Caldeirão da Bolsa

Ranking de escolas 2005, Mira Rio é melhor escola nacional

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por nunofaustino » 27/10/2005 23:28

a unica pagina que consegui encontrar com os valores practicados nos colegios privados com a melhor classificacao nos exames de 2001 (http://www.apfn.com.pt/Noticias/Ago2001/publico28a.htm).

QQuer uma delas apresenta valores bem inferiores aos obtidos para o ensino publico...

Um abraco
Nuno
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por valves » 27/10/2005 23:19

Embora eu desconheça as mensalidades practicados nos colegios privados concordo contigo Nuno que os numeros apesar de revistos em baixa continuam muito altos especialmente os 466 Euro/mes do 3ª ciclo uma vez que os alunos do publico saiem em media com uma preparação francamente dedicitaria face aos alunos do privado ou seja temos um ensino publico provavelmente mais caro que o privado e com pior performance
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por Incognitus » 27/10/2005 23:16

Nota que no texto se diz ...

Um aluno do secundário custa aos contribuintes cerca de 6.000 euros por ano


E aqui ...

Estes valores colocam os professores portugueses perto da média da OCDE, mas perto do topo, em termos de percentagem do PIB.
(penso que queria dizer em termos de poder de compra)
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por Incognitus » 27/10/2005 23:14

Os salários não podem ser comparados linearmente. Obviamente que estão abaixo da média, tudo no país está abaixo da média, estão é muito mais próximos da média.
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por nunofaustino » 27/10/2005 23:04

Infelizmente alguns dos numeros n sao reais Incog (mas as minhas conclusoes sao semelhantes)...

O site onde a autora foi buscar as imagens eh este (http://www.giase.min-edu.pt/).

Qdo tentei encontrar o custo de cada aluno/ano, tive de ir a este (http://www.educare.pt/noticia_novo.asp? ... 50913_4249) para ter acesso a essa informacao 9nfelizmente a minha instituicao n tem acesso ao relatorio da OCDE... apenas ao resumo).

Os gastos em cada aluno europeu anda a volta dos 6000E/ano. Em Portugal essa media anda a volta dos 4000 nos 1 2o ciclos e 5600 no 3 ciclo (curiosamente na universidade o custo baixa para menos de 3600E/ano!!!). Qto a media dos salarios brutos practicada em Portugal rondou os 27.000E (pouco menos de 2000E/mes).

Ou seja, os valores recebidos pelos professores portugueses estao um pouco abaixo da media europeia (20o em 30o paises analisados), mas os resultados obtidos estao muito abaixo da media europeia...

Fazendo uma analise a estes numeros, ficamos a saber que cada aluno do 1o e 2o ciclos custa a todos nos a modica quantia de 333E/mes e cada aluno do 3o ciclo custa 466E/mes...

Mantem-se a ideia que ficava mais barato (e se calhar com melhores resultados) privatizar todo o sistema educativo... e que se o privado consegue ter lucro, melhores resultados e menores custos alguma coisa esta (muito) errado no sistema publico...

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por Incognitus » 27/10/2005 22:29

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por Incognitus » 27/10/2005 22:28

Um blog, e infelizmente n tenho aqui o endereço, porém é fácil de ver que os números têm probabilidade de estar correctos e a pessoa sabe do que fala.
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por nunofaustino » 27/10/2005 22:26

Incog... qual eh a fonte do artigo que publicaste?

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por valves » 27/10/2005 22:12

Um aluno do secundário custa aos contribuintes cerca de 6.000 euros por ano. Admitindo 12 prestações anuais (inscrição e 11 mensalidades), cada aluno custa 500 euros por mês. Mais que o ensino privado (que, num colégio de bom nível, orça pelos 350€/mês). O estudo diz que o salário médio de um professor do 3º ciclo, com 15 anos de experiência, é de 28.000€/ano.Um professor, no topo da carreira (10º escalão), ganha mais de 40.000€/ano (2.856,54€/mês, mais subsídio de refeição de 3,83€/dia útil).

