Caldeirão da Bolsa

Tumultos em Paris

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Jameson » 17/11/2005 23:43

está interessante, encontrei no Fórum do Diário Económico, o autor chama-se Lucianus

http://foros.recoletos.es/foros-diarioe ... 2&tstart=0

Vejo que a questão se aplica mais à Europa do que à França propriamente dita, uma vez que os flancos franceses são a Espanha e a Itália, respectivamente.

Mas a questão 'multiculturalista' é um pouco falaciosa: os Estados europeus sempre foram multiculturais (basta ver os bascos e os catalães em Espanha, ou os Bretões e os Corsos em França). Existe um problema mais fundo, e deriva das concepções sociais do Estado Francês.

Habituados a assimilar cidadãos incutindo-lhes a cidadania francesa, a França por ideologia não pode aceitar que existam pessoas que não tenham a mesma atitude perante o trabalho que o cidadão francês [e europeu] médio.

Em consequência, a França acredita que as situações de desemprego são involuntárias e que todo o desempregado irá honradamente procurar um emprego assim que possível. Deste modo, o Estado francês sente-se na obrigação de providenciar aos desempregados um nível de vida mínimo, através de subsídios de desemprego vitalícios que, se não muito grandes para os padrões franceses, são muito elevados para o que um imigrante magrebino/subsaariano alguma vez esperou.

Em adição, a França sente-se na responsabilidade de ajudar as famílias dos cidadãos e de procurar assimilar dando bases capazes aos imigrantes do terceiro mundo.

Assim, estes imigrantes recebem casas de graça do Estado francês, têm os cuidados médicos integralmente pagos pelo Estado, recebem um subsídio de desemprego vitalício e ainda recebem bons abonos de família por cada filho que têm.

Noutras palavras, estas pessoas assim que chegam à França têm direito a uma série de regalias com as quais os nativos nem podem sonhar e tornam-se impossíveis de desalojar assim que têm um filho em solo francês (pois pela via do 'Ius Solis' a criança é francesa e pais de cidadãos franceses não podem ser deportados).

Deste modo, o casal de imigrantes passa a ganhar dois subsídios de desemprego, muito superiores em valor a tudo o que alguma vez esperaram receber, um abono de família por criança e mais casa e tratamento médico de graça. Tudo pago pelos nativos.

Em consequência, não só os recém-chegados não têm de fazer rigorosamente nada para garantir uma boa vida, como têm um excelente meio de aumentar os seus rendimentos: ter filhos. E muitos.

Esta situação foi denunciada uma vez pelo ministro das Finanças alemão, que citou o exemplo de um cantor libanês de nome Ibrahim, que nunca trabalhou mas que por virtude do que recebia pelos seus muitos filhos tinha um BMW de último modelo em frente à sua casa gratuita.

Aliás, o próprio Chirac denunciou esta situação em 1985, quando notou que um casal francês normal ganhava em média 15 000 francos por mês, mas que os imigrantes ganhavam 50 000 francos por mês devido aos abonos dos seus inúmeros filhos.

Deste modo, o Estado Social encoraja activamente estas comunidades a terem filhos (daí depende a sua prosperidade económica), enquanto os nativos não têm essa sorte - esmagados por elevados impostos e pelo facto de terem de pagar tudo, desde a casa aos cuidados médicos, os abonos de família não são rentáveis, ao contrário do que acontece com os imigrantes, pelo que os nativos só têm 1-2 filhos por casal.

Se lermos uma reportagem do 'Financial Times' do dia 11 de Novembro sobre a situação, estes entrevistam um filho de imigrantes, Lamine, o qual nota que tem 29 irmãos e irmãs.

E agora que esta grande massa de filhos já cresceu e são cidadãos franceses, que opções de vida têm? Muito simples: receber casa gratuita e subsídio de desemprego, e terem muitos filhos para serem prósperos. Não precisam de mais nada, é assim que se ganha a vida. Quanto a educação, a escola laica francesa não lhes ensina quase nada de interessante (para quê? Não vão exercer profissão alguma...).

A única âncora que terão são os pontos que têm em comum com o país de origem dos pais, em particular a mesquita no caso dos muçulmanos. Aí eles encontram pessoas de origem similar com as quais podem confraternizar e também ensinamentos do pouco que lhes pode interessar: filosofia, cosmologia e religião.

Estes grupos depois constituem áreas de controlo que ficam fora da jurisdição francesa, onde se dedicam a aumentar as suas receitas através do crime, em particular do tráfico de drogas.

Aliás, as recentes revoltas rebentaram por isso mesmo: tratou-se de uma tentativa das autoridades - como foi, aliás, largamente explicado pelo próprio Governo francês no início da crise - para trazer a lei da República a essas zonas de 'não-polícia' existentes nos subúrbios.

Mas o resultado final que podemos ver é de que a polícia foi completamente impedida de entrar aí (todos podemos ver que estas áreas continuam 100% dominadas pelos criminosos), e o resultado final é que, apesar do barafustar do sr. Chirac sobre a acalmia dos distúrbios, é que o Estado francês pura e simplesmente se rendeu em toda a linha, ao aceitar:

1. Pagar 30 mil milhões de euros para os subúrbios;

2. Baixar a idade da aprendizagem de 16 para 14 anos (na prática, tomando medidas para baixar a idade em que se pode pedir subsídio de desemprego).

Isto significa que os imigrantes de segunda geração, protegidos pelos receios dos franceses de serem considerados como 'racistas' se tomarem medidas a sério contra eles, têm o poder de fazer o Estado francês ceder às suas exigências. E muitos destes ainda são jovens - dentro de 5 anos já terão mais de 18 anos e muitos terão começado famílias.

E daqui a 20 anos, quando estes jovens que fazem distúrbios ainda tiverem menos de 40 anos de idade e dezenas de filhos de 16-18 anos cada um?

Resumindo: os franceses têm um grupo potencialmente hostil no seu território, não se podem defender dele por motivos ideológicos e ainda por cima têm de lhe pagar generosamente para que este aumente consideravelmente os seus números
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por Jameson » 17/11/2005 23:16

France

The aftermath
Nov 17th 2005 | PARIS
From The Economist print edition

Questions about French society after the recent orgy of rioting

ONE measure of the ambient violence is that the French government this week welcomed the burning of 215 cars in one night as “a near-normal situation”. At the peak of the recent riots, over 1,400 vehicles were torched in a single night. A week after the government declared a state of emergency, the Paris suburbs were mostly quiet—although sporadic arson attacks, including on nursery schools, continued elsewhere. The government has rushed through a law prolonging the state of emergency for three months.

