Caldeirão da Bolsa

Ranking de escolas 2005, Mira Rio é melhor escola nacional

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Escolas

por jarc » 24/10/2005 21:14

Valves, o assunto é sério e complexo. Apesar de tudo penso que ainda é possível inverter a tendência :lol: O problema está em saber como e quando.
Repara neste absurdo: A capacidade de endividemento de uma autarquia está relacionada com o número de imóveis. Estranho? Não é! Porque imaginas que se licenciam aberrações?

E neste: O Governo central distribui verbas às autarquias mas a aplicação das verbas fica ao critério de quem tem maioria. E regras acima das maiorias? Que é feito delas? Quem fiscaliza e como?

É a vida...E que vida!
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por valves » 24/10/2005 20:12

A Câmara Municipal de Loulé gasta anualmente -só em dívida à banca- com o Estádio de Loulé, o equivalente a várias Escolas dignas desse nome. Valerá a pena estar para aqui a discutir os resultados dos exames?

Reparem bem alunos a estudar em barracões e a prioridade foi construir um estadio no Algarve :roll: ás vezes dá vergonha do país em que se vive ...

Um abraço
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
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Privado vs Publico

por DM » 24/10/2005 14:03

Boa tarde. Sou um estudante do Ensino Superior e ao longo da minha (ainda curta) vida estudei tanto em escolas públicas como em colégios particulares, e sendo uma experiencia recente gostaria de partilhá-la neste forum.

Até à 4ª classe estudei num colégio particular. Do 5º ao 9º ano estudei num outro colégio particular (que está muito bem posicionado no ranking deste ano como já é habitual). O ensino secundário (10º ao 12º) foi feito num liceu público.

As diferenças que eu experimentei entre os dois ensinos (público vs privado) são enormes. A começar pelos professores. Posso dizer que tive professores bons e professores menos bons tanto no público como no privado. No entanto, no colégio onde estudei até ao 9º ano era extremamente raro um professor faltar a uma aula. E mesmo quando faltavam, nem pensar em algum dos alunos ir para o recreio. Ficávamos todos na sala de aula a estudar ou a fazer os trabalhos de casa, supervisionados pelo próprio director. Quando um professor tinha de faltar durante períodos longos (geralmente por motivos de saúde), vinha rapidamente um professor substituto. No colégio, sempre que um aluno faltava à aula ou não fazia os TPC, levava uma falta marcada no livro de ponto. Todos os alunos tinham uma caderneta onde eram marcadas as faltas, e o encarregado de educação tinha de assinar essa caderneta quinzenalmente, para se inteirar da assiduidade do seu educando.

Um pouco farto desta rigidez, quando cheguei ao liceu fiquei encantado com a liberdade que os alunos tinham. Os professores faltavam muito mais às aulas. Quando faltavam íamos todos para o bar ou jogar matraquilhos. Se por acaso os alunos se baldassem nada lhes acontecia. Quase nunca tínhamos trabalhos para casa. O interesse dos professores pelos alunos era bem menor que no colégio. Para dizer a verdade, estavam um bocado a marimbar-se, principalmente para os alunos mais fracos.

Eram ambientes completamente diferentes. Enquanto que no colégio particular os professores puxavam e incentivavam todos os alunos, na escola pública só se safava quem realmente estivesse interessado.

A minha impressão também é que os professores do privado trabalhavam muito mais e estavam melhor preparados para dar as aulas que os do público, talvez pelo risco de perderem o emprego ser maior.

Na minha opinião, as diferenças no sucesso escolar entre alunos do privado e alunos do público não são apenas explicadas pelas diferenças sócio-económicas. É óbvio que a esmagadora maioria dos alunos que estudam em colégios vêm de famílias com poder de compra elevado, estabilidade financeira, e geralmente os pais têm habilitações superiores. Mas não é apenas isso que justifica um maior sucesso dos seus filhos. Há todo um conjunto de práticas e políticas seguidas na maioria dos colégios que leva a que os seus alunos estejam melhor preparados. Acho que é necessário mudar muito nas políticas da educação em Portugal, e em vez de se atacar o ensino privado por puro preconceito ideológico, devia-se tentar aplicar ao ensino público algumas das práticas do particular.