Os numeros realmente têm o poder de desmascarar ineficiencias ... ou seja se pusessemos os alunos no oficial em escolas privadas não só provavelmente teriam outra qualidade de ensino como saíria mais barato mesmo para o estado :!: é inacreditavel isto é a prova por A + B da falencia e do grau de insustentabilidade a que chegou a educação estatal ...
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Re: Continuando o tema sobre a função pública...

por TraderAT » 27/10/2005 22:00

Boa noite

BG Escreveu: Estas coisas e mentalidades incomodam-me. Privatizar tudo? Privatizar o ensino? Requisições de serviços mínimos na educação e hoje na justiça? Onde estamos a chegar? A greve não é uma "arma" legítima para contestar o que se julga estar a tomar caminhos errados? Acham que com que este ataques cerrados à f.p., os funcionários têm agora mais motivação para trabalhar? Não há muitos funcionários públicos a trabalhar muito e muito e sem receber sequer horas extras e agora ainda são enxovalhados na praça pública? BG


Não sei se privatizar tudo será a solução, mas uma coisa é certa, se uma empresa é privada, os seus sócios estarão certamente interessados em que esta dê lucro, se assim não for fecha, certo?

Se for Público, existe a ideia generalizada que pode dar prejuízo, o Estado paga, ou melhor pagam todos os contribuintes...Haverá alguém que discorda disto?
Alguém que tivesse um colégio particular que tivesse poucas receitas e desse prejuízo mantinha-o aberto, contrataria mais professores (para diminuir o desemprego da classe) ou fechava-o?
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.(Aristóteles)
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Re: Continuando o tema sobre a função pública...

por Surfer » 27/10/2005 11:59

BG Escreveu:Não deveria a função de professor ser reconhecida como talvez a função mais nobre que existe? Acham que os professores ganham muito?


Nobre?!...E todas as restantes profissões em prol da comunidade não são nobres?!...Mais nobre porque?!

Sinceramente todo o seu desabafo é prova da grande mentalidade que levou este pais ao estado aonde estamos, eu apelido esse tipo desabafo tipico complexo de esquerda, apelam ás "nobres" causas sociais mas sempre a olhar para o umbigo, como são "nobres" causas julgam que já todos os ouvem e portanto é justo exigir direitos especiais em relação ás outras profissões. É a mentalidade da nobreza feudal do sec. XXI.

O que a mim pessoalmente me impede de andar mais preocupado com a situação actual do meu pais, é que este tipo de mentalidade "embrionária" tem os anos contados, a situação actual do pais já não tem margem para permitir leis e direitos irresponsáveis em nome das classes "nobres" e de causas sociais cegas.

Espero que não chegamos a ver o dia em que a classe privada deste pais tenha de sair á rua, porque ai sim acredito tal como aqui já foi referido, passamos a ser uma "sociedade aos tiros".

Cumps
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por Incognitus » 27/10/2005 10:54

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por Incognitus » 27/10/2005 10:43

Este artigo desmistifica umas quantas coisas, incluindo essa de pensares que existem mais alunos por professor no público ...



setembro 18, 2005
Desastre Escolar
Sempre que as estatísticas internacionais, ou quaisquer outros dados, apontam para a situação calamitosa de um qualquer sector público, os representantes dos profissionais desse sector afiançam que tal se deve à escassez de verbas e prometem que logo que o seu sector receba mais dinheiro a sua eficiência subirá para aos píncaros. Isto sucede há mais de 3 décadas. Agora, os números da OCDE cometeram a desfeita de mostrarem que, no sector da educação, a situação é calamitosa na qualidade do ensino, no seu custo, no tempo que os docentes passam na escola, nos anos de escolaridade dos alunos e no seu aproveitamento. Não há por onde encontrar saída … gasta-se em demasia, trabalha-se pouco e os resultados são catastróficos.

