Caldeirão da Bolsa

Afeganistão: Militar português morre numa explosão em Cabul

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por costarios » 21/11/2005 13:04

É interessante como as opiniões mudam consoante as situações. :)

Aposto por tudo que a tua opinião, Jameson, seria completamente diferente se estivesses directa ou inderectamente envolvido nestas guerras.

Se tivesses um filho, um irmão ou um pai estacionado num cenário de guerra, garanto POR TUDO que não terias esta opinião.

Sou brasileiro, apesar de morar aqui há muitos anos. Caso não sabias, o Brasil lidera uma missão de ocupação no Haiti. Existem 1.300 soldados brasileiros estacionados naquela região, para além de outros milhares oriundos de outros países. Eu tenho lá um primo que já levou na perna com estilhaços de uma granada de mão atirada por uma criança.

Ele está lá como voluntário, mas a minha família sabe que ele pode morrer a qualquer momento. Ele não está em guerra pelo seu país, mas sim por interesses que extrapolam os interesses do seu país de origem.

Tens esta visão da realidade, uma visão que é compartilhada por muitas pessoas... e é justamente por isso que o mundo está como está.

É como se as pessoas gostassem de guerra.

Gostas de guerra, Jameson? :) Gostas de ver os filhos dos outros a serem mortos? :) Dormes bem mesmo ao saber que neste exacto momento existem exércitos inteiros formados por crianças africanas com 12 anos ou menos? :)

Tens ideia do quanto custa uma guerra? Os EUA gastam, por ano, 400 mil milhões de dólares no seu orçamento militar! A soma de tudo o que o governo Bush gastará ao final de 8 anos de governo é mais do que o suficiente para erradicar TOTALMENTE da face da Terra a pobreza, a fome, a miséria e, principalmente, o sentimento de exclusão.

Pq o mundo está em guerra? Pq alguns povos sentem-se excluídos. De onde vieram os movimentos fundamentalistas islâmicos? Vieram de um povo oprimido, doente, faminto, sem educação ou oportunidades de uma melhor qualidade de vida.

Pq gastar tanto dinheiro atacando as consequências? Com uma fração deste montanto o mundo é capaz de atacar e erradicar com as causas das guerras modernas.

A não ser, é claro, que gostemos de guerrear. Aí já é outra história! :)
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por scpnuno » 21/11/2005 12:56

Estas guerras não são nossas!


Essa é boa!!! Então Moçambique e Angola eram nossas? Tem ideia de quantos militares morreram para defender o "nosso" território que depois foi entregue numa pressinha por quem ainda hoje pretende ser presidente da republica?
E Timor? Era uma guerra nossa? Mas quando a coisa começou a correr mal, fugimos ( é duro, mas é verdade). A Indonesia "apanhou" o que nós abandonamos. E 20 anos depois lembramo-nos que deviamos pedir a intervenção das Nações Unidas.
A guerra do terrorismo não é nossa? Mas quando e se sofrermos um atentado, vamos pedir ajuda? Somos membros da Nações Unidas e da NATO. Temos deveres e obrigações a cumprir.

O que é que se considera uma "guerra nossa"? Por acaso, o que despoletou o ataque ao Afeganistão, foi o atentado de 11 de Setembro. Onde morreram portugueses...é suficiente para a guerra também ser nossa? Ou ainda não? Tem mesmo que ser no nosso quintal?

Vivemos num mundo onde não há espaço para certos conceitos, é um mundo pequeno demais para isso, e esconder a cabeça na areia nunca resolveu nenhum problema.
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por Jameson » 21/11/2005 12:47

costarios Escreveu:Não percebem mesmo o ponto fulcral da questão, não é?

NÃO! Tu é que não percebes o ponto fulcral da questão:
1. Afeganistão e Iraque são duas situações distintas
2. Nest tópico estamos apenas a discutir o Afeganistão.
3. A missão em curso no Afeganistão, da qual Portugal faz parte, é mandatada pelas Nações Unidas e pela NATO

Por em causa esta missão, é questionar a nossa presença nas Nações Unidas e na NATO


Estas guerras não são nossas! Pq Portugal foi se meter no Afeganistão ou no Iraque?

