Vamos lá discutir a "Fraude"...
JAS, continuas sem perceber que a situação líquida tem que ser comparada com as responsabilidades fora do balanço?
E mais, pareces ignorar isto que mostra que HÁ problema em sobreavaliar os selos (eu ponho a bold porque tu pareces mesmo querer muito não ver):
Se fosse um fundo de investimento e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as acções", e visses que as acções eram PT's avaliadas a 75 e Sonaes avaliadas a 14, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
Se fosse um fundo de investimento em imobiliário e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as casas", e visses que as casas eram T3 com valor de mercado de 200000 euros avaliadas a 2 000 000, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
E mais, pareces ignorar isto que mostra que HÁ problema em sobreavaliar os selos (eu ponho a bold porque tu pareces mesmo querer muito não ver):
Se fosse um fundo de investimento e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as acções", e visses que as acções eram PT's avaliadas a 75 e Sonaes avaliadas a 14, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
Se fosse um fundo de investimento em imobiliário e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as casas", e visses que as casas eram T3 com valor de mercado de 200000 euros avaliadas a 2 000 000, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
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re
incognitus Escreveu:A realidade é a espelhada na situação líquida das empresas e no valor das responsabilidades fora do balanço.
Só que a situação líquida real tu não conheces pois não sabes que selos eles têm nem a que preço.
E mesmo que soubésses ficavas na mesma pois não os saberias avaliar.
incognitus Escreveu:Além disso, tu estás efectivamente a dizer "mesmo que eles sobrevalorizem os selos 10X não há problema". E eu digo-te: HÁ PROBLEMA. Os selos são o objecto do investimento e a sua garantia no caso de o esquema falhar.
Tu justificaste que "era fraude" porque eles sobreavaliam os selos.
Eu demonstrei que isso é indiferente para o negócio e que conduz EXACTAMENTE à mesma situação líquida real.
O teu principal argumento, que tens andado aqui a repetir incessantemente, caíu pela base com os números que apresentei.
Não insistas.
Se queres mudar de argumento tudo bem.
Se agora é "se o esquema falhar" podemos discutir isso.
Mas a questão é que falta o SE e os meus números são elucidativos da alta rentabilidade do negócio.
As hipóteses do SE se concretizar são curtas em face da rentabilidade dos selos que historicamente se tem verificado.
Quanto à garantia "dada em selos" ela é indiferente.
Qual é a garantia que dão os bancos?
É um bocado de papel...
JAs
(a aplicação dos Ìndios está estimada a 7%/ano)
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Deixa-me ver se te consigo explicar a diferença entre o "podia ter sido" e o "foi".
É assim, os ìndios venderam Manhattan por $24 há cerca de 400 anos atrás.
Se eles tivessem pegado nos $24 e aplicado durante esses 400 anos, hoje teriam cerca de 13 000 BILHÕES o que equivale mais ou menos ao GDP dos EUA presente.
Isso é o que "podia ter sido"
O que foi, porém, resume-se a "Os Índios são pobres".
Agora, aplicado a isto "dos selos", o que tu dizes que eles podiam ter feito ou podem estar a fazer, é uma coisa.
O que eles fizeram, porém, é outra. O que eles fizeram resultou na situação líquida que apresentam (eventualmente ligeiramente subavaliada), e numas responsabilidades extra balanço gigantescas, que ultrapassam em muito essa situação líquida e mostram que estamos perante empresas insolventes que apenas esperam uma crise de liquidez.
Ok?
É assim, os ìndios venderam Manhattan por $24 há cerca de 400 anos atrás.
Se eles tivessem pegado nos $24 e aplicado durante esses 400 anos, hoje teriam cerca de 13 000 BILHÕES o que equivale mais ou menos ao GDP dos EUA presente.
Isso é o que "podia ter sido"
O que foi, porém, resume-se a "Os Índios são pobres".
