Caldeirão da Bolsa

O percurso da Jerónimo Martins

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por zé povinho » 8/11/2005 16:14

também eu acredito que o maior problema da JM foram os investimentos no Brasil.

como a quase todas as empresas portuguesas que resolveram lá investir.
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por GAB » 8/11/2005 16:11

2005-11-08 06:30

JM desvaloriza críticas do Governo polaco

Celso Filipe



Novo Governo da Polónia acusa hipermercados de não contribuírem para o desenvolvimento.

O Grupo Jerónimo Martins (JM) vai manter a sua aposta na Polónia, apesar das críticas da nova ministra das Finanças, Teresa Lubinska, que acusou as cadeias de hipermercados estrangeiros de não constribuirem para o desenvolvimento económico do país.
Teresa Lubinska, em entrevista ao Financial Times, não faz qualquer referência à Briedronka - a insígnia da rede de retalho alimentar da JM na Polónia -, mas cita a Carrefour, Auchan e Tesco com exemplos de investimentos que “não são vitais para o crescimento económico” da Polónia.
A JM, para já, desvaloriza as afirmações da ministra polaca. Tratam-se de “questões que por vezes surgem em países com acelerado crescimento económico, como é o caso da Polónia”, afirmou ao Diário Económico fonte oficial do grupo. A Tesco, uma das visadas por Teresa Lubinska, não tardou a reagir. Wojciech Sokol, porta-voz do grupo britânico na Polónia, citado pela France Press, lembrou que a Tesco já investiu 1,5 mil milhões de euros neste país, sendo responsável pela criação de 19 mil postos de trabalho.
A JM, por seu turno, opta por uma leitura apaziguadora da posição política manifestada por Teresa Lubinska, que mais tarde mereceu a concordância do primeiro-ministro polaco, Kazimierz Marcinkiewicz. O grupo “sempre trabalhou sob o pressuposto de que o seu investimento tem sido bem-vindo” na Polónia e que “tem desempenhado um papel importante na modernização do comércio polaco”, afirma a mesma fonte, salientando esperar que apesar das divergências, o Governo polaco mantenha o “primado da eficiência económica” na sua análise ao investimento estrangeiro.
A posição do Executivo polaco face aos grupos de distribuição estrangeiros é tudo menos inocentes. Isto porque o primeiro-ministro, Kazimierz Marcinkiewicz, precisa do apoio dos deputados anti-liberais, ultra-catõlicos e populistas para fazer passar o seu novo Governo no Parlamento, depois da sua força política, o Partido Direito e Justiça, ter entrado em ruptura com a Plataforma Cívica. Neste contexto, um ataque às cadeias de retalho é vista como a noeda de troca para garantir a viabilização do Governo.

O peso da Biedronka

- Vendas
A Bierdronka é maior cadeia de retalho alimentar alimentar na Polónia tendo registado, em 2004, vendas de 1,1 mil milhões de euros.
- Lojas
A Briedronka tem 760 lojas e cinco centros de distribuição, empregando cerca de 12.00o pessoas.
- Produtos
A cadeia da JM vende um sortido de 900 produtos, sendo que 95% deles são produzidos na Polónia.
- Notoriedade
A Bierdronka tem um milhão de clientes/dia e é conhecida por 92% dos polacos.
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por Ulisses Pereira » 8/11/2005 14:34

Ele saberá, decerto, melhor do que eu. Por isso, se ele o diz...

Um abraço,
Ulisses
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por BullPower » 8/11/2005 14:28

Ulisses, não terá sido antes os maus investimentos no Brasil e não a entrada na Polónia a causa da enorme queda da JM ? Segundo a entrevista do Soares dos Santos na TV2 há uns meses atrás, foi essa a causa dos problemas da JM, penso eu de que...

