Caldeirão da Bolsa

Ranking de escolas 2005, Mira Rio é melhor escola nacional

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Incognitus » 25/10/2005 15:04

penso que a única solução é o Estado passar a gestão de reformas para o sector privado com base num modelo de capitalização


Um sistema de capitalização com benefícios definidos (o mais usual) poderá também não ser viável conceptualmente.

Só um sistema de capitalização com contribuições definidas (mas sem se saber quanto se ganhará na reforma), ou seja, poupança forçada, é que é sempre viável (não garante é o nível de vida na reforma ...)
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por Incognitus » 25/10/2005 15:02

semprefrio, existe uma razão válida para o privado ser sempre melhor que o público.

Pensa em termos de negócios, embora o teu objectivo seja o lucro, só tens duas formas de entrar no mercado:
- Ou fazes o mesmo mais barato.
- Ou fazes melhor.

É por isso que o privado é sempre melhor que o público, porque o privado TEM que se esforçar para ser melhor que os seus concorrentes, por nada mais.
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por Camisa Roxa » 25/10/2005 14:56

ainda a semana passada ouvi mais uma noticia alarmante: a banca já possui mais pessoal na reforma do que activo

agora vejam onde é que o sistema pode ser sustentável

penso que a única solução é o Estado passar a gestão de reformas para o sector privado com base num modelo de capitalização

Sempre preocupações de diverisificar essa gestão pelo máximo de entidades possivel para evitar o colapso de todo o sistema caso uma das entidades gestoras falisse ou assim (isto desde a Enron, Refco's e afins já nada é seguro!)
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por semprefrio » 25/10/2005 14:55

Pois, mas não estou de acordo com essa ideia de que tudo o que é público é mau – logo deve ser exterminado - e tudo o que é privado é bom.

O facto do objectivo último do privado (não todo) ser a maximização do lucro impõe algumas cautelas no que diz respeito a alguns serviços, como a saúde ou a educação.

O ideal, quanto a mim, é que tanto o sistema de ensino público como o privado possam coexistir.

O extermínio puro e simples do público levaria sempre a uma perda em termos de possibilidade de escolha para o utente. E nada garante que não existam pessoas que optem pelo público em detrimento do privado.

Agora, quem não beneficia do ensino público devia ter a possibilidade de não ter que contribuir fiscalmente para esse sistema de ensino. Pelo que o ensino público seria pago por quem dele beneficia.

Esta ideia é, obviamente, extensível a outras áreas.

Vai na linha do tal princípio do utilizador – pagador.
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por NGM » 25/10/2005 14:16

Já agora, não consigo de encontrar as faces da uma mesma moeda nos milhares de professores reformados antecipadamente a receber mais de 2500€ (vejam os dados da CGA que o JoãoCosta apreciou noutro tópico), por oposição à falta de condições (a começar pelo salário e pela estabilidade na carreira) que tem o Devastador e demais professores.

A segurança social actual nestes moldes é insustentável. Um entre tantos "direitos adquiridos". Caso uns quantos (porque ainda beneficiados... porque necessitando hoje, não pensam no amanhã...) insistam em agarrar-se a isso, não sobrará para ninguém. Quem cá ficar é que há de contar a história.
 
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por Incognitus » 25/10/2005 14:11

Sim, eu vi essa opinião expressa também.

Discordo no que toca aos prémios, os prémios seriam atribuídos pelo próprio mercado ao preçar diferentemente as diversas escolas.

De resto, isto já me deu uma ideia genérica de investimento boa. De um momento para o outro lembrei-me que uma escola com boa imagem é igual a uma Coca Cola, as pessoas estão dispostas a pagar mais pelos seus serviços mesmo que exista outra escola a providenciar o mesmo serviço mais barato.