No liceu onde estudei, havia 3 ou 4 professoras que deviam ter os seus 50 anos, que não davam aulas e passavam o tempo todo na biblioteca a ler revistas. Pertenciam ao quadro de professores da escola e por isso não podiam ser despedidas, recebendo o seu ordenado ao fim do mês sem fazer nada. Alguém vê uma coisa destas em escolas particulares?
 
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por Incognitus » 24/10/2005 14:01

A questão das 35 horas presente serem vistas como "fantásticas" é realmente surreal, num mundo onde praticamete só conheço pessoas que trabalham 50 horas por semana ou mais.
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Re: O que não se vê...

por NGM » 24/10/2005 12:53

devastador Escreveu: Quem corrige depois as provas em que os alunos pedem revisão de prova? Sabe quantos são os professores necessários para um secretariado de exames?


Segundo sei por familiares professores, quem corrige provas extra recebe por isso. E olhe que eles gostam de o ganhar.

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por NGM » 24/10/2005 12:41

devastador Escreveu: Há escolas agora onde os professores têm que estar PRESENTES as 35 horas por semana.


Dito assim, até parece que é crime!

devastador Escreveu: Quanto aos enfermeiros é uma maravilha... fazem o cursinho em três anos a brincar... (no 2º e 3º ano passam metade do tempo a colocar em prática o que aprenderam, ou seja, sem teoria para ESTUDAR). Começam a trabalhar bem novinhos...


A licenciatura em enfermagem é de 4 anos, caro professor. Já há muitos anos. Mas continua a ser paga, na função pública, equiparada a bacharelato. Quem se tornou enfermeiro antes da licenciatura tem a oportunidade de realizar um complemento nas escolas de Enfermagem para obter a licenciatura. Sabe porque muitos não o fizeram? Porque continuariam a ganhar o mesmo...

devastador Escreveu: (...) o trabalho que um professor desenvolve ao longo da sua vida profissional. Não termina com o final das aulas. Veja se agora entende!!!!


Aqui foi dito que imensas profissões trazem trabalho para casa. Dito assim, parece martírio exclusivo dos professores.

Já aqui disse que ser professor é uma profissão nobre, e cada vez mais ingrata numa sociedade onde a educação moral e cívica cada vez menos é recebida em casa. A escola não pode fazer tudo.

Mas não se tome a parte pelo todo, nem o todo pela parte. Não me veja como um desses médicos que compram casas de 500000 euros e não cumprem horários no hospital, e eu não o verei como um dos professores com "horário 0", a ganhar do bom fora da escola. É preciso moralizar a função pública, no seu trabalho como no meu. Só assim haverá condições para quem de facto trabalha.
 
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Pois... bem...

por maya » 24/10/2005 3:52

Eu tb acho que é preferível um colégio particular.

Definitivamente a eficiencia da maquina estatal neste ramo deixa muito a desejar.

E disto tenho alguma experiÊncia, pois desde o 5º ano até ao 12º andei num colégio particular (interno), pertencente a uma ordem religiosa.

E uma coisa posso dizer: se lá não andasse provavelmente não estava agora aqui a escrever... - Os meus colégas de primária (que ficaram na terrinha e na escola pública) só um deles é que tirou um curso superior (enfermagem).

Isto porque à partida existem nas escolas públicas muitas coisas para distrair. Não que eu não tivesse coisas para me distrair! Pois enquanto os outros estudavam, eu durante o tempo de estudo, estudava electrónica, Shiatsu, do-in, coleccionava selos, lia romances, estudava plantas medicinais... li umas enciclopédias (não aquela grande luso-brasileira - essa ainda estaria hoje a ler).

Uma coisa que é impostante fazer é distinguir os vários colégios privados. Uma coisa é falarmos do Colégio Alemão (onde um dia gostava de ter os meus filhos a estudar...) ou do Planalto, do Mira tejo, ou de alguns outros colégios tb ligados a ordens religiosas.

A verdade é que os professores aí (pelo menos nalguns casos) dedicam-se de facto ao ensino e aos alunos (Quanto a notas forjadas, não existe a mínima necessidade disso, na verdade o que se aprende chega e sobra por regra para atingir os requesitos "mínimos".)

