Caldeirão da Bolsa

(off topic) - a cunha e o sacrifício que é exigido a...

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por fproenca » 5/11/2005 15:49

Só estive a ler isto hoje, tenho andado muito ocupado com assuntos profissionais e últimamente boa parte das noticias têm-me passado ao lado.

Nas discussões todos têm sempre razão porque cada um defende a sua opinião e a liberdade que possuimos hoje (os nossos Pais não podem dizer o mesmo) permite-nos expô-la públicamente, desde que haja respeito mútuo (o que se verificou aqui) é sempre bom discutir!

Gostei de todas as opiniões nomeadamente a discussão entre o Incognitus (já é uma marca), Jack, NMG e outros, mas gostei particularmente da transcrição do Surfer no que diz respeito a "um Professor que acha que merce tratamento diferenciado por ter uma profissão Nobre" e do Alvo quando conta o "dia a dia do seu amigo que trabalhava numa repartição no Terreiro do Paço"

Por estes dois últimos comentários podemos avaliar melhor porque razão Portugal mergulhou nesta crise economica e social, estas duas vertentes estão interligadas porque se Portugal estivesse bem económicamente não se punha em causa se fulano A ou B trabalha pouco e ganha muito, é como numa Empresa, os colegas só reparam que o funcionário X ou mesmo o Patrão comprou um carro novo quando a Empresa está em crise.

O comentário acerca da "Nobreza" numa profissão mostra claramente que ainda somos um País de Doutores e Engenheiros, há licenciados que até se sentem insultados quando alguém os trata por Sr. em vez de Dr., o estatuto de superioridade ainda permanece na mente das pessoas porque há relativamente poucos anos o nosso povo tinha uma taxa de analfabetismo enorme, neste momento está a haver um "choque" social provocado pela crise económica que mais tarde ou mais cedo tinha de acontecer e para o bem de todos nós é bom que se denuncie e questione.

A descrição do dia a dia do funcionário público que o Alvo contou não choca ninguém porque todos nós sabemos que boa parte dos funcionários públicos fazem mais ou menos aquele tipo de vida, e na maioria das atender um cidadão com problemas é uma grande chatice, daí o facto de muitas vezes o cidadão ser atendido com algum desprezo, lógicamente do há bons funcionários públicos mas são uma minoria.

Já questionei alguns funcionários públicos administrativos (sector que conheço melhor) dessa hostilidade por parte do povo e depois de ouvi-los percebi perfeitamente que não é bem assim, há muita coisa por trás de uma classe profissional que foi construída ao longo dos anos, desde um funcionário recusar-se a fazer determinado serviço porque não é da categoria dele, a direito de recusa de formação porque acha que já não tem idade para isso (aconteceu recentemente com informática), desde incutir uma cultura de superioridade em relação aos novos colegas por causa dos anos de serviço e chegando ao ponto de advertir um colega mais novo para trabalhar com mais calma senão começa a dar muito nas vistas.

Há muitos vícios na nossa sociedade que estão condenados a desaparecer com o tempo, há um grande fosso entre a classe rica e a classe pobre, entre quem gera riqueza e quem administra essa mesma riqueza, o povo tem mais cultura, começa a ser mais exigente e a pedir explicações ao Estado, a meu ver com o tempo a forma actual de Governar irá esgotar-se, só quando houver equidade entre a função pública e a privada quer em direitos quer em obrigações o nosso País será competitivo em todos os sectores.

Jameson Escreveu: Tem aquela teimosia e feitio de levar a dele avante apesar das criticas....faz-me lembrar o Cavaco


Agora eu pergunto, será fácil para o Governante mudar isto tudo de um dia para o outro? Eu já disse que não votei neste Governo, mas concordo com a frase do Jameson acima transcrita, é preciso ter um pulso muito forte para fazer o que ele já tentou fazer, alguns sectores que se consideravam intocáveis (recordo por exemplo as forças armadas) começaram a ver que os seus direitos adquiridos ao longo dos anos começam a ser insustentáveis face à situação actual do País.