Como apontado em cima: esta guerra é nossa, quer queiramos ou não ( e lá estavas tu a falar no plural, a tentar meter o Afeganistão e o Iraque no mesmo saco, não estás a ser honesto)

Por acaso Portugal é um país assim tão rico para poder se dar ao "luxo" de manter uma equipa militar de ocupação num país estrangeiro?

Trata-se de uma responsabilidade e um dever de Portugal, e não um "luxo".
A despesa que se tem com esta missão não é nada comparado com o constante desperdicio de dinheiros públicos que se verifica no noss pais....uma das verdadeiras razões dos nossos problemas

Como se já não tivêssemos tantos problemas internos, Portugal vai procurar mais problemas na casa dos outros? :?:

Nós não procuramos os problemas, eles é que vieram ter connosco. Ignorá-los, e esperar que desaparecem, seria a pior atitude....porque eles não vão desaparecer
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por costarios » 21/11/2005 12:28

Não percebem mesmo o ponto fulcral da questão, não é?

Estas guerras não são nossas! Pq Portugal foi se meter no Afeganistão ou no Iraque? Por acaso Portugal é um país assim tão rico para poder se dar ao "luxo" de manter uma equipa militar de ocupação num país estrangeiro?

Como se já não tivêssemos tantos problemas internos, Portugal vai procurar mais problemas na casa dos outros? :?:
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por valves » 21/11/2005 2:00

Mereçe o nosso respeito, os nossos sentimentos á sua familia. Tudo. Tal como merecem as 3 pessoas (e tantas outras, meu Deus, tantas...) que morreram nas vespera na A1, quando provalmente iam para o trabalho.
Totalmente de acordo.
Engraçado como a nossa Comunicação Social trata factos com 2 pesos e duas medidas 1 morto num acidente de estrada na A1 não tem peso para se tornar noticia 1 morto Português numa Guerra já tem peso para se tornar noticia. Outro exemplo tem a ver com o facto de haver o não materia para produzir noticia consoante nacionalidade dos mortos. Exemplo se morrer 1 americano no Iraque é de certeza noticia se calhar já precisam de morrer mais iraquianos para que dêm noticia com igual destaque
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
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por scpnuno » 20/11/2005 21:25

Países tradicionalmente belicistas como a Alemanha e a França mantiveram uma posição totalmente contra as atitudes unilaterais dos EUA e de seus aliados


Pois...por isso os avioes de transporte de tropas americanas para o Iraque fazem escala na Alemanha, onde também está sediado o principal hospital militar americano de apoio aos militares estacionados no Afeganistão e no Iraque. Ás vezes o que se diz e o que se faz, não é bem a mesma coisa... sobre a França, nem faço comentários. Eles nem conseguem manter a ordem no seu próprio país, quanto mais tentar manter a ordem em qualquer lado...

Afeganistão e o Iraque são duas situações distintas.

Este tópico é sobre o soldado Português que morreu no Afeganistão.

Eu nunca falei no Iraque, e não percebo porque que alguns participantes começaram, e continuam, a falar do Iraque quando se está a discutir o Afeganistão!


Concordo, Jameson. As pessoas têm tendencia a misturar tudo, da forma que dá mais jeito. Engraçado, tenho ideia que s mesmos que protestarm em frente da embaixada dos USA contra a intervenção no Iraque sem o aval das ONU, eram os mesmos que estavam na manifestação em frente da mesma emaixada, a pedir uma intervenão em Timor, mesmo sem o aval da ONU...mas isso "são outros quinhentos" e há pessoas que não passam sem uma boa manifestação.

O militar português, que morreu no cumprimento do seu dever, ao serviço da sua Patria, no Afeganistão, estava a desempenhar a profissão que escolheu, numa missão para a qual se voluntariou. Tal como os militares americanos no Afeganistão e no Iraque. Desconheço os metodos dos outros países, por isso não menciono.
Mereçe o nosso respeito, os nossos sentimentos á sua familia. Tudo. Tal como merecem as 3 pessoas (e tantas outras, meu Deus, tantas...) que morreram nas vespera na A1, quando provalmente iam para o trabalho. Se ao nosso militar fosse possivel ter colocado a hipotese, talvez ele prefiresse morrer em combate do que num estupido choque em cadeia numa auto estrada. Todas as mortes são lamentaveis, mas ele morreu com honra e glória, com a bandeira do seu país. Será lembrado, como mereçe. Mas não vamos esquçer que há tantos outros a morrer...porquê que o 1º ministro não apresenta os sentimentos ás vitimas dos acidentes de viação? Porquê que "nesse campeonato" continuamos a ser os primeiros? E isso não interessa nada? E o governo não acho que é mais do que tempo de ter uma intervenção nesse campo?

