Sonaecom promete aumentar investimento nas telecomunicações
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Portugal Telecom
Retornos da OPVs é positivo
Tendo em conta a performance bolsista e os dividendos, os accionistas que participaram nas cinco ofertas públicas de venda (OPV) da Portugal Telecom estão a ganhar dinheiro.
Diogo Simão
ds@premio.pt
A Portugal Telecom realizou cinco ofertas públicas de venda de acções na sua história. Passados 10 anos desde a oferta publica inicial (IPO), realizada a 1 de Junho de 1995, as alegrias devem ser muitas entre os investidores que acorreram às diversas operações. È que somando o desempenho em bolsa e o valor dos dividendos recebidos, todos apresentam ganhos nas suas participações. Como era de esperar, o ganho é tanto maior quanto mais longínqua é a fase de dispersão do capital do Estado. Por exemplo, os investidores que acorreram ao IPO já conseguiram um retorno de 284%, enquanto os que participaram na 5.ª OPV apenas soma 5% na carteira, fruto dos dividendos recebidos.
Operação Data Preço Retorno
1.ª OPV 1 de Junho de 1995 2.800 escudos 284%
2.ª OPV 11 de Junho de 1996 3.620 escudos 195%
4.ª OPV 15 de Junho de 1999 37,50 euros 35%
5.ª OPV 4 de Dezembro de 2000 9,40 euros 5%
* A 30-Nov-99, ocorreu um stock split de 1 para 5 das acções da PT
Retornos da OPVs é positivo
Tendo em conta a performance bolsista e os dividendos, os accionistas que participaram nas cinco ofertas públicas de venda (OPV) da Portugal Telecom estão a ganhar dinheiro.
Diogo Simão
ds@premio.pt
A Portugal Telecom realizou cinco ofertas públicas de venda de acções na sua história. Passados 10 anos desde a oferta publica inicial (IPO), realizada a 1 de Junho de 1995, as alegrias devem ser muitas entre os investidores que acorreram às diversas operações. È que somando o desempenho em bolsa e o valor dos dividendos recebidos, todos apresentam ganhos nas suas participações. Como era de esperar, o ganho é tanto maior quanto mais longínqua é a fase de dispersão do capital do Estado. Por exemplo, os investidores que acorreram ao IPO já conseguiram um retorno de 284%, enquanto os que participaram na 5.ª OPV apenas soma 5% na carteira, fruto dos dividendos recebidos.
Operação Data Preço Retorno
1.ª OPV 1 de Junho de 1995 2.800 escudos 284%
2.ª OPV 11 de Junho de 1996 3.620 escudos 195%
4.ª OPV 15 de Junho de 1999 37,50 euros 35%
5.ª OPV 4 de Dezembro de 2000 9,40 euros 5%
* A 30-Nov-99, ocorreu um stock split de 1 para 5 das acções da PT
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Telecomunicações
Para onde vai a Portugal Telecom
Numa altura em que se prepara para comemorar dez anos de cotação em Bolsa, a empresa liderada por Miguel Horta e Costa enfrenta múltiplos desafios estratégicos.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Tal como o sal está para os alimentos, a Portugal Telecom está para o mercado bolsista português. Com um peso de 19,4% no índice PSI-20, a operadora de telecomunicações é responsável por cerca 40% do valor negociado no mercado nacional. No entanto, apesar da elevada dimensão, o grupo liderada por Miguel Horta e Costa não está imune a problemas que afectam todas as organizações cotadas. No ano em que comemora o décimo aniversário da entrada na Bolsa de Lisboa, a operadora de telecomunicações enfrenta um dos períodos mais importantes da sua história. E o desfecho desses desafios vai-se repercutir nas cotações.
O primeiro passo da Portugal Telecom (PT) em bolsa aconteceu a 2 de Junho de 1995, e foi dado com o pé direito. No ano de admissão à cotação nas bolsas de Lisboa, Londres e Nova Iorque, a TMN lançou o primeiro telemóvel pré-pago do mundo - o MIMO - um serviço que foi decisivo na democratização do telemóvel a nível mundial. Esta capacidade de inovar marcou os primeiros anos da vida da operadora e levou o grupo para o inevitável caminho da internacionalização. Funcionando como «porta estandarte», a PT levou o nome de Portugal a nove países nos quatro cantos do mundo. E o seu trabalho foi reconhecido. A capacidade de gestão da administração da empresa tem sido enaltecida pelo mercado, especialmente pela forma como conseguiram construir um grupo com mais de 36 milhões de clientes e oferecer serviços de telecomunicações.
Mas se a PT oferece serviços de telecomunicações cada vez mais avançados aos seus clientes, também consegue dar retorno aos seus accionistas. No espaço de dez anos, a capitalização bolsista da PT passou dos 2,6 mil milhões para os 10,4 mil milhões de euros. E dos pequenos investidores que subscreveram as diversas fases de privatização da operadora, todos estão com retornos positivos.
Ano recorde
Em 2004, a Portugal Telecom registou um resultado líquido recorde de 500,1 milhões de euros, mais do dobro do registado no ano anterior. Impulsionados pelo negócio móvel (TMN e Vivo) e pela Multimédia, as receitas operacionais atingiram os 6.023 milhões de euros e os resultados operacionais rondaram os 1.369 milhões de euros, ambos os indicadores com crescimentos de 4,3%.
Assim, a subida dos lucros apenas foi possível devido à diminição dos custos com o programa de redução de efectivos (170,8 milhões em 2004 versus 314,1 milhões em 2003) e à utilização de créditos fiscais (que reduziu o imposto sobre rendimento a pagar ao Estado de 377,9 milhões de euros para 179,1 milhões de euros). No final, os analistas aplaudiram a performance da operadora, embora deixassem no ar dúvidas sobre os motores de crescimento da empresa.
Surpresa no fixo
O negócio da rede fixa continua a ser o que gera maiores proveitos dentro do grupo PT, tendo as vendas atingido os 2.124 milhões de euros em 2004. Apesar deste facto não ser novidade, a verdade é que o desempenho recente da PT Comunicações (PTC) tem surpreendido o mercado. Embora continue a assistir-se à «canibalização» pela rede móvel, a rede fixa brindou o mercado com uma quebra das vendas de apenas 0,7% em 2004 e uma subida de 2,2% do ARPU (receita média por cliente). O crescimento no negócio de banda larga e o incremento nos serviços prestados a outros operadores (wholesale) impulsionaram os resultados, tendo a PTC registado mesmo um acréscimo das vendas de 1% no quarto trimestre de 2004. No entanto, a Goldman Sachs estima que «estas melhorias, especialmente no wholesale, sejam insustentáveis». Os preços dos circuitos alugados diminuíram e os concorrentes da PT estão a efectuar uma maior utilização de infra-estruturas próprias.
