Indústria fonográfica processa portugueses que roubam música
eu gostava de saber como é que eles conseguem saber
que determinado ip esteve a fazer upload da musica x para o fulano y que tem o ip z,através de p2p(por servidor),ou rede kad(directamente sem passar pelo servidor)isto é diferente de alguém que tenta defraudar,por exemplo um banco,e que pela hora e pelo ip consegue-se um mandato,para o isp daquele
ip dizer quem era a pessoa que estava ligada com aquele ip naquele momento,pois a maior parte dos ips
são dinámicos e não fixos.E até posso acrescentar que neste momento eu conheço um programa que altera o numero do nosso ip,o qual eu já exprimentei e realmente altera.Mais uma coisa para terminar e se o ip fôr de um cybercafé onde muitos utilizadores têm acesso.Para mim este tópico è brincadeira de 1 abril.
os meus cumprimentos.
que determinado ip esteve a fazer upload da musica x para o fulano y que tem o ip z,através de p2p(por servidor),ou rede kad(directamente sem passar pelo servidor)isto é diferente de alguém que tenta defraudar,por exemplo um banco,e que pela hora e pelo ip consegue-se um mandato,para o isp daquele
ip dizer quem era a pessoa que estava ligada com aquele ip naquele momento,pois a maior parte dos ips
são dinámicos e não fixos.E até posso acrescentar que neste momento eu conheço um programa que altera o numero do nosso ip,o qual eu já exprimentei e realmente altera.Mais uma coisa para terminar e se o ip fôr de um cybercafé onde muitos utilizadores têm acesso.Para mim este tópico è brincadeira de 1 abril.
os meus cumprimentos.
"A liberdade é como a vida,só a merece,quem sabe conquista-la todos os dias.",Goethe
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É só a partir da próxima semana..por isso, portem-se bem
A indústria da música vai avançar com mais uma tentativa de combate à pirataria. A partir da próxima semana, quem for apanhado a piratear música na Internet arrisca-se a uma multa que pode ir ao até aos cinco mil euros. Por dia são retirados milhões de ficheiros de música que não pagam direitos de autor.
http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida ... nloads.htm
A indústria da música vai avançar com mais uma tentativa de combate à pirataria. A partir da próxima semana, quem for apanhado a piratear música na Internet arrisca-se a uma multa que pode ir ao até aos cinco mil euros. Por dia são retirados milhões de ficheiros de música que não pagam direitos de autor.
http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida ... nloads.htm
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Mapfler Escreveu:Eu não entendo muito deste tipo de assuntos, mas gostaria de saber a opinião de quem entende do assunto, como é que eles conseguem saber se alguém andou ou não a partilhar musicas na Internet? penso que só conseguem saber através de informações fornecidas pelo meu servidor, e neste caso, será que o meu servidor poderá fornecer tais informações a qualquer pessoa que as peça? e se pode, então não há qualquer tipo de privacidade.
Um abraço
É óbvio que não conseguem. O que eles pretendem é assustar as pessoas menos informadas.
Eu não entendo muito deste tipo de assuntos, mas gostaria de saber a opinião de quem entende do assunto, como é que eles conseguem saber se alguém andou ou não a partilhar musicas na Internet? penso que só conseguem saber através de informações fornecidas pelo meu servidor, e neste caso, será que o meu servidor poderá fornecer tais informações a qualquer pessoa que as peça? e se pode, então não há qualquer tipo de privacidade.
Um abraço
Um abraço
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Alvo Escreveu:Se a guerra está perdida, isso não sei. Mas que fazem alguma mossa, isso sim. Vejam lá que o projecto Portugûes do emule foi fechado ( PTsado e PTtejo ), e o BTuga vai a caminho.
Sim, é verdade. Faz alguma mossa no momento, mas apareceram logo soluções alternativas, por exemplo a rede KAD. Os ISP aumentaram também os limites de trafego internacional que ajuda imenso na ligação a outros servidores.
Aplica-se aqui a máxima: "O não nos mata torna-nos mais fortes".
A Internet é uma coisa maravilhosa (para desgosto de muito boa gente que desejava que não fosse).
Se eu tiver 10 CDs ou DVDs e empresta-los aos meus amigos para eles ouvirem ou verem também é crime?
É crime emprestar os meus livros a um desconhecido?
Não me parece.
Nos EUA pelos vistos é, mas esse país não é (bom) exemplo para ninguém.
No caso dos downloads P2P (peer-to-peer) a coisa não deveria ser vista da mesma forma? Ou será que não? Onde está a diferença?