Um aluno do secundário custa aos contribuintes cerca de 6.000 euros por ano. Admitindo 12 prestações anuais (inscrição e 11 mensalidades), cada aluno custa 500 euros por mês. Mais que o ensino privado (que, num colégio de bom nível, orça pelos 350€/mês). O estudo diz que o salário médio de um professor do 3º ciclo, com 15 anos de experiência, é de 28.000€/ano.Um professor, no topo da carreira (10º escalão), ganha mais de 40.000€/ano (2.856,54€/mês, mais subsídio de refeição de 3,83€/dia útil). Estes valores colocam os professores portugueses perto da média da OCDE, mas perto do topo, em termos de percentagem do PIB. Se os trabalhadores do sector privado ganhassem nesta proporção, há muito tempo que já não haveria empresas em Portugal, excepto algumas “ilhotas” de alta competitividade e com sede social fora do país, para não estarem a sustentar este aparelho do Estado monstruoso e ineficiente.

Em educação, e em termos de percentagem do PIB, Portugal está no topo dos países da OCDE. Em termos de resultados estamos na cauda, a par do México e da Turquia. Citando um exemplo vindo a lume no Público, «Em termos de despesa acumulada por aluno durante a sua formação dos seis aos 15 anos, Portugal gasta 14 mil dólares por ano a mais do que a Coreia do Sul. No entanto, os alunos deste país asiático apresentaram em 2005 os melhores resultados a Matemática nestes testes internacionais e os portugueses tiveram o pior desempenho entre 26 participantes.».

Os professores portugueses passam na escola 70% do tempo da média da OCDE. O rácio alunos/professores é 20% maior no ensino privado que no público. Segundo a FENPROF, a partir daquele patamar mágico de 70%, a permanência dos professores portugueses na escola traduzir-se-ia na degradação do ensino. Os docentes portugueses são como as especialidades farmacêuticas que só se podem tomar em dose moderada. Infelizmente neste caso, se em excesso prejudica, em dose moderada tem efeito despiciendo.

A questão da permanência dos professores nas escolas e o cumprimento das 35 horas semanais é o que mais irrita, presentemente, o corpo docente. Há um ponto em que têm razão: as escolas não estão actualmente preparadas, do ponto de vista logístico, para a permanência dos professores durante o horário completo. Não têm espaços nem estão organizadas para o efeito. Não existe em Portugal o hábito do trabalho docente na escola, ao contrário dos países mais desenvolvidos da Europa. Tem que ser um processo a implementar de forma faseada, para não o tornar numa medida descontrolada e contraproducente. No resto não têm razão. Os professores utilizam o tempo adicional disponível quer em apoio familiar, quer em dar explicações. Em algumas disciplinas, as explicações são mesmo uma importante fonte de rendimento


Estes resultados são o desfecho de décadas de total incompetência dos poderes públicos e das exigências desproporcionadas das corporações do sector. Há décadas que se discute que a educação está mal. E sempre que nos debruçávamos sobre esse problema, os profissionais da educação pública asseguravam que era necessário mais dinheiro. E todos repetiam «É preciso investirmos na educação». A imbecilidade daqueles que repetiram este refrão até à exaustão foi partilhada por ministros, supremos magistrados da nação, políticos da oposição, etc. Apenas nestes últimos meses, após as veementes denúncias públicas, por parte dos “politicamente incorrectos”, do descalabro educativo que pôs a nu que Portugal é, depois da Finlândia, o país da UE que despende mais na educação em termos do PIB, mais 50% em Educação que a média europeia, e tem o mais baixo nível de educação da UE, é que os responsáveis políticos mostraram mais comedimento e Sampaio, por exemplo, desistiu de repetir o refrão que é necessário investir na educação.

A situação é de tal forma grave que não vejo que tenha solução no quadro actual. As reformas teriam que ser tão radicais, que não seriam aplicáveis face à resistência dos visados. O ensino público tem mais de 215 mil efectivos (154.883 docentes e 60.650 não docentes). Reformar este monstro criado pela incompetência, eleitoralismo e compadrio dos nossos políticos exigiria uma completa ruptura do sistema.