A opinião do banco norte-americano é reforçada pelo Lehman Brothers: «Apesar da boa performance a nível das vendas, a tendência de quebra do negócio da rede fixa mantém-se». Depois de ter obrigado o Grupo PT a alargar os pontos de interconexão de banda larga da rede fixa, recentemente a Anacom reduziu o preço de instalação do lacete local (último troço da linha de telefone fixo junto da casa do cliente) de 92,12 euros para 38 euros e diminuiu a mensalidade a pagar pelos outros operadores de 11,96 euros para 9,76 euros. Estes valores estão abaixo da média praticada na União Europeia (58 euros na instalação e 11,06 euros na mensalidade), um facto que tem merecido críticas da administração da Portugal Telecom. «Não percebemos porque é que o regulador quer andar à frente, quando pode estabelecer tarifários idênticos à da média europeia», lamenta fonte da operadora. A verdade é que as novas condições estimulam a concorrência como nunca antes aconteceu, o que leva os analistas a prever uma quebra entre 10% e 20% da quota de mercado da PT na banda larga - actualmente de 90% - durante os próximos dois anos.
Contudo, a administração da empresa está moderadamente optimista face à performance da rede fixa nos próximos tempos. Primeiro, como salienta Miguel Horta e Costa, «o crescimento na banda larga mais do que está a compensar a quebra no negócio de voz da rede fixa». Depois, a redução das tarifas de interligação fixo-móvel permitirá reduzir os custos de telecomunicações. Estes efeitos, a par da redução de mil efectivos e do lançamento de novos produtos, devem permitir cumprir os objectivos da administração: preservar as margens operacionais e a geração de cash flow, ou seja, conseguir que o EBITDA se mantenha estável, ou mesmo que apresente um ligeiro crescimento em 2005.
PT «cash cow» Multimédia
A PT Multimédia (PTM) assume-se cada vez mais como o principal canal de crescimento do grupo, pelo menos em Portugal. O seu principal activo, a TV Cabo, continua a apresentar evolução invejável e a alimentar a performance operacional do grupo. No ano de 2004, a PTM aumentou em 10,4% as vendas devido ao crescimento das receitas nos segmentos de TV por subscrição, internet por cabo e publicidade. A subida das receitas, a par da política de controlo e redução de custos, permitiu aumentar em 42,3% o EBITDA e a sua margem de 19,7% para 26,3%.
No entanto, se a boa performance da PTM no curto prazo parece não estar em risco, o futuro do negócio está. O grupo PT controla tanto a rede de cabo como a de cobre (telefone) o que, segundo os seus concorrentes, viola as leis da concorrência. Alfredo Tennenbaum, analista do Commerzbank, explica que «esta é uma situação única na Europa» e que «nos outros países onde tal acontecia, o operador foi obrigado a vender uma das redes». No entanto, as recentes alterações efectuadas nos tarifários de desagregação do lacete local, tornam este hipótese cada vez mais remota. De acordo com o Millennium bcp Investimento, «a evolução ao nível da desagregação do lacete local poderá constringir para reduzir a pressão que tem sido feita sobre a PT no sentido de forçar a venda do cabo». No entanto, caso a Anacom ou a Comissão Europeia decidam que a PT tem de alienar um dos negócios, fonte da operadora realça que a opção passará por manter a rede fixa. «A rede fixa tem um potencial de utilização muito superior. Como a China optou por construir a sua rede de telecomunicações com base no cobre, os fornecedores de tecnologia centraram a sua pesquisa neste negócio», explica fonte da PT.
Mas se a probabilidade da PT manter as suas duas redes é elevada, a rendibilidade da operação do cabo pode ser ameaçada a médio-prazo. Os estudos para uma oferta triple play (televisão, voz e dados sobre a mesma rede) estão numa fase adiantada, podendo surgir no mercado português uma oferta durante os próximos meses. Esta situação canibalizará os preços praticados no mercado, provocando uma descida considerável das margens.
Para já, um dos problemas de rendibilidade da PTM parece estar em vias de resolução. Caso seja aprovada pela Autoridade da Concorrência, a venda dos activos de media à Olinveste - sociedade controlada por Joaquim Oliveira que detém 50% da SporTV e o jornal «O Jogo» - permitirá ao grupo «livrar-se» de um dos seus negócios menos rentáveis. E embora seja esperada um pequena repercussão da venda nos proveitos operacionais da PTM, ao nível do EBITDA o efeito será negligenciável. Por isso, a administração da PT estabeleceu como metas para a sua participada um crescimento de um dígito percentual elevado das receitas e um aumento de pelo menos 15% do EBITDA.
TMN em consolidação
No ano do Euro-2004, as receitas de exploração da TMN aumentaram 4,3% para 1.588 milhões de euros e o EBITDA cresceu 13,9% para 747 milhões de euros. A subida dos preços efectuada em Fevereiro e o tráfego gerado pelos 113 mil novos clientes mais do que compensou a quebra das tarifas de interligação e a descida de 3,4% da receita média por cliente. O exercício ficou marcado pela subida de 1,1% dos custos operacionais, situação motivada pela contabilização dos custos de angariação de clientes no próprio ano - como imposto pelas novas normas contabilísticas IFRS - em vez da sua amortização plurianual.
Mas se em 2004 foi possível apresentar um crescimento do negócio móvel em Portugal, o cenário a médio prazo não se afigura fácil. A descida das tarifas de interligação até 2006 - que colocará o valor cobrado entre as operadoras nos 10 cêntimos de euro- aumenta a pressão sobre o crescimento das receitas e do EBITDA. Para superar este efeito negativo, a TMN aposta no crescimento da receita por cliente. Para tal, Miguel Horta e Costa conta com um «aumento do prémio de mobilidade no mercado, o qual é um dos mais baixos da Europa, e com a melhoria da eficiência operacional do negócio». Esta estratégia pode ajuda a reduzir outro dos problemas que enfrenta o negócio móvel: o mercado está perto da sua maturidade, o que limita o potencial de crescimento da base de clientes.
Para já, a TMN está determinada no lançamento dos serviços de terceira geração (UMTS ou 3G). O seu plano de investimentos permite alargar a área coberta, o que se repercutirá no aumento da utilização da rede e dos clientes com acesso à nova tecnologia. Assim, a operadora móvel vai apostar no lançamento e dinamização de novos serviços, principalmente de dados. Com todas estas iniciativas, a administração liderada por Miguel Horta e Costa espera conseguir em 2005que as receitas cresçam um dígito e o EBITDA mais de 3%.
Brasil mais difícil
Ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, a maior responsável pelo crescimento do EBITDA do grupo PT foi a actividade doméstica. Com a crescente concorrência no mercado de telecomunicações móveis brasileiro, suscitado pelos operadores TIM e Claro, as margens do negócio no Brasil seguem em queda, registando-se mesmo uma redução da capacidade de geração de cash-flow. A Vivo, joint-venture brasileira entre a PT e a Telefónica para as comunicações móveis, apresentou uma quebra de 4,3% do EBITDA em 2004, acompanhada pela redução de 16,8% da receita média por cliente (ARPU). Embora tenham sido captados cerca de seis milhões de novos clientes no último ano, a quota de mercado da Vivo desceu de 56,2% para 50,9% nas áreas onde opera.