Depois o que se constata na pública, é que os professores pouco se preocupam em ser claros a dar o essencial para depois passar para conteúdos mais complexos.

"A verdade é brevissima, o resto é explicação" e tanto é assim que, já leccionei matérias em 3 dias que quando me tinham sido leccionadas durante o curso tinham demorado um mês a ser minimamente ministradas (e na verdade posso dizer que não tinha aprendido grande coisa).

Muitas vezes a questão põe-se em clarificar, sistematizar e esquematizar as materias mais complexas.

Um história que aconteceu no ano passado: A minha irmã tinha tido Latim no 10º e 11º. Não tinha aprendido grande coisa... mas quando chegou ao final do 12º decidiu fazer exame de Latim (sem ter tido aulas todo o ano e sem saber grande coisas de Latim)...

Veio ter comigo durante uma semana antes do exame. Expliquei-lhe como funcionava a estrutura frásica, a sua articulação com as declinações e conjunções, pronomes etc, nos ultimos 2 dias dias dedicamo-nos a rever as obras que eram programa do 12º (ainda do meu programa pois ela nem sequer chegou a comprar o livro) e as obras que saíam habitualmente no exame.

O certo é que chegou ao exame final (nacional) de 12º e passou (salvo o erro) com 11. Uma nota que não é grande coisa, mas que para alguem que estudou a matéria que deveria dar durante o ano, numa semana.

Existem mais dois pontos importantes que muitas vezes são descurados no ensino mas que eu considero essenciais:

1º- Mostrar a utilidade das coisas (quantas vezes foram por nós estudadas matérias sem que nos fosse mostrada a verdadeira utilidade destas.

2º- Estimular a capacidade criativa e divergente dos alunos.
Reforçando esta através de análises interdisciplinares (mas não só entre as disciplinas dadas nas aulas) e da análise práctica.

François Chatelet sobre Platão dizia: "Sócrates é como um moscardo que espicaça as consciências adormecidas no sonho fácil das ideias feitas."....
Cumprimentos,
O Maya

" A Verdade é brevissima, o resto é explicação!"

Ps: Qualquer coisa que eu escreva nunca deverá/poderá ser considerada uma recomendação ou algo similar para adquirir ou alienar um qualquer título, sendo uma mera opinião, consideração pessoal.
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por devastador » 24/10/2005 2:45

Não leve a mal, pois eu tive é alguma dificulde em perceber as suas ideias. Se calhar foi perda de tempo.
Um horário semanal de 20 horas semanais? Não seja mentiroso.
Há escolas agora onde os professores têm que estar PRESENTES as 35 horas por semana. Eu estou 28 horas semanais e vou-me deitar a esta hora porque estive a terminar uma ficha de trabalho.
Quanto à qualidade do discurso, tenho mais é que fazer...
Quanto a ficar calado relativamente a previlégios, saio daqui sem saber o que faz na sua vida...Mas deve ter uma profissão muito dura, pois não entendeu todo o trabalho que um professor desenvolve ao longo da sua vida profissional. Não termina com o final das aulas. Veja se agora entende!!!!
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por alexandre7ias » 24/10/2005 2:31

Incognitus Escreveu:pedras, o falar-se dos professores é apenas para mostrar que o excesso NÃO É SÓ nos políticos e acessores. Porque sem dúvida que aí o problema também existe.

Mas o problema é tanto mais grave, quando mais numerosas são as classes que sugam o Estado de forma anti-competitiva.

Sobre a fuga aos impostos, embora ela seja real é óbvio que tb não constitui o cerne do problema, basta ver o peso da DESPESA do Estado na Economia, acima dos 50%.


Nunca vi nenhum professor gastar 25 mil ou mais € por mes em telemovel! O que eu gostava de saber e devia ser obrigatório ( isso é que era bom ), era os gastos dos politico (carros,telemoveis,visas,restaurantes,hoteis,etc )
Eu pelo contario adorava descontar milhares em impostos, era sinal que ganhava milhares tambem, no entanto entendo aqueles que pagando milhares tentam desviar algum.
A continuar assim, um dia destes todos vamos querer ser pobres, assim em vez de pagar, recebemos :)
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Re: Devastador

por TraderAT » 24/10/2005 2:16

Só mesmo um professor podia ter esta resposta :? ...

