PT distribui seis milhões aos trabalhadores
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EUA > Fecho 2005-04-29 21:19
Mercados sobem com petróleo abaixo dos 50 dólares
DE
Os índices novaiorquinos fecharam hoje em alta, depois do petróleo ter recuado abaixo dos 50 dólares, pela primeira vez desde Fevereiro.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a subir 0,91% para 1921,42 pontos, depois de ter fechado na quinta-feira a cair 1,36% para 1904,08 pontos.
O Dow Jones Industrial Average encerrou a ganhar 1,18% para 10 189,41 pontos, após ter encerrado a perder 1,25% para 10 071,70 pontos, na sessão anterior.
As bolsas têm estado pressionadas pelos indícios de desaceleração da economia norte-americana.
Hoje, a revisão em baixa do índice de confiança Michigan para o mínimo desde Setembro de 2003, acentuou os receios dos investidores.
No entanto, a queda do petróleo abaixo dos 50 dólares, pela primeira vez desde Fevereiro, voltou a dar ânimo aos mercados
Mercados sobem com petróleo abaixo dos 50 dólares
DE
Os índices novaiorquinos fecharam hoje em alta, depois do petróleo ter recuado abaixo dos 50 dólares, pela primeira vez desde Fevereiro.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a subir 0,91% para 1921,42 pontos, depois de ter fechado na quinta-feira a cair 1,36% para 1904,08 pontos.
O Dow Jones Industrial Average encerrou a ganhar 1,18% para 10 189,41 pontos, após ter encerrado a perder 1,25% para 10 071,70 pontos, na sessão anterior.
As bolsas têm estado pressionadas pelos indícios de desaceleração da economia norte-americana.
Hoje, a revisão em baixa do índice de confiança Michigan para o mínimo desde Setembro de 2003, acentuou os receios dos investidores.
No entanto, a queda do petróleo abaixo dos 50 dólares, pela primeira vez desde Fevereiro, voltou a dar ânimo aos mercados
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Publicidade
Investimento publicitário em Portugal cresce 19,4%, no primeiro trimestre de 2005
Desde o início do ano, que o investimento publicitário em Portugal, tem vindo a crescer, segundo a empresa de audiometria Markest, entre Janeiro e Fevereiro verificou-se um aumento de 8,5% e entre Fevereiro e Março, o crescimento ainda foi mais significativo 30,7%.
Os suportes publicitários em questão são a televisão, rádio, imprensa, outdoor e cinema, nos quais foram investidos 751.505 mil euros.
Se considerarmos o peso relativo de cada meio publicitário, verificamos que a televisão tem um peso de 2/3 no total do investimento efectuado, a segunda posição é detida pela imprensa escrita com quase 20%, a publicidade exterior "outdoor" aparece na 3ª posição com 6,8%, a rádio com 5,8%, e finalmente o cinema, que representa apenas 0,4% dos investimentos.
No que respeita, ao crescimento da publicidade verificado face ao primeiro trimestre de 2004, a televisão e o cinema estão na liderança, apresentando taxas de crescimento de 27,2% e 10,3% respectivamente.
Todos os outros meios publicitários, apresentaram evoluções positivas, compreendidas entre os 3,9% e os 7,2% de aumento.
Investimento publicitário em Portugal cresce 19,4%, no primeiro trimestre de 2005
Desde o início do ano, que o investimento publicitário em Portugal, tem vindo a crescer, segundo a empresa de audiometria Markest, entre Janeiro e Fevereiro verificou-se um aumento de 8,5% e entre Fevereiro e Março, o crescimento ainda foi mais significativo 30,7%.
Os suportes publicitários em questão são a televisão, rádio, imprensa, outdoor e cinema, nos quais foram investidos 751.505 mil euros.
Se considerarmos o peso relativo de cada meio publicitário, verificamos que a televisão tem um peso de 2/3 no total do investimento efectuado, a segunda posição é detida pela imprensa escrita com quase 20%, a publicidade exterior "outdoor" aparece na 3ª posição com 6,8%, a rádio com 5,8%, e finalmente o cinema, que representa apenas 0,4% dos investimentos.
No que respeita, ao crescimento da publicidade verificado face ao primeiro trimestre de 2004, a televisão e o cinema estão na liderança, apresentando taxas de crescimento de 27,2% e 10,3% respectivamente.
Todos os outros meios publicitários, apresentaram evoluções positivas, compreendidas entre os 3,9% e os 7,2% de aumento.
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Comércio e retalho
Volume de négocios no comércio e retalho aumenta 2,8%, em Março.
No passado mês de Março, o volume de negócios no comércio e retalho a preços constantes, aumentou 2,8%, comparando com Março de 2005.
Esta variação deveu-se às variações positivas nos dois agrupamentos, de comércio de produtos alimentares (+5 %) e comércio de produtos não alimentares (+1,1%).
Relativamente a Fevereiro registou-se uma variação negativa de 0,2%, segundo o INE.
Esta variação teve por base o movimento negativo de 0,6%, verificadas no comércio de produtos não alimentares e o aumento de 0,2% no comércio de produtos alimentares.
A variação média no último ano, mantêm a tendência de crescimento iniciada em Agosto de 2004, tendo-se situado em 2,5%
Volume de négocios no comércio e retalho aumenta 2,8%, em Março.
No passado mês de Março, o volume de negócios no comércio e retalho a preços constantes, aumentou 2,8%, comparando com Março de 2005.
Esta variação deveu-se às variações positivas nos dois agrupamentos, de comércio de produtos alimentares (+5 %) e comércio de produtos não alimentares (+1,1%).
Relativamente a Fevereiro registou-se uma variação negativa de 0,2%, segundo o INE.
Esta variação teve por base o movimento negativo de 0,6%, verificadas no comércio de produtos não alimentares e o aumento de 0,2% no comércio de produtos alimentares.
A variação média no último ano, mantêm a tendência de crescimento iniciada em Agosto de 2004, tendo-se situado em 2,5%
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Internet
Clientes de internet em Portugal atingem os 6,77 milhões, segundo a Anacom.
6,77 milhões é o número de clientes de Internet, em Portugal, no final de 2004, segundo a Anacom.
Este número compreende os clientes de assinaturas pagas e de serviços gratuitos.
Os maiores crescimentos, verificados neste sector das telecomunicações são
protagonizados pela banda larga, todavia o dial up ainda é o serviço mais utilizado.
Os clientes de dial up são mais de 5,9 milhões, a esmagadora maioria dos utilizadores de Internet, em Portugal, tendo-se verificado durante, o ano passado, um aumento de 33% deste serviço.
Os clientes da banda larga, são quase 860 mil, tendo-se registado a considerável subida, de 70,6% durante o ultimo ano.
Dentro da banda larga, o cabo representa 50,7% dos clientes, enquanto a ADSL tem 49% os restantes utilizadores são clientes, com acesso dedicado.
Todavia, segundo a Anacom "a interpretação estrita do valor absoluto deste indicador pode conduzir a análises e conclusões erradas, não devendo este número ser utilizado como estimativa do número de utilizadores de Internet em Portugal".
Clientes de internet em Portugal atingem os 6,77 milhões, segundo a Anacom.
6,77 milhões é o número de clientes de Internet, em Portugal, no final de 2004, segundo a Anacom.
Este número compreende os clientes de assinaturas pagas e de serviços gratuitos.
Os maiores crescimentos, verificados neste sector das telecomunicações são
protagonizados pela banda larga, todavia o dial up ainda é o serviço mais utilizado.
Os clientes de dial up são mais de 5,9 milhões, a esmagadora maioria dos utilizadores de Internet, em Portugal, tendo-se verificado durante, o ano passado, um aumento de 33% deste serviço.
Os clientes da banda larga, são quase 860 mil, tendo-se registado a considerável subida, de 70,6% durante o ultimo ano.
Dentro da banda larga, o cabo representa 50,7% dos clientes, enquanto a ADSL tem 49% os restantes utilizadores são clientes, com acesso dedicado.
Todavia, segundo a Anacom "a interpretação estrita do valor absoluto deste indicador pode conduzir a análises e conclusões erradas, não devendo este número ser utilizado como estimativa do número de utilizadores de Internet em Portugal".
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Bolsa e Mercados
Análise do mercado cambial europeu e divulgação de alguns indicadores económicos dos EUA.
A maior parte das praças europeias encerrou com ganhos marginais, com a excepção da bolsa portuguesa que encerrou no vermelho, com o índice PSI-20, a perder 0,07.
.
O encerramento positivo destas bolsas foi impulsionado pelo sector automóvel e pela recuperação do sector do aço.
Relativamente ao sector automóvel, podemos salientar as boas prestações da marca alemã, BMW, que viu as suas acções aumentarem 1,27%, da Volkswagen que subiu 1,13% e da Peugeot com um crescimento da cotação de 0,71%.
Quanto às produtoras de aço, os melhores desempenhos foram da Thyssenkrupp, que registou um aumento de 1,36%, e a Arcelor com uma variação positiva de 1,10%.
Divulgação de alguns indicadores económicos dos EUA
O rendimento privado e a despesa pessoal, nos EUA, tiveram um aumento superior às estimativas dos analistas, registando respectivamente um aumento de 0,5% e 0,6%.
Embora a confiança do consumidor, segundo a Universidade do Michigan, tenha registado um recuo para os 87,7 pontos em Abril, abaixo do estimado, pela generalidade dos analistas, que previram 88,8 pontos.
Por seu lado, o Chicago Purchasing Manager, superou as expectativas consensuais dos analistas, ao estabelecer-se nos 65,6 pontos.
Análise do mercado cambial europeu e divulgação de alguns indicadores económicos dos EUA.
A maior parte das praças europeias encerrou com ganhos marginais, com a excepção da bolsa portuguesa que encerrou no vermelho, com o índice PSI-20, a perder 0,07.
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O encerramento positivo destas bolsas foi impulsionado pelo sector automóvel e pela recuperação do sector do aço.
Relativamente ao sector automóvel, podemos salientar as boas prestações da marca alemã, BMW, que viu as suas acções aumentarem 1,27%, da Volkswagen que subiu 1,13% e da Peugeot com um crescimento da cotação de 0,71%.
Quanto às produtoras de aço, os melhores desempenhos foram da Thyssenkrupp, que registou um aumento de 1,36%, e a Arcelor com uma variação positiva de 1,10%.
Divulgação de alguns indicadores económicos dos EUA
O rendimento privado e a despesa pessoal, nos EUA, tiveram um aumento superior às estimativas dos analistas, registando respectivamente um aumento de 0,5% e 0,6%.
Embora a confiança do consumidor, segundo a Universidade do Michigan, tenha registado um recuo para os 87,7 pontos em Abril, abaixo do estimado, pela generalidade dos analistas, que previram 88,8 pontos.
Por seu lado, o Chicago Purchasing Manager, superou as expectativas consensuais dos analistas, ao estabelecer-se nos 65,6 pontos.
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Bianchi de Aguiar designado presidente da Sonae Indústria
DE com Lusa
A Sonae Indústria anunciou hoje que o seu administrador Carlos Bianchi de Aguiar foi designado presidente da comissão executiva da empresa, em substituição de Carlos Moreira da Silva.