As France picks itself up after the riots, hard questions are being asked. Nobody can agree on the riots' underlying causes, which include joblessness, segregation, hard-line policing, discrimination, drug mafias and a lack of parental control—especially, according to one outspoken minister, in polygamous families. But all recognise that something must change. Even President Jacques Chirac, invisible during most of the rioting, acknowledged on television this week that there was a “profound malaise” in France.

In response, a mix of sticks and carrots is now on the table. The state of emergency gives the police powers to arrest and detain suspects, with prison sentences for minors who violate local curfews, few of which have in fact been imposed. Nicolas Sarkozy, the interior minister and head of the ruling UMP party, plans to expel foreigners found guilty of rioting; ten such expulsion orders are under way.

As for carrots, Dominique de Villepin, the prime minister, is working on a plan banlieue. One idea, says Thierry Breton, the finance minister, is “to restore economic activity to the suburbs so that they do not become dormitory zones”. Measures to lure businesses to certain areas through tax incentives, in return for obligations to hire locally, will be expanded. Another element, says Gérard Larcher, the jobs minister, will be vocational training for 14-year-olds, to discourage school drop-outs. A voluntary civilian service will be set up for 50,000 school-leavers a year, starting in 2007. Almost all of this, insists Mr Breton, can be financed from existing budgets.

More vexing is a broader question: how can France alter its self-image to reflect its non-white citizens? Officially, the egalitarian, colour-blind republic embraces all. But the reality of segregation and discrimination, especially against those of north and west African origin, has exposed this model's limits. For the first time, there is now a vigorous debate about representation, symbols and role models. In this respect, indeed, the riots could prove to be a turning-point.

Usually, politicians on the left and right dismiss calls for more ethnic representation—on television, in debating chambers, in the police or in boardrooms—as a dangerous step towards multiculturalism. Few distinguish between a system of quotas and a voluntary approach that relies on peer pressure and self-interest. This week, however, Mr Chirac spoke of the need to recognise “the diversity of French society”, adding that companies, unions, political parties and the media should “better reflect the reality of today's France.”

Imagem

Symbolically, this is a big change. How such intentions are put into practice is another matter. The government rejects quotas. But it does want to encourage a voluntary approach. The (private) Institut d'Etudes Politiques (Sciences-Po) in Paris, and ESSEC, a top (also private) business school, both run schemes to recruit bright pupils from poor areas, many of them non-white. Yet many questions remain, not least the refusal to let employers record their progress with race-based statistics.

Will any of this help to rescue the government's reputation? Despite its failures over the riots, the answer may be yes. As Dominique Reynié, a political scientist at Sciences-Po, puts it: “when the French are fearful, they swing to the right. It happened after 1968. Logically, it will happen in the run-up to 2007.” Insecurity is likely to dominate ahead of the elections that year. An Ipsos poll this week showed a jump in the approval ratings of both Mr Sarkozy and Mr de Villepin.

It is not only the centre-right that may gain, however. Jean-Marie Le Pen, of the far-right National Front, studiously silent during the worst of the riots, now claims to be the only politician to have foreseen the trouble. “Immigration, explosion of the suburbs: Le Pen said so!” boasts his latest poster. Fears of insecurity and immigration play to the National Front's strength.

Yet Mr Le Pen is not the only politician talking tough. Mr Sarkozy's expulsion orders and his use of the term racaille (scum) to describe the rioters have increased his appeal to the authoritarian right. “A majority of National Front voters are volatile, and could vote for Sarkozy,” says one of his advisers. The battle promises to be as fierce between the right and the far right, as between the traditional right and left.
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por Jameson » 17/11/2005 12:28

The Mechanic Escreveu:
Jameson ! Tu é um individuo que tenho como muito racional , mas estás a sair-te neste campo um digno representante da extrema direita .

de maneira alguma, longe disso
considero-me um liberal...extrema-direira significa fascimo, estado totalitário, securitário, o fim das liberdades individuais.



Eu não digo que concordo com a maneira deste pessoal protestar e acho que é errado tal como o são todos os actos de terrorismo !! Mas ...eu consigo compreender as motivações destas pessoas . E consigo colocar-me o suficiente na sua pele para saber que a coisa não passa com " marchas silenciosas "

esta tua linha de argumentação não é racional:
não podes discordar da violência e depois aceitar as motivações deles e dizer que não existem alternativas de resolução pacificas, porque implicitamente estás a aceitar o uso da violência ilegal


Toda a vida deles é uma marcha silenciosa uma vez que ninguem os " vê" . Tambem não acho que sejam uns coitadinhos ,

tocaste numa das questões essenciais:
" não acho que sejam uns coitadinhos"

então se eles não são uns coitadinhoss, que raio de justificação é que eles tinham para iniciar e levar a cabo uma onde de violência e destruição urbana como a França já sentia há décadas, e que se arrastou por 2 semanas


nem concordo tãopouco com a subsidiação em massa de pessoas na tentativa de os calar .
Isto não vái lá nem com subsidios nem com tiros nas rotulas .Mas os subsidios são capazes de resultar melhor ...

eu nunca disse que isto se resolvia com "tiros nas rotulas", mas se a tua opinião é "nem concordo tãopouco com a subsidiação em massa de pessoas" como é que podes depois de dizer "os subsidios são capazes de resultar melhor"

já pensaste num 3ª alternativa sem subsidios ?

a situação actual dos responsáveis/pais dos responsáveis pela violência é (conforme aplicável):

vivem em casas do oferecidas pelo Estado
recebem subsidio de rendimento minimo
recebem subsidio por natalidade
recebem subsidio desemprego
"recebem" escolaridade gratuita

eu pergunto que argumentos é que tinham para a violência e pergunto se a politica de subsidios não cria mais problemas do q resolve?