Ora, isso indica a probabilidade de margens mais elevadas, sustentáveis, neste sector. Como tal, convém achar escolas privadas cotadas que estejam dentro deste cenário, pois provavelmente serão óptimos investimentos. Ainda hoje tenho que começar a minha procura.
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por Pata-Hari » 25/10/2005 14:04

Essa ideia das senhas de educação já foi defendida pelo Prof Diogo Lucena que usava também como exemplos da absurdidade do sistema o facto de ser obrigado a aceitar a escola pública em que o estado decidia meter os filhos dele simplesmente com base no critério de morar no número X da rua Y e não com base nas necessidades das crianças em causa e que eram conhecidas só e apenas pelos pais das mesmas.

O que ele explicava era que seria muito mais eficiente deixar que cada encarregado de educação pudesse escolher qual a escola mais adaptada e que o sistema se tornaria mais eficiente pelo simples facto de haver escolha. Penso, mas estou a falar de memória, que depois concluia o "processo" sugerindo prémios às escolas com maior procura (se não o sugeriu seria o ábsolutamente lógico para que houvesse sempre motivação para melhorar, premiar a qualidade, qualidade essa avaliada pelo mercado de estudantes).

Estou certa que li isto no semanário económico online(para quem tiver curiosidade em procurar).
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por NGM » 25/10/2005 14:03

semprefrio Escreveu:Pois, mas também é bom realçar que rotular persistentemente todos os professores do ensino público de parasitas não contribui para o seu empenho.

E esse é um tique que se tem vindo a generalizar.


Até ao momento não vi ninguém rotular todos os professores do ensino público, Semprefrio. E esses tiques de crítica fácil para com os professores encontram sustento nos tiques exibidos por certos professores ao longo destas discussões. Desde oferta de "reguadas" a queixumes sobre condições que a maioria dos portugueses não tem nos seus trabalhos.

Expressei aqui várias vezes a minha opinião genérica sobre a classe docente, à qual devo parte do que sou e consegui. Cito uma dessas passagens.

NGM Escreveu:Em relação à carreira docente, vejo-a como uma profissão nobre, e essencial na sociedade. É um papel cada vez mais difícil, quando a educação (moral e cívica) não começa em casa.


Mas isso não enche os olhos de areia. E sobre o que é serviço público todos têm direito a uma palavra a dizer, porque parte interessada e contribuinte. No país actual, o Estado não pode proporcionar nem tantos empregos, nem tantos subsídios/complementos, nem tanta "rédea livre" a muitos do que por lá trabalham. A quem servir o barrete que o enfie. Juntando a isto a corrupção e o "chico-espertismo" que grassa na sociedade portuguesa, está o caldo entornado.

A quem trabalha uma palavra de solidariedade de alguém que (por enquanto) é também funcionário público em dedicação exclusiva, e sabe o que é trabalhar vendo muitos encostados.
 
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por Incognitus » 25/10/2005 13:55

A melhor forma seria mesmo privatizar tudo. Cada aluno gerava uns determinados "créditos para ensino" que poderiam até ser quase equivalentes ao orçamento do ensino presente dividido pelos alunos existentes (mas idealmente, seria menos).

Depois, esses créditos serviriam para pagar a escola aos alunos. Existiriam certamente escolas que nem absorveriam os créditos todos (deixando algum para gastar de outra forma), e escolas onde os créditos não chegariam (necessitando os pais que aí quisessem colocar os filhos de dispender um adicional).

Cada escola seria também uma empresa. Certamente que se acabavam as faltas abusivas dos professores (pois isso rapidamente levaria ao despedimento). Acabavam-se tb os mega concursos (porque as escolas certamente que quereriam pessoal estável).

Como as escolas poderiam obter um prémio se fossem boas (vindo do facto de poderem cobrar mais e conseguir na mesma alunos), isso provavelmente levaria a que o ensino no seu global melhorasse.
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por Incognitus » 25/10/2005 13:50

Sim, isso é um problema.

Mas, que melhor forma de o resolver, que privatizar totalmente o ensino, e o Estado atribuir um "seguro de ensino" a todos os alunos?

É que o problema nem sequer está em 2500 serem demasiado dinheiro para compensar um professor, ou em o horário ser pouco.