Em comunicado, a filial da Sonae adianta que Christian Gonther Schwarz foi nomeado vice-presidente da comissão executiva, em reunião do conselho de administração da empresa, a 27 de Abril.
A administração integra ainda Rui Gonçalves Correia, José Portela e Louis Brassard.
O presidente do conselho de administração é Belmiro de Azevedo, também presidente da Sonae SGPS.
DE com Lusa
A Sonae Indústria anunciou hoje que o seu administrador Carlos Bianchi de Aguiar foi designado presidente da comissão executiva da empresa, em substituição de Carlos Moreira da Silva.
Em comunicado, a filial da Sonae adianta que Christian Gonther Schwarz foi nomeado vice-presidente da comissão executiva, em reunião do conselho de administração da empresa, a 27 de Abril.
A administração integra ainda Rui Gonçalves Correia, José Portela e Louis Brassard.
O presidente do conselho de administração é Belmiro de Azevedo, também presidente da Sonae SGPS.
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Para onde vai a Portugal Telecom
Numa altura em que se prepara para comemorar dez anos de cotação em Bolsa, a empresa liderada por Miguel Horta e Costa enfrenta múltiplos desafios estratégicos.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Tal como o sal está para os alimentos, a Portugal Telecom está para o mercado bolsista português. Com um peso de 19,4% no índice PSI-20, a operadora de telecomunicações é responsável por cerca 40% do valor negociado no mercado nacional. No entanto, apesar da elevada dimensão, o grupo liderada por Miguel Horta e Costa não está imune a problemas que afectam todas as organizações cotadas. No ano em que comemora o décimo aniversário da entrada na Bolsa de Lisboa, a operadora de telecomunicações enfrenta um dos períodos mais importantes da sua história. E o desfecho desses desafios vai-se repercutir nas cotações.
O primeiro passo da Portugal Telecom (PT) em bolsa aconteceu a 2 de Junho de 1995, e foi dado com o pé direito. No ano de admissão à cotação nas bolsas de Lisboa, Londres e Nova Iorque, a TMN lançou o primeiro telemóvel pré-pago do mundo - o MIMO - um serviço que foi decisivo na democratização do telemóvel a nível mundial. Esta capacidade de inovar marcou os primeiros anos da vida da operadora e levou o grupo para o inevitável caminho da internacionalização. Funcionando como «porta estandarte», a PT levou o nome de Portugal a nove países nos quatro cantos do mundo. E o seu trabalho foi reconhecido. A capacidade de gestão da administração da empresa tem sido enaltecida pelo mercado, especialmente pela forma como conseguiram construir um grupo com mais de 36 milhões de clientes e oferecer serviços de telecomunicações.
Mas se a PT oferece serviços de telecomunicações cada vez mais avançados aos seus clientes, também consegue dar retorno aos seus accionistas. No espaço de dez anos, a capitalização bolsista da PT passou dos 2,6 mil milhões para os 10,4 mil milhões de euros. E dos pequenos investidores que subscreveram as diversas fases de privatização da operadora, todos estão com retornos positivos.
Ano recorde
Em 2004, a Portugal Telecom registou um resultado líquido recorde de 500,1 milhões de euros, mais do dobro do registado no ano anterior. Impulsionados pelo negócio móvel (TMN e Vivo) e pela Multimédia, as receitas operacionais atingiram os 6.023 milhões de euros e os resultados operacionais rondaram os 1.369 milhões de euros, ambos os indicadores com crescimentos de 4,3%.
Assim, a subida dos lucros apenas foi possível devido à diminição dos custos com o programa de redução de efectivos (170,8 milhões em 2004 versus 314,1 milhões em 2003) e à utilização de créditos fiscais (que reduziu o imposto sobre rendimento a pagar ao Estado de 377,9 milhões de euros para 179,1 milhões de euros). No final, os analistas aplaudiram a performance da operadora, embora deixassem no ar dúvidas sobre os motores de crescimento da empresa.
Surpresa no fixo
O negócio da rede fixa continua a ser o que gera maiores proveitos dentro do grupo PT, tendo as vendas atingido os 2.124 milhões de euros em 2004. Apesar deste facto não ser novidade, a verdade é que o desempenho recente da PT Comunicações (PTC) tem surpreendido o mercado. Embora continue a assistir-se à «canibalização» pela rede móvel, a rede fixa brindou o mercado com uma quebra das vendas de apenas 0,7% em 2004 e uma subida de 2,2% do ARPU (receita média por cliente). O crescimento no negócio de banda larga e o incremento nos serviços prestados a outros operadores (wholesale) impulsionaram os resultados, tendo a PTC registado mesmo um acréscimo das vendas de 1% no quarto trimestre de 2004. No entanto, a Goldman Sachs estima que «estas melhorias, especialmente no wholesale, sejam insustentáveis». Os preços dos circuitos alugados diminuíram e os concorrentes da PT estão a efectuar uma maior utilização de infra-estruturas próprias.
A opinião do banco norte-americano é reforçada pelo Lehman Brothers: «Apesar da boa performance a nível das vendas, a tendência de quebra do negócio da rede fixa mantém-se». Depois de ter obrigado o Grupo PT a alargar os pontos de interconexão de banda larga da rede fixa, recentemente a Anacom reduziu o preço de instalação do lacete local (último troço da linha de telefone fixo junto da casa do cliente) de 92,12 euros para 38 euros e diminuiu a mensalidade a pagar pelos outros operadores de 11,96 euros para 9,76 euros. Estes valores estão abaixo da média praticada na União Europeia (58 euros na instalação e 11,06 euros na mensalidade), um facto que tem merecido críticas da administração da Portugal Telecom. «Não percebemos porque é que o regulador quer andar à frente, quando pode estabelecer tarifários idênticos à da média europeia», lamenta fonte da operadora. A verdade é que as novas condições estimulam a concorrência como nunca antes aconteceu, o que leva os analistas a prever uma quebra entre 10% e 20% da quota de mercado da PT na banda larga - actualmente de 90% - durante os próximos dois anos.
Contudo, a administração da empresa está moderadamente optimista face à performance da rede fixa nos próximos tempos. Primeiro, como salienta Miguel Horta e Costa, «o crescimento na banda larga mais do que está a compensar a quebra no negócio de voz da rede fixa». Depois, a redução das tarifas de interligação fixo-móvel permitirá reduzir os custos de telecomunicações. Estes efeitos, a par da redução de mil efectivos e do lançamento de novos produtos, devem permitir cumprir os objectivos da administração: preservar as margens operacionais e a geração de cash flow, ou seja, conseguir que o EBITDA se mantenha estável, ou mesmo que apresente um ligeiro crescimento em 2005.
PT «cash cow» Multimédia
A PT Multimédia (PTM) assume-se cada vez mais como o principal canal de crescimento do grupo, pelo menos em Portugal. O seu principal activo, a TV Cabo, continua a apresentar evolução invejável e a alimentar a performance operacional do grupo. No ano de 2004, a PTM aumentou em 10,4% as vendas devido ao crescimento das receitas nos segmentos de TV por subscrição, internet por cabo e publicidade. A subida das receitas, a par da política de controlo e redução de custos, permitiu aumentar em 42,3% o EBITDA e a sua margem de 19,7% para 26,3%.
No entanto, se a boa performance da PTM no curto prazo parece não estar em risco, o futuro do negócio está. O grupo PT controla tanto a rede de cabo como a de cobre (telefone) o que, segundo os seus concorrentes, viola as leis da concorrência. Alfredo Tennenbaum, analista do Commerzbank, explica que «esta é uma situação única na Europa» e que «nos outros países onde tal acontecia, o operador foi obrigado a vender uma das redes». No entanto, as recentes alterações efectuadas nos tarifários de desagregação do lacete local, tornam este hipótese cada vez mais remota. De acordo com o Millennium bcp Investimento, «a evolução ao nível da desagregação do lacete local poderá constringir para reduzir a pressão que tem sido feita sobre a PT no sentido de forçar a venda do cabo». No entanto, caso a Anacom ou a Comissão Europeia decidam que a PT tem de alienar um dos negócios, fonte da operadora realça que a opção passará por manter a rede fixa. «A rede fixa tem um potencial de utilização muito superior. Como a China optou por construir a sua rede de telecomunicações com base no cobre, os fornecedores de tecnologia centraram a sua pesquisa neste negócio», explica fonte da PT.
Mas se a probabilidade da PT manter as suas duas redes é elevada, a rendibilidade da operação do cabo pode ser ameaçada a médio-prazo. Os estudos para uma oferta triple play (televisão, voz e dados sobre a mesma rede) estão numa fase adiantada, podendo surgir no mercado português uma oferta durante os próximos meses. Esta situação canibalizará os preços praticados no mercado, provocando uma descida considerável das margens.
Para já, um dos problemas de rendibilidade da PTM parece estar em vias de resolução. Caso seja aprovada pela Autoridade da Concorrência, a venda dos activos de media à Olinveste - sociedade controlada por Joaquim Oliveira que detém 50% da SporTV e o jornal «O Jogo» - permitirá ao grupo «livrar-se» de um dos seus negócios menos rentáveis. E embora seja esperada um pequena repercussão da venda nos proveitos operacionais da PTM, ao nível do EBITDA o efeito será negligenciável. Por isso, a administração da PT estabeleceu como metas para a sua participada um crescimento de um dígito percentual elevado das receitas e um aumento de pelo menos 15% do EBITDA.
TMN em consolidação
No ano do Euro-2004, as receitas de exploração da TMN aumentaram 4,3% para 1.588 milhões de euros e o EBITDA cresceu 13,9% para 747 milhões de euros. A subida dos preços efectuada em Fevereiro e o tráfego gerado pelos 113 mil novos clientes mais do que compensou a quebra das tarifas de interligação e a descida de 3,4% da receita média por cliente. O exercício ficou marcado pela subida de 1,1% dos custos operacionais, situação motivada pela contabilização dos custos de angariação de clientes no próprio ano - como imposto pelas novas normas contabilísticas IFRS - em vez da sua amortização plurianual.
Mas se em 2004 foi possível apresentar um crescimento do negócio móvel em Portugal, o cenário a médio prazo não se afigura fácil. A descida das tarifas de interligação até 2006 - que colocará o valor cobrado entre as operadoras nos 10 cêntimos de euro- aumenta a pressão sobre o crescimento das receitas e do EBITDA. Para superar este efeito negativo, a TMN aposta no crescimento da receita por cliente. Para tal, Miguel Horta e Costa conta com um «aumento do prémio de mobilidade no mercado, o qual é um dos mais baixos da Europa, e com a melhoria da eficiência operacional do negócio». Esta estratégia pode ajuda a reduzir outro dos problemas que enfrenta o negócio móvel: o mercado está perto da sua maturidade, o que limita o potencial de crescimento da base de clientes.