Que Deus receba todos em Sua companhia. todos aqueles que de uma forma brutal, prematura e, em alguns casos evitável, nos deixam. E que Deus ajude os que cá ficam
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por Jameson » 20/11/2005 20:05

A Afeganistão e o Iraque são duas situações distintas.

Este tópico é sobre o soldado Português que morreu no Afeganistão.

Eu nunca falei no Iraque, e não percebo porque que alguns participantes começaram, e continuam, a falar do Iraque quando se está a discutir o Afeganistão!
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por costarios » 20/11/2005 17:49

O ataque ao Iraque não foi, ATENÇÃO, não foi autorizado pela ONU.

Países tradicionalmente belicistas como a Alemanha e a França mantiveram uma posição totalmente contra as atitudes unilaterais dos EUA e de seus aliados (os cachorrinhos do costume, Inglaterra, Espanha, Portugal e alguns outros).
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por Jameson » 20/11/2005 12:57

Tendo em conta algumas “mentiras” que foram aqui escritas, eu gostaria de esclarecer o seguinte:


No dia 11 de Setembro de 2001 os Estados Unidos da América foram alvo do maior atentado terrorista da história, perpetrado por 19 terroristas da rede Al Quaeda de Osama Bin Laden. Morreram 2,986 pessoas, incluindo 3 portugueses.

A NATO invocou de imediato a cláusula de defesa colectiva constante no Artigo 5º do Tratado de Washington

Article 5

The Parties agree that an armed attack against one or more of them in Europe or North America shall be considered an attack against them all and consequently they agree that, if such an armed attack occurs, each of them, in exercise of the right of individual or collective self-defence recognised by Article 51 of the Charter of the United Nations, will assist the Party or Parties so attacked by taking forthwith, individually and in concert with the other Parties, such action as it deems necessary, including the use of armed force, to restore and maintain the security of the North Atlantic area.
Any such armed attack and all measures taken as a result thereof shall immediately be reported to the Security Council. Such measures shall be terminated when the Security Council has taken the measures necessary to restore and maintain international peace and security

The North Atlantic Treaty
Washington D.C. – 4 April 1949



Nothing in the present Charter shall impair the inherent right of individual or collective self-defence if an armed attack occurs against a Member of the United Nations, until the Security Council has taken measures necessary to maintain inter- national peace and security. Measures taken by Members in the exercise of this right of self-defence shall be immediately reported to the Security Council and shall not in any way affect the authority and responsibility of the Security Council under the present Charter to take at any time such action as it deems necessary in order to maintain or restore international peace and security

Article 51 of the Charter of the United Nations


A 18 de Setembro de 2001, o Conselho de Segurança da ONU emitiu uma resolução em que exigia ao regime Taliban que extraditasse Osama Bin Lane e encerrasse todos os campos terroristas no Afeganistão, imediatamente e incondicionalmente.
O Conselho fez ainda referência a uma resolução adoptada em Dezembro de 2000, em que exigia aos Taliban a extradição de Osama Bin Laden para os EUA para julgamento pelos ataques terroristas ás embaixadas Norte Americanas em Africa, em Agosto de 1998.


No dia 20 de Setembro de 2001, o Presidente dos Estados Unidos da América deu um ultimato ao regime Taliban para que entregassem Osam Bin Laden, e todos os líderes terroristas, e destruíssem todos os campos terroristas no Afeganistão.

