Reflexão sobre os resultados dos exames de Matemática do 9.º
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rmachado Escreveu:Caro Atomez
E têm porventura outro link para o tal email? É que o link do artigo já não está lá. Obrigado.
Os links indicados têm um caracter a mais no fim, é preciso retirar o . ou a ,
Link correcto:
http://www.ihes.fr/~lafforgue/demission.html
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Caro Atomez
E têm porventura outro link para o tal email? É que o link do artigo já não está lá. Obrigado.
Caro mca
Já falei e sei perfeitamente desse "sistema" de passagens quase absurdas. Agora diga-me qual a razão para os professores aceitarem esse sistema e por exemplo não fazerem greve ao mesmo? E já agora a razão pelo qual não ouço os sindicatos da classe a "refilar" sobre essa questão? E sim, não acho os putos de hoje mais burros ou mais inteligentes que eu por exemplo (tenho 33 anos). Nesta questão o meu pai teve uma frase laminar que até hoje guardo na cabeça quando numa conversa com outro pai completamente conservador (no mau sentido), que é a seguinte: "Não se podem comparar as preocupações dos putos de hoje com as nossas na idade deles, pela simples razão que as exigências são outras e as condições de vida são diferentes"...
Enfim... mude-se o sistema mas com pés e cabeça e sobretudo com tempo. Atente-se na Finlândia...
E têm porventura outro link para o tal email? É que o link do artigo já não está lá. Obrigado.
Caro mca
Já falei e sei perfeitamente desse "sistema" de passagens quase absurdas. Agora diga-me qual a razão para os professores aceitarem esse sistema e por exemplo não fazerem greve ao mesmo? E já agora a razão pelo qual não ouço os sindicatos da classe a "refilar" sobre essa questão? E sim, não acho os putos de hoje mais burros ou mais inteligentes que eu por exemplo (tenho 33 anos). Nesta questão o meu pai teve uma frase laminar que até hoje guardo na cabeça quando numa conversa com outro pai completamente conservador (no mau sentido), que é a seguinte: "Não se podem comparar as preocupações dos putos de hoje com as nossas na idade deles, pela simples razão que as exigências são outras e as condições de vida são diferentes"...
Enfim... mude-se o sistema mas com pés e cabeça e sobretudo com tempo. Atente-se na Finlândia...
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Sobre o estado lastimoso do ensino em Portugal podemos olhar para o que se passa em França.
Sim, porque Portugal desde os tempos napoleónicos é uma pequena colónia cultural e política francesa. O nosso aparelho de estado e grandes empresas públicas são uma cópia decalcada das francesas. Eles têm uma EDF? Nós temos uma EDP! Eles têm uma GDF? Nós temos uma GDP! Eles têm uma Antenne 1? Nós temos uma Antena 1! Eles têm uma RTF? Nós temos uma RTP! Eles têm uma Air France? Nós temos uma Air Portugal! Eles têm uma France Telecom? Nós temos uma Portugal Telecom! Eles têm a ENA? Nós temos o INA! Eles têm os PTT? Nós temos os CTT! Só a CP não rima com SNCF...
A França é uma União Soviética light e vai ter o mesmo destino, só vai é levar mais tempo, o jacobinismo e o dirigismo estatal é no que dão.
Mas mesmo como copistas somos mauzinhos. O que por lá é uma quasi-tragédia por cá é uma tragi-comédia.
Ora vejam este interessante artigo:
Sim, porque Portugal desde os tempos napoleónicos é uma pequena colónia cultural e política francesa. O nosso aparelho de estado e grandes empresas públicas são uma cópia decalcada das francesas. Eles têm uma EDF? Nós temos uma EDP! Eles têm uma GDF? Nós temos uma GDP! Eles têm uma Antenne 1? Nós temos uma Antena 1! Eles têm uma RTF? Nós temos uma RTP! Eles têm uma Air France? Nós temos uma Air Portugal! Eles têm uma France Telecom? Nós temos uma Portugal Telecom! Eles têm a ENA? Nós temos o INA! Eles têm os PTT? Nós temos os CTT! Só a CP não rima com SNCF...