Para já, a TMN está determinada no lançamento dos serviços de terceira geração (UMTS ou 3G). O seu plano de investimentos permite alargar a área coberta, o que se repercutirá no aumento da utilização da rede e dos clientes com acesso à nova tecnologia. Assim, a operadora móvel vai apostar no lançamento e dinamização de novos serviços, principalmente de dados. Com todas estas iniciativas, a administração liderada por Miguel Horta e Costa espera conseguir em 2005que as receitas cresçam um dígito e o EBITDA mais de 3%.
Brasil mais difícil
Ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, a maior responsável pelo crescimento do EBITDA do grupo PT foi a actividade doméstica. Com a crescente concorrência no mercado de telecomunicações móveis brasileiro, suscitado pelos operadores TIM e Claro, as margens do negócio no Brasil seguem em queda, registando-se mesmo uma redução da capacidade de geração de cash-flow. A Vivo, joint-venture brasileira entre a PT e a Telefónica para as comunicações móveis, apresentou uma quebra de 4,3% do EBITDA em 2004, acompanhada pela redução de 16,8% da receita média por cliente (ARPU). Embora tenham sido captados cerca de seis milhões de novos clientes no último ano, a quota de mercado da Vivo desceu de 56,2% para 50,9% nas áreas onde opera.
O endurecimento das condições de mercado levou, em certa altura, Guy Peddy, analista do Deutsche Bank, a defender a alienação da posição de 50% que a PT detém na Vivo. Dado o elevado valor da participação e os primeiro sinais negativos da operação, este seria um bom momento para abandoná-la e realizar mais-valias. Contudo, esta visão não é partilhada pela operadora, que vê o Brasil como um mercado estratégico de grande potencial de crescimento. Segundo Zeinal Bava, administrador financeiro (CFO) da Portugal Telecom, «o Brasil terá 90 a 100 milhões de clientes móveis», face aos actuais cerca de 60 milhões. A administração da Portugal Telecom tem noção que as margens continuarão muito pressionadas no próximo ano, mas estima que se venham a manter estáveis em torno dos 30% a 35%, fruto de um aumento das receitas de um dígito. Para tal, a Vivo deverá concentrar-se no crescimento e na retenção dos clientes de maior valor. Caso estas medidas tenham sucesso, Miguel Horta e Costa defende que no espaço de dois anos será possível assistir-se a nova recuperação das margens para valores acima dos 40%.
Internacionalização crescente
Entretanto, o mercado pode assistir à entrada da Portugal Telecom no negócio da rede fixa no Brasil. Como salienta o presidente executivo da PT, «a entrada nas telecomunicações fixas permite reduzir os riscos do negócio». É que tal como em Portugal, a descida das tarifas de interligação fixo-móvel beneficiam as operações de rede fixa em detrimento da rede móvel, pelo que a detenção de activos em ambas as áreas neutralizaria os efeitos. Já a joint-venture Vivo, que pode ver parte do seu capital disperso em Bolsa, deve reforçar as posições nas empresas participadas de modo a aumentar a eficiência fiscal das operações.
Mas se o Brasil concentra muitas atenções, a verdade é que a Portugal Telecom está a fazer um esforço de diversificar as suas operações no estrangeiro. «Todas as semanas estudamos duas ou três oportunidades de negócio», revela fonte da operadora. Para já, a aposta principal está na entrada em força na China através da operação em Macau. A PT e a China Unicom estão a estudar o estabelecimento de uma parceria para a operadora móvel macaense CTM, em que a operadora portuguesa aumentará a sua participação de 28% para 45% do capital, controlando a empresa chinesa o restante. Este negócio pode permitir, numa segunda fase, a expansão para o mercado chinês continental, o qual apresenta elevado potencial de crescimento.
Enquanto a entrada na China não se materializa, a Portugal Telecom pretende dinamizar as operações que já detém no estrangeiro, nomeadamente a parceria com a Telefónica na operadora móvel marroquina Médi Telecom e a operação móvel Unitel em Angola. Este último negócio merece mesmo uma atenção especial de Miguel Horta e Costa: «Angola tem enorme potencial».
Dois anos difíceis
Dados os desafios estratégicos que a PT enfrenta, o futuro não se apresenta fácil. A descida das tarifas de interligação prejudicam o negócio móvel em Portugal, a fuga da rede fixa continua e o negócio de banda larga conta com competidores agressivos, a forte concorrência no Brasil continua a pressionar as margens e a televisão por cabo começa a denotar um abrandamento do crescimento. Tal como reconhece a PT, «estes factores fazem antever dois anos difíceis». Para minimizar os efeitos negativos, Miguel Horta e Costa vai focar as suas atenções «no aumento da eficiência e no controlo de custos». Assim, o CEO da PT espera conseguir manter o crescimento dos resultados e libertar «cash» para remunerar accionistas e efectuar investimentos. Em 2005, a PT estima investir 750 a 800 milhões de euros em bens de capital, sendo grande parte destinado à expansão do negócio de banda larga. Zeinal Bava estima que é possível a PT atingir um milhão de clientes de banda larga - entre cobre e cabo -, mais 250 mil do que o verificado no final de Fevereiro.
Mas se no curto prazo o cenário não é muito animador, a médio prazo a Portugal Telecom tem condições para triunfar. Primeiro, a definição de um quadro concorrencial pela Anacom, ainda este ano, reduzirá o risco em torno da empresa e permitirá estimar a previsível perda de quota de mercado do negócio de telecomunicações em Portugal. Segundo, a esperada recuperação das margens no Brasil vai assegurar o crescimento do grupo e libertar fundos que engrossem a remuneração aos accionistas. Terceiro, e último, a crescente internacionalização do grupo para novos mercado permitirá diversificar as fontes de receitas e ajudar a Portugal Telecom a aproximar-se das operadoras europeias de maior dimensão. Conforme salienta Maria Summavielle, analista da Caixa - Banco de Investimento, «apesar de não esperarmos notícias positivas para a PT no curto prazo, mantemos a nossa recomendação de acumular» para as acções. O aconselhamento da compra dos títulos da operadora portuguesa é efectuado por 48% dos analistas que acompanham a empresa, enquanto 16% recomenda a venda. Tendo por base as 25 recomendações de analistas, a Portugal Telecom é a 14.ª empresa de telecomunicações europeia mais recomendada pelos analistas, à frente de operadoras como a British Telecom ou a Tele2, mas atrás de nomes como a Vodafone, France Télécom ou Telefónica.
Remunar os stakeholders
Para atrair investidores, a PT aposta numa política agressiva de distribuição de resultados. A empresa prepara-se para pagar um dividendo de 0,35 euros relativo ao exercício de 2004, um valor que tem implícito uma dividend yield de 3,9%. Se tal não bastasse, a operadora pretende expandir o seu share buyback através da aquisição de mais 3% do capital. Esta operação surge depois do primeiro programa de recompra de acções próprias, que consistiu na aquisição de 10% das acções da operadora, que serão canceladas após a aprovação da assembleia geral de accionistas que decorre a 29 de Abril.
Mas se os accionistas merecem a atenção da administração da PT, o mesmo acontece com os outros stakeholders - pessoas e entidades que detêm relações com a empresa. No âmbito da sua estratégia de responsabilidade social, a operadora ofereceu diversas bolsas de estudo e material informático aos filhos de colaboradores. Mais: a PT tem em curso o programa PT Escolas, um concurso sobre a utilização da internet que vai permitir à escola vencedora receber um portátil para cada aluno, além de ligação de uma instalação Wi-fi e de outros equipamentos electrónicos de apoio à actividade lectiva. Este projecto tem um envolvimento pessoal de Miguel Horta e Costa, que o considera um dos mais importantes da sua presidência executiva. Resta saber se, depois da primeira edição, o actual CEO assistirá ao desfecho do concurso de 2006. É que o seu mandato termina no final do ano, e apesar da sua intenção em continuar, a «golden share» detida pelo Estado pode traçar-lhe um novo rumo. Seja qual for o desfecho, Miguel Horta e Costa fica para a história como o homem que materializou a expansão internacional da PT.
Numa altura em que se prepara para comemorar dez anos de cotação em Bolsa, a empresa liderada por Miguel Horta e Costa enfrenta múltiplos desafios estratégicos.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Tal como o sal está para os alimentos, a Portugal Telecom está para o mercado bolsista português. Com um peso de 19,4% no índice PSI-20, a operadora de telecomunicações é responsável por cerca 40% do valor negociado no mercado nacional. No entanto, apesar da elevada dimensão, o grupo liderada por Miguel Horta e Costa não está imune a problemas que afectam todas as organizações cotadas. No ano em que comemora o décimo aniversário da entrada na Bolsa de Lisboa, a operadora de telecomunicações enfrenta um dos períodos mais importantes da sua história. E o desfecho desses desafios vai-se repercutir nas cotações.
O primeiro passo da Portugal Telecom (PT) em bolsa aconteceu a 2 de Junho de 1995, e foi dado com o pé direito. No ano de admissão à cotação nas bolsas de Lisboa, Londres e Nova Iorque, a TMN lançou o primeiro telemóvel pré-pago do mundo - o MIMO - um serviço que foi decisivo na democratização do telemóvel a nível mundial. Esta capacidade de inovar marcou os primeiros anos da vida da operadora e levou o grupo para o inevitável caminho da internacionalização. Funcionando como «porta estandarte», a PT levou o nome de Portugal a nove países nos quatro cantos do mundo. E o seu trabalho foi reconhecido. A capacidade de gestão da administração da empresa tem sido enaltecida pelo mercado, especialmente pela forma como conseguiram construir um grupo com mais de 36 milhões de clientes e oferecer serviços de telecomunicações.
Mas se a PT oferece serviços de telecomunicações cada vez mais avançados aos seus clientes, também consegue dar retorno aos seus accionistas. No espaço de dez anos, a capitalização bolsista da PT passou dos 2,6 mil milhões para os 10,4 mil milhões de euros. E dos pequenos investidores que subscreveram as diversas fases de privatização da operadora, todos estão com retornos positivos.
Ano recorde
Em 2004, a Portugal Telecom registou um resultado líquido recorde de 500,1 milhões de euros, mais do dobro do registado no ano anterior. Impulsionados pelo negócio móvel (TMN e Vivo) e pela Multimédia, as receitas operacionais atingiram os 6.023 milhões de euros e os resultados operacionais rondaram os 1.369 milhões de euros, ambos os indicadores com crescimentos de 4,3%.
Assim, a subida dos lucros apenas foi possível devido à diminição dos custos com o programa de redução de efectivos (170,8 milhões em 2004 versus 314,1 milhões em 2003) e à utilização de créditos fiscais (que reduziu o imposto sobre rendimento a pagar ao Estado de 377,9 milhões de euros para 179,1 milhões de euros). No final, os analistas aplaudiram a performance da operadora, embora deixassem no ar dúvidas sobre os motores de crescimento da empresa.