Agora, aplicado a isto "dos selos", o que tu dizes que eles podiam ter feito ou podem estar a fazer, é uma coisa.
O que eles fizeram, porém, é outra. O que eles fizeram resultou na situação líquida que apresentam (eventualmente ligeiramente subavaliada), e numas responsabilidades extra balanço gigantescas, que ultrapassam em muito essa situação líquida e mostram que estamos perante empresas insolventes que apenas esperam uma crise de liquidez.
Ok?
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Além disso, tu estás efectivamente a dizer "mesmo que eles sobrevalorizem os selos 10X não há problema". E eu digo-te: HÁ PROBLEMA. Os selos são o objecto do investimento e a sua garantia no caso de o esquema falhar.
Como já disse um monte de vezes (mas tu pelos vistos não compreendeste):
Se fosse um fundo de investimento e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as acções", e visses que as acções eram PT's avaliadas a 75 e Sonaes avaliadas a 14, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
Se fosse um fundo de investimento em imobiliário e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as casas", e visses que as casas eram T3 com valor de mercado de 200000 euros avaliadas a 2 000 000, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
Como já disse um monte de vezes (mas tu pelos vistos não compreendeste):
Se fosse um fundo de investimento e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as acções", e visses que as acções eram PT's avaliadas a 75 e Sonaes avaliadas a 14, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
Se fosse um fundo de investimento em imobiliário e garantissem 7% e dissessem "mas se estoirarmos ainda fica com as casas", e visses que as casas eram T3 com valor de mercado de 200000 euros avaliadas a 2 000 000, terias pouca dificuldade em ver que era uma fraude.
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JAS as tuas contas esquecem-se de um pormenor, da realidade.
A realidade é a espelhada na situação líquida das empresas e no valor das responsabilidades fora do balanço.
A realidade é o que É, não o que PODIA TER SIDO.
Repara que a tua diferença entre situação líquida real e escondida é relativamente pequena. As responsabilidades fora do balanço apontadas pelo Financial Times são UMA ORDEM DE MAGNITUDE acima da situação líquida contabilística!
A realidade é a espelhada na situação líquida das empresas e no valor das responsabilidades fora do balanço.
A realidade é o que É, não o que PODIA TER SIDO.
Repara que a tua diferença entre situação líquida real e escondida é relativamente pequena. As responsabilidades fora do balanço apontadas pelo Financial Times são UMA ORDEM DE MAGNITUDE acima da situação líquida contabilística!
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Uma análise preliminar ...
Dos 5 anos que referiste em 36 possíveis, acertaste em 2 dos 4 anos com menor sobrevalorização (1990 e 1992).
Ainda assim, os preços que indicaste são superiores ao preço de VENDA, por exemplo na http://www.odonfil.com/ (para selos novos, perfeitos, etc,etc em ...)
1965 - 8.7 X
1975 - 8.8 X
1980 - 15.5 X
1990 - 1.5 X
1992 - 2.2 X
Os anos mais exagerados serão (por isso tb eram interessantes preços tirados da lista para esses anos):
1956-1961 - Oscilam entre 10 e 30 X (VEZES)
1972-1980 - Oscilam entre 8 e 25 X
Nota que estamos a falar de preços de venda.
A colecção toda deve estar na tua lista por mais de 80000 Euros.
Consegue-se comprar por 7900 ...
Quando colocares a lista toda, se te deres ao trabalho, o JAS ou outro filatelista presente pode verificar em vários catálogos. Eu tb posso verificar em mais.
Dos 5 anos que referiste em 36 possíveis, acertaste em 2 dos 4 anos com menor sobrevalorização (1990 e 1992).
Ainda assim, os preços que indicaste são superiores ao preço de VENDA, por exemplo na http://www.odonfil.com/ (para selos novos, perfeitos, etc,etc em ...)
