Caldeirão da Bolsa

Só para especialistas

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MarcoAntonio » 4/8/2005 12:46

zelareka Escreveu:marco,

repare q nao e obrigatorio q acerte num grafico em particular (como e obvio), mas e sim obrigatorio q em 100 comparacoes (por ex) acerte em qs todos de modo a q nao haja grande duvida q esta mesmo a acertar sem ser por acaso

e claro q algum graficos aleatorios serao parecidos com o reais, mas em muitas experiencias isso nao conta para nada


Não concordo de todo e já lhe expliquei porque não concordo (a explicação é perfeitamente racional e lógica).

O que eu entendo é que é natural que em 100 gráficos (e entre 3 escolhas) o analista tendesse a acertar em mais do que 1/3 das vezes (por exemplo, acertar em 40 ou 50%).

Eu repito:

:arrow: Num gráfico real o analista depara-se frequentemente com situações novas, que desconhece (nesses casos, o natural é que não tenha qualquer opinião);

:arrow: Um gráfico aleatório vai reproduzir inevitavelmente padrões que surgem nos gráficos reais (sejam eles fiáveis ou não);

Entender que um analista distinguiria, digamos, em 99% dos casos é entender que o analista já viu tudo, já tudo sabe sobre o mercado, que o seu comportamento (do mercado) é muito limitado, que o mercado não evolui, inova ou não se altera ao nível comportamental (que apresenta um modelo estático independente de qualquer condicionante).

O máximo que um analista pode dizer é que determinado gráfico lhe parece ou não lhe parece real. Nunca o poderá assegurar e é natural que falhe inúmeras vezes (mas também entendo que será natural que acerte mais do que as vezes que acertaria numa escolha aleatória).

No seu caso e dada a sua posição face a esta questão devería mesmo achar bastante estranho que um analista conseguisse assegurar em 99% dos casos qual era o gráfico real.

Quando falamos das aptidões de um analista técnico não estamos a falar de nada de transcendental ou esóterico, de qualidades exta-sensoriais ou coisa que o valha. Estamos a falar das qualidades que todos temos e que todos utilizamos no dia a dia nas mais diversas tarefas: capacidade de observação, aprendizagem (empírica), inteligência e raciocínio lógico, etc, etc. Não é pelo facto de todos as termos que uns deixam de cozinhar melhor do que outros, que outros pintam melhor do que aqueloutros ou ainda que uns quintos conduzam melhor do que uns sextos.

Sendo a distinção baseada numa capacidade convencional o que é que permitiria ao analista fazer a distinção com tão elevado grau de acerto? Se qualquer gráfico aleatório pode produzir (e vai produzir) padrões e comportamentos que se passam no mercado real e se no mercado real pode surgir (e surge) a qualquer momento um comportamento diferente do esperado/conhecido?
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 4/8/2005 13:07, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Incognitus » 4/8/2005 12:42

Existem argumentos dos dois lados do campo quanto à previsibilidade, mas nenhum dos campos parece ter vencido.

Obviamente, quem defende a previsibilidade está no mercado a tentar aproveitar-se dela. Quer sejam AT's ou AF's.

Quem defende o contrário advoga fundos índice e a eficiência dos mercados. Têm estado um bocado desacreditados mas não vencidos.
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por zelareka » 4/8/2005 12:22

O que o MA está a dizer é que é irrelevante o gráfico ser aleatório ou não, porque mesmo não existindo previsibilidade num aleatório, a mesma técnica funcionaria num real por existir previsibilidade num real.
---------

bom e facilimo distinguir um grafico aleatorio de um real e creio q essas duvidas de q falas (e q ate vem nalguns livros, o mais famoso dos anos 70) hoje em dia estao claramente dissipadas. eu proprio eu nao dificuldade desde q use um computador para a analise (a olho nao creio q consiga)

em relacao ao q esta acima, eu percebi isso e a minha resposta aplica-se sem alteracoes. parte da tecnica nao e mecanica mas subjectiva e como tal nao pode ser aplicada de forma igual para graficos aleatorios e nao-aleatorios, senao qual seria a vantagem da componente subjectiva ? qq computador faria o mesmo, coisa q o MA diz nao ser possivel.
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por semprefrio » 4/8/2005 11:23

Incognitus Escreveu:Dito isto, eu tb não acredito na aleatoriedade dos gráficos reais,


Para mim, esta é a parte fundamental.