O endurecimento das condições de mercado levou, em certa altura, Guy Peddy, analista do Deutsche Bank, a defender a alienação da posição de 50% que a PT detém na Vivo. Dado o elevado valor da participação e os primeiro sinais negativos da operação, este seria um bom momento para abandoná-la e realizar mais-valias. Contudo, esta visão não é partilhada pela operadora, que vê o Brasil como um mercado estratégico de grande potencial de crescimento. Segundo Zeinal Bava, administrador financeiro (CFO) da Portugal Telecom, «o Brasil terá 90 a 100 milhões de clientes móveis», face aos actuais cerca de 60 milhões. A administração da Portugal Telecom tem noção que as margens continuarão muito pressionadas no próximo ano, mas estima que se venham a manter estáveis em torno dos 30% a 35%, fruto de um aumento das receitas de um dígito. Para tal, a Vivo deverá concentrar-se no crescimento e na retenção dos clientes de maior valor. Caso estas medidas tenham sucesso, Miguel Horta e Costa defende que no espaço de dois anos será possível assistir-se a nova recuperação das margens para valores acima dos 40%.
Internacionalização crescente
Entretanto, o mercado pode assistir à entrada da Portugal Telecom no negócio da rede fixa no Brasil. Como salienta o presidente executivo da PT, «a entrada nas telecomunicações fixas permite reduzir os riscos do negócio». É que tal como em Portugal, a descida das tarifas de interligação fixo-móvel beneficiam as operações de rede fixa em detrimento da rede móvel, pelo que a detenção de activos em ambas as áreas neutralizaria os efeitos. Já a joint-venture Vivo, que pode ver parte do seu capital disperso em Bolsa, deve reforçar as posições nas empresas participadas de modo a aumentar a eficiência fiscal das operações.
Mas se o Brasil concentra muitas atenções, a verdade é que a Portugal Telecom está a fazer um esforço de diversificar as suas operações no estrangeiro. «Todas as semanas estudamos duas ou três oportunidades de negócio», revela fonte da operadora. Para já, a aposta principal está na entrada em força na China através da operação em Macau. A PT e a China Unicom estão a estudar o estabelecimento de uma parceria para a operadora móvel macaense CTM, em que a operadora portuguesa aumentará a sua participação de 28% para 45% do capital, controlando a empresa chinesa o restante. Este negócio pode permitir, numa segunda fase, a expansão para o mercado chinês continental, o qual apresenta elevado potencial de crescimento.
Enquanto a entrada na China não se materializa, a Portugal Telecom pretende dinamizar as operações que já detém no estrangeiro, nomeadamente a parceria com a Telefónica na operadora móvel marroquina Médi Telecom e a operação móvel Unitel em Angola. Este último negócio merece mesmo uma atenção especial de Miguel Horta e Costa: «Angola tem enorme potencial».
Dois anos difíceis
Dados os desafios estratégicos que a PT enfrenta, o futuro não se apresenta fácil. A descida das tarifas de interligação prejudicam o negócio móvel em Portugal, a fuga da rede fixa continua e o negócio de banda larga conta com competidores agressivos, a forte concorrência no Brasil continua a pressionar as margens e a televisão por cabo começa a denotar um abrandamento do crescimento. Tal como reconhece a PT, «estes factores fazem antever dois anos difíceis». Para minimizar os efeitos negativos, Miguel Horta e Costa vai focar as suas atenções «no aumento da eficiência e no controlo de custos». Assim, o CEO da PT espera conseguir manter o crescimento dos resultados e libertar «cash» para remunerar accionistas e efectuar investimentos. Em 2005, a PT estima investir 750 a 800 milhões de euros em bens de capital, sendo grande parte destinado à expansão do negócio de banda larga. Zeinal Bava estima que é possível a PT atingir um milhão de clientes de banda larga - entre cobre e cabo -, mais 250 mil do que o verificado no final de Fevereiro.
Mas se no curto prazo o cenário não é muito animador, a médio prazo a Portugal Telecom tem condições para triunfar. Primeiro, a definição de um quadro concorrencial pela Anacom, ainda este ano, reduzirá o risco em torno da empresa e permitirá estimar a previsível perda de quota de mercado do negócio de telecomunicações em Portugal. Segundo, a esperada recuperação das margens no Brasil vai assegurar o crescimento do grupo e libertar fundos que engrossem a remuneração aos accionistas. Terceiro, e último, a crescente internacionalização do grupo para novos mercado permitirá diversificar as fontes de receitas e ajudar a Portugal Telecom a aproximar-se das operadoras europeias de maior dimensão. Conforme salienta Maria Summavielle, analista da Caixa - Banco de Investimento, «apesar de não esperarmos notícias positivas para a PT no curto prazo, mantemos a nossa recomendação de acumular» para as acções. O aconselhamento da compra dos títulos da operadora portuguesa é efectuado por 48% dos analistas que acompanham a empresa, enquanto 16% recomenda a venda. Tendo por base as 25 recomendações de analistas, a Portugal Telecom é a 14.ª empresa de telecomunicações europeia mais recomendada pelos analistas, à frente de operadoras como a British Telecom ou a Tele2, mas atrás de nomes como a Vodafone, France Télécom ou Telefónica.
Remunar os stakeholders
Para atrair investidores, a PT aposta numa política agressiva de distribuição de resultados. A empresa prepara-se para pagar um dividendo de 0,35 euros relativo ao exercício de 2004, um valor que tem implícito uma dividend yield de 3,9%. Se tal não bastasse, a operadora pretende expandir o seu share buyback através da aquisição de mais 3% do capital. Esta operação surge depois do primeiro programa de recompra de acções próprias, que consistiu na aquisição de 10% das acções da operadora, que serão canceladas após a aprovação da assembleia geral de accionistas que decorre a 29 de Abril.
Mas se os accionistas merecem a atenção da administração da PT, o mesmo acontece com os outros stakeholders - pessoas e entidades que detêm relações com a empresa. No âmbito da sua estratégia de responsabilidade social, a operadora ofereceu diversas bolsas de estudo e material informático aos filhos de colaboradores. Mais: a PT tem em curso o programa PT Escolas, um concurso sobre a utilização da internet que vai permitir à escola vencedora receber um portátil para cada aluno, além de ligação de uma instalação Wi-fi e de outros equipamentos electrónicos de apoio à actividade lectiva. Este projecto tem um envolvimento pessoal de Miguel Horta e Costa, que o considera um dos mais importantes da sua presidência executiva. Resta saber se, depois da primeira edição, o actual CEO assistirá ao desfecho do concurso de 2006. É que o seu mandato termina no final do ano, e apesar da sua intenção em continuar, a «golden share» detida pelo Estado pode traçar-lhe um novo rumo. Seja qual for o desfecho, Miguel Horta e Costa fica para a história como o homem que materializou a expansão internacional da PT.
Para onde vai a Portugal Telecom
Numa altura em que se prepara para comemorar dez anos de cotação em Bolsa, a empresa liderada por Miguel Horta e Costa enfrenta múltiplos desafios estratégicos.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Tal como o sal está para os alimentos, a Portugal Telecom está para o mercado bolsista português. Com um peso de 19,4% no índice PSI-20, a operadora de telecomunicações é responsável por cerca 40% do valor negociado no mercado nacional. No entanto, apesar da elevada dimensão, o grupo liderada por Miguel Horta e Costa não está imune a problemas que afectam todas as organizações cotadas. No ano em que comemora o décimo aniversário da entrada na Bolsa de Lisboa, a operadora de telecomunicações enfrenta um dos períodos mais importantes da sua história. E o desfecho desses desafios vai-se repercutir nas cotações.