1965 - 8.7 X
1975 - 8.8 X
1980 - 15.5 X
1990 - 1.5 X
1992 - 2.2 X
Os anos mais exagerados serão (por isso tb eram interessantes preços tirados da lista para esses anos):
1956-1961 - Oscilam entre 10 e 30 X (VEZES)
1972-1980 - Oscilam entre 8 e 25 X
Nota que estamos a falar de preços de venda.
A colecção toda deve estar na tua lista por mais de 80000 Euros.
Consegue-se comprar por 7900 ...
Quando colocares a lista toda, se te deres ao trabalho, o JAS ou outro filatelista presente pode verificar em vários catálogos. Eu tb posso verificar em mais.
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Tens um scanner?
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A fraude- capítulo 2 porque já estou farto...
Incognitus Escreveu:não creio que já exista "polémica" no fórum, dado que parece estabelecido a 100% que os investimentos estão sobreavaliados, o que faz com que sejam uma fraude.
Ninguém contesta esse ponto de forma séria, logo a "polémica" morreu.
Voltemos ao princípio da discussão com o Incognitus uma vez que parece que ele ainda não percebeu bem como é o esquema do negócio.
Devo confessar que a questão das Sobreavaliações de 10x me fez uma certa confusão e que não entendi de imediato o “porquê”.
Mas entretanto fez-se luz…
1. Valorizações dos Selos
Comecemos por aqui pois não é indiferente a andarmos a negociar batatas (que se devem desvalorizar com a antiguidade…) ou selos.
Andei a vasculhar na minha colecção de catálogos de selos e a olhar para as cotações.
Para utilizar uma amostra aleatória adoptei o critério de ir ver o “ultimo selo de Portugal” emitido em diversos anos.
A escolha dos anos apenas tem a ver com os catálogos que cá tenho.
Para que os leitores do Caldeirão, maioritariamente investidores em acções, se apercebam das diferenças que existem relativamente a esse mercado diverti-me também a comparar, para os mesmos períodos, Selos com o Dow Jones do qual fui buscar os valores do último dia do ano a partir de 1928 e até 2003
Faço a comparação até 2003 porque é o último catálogo de selos que tenho.
Selo de 1928: Valorização de 89103% contra 3594% do Dow.
Selo de 1938: Valorização de 484594% contra 6788% do Dow
Selo de 1951: Valorização de 68425% contra 3886% do Dow
Selo de 1958: Valorização de 25182% contra 1790% do Dow
Selo de 1963: Valorização de 13747% contra 1370% do Dow
Selo de 1967: Valorização de 12831% contra 1155% do Dow
Selo de 1969: Valorização de 14786% contra 1307% do Dow
Selo de 1971: Valorização de 16707% contra 1175% do Dow
Selo de 1974: Valorização de 14535% contra 1697% do Dow
Selo de 1981: Valorização de 2413% contra 1195% do Dow
Selo de 1984: Valorização de 1504% contra 862% do Dow
Selo de 1987: Valorização de 727% contra 539% do Dow
Selo de 1990: Valorização de 470% contra 397% do Dow
Selo de 1992: Valorização de 342% contra 317% do Dow
Selo de 1996: Valorização de 236% contra 162% do Dow
Olhando para estes números é obvio concluirmos que os selos dão muito mais do que as acções…
Mesmo deitando fora a valorização excepcional daquele selo de 1938 vemos que ela é bastante superior ao DOW em anos recentes e que passa a 20 ou 30X quando entramos no campo das antiguidades ou das raridades.
As rentabilidades têm sido da ordem dos 20 a 45%/ano nos anos recentes e superiores a 300%/ano nos selos mais antigos!!!
E historicamente nunca encontramos um ano de rentabilidade negativa.
Como se vê isto não é um negócio de batatas e é preciso perceber alguma coisa de selos para o analisar.
2. Empresas de Bens Tangíveis
Estas empresas de investimentos em Bens Tangíveis apareceram por volta de 1980.
Podemos considerar 1992 como ano médio do desenvolvimento do seu negócio o que me dá jeito pois é um dos catálogos que tenho.
