Caldeirão da Bolsa

Golpadas......

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por pedras11 » 16/3/2006 19:27

.........A OPA da Sonae perdeu nestes dias «glamour», mas não morreu. E é forte a probabilidade de aparecerem novas OPA concorrentes. Ou seja, a coisa promete aquecer.

A OPA do BCP ao BPI serviu para lançar gasolina para a fogueira. Mas a reacção do BPI promete muitas coisas que a nossa vista não alcança.

O silêncio de Fernando Ulrich é ensurdecedor, porque não é normal. A defesa da administração e do «núcleo duro» é enigmática, porque não parece uma defesa e sim um contra-ataque.

Não é provável ver Granadeiro e Zeinal reagirem com uma OPA à Sonae. Mas Ulrich sempre teve a ambição de fazer o assalto ao BCP. A ambição e 6% do banco rival, o que equivale dizer que ali investiu 57% do seu «core capital».

Mas faltavam outras duas coisas: mobilizar os seus accionistas para o ataque e um pretexto para atacar. A única coisa que está por esclarecer é se Itaú, La Caixa e Allianz estão ou não convencidos.

Teixeira Pinto, que joga quase tudo nesta operação, se calhar o seu próprio futuro profissional, terá certamente outros trunfos para arriscar. Provavelmente, o preço. Até 6,5 euros. Afasta concorrentes. Uau! Mantém o ataque ao BPI. Não serve é para se defender. Ai?!...
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por alexandre7ias » 16/3/2006 19:27

Já se sabe que estes rumores nunca têm paternidade. Mas na lógica de que o crime interessa especialmente aos seus directos beneficiários, até apetece perguntar quem lançou, no mercado, este boato da contra-OPA do BPI ao Millennium?


Então não se está a ver que foi o pessoal do Caldeirão :mrgreen: :mrgreen: Cuidado :P :P
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Golpadas......

por pedras11 » 16/3/2006 19:25

Quando na terça-feira, ontem, surgiu o rumor de que o BPI estaria a ponderar uma contra-OPA sobre o Millennium, tornou-se mais cara, logo mais improvável, uma nova oferta sobre o Millennium e mais barata, logo mais provável, o sucesso da oferta sobre o BPI.

Já se sabe que estes rumores nunca têm paternidade. Mas na lógica de que o crime interessa especialmente aos seus directos beneficiários, até apetece perguntar quem lançou, no mercado, este boato da contra-OPA do BPI ao Millennium?

Debaixo deste ambiente frenético de OPA e contra-OPA em que vivemos, é-me também lícito entrar num registo especulativo (esperemos que a CMVM não passe os olhos pelas linhas que se seguem?). É assim: será que a Sonae quer verdadeiramente comprar a Portugal Telecom? Durante anos, a Sonae lutou pela «libertação» da TV Cabo do universo PT e também pela separação das ofertas grossista e retalhista do negócio de telefonia fixa da mesma Portugal Telecom. Depois de ter jogado a carta da OPA, nada ficará como dantes no panorama português das telecomunicações. A Portugal Telecom, por iniciativa própria ou por pressão dos seus accionistas – leia-se Estado – e dos reguladores tenderá a abrir mão nas duas questões. Ou seja, com ou sem sucesso da OPA da Sonae sobre a Portugal Telecom, até ao final do ano a TV Cabo poderá ser alienada para fora da PT e as actividades grossistas e retalhistas do telefone fixo da PT deverão ser separadas. A Sonae conseguirá assim vencer o seu grande constrangimento no mercado português de telecomunicações e com isso eliminar o obstáculo principal para se impor como um «player» verdadeiramente concorrencial à PT. Sabendo disto, Paulo Azevedo conseguiu resolver o seu problema de uma forma eficaz - atirando uma valente pedrada ao charco das telecomunicações nacionais, começou a desatar um nó que, objectivamente, o impedia de tomar a dimensão e o papel que, há anos, ambiciona. Desse ponto de vista, foi de mestre. Qualquer que seja o resultado da OPA, este objectivo será atingido. Depois, se adquirir a PT, a Sonae logo se entreterá a retalhar a PT aos bocados, como na passada semana aqui antecipei. É natural que o grupo PT valha mais aos pedaços do que em bolo, pelo que o grupo nortenho tenderá a realizar umas boas mais-valias com essas alienações «estratégicas» e uma meia dúzia de medidas de racionalização de custos operacionais. Será como juntar o agradável ao útil.

Também a OPA do Millennium ao BPI e a especulada contra-OPA do segundo sobre o primeiro podem ser lidas de uma forma original. Sabe-se, há muito, que não faltam interessados em adquirir o banco agora gerido por Paulo Teixeira Pinto. Tanto pelo seu acesso directo à liderança do mercado bancário português, como pelas suas interessantes ramificações na Polónia e na Grécia. Mais a mais, o Millennium é um verdadeiro «case study» internacional em «tecnologia» e «know-how» bancários. O banco que o comprar ganha também acesso a estas matérias e pode até replicá-las, em todo ou em parte, nos seus balcões próprios. Com o anúncio da OPA sobre o BPI, o Millennium ganha pelo menos algumas semanas tranquilas?É normal que quando uma instituição está a tentar comprar outra, se lance uma nuvem de confusão, que poderá – ainda que não obrigatoriamente – impedir que durante esse período não existam ofertas de aquisição sobre o ofertante inicial. Mas a questão da compra do Millennium é apenas uma questão de preço. Ao contrário do caso PT, onde o Estado ainda guarda uma «golden share» determinante, no BCP e no BPI só mandam os interesses dos seus accionistas. E portanto, desde que seja bom o preço, os accionistas vendem. Ou compram. Quando na terça-feira, ontem, surgiu o rumor de que o próprio BPI poderia estar a ponderar uma contra-OPA sobre o Millennium, as acções do banco de Paulo Teixeira Pinto reagiram em forte alta, ao mesmo tempo que as do BPI caíram uns quantos por cento. Ou seja, tornou-se mais cara, logo mais improvável, uma nova oferta sobre o Millennium e mais barata, logo mais provável, o sucesso da oferta sobre o BPI. Já se sabe que os rumores nunca têm paternidade. Mas na lógica de que o crime interessa especialmente aos seus directos beneficiários, até apetece perguntar quem lançou, no mercado, este boato da contra-OPA ao Millennium?


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