O problema está em essas benesses serem atribuídas pelo sector público. Se forem empresas privadas a actuar dessa forma, já não é problema (embora, obviamente, possa ocorrer que as que assim ajam não se aguentem no mercado a menos que essas práticas levem a um ensino extraordinário pelo qual as pessoas se mostrariam dispostas a pagar um prémio).
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por semprefrio » 25/10/2005 13:46

Pois, mas também é bom realçar que rotular persistentemente todos os professores do ensino público de parasitas não contribui para o seu empenho.

E esse é um tique que se tem vindo a generalizar.
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por Incognitus » 25/10/2005 13:31

Eu devo realçar que também acho que professores empenhados são importantíssimos.

Mas, por outro lado, diria que comer também é importante, e isso não é razão para todos sermos obrigados a pagar 50 Euros por refeição.
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por NGM » 25/10/2005 13:26

E em vez do :!: queria ter posto o :idea: . Provavelmente ajudava a perceber a intenção.
 
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Re: Última intervenção

por NGM » 25/10/2005 13:25

semprefrio Escreveu:
NGM Escreveu:
devastador Escreveu:Depois de ler todas estas mensagens vejo que não vale a pena um professor ser empenhado...


semprefrio Escreveu:Um professor empenhado é um valor que nenhuma sociedade deveria desprezar.


:!:


Realcei 2 afirmações que me pareciam essenciais, num tópico que se afastou progressivamente da (des)importância dos rankings de escolas. Por concordar com elas, nada mais havia a acrescentar.
 
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Re: Última intervenção

por semprefrio » 25/10/2005 12:20

NGM Escreveu:
devastador Escreveu:Depois de ler todas estas mensagens vejo que não vale a pena um professor ser empenhado...


semprefrio Escreveu:Um professor empenhado é um valor que nenhuma sociedade deveria desprezar.


:!:


Qual é o teu espanto?

Não concordas que a sociedade deve reconhecer e valorizar um professsor empenhado?
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Re: Última intervenção

por NGM » 25/10/2005 11:58

devastador Escreveu:Depois de ler todas estas mensagens vejo que não vale a pena um professor ser empenhado...


semprefrio Escreveu:Um professor empenhado é um valor que nenhuma sociedade deveria desprezar.


:!:
 
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por NGM » 25/10/2005 11:51

Incognitus Escreveu:NGM, o Estado tb deveria apertar com médicos e enfermeiros.


Deve apertar com todos... Mas enquanto houver defeito de oferta, tem handicap negocial. :|
 
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por NGM » 25/10/2005 11:49

arocha Escreveu:A questão é muito mais vasta, complexa e alguns "forenses" já têm apontado o dedo.


Ainda que a maneira mais fácil de vencer um tubarão fosse agredi-lo entre os olhos, pode ser difícil conseguir lá chegar...

Arocha, o facto de existirem problemas estruturais na sociedade muito mais graves não invalida que se aponte o dedo a "pontas do icebergue".

Eu não hesito em criticar a minha classe, no que entendo que deve ser criticado. Mas fico com a opinião que os forenses "professores" enfiam barretes que não lhe são dirigidos. A não ser que, p.e., tenham horário 0 e andem a acumular funções bem remuneradas. O que é criticável em QUALQUER função pública.

Os bons professores que não tomem como suas as dores da cáfila que pode denegrir a classe. Eu continuo a acreditar nas virtudes do ensino público. Toda a minha família e eu próprio por lá passou e passará enquanto não me seja provado que é estúpido continuar a fazê-lo.
 
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por Incognitus » 25/10/2005 11:39

NGM, o Estado tb deveria apertar com médicos e enfermeiros.

Se existem médicos estrangeiros a vir para Portugal, é porque:
1) Estamos a formar médicos a menos;
2) Estasmos a pagar demasiado aos que temos (pelo menos os "públicos".

Outra coisa que me parece inaceitável é existirem muitos médicos com listas de espera brutais no público e sem listas de espera - para os MESMOS médicos - no privado. Embora possam existir mil e uma razões para isto, o conceito em si é inaceitável. Será o sector público de saúde menor que o privado? Estará muito mais sobrecarregado que o privado?