Uma coisa é eu "crackar" um site e fazer downloads ilicitos, outra coisa completamente diferente é fazer downloads de outros computadores desde que com a devida autorização (casos P2P).
O que acontece é que a luta contra a 'pirataria' é uma guerra completamente perdida. Não há volta a dar meus caros.
Os autores, editoras e afins terão que se adaptar a esta realidade. Este tipo de noticias contribui ainda mais para aguçar o espirito da partilha.
Resta-me esperar pela tal carta que diz que andei a fazer downloads ilegais. Se enviarem para todos vão gastar uma fortuna em selos. :-)
Ficou a minha opinião.
Cumprimentos.
É crime emprestar os meus livros a um desconhecido?
Não me parece.
Nos EUA pelos vistos é, mas esse país não é (bom) exemplo para ninguém.
No caso dos downloads P2P (peer-to-peer) a coisa não deveria ser vista da mesma forma? Ou será que não? Onde está a diferença?
Uma coisa é eu "crackar" um site e fazer downloads ilicitos, outra coisa completamente diferente é fazer downloads de outros computadores desde que com a devida autorização (casos P2P).
O que acontece é que a luta contra a 'pirataria' é uma guerra completamente perdida. Não há volta a dar meus caros.
Os autores, editoras e afins terão que se adaptar a esta realidade. Este tipo de noticias contribui ainda mais para aguçar o espirito da partilha.
Resta-me esperar pela tal carta que diz que andei a fazer downloads ilegais. Se enviarem para todos vão gastar uma fortuna em selos. :-)
Ficou a minha opinião.
Cumprimentos.
Ulisses Pereira Escreveu:Dow, é ilegal fazeres downloads de cópias não autorizadas (como o são em 99% dos casos)
Não sei não Ulisses, só se a lei já mudou, porque quem me impede de fazer uma cópia de um CD que comprei para ter um backup em caso de se danificar o original? ou quem me impede de emprestar esse CD a um amigo? esse é o principio da partilha, que é no que consiste os programas de P2P ou seja, o meu computador está ligado a outro computador de outra pessoa que partilha os seus ficheiros. Agora fazer cópias para depois vender é outra coisa.
Admito que pode ser um pouco complicado para grupos alternativos ou que estão começando no mundo da musica, mas isso já vai da consciência de cada um, eu por exemplo nesses casos compro o CD, mas certos grupos milionários como os U2, Metallica ou outros não lhes afecta em nada que o pessoal faça downloads das suas musicas.
A solução não passa por prender ninguém, mas sim por baixar os preços dos CD´s e por sites de venda de musica on-line.
Pelo que sei, desde há uns tempos para cá que se paga uma taxa de direitos de autor junto ao preço de cada CD e DVD virgens. Essa taxa serve para quê afinal? Pela lógica, a partir do momento de implantação dessa taxa as cópias passaram a ser legais. E se gravo um DVD com fotos minhas estou a pagar essa taxa porquê?
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- Registado: 10/10/2003 10:04
Dow, é ilegal fazeres downloads de cópias não autorizadas (como o são em 99% dos casos)
Infelizmente, não há condições para fiscalizar, mas é ilegal. Curiosamente, nos Estados Unidos, em 2005 mais de 10 mil pessoas foram detidas por terem efectuado downloads ilegais de músicas.
Podem não gostar, mas as coisas têm que ser postas na ordem. Por exemplo, a Apple tem downloads de músicas baratíssimos e legais, pagando os respectivos direitos de autor e conseguindo cobrar um preço suficientemente baixo que incentive os utilizadores a consumirem.
Claro que para nós, utilizadores, prefeririamos que tudo fosse de graça mas se vocês escrevessem um livro, vendessem 150 cópias e soubessem que tinham já sido feitos 15 mil downloads de uma versão pirata de um E-book não deveriam ficar muito contentes.
A internet é um mundo fascinante mas é novo. E o caminho ainda está a ser feito. Porque não pode ser um mundo onde tudo vale...
Há leis. E confesso que me desagrada este espírito do português que, além de violar as leis, ainda se vangloria disso e ridiculariza quem as quer cumprir.
Um abraço,
Ulisses
Infelizmente, não há condições para fiscalizar, mas é ilegal. Curiosamente, nos Estados Unidos, em 2005 mais de 10 mil pessoas foram detidas por terem efectuado downloads ilegais de músicas.
Podem não gostar, mas as coisas têm que ser postas na ordem. Por exemplo, a Apple tem downloads de músicas baratíssimos e legais, pagando os respectivos direitos de autor e conseguindo cobrar um preço suficientemente baixo que incentive os utilizadores a consumirem.