( já agora para o registo: por causa dos tumultos o governo francês vai canaizar 100 milhões de euros para os bairros, a Comissão Europeia vai canalizar 50 milhões de euros para a França resolver este "problema", podendo este valor ascender no médio prazo a 1000 milhões !)

mas se calhar pela forma com q a violência tomou ( maioritariamente incêndios de automóveis) penso que já percebi, eles agora devem querer:

subsidio automóvel



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comentário

por jotabil » 16/11/2005 21:38

Caro Meckanic

Fizeste-me sorrir....onde está o avesso e o direito...perguntaria Camus...essa das aranhas deixa-me intrigado....eu não estou a elaborar..nenhum estudo...apenas a discorrer sobre a realidade que nos afecta.
Naturalmente que aquilo que vou adiantando sobre o que se passa ..não é facilmente aceitável...as coisas não são óbvias...e perante tanta desinformação que escorre dos meios de comunicação..ainda mais disparatadas parecem as minhas alegações...mas detem-te um pouco sobre elas...e verás que não se afastarão muito de um pensamento honesto e esclarecido sobre o que são as cobiças que grassam por este Ocidente....onde se inventam patranhas de tal modo pantomineiras ...que até se contratam empresas de caracterização para criar criaturas mártires que façam movimentar a opinião publica a favor do rumo pretendido...veja-se a princesa do kwait que foi violada aquando da invasão pelo Hossein.....estando ela nos USA...e aparecendo toda desgrenhada na tv....para fazer mover a opinião pública americana a favor da 1ª invasão do Iraque (para o efeito uma empresa americana de caractrização foi contratada segundo se pode ler num livro de toffler). Mas se calhar também foi contra informação....sabe-se se lá.
Olha caro amigo.....não sou eu que estou em causa.....são as ideias. Até quando, Catilina, abusarás tu da nossa paciência!.....proferia Cícero encenando a maior das indignações no Senado....e no entanto parece que agora se prova que quem tinha razão era o Catilina e que nunca quis trair Roma ...mas antes pelo contrário...era Cícero que embalado pelo discurso se pavoneava pelo areópago ...essa das ervas...de facto a perspectiva da malta mais nova..só explica a tentativa de evasão e de liberdade nas ideias através a alienação que os alucinogéneos..ou medicamentos...propiciam.
Mas não é assim.....apenas escrevi...porque me custa ver as pessoas a procurarem explicações onde não as há....no imediato nada se encontra...aprendemos que num determinado facto histórico...as mais importantes são, geralmente, as causas e consequencias remotas....em detrimento das próximas que de tão imediatas ..assumem apenas o caracter de rastilho....e sem grande significado...interessam sim as causas e as consequências remotas....de significado mais extenso e portanto mais ..grave e comprometedor.
É o que se me oferece dizer.
cumps.
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
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Bem...

por The Mechanic » 16/11/2005 20:44

...muito bem Emilia ...

Jameson ! Tu é um individuo que tenho como muito racional , mas estás a sair-te neste campo um digno representante da extrema direita .

Eu não digo que concordo com a maneira deste pessoal protestar e acho que é errado tal como o são todos os actos de terrorismo !! Mas ...eu consigo compreender as motivações destas pessoas . E consigo colocar-me o suficiente na sua pele para saber que a coisa não passa com " marchas silenciosas " . Toda a vida deles é uma marcha silenciosa uma vez que ninguem os " vê" . Tambem não acho que sejam uns coitadinhos , nem concordo tãopouco com a subsidiação em massa de pessoas na tentativa de os calar .

Isto não vái lá nem com subsidios nem com tiros nas rotulas .Mas os subsidios são capazes de resultar melhor ...

Ah ! E não te piques dessa maneira que estamos só a trocar ideias ( continuo, sinceramente , a gostar bastante das tuas intervenções no campo da Bolsa ...


Jotabil ...tás todo trocado , não estás ?! ...o ácido escorre ...as patas com pelos...nhrgh...voam...as aranhas vem comer os olhos...arghnh...

Mas lá que sabes umas coisas giras, sabes . Alucinado, mas culto ...e tens bom poder de encaixe :wink: vantagem Jotabil

Um abraço ,

The Mechanic
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles

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TUMULTOS

por EMILIA » 16/11/2005 19:42

Já reparei que este diálogo eneveredou por uma linha religiosa, o que me parece, honestamente muito errada.

1º Será que estes jovens franceses são pobres por causa da religião, ou são muçulmanos por causa da pobreza.

2º Já repararam que a história nos diz que em 1968 verificou-se algo de semelhante, por outros motivos está claro, mas que na altura a ``quente`` as opiniões eram muito parecidas com as de hoje?

3º Será que na Cova da Moura são muçulmanos?
4º Será que no Bairro S. João de Deus são muçulmanos, de cor ou emigrantes?
5º Será que nós Europa não temos obrigação de prestar o melhor auxilio a quem nos procura?
~6º Será que os emigrantes são todos maus?
7ºSerá que vocês não conhecem várias pessoas que não interessam nem ao diabo?
8ºPorque será que em qualquer país do mundo ocidental se formam autênticos Guetos, onde por norma se juntam pessoas desaconselháveis?
9º Será que as crianças que moram nesees guetos não serão influenciadas pela vida de pobreza, roubo, droga e miséria que grassa nesses guetos?
10º Acreditam mesmo que em Portugal uma pessoa de cor, muçulmana, oriental, em igualdade de circunstâncias com um caucasiano não é preterida em qualquer emprego?