Em todo o caso, mais valia que a totalidade do sector de saúde fosse privado, e o Estado garantisse um seguro de saúde a cada cidadão, e deixasse de gerir esta coisa.
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por NGM » 25/10/2005 11:33

Devastador, esses médicos que fazem horas extraordinárias poderiam ser professores a fazer horas extraordinárias. Não o são porque não há falta de professores na maioria das áreas, nem haverá tão cedo.

Quanto aos enfermeiros, também já estiveram em muito melhores lençóis, graças à desorientação do Estado na gestão de recursos humanos. Conversa com enfermeiros recém-licenciados e não com quem "já lá está dentro", para veres a diferença.

A lei da oferta e da procura é válida na bolsa como no mercado de trabalho. Há licenciaturas e licenciaturas. O Estado é (era) muito dado a pagar consoante as habilitações literárias dos funcionários, dando garantias a qualquer "doutor" de ganhar o seu. No privado, não é assim, e tende a pagar-se pela necessidade relativa desse profissional.

O mercado está sobresaturado de potenciais professores. O Estado gasta dinheiro a subsidiar licenciaturas que não são necessárias. Fica bem ter um canudo, nem interessa de quê.

Se o Estado cortasse onde era preciso, haveria dinheiro para pagar justamente a ti e aos demais professores que TRABALHAM e são necessários. Acabando com reformas chorudas, antecipadas e imerecidas... Horários-zero. Tanta asneira, em tantos sectores (saúde, educação).

Na saúde haverá sempre um grande obstáculo à moralização. Se o Estado "apertar" com médicos e enfermeiros, eles têm possibilidade de ir vender o seu peixe para outras bandas. Quantas profissões do sector público podem afirmar o mesmo? Como diz o Incognitus, muitos são pagos acima do que a necessidade de profissionais justificaria...
 
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Re: Última intervenção

por semprefrio » 25/10/2005 11:22

devastador Escreveu:Depois de ler todas estas mensagens vejo que não vale a pena um professor ser empenhado...


Um professor empenhado é um valor que nenhuma sociedade deveria desprezar.

devastador Escreveu:Relativamente a colégios há bons colégios e maus colégios, o mesmo se passando com as escolas estatais. Em Coimbra, as melhores são as públicas e que estão nos 1º lugares a nível nacional (e não têm 5 alunos). Os professores aí não se aplicam? Como em todas as profissões há bons e maus profissionais. Agora não generalizem e não digam sempre mal...dos outros...


Eu tenho as minhas filhas num colégio privado.

Na minha opinião, um dos problemas no ensino público (em particular, do ensino até ao secundário, inclusive) é que, genericamente, não são proporcionadas as condições necessárias para que os professores e restantes profissionais desenvolvam um bom trabalho. E essas condições necessárias vão muito para além das monetárias.

O nosso ensino público não oferece - a quem lá trabalha e a quem lá estuda - estabilidade, segurança, não possibilita o envolvimento profundo, não se rege por padrões de exigência permanente, não motiva. É mais fácil encontrar tudo isto num bom colégio privado.

Eu não culpo os professores - na sua maioria - por este estado de coisas no ensino público. Os professores são muitas vezes vítimas e não podem fazer muito para o alterar.

Apesar desta visão (onde pesa o conhecimento de sempre ter frequentado escolas públicas, do ensino primário ao ensino superior), não tenho dúvidas que também existem boas escolas públicas (o problema é serem apenas algumas e não o padrão). E essas, as boas, devem muito ao empenho dos professores que lá trabalham. Por isso, força Devastador. :wink:
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por Incognitus » 25/10/2005 9:44

A mania de desviar o assunto para "não perceber nada de..." parece espalhar-se.

Para que é preciso perceber alguma coisa de educação, para entender que 2500+ Euros de retribuição para todos os professores do ensino básico e secundário, é uma retribuição excessiva face à realidade do mercado?

É uma verdade "self evident". Não é preciso perceber NADA de praticamente COISA NENHUMA, para se compreender essa verdade.

Ou tem alguma dúvida que se não fosse o Estado a pagar esses valores, esses valores nunca seriam pagos em média em final de carreira? Nem se reformariam com eles em média em final de carreira ...