Se o rácio aluno/professor no privado é maior, o que é uma situação normal, este está mais bem equipado. Na relação entre alunos e nº de PC’s e ligação à net, verifica-se que o ensino privado está melhor equipado em todos os graus (não há números do público para os jardins de infância), com especial relevo no ensino secundário e profissional.

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por Incognitus » 27/10/2005 10:35

Os professores do público já ganham 60/70% dos professores do privado! Os professores nos colégios ganham muito bem, só são escolhidos aqueles com melhor curriculo (pelo menos em alguns colégios) daí que seja natural que os colégios apresentem melhores notas porque os colégios seleccionam os melhores, o Estado os restantes...


É aqui que eu tenho as minhas dúvidas, especialmente nos salários de fim de carreira.

Desconfio, mas não tenho dados, que tal não é verdade. Confirmaste com alguém? Qual a tua fonte?
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por Camisa Roxa » 27/10/2005 10:29

Incognitus, calma, não podes radicalizar tanto as coisas

Os professores do público já ganham 60/70% dos professores do privado! Os professores nos colégios ganham muito bem, só são escolhidos aqueles com melhor curriculo (pelo menos em alguns colégios) daí que seja natural que os colégios apresentem melhores notas porque os colégios seleccionam os melhores, o Estado os restantes...

Daí que a nível de salários as coisas não sejam iguais como argumentas

Por outro lado é super fácil saber porque os alunos dos colégios têm melhores notas:

- melhores professores
- turmas com menos alunos
- ausência de alunos carenciados (a esmagadora maioria com explicações extra, e cujos pais não lhes impõem nada sem ser a tarefa de estudar)

Não é nenhuma fórmula mágica!

O que eu critico na classe dos professores é apenas uma coisa: todos os anos saem milhares de jovens das faculdades cujo objectivo é ir para professores. Não são colocados e depois arrogam-se ao direito de vir exigir que o Estado lhes dê trabalho e ficam muito espantados por irem para o desemprego! Caramba acordem para a vida. Quem está neste momento a tirar um curso de letras para ir dar aulas epa, deve gostar de viver do subsidio de desemprego!
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por Incognitus » 27/10/2005 8:41

BG, para resolver o problema faço apenas uma pergunta.

Colégios como o Mira Rio, Planalto e outros batem substancialmente a média do Ensino Público. De tal forma, que os seus clientes estão dispostos a pagar bem por um serviço que no Público é grátis.

Portanto, os profissionais do ensino público deveriam ganhar no máximo, uma parte do que ganham os profissionais desses colégios, visto estarem objectivamente a fazer um trabalho pior.

Então pergunto, achas que os professores públicos aceitavam trabalhar por 60-80% do salário dos profissionais desses colégios?

E se não aceitavam, PORQUE RAIO é que MERECEM mais se FAZEM menos?
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Continuando o tema sobre a função pública...