Pensem por favor nisto, antes de pensaram em terrorismo, religião ou seja lá o que quiserem pensar.
Desculpem se incomodo alguém

P.S. Nasci em Portugal, sou Branco, classe média, Católico e acredito piamente que o Homem não se qualifica a não ser por valores morais.
Não lamentes as perdas
 
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comentário

por jotabil » 16/11/2005 19:21

Caro Pé Grande
O Islamismo...nasceu num período de grande confusão de valores....e no seio de tribos judaico-critãs esquecidas na península da Arábia...e estações de apoio aos caravaneiros mercadores entre o mar vermelho e o golfo Arábico. Nessa altura na europa ocidental a igreja concitava o interesse dos povos e os papas como verdadeiros soberanos misturavam o poder esprititual e com o poder tempral.......e na europa oriental...os chefes espirituais perdiam-se em exegeses de espiritualides que os afastavam da mundanidade.....é neste contexto que nasce uma nova religião mais proxima das gentes ...mais dinâmica....mais próxima das necessidades espirituais de pessoas que embora com noções da moral...careciam de orientações para o seu caminho.....é assim que por volta dos anos de 620 DC....em Medina ..mohamad....ou seja.... Maomé acrescenta uma nova espiritualidade às doutrinas do judaísmo e do cristianismo....com os escritos que fez na gruta...sob a voz do anjo são Gabriel...o mesmo que anunciou a Maria.... do cristianismo.
A Caaba...ou seja a Casa de Abraão.....onde tinham sido inseridos umas duas centenas de deuses....foi renovada por Maomé que instituiu a existência de um só Deus..Alá....de transcendência absoluta...Alá Akbar ...proclamam os árabes.....Deus é tudo...de tal modo que o homem nem autorizado está para copiar a natureza que também ela é parte integrante de Alá...apenas pode imitá-la na sua sacralidade.....daí a natureza estilizada da arte árabe....o homem apenas pode aspirar a imitar a beleza de Alá...e apenas pode aproximar da Alá pela beleza....ele que também pertence à sacralidade de Alá....enfim...é essa nova espiritualidade simples que introduz uma dinâmica imparável às gentes ..de tal modo que que só muito a custo foram parados pelos franceses...em frança...e algures nos balcâs....passados poucas centenas de anos. A europa que era na altura mais mediterrânica do que hoje....foi quase dominada pelos agarenos....agarenos...de Agár...a escrava de Abraão....que lhe deu o primeiro filho...antes que Sara...a legítima...fosse fecundada por auxílio de do Deus proto-judaico....daí os agarenos...daí a natureza comum das três religiões proféticas...em contraposição com as místicas..que tomaram outro caminho...o caminho do Industão e que têm como base o Induísmo...mas isso são outras histórias...
De resto tudo parece ter origem num tal Zaratustra....que baseando-se numa tal doutrina de Mazda.....Ormuz e Ariman...ali para a região dos Sassânidas.....estabeleceu uma relação do homem com os Deuses...definindo um caminho do bem e um caminho do mal....propiciando assim ao homem a possibilidade de escolher...ou seja..a liberdade de escolha....antes os deuses eram cósmicos....isto é...o homem concebia-os...mas limtava-se a aplacar as suas iras com sacrifícios e oferendas estava fora da sua relação....a partir de Zaratustra o grande revolucionário que Nietszche invoca...os deuses começam a relacionar-se com o homem....foi um grande passo...a partir daí....dois grandes ramos de relicioes surgem....as proféticas....o judaísmo...o cristianismo e o judaísmo....que têm o factor tempo...como elemento de redenção....no fim dos tempos estarás perante Deus e o juizo....proclamam todas elas....e as místicas que surge num ramo que se dirigiu Para o Indostão e cujo fator de redenção é o momento eterno...ou seja ...alcançar o nirvana pode ser conseguido num instante sem tempo...ou com todo o tempo....depende da ascese e do desprendimento determinado pelos yogas.....enfimo tempo circular....pois outro tipo de espiritualidade....mas no fim é um caminho idêntico...o caminho do mi....terreno..para o si natural....isto numa abordagem muito breve e simples das sabedorias...O budismo é um fundamentalismo do induismo......enfim..
É isto a grosso modo...a àrvore das pricipais religiões que modelaram a civilização ocidental e parte das orientais com base no berço de Mohenjadaro nas bacias dos rios Indo e ganges...
Enfim coisas...meu caro amigo
cumps
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por pvg80713 » 16/11/2005 18:18

Já alguém leu o Alcorão ? Alguém sabia que este tem um capitulo dedicado a Jesus onde se diz que este é filho de Maria que deu à luz VIRGEM ?
Algúem reparou que todos, Todos, os ensinamentos deste livro são quase iguais aos Cristãos ?
Este problema em França não é religioso.
 
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Espremendo

por Pé Grande » 16/11/2005 18:11

Caro jotabil,

Espremendo bem espremido, devia dar sumo, mas não dá, né?

O problema na França vem com a história do véu nas escolas, que foi proíbido até em países Islâmicos. Ex: Egipto.
Deste-me a mão, mas eu quero também o braço.

O Islamismo não é uma religião como o Cristianismo ou Judaísmo. É uma evolução do deus-lua, que era adorado naquelas paragens, e aos quais o próprio Maomé chegou a fazer oferendas aos ídolos presentes no Cubo que hoje é o símbolo do Islão.

Espremido espremido ...
 
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comentário

por jotabil » 16/11/2005 17:54

Caro jameson

Se assim o entender e o achar útil...diga, então, a sua impressão do que sucede actualmente nesta europa....quais as razões para tanta obscuridade...o porquê do terrorismo....que objectivo é perseguido...a quem aproveita o terror....pois que o terror tem uma finalidade que lhe é implicita...quem aterroriza e para quê....que acção geral se pretende conseguir?....porquê Espanha......porquê Londres...porquê USA....porquê....a palestina...porquê o Iraque?...rebentam por rebentar....existem pesssoas que se imolam nos actos...há-de haver um fim último para tanta coragem e desespero nos actos.....sabe ...é que eu não me conformo com essa das trinta virgens como compensação no paraíso...se isso fosse verdade na religião islâmica...existe outro motivo por detrás a comprar vontades e decisões tão graves como essa de imolar a vida para fazer terror...
As elites da europa....sabem que existem nas suas portas muita gente que se acumula para poder entrar neste aparente paraiso de mercado....sabem que é facil alienar e comprar vontades....os recursos humanos são imensos...para se organizar o terror....basta organizar os meios em vista disso...aplicar meia duzia de princípios psicológicos e sociológicos...para se arregimentarem os elementos suficientes para executar o terror...aplicar depois os princípios da contra- informação para dissumular as reais intenções e temos a trama feita....sem deixar rasto....
Por exemplo...quem organiza a guerrilha do Iraque e da Palestina?....de onde vem o apoio exterior?....os manuais ensinam que o terrorismo...como já disse, uma modalidade de estratégia indirecta....necessita de apoio em organização e meios exteriores ao territorio onde se desenrola a insurreição...quem lhe fornece esse apoio?....quem?....Pergunto-lhe...Quem?....não me diga que é a Al Quaeda...ou coisa que o valha...isso só é entendível pelos que não querem pensar....e necessitam de uma resposta para apaziguarem a sua angústia de ficar inquietos...e vigilantes...perante o drama.
As coisas são mais complexas do que esse Bin Laden....e essa Al Quaeda ...logradoiro de todas as justificações....de que o nosso requerido sossego ...carece...
Longa vai a conversa ...amigo.
cumps
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por jotabil » 16/11/2005 16:27