On September the 11th, enemies of freedom committed an act of war against our country.
Americans have many questions tonight. Americans are asking, "Who attacked our country?"
The evidence we have gathered all points to a collection of loosely affiliated terrorist organizations known as al Qaeda. They are some of the murderers indicted for bombing American embassies in Tanzania and Kenya and responsible for bombing the USS Cole.
Al Qaeda is to terror what the Mafia is to crime. But its goal is not making money, its goal is remaking the world and imposing its radical beliefs on people everywhere.
The terrorists practice a fringe form of Islamic extremism that has been rejected by Muslim scholars and the vast majority of Muslim clerics; a fringe movement that perverts the peaceful teachings of Islam.
The terrorists' directive commands them to kill Christians and Jews, to kill all Americans and make no distinctions among military and civilians, including women and children. This group and its leader, a person named Osama bin Laden, are linked to many other organizations in different countries, including the Egyptian Islamic Jihad, the Islamic Movement of Uzbekistan.
There are thousands of these terrorists in more than 60 countries.
They are recruited from their own nations and neighborhoods and brought to camps in places like Afghanistan where they are trained in the tactics of terror. They are sent back to their homes or sent to hide in countries around the world to plot evil and destruction. The leadership of al Qaeda has great influence in Afghanistan and supports the Taliban regime in controlling most of that country. In Afghanistan we see al Qaeda's vision for the world. Afghanistan's people have been brutalized, many are starving and many have fled.
Women are not allowed to attend school. You can be jailed for owning a television. Religion can be practiced only as their leaders dictate. A man can be jailed in Afghanistan if his beard is not long enough. The United States respects the people of Afghanistan -- after all, we are currently its largest source of humanitarian aid -- but we condemn the Taliban regime.
It is not only repressing its own people, it is threatening people everywhere by sponsoring and sheltering and supplying terrorists.
By aiding and abetting murder, the Taliban regime is committing murder. And tonight the United States of America makes the following demands on the Taliban:
-- Deliver to United States authorities all of the leaders of Al Qaeda who hide in your land.
-- Release all foreign nationals, including American citizens you have unjustly imprisoned.
-- Protect foreign journalists, diplomats and aid workers in your country.
-- Close immediately and permanently every terrorist training camp in Afghanistan. And hand over every terrorist and every person and their support structure to appropriate authorities.
-- Give the United States full access to terrorist training camps, so we can make sure they are no longer operating.
These demands are not open to negotiation or discussion.
The Taliban must act and act immediately.

Transcript of President Bush's address to a joint session of Congress on September 20, 2001



Em Outubro de 2001, decorridas algumas semanas do ataque terrorista, e dada a recusa do regime Taliban em obedecer ás resoluções do Conselho de Segurança da ONU e ao ultimato dos EUA, uma coligação militar liderada pelos Estados Unidos da América, e com apoio dos afegãos da Aliança do Norte, iniciam uma operação militar no sentido de deporem o regime Taliban e capturarem/eliminaram Osama Bin Laden e a rede terrorista Al Quaeda.

Em Novembro 2001 é deposto o regime Taliban.

Um acordo de paz é assinado em Bona, sob a égide da ONU, em Dezembro de 2001 O acordo de Bona instituiu a criação de uma autoridade transitória, soberana e independente, acreditada pela comunidade internacional como pleno representante do Estado Afegão.
A autoridade transitória comprometia-se a uma assembleia nacional de emergência, com o objectivo de estabelecer um Governo de Transição, eleger um Presidente e criar condições para a realização de eleições, desenvolver e aprovar uma nova constituição para o Afeganistão. Simultaneamente, o Governo de Transição deveria dar início ao processo de desarmamento das forcas armadas e milícias internas, promovendo a criação de um exército nacional único e restabelecendo a estrutura de segurança interna. Hamid Karzai é confirmado como Presidente do Governo Islâmico de Transição do Afeganistão

No âmbito do Capitulo VII da Carta da ONU e mandatada pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1386, 1413 e 1444, é criada a ISAF (International Security Assistance Force - Força Internacional de Assistência e Segurança).
A sua missão é garantir as condições de estabilidade e segurança para que o Governo de Transição Afegão, a ONU e as ONG´s internacionais possam levar a cabo o processo de reconstrução do país.
O Comando da ISAF alternou por diferentes países, por períodos de 6 meses: Reino Unido, Turquia, Alemanha/ Holanda, Canadá, França.

A 11 de Agosto de 2003 a NATO toma o Comando definitivo da ISAF.

Em Janeiro de 2004 é aprovada a Constituição do Afeganistão e em Outubro do mesmo ano, Hamid Karzai vence as eleições Presidenciais.

A 18 de Setembro de 2005 realizaram-se as primeiras eleições legislativas e provinciais no Afeganistão desde 1969 num clima de relativa normalidade.