Claro que para nós, utilizadores, prefeririamos que tudo fosse de graça mas se vocês escrevessem um livro, vendessem 150 cópias e soubessem que tinham já sido feitos 15 mil downloads de uma versão pirata de um E-book não deveriam ficar muito contentes.
A internet é um mundo fascinante mas é novo. E o caminho ainda está a ser feito. Porque não pode ser um mundo onde tudo vale...
Há leis. E confesso que me desagrada este espírito do português que, além de violar as leis, ainda se vangloria disso e ridiculariza quem as quer cumprir.
Um abraço,
Ulisses
Alexandre7ias Escreveu::mrgreen: E ele vai enfrentar um processo judicial, por saber o que eu ando a fazer na net, já não há...ups...cuidado que eles andam por estes lados...pois menos mal que as ultimas não devem ser ao gosto dele (Marilyn Manson)-que grande maluco.
(“uploads” e “downloads”) estes não conheço vou pesquisar no Google, serão Portugas
Caro Alexandre7ias:
Aqui tem o significado de downloads e uploads...
Download (significa baixar em português, embora não tenha uma tradução exata), é a transferência de dados de um computador remoto para um computador local, o inverso de upload.
Upload é a transferência de arquivos de um cliente para um servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar um servidor de FTP, HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a transferência.
Já conseguiu entender?
VIVA $$!!
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queriam net para nada ...(para que servia)....
Isto significa que a pid em portugal vai voltar....LOL
VIVA $$!!
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- Registado: 2/4/2006 14:41
Lol
Esta teve piada. Não fosse dia 1 de Abril e a malta até podia acreditar. Ah, ah.
Que ridiculo.
Que ridiculo.
(“uploads” e “downloads”) estes não conheço vou pesquisar no Google, serão Portugas
Este senhor está a esquecer-se que muitos artistas só tiveram oportunidade de serem conhecidos, porque existem "piratas" que partilham as suas musicas via internet. Musicas que, se tivessemos que comprar o CD, teriam ficado no anonimato, já que, aos preços que se praticam, ficariam na estante da loja. Para além do mais, se os artistas se dão a conhecer desta forma, quando fazem as tournées, enchem concertos. Tenho pessoas ligadas à area musical na familia e elas aceitam perfeitamente a partilha das suas musicas na internet, já que é uma forma de promoção (gratuita).
Eu acho que desta maneira todos ganham, excepto os senhores das discográficas, que continuam a querer enriquecer sem esforço, ao praticarem os preços exorbitantes dos CD's. Penso, que esta industria está condenada, se estes senhores não mudarem a sua atitude. Cada vez mais os artistas preferem o contacto directo com o publico, sem ter a intervenção destes oportunistas das discográficas. Um exemplo disso é vermos os artistas a disponibilizarem livremente as suas musicas nos seus sites, por sua livre vontade, como forma de promoção dos seus albuns. Eles não querem saber das discográficas. Os artistas ganham o seu dinheiro nos concertos. A venda de CD's é só para alimentar estas empresas e os seus lobbys.
Eu acho que desta maneira todos ganham, excepto os senhores das discográficas, que continuam a querer enriquecer sem esforço, ao praticarem os preços exorbitantes dos CD's. Penso, que esta industria está condenada, se estes senhores não mudarem a sua atitude. Cada vez mais os artistas preferem o contacto directo com o publico, sem ter a intervenção destes oportunistas das discográficas. Um exemplo disso é vermos os artistas a disponibilizarem livremente as suas musicas nos seus sites, por sua livre vontade, como forma de promoção dos seus albuns. Eles não querem saber das discográficas. Os artistas ganham o seu dinheiro nos concertos. A venda de CD's é só para alimentar estas empresas e os seus lobbys.
Indústria fonográfica processa portugueses que roubam música
Desrespeito dos direitos de autor
Indústria fonográfica processa portugueses que roubam músicas na Internet
02.04.2006 - 07h49 Paulo Anunciação (PÚBLICO)
Nas próximas semanas, os portugueses que tenham carregado ou descarregado ilegalmente músicas na internet irão receber uma carta a convidá-los a pagar uma indemnização por desrespeito dos direitos de autor ou, em alternativa, enfrentar um processo judicial.
John Kennedy, o presidente e administrador executivo da IFPI, a federação que representa a indústria fonográfica em todo o mundo, lança, depois de amanhã, em Lisboa, mais uma vaga de processos judiciais contra as pessoas que partilham ficheiros musicais, de forma ilegal, na internet.