Surpresa no fixo
O negócio da rede fixa continua a ser o que gera maiores proveitos dentro do grupo PT, tendo as vendas atingido os 2.124 milhões de euros em 2004. Apesar deste facto não ser novidade, a verdade é que o desempenho recente da PT Comunicações (PTC) tem surpreendido o mercado. Embora continue a assistir-se à «canibalização» pela rede móvel, a rede fixa brindou o mercado com uma quebra das vendas de apenas 0,7% em 2004 e uma subida de 2,2% do ARPU (receita média por cliente). O crescimento no negócio de banda larga e o incremento nos serviços prestados a outros operadores (wholesale) impulsionaram os resultados, tendo a PTC registado mesmo um acréscimo das vendas de 1% no quarto trimestre de 2004. No entanto, a Goldman Sachs estima que «estas melhorias, especialmente no wholesale, sejam insustentáveis». Os preços dos circuitos alugados diminuíram e os concorrentes da PT estão a efectuar uma maior utilização de infra-estruturas próprias.
A opinião do banco norte-americano é reforçada pelo Lehman Brothers: «Apesar da boa performance a nível das vendas, a tendência de quebra do negócio da rede fixa mantém-se». Depois de ter obrigado o Grupo PT a alargar os pontos de interconexão de banda larga da rede fixa, recentemente a Anacom reduziu o preço de instalação do lacete local (último troço da linha de telefone fixo junto da casa do cliente) de 92,12 euros para 38 euros e diminuiu a mensalidade a pagar pelos outros operadores de 11,96 euros para 9,76 euros. Estes valores estão abaixo da média praticada na União Europeia (58 euros na instalação e 11,06 euros na mensalidade), um facto que tem merecido críticas da administração da Portugal Telecom. «Não percebemos porque é que o regulador quer andar à frente, quando pode estabelecer tarifários idênticos à da média europeia», lamenta fonte da operadora. A verdade é que as novas condições estimulam a concorrência como nunca antes aconteceu, o que leva os analistas a prever uma quebra entre 10% e 20% da quota de mercado da PT na banda larga - actualmente de 90% - durante os próximos dois anos.
Contudo, a administração da empresa está moderadamente optimista face à performance da rede fixa nos próximos tempos. Primeiro, como salienta Miguel Horta e Costa, «o crescimento na banda larga mais do que está a compensar a quebra no negócio de voz da rede fixa». Depois, a redução das tarifas de interligação fixo-móvel permitirá reduzir os custos de telecomunicações. Estes efeitos, a par da redução de mil efectivos e do lançamento de novos produtos, devem permitir cumprir os objectivos da administração: preservar as margens operacionais e a geração de cash flow, ou seja, conseguir que o EBITDA se mantenha estável, ou mesmo que apresente um ligeiro crescimento em 2005.
PT «cash cow» Multimédia
A PT Multimédia (PTM) assume-se cada vez mais como o principal canal de crescimento do grupo, pelo menos em Portugal. O seu principal activo, a TV Cabo, continua a apresentar evolução invejável e a alimentar a performance operacional do grupo. No ano de 2004, a PTM aumentou em 10,4% as vendas devido ao crescimento das receitas nos segmentos de TV por subscrição, internet por cabo e publicidade. A subida das receitas, a par da política de controlo e redução de custos, permitiu aumentar em 42,3% o EBITDA e a sua margem de 19,7% para 26,3%.
No entanto, se a boa performance da PTM no curto prazo parece não estar em risco, o futuro do negócio está. O grupo PT controla tanto a rede de cabo como a de cobre (telefone) o que, segundo os seus concorrentes, viola as leis da concorrência. Alfredo Tennenbaum, analista do Commerzbank, explica que «esta é uma situação única na Europa» e que «nos outros países onde tal acontecia, o operador foi obrigado a vender uma das redes». No entanto, as recentes alterações efectuadas nos tarifários de desagregação do lacete local, tornam este hipótese cada vez mais remota. De acordo com o Millennium bcp Investimento, «a evolução ao nível da desagregação do lacete local poderá constringir para reduzir a pressão que tem sido feita sobre a PT no sentido de forçar a venda do cabo». No entanto, caso a Anacom ou a Comissão Europeia decidam que a PT tem de alienar um dos negócios, fonte da operadora realça que a opção passará por manter a rede fixa. «A rede fixa tem um potencial de utilização muito superior. Como a China optou por construir a sua rede de telecomunicações com base no cobre, os fornecedores de tecnologia centraram a sua pesquisa neste negócio», explica fonte da PT.
Mas se a probabilidade da PT manter as suas duas redes é elevada, a rendibilidade da operação do cabo pode ser ameaçada a médio-prazo. Os estudos para uma oferta triple play (televisão, voz e dados sobre a mesma rede) estão numa fase adiantada, podendo surgir no mercado português uma oferta durante os próximos meses. Esta situação canibalizará os preços praticados no mercado, provocando uma descida considerável das margens.
Para já, um dos problemas de rendibilidade da PTM parece estar em vias de resolução. Caso seja aprovada pela Autoridade da Concorrência, a venda dos activos de media à Olinveste - sociedade controlada por Joaquim Oliveira que detém 50% da SporTV e o jornal «O Jogo» - permitirá ao grupo «livrar-se» de um dos seus negócios menos rentáveis. E embora seja esperada um pequena repercussão da venda nos proveitos operacionais da PTM, ao nível do EBITDA o efeito será negligenciável. Por isso, a administração da PT estabeleceu como metas para a sua participada um crescimento de um dígito percentual elevado das receitas e um aumento de pelo menos 15% do EBITDA.
TMN em consolidação
No ano do Euro-2004, as receitas de exploração da TMN aumentaram 4,3% para 1.588 milhões de euros e o EBITDA cresceu 13,9% para 747 milhões de euros. A subida dos preços efectuada em Fevereiro e o tráfego gerado pelos 113 mil novos clientes mais do que compensou a quebra das tarifas de interligação e a descida de 3,4% da receita média por cliente. O exercício ficou marcado pela subida de 1,1% dos custos operacionais, situação motivada pela contabilização dos custos de angariação de clientes no próprio ano - como imposto pelas novas normas contabilísticas IFRS - em vez da sua amortização plurianual.
Mas se em 2004 foi possível apresentar um crescimento do negócio móvel em Portugal, o cenário a médio prazo não se afigura fácil. A descida das tarifas de interligação até 2006 - que colocará o valor cobrado entre as operadoras nos 10 cêntimos de euro- aumenta a pressão sobre o crescimento das receitas e do EBITDA. Para superar este efeito negativo, a TMN aposta no crescimento da receita por cliente. Para tal, Miguel Horta e Costa conta com um «aumento do prémio de mobilidade no mercado, o qual é um dos mais baixos da Europa, e com a melhoria da eficiência operacional do negócio». Esta estratégia pode ajuda a reduzir outro dos problemas que enfrenta o negócio móvel: o mercado está perto da sua maturidade, o que limita o potencial de crescimento da base de clientes.
Para já, a TMN está determinada no lançamento dos serviços de terceira geração (UMTS ou 3G). O seu plano de investimentos permite alargar a área coberta, o que se repercutirá no aumento da utilização da rede e dos clientes com acesso à nova tecnologia. Assim, a operadora móvel vai apostar no lançamento e dinamização de novos serviços, principalmente de dados. Com todas estas iniciativas, a administração liderada por Miguel Horta e Costa espera conseguir em 2005que as receitas cresçam um dígito e o EBITDA mais de 3%.
Brasil mais difícil
Ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, a maior responsável pelo crescimento do EBITDA do grupo PT foi a actividade doméstica. Com a crescente concorrência no mercado de telecomunicações móveis brasileiro, suscitado pelos operadores TIM e Claro, as margens do negócio no Brasil seguem em queda, registando-se mesmo uma redução da capacidade de geração de cash-flow. A Vivo, joint-venture brasileira entre a PT e a Telefónica para as comunicações móveis, apresentou uma quebra de 4,3% do EBITDA em 2004, acompanhada pela redução de 16,8% da receita média por cliente (ARPU). Embora tenham sido captados cerca de seis milhões de novos clientes no último ano, a quota de mercado da Vivo desceu de 56,2% para 50,9% nas áreas onde opera.
O endurecimento das condições de mercado levou, em certa altura, Guy Peddy, analista do Deutsche Bank, a defender a alienação da posição de 50% que a PT detém na Vivo. Dado o elevado valor da participação e os primeiro sinais negativos da operação, este seria um bom momento para abandoná-la e realizar mais-valias. Contudo, esta visão não é partilhada pela operadora, que vê o Brasil como um mercado estratégico de grande potencial de crescimento. Segundo Zeinal Bava, administrador financeiro (CFO) da Portugal Telecom, «o Brasil terá 90 a 100 milhões de clientes móveis», face aos actuais cerca de 60 milhões. A administração da Portugal Telecom tem noção que as margens continuarão muito pressionadas no próximo ano, mas estima que se venham a manter estáveis em torno dos 30% a 35%, fruto de um aumento das receitas de um dígito. Para tal, a Vivo deverá concentrar-se no crescimento e na retenção dos clientes de maior valor. Caso estas medidas tenham sucesso, Miguel Horta e Costa defende que no espaço de dois anos será possível assistir-se a nova recuperação das margens para valores acima dos 40%.
Internacionalização crescente
Entretanto, o mercado pode assistir à entrada da Portugal Telecom no negócio da rede fixa no Brasil. Como salienta o presidente executivo da PT, «a entrada nas telecomunicações fixas permite reduzir os riscos do negócio». É que tal como em Portugal, a descida das tarifas de interligação fixo-móvel beneficiam as operações de rede fixa em detrimento da rede móvel, pelo que a detenção de activos em ambas as áreas neutralizaria os efeitos. Já a joint-venture Vivo, que pode ver parte do seu capital disperso em Bolsa, deve reforçar as posições nas empresas participadas de modo a aumentar a eficiência fiscal das operações.
Mas se o Brasil concentra muitas atenções, a verdade é que a Portugal Telecom está a fazer um esforço de diversificar as suas operações no estrangeiro. «Todas as semanas estudamos duas ou três oportunidades de negócio», revela fonte da operadora. Para já, a aposta principal está na entrada em força na China através da operação em Macau. A PT e a China Unicom estão a estudar o estabelecimento de uma parceria para a operadora móvel macaense CTM, em que a operadora portuguesa aumentará a sua participação de 28% para 45% do capital, controlando a empresa chinesa o restante. Este negócio pode permitir, numa segunda fase, a expansão para o mercado chinês continental, o qual apresenta elevado potencial de crescimento.
Enquanto a entrada na China não se materializa, a Portugal Telecom pretende dinamizar as operações que já detém no estrangeiro, nomeadamente a parceria com a Telefónica na operadora móvel marroquina Médi Telecom e a operação móvel Unitel em Angola. Este último negócio merece mesmo uma atenção especial de Miguel Horta e Costa: «Angola tem enorme potencial».
Dois anos difíceis
Dados os desafios estratégicos que a PT enfrenta, o futuro não se apresenta fácil. A descida das tarifas de interligação prejudicam o negócio móvel em Portugal, a fuga da rede fixa continua e o negócio de banda larga conta com competidores agressivos, a forte concorrência no Brasil continua a pressionar as margens e a televisão por cabo começa a denotar um abrandamento do crescimento. Tal como reconhece a PT, «estes factores fazem antever dois anos difíceis». Para minimizar os efeitos negativos, Miguel Horta e Costa vai focar as suas atenções «no aumento da eficiência e no controlo de custos». Assim, o CEO da PT espera conseguir manter o crescimento dos resultados e libertar «cash» para remunerar accionistas e efectuar investimentos. Em 2005, a PT estima investir 750 a 800 milhões de euros em bens de capital, sendo grande parte destinado à expansão do negócio de banda larga. Zeinal Bava estima que é possível a PT atingir um milhão de clientes de banda larga - entre cobre e cabo -, mais 250 mil do que o verificado no final de Fevereiro.