A AFINSA, que conheço melhor, é leader do mercado em termos filatélicos e está em 3º lugar no ranking das leiloeiras.
Segundo apurei propõe aos investidores a compra de séries com mais de 7 anos, cuja valorização já é mais ou menos previsível, e utiliza os preços do seu catálogo.
Não pratica, portanto, qualquer sobrevalorização nas séries embora se possa admitir que haja sobrevalorização no catálogo.
Mas, se houver, isso acaba por se reflectir nos preços de mercado pois o catálogo da Afinsa é o mais usado em Portugal (estoirou com os principais que por cá havia a preto e branco ao aparecer com um catálogo a cores…).
O facto de alguém comprar a preço de catálogo, com determinado de desconto, e depois ao querer ir vender a uma casa de selos lhe oferecerem “metade” apenas reflecte o spread do negócio filatélico (e a margem bruta das empresas filatélicas) e não tem nada a ver com sobreavaliações.
De qualquer forma a Afinsa garante aos coleccionadores que recompra ao mesmo preço qualquer selo que lhes tenha vendido (e com isso estoirou com metade das outras empresas filatélicas que os recompravam por 20 ou 30% menos…).
O Forum Filatélico, que não conheço, parece que está especializado em séries “Europa”, tema bastante procurado em todo o mundo, e que “sobrevaloriza as séries em 10x”.
Eu tenho dúvidas que a média seja essa mas admitamos que sim pois, como iremos ver, isso não é sinónimo de “fraude”.
Apenas lhes garante que nenhum investidor pretenderá optar por ficar com os selos…
Pelos números apresentados o Forum Filatélico é maior que a Afinsa em termos de volume de investimentos mas fica muito atrás em termos filatélicos.
3. O Esquema do Negócio
Estabelecidas as diferenças entre as duas empresas analisemos as diferenças do negócio atendendo à existência ou não de sobrevalorização das séries.
Consideremos que o Forum pratica sobrevalorização 10x e que a Afinsa pratica sobrevalorização zero.
(só interessará analisar uma sobrevalorização 2x, que é um caso intermédio, se concluirmos que a sobreavaliação10x é “fraude” e a sobrevalorização zero não é)
Para facilitar as contas consideremos números pequenos e que as empresas têm um Capital inicial de 1000 euros e situemo-nos no ano médio de 1992.
(podem multiplicar por milhões…)
3.1.Afinsa
Compraria 1000 selos de valor facial 1 euro, conseguindo nos correios um desconto de quantidade de 30%. Gastava 700 euros, ficava com 300 em cash e com 1000 selos no Activo valorizados ao preço de aquisição de 0,70 euros. Situação líquida de 1000 euros.
Colocava 800 selos em N investidores valorizando-os a 1,10 euro (10% acima do valor facial pois não acredito que metessem a menos) e recebia 880 euros.
No seu Activo teria 880+300=1180 euros em cash.
Nas responsabilidades extra-balanço teria que recomprar os 800 selos a 1,10 e teria que pagar 7% s/880=62 euros.
Após recomprar e pagar os 7% teria 1180-880-62=238 euros em cash e 1000 selos em que 800 seriam valorizados ao novo preço de aquisição de 1,10 euro e haveria 200 que se mantinham valorizados em 0,70 o que daria 800x1,1+200x0,7=1020 em selos..
A situação líquida seria de 238+1020=1258 euros e lucros do ano 258 euros.
Tudo isto é real se, e só se, os selos valerem mesmo 1,10 euro/unid…
Mas não interessa fazer estas contas para um único ano pois podíamos ser induzidos em erro atendendo a que o preço do catálogo, ao fim de 1 ano, seria imediatamente duplo do valor facial por a série ter saído de circulação.
Portanto vamos fazer já as contas para 11 anos (porque eu tenho os catálogos de 1992 e 2003…).