Esta é a primeira vez que Portugal é incluído neste programa de combate à pirataria digital de músicas.
PÚBLICA: Depois de várias iniciativas contra a pirataria digital noutros países, a IFPI [Federação Internacional da Indústria Fonográfica] vai atacar, agora, o problema português. A situação, em Portugal, preocupa-o?
John Kennedy: Quando eu era presidente da Universal Music, Portugal era um dos países que estava sob a minha responsabilidade. A pirataria, nessa altura, já era um problema que nos impossibilitava, por exemplo, de fazer grandes investimentos na música local. As coisas pioraram muito nos últimos anos. A partilha ilegal de ficheiros musicais na internet continua a aumentar em Portugal. A indústria da música sofre terrivelmente. Por isso decidimos abordar o problema de outra forma e desencadear acções mais drásticas.
A situação em Portugal é mais grave do que em outros países da União Europeia?
O [país] pior era a Alemanha, mas a situação começou a recuperar um pouco. Na Alemanha e no Reino Unido, o número de utilizadores que compra música online de forma legal passou a ser superior ao número de utilizadores que o fazem ilegalmente. As estatísticas, em Portugal, eram semelhantes às da Alemanha. As vendas de CD em Portugal caíram 40 por cento nos últimos cinco anos. Grande parte dessa quebra está relacionada com o facto de um número crescente de pessoas obter música de forma ilegal. Estamos perante uma verdadeira batalha para salvar a música portuguesa.
Porquê?
Cerca de um quarto de toda a música comprada em Portugal é música portuguesa. Os artistas nacionais vendem, sobretudo, a nível nacional. Mas uma grande fatia deste mercado nacional passou a obter as músicas de forma ilegal, pondo em causa a sobrevivência da música independente em Portugal. O problema é muito sério.
Vão processar judicialmente portugueses que fazem “uploads” e “downloads” ilegais de música?
Com certeza. Faz parte do plano.
O sistema judicial português é lento e pouco eficaz. Isso não o preocupa?
Temos aprendido imenso sobre sistemas legais no mundo inteiro. Alguns são bons, outros custam muito dinheiro, são morosos ou ineficazes. Temos que lidar com o sistema legal de cada país. O que importa é que as pessoas entendam, depressa, que passaram a estar na linha de fogo e que mesmo que a via judicial demore muito tempo, isso não faz mal. O mais importante é passar esta mensagem para o público em geral – a de que é inaceitável roubar música e que algo pode acontecer.
Em quantos países desencadearam acções judiciais contra essas pessoas que partilham ficheiros musicais ilegais?
Em 18 países. Portugal é um dos países da quinta vaga de acções desencadeadas pela IFPI. No mundo inteiro, iniciámos processos judiciais contra 25 mil pessoas (incluindo 5500 na Europa). Cerca de mil chegaram a acordo sem ir a julgamento, aceitando pagar indemnizações que rondam os 2500 a três mil euros.
Quantos portugueses vão ser processados?
Ainda estamos a estudar o assunto com os nossos colegas da indústria em Portugal. Na terça-feira poderei dar, talvez, números em concreto.
A vossa experiência, em outros países, tem demonstrado que estes procedimentos resultaram?
Sim. Não tem sido fácil. Mas notamos, sobretudo, uma mudança de atitudes. As pessoas que vão “on-line” para consumir música pela primeira vez passaram a fazê-lo legalmente. Tem sido mais difícil convencer aqueles já habituados a descarregar música sem pagar. Por isso estes procedimentos são necessários. Eles cumprem três funções: educar, dar a conhecer, prevenir.
A pirataria digital através da partilha ilegal de ficheiros musicais na internet parece estar generalizada entre a juventude portuguesa. Como é que vai convencer um jovem a pagar 90 ou 99 cêntimos por uma música se ela está disponível à borla – ilegalmente, é certo – na internet?
Não é fácil, de facto, mudar algo que está tão amplamente generalizado. Começámos, por isso, por educar as pessoas. Lançámos várias campanhas de informação pública, incluindo uma no mês passado com 150 mil panfletos que visam informar, sobretudo, os pais e encarregados de educação. Sondagens que fizemos em Portugal, há dois ou três anos, indicavam que as pessoas tinham pouca ou nenhuma noção de que esses “uploads” e “downloads” eram ilegais. Agora, cerca de 70 por cento dos utilizadores sabe que essa actividade é ilegal. Os processos judiciais funcionarão como uma forma de desencorajamento. A nossa experiência no mundo inteiro tem-no demonstrado. As pessoas passaram a ter a noção de que estão na linha de fogo e que se arriscam a pagar multas que poderão atingir os cinco mil euros. Isto é muito dinheiro – dinheiro esbanjado que elas poderiam muito bem utilizar nas férias, em carros, na educação ou numa cozinha nova.