Eu, se tivesse um horário de trabalho de 20h semanais e podesse gozar 7/8 semanas de Férias por ano, estaria de certo satisfeito, mas, tendo uma idéia da realidade que se passa com as outras classes profissionais não vinha tentar justificar o facto! Disfrutava apenas das regalias muito bem caladinho... 8-)

Numa coisa dou razão aos professores: Ganham pouco e são actualmente uma classe profissional que não é suficientemente valorizada na razão da importância que têm (ou deviam ter) na sociedade, afinal são eles que ensinam as nossas crianças!

Cumprimentos e boa noite

P.S.-Não leve a mal, mas ainda bem que não é professor de Português, é que sinceramente tive alguma dificuldade em entender certas partes do seu longo discurso.
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por alexandre7ias » 24/10/2005 2:09

Incognitus Escreveu:A atitude do lobo, de achar que quem paga para este sistema é OBRIGADO a faze-lo, e merecia umas reguadas por o criticar, será uma das que estará na base de - algures no futuro - a guerra passar de ser sem tiros, para ser com tiros.

Porque é exactamente isso que se vai passar. Uma crise económica e o Estado a querer manter todo o seu custo de funcionamento, e a obrigar o resto da sociedade a comer a crise toda, calar e pagar. E o resto da sociedade nesse ponto não vai aceitar.

No fundo, nada de novo, nada que não se tenha já passado umas quantas vezes nas últimas centenas de anos.



Eu já disse varias vezes, que o nosso mal foi um 25 de Abril sem sangue( Não que goste de guerra ), no entanto não estou a ver, muito sinceramente as pessoas aos tiros(Ainda falta muito para isso acontecer, somos muito pacificos) a não ser que sejam os não Portugueses a começarem e depois como sempre vamos por arrasto.
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O que não se vê...

por devastador » 24/10/2005 1:52

Que belas escolas... também quero...mas essas Devem ser escolas primárias...
As que terminam a 25de Junho (básicas) têm agora as provas de Matemática e Português, depois de corrigidas reuniões de avaliação, entrega das notas aos pais, reuniões de departamento, matrículas. Onde estão essas 7, 8 semanas de férias? Se essas escolas terminarem essas tarefas antes de Agosto, o que vão fazer? Vão pôr os professores na escola a fazer o quê? Se calhar a receber os meninos (que não querem ir e fazem muito bem pois têm o direito a terem FÉRIAS) e a tomar conta deles...Tomem os pais...
Escolas secundárias com exames do 10º ano, 11º ano e 12ºano acabam as aulas mais cedo (10 de Junho e não a 25 de Junho). Mas o ano lectivo NÃO TERMINOU. Há reuniões de professores para dar notas. Há actas para se fazerem, há reuniões de departamento para se fazerem, há matrículas dos alunos para se fazerem e outras pequenas questões a serem resolvidas (não vale a pena falar nelas), há que fazer vigilâncias aos exames (agora a Matemática e Português no 9º ano e as do 12º ano), há que fazer as provas globais e que as corrigir. E o outro trabalho que não se vê? Quem corrige os exames e preenche todos os formulários que são necessários(prazos apertados de uma semana, o que representa um trabalho de 14 horas diárias)?
Quem corrige depois as provas em que os alunos pedem revisão de prova? Sabe quantos são os professores necessários para um secretariado de exames? Quem recebe de manhã (7:00 ,7:30) bem cedo as provas de exame entregues pela polícia? O secretariado de exames tem que receber essa provas, depois de feitas pelos alunos há que as codificarem para que ninguém saiba quem as realizou e ainda têm de ser entregues novamente à polícia (isto tudo durante um mês, ou seja, a época de exames). Há professores do secretariado de exames que ainda se deslocam à escola nos primeiros dias de Agosto (são poucos mas há). Também é verdade que nem todos os professores trabalham o mesmo...Um professor de Educação Visual não tem no final do ano o mesmo trabalho de um professor de Matemática, como eu, evidente...e qual é a culpa que eu tenho?
Quanto ao ano de estágio, que é assegurado no curso, foi o ou dos anos mais trabalhosos que tive. Era necessário criar, diariamente, materiais novos para enriquecimento das aulas (agora que já os tenho tudo é mais fácil...). Fiz dois trabalhos científicos em que tive que ir à universidade por diversas vezes para discutir a sua evolução com o Orientador Científico (professor universitário) e tive que os defender...O curso de Matemática na Universidade de Coimbra são 5 anos. Nas letras o estágio não é assegurado e por isso é de 4 anos.
O que me apetece fazer é quando os alunos terminarem as aulas eu vir para casa de FÉRIAS e depois ver que como é que corre a época de exames e quais são as suas notas...Seria lindo. :mrgreen:
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por César » 24/10/2005 1:20