Mas se no curto prazo o cenário não é muito animador, a médio prazo a Portugal Telecom tem condições para triunfar. Primeiro, a definição de um quadro concorrencial pela Anacom, ainda este ano, reduzirá o risco em torno da empresa e permitirá estimar a previsível perda de quota de mercado do negócio de telecomunicações em Portugal. Segundo, a esperada recuperação das margens no Brasil vai assegurar o crescimento do grupo e libertar fundos que engrossem a remuneração aos accionistas. Terceiro, e último, a crescente internacionalização do grupo para novos mercado permitirá diversificar as fontes de receitas e ajudar a Portugal Telecom a aproximar-se das operadoras europeias de maior dimensão. Conforme salienta Maria Summavielle, analista da Caixa - Banco de Investimento, «apesar de não esperarmos notícias positivas para a PT no curto prazo, mantemos a nossa recomendação de acumular» para as acções. O aconselhamento da compra dos títulos da operadora portuguesa é efectuado por 48% dos analistas que acompanham a empresa, enquanto 16% recomenda a venda. Tendo por base as 25 recomendações de analistas, a Portugal Telecom é a 14.ª empresa de telecomunicações europeia mais recomendada pelos analistas, à frente de operadoras como a British Telecom ou a Tele2, mas atrás de nomes como a Vodafone, France Télécom ou Telefónica.
Remunar os stakeholders
Para atrair investidores, a PT aposta numa política agressiva de distribuição de resultados. A empresa prepara-se para pagar um dividendo de 0,35 euros relativo ao exercício de 2004, um valor que tem implícito uma dividend yield de 3,9%. Se tal não bastasse, a operadora pretende expandir o seu share buyback através da aquisição de mais 3% do capital. Esta operação surge depois do primeiro programa de recompra de acções próprias, que consistiu na aquisição de 10% das acções da operadora, que serão canceladas após a aprovação da assembleia geral de accionistas que decorre a 29 de Abril.
Mas se os accionistas merecem a atenção da administração da PT, o mesmo acontece com os outros stakeholders - pessoas e entidades que detêm relações com a empresa. No âmbito da sua estratégia de responsabilidade social, a operadora ofereceu diversas bolsas de estudo e material informático aos filhos de colaboradores. Mais: a PT tem em curso o programa PT Escolas, um concurso sobre a utilização da internet que vai permitir à escola vencedora receber um portátil para cada aluno, além de ligação de uma instalação Wi-fi e de outros equipamentos electrónicos de apoio à actividade lectiva. Este projecto tem um envolvimento pessoal de Miguel Horta e Costa, que o considera um dos mais importantes da sua presidência executiva. Resta saber se, depois da primeira edição, o actual CEO assistirá ao desfecho do concurso de 2006. É que o seu mandato termina no final do ano, e apesar da sua intenção em continuar, a «golden share» detida pelo Estado pode traçar-lhe um novo rumo. Seja qual for o desfecho, Miguel Horta e Costa fica para a história como o homem que materializou a expansão internacional da PT.
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«Temos oportunidades de expansão que estão a ser estudadas»
Miguel Horta e Costa, em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e como espera ultrapassar as fraquezas da empresa que lidera.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, Miguel Horta e Costa explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e quais as linhas estratégicas do grupo. O segredo para ultrapassar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel
A PT celebra em 2005 os 10 anos do primeiro IPO. Como viveu este período?
Tive o privilégio de viver estes 10 anos de forma muito intensa, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. São dez anos de sucesso. Foi possível multiplicar por cinco a capitalização bolsista da PT.
A PT nasceu da confluência dos operadores CTT Telecomunicações; TLP e a TDP, tendo depois sido engrossada pela Marconi através da oferta pública de troca de acções. Passou o difícil crivo da bolso de Nova Iorque.
A PT rapidamente percebeu que a PT tinha um grande desafio: passar para uma fase de internacionalização. E a razão era muito simples. O crescimento que tínhamos pela frente no mercado doméstico era um crescimento assimptótico, que mais tarde ou mais cedo iria ser cada vez menor. Isto tinha a ver com a liberalização das telecomunicações, com os prazos colocados pela União Europeia para a abertura do sector. Portanto, se a empresa queria continuar a ser de crescimento e não de «yield», tinha de continuar a criar valor aos accionistas através de aquisições fora do mercado doméstico. Aí foram estabelecidos critérios muito rigorosos. Por um lado, em mercados e geografias onde sentíamos que tínhamos vantagens competitivas naturais, mas em negócios onde pensávamos que também podíamos acrescentar valor. Era a área dos móveis.
Tivemos a oportunidade histórica de estabelecer um alinhamento estratégico com a Telefónica e a British Telecom. Na altura tivemos até a oportunidade de fazer uma ligação à Concept, que era um consórcio que envolvia a British Telecom e a MCA - que tiveram a pensar fundir-se. Mas tivemos a oportunidade única da privatização da Telebrás. Aí concertámo-nos com a Telefónica. A Telefónica apostou no fixo e nós no móvel. Depois a Telefónica também entrou no móvel, tendo sido possível fazer o encontro das nossas participações.
É um percurso de 10 anos muito interessante. Entrámos noutras geografias como o Norte de África, com a nossa operação em Marrocos. Fomos consolidando uma presença em Macau, tendo sido possível antes da transição da soberania estender o contrato de concessão até 2011. Em África, também conseguimos entrar em Cabo Verde, uma operação que é actualmente um cartão de visita do grupo. E portanto, ao celebrar aqui em Nova Iorque os 10 anos da privatização da PT, acho que temos um caso de sucesso de que o país se pode orgulhar.
O que se pode esperar agora da PT em termos estratégicos?
Penso que a PT tem hoje contornos muito diferentes daqueles que tinha há 10 anos. Hoje, o peso da telefonia fixa é muito menor, tendo sido largamente ultrapassada pelo móvel. O fixo continua a ter uma importância muito grande para o nosso cash flow, mas neste momento quer o móvel, quer o cabo, quer a multimédia, já têm um peso grande no conjunto da nossa oferta. Por outro lado, hoje a PT tem uma expressão internacional que não tinha há 10 anos. É uma empresa com um perfil muito diferente: à 10 anos tinhas uma empresa nacional, limitada ao mercado doméstico. Hoje é um operador mundial, pequeno no contexto europeu e mundial, mas um operador mesmo assim de uma dimensão apreciável. É o maior grupo empresarial português com presença nos cinco continentes. A sua presença internacional tem dado muitos bons resultados. A PT continua a postar no crescimento, sendo vista pelos seus investidores como um empresa de crescimento. Continuamos empenhados em desenvolver o nosso processo de internacionalização dentro dos critérios de enfoque que sempre tivemos, mas determinados. As geografias que privilegiamos são o Brasil, mas também Macau e Angola.
E a expansão nestes mercados será feita através de parcerias?
Nós temos algumas oportunidades que têm vindo a ser estudadas, mas ainda é cedo para revelar. Mas na maior parte dos casos devemos apostar em parcerias. A PT sempre se deu muito bem com as suas parcerias e é um caminho que importa continuar.
Encara com bons olhos um reforço da posição da Telefónica na PT?
A Telefónica, neste momento, já está perto do limite que os estatutos permitem em termos de votação. Há aí uma limitação estatutária.
Faz sentido existir uma limitação estatutária e uma golden share?
É uma situação que hoje se verifica na maior parte das operadoras europeias de natureza histórica. É evidente que vivemos num mundo em que o mercado tende a ser cada vez mais aberto em termos de livre circulação de capitais. Agora, vivemos ainda um pouco esse passado em que as empresas tinham características estratégicas que levaram com que o estado continuassem a deter uma golden share. A nossa ainda dá ao Estado outros poderes para lá da questão das participações accionistas. Enfim, é uma situação em que a tendência natural na Europa é que venha a perder peso.
Como espera compensar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel?
As empresas têm de ter, elas próprias, a capacidade de mudar. A mudança é uma componente estratégica de gestão. A empresa tem de adaptar o seu funcionamento e a sua resposta aos desafio que dia a dia a envolvente externa lhe coloca. A PT vão analisando todos os seus desafios, quer em termos de ameaças quer em termos de oportunidades. Tem de ter a capacidade de encontrar soluções no sentido de ultrapassar e de transformar ameaças em oportunidades. É isso que tem feito no passado e continuará a fazer no futuro.
Em relação ao fixo, a reinvenção do negócio e a aposta no ADSL tem levado a compensar, um pouco, a pressão sobre uma actividade mais tradicional. Isso amanhã terá também o desafios das plataformas IP que hoje nós já dispomos. Isso implica um esforço muito grande de reorganização, de racionalização, de alteração de procedimentos, do funcionamento. É um desafio que vamos enfrentar com determinação e de certeza que vamos continuar a ter bons resultados. A constituição da PT PRO e da PT Compras, empresas transversais ao grupo, têm tido muito sucesso.
Em relação ao móvel, apesar da penetração já muito elevada há ainda campo para alguma expansão. Mas aí, mais uma vez, é também pelo esforço de contenção e corte de custos, pela excelência de gestão para podermos continuar a acrescentar valor.
Já o Brasil tem vindo a assistir a um crescimento espectacular das telecomunicações móveis. É um mercado com 67 milhões de telemóveis e pensamos que pode ir até ao 100 milhões. Tem ainda um potencial de crescimento muito apreciável. Naturalmente, a concorrência é muito intensa, mas a Vivo tem um papel de liderança indiscutível no mercado móvel brasileiro. No ano passado, foi a empresa que teve o segundo maior crescimento do sector no mundo. Temos de continuar a competir de uma forma muito aguerrida com os nossos concorrentes, e temos capacidade financeira para o fazer.
Está disponível para assumir estes desafios, já que o seu mandato termina este ano?
Depende dos accionistas.
Miguel Horta e Costa, em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e como espera ultrapassar as fraquezas da empresa que lidera.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, Miguel Horta e Costa explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e quais as linhas estratégicas do grupo. O segredo para ultrapassar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel
A PT celebra em 2005 os 10 anos do primeiro IPO. Como viveu este período?
Tive o privilégio de viver estes 10 anos de forma muito intensa, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. São dez anos de sucesso. Foi possível multiplicar por cinco a capitalização bolsista da PT.
A PT nasceu da confluência dos operadores CTT Telecomunicações; TLP e a TDP, tendo depois sido engrossada pela Marconi através da oferta pública de troca de acções. Passou o difícil crivo da bolso de Nova Iorque.