por BG » 27/10/2005 3:38

Apesar de já não escrever há bastante tempo neste fórum, fico indignado com a "lavagem cerebral" que se tem vindo a fazer às pessoas sobre os defeitos da função pública, apenas os defeitos. Dá-se a ideia que na função pública não se trabalha, que é tudo uma cambada de preguiçosos. Inclusivé há 2 semanas no programa "Prós e Contras" da RTP1, se chegou ao cúmulo (pelo menos para mim, e não só) de os economistas presentes fazerem crer que o mal do país é existirem sindicatos, que apenas defendem os "ricos" da função pública. Quando o dirigente sindical presente perguntou aos convidados se eram os sindicatos que defendiam as pensões e privilégios dos administradores da CGD e etc, claro que os srs economistas nem responderam, viraram logo o discurso para outra área. Estas coisas e mentalidades incomodam-me. Privatizar tudo? Privatizar o ensino? Requisições de serviços mínimos na educação e hoje na justiça? Onde estamos a chegar? A greve não é uma "arma" legítima para contestar o que se julga estar a tomar caminhos errados? Acham que com que este ataques cerrados à f.p., os funcionários têm agora mais motivação para trabalhar? Não há muitos funcionários públicos a trabalhar muito e muito e sem receber sequer horas extras e agora ainda são enxovalhados na praça pública? Pelo menos já se falou aqui que os licenciados a trabalhar ganham mais que na função pública. Eu diria até que não é mais, é muito mais. Sou professor há 9 anos e cada vez me sinto mais desmoralizado para trabalhar. Já trabalhei fins-de-semana e feriados na escola visto ter mais de 100 PCs à minha responsabilidade assim como clube de robótica e outros assuntos de interesse para a escola, e nunca ganhei nem pedi nada extra. Dou aulas e passo muitíssimo tempo a prepará-las, visto ser uma área técnica e gostar de estar bem preparado. Dou as aulas. Acham que estar x horas a leccionar é a mesma coisa que estar as x horas a programar ou não aturar alunos? Não deveria a função de professor ser reconhecida como talvez a função mais nobre que existe? Acham que os professores ganham muito? Ainda no ano passado numa reunião de trabalho com cerca de 30 professores, todos estavam de acordo que qualquer professor hoje em dia preferiria trabalhar apenas as 35 horas e não fazer mais nada. E as reformas, que eu saiba estão a falar aqui em dinheiro bruto, não em líquido, certo? Eu quando vejo tanto economista e muita gente a defender as privatizações, faço apenas uma pergunta: quanto já V. Excia ganhou até hoje? É que parece-me que o discurso da tanga é apenas para se ir metendo mais dinheiro ao bolso, senão veja-se o caso dos lucros dos bancos (que são quem manda no país), o fosso entre pobres e ricos a aumentar, o número de carros extra-caros que se vende cada vez mais, e etc. Afinal isto está mal para quem? Parece-me que é sempre para o pobre, e apenas para esse. Mas entretanto vai-se tentando acabar com a classe média, de maneira que os ricos cada vez mais ricos dominarão o mundo. A meu ver deveria tentar-se combater era a corrupção instalada, os benefícios aos bancos, as fugas aos impostos, e mais algumas coisas. Agora virem com a conversa que a função pública é que não faz nada e ganha muito, só traz o descrédito e mais desmotivação a quem trabalha, e que não me parece que seja tão pouca gente assim. Penso que as coisas não se devem nivelar por baixo, que é o que me parece que se está a tentar fazer. Penso que se deve construir, criar condições e motivar quem trabalha, e por fim continuo a pensar que o Estado não deve descurar a parte social, tem até de reforçá-la, para não nos tornarmos num Brasil ou algo semelhante ou pior (sem ofensa para os brasileiros ou outros povos sem culpa!). Como apenas hoje tive oportunidade de responder a este tópico e não sei se alguém se dará ao trabalho de contestar ou apoiar, envio no entanto os votos de bons negócios, e acima de tudo de mais solidariedade e compreesão para com as causas que cada classe defende. O país só unido poderá avançar, não é com estas divisões sociais que se tem fomentado que se progredirá, isto só serve para alguns (srs do falso discurso demagógico e do poder) irem metendo as mãos nos bolsos dos outros com o conluio de amigos ou/e "mentes lavadas".
Claro que a "mente lavada" poderá ser a minha, mas não por este fenómeno da globalização, isso não, até porque eu defendo um Estado social, criador de emprego e justiça social.
Cumprimentos a todos os foristas deste fórum excepcional!
BG
 
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por wolfmen » 26/10/2005 12:44

boas,


quanto ao que vem no recibo se tirar as despesas, isso não faz sentido... As despesas são incluídas para cálculo do IRS no final do ano!


Parece-me que está a fazer alguma confusão entre finanças e segurança social :?

Vamos ver: para cálculo de IRS, dás o lucro total (soma dos recibos) e deduzes o que te é permitido (compra de mercadorias, luz, leasing’s, etc,etc,etc) isto se estiveres no regime com escrita organizada, se estiveres no regime simplificado apenas te aplicam um factor de conversão ao total dos recibos e já está.


continuo a argumentar que deveria ser 11% x recibos passados...