É o próprio povo que se está a revoltar contra diferenças de tratamento tão grandes, não vejo porque razão um funcionário público está mais incapacitado fisicamente aos 55 ou 60 anos do que um trolha que anda à chuva e ao sol tem de trabalhar até aos 65 anos ou do que um investidor na bolsa que convive diariamente com o elevadíssimo stress, não compreendo porque uns têm comparticipação maior nos exames e tratamento médicos do que outros, não compreendo esta desigualdade social muito menos a mentalidade do tal “Nobre" que pensa que é um Senhor Feudal, só num País pobre de espírito para a palavra “Doutor” ter a importância que tem.

Até acho muito bem que todos lutem pelos seus direitos adquiridos, por muito injustos que sejam para quem os questiona, deve haver liberdade de todos os intervenientes terem voz e usarem os meios de luta legais (sublinho legais) que tiverem ao dispor sem pôr em causa os serviços mínimos indispensáveis para o funcionamento do País, acredito que com o tempo luta entre as forças (Governo, função publica e função privada) encontrão um ponto de equilíbrio económico e social que resultará em melhores serviços prestados à comunidade e os mais bem remunerados serão aqueles que derem provas do seu bom desempenho, ao longos dos séculos, a disputa entre classes sociais encontraram sempre solução e a meu ver esta “revolução” é bem vinda.

Quanto à Senhora Susana Dutra (mulher bonita o que é raro naqueles lados) que provocou esta discussão, não é ela que está a ser bem paga, NÓS é que estamos a ser mal pagos, se calhar ela merece o que vai ganhar, outro problema que nós temos é não remunerar convenientemente que é bom, é preciso distinguir os bons dos maus profissionais, pagar a quem merece senão continuaremos a ver os nossos cérebros a irem para o Estrangeiro porque cá não lhes damos o devido valor, é preciso dar oportunidade a quem é bom, não porque fala bem ou tem uma “cunha” e acima de tudo atribuir responsabilidades daquilo que faz.

Bom fim de semana
"Os simples conselhos, recomendações ou informações não responsabilizam quem os dá, ainda que haja negligência da sua parte" (Art. 485º do Código Civil)
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por zelareka » 5/11/2005 6:58

se o pagamento incluir favores sexuais entao se calhar ate e em conta
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por ptmasters » 5/11/2005 2:18

Daqui a 1 ano, quero ver como o site está. De 2 em 2 meses vou aqui colocar uma imagem da evolução do "portal"

1 ab
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por valves » 31/10/2005 2:10

Boas vamos lá acabar a conversa da seguinte forma :

Quando nos juntamos colegas de trabalho em almoço o que nem sempre é possivel o tema da ordem do dia é a ginastica que é preciso fazer para " não perder a casa " aquilo que vejo nas pessoas mais jovens é os sacrificios bem reais que as pessoas tem para assegurar aquilo que o Estado há uns tempos atrás assegurou e aliás bem a meu ver de uma forma generosa as camadas mais pobres da população é que a questão meus amigos não é retorica é bem real as as pessoas já não cortam o acessorio para salvar o essencial há muitas pessoas a cortar em coisas essenciais como por exemplo " comida " para salvar outras coisas essenciais e basta andar na distribuição para sabermos que isto não é ficção é uma realidade. Por isso quando se vêm gordas e insustentaveis e injustas reformas bem como ordenados insustentaveis dos ****** de sempre - Os politicos - e se começa a fazer as contas entre o que se ganha bruto e ao que se deduz e se começa a perceber que se ganhasse limpo o que se ganha bruto muitos problemas poderiam estar resolvidos então é bom que o estado percebe isto não é para tratar com luvas de pelica quando os tempos são conturbados e até brutais para muita gente medidas energicas e radicais são necessarias inclusivé reduções drasticas nas reformas bem como reduções drasticas já nas regalias e vencimentos dos cargos politicos - acessores e companhia - Adiar assuntos em contextos e tempos conturbados pode como Incognitus referiru há uns tempos atrás ser um erro crasso ferindo de morte o sistema em que actualmente vivemos a questão é ou se fazem os ajustamentos a tempo ou eles virão inevitavelmente por si

Cumpts
Vasco
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
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O leve tropeção das corporações

por Jameson » 31/10/2005 0:31

O leve tropeção das corporações

luís miguel viana

Ainda é cedo, muito cedo, para cantar vitória. Mas o facto de, nos últimos meses, as principais corporações instaladas na máquina do Estado terem sido incapazes de ganhar na opinião pública a batalha dos seus interesses indicia que algo importante pode ter começado a mudar na sociedade portuguesa.