Caro Jameson
Não lhe respondi a sí...particularmente...tentei apenas continuar a descrição de uma realidade....na fundamentação das minhas alegações....mas vejo que o colega de caldeirão insiste nas torpezas para desmembrar a articulação das proposições como é próprio das pessoas informadas ...mas sem um conhecimento estruturado que lhes fomente a necessidade de ouvire e perceber.
Quer que aceite que foi a Al Quaeda que foi o autor dos actos chamados de terrorismo....pois bem...chamemos-lhe isso...mas isso não me explica nada...não me diz nada sobre o que é importante...apenas me adormeçe.....o que não posso aceitar.....o que é horrendo.. é culpar os islâmicos disso... confundindo as coisas...os princípios...utilizando bandeiras erradas para nos distraírem dos verdadeiros propósitos que animam as acções e as cobiças.
O colega ....com essa argumentação...personifica exactamente o previsível caos em que nos pretendem mergulhar a todos....simples matéria isomórfica e sem orientação preponderante a caminho da liberdade digna do homem....que dizem....anda a elevar-se como tal, há cerca de sete milhões de anos neste globo ....homem a deixar a natureza para se espiritualizar....para ver para além das ervas......e deste tão viver cinzento e triste das cidades liberais e já afastadas da actualidade emergente...das novas tecnologias.....mais exigentes na racionalidade das intenções e na procura de uma nova fé que sirva de suporte a essa nova exigência.
A contradição a que alude.....a ameaça da unidade islâmica ...face a esta europa fraguementária....desde há muito tempo que é conhecida...sempre foi trabalhada pelos estados europeus...que mitigaram essa tendência... primeiro exportando, por um lado, a ideia de estado-nação...tendo em vista fragmentar uma possível unidade e por outro, intuindo organizaçoes para os árabes....como seja ...por exemplo a República Árabe Unida (RAU).
Nesse aspecto a Europa tem cuidado...existem elites na europa que sabem disso.....e tem jogado o seu jogo.....mas agora do que se trata é de outra coisa....a ameaça da unidade islâmica determinada pela religião....é uma coisa já conhecida de há algum tempo.....agora do que se trata é enfrentar e o velho rival de sempre desta europa terrestre...e que pro sinal se diz nosso amigo e connosco se senta a mesma mesa da sodariedade de fraternidade e da igualdade....os tais sofismas apregoados na revolução francesa....mas que na realidade apenas pretendiam disciplinar o rei.....que com as suas guerras e os seus impostos ...prejudicavam o regular funcinamento dos negócias.....enfim.. o mercado como lei natural...
Eu sei que o meu discurso lhe pode parecer um texto de Samuel Beckeet....saltando de associação em associação...aparentando desconexão e sem sentido plausível....mas no fim existe um fio condutor.
Sim....existem contradições...num texto existem sempre contradições....é sinal que falamos com sinceridade.....coisa rara...
cumps
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por Jameson » 16/11/2005 15:21

ó jotabil

presumo que o seu penultimo post tenha sido dirigido a mim, não sei se reparou mas já é a segunda vez que se engana no nick 8-)

antes de mais, você anda a tomar medicamentação ou a fumar alguma cenas? é o seu "discurso" além de disparatado e insistir em teorias absurdas, começa a ficar um pouco incoerente, confuso e repetitivo...

adiante, então você diz a al qaeda existe, mas são meros executantes operacionais!
( não sei se já se apercebeu que está a entrar em contradição com o que disse anteriormente...mas adiante )

Levar a cabo.....não é tudo....é apenas executar....antes disso é preciso estudar...analisar planear...propor...dicidir....o executar....é apenas uma função de um conjunto de actividades operacionais previstas num planeamento ou acto administrativo....sim...falta mais uma que é o controlo da acção.....vejamos:- estudar/analisar...organizar/propor.....decidir/para a execução.....e controlar a acção......pois conhecemos isto como os actos da administração....ou processo de decisão.
Levar a cabo é apenas executar...portanto....e para executar é preciso haver alguma coisa antes e alguma coisa depois...não é assim tão simples meu caro amigo...


PS: porque que precisou de um texto tão extenso para dizer algo que se diz em meia duzia de palavras ?
...a erva deve ser mesmo boa :oops:


apenas apresentar-lhe de forma o mais serena possivel a minha perspectiva da realidade que nos assola neste viver suburbano em que ambos vivemos, no qual todos os dias somos injectados com a morfina contida contida nos programas dos media....onde os fedorentos se encontram inseridos a favor da lógica geral de sujeição das massas a favor dos iniciáticos do poder.


diz lá...o teu filme favorito é o Matrix, não é ? 8-)
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por PLPINTO » 16/11/2005 15:09

Engraçado,
eu fiquei orfão de pai aos 13 anos... minha mãe reformada por invalidez (com uma reforma miseria porque tinha poucos anos de desconto)... e nunca queimei o carro dos meus visinhos.
Hoje tenho uma boa moradia, dois carros e pertenço à classe media baixa (aquela que depois de pagar tudo ao fim do mês fica tesa)
E dava um tiro de bom gosto no filha da **** que me viesse incendiar os meus carros que tanto esforço fiz para conseguir (na cabeça, não nas rotulas), mas se calhar eu tambem sou um brutamontes como os policias nos países "civilizados".
:lol:
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por jotabil » 16/11/2005 15:00

Desde já afirmo aos moderadores...ao herói grego... e ao triunviratista que penso não estar a denegrir a elevação e a natureza deste forum com estes meus exórdios saídos desta sem responsabilidade de estar sentado ante a pantalha branca do computador...que tudo permite...penso ser um prazer discorrer.. sem qualquer propósito premeditado....apenas dizer.
Assim julgo.
cumps
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
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por jotabil » 16/11/2005 14:46