Até porque quem acreditar na aleatoriedade dos gráficos reais, ainda por cima sem limites :wink:, não será capaz de negociar a não ser ... de forma aleatoria.
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por Incognitus » 4/8/2005 11:14

semprefrio, volta-se ao mesmo.

Não está cabalmente estabelecido que exista previsibilidade numa série de cotações.

Pelo que é relevante que se consiga destinguir entre um gráfico aleatório e um real, até porque todo o argumento académico contra a previsibilidade numa série de cotações assenta precisamente em que essa distinção não é possível (ou seja, que um gráfico real É aleatório - mesmo que existam muitos exemplos que claramente pareçam não ser - também existem muitos exemplos aleatórios que claramente parecem não o ser ...).

Assim, não se pode dizer que não existe problema em aplicar a AT erradamente a um gráfico aleatório, porque se fosse real funcionava. Existe problema, sim, porque se fosse real, não está estabelecido que funcionasse e isso está a pressupor-se quando se diz que "é diferente a aplicação a uns e outros".

Dito isto, eu tb não acredito na aleatoriedade dos gráficos reais, apenas estou a apontar que existem coisas que não se podem afirmar cabalmente sem provas. Mas se formos por aí também não existem provas de que a Análise Fundamental funcione, embora exista a evidência de que o lucro é o objectivo de uma empresa, e naturalmente qualquer filosofia que tente apurar o valor de uma empresa deverá preocupar-se com o objectivo desta.
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por semprefrio » 4/8/2005 11:08

Incognitus Escreveu:Exacto, gráficos = séries de valores.


hehehehe, não é isso.

A diferença está aqui:

gráfico aleatório = série de valores

gráfico de cotações = série de cotações
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por Incognitus » 4/8/2005 10:58

Exacto, gráficos = séries de valores.
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por semprefrio » 4/8/2005 10:53

[quote="Incognitus"]
Bem, essa é uma questão que o estabelecimento académico ainda não resolveu cabalmente (se existe ou não previsibilidade num gráfico real), e o tema é mesmo se é possível destinguir um gráfico real de um aleatório. Se não fosse possível faze-lo, tal seria porque não existe previsibilidade no real.
/[quote]

Incognitus, neste caso, para além de todas as discussões mais ou menos académicas que possam surgir, existe um pormenor que faz toda a diferença.

O que se devia discutir é se será possível prever o comportamento de uma cotação com base numa série de cotações passadas. O facto da série aparecer representada num gráfico ou numa tabela é apenas um pormenor. Muitas pessoas preferem o gráfico porque é mais simples olhar para a informação assim disposta.

Por exemplo, se tens um nível de cotações a servir de resistência, podes chegar a essa conclusão com ou sem gráfico. A interpretação que fazes da quebra ou não desse nível de cotações também não está dependente da existência ou não do gráfico.
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por Zeds » 4/8/2005 10:43

Incognitus Escreveu:Para isso, temos que PROVAR que existe essa previsibilidade, o que não aparenta ser nada fácil.


Esta questão é o ponto fulcral nesta discussão, a previsibilidade ou não dos mercados depende sempre dos métodos usados para o efeito, sendo ponto assente que os mercados não são lineares e considerando que a maior parte dos modelos têm esse pressuposto (linearidade), o estudo da previsibilidade tem que passar necessariamente por modelos não lineares (agora saber qual), que inevitavelmente têm grau de complexidade muito superior, daí que:
Incognitus Escreveu:Bem, essa é uma questão que o estabelecimento académico ainda não resolveu cabalmente (se existe ou não previsibilidade num gráfico real), e o tema é mesmo se é possível destinguir um gráfico real de um aleatório. Se não fosse possível faze-lo, tal seria porque não existe previsibilidade no real.
 