Não o preocupa o facto de que muitos dos infractores são jovens adolescentes ou mesmo crianças? Avançam, mesmo assim, para os tribunais?
Estes processos não caem do céu sem mais nem menos. Fizemos conferências de imprensa, campanhas de informação pública, artigos nos jornais. Avisámos toda a gente que estamos a fazer isto e convidámos os infractores a parar. Quem insiste em fazer “uploads” ou “downloads” ilegais de música – mesmo depois de todos estes avisos – no fundo está a dizer: ‘Não quero saber, estou-me nas tintas, venham prender-me se quiserem.’ Estes infractores estão a roubar os artistas – que deixam de ter a possibilidade de viver do seu trabalho – e têm de pagar as consequências. A música é propriedade intelectual, protegida pelo direito de autor, criada por uma comunidade ampla de criadores que envolve compositores, produtores, artistas, músicos de estúdio, etc. Eles estão a proporcionar um bem cultural e de entretenimento e não podem fazê-lo de graça. Na minha opinião, quem rouba música não pode ser um verdadeiro amante da música. Quem faz “downloads” ou quem partilha fi - cheiros musicais e os coloca ilegalmente à disposição de outros (“uploads”) – além de se arriscar a apanhar com multas pesadas – está a prejudicar todos aqueles que trabalham na criação, desenvolvimento e gravação de música, gente que depende inteiramente da música para sobreviver.
Acha que esse preço de 90 ou 99 cêntimos por uma música disponível de forma legal na internet é um preço justo?
Estamos habituados a essas discussões. A questão do preço é uma desculpa esfarrapada, utilizada frequentemente pelos infractores que roubam música. As pessoas devem olhar para esses 99 cêntimos e pensar no que podem comprar com esse montante. Um café? Uma lata de Coca-Cola? Um bilhete de autocarro? Este preço é muito, muito baixo para uma obra de arte que se pode guardar para sempre, que se pode voltar a ouvir daqui a dez anos e dar-nos sempre imenso prazer e entretenimento. A música tem um valor incrível, atendendo ao preço que se paga. Ninguém pode argumentar legitimamente que 99 cêntimos é um preço alto.
E quanto ao preço dos CD?
O CD dura uma vida inteira e é uma fonte constante de entretenimento. Os CDs são muito mais utilizados do que outras coisas que custam mais dinheiro e são rapidamente postas de lado. O preço de um CD em Portugal é muito inferior ao preço de um concerto ou de uma peça no teatro.
Através da venda de música por métodos de distribuição digital (online, telemóvel), a indústria poupa nas despesas de criação física de um CD, de embalagem, distribuição. Será que essa poupança não deveria reflectir-se na redução dos preços das músicas online?
Acho que o preço está certo e é justo – comprar uma música por menos de um euro é um óptimo negócio para qualquer amante da música. Além disso, a maioria dos custos presentes no mundo da música em suporte físico não desaparece. É um erro frequente pensar que os custos de fabrico de um CD se resumem aos custos de produção e embalagem de um disco. A maior parte dos custos suportados pelas editoras são custos ligados à produção e marketing da música propriamente dita – e estes custos são sempre os mesmos, independentemente do suporte em que é distribuída. Os artistas, compositores e todos aqueles que se envolveram na gravação e marketing de uma canção continuam a precisar de ser remunerados.
Qual é a sua opinião sobre conjuntos como os Arctic Monkeys – uma banda que construiu uma carreira de sucesso fora do circuito das editoras e da indústria da música?
Não os considero tão revolucionários como tanta gente parece crer. Os Arctic Monkeys utilizaram a internet de forma muito inteligente. Ofereceram a música deles de graça durante algum tempo, mas isso é uma forma de promoção seguida ocasionalmente pela indústria, há vários anos. Eles tornaram-se populares sem o envolvimento de uma editora. Na altura certa, quando constataram que já tinham uma base alargada de fãs e seguidores da banda, decidiram passar a vendar a sua música. E foi o que fizeram ao assinar contrato com uma editora legítima de música independente – no fundo, porque querem viver da música. Antigamente, antes de gravarem o primeiro disco, as bandas faziam muitos espectáculos e tornavam-se eventualmente populares. Nessa altura apareciam as editoras, assinavam contratos e faziam os discos. Os Arctic Monkeys apostaram num formato que deu certo, mas isso não significa que os artistas deixarão de precisar das editoras.