O primeiro passo da Portugal Telecom (PT) em bolsa aconteceu a 2 de Junho de 1995, e foi dado com o pé direito. No ano de admissão à cotação nas bolsas de Lisboa, Londres e Nova Iorque, a TMN lançou o primeiro telemóvel pré-pago do mundo - o MIMO - um serviço que foi decisivo na democratização do telemóvel a nível mundial. Esta capacidade de inovar marcou os primeiros anos da vida da operadora e levou o grupo para o inevitável caminho da internacionalização. Funcionando como «porta estandarte», a PT levou o nome de Portugal a nove países nos quatro cantos do mundo. E o seu trabalho foi reconhecido. A capacidade de gestão da administração da empresa tem sido enaltecida pelo mercado, especialmente pela forma como conseguiram construir um grupo com mais de 36 milhões de clientes e oferecer serviços de telecomunicações.
Mas se a PT oferece serviços de telecomunicações cada vez mais avançados aos seus clientes, também consegue dar retorno aos seus accionistas. No espaço de dez anos, a capitalização bolsista da PT passou dos 2,6 mil milhões para os 10,4 mil milhões de euros. E dos pequenos investidores que subscreveram as diversas fases de privatização da operadora, todos estão com retornos positivos.
Ano recorde
Em 2004, a Portugal Telecom registou um resultado líquido recorde de 500,1 milhões de euros, mais do dobro do registado no ano anterior. Impulsionados pelo negócio móvel (TMN e Vivo) e pela Multimédia, as receitas operacionais atingiram os 6.023 milhões de euros e os resultados operacionais rondaram os 1.369 milhões de euros, ambos os indicadores com crescimentos de 4,3%.
Assim, a subida dos lucros apenas foi possível devido à diminição dos custos com o programa de redução de efectivos (170,8 milhões em 2004 versus 314,1 milhões em 2003) e à utilização de créditos fiscais (que reduziu o imposto sobre rendimento a pagar ao Estado de 377,9 milhões de euros para 179,1 milhões de euros). No final, os analistas aplaudiram a performance da operadora, embora deixassem no ar dúvidas sobre os motores de crescimento da empresa.
Surpresa no fixo
O negócio da rede fixa continua a ser o que gera maiores proveitos dentro do grupo PT, tendo as vendas atingido os 2.124 milhões de euros em 2004. Apesar deste facto não ser novidade, a verdade é que o desempenho recente da PT Comunicações (PTC) tem surpreendido o mercado. Embora continue a assistir-se à «canibalização» pela rede móvel, a rede fixa brindou o mercado com uma quebra das vendas de apenas 0,7% em 2004 e uma subida de 2,2% do ARPU (receita média por cliente). O crescimento no negócio de banda larga e o incremento nos serviços prestados a outros operadores (wholesale) impulsionaram os resultados, tendo a PTC registado mesmo um acréscimo das vendas de 1% no quarto trimestre de 2004. No entanto, a Goldman Sachs estima que «estas melhorias, especialmente no wholesale, sejam insustentáveis». Os preços dos circuitos alugados diminuíram e os concorrentes da PT estão a efectuar uma maior utilização de infra-estruturas próprias.
A opinião do banco norte-americano é reforçada pelo Lehman Brothers: «Apesar da boa performance a nível das vendas, a tendência de quebra do negócio da rede fixa mantém-se». Depois de ter obrigado o Grupo PT a alargar os pontos de interconexão de banda larga da rede fixa, recentemente a Anacom reduziu o preço de instalação do lacete local (último troço da linha de telefone fixo junto da casa do cliente) de 92,12 euros para 38 euros e diminuiu a mensalidade a pagar pelos outros operadores de 11,96 euros para 9,76 euros. Estes valores estão abaixo da média praticada na União Europeia (58 euros na instalação e 11,06 euros na mensalidade), um facto que tem merecido críticas da administração da Portugal Telecom. «Não percebemos porque é que o regulador quer andar à frente, quando pode estabelecer tarifários idênticos à da média europeia», lamenta fonte da operadora. A verdade é que as novas condições estimulam a concorrência como nunca antes aconteceu, o que leva os analistas a prever uma quebra entre 10% e 20% da quota de mercado da PT na banda larga - actualmente de 90% - durante os próximos dois anos.
Contudo, a administração da empresa está moderadamente optimista face à performance da rede fixa nos próximos tempos. Primeiro, como salienta Miguel Horta e Costa, «o crescimento na banda larga mais do que está a compensar a quebra no negócio de voz da rede fixa». Depois, a redução das tarifas de interligação fixo-móvel permitirá reduzir os custos de telecomunicações. Estes efeitos, a par da redução de mil efectivos e do lançamento de novos produtos, devem permitir cumprir os objectivos da administração: preservar as margens operacionais e a geração de cash flow, ou seja, conseguir que o EBITDA se mantenha estável, ou mesmo que apresente um ligeiro crescimento em 2005.
PT «cash cow» Multimédia
A PT Multimédia (PTM) assume-se cada vez mais como o principal canal de crescimento do grupo, pelo menos em Portugal. O seu principal activo, a TV Cabo, continua a apresentar evolução invejável e a alimentar a performance operacional do grupo. No ano de 2004, a PTM aumentou em 10,4% as vendas devido ao crescimento das receitas nos segmentos de TV por subscrição, internet por cabo e publicidade. A subida das receitas, a par da política de controlo e redução de custos, permitiu aumentar em 42,3% o EBITDA e a sua margem de 19,7% para 26,3%.
No entanto, se a boa performance da PTM no curto prazo parece não estar em risco, o futuro do negócio está. O grupo PT controla tanto a rede de cabo como a de cobre (telefone) o que, segundo os seus concorrentes, viola as leis da concorrência. Alfredo Tennenbaum, analista do Commerzbank, explica que «esta é uma situação única na Europa» e que «nos outros países onde tal acontecia, o operador foi obrigado a vender uma das redes». No entanto, as recentes alterações efectuadas nos tarifários de desagregação do lacete local, tornam este hipótese cada vez mais remota. De acordo com o Millennium bcp Investimento, «a evolução ao nível da desagregação do lacete local poderá constringir para reduzir a pressão que tem sido feita sobre a PT no sentido de forçar a venda do cabo». No entanto, caso a Anacom ou a Comissão Europeia decidam que a PT tem de alienar um dos negócios, fonte da operadora realça que a opção passará por manter a rede fixa. «A rede fixa tem um potencial de utilização muito superior. Como a China optou por construir a sua rede de telecomunicações com base no cobre, os fornecedores de tecnologia centraram a sua pesquisa neste negócio», explica fonte da PT.
Mas se a probabilidade da PT manter as suas duas redes é elevada, a rendibilidade da operação do cabo pode ser ameaçada a médio-prazo. Os estudos para uma oferta triple play (televisão, voz e dados sobre a mesma rede) estão numa fase adiantada, podendo surgir no mercado português uma oferta durante os próximos meses. Esta situação canibalizará os preços praticados no mercado, provocando uma descida considerável das margens.