As escolas secundárias por onde passei ficaram-se pelo 64º e 84º (penso eu) respectivamente Liceu Almeida Garret (Gaia) e Escola António Sérgio (Gaia)!
Nada mau! :wink:
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benfica - estou sim? quem fala?
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Re com conhecimento de causa!

por TraderAT » 24/10/2005 0:49

F.VIEIRA Escreveu:... como diz o Miguel Sousa Tavares,que mais parece um ignorante ao dizer que no Verão são 3 meses.Onde se passa tal?Nas Escolas Secundárias os exames nacionais terminaram a 23 de Julho e dp disso ainda existe mta coisa para fazer.A 1 de Setembro todos os Professores se apresentam nas Escolas para proparar o inicio de um novo ano.Onde estao os 3 meses???No Natal e na Pascoa as aulas terminam e ps Professores ficam no meio da papelada quase mais uma semana a classificar os aluno, mas os ignorante dizem que são quinze dias...Enfim critique-se mas com conhecimento de causa.
Cumprimentos


Boa noite

Exactamente por ter algum conhecimento de causa (e apesar de estar a fugir ao tema do tópico) venho expor o seguinte:
Do meu círculo de amigos, familiares e conhecidos, não conheço nenhuma classe profissional que tenha tantos dias de Férias. Um professor tem de Férias no minímo, 5/6 semanas no Verão (dependendo da escola e do respectivo conselho executivo), 1 semana no Natal e 1 semana na Páscoa...ora, isto perfaz 7/8 semanas de Férias anuais!!
Sem que isso sirva de argumento, mas como referiu o tempo que esteve a estudar, eu também tirei uma Licenciatura de 5 anos (não de 4 anos como alguns cursos de via-ensino!) e tenho direito por ano a 22 dias uteis de Férias, ou seja 4 semanas e 2 dias!!...aliás 99% da População portuguesa terá estes 22 dias...
Aqui concordo com o MST, por que razão os professores tem tanto tempo de Férias, quando qualquer outra classe profissional apenas tem 22 dias por ano...

Alguem me consegue dar uma explição para isto? :?: :?:
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por scpnuno » 24/10/2005 0:14

Acho muito curioso que ninguém ponha em causa os alunos e a capacidade dos mesmos. Os professores, as escolas, os ambientes têm imprtancia, mas e os alunos?

Eu tenho 2 filhos com pouco mais de 1 ano de diferença. Na escola, andam também, claro, com 1 ano de intervalo. São filhos do mesmo pai e da mesma mae, moram na mesma casa, frenquentaram sempre as mesmas escolas (publicas) e os mesmos ATLs. Há casos em que até têm os mesmos professores. Um é um excelente aluno, bastante acima da média, o outro vê-se "grego" para chegar á media. E agora? Deito a culpa para quem? Ambientes mais iguais era impossivel. Que média querem que eu faça da escola que frequentam? a do melhor ou a do pior? essas médias na minha opinião, não servem para nada. E por muit que nos custe como pais, podemos ter um filho que não tenha as capacidades intlectuais que gostariamos. E não adianta que frequente o melhor colegio do mundo. Professores, tais como pais e alunos, há bons, maus e medianos. Os bons não estão todos no ensino privado. Devo dizer que acredito que pelo contrário, por isso optei pela escola publica. Um dia haverá em que eles vão ter que enfrentar o mundo "publico", em quejá não os vos poder proteger. Achei melhor que fossem sabendo isso desde já. Respeito todas as opções, esta foi a minha.