José Sócrates e alguns dos seus ministros colocaram como prioridade não só o combate a privilégios injustificados, mas a alteração da lógica de funcionamento de certos serviços públicos. O sistema educativo passaria a funcionar em função dos alunos (vistos como indivíduos cuja performance deve ser medida, com consequências para o ensino dos próprios e para quem o ministra). As unidades de saúde e as redes em que se inserem deveriam ser reorganizadas, não pelas conveniências dos seus corpos profissionais, mas pela óptica das populações atendidas. Os tribunais deveriam passar a ser entendidos como um serviço aos cidadãos - um serviço com obrigações de rigor e de competência e não, como até agora, frequentemente marcado por afirmações de autoridade incapazes, discricionárias e insustentáveis.

Nos últimos trinta anos as corporações de professores, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, magistrados e tantas outras, aproveitaram-se da imaturidade da nossa democracia para construírem, Governo a Governo, uma teia de poderes cujo principal privilégio é o da impunidade perante o erro grosseiro ou o laxismo. Foi extraordinária a forma como se montou um sistema em que, por exemplo, qualquer mau professor chega com tranquilidade ao topo da carreira não há qualquer forma de avaliar o input que ele introduz no sistema (as competências com que os alunos se apresentam aos anos seguintes), tal como não vão ter a mínima consequência na carreira seja de quem for os erros dos magistrados no processo de Felgueiras que, há uma semana, foram tornados públicos.

A viragem política que José Sócrates e os seus ministros desencadearam é ainda muito inicial, mas não incipiente há a redução das férias judiciais, o aumento de horas dos professores nas escolas ou a baixa dos medicamentos. Nem tudo se resume à provável falência do modelo social europeu, como defendia esta semana Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo a democracia e a qualidade de vida dos portugueses podem começar a melhorar a partir deste tropeção, mesmo ligeiro, das corporações.

http://dn.sapo.pt/2005/10/30/opiniao/o_ ... acoes.html
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por pedras11 » 30/10/2005 16:19

Administração pública: Borges critica «excessiva partidarização»



O economista António Borges criticou a «excessiva partidarização» da administração pública, defendendo uma maior participação dos cidadãos nas decisões políticas.

«Devemos deixar os cidadãos exercer as suas escolhas», disse o académico e gestor, ao intervir na Escola de Hotelaria de Coimbra, num curso de formação de autarcas organizado pela Comissão Política Concelhia do PSD, que termina no dia 12 de Novembro.

António Borges, que integra a Comissão de Honra da Candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, recusou a «cultura dominante» na administração pública portuguesa, recordando que ela assenta no «modelo salazarista» instituído nos anos 30, com o advento do Estado Novo.

«A excessiva partidarização é hoje o pior atentado que se pode fazer à administração«, disse.

Segundo o economista, ao nível das autarquias, »a situação é pouco melhor«, quando comparada com »a ideia iluminista« que predomina na administração central, em detrimento de »uma orientação para os utentes«.

«Na Inglaterra, onde vivo e trabalho, mudam os governos, mas não muda ninguém na administração pública», exemplificou.

Em Portugal, pelo contrário, «a independência e o mérito têm que ser melhor tratados», invertendo um quadro de primazia da filiação partidária na nomeação de gestores e outros responsáveis da administração e empresas públicas, defendeu.

António Borges disse que o seu partido, o PSD, «tem também algumas responsabilidades» nesta situação, mas que o actual Governo do PS «perdeu qualquer vergonha», promovendo «um assalto lamentável» aos cargos da administração do Estado.