Caro the meckanic

Levar a cabo.....não é tudo....é apenas executar....antes disso é preciso estudar...analisar planear...propor...dicidir....o executar....é apenas uma função de um conjunto de actividades operacionais previstas num planeamento ou acto administrativo....sim...falta mais uma que é o controlo da acção.....vejamos:- estudar/analisar...organizar/propor.....decidir/para a execução.....e controlar a acção......pois conhecemos isto como os actos da administração....ou processo de decisão.
Levar a cabo é apenas executar...portanto....e para executar é preciso haver alguma coisa antes e alguma coisa depois...não é assim tão simples meu caro amigo... e sabe uma coisa....deixe-se disso.. de tentar comparar-me a alguma coisa que seja.... eu tenho respondido....peço-lhe que vá colhendo o fio da meada....assim como ariadne no labirinto...as coisas não são óbvias neste meio coloidal e agitado da contra-informação onde apenas observamos os contornos das coisas....ora essa do gato fedorento...deixe-se de quotidianices e sente-se aí a ouvir....e a fazer os comentarios que a sua inteligência sugerirá...ná...não desejo doutriná-lo...já lhe disse que não tenho verdades...apenas apresentar-lhe de forma o mais serena possivel a minha perspectiva da realidade que nos assola neste viver suburbano em que ambos vivemos, no qual todos os dias somos injectados com a morfina contida contida nos programas dos media....onde os fedorentos se encontram inseridos a favor da lógica geral de sujeição das massas a favor dos iniciáticos do poder.
Mas tentemos ser livres ....mesmo que seja através destes areópagos....um pouco vigiados ...como seja este caldeirão...sim talvez aqui começe o caminho para um novo modo de ser.
cumps
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por Jameson » 16/11/2005 14:05

já sei onde os tipos do Gato Fedorento se inspiraram para criar aquela personagem: "Falam, falam, falam....e dizem nada" :roll:

Jotabil,

você ainda não me respondeu, se defende que al quaeda não existe, quem é que levou a cabo os atentados terroristas dos ultimos 3 anos ?
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por jotabil » 16/11/2005 13:59

Ah! a liberdade!!!...pois......dizem que um dos novos paradigmas que devemos adoptar.....já não ésse de...a minha liberdade começa onde termina a tua....mas sim....a minha liberdade é condição da tua liberdade....ou seja....eu só me considero livre quando tu fores livre......eu so sou feliz ...depois da tua felicidade.....dizem que esta máxima é uma revolução na natureza do homem.....de resto o homem só assim se considerou quando se revoltou contra os determinismos da natureza....mesmo perante a morte....lugar onde existem os primeiros testemunhos da sua espiritualide....de tal modo....que hoje....o homem se considera um estrangeiro na natureza....de tal modo se quis afastar da irracinalidade....de tal modo procurou o caminho da liberdade dentro desta ingratidão do universo que lhe tolhe o passo com a brevidade da vida, aparentemente sem sentido.....oh este caminho de Sísifo!!!!...
Já se conhecia, desde há muito, a situação em França e demais países do benelux...em termos sociais e demográficos.....o que importa agora constatar é que desta vez, esse evidente ponto fraco ou nevrálgico, da sociedade europeia....foi explorado tornando-se então uma vulnerabilidade a favor da ameaça...que não será constituida pelo islâmicos... mas sim por outra entidade que rivaliza connosco os mesmo objectivos geoestratégicos.
E por isso, não nos debrucemos pelas causas imediatas daquilo que sucede em França e demais ....mas sim tentemos ver mais amplamente...como se diz na caça....:- Dê mais espaço à peça!!!! quanto mais de longe atirarmos maiores são as possibilidades de acertar... enfim....agora andamos a discutir as causas próximas e descuramos a construção de uma lógica com factos...... que embora que mais graves e a exigirem maior coragem para serem enfrentados....são os que exigem a nossa atenção aturada e prudente.
Os agarenos...são só meros piões das nicas.....neste final deste anquilosado liberalismo que nascido há seculos ainda não desaparecerá sem provocar mais tragédias nesta europa onde se instalou como uma lapa.
Mas talvez seja eu só a dizer....a verdade só existe no limite da condição humana....o caminho do homem é uma vibração eterna entre certezas....e quando morre nem sabe se está mais perto ou mais longe da verdade.....apenas sabe que percorreu um caminho.....que por ser caminho leva a algum lado.....talvez a ómega .....já perto de Deus e da verdade....se ela existir.....é certo.
cumps.
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por jotabil » 16/11/2005 12:32

O islamismo é apenas mais uma espiritualidade acrescida ao judaísmo e ao cristianismo... o mesmo Deus... embora que com uma natureza no seguimento das anteriores, mas com algumas particularidades que não a exterioriza da cosmogonia que é comum a estas três religiões proféticas. No judaísmo é um Deus omnipotente e mandão...vejam-se os mandamentos em Moisés....o cristianismo o Deus é amoroso ao aceitar a condição humana e desse modo solidarizar o infinito com o finito...para redimir o homem....no islamismo esse Deus ...Alá....assume uma transcêndência absoluta.....ele é tudo...fazendo porém e como consequência, uma unidade orgânica com a natureza e com o homem.
Daqui se pode inferir que no islamismo não existe separação entre o poder temporal e o poder espiritual...ou seja... não é justificável à luz da doutrina contida no alcorão, a existência de entidades politicas como seja a existência de estados nação ou outra forma de organização politica.
Quer dizer que podemos afirmar que as disposições contidas no Alcorão são uma verdadeira constituição religiosa e ao mesmo tempo politica dos agarenos.
Daí não fazer sentido a existência de estados como o de Marrocos...Argélia....Irão....Iraque.....etc....a ideia de estado foi exportada pela europa e foi utilizada pelos islâmicos como instrumento de autodeterminação perante as potências dominadoras durante os finais do sec XIX e meados do sec XX.
Mas apenas são meros instrumentos de libertação. A unidade islâmica está inserta na doutrina contida no Livro e na tradição.Por isso devemos entender e considerar sempre como uma eventualidade....a chamada "Una Muslima"...ou seja a unidade islâmica essa possibilidade ameaçadora para esta europa fragmentária.
Claro que os condicionalismos geostratégicos actuais mais favorecem a eclosão de tal eventualidade... como seja....por exemplo....a real explosão demográfica do norte de África....em contra ponto do enfraquecimento populacional desta europa neo- liberal e desregulamentadora e que priveligia mais o poder de César.
Dai a César o que é de César...e a Deus o que é de Deus.....proclamava Cristo na sua palavra....
Bem.....continuarei.
cumps
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Re: Xenofobia e subsidios ...

por Jameson » 16/11/2005 12:21

The Mechanic Escreveu:
tens consciência quo e Estado francês é um dos estados que mais subsidios dá ?