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por Incognitus » 4/8/2005 9:46

O que o MA está a dizer é que é irrelevante o gráfico ser aleatório ou não, porque mesmo não existindo previsibilidade num aleatório, a mesma técnica funcionaria num real por existir previsibilidade num real.

Bem, essa é uma questão que o estabelecimento académico ainda não resolveu cabalmente (se existe ou não previsibilidade num gráfico real), e o tema é mesmo se é possível destinguir um gráfico real de um aleatório. Se não fosse possível faze-lo, tal seria porque não existe previsibilidade no real.

Ou seja, não podemos partir do pressuposto que não existe problema em prevermos no aleatório e no real, porque se fosse no real a previsão tenderia a funcionar. Não podemos partir desse pressuposto, porque isso implica pressupor também que no real existe previsibilidade, o que não está estabelecido.

Para isso, temos que PROVAR que existe essa previsibilidade, o que não aparenta ser nada fácil.
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por zelareka » 4/8/2005 6:02

marco,

repare q nao e obrigatorio q acerte num grafico em particular (como e obvio), mas e sim obrigatorio q em 100 comparacoes (por ex) acerte em qs todos de modo a q nao haja grande duvida q esta mesmo a acertar sem ser por acaso

e claro q algum graficos aleatorios serao parecidos com o reais, mas em muitas experiencias isso nao conta para nada
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por Falcao » 4/8/2005 1:23

Muito bem uma simulação muito engraçada. Usaste o coeficiente u e d (modelo de Black- Scholes Merton)apenas faltou uma coisa foi determinares qual a probabilidade de cada um dos cenários( que embora aleatóreos detém um factor p). Poderias ter enveredado por uma arvóre binomial e construido uma simulação de preços dos activos tal como se processa para determinar pelo modelo binomial o preço das opções.
Um abraço,
Falcao
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por MarcoAntonio » 3/8/2005 23:53

zelareka Escreveu:Se as tecnicas foram desenvolvidas para o mercado real e voces as aplica normalmente sem criterio no mercado real entao e claro q vai fazer o mesmo nos graficos aleatorio e nesse caso concordaria consigo.


Que é a questão fundamental. Meditando racionalmente no assunto não podería discordar...

zelareka Escreveu:Mas voce disse ja repetidamente q parte essencial do seu trading e a analise subjectiva, a leitura pessoal e subjectiva dos graficos:


Sem dúvida.

zelareka Escreveu: neste contexto sinto q voce tem a obrigacao de destinguir um grafico aleatorio e um q nao seja aleatorio e nao vejo falacia nenhuma no q escrevi


Ora, a questão é que não só não existe a obrigação como não é fundamental, como acabei de demonstrar (e o zelareka não pode, por força da lógica mais sólida, discordar).

No entanto, parece-me natural (disse-o já várias vezes e nesse ponto vou parcialmente de encontro ao que está a dizer) que se consiga, ainda que com um grau de falibilidade inevitável, indicar quais são provavelmente os verdadeiros e quais são provavelmente os falsos.

Repare numa coisa (ou melhor, duas) que obviamente se está a esquecer:

:arrow: Até no mercado real o analista se depara, diariamente, com situações novas para as quais não tem (não deve ter) opinião;

:arrow: Acresce que um gráfico aleatório pode reproduzir perfeitamente um movimento que se podia dar no mercado real (na realidade, no mercado real pode acontecer quase qualquer coisa);

Assim sendo, onde está a obrigatoriedade e a fundamentalidade de distinguir uma coisa da outra?

Eu (nem ninguém) poderá olhar para um gráfico e dizer/assegurar que não é verdadeiro. Apenas pode dizer qual lhe parece o verdadeiro e qual lhe parece o falso. Não é fundamental que acerte nem é obrigatório que seja capaz de a fazer a distinção para lá de qualquer margem de dúvida.