«Temos que saber respeitar o sentido de grande qualidade e mérito na escolha das pessoas«, sublinhou.

Para o apoiante da candidatura de Cavaco Silva, a vitória do PSD e das coligações lideradas pelos sociais- democratas nas eleições autárquicas de 09 de Outubro, sobretudo nas maiores cidades, significou que »foi amplamente reconhecido« que o partido apresentou- se ao eleitorado com »candidatos muito melhores« que os das outras forças políticas.

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"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"

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por Incognitus » 29/10/2005 19:19

Penso que o Pedrinho captou a essência do problema.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Outra-Polícia

por Pedrinho » 29/10/2005 18:41

Sabiam que existem dezenas de policias que se tornaram "associados/delegados sindicais" para usufruir de +- 2 dias por mês de folga? Sabiam que a maior parte nem nas manifestações que recentemente se fizeram, estiveram presentes?
Sabiam que existem em muitas "esquadras" ou "secretarias" policias que apenas vão aos jornais diários recortar aquilo que encontram sobre a polícia recortam e arquivam? Andamos nós a pagar impostos para isto?
Está na moda "bater o pé" chantageando o governo, e pelos vistos tem dados "frutos", mas é o privado que se farta de trabalhar e é "ele" que dá de comer a esta cambada toda com os seus impostos.
"Quem está mal muda-se" e como estes funcionários públicos queixam-se mas não se mudam, então está na altura de o privado mandar os 250 mil funcionários públicos a mais para a rua e coloca-los a trabalhar e a criar riqueza para o País.
FORÇA.
 
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por Pedrinho » 29/10/2005 18:30

Já que "pediram" aí vai mais uma.

Quando os juízes, que são os principais actores no
"palco" da Justiça, dizem que vão para a greve, nós
começamos a perceber porquê...

O articulista do Expresso António Marinho, no seu
artigo de 17 de Setembro aborda os privilégios dos
magistrados e refere (para começar)os seguintes:

1) Recebem um subsídio de renda de casa no valor de
700 EUR mensais, mesmo que residam em casa própria, na
sua terra, nos mesmos termos em que o recebem os que
estão colocados a centenas de quilómetros. E, se
forem casados com outro magistrado, habitando em casa
própria (às vezes herdada) cada um deles recebe esse
subsídio.(Logo, 1400 EUR]. A situação atinge mesmo o
absurdo já que até os magistrados aposentados ou
jubilados incorporam esse subsídio nas suas reformas,
nas mesmas condições dos que se encontram no activo.

Mais ainda: O subsídio de renda de casa dos
magistrados está isento de IRS, após acórdão do STA,
ou seja, por decisão dos próprios magistrados.
Será possivel que alguém possa auferir uma
remuneração permanente, que essa remuneração entre no
cálculo da reforma, mas que esteja isenta de IRS?

2) Os magistrados do Supremo Tribunal
Administrativo, do Supremo Tribunal de Justiça e do
Tribunal Constitucional que residam fora da área da
Grande Lisboa recebem ajudas de custo por cada dia de
sessão nos respectivos tribunais (iguais às dos
membros do governo). Isto é, recebem ajudas
de custo precisamente quando se deslocam para o seu
local de trabalho.
A situação torna-se tanto mais incompreensível quanto
é certo que os referidos magistrados usufruem de um
generoso subsídio de renda de casa, e ainda de
viagens totalmente gratuitas em todos os transportes
públicos terrestres e fluviais, incluindo os comboios
Alfa.

Assim, eu, concerteza não faria greve, estaria era
caladinho, mas a "gula" em muitos casos fala mais
alto......
 
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por Pedrinho » 29/10/2005 18:27

Desculpem lá, mas andamos dia após dia a falar em dezenas de casos como este, mas serve ou serviu para alguma coisa?
Tá na hora de ir para a rua e começar o verdadeiro 25 de Abril. A revolução de quem trabalha e cria riqueza para este País. Pelos vistos tá na moda agora, que quem menos trabalha são os que têm melhores salários.

Mais uma vergonha para animar a festa :twisted:

Porque é preciso ter os jornalistas na mão....