Quando dizes que deveria de ser 11% x recibos passados, tens de estar equivocado pois quando vendes algo, facturas a mercadoria no seu todo, correcto ….. :wink:

Passas um recibo de uma batata vendida por 10
Se compraste a batata por 5 o teu lucro é apenas 5
Em transporte, armazenamento, renda de loja, etc, etc tens uma despesa de 2
O teu lucro na batata já só é de 3
E sobre estes 3 ainda tens de pagar imposto :oh:
Ora se fores pagar de segurança social 11% x a batata vendida por 10 (recibo)
Mais vale estar quieto =; e procurar emprego na função pública :mrgreen: :mrgreen:


No entanto o cerne da questão, para mim, é porque eu sou obrigado a descontar para uma coisa que já entrou em ruptura e daqui por uns anos está na falençia :evil: :twisted:

Wolf,
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por Camisa Roxa » 26/10/2005 11:29

[quote="wolfmen"]

o regime mínimo são 95,17€, por isso nem são 20 contos...

quanto ao que vem no recibo se tirar as despesas, isso não faz sentido... As despesas são incluídas para cálculo do IRS no final do ano!

quanto à segurança social ir aumentar para 180€ cegamente também discordo, continuo a argumentar que deveria ser 11% x recibos passados...

PS: eu sou trabalhador independente :wink:
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por wolfmen » 26/10/2005 11:21

Boas,

Camisa,

Trabalhadores independentes, há muitos, não são só os médicos advogados e afins

Lembrem-se da classe mais privilegiada em Portugal e que ainda não está a ser "atacada" da melhor forma


Privilegiados :lol: , só se for os acima referidos, pois a maior parte dos independentes não é nada disso, são pessoas que sobrevivem á custa de pequenos negócios.

descontam 20 contos por mês para a segurança social



já não são vinte, mas adiante, sabes que essas pessoas teem a seu cargo todas as despesas do negocio que gerem (ao contrario dos trabalhadores por conta de outrem), sabes que esse dinheiro só serve para uma futura reforma ? (claro que isso depende de a segurança social daqui por uns anos pagar reformas), sabes que se o negócio falir esse independente não tem direito a nada, nada mesmo (subsídios desemprego, saúde etc…)

a diferença num independente é que ao que vem no “recibo” tens de tirar as despesas, e essas normalmente são grandes

deixo-te aqui o que escrevi ontem na pagina atrás

Ps: sobre a segurança social ainda não vi aqui referido o facto de ela ir (para os empresários por conta própria) passar para sensivelmente o dobro, cerca de +/- 180€ por mês, sem olhar ao tipo de empresário, pois um medico/advogado/engenheiro e afins tem muito mais possibilidade de pagar esse valor que por exemplo um pequeno comerciante numa aldeia ou mesmo pequena cidade, que depois de despesas pagas trás para casa 200/300/400 € de lucro


wolf,
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por Camisa Roxa » 26/10/2005 10:43

Incognitus Escreveu:Sobre as reformas, bem, até à relativamente pouco tempo o sector público não descontava


Incognitus, esta informação não está correcta, os trabalhadores do sector público SEMPRE descontaram para a Caixa Geral de Aposentações

A única aparente discrepância com o sector privado é com as empresas pois estas pagam 24,75% de segurança social por cada empregado enquanto o Estado não procede a esse pagamento tal como o caso dos profissionais liberais por exemplo
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por Camisa Roxa » 26/10/2005 10:36

a diferença reside mesmo nos não licenciados que ganham muito mais no público que no privado

Já no privado os licenciados ganham bastante mais

De qualquer forma penso que se deve certamente tentar reduzir a despesa com pessoal do sector público, especialmente em número de funcionários. Se cortassem 1/3 de funcionários ao sector público os serviços continuariam a funcionar como antes

Agora os funcionários públicos ao menos estão na legalidade. Lembrem-se da classe mais privilegiada em Portugal e que ainda não está a ser "atacada" da melhor forma: os profissionais liberais. São estes os verdadeiros pesos mortos do sistema: descontam 20 contos por mês para a segurança social e declaram em sede de irs ninharias perto do valor real dos seus rendimentos

A questão da segurança social então é inconcebível. Se os trabalhadores por conta de outrém pagam conforme o seu rendimento porque é que os trabalhadores independentes não fazem o mesmo? Porque é que descontam 100€ se passam recibos num mês de 2000€?