A França é uma União Soviética light e vai ter o mesmo destino, só vai é levar mais tempo, o jacobinismo e o dirigismo estatal é no que dão.
Mas mesmo como copistas somos mauzinhos. O que por lá é uma quasi-tragédia por cá é uma tragi-comédia.
Ora vejam este interessante artigo:
O caso Lafforgue
Já lhe ocorreu perguntar-se quais as razões do estado catastrófico do ensino em Portugal? A resposta pode vir de França.
Jorge Buescu
(Professor de Matemática, IST)
O francês Laurent Lafforgue é um dos maiores matemáticos da sua geração. Tem um curriculum científico esmagador: tem dezenas de artigos de referência nos temas mais profundos e abstractos da Matemática actual; resolveu um problema fundamental conhecido como conjectura de Langlands, em aberto desde os anos 60, trabalhando com objectos matemáticos com o exótico nome de Shtukas de Drinfeld.
O mérito extraordinário do seu trabalho científico mereceu reconhecimento internacional, com as maiores distinções matemáticas: o Prémio Clay (obtido aos 34 anos!) e a Medalha Fields, a maior distinção mundial na área da Matemática, atribuída, como nos Jogos Olímpicos, apenas de 4 em 4 anos e apenas a matemáticos abaixo dos 40 anos de idade. Lafforgue é membro eleito da Academia das Ciências, director de investigação do CNRS e trabalha no mundialmente famoso IHES. Em suma, é um cientista de primeiríssimo plano em termos mundiais. E ainda não completou 40 anos.
Lafforgue é também uma pessoa de uma simpatia desarmante, humanista e de uma cultura geral impressionante, como o autor destas linhas teve oportunidade de apreciar nas conferências que Lafforgue realizou em Lisboa em 2003 (já depois de ser galardoado com a Medalha Fields). Está muito longe do estereótipo do cientista distraído ou do idiot savant.
Em Novembro de 2005, Lafforgue foi protagonista involuntário de um verdadeiro escândalo nos meios da Educação em França. Esses acontecimentos foram quase simultâneos com as revoltas nos subúrbios de Paris. Enquanto estes últimos preencheram semanas de noticiários, o caso Lafforgue passava totalmente despercebido em Portugal. Curiosamente, o caso Lafforgue tem provavelmente muito mais relação com a realidade portuguesa de 2006 do que as revoltas suburbanas: é uma manifestação extrema de sintomas idênticos aos que experimentamos em Portugal, sendo uma situação paradigmática. É útil, portanto, pormenorizar a evolução do que se passou com Lafforgue.
Depois da sua eleição como membro da Academia das Ciências, Lafforgue começou a interessar-se cada vez mais pelas questões da Educação e pelo declínio acentuado dos padrões da educação escolar em França, nomeadamente em áreas científicas. Em conjunto com colegas Académicos de áreas da Matemática e da Física (R. Balian, J. M. Bismut, A. Connes, J. Demailly, P. Lelong e J. P. Serre) elabora em 2004 um importante documento sobre Os saberes fundamentais ao serviço do futuro científico e técnico.
Na sequência do seu maior envolvimento em questões ligadas à Educação, Lafforgue é convidado em 2005 a integrar o Conselho Superior de Educação, cujo objectivo é tentar compreender as razões do estado catastrófico do sistema educativo francês e elaborar recomendações para medidas urgentes a tomar de forma a inverter o processo de degradação. O Conselho Superior de Educação, presidido por Bruno Racine, foi criado em 8 de Novembro de 2005 e reuniu pela primeira vez a 17 de Novembro de 2005.
No dia seguinte, 18 de Novembro, Racine exige a demissão de Laurent Lafforgue do Conselho Superior de Educação.