Vejam a escandaleira deste governo!!!

O subsistema de saúde destes pardais é INTOCÁVEL!

A caixa de previdencia e abono de família dos jornalistas

é dirigida por uma comissão administrativa cuja presidente

é mãe do ministro António Costa (Maria Antónia Palla Assis Santos).

O inefável Ministro José António Vieira da Silva declarou em Maio

último que esta caixa manteria o mesmo estatuto!

Regalias e compensações muito superiores às vigentes na função pública,

SNS e os outros subsistemas de saúde. É só consultar a tabela anexa....

Mas este escândalo não será divulgado pela comunicação social, pelo há que o
divulgar ao máximo por esta via!
Anexos
23_Tabela de reembolsos2.pdf
Tabela de reembolsos
(43.69 KiB) Transferido 282 Vezes
 
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por pedras11 » 29/10/2005 17:26

Penso que os nossos politicos, são a doença do sistemas, chego mesmo a pensar que são o cancro da nossa sociedade nos dias que correm.
Tenho conhecimento de juntas de freguesia a gastar mais de 2000 € de telemovel por mês, agora imaginem o resto.
:shock: :shock: :shock:
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por NGM » 29/10/2005 17:22

Jack Escreveu:
Sim NGM, concordo. Mas o que eu tentei dizer é que não se deve atribuir o mau estado em que está a Justiça aos Magistrados, mas sim aos políticos que preenchem a sua agenda com nomeações, não fazem uma boa gestão do património nem providenciam que haja boas condições de trabalho.


Sim Jack, eu compreendo. Acredito que a tua mãe cumpra exemplarmente a sua função, fazendo mais do que lhe seria legalmente (e moralmente) exigível. Com custos pessoais e para a família.

Pela mesma ordem de ideias, acredito que ela preferisse ver a sua classe associada a uma greve ou outras formas de contestação por melhores condições de trabalho para fazer justiça. Noutro momento. Por outras razões. Não agora, quando se discutem p.e. reformas antecipadas e acima das possibilidades da segurança social, férias, enfim.

Como disse inicialmente neste tópico acerca do Governo, é também necessário parecer-se sério. Não apenas sê-lo.

Um abraço
 
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por alexandre7ias » 29/10/2005 17:19

Não tenho nenhum membro da familia na função publica, no entanto concordo com todas as greves que se fizeram e se possam fazer no futuro. Se eu fosse funcionario publico só tinha que defender os meus direitos. Atenção que isso não quer dizer que estou do lado deles, muito pelo contrario.
Penso que os nossos politicos, são a doença do sistemas, chego mesmo a pensar que são o cancro da nossa sociedade nos dias que correm.
Tenho conhecimento de juntas de freguesia a gastar mais de 2000 € de telemovel por mês, agora imaginem o resto.
Sou ainda jovem, e neste momento não tenho orgulho em ser Portugues, tenho sim desejo em ser Espanhol e como eu cada vez deve haver mais.
Para concluir deve dizer que o Socrates é uma pessoa super esperta (pensa no que diz) e está a encostar um de cada vez (do proprio partido) a parede, o proximo será o MITO MARIO SOARES, quase que apostava que se o CAVACO ganhar ele é a pessoa mais feliz e realizada deste pequeno Portugal.
Quanto ao resto, so estamos a perder tempo, quer se queira ou não o povo vai ter que sair a rua, espero é que não demore muito, para bem de todos.
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
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Re: NGM

por NGM » 29/10/2005 17:16

Bem, raramente se extirpa o tecido maligno sem remover algum são.

Esperemos que valha a pena o sacrifício. :|
 
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por Jack » 29/10/2005 17:15

NGM Escreveu:
Jack Escreveu: O exemplo que quis dar é que por ter mais contacto com as dificuldades que os Magistrados passam, e ouvir a sua versão da realidade, tenho uma opinião que vai ao encontro das deles.


Ora o vulgar português que vai cumprindo os seus deveres de cidadão, e que contacta diariamente com o glorioso funcionamento do estado (educação, justiça, saúde), perante os nobres motivos desta agitação toda (direitos adquiridos, reformas antecipadas, férias), não fica propriamente bem impressionado...


