”, concretizou Maria do Carmo Alvim.

CAOS NAS GRANDES SUPERFÍCIES COMERCIAIS

Uma das maiores ‘grandes superfícies’ do País, o Continente do Centro Colombo, em Lisboa, ficou com as suas caixas registadoras entupidas com o ‘apagão’ do Multibanco. Uma situação agravada pelo facto de no final do mês o Continente se ver ‘inundado’ de clientela. Os efeitos começaram a sentir-se por volta das 12h00, altura em que, estranhamente, as filas para as caixas começaram a aumentar de dimensão perante a impotência dos funcionários. E começaram os protestos, ainda que em tom ligeiro: “Porque não abrem mais caixas? Está ali um cartaz que diz que ‘mais de duas pessoas à sua frente e abrimos nova caixa’, lançaram alguns clientes mais inquietos. A resposta não tardou nos altifalantes: “Informamos os nossos clientes de que o sistema Multibanco está inoperacional.” A resposta, contudo, não tranquilizou. Pelo contrário: “E como vamos pagar agora? As caixas lá fora também não dão dinheiro...” A solução passava então pelo pagamento em cheque ou com Visa. Só que a operação demorava uma eternidade, pois tinha de ser feita de modo manual, com as funcionárias a terem de preencher os respectivos formulários.

EFEITOS DO CRASH DE SUL A NORTE

BEJA

Elisabete Nora foi uma das muitas pessoas que tentou a sua sorte nas máquinas de multibanco. “A maioria das pessoas foram apanhadas desprevenidas. Não se admite não haver dinheiro no primeiro dia da feira e no final do mês. Já corri as caixas todas e não consigo levantar um euro.” “Muitos dos feirantes já se queixaram que não estão a vender. Eu, por exemplo, só já tenho cinco euros.”

PORTO

Os postos de abastecimento de combustível viveram momentos de confusão no Porto, quando as máquinas se recusaram a validar os cartões multibanco. Os problemas foram ultrapassados, na maioria dos locais, cerca das 12 horas, mas foram os funcionários que mais tiveram de suportar a impaciência dos utentes que acabavam de abastecer. O resto da manhã e tarde decorreu com normalidade.

ALGARVE

“É muito aborrecido”, foi a expressão mais repetida na região. Em Portimão, Pedro Correia fartou-se de ouvi-la: centenas de utentes do posto de combustível onde trabalha foram embora sem gasolina. Outros já tinham abastecido quando se confrontaram com o crash e a solução foi ir a casa buscar dinheiro.

CASOS EM LISBOA

'SEIS MESAS POR PAGAR' (Restaureante o Jaguar)

“Seis mesas que ficaram a dever”, explica José Lopes, acrescentando que esta não é a primeira vez que o multibanco deixa de funcionar. “No ano passado houve clientes que disseram que iam levantar dinheiro e já não voltaram.” Desta vez, José Lopes está mais confiante: quem ficou a dever “são clientes da casa”.

'GEROU FILAS DE 20 MINUTOS' (Posto Galp)

“Houve uma pessoa que teve de ir buscar dinheiro a um familiar para pagar.” José Diniz, responsável pelo posto da Garagem Vitória, confessa que foi difícil gerir os pagamentos da manhã: “Muitos tiveram de optar pelo cheque. Chegou a haver filas de 20 minutos, houve quem desistisse.”

'600 EUROS SUSPENSOS' (Sapataria Godiva)

Fernanda Silva tentou levantar dinheiro num multibanco em vão. “Isto transtorna muito. Ali na sapataria houve um cliente que deixou guardada uma compra de 600 euros por não conseguir pagar na hora. Não sei se volta, porque pode encontrar a mesma coisa noutra loja numa altura em que já possa pagar.”

'PERDEMOS CLIENTES' (Livraria Bertrand)

“Alguns tiveram de optar por dinheiro. Mas também houve clientes que desistiram”, lamenta Lucília Caixinha. “Num minuto há multibanco, noutro já não. Durante uns tempos tivemos aí um papel a dizer que o multibanco não estava a funcionar. Perdemos clientes.”

NOTAS

PESSOAL

A SIBS tem equipas activas 24 horas por dia, 365 dias por ano. Foi com o recurso a estes profissionais que se tentou resolver o problema e restabelecer o sistema.

SEGURANÇA

Tal como acontece com os bancos, a SIBS tem um sistema de apoio alternativo para grandes catástrofes, mas que não foi accionado neste incidente.

GRAVIDADE

A SIBS tem registado alguns problemas ao nível das comunicações. Os seus responsáveis não consideram que este tenha sido o incidente mais grave do sistema.
Miguel Alexandre Ganhão/Raquel Oliveira, com L.F.S.


A fonte é o correio da manhã, :mrgreen: , vale o que vale.
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