Vamos admitir que a empresa vai vendendo os mesmos selos ao longo dos anos e que vai revalorizando as séries em 10%/ano pagando os 7% sobre os respectivos montantes.
No final temos a seguinte situação:
- Os selos, com actualizações de 10%/ano(11 anos e 10 valorizações), estarão
em balanço ao preço da última retoma que terá sido para os mesmos 800 selos de 2,853 e ao valor de aquisição inicial para os outros 200 não transaccionados pelo que valerão 800x2,853+200x0,70=2422 euros.
- A empresa pagou um total de 1142 euros correspondentes a 11 anos de juros de 7% sobre os capitais envolvidos.
- Os valores de venda e recompra anulam-se sempre pelo que teriam uma situação negativa em caixa de 300-1142=-842 euros.
- A sua situação líquida em termos de Balanço seria portanto de 2422-842=1580euros.
- A empresa estava saudável, com lucros acumulados da ordem dos 58%.
Isto se, e só se, os selos na realidade valerem mais do que os 2422 euros.
Estamos a partir da hipótese que se tratavam se selos emitidos em 1992.
Pelo ponto 1. vemos que a amostra aleatória nos fornece a valorização de 342% para esses selos pelo que a sua cotação seria de 3,42 euros /unid.
A empresa tem os selos subavaliados em Balanço por 2422 euros e eles têm o valor teórico de 3420 euros.
Situação líquida real de 3420-842=2578
Lucros camuflados (livres de impostos…) de mais 998 euros.
Afinal a empresa lucrou 158% nos 11 anos e não apenas 58%...
3.2.Forum Filatélico
Compraria os mesmos 1000 selos de valor facial 1 euro, conseguindo nos correios um desconto de quantidade de 30%. Gastava 700 euros, ficava com 300 em cash e com 1000 selos no Activo valorizados ao preço de aquisição de 0,70 euros. Situação líquida de 1000 euros.
Como sobrevaloriza as séries em 10x basta-lhe colocar 80 selos em N investidores valorizando-os a 11,00 euros (10% acima do valor facial e sobrevalorizados 10x) e recebia 880 euros.
No seu Activo teria 880+300=1180 euros em cash.
Nas responsabilidades extra-balanço teria que recomprar os 80 selos a 11,00 e teria que pagar 7% s/880=62 euros.
Após recomprar e pagar os 7% teria 1180-880-62=238 euros em cash e 1000 selos em que 80 seriam valorizados ao novo preço de aquisição de 11,00 euro e haveria 920 que se mantinham valorizados em 0,70 o que daria 80x11,00+920x0,7=1524euros em selos..
A situação líquida seria de 238+1524=1760 euros e lucros do ano 760 euros.
Tudo isto é real se, e só se, os selos valerem mesmo 1,52 euro/unid…
Com este esquema vemos, para já, que o Forum ficaria, em Balanço, com os selos valorizados a um valor superior ao da Afinsa
Voltemos a fazer as contas para os 11 anos com a mesma hipótese de valorização das séries em 10%/ano e com a mesma quantidade de selos.
No final temos a seguinte situação:
- Os selos, com actualizações de 10%/ano(11 anos e 10 valorizações), estarão
em balanço ao preço da última retoma que terá sido para os mesmos 80 selos de 28,53 e ao valor de aquisição inicial para os outros 920 não transaccionados pelo que valerão 80x28,53+920x0,70=2926 euros.
- A empresa pagou um total de 1142 euros correspondentes a 11 anos de juros de 7% sobre os capitais envolvidos.
- Os valores de venda e recompra anulam-se sempre pelo que teriam uma situação negativa em caixa de 300-1142=-842 euros.
- A sua situação líquida em termos de Balanço seria portanto de 2926-842=2084 euros.
- A empresa estará igualmente saudável, com lucros acumulados da ordem dos 108%.
Isto se, e só se, os selos na realidade valerem mais do que os 2926 euros.
Como vimos, no caso da Afinsa, os selos valerão na realidade 3,42 euros /unid.