Sim NGM, concordo. Mas o que eu tentei dizer é que não se deve atribuir o mau estado em que está a Justiça aos Magistrados, mas sim aos políticos que preenchem a sua agenda com nomeações, não fazem uma boa gestão do património nem providenciam que haja boas condições de trabalho.

E depois tentam passar para a opinião pública que a responsabilidade não é deles mas sim dos Magistrados.

Era o mesmo que um CEO de uma empresa não atingir os resultados propostos e responsabilizar os trabalhadores pela sua má gestão.

É verdade que muitas vezes a solução de uma empresa pode passar por reduzir no número de trabalhadores, mas esta é a solução quando várias soluções já foram implementadas. O que se constata no Ministério da Justiça é que não se aplicam nenhumas medidas para resolver o problema da eficiência da Justiça, os ministros desresponsabilizam-se e vergonhosamente atiram para a opinião pública que a culpa é dos Magistrados, quando estes ainda são os que mais tentam que as coisas melhorem! E a solução que apresentam para resolver os problemas, imagine-se, é fragilizar a balança responsabilidades/direitos, pondo em xeque a independência do Poder Judicial...

Enfim, acho que não tenho mais nada a acrescentar ao que já disse. Termino a minha participação neste tópico, definitivamente.

Cumprimentos
 
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Re: NGM

por NGM » 29/10/2005 17:07

Jameson Escreveu: mas os competentes da função pública não se mexem, pelo que há que começar a criticar a FP como um todo ( na impossibilidade de os distinguir) para que os competentes comecem a sentirem desconforto e a não pactuarem com os incompetentes...para mim a Função Pública existirá sempre, deve é ser mais pequena e eficiente


Muito radical, muito radical... A "piovra" dos encostados, é uma massa inerte de difícil remoção, seja no estado seja no privado.

Mas a ideia chave da solução não andará muito longe disso, julgo.
 
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por NGM » 29/10/2005 16:59

Jack Escreveu: O exemplo que quis dar é que por ter mais contacto com as dificuldades que os Magistrados passam, e ouvir a sua versão da realidade, tenho uma opinião que vai ao encontro das deles.


Ora o vulgar português que vai cumprindo os seus deveres de cidadão, e que contacta diariamente com o glorioso funcionamento do estado (educação, justiça, saúde), perante os nobres motivos desta agitação toda (direitos adquiridos, reformas antecipadas, férias), não fica propriamente bem impressionado...
 
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por Incognitus » 29/10/2005 16:55

para mim a Função Pública existirá sempre, deve é ser mais pequena e eficiente


E como é que vai ficar mais pequena? Parece que até agora a única estratégia avançada é "quando morram". Mas nem isso serve, pois na realidade continuam a contratar a bom ritmo.
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por Jack » 29/10/2005 16:55

Incognitus Escreveu:Portanto, qual a sua opinião sobre a privatização dessa parte, onde parece não ter motivos para discordar?


Continuo com muitas dificuldades de compreensão de Português, com o que dizes, Incognitus.

Fico com a sensação que fazes uma pergunta (até está lá um ponto de interrogação) mas ao mesmo tempo respondes por mim na própria pergunta.

Peço-te que re-leias o que escrevia acima, agora que já percebeste a minha dúvida sobre o que tinhas dito relativamente à privatização da Justiça. Estou certo que agora já encontrarás a minha resposta, que aliás, já ta dei por duas vezes.

Cumprimentos
 
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Re: NGM

por Jameson » 29/10/2005 16:53

NGM Escreveu:
Jameson Escreveu: qq familia portuguesa tem pelo menos 1 elemento na Função Pública...55% dos eleitores, o "partdo do Estado" como falou o Medina


Essa cifra medonha dos 55% incluía todos os directamente dependentes dos Estado (reformados, subsidiados, enfim)...

Bem, pelos meus lados o elemento da função pública sou eu. Companheira, pais... Alguns tios/primos na função pública (saúde, ensino).