A razão do pedido de demissão ainda é mais inquietante. A 16 de Novembro, véspera, portanto, da primeira reunião de trabalho, Lafforgue tinha escrito um longo e-mail confidencial aos membros do Conselho. Nesse e-mail concretizava, com linguagem por vezes violenta, o seu diagnóstico sobre as razões do estado catastrófico do sistema educativo francês. No dia seguinte à reunião, 18 de Novembro, Racine diz a Lafforgue que esse e-mail (que era um documento de trabalho confidencial) “se tinha difundido rapidamente fora do Conselho Superior de Educação e provocava já escândalo no Ministério da Educação Nacional”. Não lhe resta assim outra solução que não pedir a demissão de Lafforgue. Por outras palavras: alguém, convenientemente sem cara, achou boa ideia realizar uma fuga de informação de um documento confidencial para fazer rolar a cabeça de um especialista particularmente brilhante e incómodo, com ideias que poderiam estar perigosamente certas e poderiam mesmo, desastre dos desastres, ter sucesso. Estratéga digna de uma purga estalinista. A única diferença é que os tempos são outros: Lafforgue recusou-se a fazer auto-crítica e publicou todos os documentos, incluindo o e-mail que deveria ter permanecido confidencial, na sua página Web: http://www.ihes.fr/~lafforgue/demission.html.
É extraordinariamente instrutivo ler o documento de Lafforgue. A sua análise, embora sobre a catástrofe que reina no sistema educativo francês, transpõe-se praticamente ipsis verbis para o caso português. Chega a ser arrepiante a forma tão literal como a sua análise se adapta, o que evidencia estar-se perante um fenómeno global e não local. Em vez de extrair morais desta triste história, o autor destas linhas limitar-se-á, a partir daqui, a citar textualmente Lafforgue. O leitor é cordialmente convidado a extrair as suas conclusões. Lafforgue começa por afirmar que certos pontos da ordem de trabalhos o mergulham no desespero. De facto, “apelar aos especialistas da Educação nacional: Inspecções gerais e direcções da administração central, em particular direcção da avaliação e de prospectiva e direcção do ensino escolar” é exactamente como se formassem um "Conselho Superior para os Direitos do Homem" e se propusessem apelar aos Khmers vermelhos para constituir um grupo de especialistas para a promoção dos direitos humanos.
Lafforgue explica-se: depois de um ano e meio a estudar profundamente o estado da Educação em França, chegou à conclusão que o sistema educativo público está em vias de destruição total. Esta destruição é resultado de todas as políticas e todas as reformas levadas a cabo desde o final dos anos 60. Estas políticas foram concebidas e impostas por todas as instâncias da Educação Nacional, de inspectores e administradores às comissões de programas, pedagogos e outros especialistas das chamadas “Ciências da Educação” (aspas de Lafforgue); em suma, a Nomenklatura da Educação Nacional.
Estas políticas foram inspiradas por uma ideologia que consiste em passar a não valorizar o conhecimento, associada ao desejo de fazer a escola desempenhar outros papéis que não a instrução e transmissão do saber, à crença em teorias pedagógicas delirantes, ao desprezo das aprendizagens fundamentais, à recusa do ensino construído, explícito e progressivo, à doutrina do aluno “no centro do sistema” que “deve construir ele próprio os seus saberes”.
Lafforgue sugere em seguida mais de uma dezena de livros publicados em França nos últimos 3 anos que fornecem um corpus factual para as suas afirmações (aparentemente em França a reacção a estas doutrinas é bem mais enérgica do que entre nós). São, sobretudo, testemunhos de professores no terreno que presenciaram em primeira-mão a catastrófica degradação do sistema de ensino público francês, cujos títulos falam em “Traição às letras”, “O horror pedagógico”, “Os professores acusam”, “Contra os gurus do pedagogicamente correcto”, “Quem teve esta ideia louca de destruir a escola?” ou “A fábrica do cretino: a morte programada da escola”. Para que não houvesse interpretações simplistas de “reaccionarismo”, Lafforgue explicita que o autor deste último livro, Jean-Paul Brigheli, é um professor de letras, de extrema-esquerda, que interpreta a destruição da escola como uma conspiração deliberada das classes dominantes ultra-liberais.
