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02-09-2005, João Vieira Pereira
Entre Abril e Julho, Espanha cresceu 0,9% e deverá fechar o ano com um crescimento perto dos 4%. Em apenas 3 meses o PIB espanhol aumentou duas vezes mais do que Portugal deverá crescer durante todo o ano de 2005. Uma economia que parece imune a uma difícil conjuntura internacional e que enfrenta como principal perigo uma suposta bolha especulativa no imobiliário. Receios justificados pelo incrível dinamismo do sector da construção que tem sido o principal motor da vizinha economia, tal como foi da agora frágil economia portuguesa durante anos.
Só que Espanha, enquanto aplica a sua “política do betão”, vai fazendo o trabalho de casa que, por cá, nunca se fez. Reforma o estado, cria condições excepcionais para a dinamização das suas empresas, garante a continuidade de políticas e aposta na estabilidade política. Uma realidade tão diferente da portuguesa que nos permite concluir que, - surpresa! - , eles estão certos e nós não. A economia portuguesa está presa por arames e a recessão está ao virar da esquina. Vamos terminar 2005, na melhor das hipóteses, em estagnação económica, o que ponderando bem todos os factores até que não é mau.
A Portugal falta estratégia que Espanha soube e sabe implementar. Um pequeno exemplo disso é a notícia que o ministro da Economia quer avançar com um programa de promoção de Portugal no exterior com o título “Portugal marca”, semelhante ao que Espanha possui. No início de 2002, depois da demissão de António Guterres, o ICEP promoveu uma reunião com responsáveis por meios de comunicação nacional onde foi apresentado um estudo que concluía a necessidade de fortalecer a marca “Portugal”. Dois anos de estudo permitiram ao ICEP descobrir o que qualquer pessoa lhes podia imediatamente ter dito e a custo zero: Portugal precisa de ganhar notoriedade! Esse “estudo” foi politicamente esquecido por Durão Barroso que, em vez da “Marca Portugal” (era esse o nome do projecto), decidiu que era melhor apoiar diversas marcas nacionais no exterior cuja notoriedade individual projectariam a identidade do País. No final de 2005 volta tudo à estaca zero. Ao estudo apresentado em 2002, Manuel Pinho troca o nome de “Marca Portugal” para “Portugal Marca”. Sr. ministro, ámen! Estamos há cinco anos a decidir o que fazer e depois dos milhões gastos com consultores de imagem e dos “postos de trabalho” criados para o efeito o que temos é um “Portugal Nada”. Nesta altura já não discuto qual a melhor estratégia, faça-se é qualquer coisa, já!
Exemplos deste abundam na por vezes ridícula gestão política que se faz em Portugal. Não é pois de admirar que ainda não foi este ano que vimos a luz ao fundo do túnel. Talvez em 2006, quem sabe em 2007 se a Europa ajudar e se na área económica o Governo começar a dar cartas agora. E não é preciso ir longe para saber o que fazer, nem falar dos exemplos da Irlanda ou da Finlândia. Chega de olhar para Espanha e ver moinhos de vento. Tire-se ideias e copie-se o que de melhor eles fazem. Temos aqui ao lado um mercado quatro vezes maior que o nosso, a crescer a um ritmo invejável e que é o nosso principal parceiro comercial. Abençoado crescimento espanhol. Agora tire-se da í o melhor partido.
Semanario Económico
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Entre Abril e Julho, Espanha cresceu 0,9% e deverá fechar o ano com um crescimento perto dos 4%. Em apenas 3 meses o PIB espanhol aumentou duas vezes mais do que Portugal deverá crescer durante todo o ano de 2005. Uma economia que parece imune a uma difícil conjuntura internacional e que enfrenta como principal perigo uma suposta bolha especulativa no imobiliário. Receios justificados pelo incrível dinamismo do sector da construção que tem sido o principal motor da vizinha economia, tal como foi da agora frágil economia portuguesa durante anos.
Só que Espanha, enquanto aplica a sua “política do betão”, vai fazendo o trabalho de casa que, por cá, nunca se fez. Reforma o estado, cria condições excepcionais para a dinamização das suas empresas, garante a continuidade de políticas e aposta na estabilidade política. Uma realidade tão diferente da portuguesa que nos permite concluir que, - surpresa! - , eles estão certos e nós não. A economia portuguesa está presa por arames e a recessão está ao virar da esquina. Vamos terminar 2005, na melhor das hipóteses, em estagnação económica, o que ponderando bem todos os factores até que não é mau.
A Portugal falta estratégia que Espanha soube e sabe implementar. Um pequeno exemplo disso é a notícia que o ministro da Economia quer avançar com um programa de promoção de Portugal no exterior com o título “Portugal marca”, semelhante ao que Espanha possui. No início de 2002, depois da demissão de António Guterres, o ICEP promoveu uma reunião com responsáveis por meios de comunicação nacional onde foi apresentado um estudo que concluía a necessidade de fortalecer a marca “Portugal”. Dois anos de estudo permitiram ao ICEP descobrir o que qualquer pessoa lhes podia imediatamente ter dito e a custo zero: Portugal precisa de ganhar notoriedade! Esse “estudo” foi politicamente esquecido por Durão Barroso que, em vez da “Marca Portugal” (era esse o nome do projecto), decidiu que era melhor apoiar diversas marcas nacionais no exterior cuja notoriedade individual projectariam a identidade do País. No final de 2005 volta tudo à estaca zero. Ao estudo apresentado em 2002, Manuel Pinho troca o nome de “Marca Portugal” para “Portugal Marca”. Sr. ministro, ámen! Estamos há cinco anos a decidir o que fazer e depois dos milhões gastos com consultores de imagem e dos “postos de trabalho” criados para o efeito o que temos é um “Portugal Nada”. Nesta altura já não discuto qual a melhor estratégia, faça-se é qualquer coisa, já!
Exemplos deste abundam na por vezes ridícula gestão política que se faz em Portugal. Não é pois de admirar que ainda não foi este ano que vimos a luz ao fundo do túnel. Talvez em 2006, quem sabe em 2007 se a Europa ajudar e se na área económica o Governo começar a dar cartas agora. E não é preciso ir longe para saber o que fazer, nem falar dos exemplos da Irlanda ou da Finlândia. Chega de olhar para Espanha e ver moinhos de vento. Tire-se ideias e copie-se o que de melhor eles fazem. Temos aqui ao lado um mercado quatro vezes maior que o nosso, a crescer a um ritmo invejável e que é o nosso principal parceiro comercial. Abençoado crescimento espanhol. Agora tire-se da í o melhor partido.
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As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
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