A diferença entre o que o mercado pagaria, e o que o Estado paga, tem um nome: Roubo. É legal, mas é um roubo na mesma.
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por arocha » 25/10/2005 9:31

Meu caro Devastador já se deve ter apercebido que estes "forenses" percebem muito é de bolsa. De educação são (salvo rarissimas excepções)ignorantes. Daí porem-se a discutir o que não sabem ou julgam que sabem. Como se o problema deste país fosse os salários dos senhores professores, dos médicos ou o subsídio de renda de casa dos juízes etc..etc.. A questão é muito mais vasta, complexa e alguns "forenses" já têm apontado o dedo.
 
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por Incognitus » 25/10/2005 9:10

Quanto a salários, o meu é de 1200 euros(limpos).


O problema está no fim da carreira, onde aparentemente ainda não chegaste. Os professores reformam-se virtualmente todos com mais de 2500 Euros por mês, e convenhamos, eu tb acho que a profissão de professor deve ser valorizada, mas NÃO CREIO que no mercado professores de ensino básico ou secondário alguma vez valeriam 2500 Euros por mês em média num país com salários médios de 600-700.
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Última intervenção

por devastador » 25/10/2005 1:02

Bem, eu como professor não consigo trabalhar só 35 horas semanais...
Eu aderi (por minha iniciativa) aos testes diagnósticos desenvolvidos pela universidade de Aveiro para o 9º ano. Tive reuniões fora da hora laboral, tive que instalar na escola os programas necessário para a sua realização e ainda increver os alunos. Em tudo isto gastei horas do meu precioso tempo. Qual será a recompença do meu trabalho? Será que valeu a pena?
Tive na semana passada outra reunião por causa das provas de exame do ano anterior. Tenho assim em casa 10 provas sorteadas para as analisar questão a questão e para depois elaborar os respectivos relatórios. Será que trabalho só 35 horas?
Acho piada o pessoal a dizer que trabalha 50 horas (só os OUTROS é que trabalham)...Estranho, pois conseguem intervir no caldeirão de Bolsa ao longo de todo o dia (devendo por isso estarem bem atentos ao mercado)...
Quero dizer que as provas de exame já não são pagas (e concordo com isso desde que os prazos para as corrigir sejam maiores). Cada professor recebe entre 30 a 40 provas e recebia 600$00 por cada uma (uma fortuna).
Quanto a salários, o meu é de 1200 euros(limpos).
Agora pensem no vosso...
Quanto aos médicos, conheço um casal de médicos que fazem bancos atrás de bancos (ou seja, dormem no hospital). Devem ganhar pouco com os bancos...
Porque é que existem estas famosas listas de espera? Porque os médicos só tratam o doente se for na sua clínica privada ou no seu consultório (e muitos não passam recibo). Isto é a realidade.
Quanto aos enfermeiros metade do curso é prático (o que está certo). Não é mau, pois é bem melhor do que estar a estudar teoria (o curso de enfermagem não se equipara ao curso de medicina). Em 1990 era três anos. Convivi com um amigo que estudava para enfermeiro e sei o que digo. Um dia ele apareceu a dizer que agora não seria enfermeiro mas sim ENGENHEIRO TÉCNICO DE SAÚDE...Como não era doutor era engenheiro. Também já era altura de acabar com estes chavões (no estrangeiro as pessoas não são tratadas desta forma).
Depois de ler todas estas mensagens vejo que não vale a pena um professor ser empenhado...Trabalham 20 horas, têm 8 semanas de férias, recebem por cada exame que corrigem... Gostaria era de vos ver a dar aulas em determinadas escolas do país...
Relativamente a colégios há bons colégios e maus colégios, o mesmo se passando com as escolas estatais. Em Coimbra, as melhores são as públicas e que estão nos 1º lugares a nível nacional (e não têm 5 alunos). Os professores aí não se aplicam? Como em todas as profissões há bons e maus profissionais. Agora não generalizem e não digam sempre mal...dos outros...
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