Fernando Ulrich diz divulgação declarações IRS é monstruoso
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Fernando Ulrich diz divulgação declarações IRS é monstruoso
Fernando Ulrich diz divulgação declarações IRS é monstruoso
08/06/2005 15:24
LISBOA, 8 Jun (Reuters) - A intenção do Governo de divulgar na Internet as declarações dos rendimentos de pessoas singulares é uma monstruosidade e o maior ataque à propriedade privada desde 11 de Março de 1975, dia em que foram decretadas as nacionalizações em Portugal após a revolução do 25 de Abril, disse Fernando Ulrich.
O Chief Executive Officer (CEO) do BPI afirmou que, "tendo em conta o nível do défice de quase sete pct" e a necessidade do Governo de "aumentar a receita fiscal, "há espaço para sobretaxas, temporárias, no Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares e no Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Colectivas".
Adiantou que haverá também espaço para "eventualmente ir aos rendimentos sobre poupanças", mas alertou que, antes destas três hipotéticas medidas, "o Governo devia introduzir portagens nas SCUT" -- autoestradas virtuais em que o utilizador não paga portagens.
Explicou que um maior aumento de impostos teriam um efeito benéfico de fazer com que os contribuintes dessem maior atenção ao nível de despesa pública.
"Acho que é uma monstruosidade (divulgação de declarações de IRS na Internet). É o maior ataque à propriedade privada desde o 11 de Março (de 1975)", disse Fernando Ulrich, na XVIII Conferência Anual do Semanário Económico.
Explicou que tal fomentará "um país de delatores", estimulando as invejas e com duvidosa eficácia quanto ao combate à fuga e evasão fiscais, lembrando que, naturalmente, não deverá trazer surpresas quanto aos altos rendimentos de conhecidos grandes contribuintes.
Explicou que defende há muito tempo que o sigilo bancário para efeitos fiscais seja levantado, mas junto de funcionários das Repartições de Finanças, que estão obrigados ao sigilo profissional.
Quanto às recentes declarações de Jorge Coelho -- sobre a banca ter aumentado os seus lucros no primeiro trimestre de 2005 face ao trimestre homólogo de 2004 e necessidade de ter de pagar mais impostos -- entende que "não há um ataque do Governo".
Adiantou que esta é uma "atoarda de um dirigente do Partido Socialista", mas lembrou que este argumento é uma falácia até porque só com empresas melhores é que se estimula o crescimento e se criam empregos.
Referiu que, "se há quem entenda, que se deve mexer mais profundamente no regime da zona franca da Madeira" -- que vigora até 2011 -- "é pela concertação" que se resolve esta questão, lembrando que, em Portugal, "até nem há muitos bancos" e mostrando a sua disponibilidade.
Fernando Ulrich reconheceu que a generalidade das medidas do actual Governo para controlar o défice "foi corajosa e para além das suas expectativas".
Recordou que tudo o que seja maior desempenho no controlo da despesa é, naturalmente, melhor.
((---Sérgio Gonçalves, Lisboa Editorial, 351-21-3509204 lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
08/06/2005 15:24
LISBOA, 8 Jun (Reuters) - A intenção do Governo de divulgar na Internet as declarações dos rendimentos de pessoas singulares é uma monstruosidade e o maior ataque à propriedade privada desde 11 de Março de 1975, dia em que foram decretadas as nacionalizações em Portugal após a revolução do 25 de Abril, disse Fernando Ulrich.
O Chief Executive Officer (CEO) do BPI afirmou que, "tendo em conta o nível do défice de quase sete pct" e a necessidade do Governo de "aumentar a receita fiscal, "há espaço para sobretaxas, temporárias, no Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Singulares e no Imposto sobre Rendimentos de Pessoas Colectivas".
Adiantou que haverá também espaço para "eventualmente ir aos rendimentos sobre poupanças", mas alertou que, antes destas três hipotéticas medidas, "o Governo devia introduzir portagens nas SCUT" -- autoestradas virtuais em que o utilizador não paga portagens.
Explicou que um maior aumento de impostos teriam um efeito benéfico de fazer com que os contribuintes dessem maior atenção ao nível de despesa pública.
"Acho que é uma monstruosidade (divulgação de declarações de IRS na Internet). É o maior ataque à propriedade privada desde o 11 de Março (de 1975)", disse Fernando Ulrich, na XVIII Conferência Anual do Semanário Económico.
Explicou que tal fomentará "um país de delatores", estimulando as invejas e com duvidosa eficácia quanto ao combate à fuga e evasão fiscais, lembrando que, naturalmente, não deverá trazer surpresas quanto aos altos rendimentos de conhecidos grandes contribuintes.
Explicou que defende há muito tempo que o sigilo bancário para efeitos fiscais seja levantado, mas junto de funcionários das Repartições de Finanças, que estão obrigados ao sigilo profissional.
Quanto às recentes declarações de Jorge Coelho -- sobre a banca ter aumentado os seus lucros no primeiro trimestre de 2005 face ao trimestre homólogo de 2004 e necessidade de ter de pagar mais impostos -- entende que "não há um ataque do Governo".
Adiantou que esta é uma "atoarda de um dirigente do Partido Socialista", mas lembrou que este argumento é uma falácia até porque só com empresas melhores é que se estimula o crescimento e se criam empregos.
Referiu que, "se há quem entenda, que se deve mexer mais profundamente no regime da zona franca da Madeira" -- que vigora até 2011 -- "é pela concertação" que se resolve esta questão, lembrando que, em Portugal, "até nem há muitos bancos" e mostrando a sua disponibilidade.
Fernando Ulrich reconheceu que a generalidade das medidas do actual Governo para controlar o défice "foi corajosa e para além das suas expectativas".
Recordou que tudo o que seja maior desempenho no controlo da despesa é, naturalmente, melhor.
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