Para já, um dos problemas de rendibilidade da PTM parece estar em vias de resolução. Caso seja aprovada pela Autoridade da Concorrência, a venda dos activos de media à Olinveste - sociedade controlada por Joaquim Oliveira que detém 50% da SporTV e o jornal «O Jogo» - permitirá ao grupo «livrar-se» de um dos seus negócios menos rentáveis. E embora seja esperada um pequena repercussão da venda nos proveitos operacionais da PTM, ao nível do EBITDA o efeito será negligenciável. Por isso, a administração da PT estabeleceu como metas para a sua participada um crescimento de um dígito percentual elevado das receitas e um aumento de pelo menos 15% do EBITDA.
TMN em consolidação
No ano do Euro-2004, as receitas de exploração da TMN aumentaram 4,3% para 1.588 milhões de euros e o EBITDA cresceu 13,9% para 747 milhões de euros. A subida dos preços efectuada em Fevereiro e o tráfego gerado pelos 113 mil novos clientes mais do que compensou a quebra das tarifas de interligação e a descida de 3,4% da receita média por cliente. O exercício ficou marcado pela subida de 1,1% dos custos operacionais, situação motivada pela contabilização dos custos de angariação de clientes no próprio ano - como imposto pelas novas normas contabilísticas IFRS - em vez da sua amortização plurianual.
Mas se em 2004 foi possível apresentar um crescimento do negócio móvel em Portugal, o cenário a médio prazo não se afigura fácil. A descida das tarifas de interligação até 2006 - que colocará o valor cobrado entre as operadoras nos 10 cêntimos de euro- aumenta a pressão sobre o crescimento das receitas e do EBITDA. Para superar este efeito negativo, a TMN aposta no crescimento da receita por cliente. Para tal, Miguel Horta e Costa conta com um «aumento do prémio de mobilidade no mercado, o qual é um dos mais baixos da Europa, e com a melhoria da eficiência operacional do negócio». Esta estratégia pode ajuda a reduzir outro dos problemas que enfrenta o negócio móvel: o mercado está perto da sua maturidade, o que limita o potencial de crescimento da base de clientes.
Para já, a TMN está determinada no lançamento dos serviços de terceira geração (UMTS ou 3G). O seu plano de investimentos permite alargar a área coberta, o que se repercutirá no aumento da utilização da rede e dos clientes com acesso à nova tecnologia. Assim, a operadora móvel vai apostar no lançamento e dinamização de novos serviços, principalmente de dados. Com todas estas iniciativas, a administração liderada por Miguel Horta e Costa espera conseguir em 2005que as receitas cresçam um dígito e o EBITDA mais de 3%.
Brasil mais difícil
Ao contrário do que aconteceu nos últimos anos, a maior responsável pelo crescimento do EBITDA do grupo PT foi a actividade doméstica. Com a crescente concorrência no mercado de telecomunicações móveis brasileiro, suscitado pelos operadores TIM e Claro, as margens do negócio no Brasil seguem em queda, registando-se mesmo uma redução da capacidade de geração de cash-flow. A Vivo, joint-venture brasileira entre a PT e a Telefónica para as comunicações móveis, apresentou uma quebra de 4,3% do EBITDA em 2004, acompanhada pela redução de 16,8% da receita média por cliente (ARPU). Embora tenham sido captados cerca de seis milhões de novos clientes no último ano, a quota de mercado da Vivo desceu de 56,2% para 50,9% nas áreas onde opera.
O endurecimento das condições de mercado levou, em certa altura, Guy Peddy, analista do Deutsche Bank, a defender a alienação da posição de 50% que a PT detém na Vivo. Dado o elevado valor da participação e os primeiro sinais negativos da operação, este seria um bom momento para abandoná-la e realizar mais-valias. Contudo, esta visão não é partilhada pela operadora, que vê o Brasil como um mercado estratégico de grande potencial de crescimento. Segundo Zeinal Bava, administrador financeiro (CFO) da Portugal Telecom, «o Brasil terá 90 a 100 milhões de clientes móveis», face aos actuais cerca de 60 milhões. A administração da Portugal Telecom tem noção que as margens continuarão muito pressionadas no próximo ano, mas estima que se venham a manter estáveis em torno dos 30% a 35%, fruto de um aumento das receitas de um dígito. Para tal, a Vivo deverá concentrar-se no crescimento e na retenção dos clientes de maior valor. Caso estas medidas tenham sucesso, Miguel Horta e Costa defende que no espaço de dois anos será possível assistir-se a nova recuperação das margens para valores acima dos 40%.
Internacionalização crescente
Entretanto, o mercado pode assistir à entrada da Portugal Telecom no negócio da rede fixa no Brasil. Como salienta o presidente executivo da PT, «a entrada nas telecomunicações fixas permite reduzir os riscos do negócio». É que tal como em Portugal, a descida das tarifas de interligação fixo-móvel beneficiam as operações de rede fixa em detrimento da rede móvel, pelo que a detenção de activos em ambas as áreas neutralizaria os efeitos. Já a joint-venture Vivo, que pode ver parte do seu capital disperso em Bolsa, deve reforçar as posições nas empresas participadas de modo a aumentar a eficiência fiscal das operações.
Mas se o Brasil concentra muitas atenções, a verdade é que a Portugal Telecom está a fazer um esforço de diversificar as suas operações no estrangeiro. «Todas as semanas estudamos duas ou três oportunidades de negócio», revela fonte da operadora. Para já, a aposta principal está na entrada em força na China através da operação em Macau. A PT e a China Unicom estão a estudar o estabelecimento de uma parceria para a operadora móvel macaense CTM, em que a operadora portuguesa aumentará a sua participação de 28% para 45% do capital, controlando a empresa chinesa o restante. Este negócio pode permitir, numa segunda fase, a expansão para o mercado chinês continental, o qual apresenta elevado potencial de crescimento.
Enquanto a entrada na China não se materializa, a Portugal Telecom pretende dinamizar as operações que já detém no estrangeiro, nomeadamente a parceria com a Telefónica na operadora móvel marroquina Médi Telecom e a operação móvel Unitel em Angola. Este último negócio merece mesmo uma atenção especial de Miguel Horta e Costa: «Angola tem enorme potencial».
Dois anos difíceis
Dados os desafios estratégicos que a PT enfrenta, o futuro não se apresenta fácil. A descida das tarifas de interligação prejudicam o negócio móvel em Portugal, a fuga da rede fixa continua e o negócio de banda larga conta com competidores agressivos, a forte concorrência no Brasil continua a pressionar as margens e a televisão por cabo começa a denotar um abrandamento do crescimento. Tal como reconhece a PT, «estes factores fazem antever dois anos difíceis». Para minimizar os efeitos negativos, Miguel Horta e Costa vai focar as suas atenções «no aumento da eficiência e no controlo de custos». Assim, o CEO da PT espera conseguir manter o crescimento dos resultados e libertar «cash» para remunerar accionistas e efectuar investimentos. Em 2005, a PT estima investir 750 a 800 milhões de euros em bens de capital, sendo grande parte destinado à expansão do negócio de banda larga. Zeinal Bava estima que é possível a PT atingir um milhão de clientes de banda larga - entre cobre e cabo -, mais 250 mil do que o verificado no final de Fevereiro.