Analisando especificamente o estado catastrófico do ensino da língua francesa, Lafforgue fornece um relatório da Associação dos Professores de Letras com base no qual afirma que “os especialistas (ou pretensos especialistas) a quem foi confiada a redacção dos programas de francês são simplesmente loucos furiosos (estou a pesar as palavras)”. E fornece exemplos concretos, verdadeiramente alucinantes e inacreditáveis. Não se apercebendo as instâncias políticas da natureza delirante das propostas, nem dando crédito às reacções dos professores mais conscienciosos, Lafforgue conclui que as instâncias dirigentes do Ministério da Educação estão integralmente povoadas de irresponsáveis (ou criminosos, nos casos em que esta destruição da escola foi deliberada).
Lafforgue reconhece que este movimento de degradação educativa é muito generalizado, fazendo-se sempre em nome do “progresso” e da “modernização”. Existem, contudo, excepções: países que não se deixaram contaminar pela ideologia dominante, como Singapura. Aliás, é interessante constatar que os israelitas determinaram quais os melhores manuais escolares de Matemática no mundo de hoje, chegando à conclusão que eram os de Singapura; e traduziram estes manuais, disponibilizando-os a todas as escolas de Israel.
Lafforgue recomenda páginas Web de instituições em quem confia na descrição dos problemas da Educação em Franca, como o GRIP (Groupe de Réflexion Interdisciplinaire sur les Programmes) http://grip.ujf-grenoble.fr/; Sauver Les Lettres (SLL) http://www.sauv.net/; e a Association des Professeurs de Lettres (APL) http://www.aplettres.org/. Valem bem uma visita. Finalmente, recomenda a página pessoal de Michel Delord, http://www.delord.free.fr, “simples professor de matemática do secundário mas com um conhecimento impressionante da história do nosso sistema educativo”. A página de Delord é, de facto, extraordinária e tem como dedicatória “Página dedicada a pais que se inquietaram por as suas crianças não saberem fazer uma divisão no Ensino Secundário e a quem foi respondido: ‘Os senhores são uns retrógrados’.”.
Não há dúvidas de que o e-mail de Lafforgue era violento na linguagem, tornando-o numa personagem incómoda. Lafforgue tornou-se um cavalo a abater e a sua purga foi instantânea. Contudo, é impressionante a precisão com que ele concretiza a evolução e as razões da degradação catastrófica do sistema educativo francês. Em três palavras: Lafforgue tem razão.
Mais arrepiante ainda é o exercício de transcrever as afirmações de Lafforgue para o caso português: pouco há a alterar. Na verdade, extrair as conclusões apropriadas do caso Lafforgue poderá ser essencial para a regeneração do sistema educativo português. Infelizmente, o desprezo a que o affaire Lafforgue foi votado pelos meios de comunicação portugueses não indica nada de bom. Quem não aprende com a História está condenado a repeti-la.
Publicado na Revista da Ordem dos Engenheiros Ingenium, II Série, N.º 91, Janeiro/Fevereiro 2006
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
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pata-hari já chega, ...
Tenta conversar com professores do 7º, 8º e 9º ano , tvz te esclareçam, ...tvz te contem que O SISTEMA OBRIGA os alunos a passar de ano mesmo que estes simplesmente não o queiram e q qnd chegam a esses exames não culpam necessáriamente os professores.
Chega de falar tanto do q não sabem.
Tenta conversar com professores do 7º, 8º e 9º ano , tvz te esclareçam, ...tvz te contem que O SISTEMA OBRIGA os alunos a passar de ano mesmo que estes simplesmente não o queiram e q qnd chegam a esses exames não culpam necessáriamente os professores.
Chega de falar tanto do q não sabem.