A PT rapidamente percebeu que a PT tinha um grande desafio: passar para uma fase de internacionalização. E a razão era muito simples. O crescimento que tínhamos pela frente no mercado doméstico era um crescimento assimptótico, que mais tarde ou mais cedo iria ser cada vez menor. Isto tinha a ver com a liberalização das telecomunicações, com os prazos colocados pela União Europeia para a abertura do sector. Portanto, se a empresa queria continuar a ser de crescimento e não de «yield», tinha de continuar a criar valor aos accionistas através de aquisições fora do mercado doméstico. Aí foram estabelecidos critérios muito rigorosos. Por um lado, em mercados e geografias onde sentíamos que tínhamos vantagens competitivas naturais, mas em negócios onde pensávamos que também podíamos acrescentar valor. Era a área dos móveis.
Tivemos a oportunidade histórica de estabelecer um alinhamento estratégico com a Telefónica e a British Telecom. Na altura tivemos até a oportunidade de fazer uma ligação à Concept, que era um consórcio que envolvia a British Telecom e a MCA - que tiveram a pensar fundir-se. Mas tivemos a oportunidade única da privatização da Telebrás. Aí concertámo-nos com a Telefónica. A Telefónica apostou no fixo e nós no móvel. Depois a Telefónica também entrou no móvel, tendo sido possível fazer o encontro das nossas participações.
É um percurso de 10 anos muito interessante. Entrámos noutras geografias como o Norte de África, com a nossa operação em Marrocos. Fomos consolidando uma presença em Macau, tendo sido possível antes da transição da soberania estender o contrato de concessão até 2011. Em África, também conseguimos entrar em Cabo Verde, uma operação que é actualmente um cartão de visita do grupo. E portanto, ao celebrar aqui em Nova Iorque os 10 anos da privatização da PT, acho que temos um caso de sucesso de que o país se pode orgulhar.
O que se pode esperar agora da PT em termos estratégicos?
Penso que a PT tem hoje contornos muito diferentes daqueles que tinha há 10 anos. Hoje, o peso da telefonia fixa é muito menor, tendo sido largamente ultrapassada pelo móvel. O fixo continua a ter uma importância muito grande para o nosso cash flow, mas neste momento quer o móvel, quer o cabo, quer a multimédia, já têm um peso grande no conjunto da nossa oferta. Por outro lado, hoje a PT tem uma expressão internacional que não tinha há 10 anos. É uma empresa com um perfil muito diferente: à 10 anos tinhas uma empresa nacional, limitada ao mercado doméstico. Hoje é um operador mundial, pequeno no contexto europeu e mundial, mas um operador mesmo assim de uma dimensão apreciável. É o maior grupo empresarial português com presença nos cinco continentes. A sua presença internacional tem dado muitos bons resultados. A PT continua a postar no crescimento, sendo vista pelos seus investidores como um empresa de crescimento. Continuamos empenhados em desenvolver o nosso processo de internacionalização dentro dos critérios de enfoque que sempre tivemos, mas determinados. As geografias que privilegiamos são o Brasil, mas também Macau e Angola.
E a expansão nestes mercados será feita através de parcerias?
Nós temos algumas oportunidades que têm vindo a ser estudadas, mas ainda é cedo para revelar. Mas na maior parte dos casos devemos apostar em parcerias. A PT sempre se deu muito bem com as suas parcerias e é um caminho que importa continuar.
Encara com bons olhos um reforço da posição da Telefónica na PT?
A Telefónica, neste momento, já está perto do limite que os estatutos permitem em termos de votação. Há aí uma limitação estatutária.
Faz sentido existir uma limitação estatutária e uma golden share?
É uma situação que hoje se verifica na maior parte das operadoras europeias de natureza histórica. É evidente que vivemos num mundo em que o mercado tende a ser cada vez mais aberto em termos de livre circulação de capitais. Agora, vivemos ainda um pouco esse passado em que as empresas tinham características estratégicas que levaram com que o estado continuassem a deter uma golden share. A nossa ainda dá ao Estado outros poderes para lá da questão das participações accionistas. Enfim, é uma situação em que a tendência natural na Europa é que venha a perder peso.
Como espera compensar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel?
As empresas têm de ter, elas próprias, a capacidade de mudar. A mudança é uma componente estratégica de gestão. A empresa tem de adaptar o seu funcionamento e a sua resposta aos desafio que dia a dia a envolvente externa lhe coloca. A PT vão analisando todos os seus desafios, quer em termos de ameaças quer em termos de oportunidades. Tem de ter a capacidade de encontrar soluções no sentido de ultrapassar e de transformar ameaças em oportunidades. É isso que tem feito no passado e continuará a fazer no futuro.
Em relação ao fixo, a reinvenção do negócio e a aposta no ADSL tem levado a compensar, um pouco, a pressão sobre uma actividade mais tradicional. Isso amanhã terá também o desafios das plataformas IP que hoje nós já dispomos. Isso implica um esforço muito grande de reorganização, de racionalização, de alteração de procedimentos, do funcionamento. É um desafio que vamos enfrentar com determinação e de certeza que vamos continuar a ter bons resultados. A constituição da PT PRO e da PT Compras, empresas transversais ao grupo, têm tido muito sucesso.
Em relação ao móvel, apesar da penetração já muito elevada há ainda campo para alguma expansão. Mas aí, mais uma vez, é também pelo esforço de contenção e corte de custos, pela excelência de gestão para podermos continuar a acrescentar valor.
Já o Brasil tem vindo a assistir a um crescimento espectacular das telecomunicações móveis. É um mercado com 67 milhões de telemóveis e pensamos que pode ir até ao 100 milhões. Tem ainda um potencial de crescimento muito apreciável. Naturalmente, a concorrência é muito intensa, mas a Vivo tem um papel de liderança indiscutível no mercado móvel brasileiro. No ano passado, foi a empresa que teve o segundo maior crescimento do sector no mundo. Temos de continuar a competir de uma forma muito aguerrida com os nossos concorrentes, e temos capacidade financeira para o fazer.
Está disponível para assumir estes desafios, já que o seu mandato termina este ano?
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Crude fechou abaixo dos 50 dólares
Acções americanas sobem com petróleo a cair quase 4%
As acções americanas inverteram a tendência de queda registada a meio da sessão, aproveitando o facto de o preço do petróleo em Nova Iorque ter fechado com uma desvalorização próxima de 4%, para cotar abaixo dos 50 dólares. O Nasdaq subiu 0,92% e o Dow Jones ganhou 1,21%.
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negocios@mediafin.pt
As acções americanas inverteram a tendência de queda registada a meio da sessão, aproveitando o facto de o preço do petróleo em Nova Iorque ter fechado com uma desvalorização próxima de 4%, para cotar abaixo dos 50 dólares. O Nasdaq subiu 0,92% e o Dow Jones ganhou 1,21%.
O Nasdaq terminou o mês nos 1.921,65 pontos e o Dow Jones fechou a valer 10.192,51 pontos.
Devido aos dados económicos negativos, com a confiança dos consumidores a descer pelo quarto mês, os índices apresentaram perdas a meio da sessão, mas inverteram para os ganhos com a evolução do petróleo.
Em Nova Iorque o crude fechou a cair 3,96% para os 49,72 dólares, enquanto em Londres o brent desceu 3,58% até aos 50,60 dólares. Esta queda diminui os receios de um abrandamento na economia americana.
Depois das quedas das últimas sessões, os resultados da Microsoft também animaram o dia em Wall Street. Após o fecho da sessão de ontem, a Microsoft anunciou que os resultados líquidos do terceiro trimestre fiscal duplicaram, enquanto as receitas aumentaram 4,9%, mas ficaram abaixo do previsto pelos analistas.
Já as previsões para o ano fiscal que inicia em Julho, ficaram acima do previsto pelos analistas, potenciando uma subida de 3,43% nas acções da Microsoft.
As tecnológicas beneficiaram com estas previsões, com as acções da Intel a subirem 0,1,38% e as da Apple a crescerem 1,48%.
A Sun Microsystems disparou 5,52%, depois da Business Week ter noticiado que a empresa que fabrica servidores pode vir a ser comprada pela Silver Lake Partners. A empresa pode lançar uma OPA a 5,5 dólares por acção, acima dos 3,63 dólares actuais.
Acções americanas sobem com petróleo a cair quase 4%
As acções americanas inverteram a tendência de queda registada a meio da sessão, aproveitando o facto de o preço do petróleo em Nova Iorque ter fechado com uma desvalorização próxima de 4%, para cotar abaixo dos 50 dólares. O Nasdaq subiu 0,92% e o Dow Jones ganhou 1,21%.
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As acções americanas inverteram a tendência de queda registada a meio da sessão, aproveitando o facto de o preço do petróleo em Nova Iorque ter fechado com uma desvalorização próxima de 4%, para cotar abaixo dos 50 dólares. O Nasdaq subiu 0,92% e o Dow Jones ganhou 1,21%.
O Nasdaq terminou o mês nos 1.921,65 pontos e o Dow Jones fechou a valer 10.192,51 pontos.
Devido aos dados económicos negativos, com a confiança dos consumidores a descer pelo quarto mês, os índices apresentaram perdas a meio da sessão, mas inverteram para os ganhos com a evolução do petróleo.
Em Nova Iorque o crude fechou a cair 3,96% para os 49,72 dólares, enquanto em Londres o brent desceu 3,58% até aos 50,60 dólares. Esta queda diminui os receios de um abrandamento na economia americana.
Depois das quedas das últimas sessões, os resultados da Microsoft também animaram o dia em Wall Street. Após o fecho da sessão de ontem, a Microsoft anunciou que os resultados líquidos do terceiro trimestre fiscal duplicaram, enquanto as receitas aumentaram 4,9%, mas ficaram abaixo do previsto pelos analistas.
Já as previsões para o ano fiscal que inicia em Julho, ficaram acima do previsto pelos analistas, potenciando uma subida de 3,43% nas acções da Microsoft.
As tecnológicas beneficiaram com estas previsões, com as acções da Intel a subirem 0,1,38% e as da Apple a crescerem 1,48%.
A Sun Microsystems disparou 5,52%, depois da Business Week ter noticiado que a empresa que fabrica servidores pode vir a ser comprada pela Silver Lake Partners. A empresa pode lançar uma OPA a 5,5 dólares por acção, acima dos 3,63 dólares actuais.
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comentário cambial
Dólar perde confiança
O euro recuperou ontem para 1,2919 dólares, com a moeda norte-americana a ser penalizada por uma nova quebra na confiança das famílias nos Estados Unidos - o índice da Universidade de Michigan, que mede a confiança dos consumidores, caiu para 87,7 pontos, o valor mais baixo desde Setembro de 2003, apesar dos gastos das famílias continuarem a crescer mais que o esperado.
A valorização da moeda única foi, no entanto, extremamente condicionada pela revisão em baixa das previsões de crescimento das economias alemã e italiana. O PIB da Alemanha, a maior economia da UE, deverá crescer apenas 1% este ano, contra os 1,6% previstos anteriormente; a Itália espera agora uma expansão de 1,2%, em vez dos 2,1% projectados.
"Os números são extremamente desanimadores. E já se começa a especular que o BCE, face à crescente pressão de Berlim, poderá ter de baixar ainda mais as taxas de juro para estimular a retoma", dizem os analistas.