E talvez por que contacte com os 2 lados da barricada, não tenho uma apreciação tão linear como o Jack.

De qq forma, a guerra não será entre função pública e privado. Deveria ser entre os encostados... e os que aguentam. Dois critérios que não se sobrepõem.


yep ,,,55% dependente do estado
mas existem actualmente 700 mil funcionários públicos...não deve andar lá longe

mas os competentes da função pública não se mexem, pelo que há que começar a criticar a FP como um todo ( na impossibilidade de os distinguir) para que os competentes comecem a sentirem desconforto e a não pactuarem com os incompetentes...para mim a Função Pública existirá sempre, deve é ser mais pequena e eficiente
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por Incognitus » 29/10/2005 16:31

De qq forma, a guerra não será entre função pública e privado. Deveria ser entre os encostados... e os que aguentam. Dois critérios que não se sobrepõem.


Se e quando chegar a tal, as linhas divisórias serão mais óbvias do que "encostados" e "não encostados". Os que estiverem no regime terão sorte em safar-se, seja qual for a sua posição. Em guerras civis anteriores, foi assim que funcionou, e nem padres foram poupados.

Se uma guerra civil parecer improvável (e de facto, é, a curto prazo), olhem para a História e vejam a recorrência dos conflitos. A humanidade ainda é substancialmente igual, em alturas de crise as sociedades podem sempre a explodir. O Estado ao querer consumir mais de metade dos recursos do país sem nunca contemplar encolher coloca-se na posição de gerar esse conflito, assim que o PIB decresça substancialmente.

A independência dos EUA estalou com a recusa de um imposto ...
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por Incognitus » 29/10/2005 16:27

Jack, obviamente eu preferia que fosse toda privatizável, mas na impossibilidade disso (eu não o julgo impossível, entenda-se, porque não julgo que por um Tribunal ser privado seria menos isento que um público) ... mas na impossibilidade disso, disse "Ou pelo menos a comercial".

Portanto, qual a sua opinião sobre a privatização dessa parte, onde parece não ter motivos para discordar?

Eu não concordo que por conhecer ou contactar com a magistratura isso lhe dê uma melhor visão do problema, pelo contrário. O problema é óbvio e não exige conhecimento especializado: excesso de pessoas no sistema jurídico, remunerações fora do contexto da realidade nacional. Nenhum desses pontos exige conhecimento especializado.
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NGM

por NGM » 29/10/2005 16:26

Jameson Escreveu: qq familia portuguesa tem pelo menos 1 elemento na Função Pública...55% dos eleitores, o "partdo do Estado" como falou o Medina


Essa cifra medonha dos 55% incluía todos os directamente dependentes dos Estado (reformados, subsidiados, enfim)...

Bem, pelos meus lados o elemento da função pública sou eu. Companheira, pais... Alguns tios/primos na função pública (saúde, ensino).

E talvez por que contacte com os 2 lados da barricada, não tenho uma apreciação tão linear como o Jack.

De qq forma, a guerra não será entre função pública e privado. Deveria ser entre os encostados... e os que aguentam. Dois critérios que não se sobrepõem.
 
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por Jack » 29/10/2005 16:11

Jameson, não tenho mais nada a dizer-lhe do que já disse. Respeito a sua opinião. Mas não concordo. Minimamente.

Cumprimentos
 
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por Jack » 29/10/2005 16:08

Incognitus Escreveu:Nota que apesar deste ataque todo ao Estado, a minha Mãe TAMBÉM trabalha para o Estado e foi inclusivamente bastante beneficiada pela doideira dos Institutos instituída pelo Guterres.

A realidade, não deve ferir a nossa imparcialidade.


E a falta de conhecimento de causa também não deve ser desculpa para uma pessoa se sentir na liberdade de emitir opinião.

O exemplo que quis dar é que por ter mais contacto com as dificuldades que os Magistrados passam, e ouvir a sua versão da realidade, tenho uma opinião que vai ao encontro das deles.

Não é imparcialidade, é mais conhecimento da causa...

Mas volto a frisar; é só uma opinião.
 
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