O Forum também teria os selos subavaliados em Balanço, por 2926 euros, pois eles têm o valor teórico de 3420 euros.
Lucros camuflados (livres de impostos…) de mais 494 euros.
Situação líquida real de 3420-842=2578
Afinal a empresa lucrou 158% nos 11 anos e não apenas 108% como diz o balanço...
4.Conclusões
Acho que o exemplo dado é suficientemente elucidativo pois ele demonstra que a Situação Líquida Real de ambas as empresas é exactamente a mesma, no final, quer sobrevalorizem as séries quer não.
Isto torna-se óbvio se pensarmos que:
- Compram os mesmos selos e ao mesmo preço;
- Colocam o mesmo valor (e não a mesma quantidade de selos) nos investidores
- Remuneram o mesmo Capital e pagam os mesmos juros;
- Os selos valem o mesmo no final;
A única diferença reside no valor dos Activos em Balanço.
A Afinsa consegue camuflar muito melhor os lucros e, portanto, a pagar menos impostos.
Poderíamos juntar despesas de estrutura, comissões, o que quiserem, e no final ainda poderíamos multiplicar o valor dos selos por 0,70 para representar a venda de um particular a uma empresa de selos (o que não é o caso)…
Mas a conclusão será a mesma.
Convém não esquecer que eles até usam séries mais antigas, onde a valorização em geral é bastante maior, e usam séries temáticas que se valorizam mais do que os selos “em geral” considerados na amostra aleatória.
Para aquela listagem de selos que apresentei no início a valorização média para o período 1992-2003 é de 267% e mesmo desprezando os 2 valores extremos dá 244%.
Mesmo com este valor, que podemos considerar mínimo, a situação líquida real de ambas as empresas seria de 2440-842=1598 euros.
Neste caso a situação líquida real da Afinsa seria muito próxima do valor apresentado em balanço e o Fórum teria uma situação real inferior à do Balanço.
Só que há dois pequenos pormenores muito favoráveis no meio disto tudo.
a) Estas empresas conseguem MANTER os selos na sua posse!
Se voltarmos ao ponto 1 é fácil de ver que a rentabilidade começa a crescer de uma forma quase exponencial com a passagem de mais anos…
b) Elas trabalham com “determinadas séries” que sabem que se valorizam mais.
E além disso controlam perfeitamente o mercado nessas séries podendo despejar a conta gotas.
Não insistam na ideia de que o mercado se esgota com stocks de 150k ou 200k por selo pois há muito mais coleccionadores espalhados pelo mundo.
O volume crescente vai-se obtendo por mais séries e não por mais selos de cada série.
Se o negócio da Afinsa é rentável APESAR de pagarem 7% de juros o negócio do Fórum é exactamente igual APESAR de sobreavaliarem as séries.
5. Nota final
O FT já deve ter percebido pois nunca mais tocou no assunto.
Espero que agora o meu amigo Incognitus também perceba o esquema.
E se não tiver percebido que conteste estes números e que refaça as contas.
Dizer que “é fraude” PORQUE sobreavaliam as séries acabou, venham outros motivos.
Bom fim de semana,
JAS
Mas, cmafonso, são quantos anos? 36?
5 já estão feitos ... faltam apenas 31 ...
5 já estão feitos ... faltam apenas 31 ...
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ok sem problema
Eu escolhi a sorte ate porque na tenho a minima ideia dos valores das outras listas .Se keres eu fotocopio as listas e envio-te na boa.Nao tenho nada a esconder.nao me peças e que transcreva isto tudo.
Abraço
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contas
Terei que procurar isso das responsabilidades com mais calma aqui nao encontro nada disso.Se me quizer dar um numero de fax sacarei copias e envio-lhe na boa as contas na integra.E que essas contas sao enviadas todos os anos aos clientes o que se passa e que la em casa ja estavam no lume.
Abraço
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cmafonso, tendo em conta que são poucos números, fico à espera dos dados todos...