Digo mais, sería estranho se o fizesse dado que - por hipótese - até pode estar a olhar para um gráfico gerado aleatoriamente que curiosamente está a reproduzir de forma bastante semelhante algo que já se passou no mercado (ou pode vir a passar).

Voltemos à Biblioteca de Babel: é o mesmo que eu lhe entregar um livro qualquer e o zelareka assegurar que é um livro gerado aleatoriamente (quando na realidade, embora gerado aleatoriamente, é exactamente igual a um livro que existe de facto e escrito numa lingua que não conhece nem nunca viu).
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por zelareka » 3/8/2005 23:17

Se as tecnicas foram desenvolvidas para o mercado real e voces as aplica normalmente sem criterio no mercado real entao e claro q vai fazer o mesmo nos graficos aleatorio e nesse caso concordaria consigo.

Mas voce disse ja repetidamente q parte essencial do seu trading e a analise subjectiva, a leitura pessoal e subjectiva dos graficos: neste contexto sinto q voce tem a obrigacao de destinguir um grafico aleatorio e um q nao seja aleatorio e nao vejo falacia nenhuma no q escrevi
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por MarcoAntonio » 3/8/2005 22:55

Mas voltemo-nos para questões realmente interessantes:

zelareka Escreveu:Ora para uma pessoa na area da AT subjectiva (MAntonio) destinguir um grafico aleatorio de um nao aleatorio e obviamente fundamental pois e nessa magia de saber ler os graficos q se baseia a grande vantagem q eles tem no mercado.


Em parte este raciocínio recai sobre a falácia de que um analista irá emitir opiniões sobre um gráfico aleatório tomando-o por real.

Volto a frizar, trata-se de uma falácia pois não existe qualquer problema lógico em que um analista o faça, desconhecendo que o gráfico foi gerado aleatoriamente.

O facto de não ser possível prever com qualquer grau de fiabilidade o comportamento futuro de activo virtual gerado aleatoriamente, tal não significa que também não o sería se um activo real tivesse descrito o mesmo comportamento.

Nada tem de absurdo, nada tem de ridículo e - acima de tudo - nada prova sobre a eficácia dos métodos do analista. O que foi gerado aleatoriamente foi o gráfico e não o mercado real pelo que as premissas que se aplicam ao gráfico aleatório (a de que é impossível prever o que quer que seja) não se aplica ao mercado real (independetemente do gráfico poder ser tomado por real).

Espero que os que me lêm estejam familiarizados com a Biblioteca de Babel de Jorge Luis Borges.

Imaginem que entravam na dita biblioteca (para quem desconhecer é uma biblioteca onde estão todos os livros possíveis e imagináveis, cujos os textos foram gerados aleatoriamente e onde se pode encontrar todos os textos já escritos pelo homem e todos os que alguma vez se encontrarão bem como todos os outros possíveis, mesmo se tratando da maior algarviada possível tipo «sasiuire erwerwr hsfjashdksdh erwekrje...»).

No fundo, o Zeds está a brincar (no bom sentido!) à Biblioteca de Babel gerando gráficos aleatoriamente, gráficos esses que poderão ser tomados por verdadeiros e que, mais ainda, reproduziram necessariamente comportamentos semelhantes aos que se podem encontrar no mercado real.

Mas voltemos à Biblioteca de Babel. Imaginem que lá entram e tomam-na por uma biblioteca normal. Pegam num livro e começam a ler e leiam a primeira frase «As armas e os barões assinalados...»

Haverá algo de ridículo, de absurdo ou de falta de cultura geral se vocês, leitores, concluissem que estavam a ler os Lusiadas?

E que até dissessem que quando voltassem a página (façamos de conta) encontrassem «da ocidental praia lusitana»?