A indústria da música atravessa dificuldades?
A nossa indústria atravessa um período difícil há vários anos. Mas estamos muito contentes por ver que o negócio da música digital, por exemplo, passou a ser uma parte central e viável da nossa indústria. Estamos a fazer o possível para resolver os problemas. Não nos podemos esquecer que a música é um dos produtos mais consumidos no mundo industrializado. Infelizmente, porém, nem todos pagam para obter esse produto. Esse é o nosso maior desafio.
Está optimista?
As vendas de música digital triplicaram em 2005 e no presente ano vão continuar a crescer de forma impressionante. Estou optimista.
O Caça-Piratas
John Kennedy nasceu em 1953 em Londres. Quando era jovem, a irmã trabalhava na indústria discográfica e trazia-lhe álbuns muito antes de serem colocados à venda ao público. Apesar de ter estudado para ser advogado, aos 25 anos foi trabalhar na indústria fonográfica. Passou pela Phonogram (hoje Mercury UK), CBS (agora Sony Music) e pela Polygram, de que foi presidente. Também dirigiu a Universal Music, a maior editora discográfica do Reino Unido. Em 2004 passou a presidente e administrador executivo da IFPI, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica. A IFPI é a organização que defende os interesses da indústria discográfica internacional em todo o mundo. A AFP, Associação Fonográfica Portuguesa, faz parte da IFPI. Foi um dos organizadores, “trustee” e assessor jurídico do “Live Aid” de 1985. Vinte anos mais tarde ajudou Bob Geldof e Harvey Goldsmith a organizar a campanha e os (dez) concertos Live8 em todo o mundo. “Sem este homem [Kennedy], nada disto poderia ter acontecido”, lê-se no livro oficial do Live8.
Indústria fonográfica processa portugueses que roubam músicas na Internet
02.04.2006 - 07h49 Paulo Anunciação (PÚBLICO)
Nas próximas semanas, os portugueses que tenham carregado ou descarregado ilegalmente músicas na internet irão receber uma carta a convidá-los a pagar uma indemnização por desrespeito dos direitos de autor ou, em alternativa, enfrentar um processo judicial.
John Kennedy, o presidente e administrador executivo da IFPI, a federação que representa a indústria fonográfica em todo o mundo, lança, depois de amanhã, em Lisboa, mais uma vaga de processos judiciais contra as pessoas que partilham ficheiros musicais, de forma ilegal, na internet.
Esta é a primeira vez que Portugal é incluído neste programa de combate à pirataria digital de músicas.
PÚBLICA: Depois de várias iniciativas contra a pirataria digital noutros países, a IFPI [Federação Internacional da Indústria Fonográfica] vai atacar, agora, o problema português. A situação, em Portugal, preocupa-o?
John Kennedy: Quando eu era presidente da Universal Music, Portugal era um dos países que estava sob a minha responsabilidade. A pirataria, nessa altura, já era um problema que nos impossibilitava, por exemplo, de fazer grandes investimentos na música local. As coisas pioraram muito nos últimos anos. A partilha ilegal de ficheiros musicais na internet continua a aumentar em Portugal. A indústria da música sofre terrivelmente. Por isso decidimos abordar o problema de outra forma e desencadear acções mais drásticas.
A situação em Portugal é mais grave do que em outros países da União Europeia?
O [país] pior era a Alemanha, mas a situação começou a recuperar um pouco. Na Alemanha e no Reino Unido, o número de utilizadores que compra música online de forma legal passou a ser superior ao número de utilizadores que o fazem ilegalmente. As estatísticas, em Portugal, eram semelhantes às da Alemanha. As vendas de CD em Portugal caíram 40 por cento nos últimos cinco anos. Grande parte dessa quebra está relacionada com o facto de um número crescente de pessoas obter música de forma ilegal. Estamos perante uma verdadeira batalha para salvar a música portuguesa.
Porquê?
Cerca de um quarto de toda a música comprada em Portugal é música portuguesa. Os artistas nacionais vendem, sobretudo, a nível nacional. Mas uma grande fatia deste mercado nacional passou a obter as músicas de forma ilegal, pondo em causa a sobrevivência da música independente em Portugal. O problema é muito sério.
Vão processar judicialmente portugueses que fazem “uploads” e “downloads” ilegais de música?