(Até porque se escolhermos números salteados, até podemos ter a "sorte" de cair nos anos em que as diferenças são menores)
(Até porque se escolhermos números salteados, até podemos ter a "sorte" de cair nos anos em que as diferenças são menores)
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As listas provavelmente podias transcrever integralmente, não?
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(são os dados da Fórum Filatélico, presumo...)
Cma, procura pela quantificação das responsabilidades fora do balanço ...
Em relação às listas, qual a valorização dada às séries (julgo que estará por anos) ...?
Cma, procura pela quantificação das responsabilidades fora do balanço ...
Em relação às listas, qual a valorização dada às séries (julgo que estará por anos) ...?
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Caro Incognitus
Tenho, o material por si pedido, aqui na minha frente (em papel):gostaria de saber que parte das listas ou do balanço quer transcrita(nao tenho todo o FDS pra transcrever isto tudo).
Abraço
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Uma pena nesta história, é que neste tipo de esquemas quem perde são os últimos a entrar. Ora, estes esquemas nasceram todos em Espanha, e só recentemente se começaram a expandir agressivamente em Portugal.
Isso significa que quando implodirem, Portugal estará sobrerepresentado entre os perdedores.
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"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein
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Bem, a legislação não permite "esquemas em pirâmide". O que permite, é que investimentos em "bens tangíveis" não sofram virtualmente controlo nenhum, o que fez com que essa área fosse perfusamente utilizada para promover esquemas em pirâmide.
Claro, existem muitos que já estoiraram ... Banfisa, Gsell, Banco Filatélico, etc, etc.
Existem outros que devem estoirar mais rapidamente, como a Arte y Naturaleza, por prometerem taxas mais elevadas.
E existem estes que pagam taxas baixinhas, dos quais a Fórum Filatélico é o líder, e que por pagarem taxas baixinhas correm o risco de demorar décadas a implodir (mas, entenda-se, também podem rebentar em um mês, devido a sair algo em jornais de grande circulação ou as autoridades finalmente actuaram - o que é difícil pois as próprias autoridades consideram a coisa fora da sua jurisdição).
Claro, existem muitos que já estoiraram ... Banfisa, Gsell, Banco Filatélico, etc, etc.
Existem outros que devem estoirar mais rapidamente, como a Arte y Naturaleza, por prometerem taxas mais elevadas.
E existem estes que pagam taxas baixinhas, dos quais a Fórum Filatélico é o líder, e que por pagarem taxas baixinhas correm o risco de demorar décadas a implodir (mas, entenda-se, também podem rebentar em um mês, devido a sair algo em jornais de grande circulação ou as autoridades finalmente actuaram - o que é difícil pois as próprias autoridades consideram a coisa fora da sua jurisdição).
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Tem tudo a ver
A Espanha é de facto um país com rumo ... tem objectivos bem definidos e é pragmática na forma de os alcançar. Acresce a isto que todos puxam para o mesmo lado, um leva um saco, outro um grão ... outro um camião !
Há pouco tempo, acerca do caso Média Capital, ficou a saber-se que o governo espanhol subsidia a exportação de capitais estratégicos (reprodutivos), fazendo com que o poder aquisitivo da empresas espanholas no exterior seja francamente superior ao seu poder natural ...
Agora fica-se a saber que a legislação espanhola permite a existência de esquemas tipo pirâmide e que estes são frequentes no reino de Espanha ... Não me admirava nada que por coincidência, todos esses esquemas recolham divisas no estrangeiro ... Quando estoiram, que legislação se aplica ? A espanhola ?
Alguns espanhóis ficam também a perder, mas o dinheiro não sai de lá ...
Este caso da pseudo-filatelia, deve merecer a maior atenção e não ser encarado com ligeireza. E se estas empresas vão mesmo à falência ? Para além de muito capital saído não ter retorno, será que o vasto património filatélico Português, pago e muito bem repago, por portugueses (a troco de certificados...) volta a Portugal ? Não poderá ocorrer um duplo esbulho ?