Não, nada. Nada de errado. O livro foi gerado aleatoriamente, reproduziu algo naquele trecho que poderia muito bem ser um livro alguma vez escrito pelo homem mas...

dado que foi gerado aleatoriamente, tanto podem encontrar «da horizontal praia lusitana» como qualquer outra algarviada. Na realidade, aí encontrarão milhões de livros onde aparece «As armas e os barões assinalados» e não é possível saber em qual deles o resto reproduz de facto os Lusiadas.

Ora, o que temos com os gráficos aleatórios é precisamente isto. E como já disse neste tópico, só sería estúpido o analista se colocado num mundo virtual onde os dados eram gerados aleatóriamente e ele, continuando a emitir opiniões, não se apercebesse que elas deixarem de apresentar a consistência que apresentavam no mundo real.

Se o gráfico gerado entre o ponto A e B descreve um determinado comportamento e se, por ser gerado aleatoriamente, não é possível prever o que se ocorrerá a seguir naquele gráfico aleatório tal não significa de todo que o mesmo se aplique a um gráfico real que porventura tenha apresentado o mesmo comportamento ou semelhante.

Porque os gráficos aleatórios produzem gráficos semelhantes aos reais, tal não significa que os reais sejam aleatórios e que não seja possível determinar relações de causa/efeito nos gráficos reais.

Contudo reconheço que um analista experiente deverá conseguir, dentro de certos limites e com uma falibilidade inevitável, distinguir quais são provavelmente os gráficos verdadeiros e quais são os gráficos reais.

Muito cuidado contudo ao retirar ilacções quanto ao que se faz nos gráficos reais utilizando as premissas que se aplicam aos gráficos aleatórios.

É que podem ter quase a certeza absoluta que, no mundo real, se pegarem num livro que diga «As armas e os barões assinalados...» o que vem a seguir é «... da ocidental praia lusitana» ainda que um livro da Biblioteca de Babel que diga «As armas e os barões e os barões assinalados...» de seguida possa dizer uma outra coisa qualquer.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 3/8/2005 22:52

Zelareka, eu vou responder rapidamente a este post e de seguida entrará um post com questões realmente interessantes...

zelareka Escreveu:portanto o q o marco esta a dizer e q

1-nao acertou devido a uma capacidade superior de ler os graficos mas sim pq conhecia aquele grafico de cor ficando portanto por se saber se consegue destinguir os graficos aleatorios dos nao aleatorios


Eu estou a dizer que se não conhecesse o gráfico BB ficaria indeciso entre esse e o CC. Talvez optasse pelo BB mas não o posso assegurar (nem considero importante, sublinho).

zelareka Escreveu:2-como tal nao tinha q salvaguardar nada (e bem verdade)


Não tinha e é tão óbvio que não tinha que a sua conclusão só pode derivar de preconceitos. Nem foi capaz de ver que eu tive a sinceridade de dizer que se não soubesse qual era, poderia perfeitamente tomar o CC como verdadeiro.

zelareka Escreveu:3-eu tenho ma fe em relacao a si e q devia pelo menos ser mais cordial e q estou enganado


Sobre isso, não tenho qualquer duvida. Ainda que substitua má fé por preconceito. O Zelareka já decidiu tudo sobre a minha pessoa e como tal, tudo o que diz é baseado nesse preconceito.

Ainda que a maior parte das vezes o Zelareka revele não me conhecer minimamente ou saiba o que é que eu realmente penso sobre determinado assunto. Apenas pensa que sabe...

zelareka Escreveu:aqui ha uns tempos numa conversa acerca dos cursos q voce da deixou q varias pessoas me insultassem, esquecendo a sua posicao de moderador pq na altura lhe convinha.


Não me recordo de nada em concreto mas, sempre que possível, deixo que sejam os outros moderadores a tratarem desses assuntos (evito ser juiz em causa própria). Nas discussões que me envolvem só actuo como moderador se me parecer absolutamente indispensável ou se mais nenhum moderador estiver presente.