Com certeza. Faz parte do plano.
O sistema judicial português é lento e pouco eficaz. Isso não o preocupa?
Temos aprendido imenso sobre sistemas legais no mundo inteiro. Alguns são bons, outros custam muito dinheiro, são morosos ou ineficazes. Temos que lidar com o sistema legal de cada país. O que importa é que as pessoas entendam, depressa, que passaram a estar na linha de fogo e que mesmo que a via judicial demore muito tempo, isso não faz mal. O mais importante é passar esta mensagem para o público em geral – a de que é inaceitável roubar música e que algo pode acontecer.
Em quantos países desencadearam acções judiciais contra essas pessoas que partilham ficheiros musicais ilegais?
Em 18 países. Portugal é um dos países da quinta vaga de acções desencadeadas pela IFPI. No mundo inteiro, iniciámos processos judiciais contra 25 mil pessoas (incluindo 5500 na Europa). Cerca de mil chegaram a acordo sem ir a julgamento, aceitando pagar indemnizações que rondam os 2500 a três mil euros.
Quantos portugueses vão ser processados?
Ainda estamos a estudar o assunto com os nossos colegas da indústria em Portugal. Na terça-feira poderei dar, talvez, números em concreto.
A vossa experiência, em outros países, tem demonstrado que estes procedimentos resultaram?
Sim. Não tem sido fácil. Mas notamos, sobretudo, uma mudança de atitudes. As pessoas que vão “on-line” para consumir música pela primeira vez passaram a fazê-lo legalmente. Tem sido mais difícil convencer aqueles já habituados a descarregar música sem pagar. Por isso estes procedimentos são necessários. Eles cumprem três funções: educar, dar a conhecer, prevenir.
A pirataria digital através da partilha ilegal de ficheiros musicais na internet parece estar generalizada entre a juventude portuguesa. Como é que vai convencer um jovem a pagar 90 ou 99 cêntimos por uma música se ela está disponível à borla – ilegalmente, é certo – na internet?
Não é fácil, de facto, mudar algo que está tão amplamente generalizado. Começámos, por isso, por educar as pessoas. Lançámos várias campanhas de informação pública, incluindo uma no mês passado com 150 mil panfletos que visam informar, sobretudo, os pais e encarregados de educação. Sondagens que fizemos em Portugal, há dois ou três anos, indicavam que as pessoas tinham pouca ou nenhuma noção de que esses “uploads” e “downloads” eram ilegais. Agora, cerca de 70 por cento dos utilizadores sabe que essa actividade é ilegal. Os processos judiciais funcionarão como uma forma de desencorajamento. A nossa experiência no mundo inteiro tem-no demonstrado. As pessoas passaram a ter a noção de que estão na linha de fogo e que se arriscam a pagar multas que poderão atingir os cinco mil euros. Isto é muito dinheiro – dinheiro esbanjado que elas poderiam muito bem utilizar nas férias, em carros, na educação ou numa cozinha nova.
Não o preocupa o facto de que muitos dos infractores são jovens adolescentes ou mesmo crianças? Avançam, mesmo assim, para os tribunais?
Estes processos não caem do céu sem mais nem menos. Fizemos conferências de imprensa, campanhas de informação pública, artigos nos jornais. Avisámos toda a gente que estamos a fazer isto e convidámos os infractores a parar. Quem insiste em fazer “uploads” ou “downloads” ilegais de música – mesmo depois de todos estes avisos – no fundo está a dizer: ‘Não quero saber, estou-me nas tintas, venham prender-me se quiserem.’ Estes infractores estão a roubar os artistas – que deixam de ter a possibilidade de viver do seu trabalho – e têm de pagar as consequências. A música é propriedade intelectual, protegida pelo direito de autor, criada por uma comunidade ampla de criadores que envolve compositores, produtores, artistas, músicos de estúdio, etc. Eles estão a proporcionar um bem cultural e de entretenimento e não podem fazê-lo de graça. Na minha opinião, quem rouba música não pode ser um verdadeiro amante da música. Quem faz “downloads” ou quem partilha fi - cheiros musicais e os coloca ilegalmente à disposição de outros (“uploads”) – além de se arriscar a apanhar com multas pesadas – está a prejudicar todos aqueles que trabalham na criação, desenvolvimento e gravação de música, gente que depende inteiramente da música para sobreviver.
Acha que esse preço de 90 ou 99 cêntimos por uma música disponível de forma legal na internet é um preço justo?
