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Espanha diz que Bruxelas não tem que aprovar OPA sobre Endesa
O governo espanhol disse hoje que vão ser as autoridades espanholas a decidir sobre a oferta de aquisição hostil da Gas Natural sobre a Endesa, recusando assim que este caso vá ser regulado pela Comissão Europeia, como pretendia a Endesa.
Ana Filipa Rego
arego@mediafin.pt


O governo espanhol disse hoje que vão ser as autoridades espanholas a decidir sobre a oferta de aquisição hostil da Gas Natural sobre a Endesa, recusando assim que este caso vá ser regulado pela Comissão Europeia, como pretendia a Endesa.

A aquisição referida «é um assunto espanhol» tendo em conta as informações que o governo do país possui neste momento, disse o ministro das Finanças, David Vegara, segundo declarações de um porta-voz à Bloomberg que recusou ser identificado.

A Endesa quer que sejam as autoridades da concorrência da Comissão Europeia a decidir sobre a oferta pública de aquisição hostil lançada pela Gás Natural sobre a maior eléctrica espanhola, tendo, na semana passada, feito um apelo nesse sentido. Segundo a empresa, este caso afecta a concorrência na Europa e não apenas no mercado interno espanhol.

Segundo o avançado pelo «El Pais» dia 8 de Setembro, o presidente do Conselho de Administração da Endesa, que se opõe à OPA da Gas Natural, está a preparar uma estratégia de defesa da investida da Gas Natural, que passa por pedir que seja Bruxelas a analisar os problemas de concorrência decorrentes da operação.

Uma fusão entre duas empresas que obtenham mais de dois terços do seu volume de negócios no mesmo país terá de ser aprovado apenas pelo regulador do país em causa.

A Endesa está a encetar uma estratégia para inviabilizar a OPA da Gas Natural e uma das suas esperanças era que fosse Bruxelas a analisar este caso. A Comissão Europeia «chumbou» a aquisição da GDP pela EDP, um negócio em tudo idêntico ao agora projectado em Espanha. Bruxelas foi chamada a dar a sua palavra sobre este negócio pois envolvia a italiana Eni, accionista da Galp Energia.