Já pensaram, que a manter-se esta tendência de monopólio, nos arriscamos a qualquer dia ter-mos o grosso do património filatético Português em cofres espanhóis, sem estes terem sequer que o pagar !
Quando quiser-mos contemplar o nosso património, vamos a espanha ?
Digam-me que estou enganado, digam-me que a esmagadora maioria dos "coleccionadores" mantêm os selos na sua posse.
Há pouco tempo, acerca do caso Média Capital, ficou a saber-se que o governo espanhol subsidia a exportação de capitais estratégicos (reprodutivos), fazendo com que o poder aquisitivo da empresas espanholas no exterior seja francamente superior ao seu poder natural ...
Agora fica-se a saber que a legislação espanhola permite a existência de esquemas tipo pirâmide e que estes são frequentes no reino de Espanha ... Não me admirava nada que por coincidência, todos esses esquemas recolham divisas no estrangeiro ... Quando estoiram, que legislação se aplica ? A espanhola ?
Alguns espanhóis ficam também a perder, mas o dinheiro não sai de lá ...
Este caso da pseudo-filatelia, deve merecer a maior atenção e não ser encarado com ligeireza. E se estas empresas vão mesmo à falência ? Para além de muito capital saído não ter retorno, será que o vasto património filatélico Português, pago e muito bem repago, por portugueses (a troco de certificados...) volta a Portugal ? Não poderá ocorrer um duplo esbulho ?
Já pensaram, que a manter-se esta tendência de monopólio, nos arriscamos a qualquer dia ter-mos o grosso do património filatético Português em cofres espanhóis, sem estes terem sequer que o pagar !
Quando quiser-mos contemplar o nosso património, vamos a espanha ?
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Lei da Gravidade, revisitada :
1º Tudo o que subiu, cai por si.
2º Tudo o que caiu, só sobe se impulsionado.
1º Tudo o que subiu, cai por si.
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INCOGNITUS,
muito interessante a sua resposta ao meu post e plena de conteudo.
Fiquei esclarecido.
muito interessante a sua resposta ao meu post e plena de conteudo.
Fiquei esclarecido.
Toolbar de bolsa com chat, download:
http://gabinforme.ForumToolbar.com
BLOG com detalhes sobre toolbar:
http://gabinforme.blogspot.com/
Envia por "PM" (Mensagem Privada).
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Incogitus,
É assim: tenho o email de uma editora de economia de um Jornal de referência que me garantiu analisar, comentar e eventualmente publicar o que lhe enviares: AS PROVAS DA FRAUDE!
Pediu foi para não meter aqui o email mas te garanto que o email é real!
Para onde te envio o email? Depois sabes qual é o jornal/editora.
É assim: tenho o email de uma editora de economia de um Jornal de referência que me garantiu analisar, comentar e eventualmente publicar o que lhe enviares: AS PROVAS DA FRAUDE!
Pediu foi para não meter aqui o email mas te garanto que o email é real!
Para onde te envio o email? Depois sabes qual é o jornal/editora.
Ulisses, eu estou a fazer várias coisas ao mesmo tempo, não é assim tão fácil quanto julgas isso de ir tudo no mesmo post.
Em todo o caso devo dizer que já estou um bocado cansado disto. Os argumentos NUMÉRICOS não são rebatidos, e o resto é de tal forma irrelevante que me chateia.
Em todo o caso devo dizer que já estou um bocado cansado disto. Os argumentos NUMÉRICOS não são rebatidos, e o resto é de tal forma irrelevante que me chateia.
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Se não for impresso paciência. Artigos sobre o PIPS também não foram impressos e isso não impediu que se tratasse de uma fraude.
Agora, só um e-mail? Eu esperava vários. E não vai um artigo pronto, vai sim o material que existe, e quem quiser que escreva a coisa.
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