Dólar perde confiança
O euro recuperou ontem para 1,2919 dólares, com a moeda norte-americana a ser penalizada por uma nova quebra na confiança das famílias nos Estados Unidos - o índice da Universidade de Michigan, que mede a confiança dos consumidores, caiu para 87,7 pontos, o valor mais baixo desde Setembro de 2003, apesar dos gastos das famílias continuarem a crescer mais que o esperado.
A valorização da moeda única foi, no entanto, extremamente condicionada pela revisão em baixa das previsões de crescimento das economias alemã e italiana. O PIB da Alemanha, a maior economia da UE, deverá crescer apenas 1% este ano, contra os 1,6% previstos anteriormente; a Itália espera agora uma expansão de 1,2%, em vez dos 2,1% projectados.
"Os números são extremamente desanimadores. E já se começa a especular que o BCE, face à crescente pressão de Berlim, poderá ter de baixar ainda mais as taxas de juro para estimular a retoma", dizem os analistas.
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bolsa de valores
comentário
PT trava subida da Bolsa
A Bolsa portuguesa encerrou ontem com perdas de 0,07%, em contraciclo com o resto da Europa. Uma descida explicada pelo novo recuo nas acções da Portugal Telecom, pela quinta sessão consecutiva. A operadora de telecomunicações esteve durante grande parte da sessão em alta, mas acabou por deslizar 0,58%. Em causa, dizem os analistas, está a expectativa negativa em torno dos resultados trimestrais. Um grupo de analistas, citados pela Reuters, acredita que o lucro da PT deverá situar-se entre 142 e 183 milhões de euros, o que compara com os 225 milhões de euros registados no período homólogo. Em queda fecharam também títulos como o BPI, Cimpor, Cofina, Gescartão, Sonae SGPS, Semapa e Reditus. BCP e EDP fecharam estáveis nos 2,08 euros e 2,10 euros, respectivamente. Brisa, PTM e Sonaecom evitaram, no entanto, que o mercado tivesse registado uma quebra maior. A PTM contrariou a casa-mãe e subiu 1,87%. Os accionistas da participada da PTM, que detenham acções da empresa até ontem, vão receber um warrant por cada título detido, no dia 5 de Maio, sendo que os warrants vão negociar em bolsa entre 9 e 17 de Maio. Esta operação faz parte do programa de recompra de acções (share buyback) que a empresa está a realizar.
comentário
PT trava subida da Bolsa
A Bolsa portuguesa encerrou ontem com perdas de 0,07%, em contraciclo com o resto da Europa. Uma descida explicada pelo novo recuo nas acções da Portugal Telecom, pela quinta sessão consecutiva. A operadora de telecomunicações esteve durante grande parte da sessão em alta, mas acabou por deslizar 0,58%. Em causa, dizem os analistas, está a expectativa negativa em torno dos resultados trimestrais. Um grupo de analistas, citados pela Reuters, acredita que o lucro da PT deverá situar-se entre 142 e 183 milhões de euros, o que compara com os 225 milhões de euros registados no período homólogo. Em queda fecharam também títulos como o BPI, Cimpor, Cofina, Gescartão, Sonae SGPS, Semapa e Reditus. BCP e EDP fecharam estáveis nos 2,08 euros e 2,10 euros, respectivamente. Brisa, PTM e Sonaecom evitaram, no entanto, que o mercado tivesse registado uma quebra maior. A PTM contrariou a casa-mãe e subiu 1,87%. Os accionistas da participada da PTM, que detenham acções da empresa até ontem, vão receber um warrant por cada título detido, no dia 5 de Maio, sendo que os warrants vão negociar em bolsa entre 9 e 17 de Maio. Esta operação faz parte do programa de recompra de acções (share buyback) que a empresa está a realizar.
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obras públicas Brisa constrói ponte no Tejo
Arquivo DN-Pedro Simões
Investimento. O projecto da Brisa envolve 186 milhões de euros
A Brisa anunciou que vai iniciar a construção de uma ponte e dois viadutos sobre o Rio Tejo, uma obra que representa um investimento de 186 milhões de euros e que estava atrasada por questões ambientais. Esta obra, num total de 11 670 metros, está incluída na A10 e representa «uma obra de engenharia marcante nos próximos anos». O empreendimento, que permitirá a ligação da A10 entre o Carregado e Benavente, da responsabilidade da Brisa, atravessa uma área extremamente sensível em termos ambientais, uma vez que se encontra em plena zona de lezíria.
Arquivo DN-Pedro Simões
Investimento. O projecto da Brisa envolve 186 milhões de euros
A Brisa anunciou que vai iniciar a construção de uma ponte e dois viadutos sobre o Rio Tejo, uma obra que representa um investimento de 186 milhões de euros e que estava atrasada por questões ambientais. Esta obra, num total de 11 670 metros, está incluída na A10 e representa «uma obra de engenharia marcante nos próximos anos». O empreendimento, que permitirá a ligação da A10 entre o Carregado e Benavente, da responsabilidade da Brisa, atravessa uma área extremamente sensível em termos ambientais, uma vez que se encontra em plena zona de lezíria.
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media Lucros da Cofina aumentaram 34%
A Cofina fechou as contas do primeiro trimestre do ano com lucros de 4,1 milhões de euros, mais 34% que nos primeiros três meses de 2004. Um resultado que expressa um crescimento de 19,5% das receitas, que ascenderam a 33,2 milhões de euros, fruto do aumento da circulação das publicações (9,4%), da subida do investimento publicitário (11,7 milhões de euros, mais 6,2%) e aos produtos de marketing alternativo (6,3 milhões, um crescimento de 67%). Os custos do grupo de Paulo Fernandes também cresceram 22,1%, totalizando 28,9 milhões de euros.
A Cofina fechou as contas do primeiro trimestre do ano com lucros de 4,1 milhões de euros, mais 34% que nos primeiros três meses de 2004. Um resultado que expressa um crescimento de 19,5% das receitas, que ascenderam a 33,2 milhões de euros, fruto do aumento da circulação das publicações (9,4%), da subida do investimento publicitário (11,7 milhões de euros, mais 6,2%) e aos produtos de marketing alternativo (6,3 milhões, um crescimento de 67%). Os custos do grupo de Paulo Fernandes também cresceram 22,1%, totalizando 28,9 milhões de euros.
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telecomunicações Sonaecom em "road-show"
A Sonaecom vai realizar um road-show em Londres com investidores internacionais na próxima semana, revelou ao DN Luís Reis, responsável pelos negócios de telecomunicações fixas e móveis da Sonae. "Apesar de não termos uma dispersão de capital muito grande achamos que devemos ter uma relação sustentada com os meios financeiros, particularmente com aqueles que investem nesta área", explicou aquele responsável. O objectivo é posicionar a empresa para quando aumentar o seu free float (capital disperso em Bolsa), que neste momento ronda os 20%.
A Sonaecom vai realizar um road-show em Londres com investidores internacionais na próxima semana, revelou ao DN Luís Reis, responsável pelos negócios de telecomunicações fixas e móveis da Sonae. "Apesar de não termos uma dispersão de capital muito grande achamos que devemos ter uma relação sustentada com os meios financeiros, particularmente com aqueles que investem nesta área", explicou aquele responsável. O objectivo é posicionar a empresa para quando aumentar o seu free float (capital disperso em Bolsa), que neste momento ronda os 20%.
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estatísticas de Março
Juros totais em queda
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se, em Março, em 3,705%, uma descida de 0,019 pontos percentuais face ao mês anterior. Esta taxa do INE, que reflecte a relação entre os juros totais vencidos e o correspondente capital em dívida, baixou 0,070 pontos em Março, no que respeita aos novos contratos celebrados nos últimos três meses, sendo esta taxa de 3,361%. O valor médio por contrato do capital em dívida registou um aumento mensal de 124 euros, para os 46 945 euros por contrato, e a prestação vencida situou-se em 271 euros, valor estável face a Fevereiro
Juros totais em queda
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se, em Março, em 3,705%, uma descida de 0,019 pontos percentuais face ao mês anterior. Esta taxa do INE, que reflecte a relação entre os juros totais vencidos e o correspondente capital em dívida, baixou 0,070 pontos em Março, no que respeita aos novos contratos celebrados nos últimos três meses, sendo esta taxa de 3,361%. O valor médio por contrato do capital em dívida registou um aumento mensal de 124 euros, para os 46 945 euros por contrato, e a prestação vencida situou-se em 271 euros, valor estável face a Fevereiro
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Consumo com taxas estáveis
A estabilidade dos juros não se verifica apenas no crédito à habitação. Para as restantes finalidades de empréstimos, as taxas permanecem igualmente estáveis, em alguns casos há mais tempo. É o caso das taxas praticadas pela CGD para os empréstimos sem garantia real , ou seja, o chamado crédito ao consumo. Estas variam entre 7,95% e 13,95%, desde Abril de 1998. No entanto, os bancos têm vindo a alterar a sua estratégia na concessão de crédito ao consumo, fazendo variar a taxa oferecida aos clientes da relação deste com a instituição. Assim, tendo por exemplo a CGD, a taxa do crédito pessoal pode variar entre a Euribor a 6 meses, acrescida de um spread de 0,5 pontos percentuais, e os 13, 95% máximos. O valor mínimo é oferecido a clientes que, por exemplo, apresentem uma garantia real e/ou um determinado nível de cross-selling (cartões, produtos de investimento, outros créditos, etc.).
A estabilidade dos juros não se verifica apenas no crédito à habitação. Para as restantes finalidades de empréstimos, as taxas permanecem igualmente estáveis, em alguns casos há mais tempo. É o caso das taxas praticadas pela CGD para os empréstimos sem garantia real , ou seja, o chamado crédito ao consumo. Estas variam entre 7,95% e 13,95%, desde Abril de 1998. No entanto, os bancos têm vindo a alterar a sua estratégia na concessão de crédito ao consumo, fazendo variar a taxa oferecida aos clientes da relação deste com a instituição. Assim, tendo por exemplo a CGD, a taxa do crédito pessoal pode variar entre a Euribor a 6 meses, acrescida de um spread de 0,5 pontos percentuais, e os 13, 95% máximos. O valor mínimo é oferecido a clientes que, por exemplo, apresentem uma garantia real e/ou um determinado nível de cross-selling (cartões, produtos de investimento, outros créditos, etc.).
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Juros à habitação estão estagnados há quase dois anos
É o maior período de estabilidade das taxa dos últimos 30 anos
paula cordeiro Arquivo DN
melhor altura. Portugueses que compraram casa nos últimos 2 anos puderam negociar as taxas de juro mais baixas de sempre. Até quando?
Os portugueses vivem o maior período de estabilidade de taxas de juro dos últimos 30 anos. Há dois anos que as taxas dos novos empréstimos para a compra de casa estão estagnados, enquanto os juros aplicados à maior parte dos contratos em vigor apresenta pequenas oscilações mensais.