Mas se no curto prazo o cenário não é muito animador, a médio prazo a Portugal Telecom tem condições para triunfar. Primeiro, a definição de um quadro concorrencial pela Anacom, ainda este ano, reduzirá o risco em torno da empresa e permitirá estimar a previsível perda de quota de mercado do negócio de telecomunicações em Portugal. Segundo, a esperada recuperação das margens no Brasil vai assegurar o crescimento do grupo e libertar fundos que engrossem a remuneração aos accionistas. Terceiro, e último, a crescente internacionalização do grupo para novos mercado permitirá diversificar as fontes de receitas e ajudar a Portugal Telecom a aproximar-se das operadoras europeias de maior dimensão. Conforme salienta Maria Summavielle, analista da Caixa - Banco de Investimento, «apesar de não esperarmos notícias positivas para a PT no curto prazo, mantemos a nossa recomendação de acumular» para as acções. O aconselhamento da compra dos títulos da operadora portuguesa é efectuado por 48% dos analistas que acompanham a empresa, enquanto 16% recomenda a venda. Tendo por base as 25 recomendações de analistas, a Portugal Telecom é a 14.ª empresa de telecomunicações europeia mais recomendada pelos analistas, à frente de operadoras como a British Telecom ou a Tele2, mas atrás de nomes como a Vodafone, France Télécom ou Telefónica.
Remunar os stakeholders
Para atrair investidores, a PT aposta numa política agressiva de distribuição de resultados. A empresa prepara-se para pagar um dividendo de 0,35 euros relativo ao exercício de 2004, um valor que tem implícito uma dividend yield de 3,9%. Se tal não bastasse, a operadora pretende expandir o seu share buyback através da aquisição de mais 3% do capital. Esta operação surge depois do primeiro programa de recompra de acções próprias, que consistiu na aquisição de 10% das acções da operadora, que serão canceladas após a aprovação da assembleia geral de accionistas que decorre a 29 de Abril.
Mas se os accionistas merecem a atenção da administração da PT, o mesmo acontece com os outros stakeholders - pessoas e entidades que detêm relações com a empresa. No âmbito da sua estratégia de responsabilidade social, a operadora ofereceu diversas bolsas de estudo e material informático aos filhos de colaboradores. Mais: a PT tem em curso o programa PT Escolas, um concurso sobre a utilização da internet que vai permitir à escola vencedora receber um portátil para cada aluno, além de ligação de uma instalação Wi-fi e de outros equipamentos electrónicos de apoio à actividade lectiva. Este projecto tem um envolvimento pessoal de Miguel Horta e Costa, que o considera um dos mais importantes da sua presidência executiva. Resta saber se, depois da primeira edição, o actual CEO assistirá ao desfecho do concurso de 2006. É que o seu mandato termina no final do ano, e apesar da sua intenção em continuar, a «golden share» detida pelo Estado pode traçar-lhe um novo rumo. Seja qual for o desfecho, Miguel Horta e Costa fica para a história como o homem que materializou a expansão internacional da PT.
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Entrevista
«Temos oportunidades de expansão que estão a ser estudadas»
Miguel Horta e Costa, em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e como espera ultrapassar as fraquezas da empresa que lidera.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, Miguel Horta e Costa explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e quais as linhas estratégicas do grupo. O segredo para ultrapassar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel
A PT celebra em 2005 os 10 anos do primeiro IPO. Como viveu este período?
Tive o privilégio de viver estes 10 anos de forma muito intensa, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. São dez anos de sucesso. Foi possível multiplicar por cinco a capitalização bolsista da PT.
A PT nasceu da confluência dos operadores CTT Telecomunicações; TLP e a TDP, tendo depois sido engrossada pela Marconi através da oferta pública de troca de acções. Passou o difícil crivo da bolso de Nova Iorque.
A PT rapidamente percebeu que a PT tinha um grande desafio: passar para uma fase de internacionalização. E a razão era muito simples. O crescimento que tínhamos pela frente no mercado doméstico era um crescimento assimptótico, que mais tarde ou mais cedo iria ser cada vez menor. Isto tinha a ver com a liberalização das telecomunicações, com os prazos colocados pela União Europeia para a abertura do sector. Portanto, se a empresa queria continuar a ser de crescimento e não de «yield», tinha de continuar a criar valor aos accionistas através de aquisições fora do mercado doméstico. Aí foram estabelecidos critérios muito rigorosos. Por um lado, em mercados e geografias onde sentíamos que tínhamos vantagens competitivas naturais, mas em negócios onde pensávamos que também podíamos acrescentar valor. Era a área dos móveis.
Tivemos a oportunidade histórica de estabelecer um alinhamento estratégico com a Telefónica e a British Telecom. Na altura tivemos até a oportunidade de fazer uma ligação à Concept, que era um consórcio que envolvia a British Telecom e a MCA - que tiveram a pensar fundir-se. Mas tivemos a oportunidade única da privatização da Telebrás. Aí concertámo-nos com a Telefónica. A Telefónica apostou no fixo e nós no móvel. Depois a Telefónica também entrou no móvel, tendo sido possível fazer o encontro das nossas participações.
É um percurso de 10 anos muito interessante. Entrámos noutras geografias como o Norte de África, com a nossa operação em Marrocos. Fomos consolidando uma presença em Macau, tendo sido possível antes da transição da soberania estender o contrato de concessão até 2011. Em África, também conseguimos entrar em Cabo Verde, uma operação que é actualmente um cartão de visita do grupo. E portanto, ao celebrar aqui em Nova Iorque os 10 anos da privatização da PT, acho que temos um caso de sucesso de que o país se pode orgulhar.
O que se pode esperar agora da PT em termos estratégicos?
Penso que a PT tem hoje contornos muito diferentes daqueles que tinha há 10 anos. Hoje, o peso da telefonia fixa é muito menor, tendo sido largamente ultrapassada pelo móvel. O fixo continua a ter uma importância muito grande para o nosso cash flow, mas neste momento quer o móvel, quer o cabo, quer a multimédia, já têm um peso grande no conjunto da nossa oferta. Por outro lado, hoje a PT tem uma expressão internacional que não tinha há 10 anos. É uma empresa com um perfil muito diferente: à 10 anos tinhas uma empresa nacional, limitada ao mercado doméstico. Hoje é um operador mundial, pequeno no contexto europeu e mundial, mas um operador mesmo assim de uma dimensão apreciável. É o maior grupo empresarial português com presença nos cinco continentes. A sua presença internacional tem dado muitos bons resultados. A PT continua a postar no crescimento, sendo vista pelos seus investidores como um empresa de crescimento. Continuamos empenhados em desenvolver o nosso processo de internacionalização dentro dos critérios de enfoque que sempre tivemos, mas determinados. As geografias que privilegiamos são o Brasil, mas também Macau e Angola.
E a expansão nestes mercados será feita através de parcerias?