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esse exemplo é brasileiro
jarc,
esse exemplo é brasileiro. Também recebi um e-mail com vários exemplos desse estilo, em que eram todos (ou quase) brasileiros. Se reparares na pergunta:
"Encontre x"
não é linguagem usada em testes portugueses.
Em relação à matemática, acho que um dos problemas tem a ver com o sistema de avaliação, porque porpociona normalmente ao "empinanço" e não ao desenvolvimento do raciocínio. Mas esse quanto a mim é um problema geral do ensino português e não propriamente só da matemática.
PS.: Não sou especialista na matéria e a minha opinião é apenas isso mesmo.
esse exemplo é brasileiro. Também recebi um e-mail com vários exemplos desse estilo, em que eram todos (ou quase) brasileiros. Se reparares na pergunta:
"Encontre x"
não é linguagem usada em testes portugueses.
Em relação à matemática, acho que um dos problemas tem a ver com o sistema de avaliação, porque porpociona normalmente ao "empinanço" e não ao desenvolvimento do raciocínio. Mas esse quanto a mim é um problema geral do ensino português e não propriamente só da matemática.
PS.: Não sou especialista na matéria e a minha opinião é apenas isso mesmo.
Rura
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Palavras leva-as o vento...
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akoka, esse teu comentário recorda-me um artigo que eu hoje li algures acerca exactamente das falhas que temos ao nível das chefias (tinha a ver com o facto de poucos gestores serem gestores de formação). Cá no burgo temos "chefes" em vez de líders. Caramba... terá sido no jornal de negócios.... estou quase certa que foi - mas na edição escrita.
Cuidado com essa propostas
Se dão agora em avaliar também de baixo para cima - e não me refiro só ao ensino - então é que vai ser o "bonito"
Se as avaliações são más, decerto que passarão a ser muito piores. Ai! ai!, se toca a politicos e certos gestores...
Cumprimentos
Se dão agora em avaliar também de baixo para cima - e não me refiro só ao ensino - então é que vai ser o "bonito"
Cumprimentos
Jov
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Mat
O argumento da falta de preparação prévia, em rigor, não é mais que tentativa de culpabilização de quem está antes. Por aí facilmente chegaríamos ao espermatozóide. Acontece que algumas pessoas ainda acreditam em teorias com séculos de existência, acreditando que quando a cr. chega ao 1.º ciclo é mais ou menos uma tábua rasa onde o que é preciso é inscrever conhecimento. Essa ignorância está aliás presente na proposta de formação de professores que o governo apresentou recentemente. Deixo-vos uma das respostas (frequentes) de um aluno num teste 
- Anexos
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Cuidado com essa da avaliação dos professores pelos alunos. Sobretudo os de 3ºCiclo/Secundário. Se julgam que o caminho é esse, estão redondamente enganados. O panorama não vai melhorar mas piorar. Caros "amigos" do caldeirão o sucesso está na disciplina dentro e fora da sala de aula. Esta é fundamental. Vejam nos Colégios privados: para além dos alunos serem da classe média/alta, à ordem e disciplina. Naqueles que conheço - e são alguns - devido a funções que já exerci, à primeira falta são chamados os EE e à 2ª são transferidos e num caso foi mesmo nesse período lectivo, nem esperou pelo final do ano.
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- Registado: 12/12/2002 13:10
pois está. E porquê que não se pode aplicar ao secundário? afinal de contas os académicos do superior são avaliados em grande parte pela investigação e em menor escala pela qualidade de ensino. Ora como no restante ensino a investigação não faz parte da avaliação nem dos requisitos, talvez fizesse então sentido pensar em avaliar a unica componente, a componente lectiva, ou não?
Reflexão sobre os resultados dos exames de Matemática do 9.º
Fonte: http://www.professores.pt/2/109.np3
Talvez se pudesse integrar a avaliação dos professores pelos alunos no processo. É o que sugere aguiar-conraria no seu blog http://aguiar-conraria.weblog.com.pt/ar ... 04_09.html
Reflexão sobre os resultados dos exames de Matemática do 9.º ano
23 de Fevereiro de 2006
As escolas procederam a uma reflexão sobre os resultados dos exames de Matemática do 9.º ano, com o objectivo de identificar as causas associadas ao insucesso na disciplina e, sobretudo, de propor as medidas necessárias para a melhoria das aprendizagens dos alunos.