Hoje, a ISAF é composta por cerca de 10,000 militares oriundos de 36 países:

Albânia, Áustria, Azerbeijão, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Franca, Geórgia, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Látvia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Suiça, Turquia, Reino Unido e os Estados Unidos da América.


Actualmente,a presença militar portuguesa no Afeganistão, no âmbito da missão da ISAF, consiste em:

37 Militares da Força Aérea, responsáveis pela gestão, segurança e controle de tráfego do aeroporto internacional de Cabul.

148 Militares de uma Companhia de Comandos, integrados numa força de reacção rápida, têm missões de "controlo de zona", controlo de estradas, incluindo patrulhas, montagem de postos de controlo, retirada de pessoas, reacção contra ameaças, vigilância e controlo de tumultos.



Imagem

18 Novembro de 2005

Hoje, cerca das 07H30, hora de Portugal (12 horas em Cabul), ocorreu um incidente, cerca de 8 km a Sul de Cabul no Afeganistão, envolvendo militares da Força Nacional Destacada.

Este incidente ocorreu durante uma patrulha de vigilância, no quadro das operações em curso da ISAF, constituída por 2 viaturas do Destacamento de Comandos.

A viatura da frente foi atingida por um engenho explosivo colocado no itinerário onde circulava.

Deste incidente resultou o falecimento do 1º SARG. JOÃO PAULO ROMA PEREIRA e um ferido grave, o CABO ADJUNTO HORÁCIO DA SILVA MOURÃO. Dois outros militares sofreram ferimentos ligeiros estando fora de perigo.

EMGFA - Estado-Maior General das Forças Armadas
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comentário.....

por jotabil » 20/11/2005 1:11

Numa palavra e secundando o Costarios...direi....o homem é um ser imperfeito....prossegue no seu caminho, rumo a uma melhor espiritualidade.....um caminho de redenção...ainda cheio de de condicionalismos dado que não conhece a verdade ...nem sequer parte da verdade...mas um dia resolveu revoltar-se contra o determinismo da natureza....abraçou o espirito....procurou ultrapassar a limitação da morte....e luta todos os dias para se elevar.....mas os recursos são escassos para o efeito....e tem de, para isso e por consequência.. de rivalizar com outros a posse desses recursos para ter a necessaria oportunidade para pensar...para viver....para dominar...para progredir. Daqui resulta a inevitabilidade da guerra...actualmente disfarçada....ou talvez mitigada com a expressão de "operações de paz e humanitárias"...talvez para não ferirem sensibilidades....A guerra "é a ascensão aos extremos" como diz Clausevitz....não existem meios termos....a força militar é a "última rácio" ...para atingir os objectivos politicos....depois de todos os outros sectores do potencial estratégico de uma determinada entidade politica (diplomático...económico...cultural) terem sido utilizados para demover as intenções do(s) antagonista(s).
Daí podemos concluir que a guerra apenas sucede por motivos politicos e são os politicos os responsáveis...os militares conduzem e executam as operações militares dentro da estratégia delineada pelas instituições politicas.
O exercício do poder implica sempre violência. Hoje o poder é exercido como sempre sucedeu...mas tenta-se mitigar essa violência ou até mesmo dar a aparência de que essa violência não existe....e que em democracia ...não pode acontecer...pura ilusão.
Podemos dizer que em democaria.....prevalecem dois poderes......um chamado de teocrático fundado na ética e na moral imanente ao homem e por isso mesmo escatológico transcendente...fora da nossa realidade material....e um outro chamado de democrático...ou seja a vontade da maioria que em democracia ninguém pode saber onde está ...dado que o voto é secreto.
Sendo assim a responsabilidade no exercício do poder dilui-se nesta indefinição obscura ..mas lembremo-nos que a violência tem de existir e um dia mais tarde ou mais cedo...manifestar-se-á cumulativamente e por consequência de uma forma explosiva e talvez aí de forma injusta e tirânica.
è esse um dos grandes perigos desta democracia em que todos pretendemos viver....sem ainda determos connosco os princípios exigentes que esse regime exige.
cumps
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por costarios » 20/11/2005 0:08

EMILIA Escreveu:Só isto, nada mais, não sou profeta nem pretendo ser, apenas uma pessoa que ainda acredita na Humanidade.


As guerras fazem parte do espírito humano. Enquanto existirem dois homens em pé neste planeta, o risco de uma guerra nunca estará descartado.