Nós temos algumas oportunidades que têm vindo a ser estudadas, mas ainda é cedo para revelar. Mas na maior parte dos casos devemos apostar em parcerias. A PT sempre se deu muito bem com as suas parcerias e é um caminho que importa continuar.
Encara com bons olhos um reforço da posição da Telefónica na PT?
A Telefónica, neste momento, já está perto do limite que os estatutos permitem em termos de votação. Há aí uma limitação estatutária.
Faz sentido existir uma limitação estatutária e uma golden share?
É uma situação que hoje se verifica na maior parte das operadoras europeias de natureza histórica. É evidente que vivemos num mundo em que o mercado tende a ser cada vez mais aberto em termos de livre circulação de capitais. Agora, vivemos ainda um pouco esse passado em que as empresas tinham características estratégicas que levaram com que o estado continuassem a deter uma golden share. A nossa ainda dá ao Estado outros poderes para lá da questão das participações accionistas. Enfim, é uma situação em que a tendência natural na Europa é que venha a perder peso.
Como espera compensar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel?
As empresas têm de ter, elas próprias, a capacidade de mudar. A mudança é uma componente estratégica de gestão. A empresa tem de adaptar o seu funcionamento e a sua resposta aos desafio que dia a dia a envolvente externa lhe coloca. A PT vão analisando todos os seus desafios, quer em termos de ameaças quer em termos de oportunidades. Tem de ter a capacidade de encontrar soluções no sentido de ultrapassar e de transformar ameaças em oportunidades. É isso que tem feito no passado e continuará a fazer no futuro.
Em relação ao fixo, a reinvenção do negócio e a aposta no ADSL tem levado a compensar, um pouco, a pressão sobre uma actividade mais tradicional. Isso amanhã terá também o desafios das plataformas IP que hoje nós já dispomos. Isso implica um esforço muito grande de reorganização, de racionalização, de alteração de procedimentos, do funcionamento. É um desafio que vamos enfrentar com determinação e de certeza que vamos continuar a ter bons resultados. A constituição da PT PRO e da PT Compras, empresas transversais ao grupo, têm tido muito sucesso.
Em relação ao móvel, apesar da penetração já muito elevada há ainda campo para alguma expansão. Mas aí, mais uma vez, é também pelo esforço de contenção e corte de custos, pela excelência de gestão para podermos continuar a acrescentar valor.
Já o Brasil tem vindo a assistir a um crescimento espectacular das telecomunicações móveis. É um mercado com 67 milhões de telemóveis e pensamos que pode ir até ao 100 milhões. Tem ainda um potencial de crescimento muito apreciável. Naturalmente, a concorrência é muito intensa, mas a Vivo tem um papel de liderança indiscutível no mercado móvel brasileiro. No ano passado, foi a empresa que teve o segundo maior crescimento do sector no mundo. Temos de continuar a competir de uma forma muito aguerrida com os nossos concorrentes, e temos capacidade financeira para o fazer.
Está disponível para assumir estes desafios, já que o seu mandato termina este ano?
Depende dos accionistas.
«Temos oportunidades de expansão que estão a ser estudadas»
Miguel Horta e Costa, em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e como espera ultrapassar as fraquezas da empresa que lidera.
Diogo Simão
ds@premio.pt
Em entrevista concedida à PRÉMIO durante o «road show» pelos Estados Unidos, Miguel Horta e Costa explicou como nasceu a Portugal Telecom, como foi conduzido o processo de internacionalização e quais as linhas estratégicas do grupo. O segredo para ultrapassar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel
A PT celebra em 2005 os 10 anos do primeiro IPO. Como viveu este período?
Tive o privilégio de viver estes 10 anos de forma muito intensa, primeiro como vice-presidente e depois como presidente. São dez anos de sucesso. Foi possível multiplicar por cinco a capitalização bolsista da PT.
A PT nasceu da confluência dos operadores CTT Telecomunicações; TLP e a TDP, tendo depois sido engrossada pela Marconi através da oferta pública de troca de acções. Passou o difícil crivo da bolso de Nova Iorque.
A PT rapidamente percebeu que a PT tinha um grande desafio: passar para uma fase de internacionalização. E a razão era muito simples. O crescimento que tínhamos pela frente no mercado doméstico era um crescimento assimptótico, que mais tarde ou mais cedo iria ser cada vez menor. Isto tinha a ver com a liberalização das telecomunicações, com os prazos colocados pela União Europeia para a abertura do sector. Portanto, se a empresa queria continuar a ser de crescimento e não de «yield», tinha de continuar a criar valor aos accionistas através de aquisições fora do mercado doméstico. Aí foram estabelecidos critérios muito rigorosos. Por um lado, em mercados e geografias onde sentíamos que tínhamos vantagens competitivas naturais, mas em negócios onde pensávamos que também podíamos acrescentar valor. Era a área dos móveis.
Tivemos a oportunidade histórica de estabelecer um alinhamento estratégico com a Telefónica e a British Telecom. Na altura tivemos até a oportunidade de fazer uma ligação à Concept, que era um consórcio que envolvia a British Telecom e a MCA - que tiveram a pensar fundir-se. Mas tivemos a oportunidade única da privatização da Telebrás. Aí concertámo-nos com a Telefónica. A Telefónica apostou no fixo e nós no móvel. Depois a Telefónica também entrou no móvel, tendo sido possível fazer o encontro das nossas participações.
É um percurso de 10 anos muito interessante. Entrámos noutras geografias como o Norte de África, com a nossa operação em Marrocos. Fomos consolidando uma presença em Macau, tendo sido possível antes da transição da soberania estender o contrato de concessão até 2011. Em África, também conseguimos entrar em Cabo Verde, uma operação que é actualmente um cartão de visita do grupo. E portanto, ao celebrar aqui em Nova Iorque os 10 anos da privatização da PT, acho que temos um caso de sucesso de que o país se pode orgulhar.
O que se pode esperar agora da PT em termos estratégicos?
Penso que a PT tem hoje contornos muito diferentes daqueles que tinha há 10 anos. Hoje, o peso da telefonia fixa é muito menor, tendo sido largamente ultrapassada pelo móvel. O fixo continua a ter uma importância muito grande para o nosso cash flow, mas neste momento quer o móvel, quer o cabo, quer a multimédia, já têm um peso grande no conjunto da nossa oferta. Por outro lado, hoje a PT tem uma expressão internacional que não tinha há 10 anos. É uma empresa com um perfil muito diferente: à 10 anos tinhas uma empresa nacional, limitada ao mercado doméstico. Hoje é um operador mundial, pequeno no contexto europeu e mundial, mas um operador mesmo assim de uma dimensão apreciável. É o maior grupo empresarial português com presença nos cinco continentes. A sua presença internacional tem dado muitos bons resultados. A PT continua a postar no crescimento, sendo vista pelos seus investidores como um empresa de crescimento. Continuamos empenhados em desenvolver o nosso processo de internacionalização dentro dos critérios de enfoque que sempre tivemos, mas determinados. As geografias que privilegiamos são o Brasil, mas também Macau e Angola.
E a expansão nestes mercados será feita através de parcerias?
Nós temos algumas oportunidades que têm vindo a ser estudadas, mas ainda é cedo para revelar. Mas na maior parte dos casos devemos apostar em parcerias. A PT sempre se deu muito bem com as suas parcerias e é um caminho que importa continuar.