Abraço e BN.
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por Ulisses Pereira » 8/11/2005 14:21

Concordo com o Elias. Não queria era um breakout muito espectacular na Jerónimo pois quando tem uma ou outra subida mais forte que atrai muitos olhares, a acção imediatamente corrige, regressando às subidas apenas quando as atenções já não estão centradas sobre ela. É como se a subida se quisesse controlada, discreta e a um ritmo cadenciado, com os papéis longe das mãos da multidão.

Há 2 anos atrás eu diziaa, meio a brincar meio a sério, que estaria bullish na JM até ao dia em que o BPP vendesse a sua posição. Ainda não mudei de opinião... ;)

Um abraço,
Ulisses
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por Elias » 8/11/2005 14:17

Eu acho que não é boa política esperar sempre pelos pull-backs, uma vez que eles nem sempre ocorrem.

Por exemplo, há dois anos, mais precisamente em Outubro de 2003, após uma longa consolidação na casa dos 6 euros, a acção arrancou e nunca mais lá voltou. Não houve pull-back.

Saudações,
Elias
 
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por Rui Aires » 8/11/2005 14:14

Ulisses, o que entende por um rompimento consistente da resist dos 12,5? Será que é melhor deixa-la subir e num eventual pull back entrar? obrigado
 
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O percurso da Jerónimo Martins

por Ulisses Pereira » 8/11/2005 13:39

O percurso da Jerónimo Martins na Bolsa portuguesa nos últimos 15 anos mostra bem porque é que o mercado accionista é o palco de investimentos de alto risco e entusiasma milhões de investidores pelo mundo fora.

Em 1991 a Jerónimo Martins estava cotada abaixo dos 1,2 euros e no início de 1999, chegou a cotar acima dos 37 vezes. Para quem acreditou na empresa em 1991 e manteve as suas acções, isso significou uma valorização de cerca de 3000% numa década! A seguir a esse máximo histórico, o título iniciou uma violenta correcção, um ano antes dos mercados accionistas ruírem como autênticos baralhos de cartas. Em 2 anos, a Jerónimo Martins caía cerca de 85% negociando perto dos 5 euros! Do céu ao inferno foi um passo bem curto.

Foi uma altura de descrença em relação á Jerónimo Martins. Durante anos, a empresa era vista como um modelo de perfeição ao nível da gestão mas o autêntico fiasco da sua entrada na Polónia – fazendo com que a sua apresentação de resultados em 2000 provocasse uma das suas quedas mais fortes numa só sessão – fez com que o êxodo dos investidores fosse uma realidade. Durante cerca de 2 anos, a acção lateralizou num movimento muito monótono. Ninguém parecia querer saber mais da Jerónimo Martins mas, discretamente, algumas “mãos fortes” foram acumulando acções e o BPP (Banco Privado Português) também aproveitou essa oportunidade para ir construindo uma relevante posição na empresa.

Desde aí, a acção tem construindo uma tendência ascendente muito sólida e discreta, sem subidas muito repentinas e, quando elas acontecem, alguém se encarrega de lançar logo “água fria”, fazendo a correcção corrigir. Parece quase uma “mão invisível” que vai dominando a Jerónimo Martins e fazendo-a seguir o seu caminho ascendente a um ritmo bem compassado.

Há cerca de meio ano que a acção está a consolidar junto ao seu ponto-chave: a resistência da zona dos 12,5 euros. Este valor tem travado todas as subidas do título e corresponde ao “gap” aberto em 2000 depois da fatídica apresentação de péssimos resultados. Quem está de fora do papel, deve aguardar por uma ruptura consistente dessa resistência para entrar. Se tal acontecer, será não só mais uma demonstração de força da acção como o desbravar de caminho até à zona dos 14,6 euros.

Adoro olhar para o gráfico de longo prazo da Jerónimo Martins. Nele encontramos claramente, ao longo do tempo, a ganância, o medo, a euforia, a depressão. E ainda há quem diga que as pessoas e os mercados mudam…

Um abraço,
Ulisses Pereira, gestor de carteiras
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