Caldeirão da Bolsa

Transferências bancárias vão passar a demorar apenas um dia

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Credit Crunch

por Emanuel Santos » 2/12/2005 11:46

Obrigado Incognitus, eu referia-me mais ao efeito na economia visível, digamos assim, ao efeito prático nas pessoas, já que o efeito nas bolsas eu acompanho, mas não me apercebi da nada de especial, talvez porque na altura "está tudo pior"... :mrgreen:
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por Incognitus » 1/12/2005 23:29

A recuperação deu-se, sim (e foi francamente previsível ...).

Deu-se a partir de um buraco (particularmente o de 2002) bastante fundo, criado por um credit crunch nos EUA que afectou os mercados em todo o mundo.

Basicamente, tornou-se durante alguns meses difícil refinanciar dívida, porque os bancos perderam temporariamente a vontade de emprestar (porque teoricamente se estava numa recessão, e portanto as contas das empresas que se queriam refinanciar estavam a piorar a grande velocidade).

Para teres uma ideia, a alemanha caia quase todos os dias 3%, e quando chegava aos 3% era arriscado comprar, porque com alguma segurança fazia -5% ...

O problema está em que a repetição deste cenário pode já não ser tão previsível, porque o que ajudou à recuperação do anterior (um boom imobiliário sustentado nas baixas taxas de juro, depois transmitido à economia em geral) não é replicável duas vezes seguidas com facilidade.

Além de que entretanto, na fúria de acesso ao crédito os americanos cometeram a proeza de no ano passado retirarem 7% do seu rendimento disponível do aumento dos seus empréstimos imobiliários (não da contracção de empréstimos novos, mas sim do aumentar os que já tinham, tipo tu tens a casa e um empréstimo sobre a casa e utilizas a casa como um multibanco pedindo mais dinheiro sobre ela para consumir).

Portanto o próximo credit crunch em princípio é liderado pelos consumidores (que não foram substancialmente afectados no último).
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Incognitus

por Emanuel Santos » 1/12/2005 23:19

Assim de repente não me lembro de mais que... uma recuparação notável, ainda que de curta duração das bolsas... :mrgreen:

Espero que nos refresques a memória ou a capacidade analítica.
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por Incognitus » 1/12/2005 22:59

Existiram nos últimos anos 2 oportunidades para se ver em que consiste o problema, quando pequenos "credit crunch" ocorreram: 1998 e 2002.

Convém analisar o que se passou nessa altura.
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por Incognitus » 1/12/2005 22:56

Numa economia de base financeira como a que agora existe, com expansão do crédito todos os anos, as contas dos bancos parecerão sempre maravilhosas em com ganhos crescentes...

,,, até ao dia em que existam 1-2 anos de decrescimento do volume total de crédito "outstanding". Aí sim se verá quem nadava nú, existindo inclusive a possibilidade de todos nadarem nús.
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Bancos

por Emanuel Santos » 1/12/2005 22:52

Os bancos já protestaram contra esta medida, dizendo que implicará um aumento dos seus custos


Eu não estou a par, nem quero estar, das finanças dos bancos dos outros países, mas se fôr ligeiramente semelhante à dos nossos, que passou ao lado da crise, assistindo à diminuição dos lucros e aos prejuízos de quase tudo o que é empresa, ostentanto crescimentos de 10, 20 e 30%, nestes anos negros para a generalidade das economias... Realmente, se forem nem que seja parentes afastados da banquinha tuga, há milhões e milhões de pessoas que nem devem dormir de noite por causa desse "aumento de custos"... :mrgreen:
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por R_Martins » 1/12/2005 20:55

...eles querem tudo, eles querem tudo.
Querem o dinheiro três dias para ganhar algum com o dinheiro das transferências.
Parece que os computadores, tem a capacidade de transmitir dados em décimos de segundo dum lado para o outro do Mundo, assim que os Bancos...
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Transferências bancárias vão passar a demorar apenas um dia

por marafado » 1/12/2005 17:08

Transferências bancárias vão passar a demorar apenas um dia


Notícia agenciafinanceira.com
(01/12/05)-(Agência Financeira) A única excepção para este prazo seriam as transferências em que é necessário um câmbio de moeda.

Os bancos já protestaram contra esta medida, dizendo que implicará um aumento dos seus custos. A Associação Europeia de Bancos Públicos diz em comunicado que «um prazo tão curto não é realista e não tem em conta as infra-estruturas transfronteiriças existentes» e acrescenta que «o prazo de execução obrigatório requer ajustes e investimentos enormes». Por isso mesmo, pedem que o prazo seja alargado para, pelo menos, três dias.

O comissário responsável pelo Mercado Interno, Charlie McCreevy, responde aos bancos dizendo que «a norma não foi concebida apenas para o sector, mas para tornar mais rápidas e mais baratas as transacções na Europa».

O mesmo lembra que esta é uma área em que existe tecnologia de ponta, pelo que não há razões para que as transferências não sejam realizadas em tempo normal. Um dia não é, para o responsável, nenhum exagero. Contra os argumentos dos bancos, o comissário esgrimiu ainda um alerta: sairá mais caro deixar o negócio das transferências de dinheiro para outros prestadores de serviços no mercado do que encurtar o prazo das transferências.

Medida poupa 50 a 100 mil milhões de euros/ano

A directiva proposta pela Comissão Europeia (CE) suprime alguns dos obstáculos jurídicos actualmente existentes à criação de um espaço único de pagamentos na União Europeia (UE). A medida permitiria ainda aos 25 Estados-membros poupar entre 50.000 e 100.000 milhões de euros por ano. O objectivo, no entanto, nem é esse, mas sim tornar os pagamentos transfronteiriços por cartão de crédito, débito, transferência bancária electrónica ou débito directo tão fáceis, baratos e seguros como os pagamentos domésticos.

Esta medida permitiria igualmente reduzir os preços que os cidadãos europeus pagam pelos serviços bancários de base, cujo custo anual vai de 34 euros nos Países Baixos a 252 euros na Itália. Actualmente existe uma grande disparidade entre os preços cobrados por determinados serviços bancários em cada Estado-membro. Por exemplo, no caso de uma transferência bancária, a operação pode ser gratuita num país e custar mais de 10 euros noutro.

Até agora, cada membro tem as suas próprias regras nesta matéria e o custo anual imputável a estas divergências de sistemas representa, segundo Bruxelas, entre 2% e 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, representam também um obstáculo para os novos prestadores de serviços de pagamentos, como os supermercados, os serviços de remessas ou os serviços de pagamentos através dos telemóveis, impedindo-os de oferecer serviços para o conjunto da União.

Por isso mesmo, a ideia é aumentar a concorrência, eliminar as barreiras aos novos prestadores e permitir um recurso aos serviços de débito directo (meio muito utilizado, por exemplo, para pagar as facturas de gás, água e telefone) à escala transfronteiriça.

Além disso, Bruxelas quer também simplificar e uniformizar as exigências de informação, bem como os direitos e deveres ligados ao uso destes serviços de pagamento.

O objectivo é que tudo isto esteja em vigor, o mais tardar em 2010 e, para que isso seja possível, o comissário não exclui a possibilidade de propor novos incentivos.

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