Não actuo por conveniencias. Na realidade o que descreve constitui mais uma inconveniencia.

zelareka Escreveu: na altura isto pareceu uma tactica muito pouco honesta mas se calhar estou so a exagerar


Obviamente que pareceu. Qualquer coisa que eu faça ou diga será interpretada por si de acordo com o preconceito que tem relativamente a mim. Eu nem esperava que dissesse outra coisa numa circunstância como esta...

zelareka Escreveu:entretanto voce da cursos de AT q diz "nao serem para fazer dinheiro". diz tb q a AT e uma arte e nao consegue explicar de uma forma sistematica como faz as suas decisoes.


Quem lhe disse que eu não consigo explicar?

Porventura participou nalgum curso para notar essa incapacidade?

Curiosamente os formandos não notaram (muitos dos quais licenciados, alguns até com várias licenciaturas). Também no Forum o faço amiudamente...

zelareka Escreveu: sera pois q consegue ensinar o q nao consegue explicar ? depois mostra uma dezena de trades em 2 ou 3 anos (nao me lembro bem qts nem e importante). para a maior parte das pessoas isto nao faz confusao mas a mim faz.


Ao certo, o que é que relativamente a mim, não lhe faz confusão?

Não precisa de responder...


zelareka Escreveu:escreve umas analises q parecem horoscopos, sem um minimo de objectividade e onde qs todos os cenarios futuros cabem (os dos jornais nao sao diferentes, bem sei)


É a sua opinião que não só respeito como não me incomoda minimamente. O Zelareka pensa isso, outros pensarão uma coisa completamente diferente. Deixo para cada um essa decisão/avaliação.

zelareka Escreveu:posso estar enganado e vou-lhe dar o beneficio da duvida, por mim nao o chateio mais.



Chatear, não consegue. Apenas acho que se perde tempo quando se podiam discutir, de forma séria e elevada, assuntos de interesse geral.

Não me choca que outros tenham perspectivas e abordagens diferentes da minha (pelos vistos choca e incomoda bastante a outros que eu tenha as minhas).

zelareka Escreveu:repare q ate noutro dia voce falou q um mercado tem 3 estados, coisa q nao e demonstravel.


Eu não me preocupo a demonstrar aquilo que a prática não mo exige. Como já lhe disse, o mundo para mim não é preto e branco e dominado unica e exclusivamente por formulas matematicas ou demonstrações cientificas (não que tenha particulares dificuldades com essas áreas - até porque são as minhas áreas académicas - mas porque já percebia há muito que há muito mundo para lá disso).

zelareka Escreveu:mas eu nem sequer o aborreci a perguntar como e q voce sem ser a posteriori acha isso.


Sem ser à posteriori não acho nada porque tudo o que aprendi posso dizer (com um erro minimo) que aprendi com o mercado. O meu grande livro foi o mercado. Quando cá cheguei (ao mercado) nada sabia dele. À priori... nada sabia, nada achava que valor tivesse.

Por outro lado temos académicos que passam a vida a estudar o mercado, nunca o chegam a compreender realmente (não pretendo com isto dizer que compreendo tudo sobre o mercado, apenas o suficiente), chegam a alguns modelos que funcionam de forma mais ou menos mediocre (para entretanto serem abandonados em detrimento de outros) ou mais ou menos boas e nunca chegam sequer a negociar.

E não pretendo com isto desvaloriza-los. Apenas pretendo colocar cada coisa no seu lugar...

zelareka Escreveu: estava a tentar ir pelo bom caminho.