Estamos habituados a essas discussões. A questão do preço é uma desculpa esfarrapada, utilizada frequentemente pelos infractores que roubam música. As pessoas devem olhar para esses 99 cêntimos e pensar no que podem comprar com esse montante. Um café? Uma lata de Coca-Cola? Um bilhete de autocarro? Este preço é muito, muito baixo para uma obra de arte que se pode guardar para sempre, que se pode voltar a ouvir daqui a dez anos e dar-nos sempre imenso prazer e entretenimento. A música tem um valor incrível, atendendo ao preço que se paga. Ninguém pode argumentar legitimamente que 99 cêntimos é um preço alto.
E quanto ao preço dos CD?
O CD dura uma vida inteira e é uma fonte constante de entretenimento. Os CDs são muito mais utilizados do que outras coisas que custam mais dinheiro e são rapidamente postas de lado. O preço de um CD em Portugal é muito inferior ao preço de um concerto ou de uma peça no teatro.
Através da venda de música por métodos de distribuição digital (online, telemóvel), a indústria poupa nas despesas de criação física de um CD, de embalagem, distribuição. Será que essa poupança não deveria reflectir-se na redução dos preços das músicas online?
Acho que o preço está certo e é justo – comprar uma música por menos de um euro é um óptimo negócio para qualquer amante da música. Além disso, a maioria dos custos presentes no mundo da música em suporte físico não desaparece. É um erro frequente pensar que os custos de fabrico de um CD se resumem aos custos de produção e embalagem de um disco. A maior parte dos custos suportados pelas editoras são custos ligados à produção e marketing da música propriamente dita – e estes custos são sempre os mesmos, independentemente do suporte em que é distribuída. Os artistas, compositores e todos aqueles que se envolveram na gravação e marketing de uma canção continuam a precisar de ser remunerados.
Qual é a sua opinião sobre conjuntos como os Arctic Monkeys – uma banda que construiu uma carreira de sucesso fora do circuito das editoras e da indústria da música?
Não os considero tão revolucionários como tanta gente parece crer. Os Arctic Monkeys utilizaram a internet de forma muito inteligente. Ofereceram a música deles de graça durante algum tempo, mas isso é uma forma de promoção seguida ocasionalmente pela indústria, há vários anos. Eles tornaram-se populares sem o envolvimento de uma editora. Na altura certa, quando constataram que já tinham uma base alargada de fãs e seguidores da banda, decidiram passar a vendar a sua música. E foi o que fizeram ao assinar contrato com uma editora legítima de música independente – no fundo, porque querem viver da música. Antigamente, antes de gravarem o primeiro disco, as bandas faziam muitos espectáculos e tornavam-se eventualmente populares. Nessa altura apareciam as editoras, assinavam contratos e faziam os discos. Os Arctic Monkeys apostaram num formato que deu certo, mas isso não significa que os artistas deixarão de precisar das editoras.
A indústria da música atravessa dificuldades?
A nossa indústria atravessa um período difícil há vários anos. Mas estamos muito contentes por ver que o negócio da música digital, por exemplo, passou a ser uma parte central e viável da nossa indústria. Estamos a fazer o possível para resolver os problemas. Não nos podemos esquecer que a música é um dos produtos mais consumidos no mundo industrializado. Infelizmente, porém, nem todos pagam para obter esse produto. Esse é o nosso maior desafio.
Está optimista?
As vendas de música digital triplicaram em 2005 e no presente ano vão continuar a crescer de forma impressionante. Estou optimista.
O Caça-Piratas
John Kennedy nasceu em 1953 em Londres. Quando era jovem, a irmã trabalhava na indústria discográfica e trazia-lhe álbuns muito antes de serem colocados à venda ao público. Apesar de ter estudado para ser advogado, aos 25 anos foi trabalhar na indústria fonográfica. Passou pela Phonogram (hoje Mercury UK), CBS (agora Sony Music) e pela Polygram, de que foi presidente. Também dirigiu a Universal Music, a maior editora discográfica do Reino Unido. Em 2004 passou a presidente e administrador executivo da IFPI, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica. A IFPI é a organização que defende os interesses da indústria discográfica internacional em todo o mundo. A AFP, Associação Fonográfica Portuguesa, faz parte da IFPI. Foi um dos organizadores, “trustee” e assessor jurídico do “Live Aid” de 1985. Vinte anos mais tarde ajudou Bob Geldof e Harvey Goldsmith a organizar a campanha e os (dez) concertos Live8 em todo o mundo. “Sem este homem [Kennedy], nada disto poderia ter acontecido”, lê-se no livro oficial do Live8.
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