E devo dizer que, muitos professores (não todos, claro) com quem me tenho cruzado como mãe, merecem a minha profunda admiração. Além de professores, têm que ser conselheiros, pais, educadores, fiscais, policias...e cada vez têm menos meios.

Todos nós desejamos o melhor para os nossos filhos, mas nem sempre o conseguimos. Seja em colegios privados, em escolas publicas, onde for. O que mais falta faz aos nossos filhos é aquilo que nós temos cada vez menos para dar ...tempo e atenção.

Abraços
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Médicos e enfermeiros

por devastador » 24/10/2005 0:13

Ouvi por aí dizer que os médicos ganham mal?
Em que país? Não deve ser em Portugal...Não estou a falar no início da carreira, claro, pois aí ganham menos, como toda a gente...As casas mais caras de Coimbra são compradas por médicos (preço >=500mil euros).
Quanto aos enfermeiros é uma maravilha... fazem o cursinho em três anos a brincar... (no 2º e 3º ano passam metade do tempo a colocar em prática o que aprenderam, ou seja, sem teoria para ESTUDAR). Começam a trabalhar bem novinhos... Devem agora querer ganhar o mesmo que um médico...Conheço já uma enfermeira que assina Dr.(ou seja, DOUTORA)Ana .... :mrgreen:
Cuidado que agora são os doutores enfermeiros...(os mais velhos até têm só a 4º classe, o que é galo)
Só eu tirei o curso de matemática na universidade de Coimbra (com disciplinas com taxa de insucesso superior a 80%) e não tenho o Dr. no livrinho de cheques...Para quê estudar?
Quem tem o telhado de vidro não atira pedras ao vizinho (= Professor)
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por devastador » 23/10/2005 23:52

É sempre bom terem os filhos no colégio, pois as notas são melhores (podem-se COMPRAR mais facilmente). Estou a falar das notas do final do ano, não as dos exames nacionais...(pois aí a música é outra...).
Já dei aulas num colégio e sei bem como é...O chefe estva sempre presente nas reuniões de avaliação para fazer lembrar ao professor, caso fosse necessário, que determinada nota não era a correcta e que o melhor era subir um bocadinho...
As escolas de Coimbra aparecem sempre entre as primeiras, e estas não têm 5 alunos...E o que é que a maior parte dos papás desses meninos fazem? São economistas, médicos, professores, advogados...
Há muitos colégios em que os resultados são péssimos
(Externato Flor do Campo em Loures obteve 3,15 valores). Onde é que está a qualidade do ensino particular? Onde é que há a maior discrepância entre as notas do final do ano e as notas dos exames? Não é no público...
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É só rir...

por devastador » 23/10/2005 23:10

Mira Rio a melhor escola nacional? Hahahahahahaha... É só rir...Esta escola só levou 5 alunas a exame, porque tinha uma turma com 5 alunAS (nada de rapazes, pois nos dias de hoje as raparigas são muito mais aplicadas que os rapazes). Aulas com 5 alunas não são explicações...nem naaaaaada que se pareça... EhEhEh :mrgreen: :mrgreen:
Andam num colégio... logo, não devem ser filhas do padeiro, do pedreiro, do homem do lixo,...
O que é que o teu pai faz?
As meninas responderam: O meu pai é médico; O meu é empresário; O meu é...(não viram a entrevista na televisão?)
Esta escola é que tem bons professores...os outros são uma *****!!!! Como é bom ser professor :cry: ...
É que nas escolas pública as turmas têm mais de 20 alunos(muitos dos pais desses alunos têm só o 4º ou o 6º ano, baixa escolaridade, com fracos rendimentos, sem possíbilidades económicas para pagar a um explicador e sem conhecimentos científicos para ajudar os seus educandos, ausência de livros em casa, etc).
Quanto às férias dos professores no Natal e na Páscoa, são só os dias que restam depois das reuniões de avaliação (não são 15 dias!!). É muito fácil acabar com elas!!! É acabar com as férias dos alunos (nem nenhum de nós gostava das férias quando eramos alunos, né?). E já agora vamos todos incendiar as casas para que os malandros dos bombeiros trabalhem...é que têm muitos dias de férias...
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por pedras11 » 23/10/2005 18:53

Pata, compreendo o seu ponto de vista em relação ás "nossas" responsabilidades.