Então leia o meu post seguinte, pode ser que encontre algum motivo de interesse...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por zelareka » 3/8/2005 22:17

portanto o q o marco esta a dizer e q

1-nao acertou devido a uma capacidade superior de ler os graficos mas sim pq conhecia aquele grafico de cor ficando portanto por se saber se consegue destinguir os graficos aleatorios dos nao aleatorios

2-como tal nao tinha q salvaguardar nada (e bem verdade)

3-eu tenho ma fe em relacao a si e q devia pelo menos ser mais cordial e q estou enganado

aqui ha uns tempos numa conversa acerca dos cursos q voce da deixou q varias pessoas me insultassem, esquecendo a sua posicao de moderador pq na altura lhe convinha. na altura isto pareceu uma tactica muito pouco honesta mas se calhar estou so a exagerar

entretanto voce da cursos de AT q diz "nao serem para fazer dinheiro". diz tb q a AT e uma arte e nao consegue explicar de uma forma sistematica como faz as suas decisoes. sera pois q consegue ensinar o q nao consegue explicar ? depois mostra uma dezena de trades em 2 ou 3 anos (nao me lembro bem qts nem e importante). para a maior parte das pessoas isto nao faz confusao mas a mim faz.

escreve umas analises q parecem horoscopos, sem um minimo de objectividade e onde qs todos os cenarios futuros cabem (os dos jornais nao sao diferentes, bem sei)

posso estar enganado e vou-lhe dar o beneficio da duvida, por mim nao o chateio mais.

repare q ate noutro dia voce falou q um mercado tem 3 estados, coisa q nao e demonstravel.
mas eu nem sequer o aborreci a perguntar como e q voce sem ser a posteriori acha isso. estava a tentar ir pelo bom caminho.

bye
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por MarcoAntonio » 3/8/2005 20:58

Enganou-se redondamente e nesta sua resposta só vem demonstrar aquilo que afirmei: o zelareka leu o que gostaria de ter lido movido por preconceitos (o preconceito de que eu sentiria a necessidade de salvaguardar respostas).

Eu devo-lhe dizer o seguinte: eu não sou aquilo que o zelareka julga que sou nem aquilo que o que zelareka concebeu a meu respeito faz de mim aquilo que em mim vê.

Eu nunca tive qualquer dúvida sobre qual era o gráfico porque neste caso era demasiado óbvio (não só sabia qual era o gráfico verdadeiro como sabia a que activo dizia respeito). Portanto, sabendo com toda a certeza qual era o gráfico real, nunca em altura alguma sentiria necessidade de salvaguardar o que quer que seja (primeiro, não faz parte da minha forma de ser; segundo, era totalmente escusado num caso em que «toda a gente sabe» o que é o gráfico BB).

No entanto, tive a sinceridade de dizer que embora soubesse que era falso eu tomaría com relativa facilidade o CC como sendo um gráfico de um activo verdadeiro (não precisava de o dizer, mas disse-o).

Entretanto coloquei uma observação sublinhando que o gráfico AA tinha movimentos incaracterísticos (isto não é uma escolha, é uma não escolha que significa que se não soubesse sería dos 3 o primeiro a colocar de parte ficando indeciso entre os outros dois). No post anterior tinha referido que me tinha depreendido com o mesmo tipo de situação relativamente aos 3 primeiros gráficos apresentados.

Zelareka, vou-lhe deixar um conselho, um pedido ou uma solicitação (como queira) que só segue se entender ou se a considerar positiva, fica ao seu critério: concordando ou discordando dos restantes, faço um esforço por aceitar as suas opiniões e acima de tudo, respeite-as. Não parta para a zombaria apenas porque discorda dos pontos de vista de outrém e movido pelos seus próprios preconceitos. O facto de crer que A é mentiroso ou aldrabão não faz dele um mentiroso ou aldrabão portanto, ainda que tenha essa opinião, numa discussão séria discuta os argumentos e não a concepção que tem do seu interlocutor. Assim, faça um esforço para ouvir o que realmente diz, não ouça aquilo que quer ouvir por que iria de encontro aquilo que de antemão já deicidiu. Uma discussão ou interlocução nestes moldes não tem qualquer utilidade (a menos que objectivo seja o de trocar galhardetes, se é esse o caso não conte com a minha comparticipação).