Se passam recibos num mês de 2000€ deveriam descontar 2000x11%= 220€ e não os 95,17 penso eu do regime mínimo?

Para não falar depois do que facturam por fora...
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por Incognitus » 26/10/2005 8:28

Devastador ...

Discordo totalmente da afirmação "Funcionários públicos ganham mais 52% que privados apesar de congelamento de salários ", isto, para pessoal licenciado (pois não estou a considerar as centenas de milhares de pessoas que ganham salários mínimos nas empresas). Tenho amigos da mesma faixa etária, que são engenheiros civis, economistas e ganham mais do que eu (penso que não é difícil de ver isso, basta pensarem nos vossos salários!!!!)
Quanto à necessidade urgente de baixar as reformas, eu estou de acordo, desde que sejam as dos funcionários públicos mas TAMBÉM as dos privados.


Já pensaste que SE tiveres razão, isso só significa que entre os não-licenciados a diferença é AINDA maior, para compensar a possível igualdade ou vantagem dos "licenciados privados"?

Sobre as reformas, bem, até à relativamente pouco tempo o sector público não descontava, e no entanto, a diferença das reformas do sector público para o sector privado é AINDA MUITO MAIOR que a diferença dos salários!!!!

Isto é uma guerra sem tiros, acredita. Por enquanto os do Estado estão a ganhar.
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por Incognitus » 26/10/2005 8:23

Obviamente os casos em que se fere a lei, são casos de polícia e não têm a ver com a discussão.

Já agora, penso que 5 dias às taxas de hoje não fazem sentido, a explicação deve ser outra.
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Paga Incognitus e paga toda a gente

por devastador » 26/10/2005 1:23

Vou responder à última intervenção do incognitus, que vem no seguimento de muitas das suas intervençõe, pois parece continuar obcecado com o salário que eu ganho e com as "regalias" que um professor tem.
Eu PENSO que não é correcto o patrão ficar com o dinheiro mais tempo no banco a render e pagar 5, 6 dias depois!!!!! :shock: Não é o trabalhar mais ou o trabalhar menos que é relevante. Eu falei é dos ABUSOS que existem nesses colégios semi-estatais, tal como critico o que alguns patrões fazem com os seus empregados.
Agora o que foi importante, não discutiu. A má alimentação dos alunos, as fotocópias serem pagas, entre outras coisas mais...
É por isso que merecemos que o estado gaste rios de dinheiro a instalar cozinhas "industriais" nessas escolas (o dono da escola agradece) para se tirarem cursos (parece que dão até ao 12º :oops: :oops: :oops: :oops: ) para alunos medíocres que terminaram o 9º ano (com água benta).
Numa turma de mecânica criada para este tipo de alunos, estes foram experimentar um carro de rolamentos para o meio da estrada, obrigando os condutores a manobras arriscadas para não matarem ninguém. Se eles fossem era trabalhar...
Num outro curso para ajudante de lares (algo parecido) os alunos recebem dinheiro (todos os meses) para lá andarem (é lindo, né?). Vale a pena estudar? A minha mulher diz que nessa turma há uma aluna com 25 anos que já vai no 5º curso que tira(pois está a ganhar). Pensam que estão atentas nas aulas? Uma já perguntou à minha mulher porque é que ela trabalhava tanto, que não era preciso... Como elas sabem que os professores são OBRIGADOS as passar todas, não estudam e nem revelam interesse. Tenho que dizer que são ignorantes mas que revelam inteligência. Trabalhar para quê?
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