Na sequência das classificações obtidas nos exames da disciplina, cuja média nacional se situou nos 37,6 por cento, com todos os concelhos do país a apresentarem valores negativos, o Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) e o Júri Nacional de Exames (JNE) devolveram os resultados das provas às escolas para que os professores dessem início a uma reflexão interna.
Os resultados dessa reflexão interna, realizada pelos delegados de grupo e pelos professores da disciplina dos 1252 estabelecimentos de ensino com 3.º ciclo, foram divulgados e debatidos nos dias 6, 7 e 8 de Fevereiro, nas cidades do Porto, Coimbra e Lisboa, em encontros que contaram com a presença de docentes de todo o país.
Causas associadas ao insucesso
De acordo com o levantamento efectuado pelos professores, os maus resultados obtidos nos exames devem-se, principalmente, às dificuldades apresentadas pelos alunos, que se reflectem na ausência de conhecimentos prévios, na interpretação dos enunciados, na resolução de problemas, na falta de hábitos de trabalho e de motivação, entre outros.
Quanto às dificuldades relacionadas com o trabalho desenvolvido na sala de aula, os professores salientaram a extensão excessiva do programa de Matemática, que é agravada por uma insuficiente carga horária na disciplina e pelo elevado número de alunos por turma.
Os docentes não consideraram que a prova propriamente dita estivesse na base dos resultados obtidos, tendo, pelo contrário, atribuído maior peso aos factores considerados externos, nomeadamente ao insuficiente peso do exame na classificação final dos alunos, que conduziu à falta de seriedade na sua resolução.
Sugestões para melhorar o ensino da disciplina
Para melhorar o desempenho dos alunos, os professores propõem que as escolas criem mais clubes da Matemática, laboratórios e salas de estudo orientadas, que promovam o trabalho conjunto entre os docentes das diferentes disciplinas e níveis de ensino e, ainda, que elaborem horários para apoio dos alunos.
Quanto ao trabalho desenvolvido na sala de aula, os docentes reconhecem que devem investir mais na resolução de problemas, na utilização de materiais manipulativos e no treino do raciocínio demonstrativo.
Ao Ministério da Educação (ME), as escolas solicitam o reforço da carga horária na disciplina, a constituição de turmas mais pequenas e um maior investimento na aquisição de materiais.
Plano de acção para promover o sucesso na Matemática
O diagnóstico efectuado pelos professores, decorrente da observação da realidade nas escolas, vai servir de ponto de partida para traçar um plano de acção com o objectivo de melhorar o ensino da Matemática.
Tendo em conta o diagnóstico realizado, pela primeira vez, de uma forma sistemática, o ME admite a possibilidade de desdobramento das turmas nesta disciplina, já a partir do próximo ano lectivo, para que os alunos possam ser acompanhados de uma forma mais individualizada.
Para concretizar esta solução, poderá verificar-se, durante um determinado período de tempo, uma situação excepcional na constituição das turmas e na distribuição do serviço docente, que permita às escolas uma maior flexibilidade na afectação dos seus recursos humanos.
As áreas curriculares não disciplinares, que representam 17 por cento da carga horária no ensino básico, também poderão ser rentabilizadas para reforçar o ensino da Matemática. Nomeadamente a área de Estudo Acompanhado, poderá ser, em parte, direccionada para investir na superação das principais dificuldades diagnosticadas pelos docentes.
Talvez se pudesse integrar a avaliação dos professores pelos alunos no processo. É o que sugere aguiar-conraria no seu blog http://aguiar-conraria.weblog.com.pt/ar ... 04_09.html
Editado pela última vez por Pata-Hari em 5/4/2006 20:22, num total de 2 vezes.
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