Eu não obrigo ninguém a concordar comigo nem imponho as minhas opiniões a quem quer que seja. Apenas exigo respeito e um minimo de atenção e cordialidade a quem tiver a intenção de discutir um determinado assunto comigo.
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por Incognitus » 3/8/2005 20:48

Uma coisa que esteve na base daqueles descontos brutais, foi o chamado "forced selling", fruto de um credit squeeze bastante forte nos EUA, e de seguradoras pelo mundo todo a acautelarem a sua viabilidade económica.
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por Incognitus » 3/8/2005 20:46

Neste último caso, o BB penso que estava nas memórias te toda a gente. E acho que a maioria das pessoas ganharam fortemente naquele período, tb. Sei que para mim foi bom, pois os descontos do ponto de vista fundamental, em Outubro de 2002, foram os melhores que eu já vi na minha vida.
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por zelareka » 3/8/2005 20:44

deu-me a sensacao q o marco estaria a salvaguardar a retaguarda e a apostar nos 3 graficos sem claramente o dizer. mas se me enganei peco imensas desculpas.
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por Incognitus » 3/8/2005 20:40

Em certa medida os ATs continuam subrepresentados na dita lista, mas é provável que tal seja devido a terem começado maioritariamente tarde e com pouco $. E claro, os fundadores de empresas que mantenham quotas significativas nas ditas tenderão sempre a estar sobrerepresentados.
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por MarcoAntonio » 3/8/2005 20:39

zelareka Escreveu:Disto isto reparo com contentamento q o MA apostou num primeiro post nos graficos CC e BB e logo no seguinto no grafico AA. Como tal nao hajam duvidas q ele acertou no em cheio no correcto.


Leu mesmo o que eu escrevi ou leu o que gostaria de ter lido?

Reproduzo as respostas que dei, integralmente, e que não correspondem minimamente ao que apresentou/descreveu:

MarcoAntonio Escreveu:Pois, é mesmo de caras porque ou muito me engano ou o real é o BB.

Mas devo dizer que o CC também tem aspecto de gráfico verdadeiro/real e eu tomá-lo-ia facilmente como tal (também já no primeiro caso havia um gráfico que considerava ser o real, outro que achava que era aleatorio mas que tinha aspecto de verdadeiro e outro que me parecia aleatorio mesmo). Optava por um porque era indicado que apenas um era verdadeiro (e o mesmo se aplica agora a este exemplo).

Mais tarde vou voltar a este tópico pois ele é muito interessante e levanta questões pertinentes (grande parte delas já levantadas por diversos participantes).



MarcoAntonio Escreveu:Já agora, uma curiosidade, o gráfico AA tem movimentos muito incaracteristicos e se me dissessem que era um gráfico real eu perguntaria se não estava invertido (de pernas para o ar).

Uma das características do mercado é que os movimentos não são simétricos e há determinados tipos de movimentos de alta que não têm correspondência em identicos movimentos de baixa e vice-versa (obviamente pode ocorrer, mas são raros e improváveis... incaracterísticos).



Eu fiz uma única escolha e teci comentários quanto aos outros dois gráficos (que considerei sendo falsos).

Infelizmente, movido por preconceitos como habitualmente, o zelareka leu não o que estava escrito mas aquilo que gostaria de ter lido.

O que é que não entendeu ao certo nas minhas respostas?

Terei todo o gosto em explicar...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por zelareka » 3/8/2005 20:38

o tudor jones e muito secretivo, mas ja o monroe sei q faz o q eu faco
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por Incognitus » 3/8/2005 20:31

Em todo o caso devo dizer que, chegando-se à conclusão que o Paul Tudor Jones é maioritariamente utilizador da AT, eu concordo que a AT terá certamente, em certas formas, utilidade.

A Lista da Forbes é significativa nesse aspecto. É um repositório de casos de sucesso extremo de diversas estratégias. A AT via Paul Tudor Jones está representada, ainda que ele seja mais anti-trend que outra coisa qq segundo as suas palavras (aposta em topos e bottoms, reversals).

Fica a dúvida se a AT de Paul Tudor Jones é mais análise gráfica ou estatística.
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