A hora da mentira
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Re: A hora da mentira
luiz22 Escreveu:Descobriu novas mentiras. É um problema? Sim. E uma oportunidade. Para Sócrates testar a hipocrisia de todos os que reclamam medidas. Até ao momento em que elas são efectivamente tomadas.
Na minha opinião esta pequena frase diz muito sobre a nossa sociedade. Falamos muito sobre os nossos males e muito facilmente "atiramos pedras" aos nossos politicos quando falham, mas esquecemos ou ignoramos da melhor forma como nos convem a hipocrisia em que nos tornamos quando exigimos mudança e ao mesmo tempo reclamamos direitos com base em questões sociais, de forma que nós proprios constituimos o verdadeiro travão ás nossas vontades.
É como cuspir no prato em que comemos!....Infelizmente tem sido assim os nossos 30 anos de liberdade e democracia!
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Grande parte do aumento do défice será justificavél por uma forte componente cíclica. A recessão levou ao aumento do desemprego que aumentou os subsídios de desemprego, ...
O real problema está na componente estrutural cujo défice efectivamente não terá sido reduzido mas antes agravado!!! Escandaloso!!!
O real problema está na componente estrutural cujo défice efectivamente não terá sido reduzido mas antes agravado!!! Escandaloso!!!
A hora da mentira
17 Maio 2005 13:59
Sérgio Figueiredo
A hora da mentira
sf@mediafin.pt
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O maior défice do Estado não é de natureza orçamental. É de credibilidade. É de respeitabilidade. As instituições deixaram de se dar ao respeito. E as pessoas deixaram de acreditar em quem as dirige. Obviamente que este mal não é de hoje. Mas ontem ficou um pouco pior.
O sr. governador do Banco de Portugal confirmou ao sr. Presidente da República que a situação orçamental é realmente mais grave do que pensava. O sr. primeiro-ministro garantiu que, assim, fica ainda mais preocupado. E já não exclui qualquer cenário.
O Orçamento de Estado deste ano não tem um défice de 3%, de 4%. Nem sequer de 5%, como este Governo contava. Provavelmente andará próximo dos 7%. E isso justifica tudo. Incluindo suspeitar que estávamos a ser governados por uns aldrabões.
O problema é que este filme não é novo. Os portugueses já acompanharam o enredo em 2002, só que as personagens tinham os papeis trocados.
Por isso, Durão Barroso era um candidato com palavra de honra, garantindo que cortava impostos. E, depois de eleito, tornou-se um primeiro-ministro «surpreendido», e a real situação das finanças públicas obrigou-o a fazer exactamente o contrário.
Como a memória não é curta, só há uma leitura possível: a alternância democrática diz-nos que os nossos governantes, sem excepção, há muito que nos andam a esconder a verdade. Dito de outra forma, não são confiáveis.
E isso, uma vez mais, é muito mais danoso para o país do que qualquer derrapagem do défice público. Lança a suspeição sobre todo o sistema – qual é, afinal, o papel do INE, a entidade independente que deveria certificar as informações enviadas para Bruxelas?
Lança a suspeição sobre o país porque, na União Europeia, na Comissão e no Ecofin, Luís Campos e Cunha vai ter alguma dificuldade em convencer que, ao contrário de todos os outros ministros das Finanças, só ele vai respeitar a verdade orçamental.
O facto é que a dramatização está feita e, como Barroso, também Sócrates terá de se vergar ao peso da realidade. Não porque antes lhe faltasse a consciência sobre a dimensão do problema. Mas por só agora ter ambiente para dar o dito por não dito. Tem agora via aberta para:
a) reduzir a despesa onde ela é mais rígida – e isso implica sacrifícios nas políticas sociais;
b) levar o utilizador-pagador às Scut e colocar portagens em quase todas as auto-estradas;
c) aumentar alguns impostos, provavelmente indirectos;
d) fazer o que tem de ser feito na Função Pública, como aumentar a idade de reforma;
e) explicar a todos os seus ministros que serão os primeiros a dar o exemplo. Desde eleitos, não anunciaram uma única decisão que implicasse corte de despesa. Pelo contrário.
Constâncio em Janeiro avisou que estava a chegar a hora da verdade nas finanças do Estado. Descobriu novas mentiras. É um problema? Sim. E uma oportunidade. Para Sócrates testar a hipocrisia de todos os que reclamam medidas. Até ao momento em que elas são efectivamente tomadas.
Sérgio Figueiredo
A hora da mentira
sf@mediafin.pt
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O maior défice do Estado não é de natureza orçamental. É de credibilidade. É de respeitabilidade. As instituições deixaram de se dar ao respeito. E as pessoas deixaram de acreditar em quem as dirige. Obviamente que este mal não é de hoje. Mas ontem ficou um pouco pior.
O sr. governador do Banco de Portugal confirmou ao sr. Presidente da República que a situação orçamental é realmente mais grave do que pensava. O sr. primeiro-ministro garantiu que, assim, fica ainda mais preocupado. E já não exclui qualquer cenário.
O Orçamento de Estado deste ano não tem um défice de 3%, de 4%. Nem sequer de 5%, como este Governo contava. Provavelmente andará próximo dos 7%. E isso justifica tudo. Incluindo suspeitar que estávamos a ser governados por uns aldrabões.
O problema é que este filme não é novo. Os portugueses já acompanharam o enredo em 2002, só que as personagens tinham os papeis trocados.
Por isso, Durão Barroso era um candidato com palavra de honra, garantindo que cortava impostos. E, depois de eleito, tornou-se um primeiro-ministro «surpreendido», e a real situação das finanças públicas obrigou-o a fazer exactamente o contrário.
Como a memória não é curta, só há uma leitura possível: a alternância democrática diz-nos que os nossos governantes, sem excepção, há muito que nos andam a esconder a verdade. Dito de outra forma, não são confiáveis.
E isso, uma vez mais, é muito mais danoso para o país do que qualquer derrapagem do défice público. Lança a suspeição sobre todo o sistema – qual é, afinal, o papel do INE, a entidade independente que deveria certificar as informações enviadas para Bruxelas?
Lança a suspeição sobre o país porque, na União Europeia, na Comissão e no Ecofin, Luís Campos e Cunha vai ter alguma dificuldade em convencer que, ao contrário de todos os outros ministros das Finanças, só ele vai respeitar a verdade orçamental.
O facto é que a dramatização está feita e, como Barroso, também Sócrates terá de se vergar ao peso da realidade. Não porque antes lhe faltasse a consciência sobre a dimensão do problema. Mas por só agora ter ambiente para dar o dito por não dito. Tem agora via aberta para:
a) reduzir a despesa onde ela é mais rígida – e isso implica sacrifícios nas políticas sociais;
b) levar o utilizador-pagador às Scut e colocar portagens em quase todas as auto-estradas;
c) aumentar alguns impostos, provavelmente indirectos;
d) fazer o que tem de ser feito na Função Pública, como aumentar a idade de reforma;
e) explicar a todos os seus ministros que serão os primeiros a dar o exemplo. Desde eleitos, não anunciaram uma única decisão que implicasse corte de despesa. Pelo contrário.
Constâncio em Janeiro avisou que estava a chegar a hora da verdade nas finanças do Estado. Descobriu novas mentiras. É um problema? Sim. E uma oportunidade. Para Sócrates testar a hipocrisia de todos os que reclamam medidas. Até ao momento em que elas são efectivamente tomadas.
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