Tendo por base os valores praticados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o crédito à habitação, desde Junho de 2003 que os juros aplicados aos novos contratos celebrados variam entre um máximo de 4,250% (com spread de 2 pontos percentuais) e um mínimo de 2,750% (para quem consegue o spread de 0,5 pontos). Estes valores aplicam-se aos novos clientes que, beneficiando da taxa indexante Euribor a 6 meses, têm um arredondamento de 1/4 de ponto percentual. E estes valores vão manter-se em Maio.
Para os contratos celebrados antes de Junho de 2003 - aos quais a CGD aplica o arredondamento de 1/16 de ponto - as taxas caíram 6,9% desde Maio de 2003, especialmente devido à quebra significativa verificada entre Maio e Junho de 2003, ou seja, de 5,5%.
Mas se tivermos em conta o comportamento da Euribor a 6 meses no último ano, as taxas subiram 3%. Na prática, para os portugueses que possuem um crédito à habitação contratado com o arredondamento a um oitavo de ponto, a sua prestação tem registado pequenas oscilações (para baixo e depois para cima), devido ao processo de revisão das taxas. Estas são normalmente revistas de seis em meses (a partir da data do contrato) e resultam de uma média calculada a partir da média mensal dos últimos seis meses.
Apesar destes cálculos terem por base os valores fornecidos pela CGD, instituição de referência para o crédito hipotecário, a maior parte dos bancos portugueses segue a mesma prática no arredondamento e na revisão das taxas.
pressões para descer. Este comportamento da principal taxa interbancária, a Euribor, reflecte a indefinição que a Europa tem vivido, nos últimos tempos, em matéria de taxas de juro. Depois de durante vários meses se vaticinar que o Banco Central Europeu (BCE) deverá subir as suas taxas directoras lá mais para o final de 2005, alguns responsáveis europeus têm vindo a público 'sugerir' precisamente o contrário, ou seja, que a autoridade monetária europeia desça os juros. A Alemanha e a Itália são os países que mais se têm batido por isso, vendo nessa medida uma forma de estimular o crescimento económico na Europa, num quadro de ausência de pressões inflacionistas.
Nos Estados Unidos, por seu lado, as taxas de juro têm vindo a subir há já algum tempo. Os analistas esperam que a Reserva Federal norte-americana (Fed) volte a aumentar os juros, na sua reunião da próxima terça-feira, em 0,25 pontos, colocando a taxa de referência nos 3%. Um movimento que, para vários analistas, foi visto como uma atitude a seguir pelo BCE, que neste momento tem as suas taxas directoras em 2%. Apesar da autoridade monetária europeia reunir na próxima quinta-feira, os principais analistas europeus não esperam que Trichet anuncia qualquer mexida, nem para cima, nem para baixo. Nem mesmo para agradar a alemães e a italianos.
É o maior período de estabilidade das taxa dos últimos 30 anos
paula cordeiro Arquivo DN
melhor altura. Portugueses que compraram casa nos últimos 2 anos puderam negociar as taxas de juro mais baixas de sempre. Até quando?
Os portugueses vivem o maior período de estabilidade de taxas de juro dos últimos 30 anos. Há dois anos que as taxas dos novos empréstimos para a compra de casa estão estagnados, enquanto os juros aplicados à maior parte dos contratos em vigor apresenta pequenas oscilações mensais.
Tendo por base os valores praticados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) para o crédito à habitação, desde Junho de 2003 que os juros aplicados aos novos contratos celebrados variam entre um máximo de 4,250% (com spread de 2 pontos percentuais) e um mínimo de 2,750% (para quem consegue o spread de 0,5 pontos). Estes valores aplicam-se aos novos clientes que, beneficiando da taxa indexante Euribor a 6 meses, têm um arredondamento de 1/4 de ponto percentual. E estes valores vão manter-se em Maio.
Para os contratos celebrados antes de Junho de 2003 - aos quais a CGD aplica o arredondamento de 1/16 de ponto - as taxas caíram 6,9% desde Maio de 2003, especialmente devido à quebra significativa verificada entre Maio e Junho de 2003, ou seja, de 5,5%.
Mas se tivermos em conta o comportamento da Euribor a 6 meses no último ano, as taxas subiram 3%. Na prática, para os portugueses que possuem um crédito à habitação contratado com o arredondamento a um oitavo de ponto, a sua prestação tem registado pequenas oscilações (para baixo e depois para cima), devido ao processo de revisão das taxas. Estas são normalmente revistas de seis em meses (a partir da data do contrato) e resultam de uma média calculada a partir da média mensal dos últimos seis meses.
Apesar destes cálculos terem por base os valores fornecidos pela CGD, instituição de referência para o crédito hipotecário, a maior parte dos bancos portugueses segue a mesma prática no arredondamento e na revisão das taxas.
pressões para descer. Este comportamento da principal taxa interbancária, a Euribor, reflecte a indefinição que a Europa tem vivido, nos últimos tempos, em matéria de taxas de juro. Depois de durante vários meses se vaticinar que o Banco Central Europeu (BCE) deverá subir as suas taxas directoras lá mais para o final de 2005, alguns responsáveis europeus têm vindo a público 'sugerir' precisamente o contrário, ou seja, que a autoridade monetária europeia desça os juros. A Alemanha e a Itália são os países que mais se têm batido por isso, vendo nessa medida uma forma de estimular o crescimento económico na Europa, num quadro de ausência de pressões inflacionistas.
Nos Estados Unidos, por seu lado, as taxas de juro têm vindo a subir há já algum tempo. Os analistas esperam que a Reserva Federal norte-americana (Fed) volte a aumentar os juros, na sua reunião da próxima terça-feira, em 0,25 pontos, colocando a taxa de referência nos 3%. Um movimento que, para vários analistas, foi visto como uma atitude a seguir pelo BCE, que neste momento tem as suas taxas directoras em 2%. Apesar da autoridade monetária europeia reunir na próxima quinta-feira, os principais analistas europeus não esperam que Trichet anuncia qualquer mexida, nem para cima, nem para baixo. Nem mesmo para agradar a alemães e a italianos.
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PT distribui seis milhões aos trabalhadores
PT distribui seis milhões aos trabalhadores
Direitos reservados
Francisco padinha. Presidente executivo da Vivo admite sair
Cada trabalhador do grupo Portugal Telecom (PT) vai receber, a partir de Maio, um prémio de 40 acções pelos resultados alcançados em 2004, um investimento de cerca de seis milhões de euros. A decisão foi tomada ontem em assembleia geral, tendo os accionistas mantido o programa de distribuição de prémios aos trabalhadores iniciado em 2003.
Os colaboradores da PT que mantêm em carteira as acções atribuídas o ano passado receberão como prémio de fidelidade mais cinco títulos e o dobro [10 acções] se também continuarem a deter as acções distribuídas em 2003.
Para receber acções, o trabalhador terá de estar há um ano na empresa.
Na assembleia foram também aprovadas as contas de 2004, a distribuição aos accionistas de um dividendo de 35 cêntimos por acção, a pagar a partir de 27 de Maio. Os accionistas deram ainda "luz verde" ao programa de recompra de acções próprias até ao limite de 10% do capital, bem como, a possibilidade de reduzir o capital social até ao mesmo valor. A PT tinha anunciado a intenção de fazer um share buyback de apenas 3% do capital, mas optou por pedir aos accionistas autorização para comprar até 10%, não querendo isto dizer que o vá realizar.
Brasil. O mercado brasileiro de telemóveis está ao rubro e o presidente-executivo da Vivo, joint-venture entre a PT e a Telefónica, afirma mesmo que "existe alguma dose de loucura". Fernando Padinha, citado pela Lusa, em São Paulo, para comentar os resultados do primeiro trimestre de 2005, garante, no entanto, que não acompanhará os que se querem "atirar da falésia ao mar".
A "guerra" pela conquista de clientes leva a que haja operadores a oferecer descontos de 50% nas facturas de utilizadores da Vivo que gastam em média 92 euros por mês, além de um telemóvel novo com câmara fotográfica. Francisco Padinha referiu igualmente concorrentes que estão a oferecer telemóveis pré-pagos a partir de 15 euros, que podem ser pagos em dez prestações mensais. "Esse nível de competição é preocupante. Entrou-se numa luta de quota de mercado por quota de mercado", afirmou o executivo. O gestor espera porém que o "bom senso" regresse porque "ninguém pode enterrar dinheiro eternamente".
No primeiro trimestre, a Telesp Celular Participações (TCP) registou um prejuízo de 29,8 milhões de euros, mais 117,3%. Francisco Padinha admitiu também que pode sair da presidência da Vivo. "Não temos mandatos fixos como em Portugal. Vim para o Brasil numa missão de três anos e já cá estou além desse tempo. Seguramente um dia vou sair".
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Francisco padinha. Presidente executivo da Vivo admite sair
Cada trabalhador do grupo Portugal Telecom (PT) vai receber, a partir de Maio, um prémio de 40 acções pelos resultados alcançados em 2004, um investimento de cerca de seis milhões de euros. A decisão foi tomada ontem em assembleia geral, tendo os accionistas mantido o programa de distribuição de prémios aos trabalhadores iniciado em 2003.
Os colaboradores da PT que mantêm em carteira as acções atribuídas o ano passado receberão como prémio de fidelidade mais cinco títulos e o dobro [10 acções] se também continuarem a deter as acções distribuídas em 2003.
Para receber acções, o trabalhador terá de estar há um ano na empresa.
Na assembleia foram também aprovadas as contas de 2004, a distribuição aos accionistas de um dividendo de 35 cêntimos por acção, a pagar a partir de 27 de Maio. Os accionistas deram ainda "luz verde" ao programa de recompra de acções próprias até ao limite de 10% do capital, bem como, a possibilidade de reduzir o capital social até ao mesmo valor. A PT tinha anunciado a intenção de fazer um share buyback de apenas 3% do capital, mas optou por pedir aos accionistas autorização para comprar até 10%, não querendo isto dizer que o vá realizar.
Brasil. O mercado brasileiro de telemóveis está ao rubro e o presidente-executivo da Vivo, joint-venture entre a PT e a Telefónica, afirma mesmo que "existe alguma dose de loucura". Fernando Padinha, citado pela Lusa, em São Paulo, para comentar os resultados do primeiro trimestre de 2005, garante, no entanto, que não acompanhará os que se querem "atirar da falésia ao mar".
A "guerra" pela conquista de clientes leva a que haja operadores a oferecer descontos de 50% nas facturas de utilizadores da Vivo que gastam em média 92 euros por mês, além de um telemóvel novo com câmara fotográfica. Francisco Padinha referiu igualmente concorrentes que estão a oferecer telemóveis pré-pagos a partir de 15 euros, que podem ser pagos em dez prestações mensais. "Esse nível de competição é preocupante. Entrou-se numa luta de quota de mercado por quota de mercado", afirmou o executivo. O gestor espera porém que o "bom senso" regresse porque "ninguém pode enterrar dinheiro eternamente".
No primeiro trimestre, a Telesp Celular Participações (TCP) registou um prejuízo de 29,8 milhões de euros, mais 117,3%. Francisco Padinha admitiu também que pode sair da presidência da Vivo. "Não temos mandatos fixos como em Portugal. Vim para o Brasil numa missão de três anos e já cá estou além desse tempo. Seguramente um dia vou sair".
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