Mas se eu confio em alguém que me rouba, não posso ser acusado de roubar.

Eu pessoalmente só votei uma vez para a Presidência da República.

No caso dos politicos que estão a ser investigados, a justiça foi lenta, porque se fossem acusados de algo, além de não poderem ser candidatos , penso que não ganhariam, como aliás aconteceu a Avelino. O povo não é assim tão burro.

Mas o que quis dizer é que não é só a fuga aos impostos a responsável pelo estado do país. Só isso. E também, se há fuga aos impostos a responsabilidade é em grande parte de quem tem\teve responsabilidades governativas.

Por exemplo, alongando-me um pouco na conversa o discurso politico mete nojo. Ora atacas tu, ora ataco eu. É raro ver-se uma critica construtiva. É atacar pelo voto.

Bem haja.
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"

Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges

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por Incognitus » 23/10/2005 17:42

No fundo eu só quero que o Estado privatize tudo o que for privatizável, para que cada um gaste o seu dinheiro como quiser, em vez de o enviar para o Estado e vê-lo esbanjado.

Até porque os professores onde tenho a minha filha provavelmente ganham menos que os do Estado, e a educação é melhor.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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por Pata-Hari » 23/10/2005 17:34

ó pedras, não estamos no país que escolhe eleger para politicos e representantes quem está a ser investigado e sobre quem recaem muito sérias suspeitas de desvio de fundos publicos?! se o povo vota em quem os rouba, a culpa é dos politicos!??!?! a culpa é NOSSA, de quem os vota e de quem não obriga a que as coisas mudem.

E eu assumo a minha quota parte ao não impor e obviar de melhor forma o que acho!
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por pedras11 » 23/10/2005 17:34

pedras,vc defende tanto a fuga aos ditos...será que vc foge aos impostos??? (bricadeira)
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"

Fonte: "La Philosophie de G. C."
Autor: Courteline , Georges

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por Incognitus » 23/10/2005 17:26

pedras, o falar-se dos professores é apenas para mostrar que o excesso NÃO É SÓ nos políticos e acessores. Porque sem dúvida que aí o problema também existe.

Mas o problema é tanto mais grave, quando mais numerosas são as classes que sugam o Estado de forma anti-competitiva.

Sobre a fuga aos impostos, embora ela seja real é óbvio que tb não constitui o cerne do problema, basta ver o peso da DESPESA do Estado na Economia, acima dos 50%.
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por pedras11 » 23/10/2005 17:19

Não me venham com tretas que a culpa do estado do país é só da fuga aos impostos! Não podemos ser ingénuos. Isso é precisamente o que os politicos querem para se desculparem das tremendas asneiras que cometeram no passado.

De quem é a culpa da fuga aos impostos :?:

Quem governou Portugal nos últimos 30 anos :?:

Já há muito temppo que existem recursos humanos e técnicos para levar a cabo essas operações de combate á fraude e fuga fiscal, e porquê só agora se torna mais "agressiva" ?

Vejo muitas preocupações com médicos, enfermeiros e professores( justificadas ) e não vi ninguém escrever sobre o excesso de ministros, secretários de estado, secretários e afins. Porque será :?:

Se o país deve ser visto como uma empresa, para mim os únicos responsáveis pelo seu actual estado são os dirigentes dos últimos 30 anos.


PS: É evidente que há culpas da sociedade aqui e ali, mas no fundamental a nossa situação deve-se á classe politica que temos.
"O desprezo pelo dinheiro é frequente, sobretudo naqueles que não o possuem"

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por Incognitus » 23/10/2005 17:17

Esses exemplos existem não porque falte o dinheiro, mas sim porque o dinheiro está a ser gasto a pagar salários anti-competitivos. Ou seja, salários que não existiriam no nosso país "em média" se fossem sujeitos à lei da concorrência, do mercado.

Ou alguém tem alguma dúvida de que em mercado, seriam raros os professores da primária e secundária que atingiriam o topo da carreira acima dos 2500 Euros e se reformariam com eles?
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