Graças às guerras o homem conquistou os céus, os mares e o espaço. Sem as guerras a sociedade industrial que conhecemos não existiria. A guerra é um mal necessário para a evolução das sociedades ocidentais e orientais? É triste reconhecer que sim!

O homem é um ser bélico... vive da guerra e com ela ele evolui e cresce. Se acreditas mesmo no ser humano, então tens que aprender a conviver e a aceitar uma das suas características mais marcantes.
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por R_Martins » 19/11/2005 22:55

A morte de um ser humano, sobretudo quando ainda jovem, é de facto lamentável.
Penso sobretudo nos filhos deste soldado português, o significado, a dor de ficarem sem pai.
Neste caso das guerras modernas, como esta do Afeganistão, forçadas por interesses muito claros, são realizadas por profissionais, gente que vive da vida militar.
Apenas uma observação: Este militar morto, diz-se que era «corajoso» por quanto foi condecorado em série, pressuponho quanto seria aborrecido, caso não tivesse morrido, ouvir as suas façanhas de guerra no Afeganistão e mundo fora, isto é, contadas a quem de paciência.
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por EMILIA » 19/11/2005 11:00

Bom, parece que fui ligeiramente mal interpretado.

Todas as guerras são evitáveis.

Se repararem no que escrevi a seguir, verifica-se um facto recorrente, os inimigos de hoje são os amigos de ontem, o que eu pretendia dizer é que se o bom senso e a HONESTIDADE prevalecessem a maior parte das guerras não existiria.

Só isto, nada mais, não sou profeta nem pretendo ser, apenas uma pessoa que ainda acredita na Humanidade.
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por valves » 18/11/2005 21:08

Curioso as opiniões de algumas pessoas.
Eu penso que qualquer guerra é evitável.


Repara as guerras só são evitaveis se ambas as partes forem sensatas o que acontece é que quando existe uma guerra ou perigo de guerra muitas vezes as duas partes ou pelo menos uma delas está totalmente desprovida de bom senso. Apesar de grande parte das guerras á partida poderem ser evitadas o que acontece é que os protagnistas pela força das circunstancias conduzem a situações de não retorno. Imagina por exemplo em 1939 quando a Polonia foi invadida pela Alemanha apesar de a guerra teoricamente poder ser evitavel o que acontece é que a Polonia perante a invasão não teve outra alternativa senão lutar porque pura e simplesmente se não lutasse seria de qualquer maneira invadida pe o que não era uma prespectiva muito agradavel comprovada aliás pelo que aconteceu depois ...
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comentário

por jotabil » 18/11/2005 20:46

Como é que a guerra é evitável?...como farias Caro Emilia?...Diz sff quais os fundamentos com que baseias o teu pensamento....houve sempre guerras. pode ser que sejas um profeta....e evites a guerra para o futuro...assim seja.

Cumps
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por EMILIA » 18/11/2005 20:37

Curioso as opiniões de algumas pessoas.
Eu penso que qualquer guerra é evitável.

Muito bem, o motivo para invadir o Iraque foram as armas.
O motivo para invadir o Afeganistão foi o BIN LADEN.

1º O BIN LADEN continua a monte.
2º AS ditas armas no Iraque não apareceram.

3º Quem pôs os Taliban no poder foram os EUA, aquando da invasão Russa ajudaram a Guerrilha (TALIBAN), como tal quando os Russos Abandonaram o Afeganistão o poder foi para a Guerrilha(TALIBAN)

4º Quem ajudou o Saddam durante 15 anos foram os EUA, porque o IRÃO era inimigo tanto do Iraque como dos EUA.

5º Os EUA invadiram o Panamá para Capturar o Noriega, que curiosamente foi durante anos apoiado pelos EUA.

Parece-me que os EUA gostam de comprar GUERRAS, o problema é que os desgraçdos são sempre os mesmos.
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por tava3 » 18/11/2005 19:25

xi, estás a entrar num terreno...