Jameson ...como focáste , os subsidios não são resposta ; são um adiar do verdadeiro problema que é a falta de emprego e a consequente não realização e integração do individuo na sociedade .Estas pessoas não querem subsidios, querem trabalho e querem respeito .

tens a certeza disso !? muitas das reinvidicações que ouvi era a clamar por mais "apoios" á integração


E esses adolescentes arabes são como os adolescentes Africanos cá . São segundas gerações cujos pais deram e continuam a dar duro cá porque conheceram uma realidade muitissimo pior no país de origem e que não se conseguem integrar em pleno .Quando não consegues ser aceite pelo que és intelectualmente ( e para eles é dificil ,apenas porque a educação e o ambiente em que vivem não o permite : porque coloca um branco, um preto , um amarelo , um arabe ou seja qual seja a cor da sua pele , numa escola particular - em Harvard - rodeados de pares que o apoiem e não váis ver muita diferença no seu intelecto .)


O "estado social" que existe na Europa, França e Portugal incluido, tem mecanismos que garantem escolaridade grauita para as crianças/jovens e rendimento minimo ás familias mais pobres, é por isso que nós pagamos muitos mais impostos que os Americanos (por ex).

só que acontece uma coisa muita curiosa: no UK e USA, liberais, mercado laboral fexivel, menos subsidios, menos impostos tens taxas de desemprego mais baixas e tx de crescimento do PIB mais elvadas

na Europa do estado social: intervenção do estado, mais subsidios, mais impostos, mercado laboral rigido, tx de desemprego mais elvadas, tx de crescimento mais reduzidas


recorres à outra maneira que conheces e que é , pela força .


mas que m**** é esta !!!!!

nós vivemos num Estado de Direito ou numa Anarquia ??
a tua liberdade acaba onde começa a minha!

Há que respeitar a Lei



Se o problema é assim tão grave e afecta tanta gente porque que não foi convocada uma marcha silencioasa com os "milhares de desfavorecidos" pelo centro de Paris para chamar a atençao da sociedade ?

Por isso deixem-se de " eu tenho um amigo que diz que a tia disse que o vizinho disse ..." que , a realidade , não a conhecem vocês pela internet , sentados nas vossas belas cadeiras no vossos belos trabalhos ou casas .

a opinião que eu referi de uma 3ª pessoa, foi a de um participante num dos Fóruns TSF ex-emigrante em França, e vai em linha com outras opiniões de emgirantes que vê em entrevista de televisão e a opinião de pessoas minhas amigas dos tempso da universidade que viveram/estudarm até aos 18 anos em Paris.
A opinião é unânime " Os arabes não se querem integrar e é um barril de pólvora prestes a explodir"



Mandam bitaites e querem acabar com problemas profundos com tiros nas pernas ...

Sheeesh !!!


eu não disse isto, foi outro participante

como referi acima: há que respeitar a LEI

um agente da autoridade apenas pode recorrer a armas de fogo se a sua, ou a vida de terceiros, etiver em perigo.

A resposta das autoridades deveira ter sido muito mais firme, logo desde o inico ( e não com tiros nas rótulas)...a politica do diálogo conduziu ao alastrar dos tumultos que se prolongaram durnante 2 semanas e deu uma demonstração de franqueza da autoridade do estado/ da policia aos prevaricaodores


Um abraço,

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Xenofobia e subsidios ...

por The Mechanic » 16/11/2005 11:33

tens consciência quo e Estado francês é um dos estados que mais subsidios dá ?


Jameson ...como focáste , os subsidios não são resposta ; são um adiar do verdadeiro problema que é a falta de emprego e a consequente não realização e integração do individuo na sociedade .Estas pessoas não querem subsidios, querem trabalho e querem respeito .
E esses adolescentes arabes são como os adolescentes Africanos cá . São segundas gerações cujos pais deram e continuam a dar duro cá porque conheceram uma realidade muitissimo pior no país de origem e que não se conseguem integrar em pleno .Quando não consegues ser aceite pelo que és intelectualmente ( e para eles é dificil ,apenas porque a educação e o ambiente em que vivem não o permite : porque coloca um branco, um preto , um amarelo , um arabe ou seja qual seja a cor da sua pele , numa escola particular - em Harvard - rodeados de pares que o apoiem e não váis ver muita diferença no seu intelecto .)recorres à outra maneira que conheces e que é , pela força .

Por isso deixem-se de " eu tenho um amigo que diz que a tia disse que o vizinho disse ..." que , a realidade , não a conhecem vocês pela internet , sentados nas vossas belas cadeiras no vossos belos trabalhos ou casas .Mandam bitaites e querem acabar com problemas profundos com tiros nas pernas ...

Sheeesh !!!

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por Jameson » 16/11/2005 11:20

este texo está giro, e a brincar diz as verdades

PS: o Sarkozy é filho de emigrantes


Este animal com orelhas de Dumbo é o Ministro do Interior francês, Sarkozy. Está, como sabemos, no centro dos conflitos sociais em França por ter chamado escumalha à escumalha. Ora, como também sabemos, a escumalha não gostou de ser acusada de ser escumalha. E isto conduz-nos a uma reflexão muito importante: a escumalha começa a ter protecção a mais nas sociedades ocidentais. A liberdade está a ficar condicionada a uma aceitação tácita da criminalidade organizada. Quando rebenta um autocarro em Londres, ou é a pobreza ou a culpa é do Bush; quando rebenta um comboio em Madrid, a culpa é do Aznar e do outro gajo, Ministro do Interior, cujo nome infelizmente não me ocorre; quando uns putos invadem uma praia e andam à pancada à porta de um restaurante, a culpa é da polícia e da carga policial; quando uns putos de boné começam a incendiar carros nas ruas de Paris, a culpa é da falta de apoio do Estado.