:)
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por valves » 18/11/2005 19:19

Bom em relação aos mortos há que lamentar em missões militares há sempre mortos. em relação á guerra no Afeganistão ao contrario do Iraque é compreensivel no Afeganistão vigorava um regime Islamico medieval especialmente com costumes Barbaros em relação ás mulheres em todo o caso neste ultimo assunto acho que também nem 8 nem 88 no Ocidente avançou-se de mais nos ultimos anos e hoje as mulheres ocidentais não sabem fazer nada em casa não querem fazer nada e por conseguinte a meu ver também não servem para nada . Reparem durante 250 000 mil anos o homem em termos gerais foi caçador e á mulher cabiam funções de tratar das crianças e do habitat hoje elas têm uma carreira são independentes financeiramente e pouco precisam de nós ... Enfim caírem nas esparrela de lhes dar tudo e agora a situação está fora de controlo ...
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comentário

por jotabil » 18/11/2005 18:49

Caros
Houve um maduro que disse que "a guerra é a continuação da politica por outros meios" ....logo e daí....não são eles quem estabelece os objectivos políticos....isso compete aos politicos....os militares cumprem apenas o seu dever..com a honra com que envolvem o seu sacrifício...seja ele qual for...até, se for necessário,a vida.
Só vos convido ao silêncio respeitoso...é o que nos resta na aitude.
Cumps
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por tava3 » 18/11/2005 18:05

Eu acho que a america, porque sao responsaveis pela maior parte dos conflitos com o mundo islamico, tem duas soluçoes para os tentar resolver:
Ou acabam a "lavram" todo o medio oriente e arredores, que é o que parece estar a ou para acontecer, Ou abandonam todos os paises onde estao instalados ou que exercem influencia. Claro que isto nao vai acabar de repente com os atentados, porque foram muitos anos de violencia, mas vai reduzir substancialmente o numero dos mesmos. E se querem realmente ajudar esses povos podem fazer indirectamente, atraves das organizaçoes internacionais e nao governamentais.
Porque por este caminho nao vamos longe, é que este tipo de atitudes nao deve agradar a outras potencias emergentes, que as há e que nos vai levar novamente a outra situaçao de guerra fria.
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por tava3 » 18/11/2005 17:39

Eu acho que a na maioria pensamos todos assim, mas as coisas acontecem, e fazemos o quê? Nada?
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por costarios » 18/11/2005 17:32

A única coisa que eu não consigo admitir é uma pessoa assumir uma postura no estilo:

. Se eles massacram o próprio povo ou se não respeitam os direitos que nós, ocidentais, consideramos sagrados, então eles merecem ser depostos e destruídos!

Se entrarmos neste "ciclo", a dada altura voltamos à época em que havia apenas uma única lei a reger as relações entre seres humanos:

. Olho por olho, dente por dente.

Consequentemente, ao assumirmos este tipo de postura, não poderemos reclamar quando o equilíbrio de poder mudar e o povo invadido e massacrado por um exército estrangeiro ser o português, ou o espanhol, ou qualquer outro povo ocidental "civilizado".

Somos os "bons" pq nascemos aqui, pq se tivêssemos nascido lá os europeus e americanos seriam apenas um grupo de infiéis a serem massacrados.

Volto a repetir, é tudo uma questão de "perspectiva".

E volto novamente a repetir, para evitar discussões inúteis, que eu não defendo qualquer tipo de acção que viole qualquer um dos direitos humanos, por mais básico que ele seja.
"Now i am the master!"
Frase proferida por Warren Buffett ao seu velho mestre Ben Graham, quando este jazia em seu leito de morte.
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por tava3 » 18/11/2005 17:21

No fim da Historia o que ensinamos aos outros é que, quem for o mais forte faz as regras e domina os outros.
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por tava3 » 18/11/2005 17:17

Eu nao defendo as guerras, só o direito à defesa, quem começa normalmente estas guerras com o islao somos nós os ocidentais, mais evoluidos dizemos nós, deveriamos por isso utilizar outros metodos.
Nós temos organismos internacionais que reconhecem fronteiras e estados, sao regras nossas, mas depois quebramos as regras e fazemos como nos dá mais jeito.
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por tava3 » 18/11/2005 17:11

Nao compreendo como é que se deixa israel fabricar ogivas nucleares, e pela ultima contagem eram perto de 250, e massacra-se os outros povos à volta por as quererem construir para haver um equilibrio. Já imaginaram se israel algum dia se passa-se, têm ogivas para destruir todas as maiores cidades europeias mas nós estamos na boa porque eles sao os bons????
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