Mas que diabo! Antes de haver liberdade, há lei. Lei que existindo, concede a liberdade. Quem incendeia o carro do pobre assalariado que trabalha e paga os seus impostos, é escumalha não é outra coisa. As democracias ocidentais não podem estar acorrentadas ao sabor da opinião pública expressa em reportagens sensacionalistas, tendo de intervir com recurso à força sempre que em causa esteja a liberdade. A liberdade não existe para proteger quem incendeia carros.

Neste momento, com os olhos do mundo postos em França, um polícia não pode dar uma bofetada num Jacques qualquer, sob pena deste Dumbo estrábico ter de se demitir. No entanto, o problema ficaria resolvido com a aplicação da lei. Os putos, se não têm o apoio do Estado, façam manifestações como todos os outros jacobinos. Por exemplo, em frente à cinemateca. Se formos condescendentes com a criminalidade, até podemos ser uns tipos porreiros, mas, mais tarde ou mais cedo, deixamos de ser livres.


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por Jameson » 16/11/2005 11:06

....um daqueles tipos que aos 17 anos já não tem futuro, cujo passado é feito de violencia urbana, violencia domestica e violencia social em que ninguem quer saber se eles passam fome , se são espancados, se os pais trabalham meses inteiros em trabalhos que ninguem quer e tem como recompensa serem chamados de "pretos" , " escumalha "....


tens consciência quo e Estado francês é um dos estados que mais subsidios dá ?

rendimento minimo garantido para os mais desfavorecidos,
escolaridade gratuita ( como é que os tipos de 17 anos podem andar a queimar carros e dizer que não têm emprego se ainda deviam estar na escola ? e o estado dá codiçõe spara isso....ah! espera ...agora não podem...eles andaram a queimar as escolas!
sunbsidios para quem tem filhos ( ouvi um emigrante português dizer q tve colegas de trabalho arabes que se demitiram para ficar em casa pq o subsidio q ganhava com os filhos dava apara isso )
foiram-lhes oferecido apartamentos, ou com rendas controladas ditos em bairros periféricos, mas pelo que eu vi várias vezes na TV e em jornais, tem areass relvadas, arvores, são predios altos mas espaçados entr si....parecera-me bastante melhor do que aqules onde reisdem muita da classe media-baixa portuguesa nos arredores de Lisboa e que demoram 1,2 horas para chegarem em emprego de manhã


Em suma, provavelmente em mais nenhum pais do mundo estes "emigrantes" receberiam tanto como em França, e o agradecimento foi-lhes cuspir na cara, e os Franceses em vez de enfrentar o problema preferem deitar mais dinheiro para a fogueira: o governo já disse que vai atribuir 100 milhões de euros aos bairros.

O problema de exclusão é provocado pelos arabes, eles é que não se querem integrar, e os francese permitiram ( e acabaram por contribuir) para que eles crescessem o organizassem em bolsas dentro de território francês e agora não tem mão neles, não consegue impor a autoridade do estado nessas zona, portanto tenta "comprá-los" com mais subsidios para eles não provocarem confusão....como é óbvio apenas estão a adiar o problema, e mais cedo ou mais tarde vai explodir novamente com mais violência

Façam um parelismo com os Portuguese ( que são cerca de 1,5 milhões em frança, incluindo os luso descendentes) e que no inicio, não viviam em bairros oferecidos pelo estado a receber subsidios, mas sim em barracas em verdadeiros bairros de lata, a fazerem os trablaho menores e que agora é uma comunidade ( passados 40 anos) perfeitamente integrada.

Para se ter uma ideia do que se passa em França, imaginem 1 milhão de ciganos a viverem na periferia das grandes cidades portuguesas em barrios sociais e a receber rendimento garantido a queixarem que ninguém les dá emprego
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Eu...

por The Mechanic » 16/11/2005 10:45

...propunha , nisso dos tiros nas pernas , que apontassem inclusive às rotulas dos joelhos...he,he,he..era vê-los arrastarem-se pelo chão a chorar e a gritar pela mãe ...

Ó PLPINTO ! Então !? As coisas não se podem resolver assim ! Está bem que eu não gostaria que viessem incendiar o carro...mas se tu fosses um daqueles tipos que aos 17 anos já não tem futuro, cujo passado é feito de violencia urbana, violencia domestica e violencia social em que ninguem quer saber se eles passam fome , se são espancados, se os pais trabalham meses inteiros em trabalhos que ninguem quer e tem como recompensa serem chamados de "pretos" , " escumalha " , etc., , se tu fosses um deles ... aposto que não te ralavas nada em destruir , em fazer qualquer coisa para ser notado , para que o resto das pessoas vissem que tu sofres enquanto eles folheiam revista para comprar o novo modelo da Mercedes... e aposto que não querias que te dessem tiros nas pernas por isso ...

Um abraço ,


The Mechanic
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por PLPINTO » 16/11/2005 10:30

Infelizmente é o preço a pagar por viver numa democracia, onde sempre que as autoridades usam um pouco mais de força são apelidadas de "monstros".
Bastava substituir as balas de borracha por munições normais e apontar ás pernas... acaba-se a "coragem" para andar a incendiar os carros dos outros, principalmente quando os outros são os visinhos que, provavelmente, muito suaram para conseguir comprar o carro que esses vandalos queimaram!

Outra coisa: são "radicais de esquerda" por isso vitimas do sistema. Se, como já foi referido aqui antes, fossem cabeças rapadas da direita as balas já não seriam de borracha... Isto é triste, e é racismo! apenas um racismo um bocado confuso.
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Caro Jotabil...

por The Mechanic » 16/11/2005 9:30

...
" Chang Yu : Se o inimigo é forte e eu sou fraco, retiro temporariamente e não ataco.`...´ Porem, se eu estiver organizado e o inimigo em desordem, se eu estiver atento e o inimigo descuidado, nesses casos poderei dar-lhe batalha. "

É o pensamento do dia para ti .
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