Encara com bons olhos um reforço da posição da Telefónica na PT?
A Telefónica, neste momento, já está perto do limite que os estatutos permitem em termos de votação. Há aí uma limitação estatutária.
Faz sentido existir uma limitação estatutária e uma golden share?
É uma situação que hoje se verifica na maior parte das operadoras europeias de natureza histórica. É evidente que vivemos num mundo em que o mercado tende a ser cada vez mais aberto em termos de livre circulação de capitais. Agora, vivemos ainda um pouco esse passado em que as empresas tinham características estratégicas que levaram com que o estado continuassem a deter uma golden share. A nossa ainda dá ao Estado outros poderes para lá da questão das participações accionistas. Enfim, é uma situação em que a tendência natural na Europa é que venha a perder peso.
Como espera compensar o esmagamento das margens no Brasil, o arrefecimento do negócio da PT Comunicações em Portugal e a redução das tarifas de interligação no móvel?
As empresas têm de ter, elas próprias, a capacidade de mudar. A mudança é uma componente estratégica de gestão. A empresa tem de adaptar o seu funcionamento e a sua resposta aos desafio que dia a dia a envolvente externa lhe coloca. A PT vão analisando todos os seus desafios, quer em termos de ameaças quer em termos de oportunidades. Tem de ter a capacidade de encontrar soluções no sentido de ultrapassar e de transformar ameaças em oportunidades. É isso que tem feito no passado e continuará a fazer no futuro.
Em relação ao fixo, a reinvenção do negócio e a aposta no ADSL tem levado a compensar, um pouco, a pressão sobre uma actividade mais tradicional. Isso amanhã terá também o desafios das plataformas IP que hoje nós já dispomos. Isso implica um esforço muito grande de reorganização, de racionalização, de alteração de procedimentos, do funcionamento. É um desafio que vamos enfrentar com determinação e de certeza que vamos continuar a ter bons resultados. A constituição da PT PRO e da PT Compras, empresas transversais ao grupo, têm tido muito sucesso.
Em relação ao móvel, apesar da penetração já muito elevada há ainda campo para alguma expansão. Mas aí, mais uma vez, é também pelo esforço de contenção e corte de custos, pela excelência de gestão para podermos continuar a acrescentar valor.
Já o Brasil tem vindo a assistir a um crescimento espectacular das telecomunicações móveis. É um mercado com 67 milhões de telemóveis e pensamos que pode ir até ao 100 milhões. Tem ainda um potencial de crescimento muito apreciável. Naturalmente, a concorrência é muito intensa, mas a Vivo tem um papel de liderança indiscutível no mercado móvel brasileiro. No ano passado, foi a empresa que teve o segundo maior crescimento do sector no mundo. Temos de continuar a competir de uma forma muito aguerrida com os nossos concorrentes, e temos capacidade financeira para o fazer.
Está disponível para assumir estes desafios, já que o seu mandato termina este ano?
Depende dos accionistas.
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PIB cresceu menos que o esperado
Nasdaq e Dow Jones caem mais de 1% com abrandamento na economia
As bolsas norte-americanas fecharam a desvalorizar, pois a economia norte-americana cresceu menos que o esperado no primeiro trimestre e ao ritmo mais lento em dois anos. O Nasdaq cedeu 1,36% e o Dow Jones caiu 1,24%.
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Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt
As bolsas norte-americanas fecharam a desvalorizar, pois a economia norte-americana cresceu menos que o esperado no primeiro trimestre e ao ritmo mais lento em dois anos. O Nasdaq cedeu 1,36% e o Dow Jones caiu 1,24%.
O Nasdaq [Cot] fechou nos 1.904,18 pontos e o Dow Jones [Cot] deslizou até aos 10.072,66 pontos.
O Produto Interno Bruto dos Estados Unidos aumentou a uma taxa anual de 3,1% no primeiro trimestre deste ano, face aos três meses anteriores, um valor que ficou abaixo das previsões dos economistas e representa a expansão mais baixa dos últimos dois anos.
Esta foi a primeira estimativa para o crescimento do PIB dos EUA no primeiro trimestre, sendo que nos três meses anteriores a expansão tinha sido de 3,8%. Para os primeiros três meses deste ano os economistas consultados pela Bloomberg aguardavam um crescimento de 3,5%.
Outra «má notícia» do relatório hoje divulgado pelo Departamento do Comércio diz respeito ao aumento das pressões inflacionistas. O índice que mede a subida dos preços no consumo privado, um indicador muito olhado pela Reserva Federal, aumentou a um ritmo anual de 2,2%, que é o mais elevado desde o último trimestre de 2001.
O Departamento do Trabalho também anunciou hoje que o número de novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA aumentou na passada semana para os 320 mil.
Entre as empresas que anunciaram resultados, a Exxon Mobil depreciou 3,32% e a Procter & Gamble subiu 1,44%.
Os lucros da petrolífera subiram 44%, mas decepcionaram o mercado, enquanto a produtora de bens de consumo verificou um aumento de 13% nos resultados líquidos, acima do previsto pelos analistas.
Ainda a pressionar os índices, as acções da Cisco recuaram 0,35% e as da Intel desceram 1,19%, liderando as quedas entre os títulos das tecnológicas.
A Microsoft, que vai anunciar os seus resultados após o fecho do mercado, desvalorizou 1,96%.
Nasdaq e Dow Jones caem mais de 1% com abrandamento na economia
As bolsas norte-americanas fecharam a desvalorizar, pois a economia norte-americana cresceu menos que o esperado no primeiro trimestre e ao ritmo mais lento em dois anos. O Nasdaq cedeu 1,36% e o Dow Jones caiu 1,24%.
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As bolsas norte-americanas fecharam a desvalorizar, pois a economia norte-americana cresceu menos que o esperado no primeiro trimestre e ao ritmo mais lento em dois anos. O Nasdaq cedeu 1,36% e o Dow Jones caiu 1,24%.
O Nasdaq [Cot] fechou nos 1.904,18 pontos e o Dow Jones [Cot] deslizou até aos 10.072,66 pontos.
O Produto Interno Bruto dos Estados Unidos aumentou a uma taxa anual de 3,1% no primeiro trimestre deste ano, face aos três meses anteriores, um valor que ficou abaixo das previsões dos economistas e representa a expansão mais baixa dos últimos dois anos.
Esta foi a primeira estimativa para o crescimento do PIB dos EUA no primeiro trimestre, sendo que nos três meses anteriores a expansão tinha sido de 3,8%. Para os primeiros três meses deste ano os economistas consultados pela Bloomberg aguardavam um crescimento de 3,5%.
Outra «má notícia» do relatório hoje divulgado pelo Departamento do Comércio diz respeito ao aumento das pressões inflacionistas. O índice que mede a subida dos preços no consumo privado, um indicador muito olhado pela Reserva Federal, aumentou a um ritmo anual de 2,2%, que é o mais elevado desde o último trimestre de 2001.
O Departamento do Trabalho também anunciou hoje que o número de novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA aumentou na passada semana para os 320 mil.
Entre as empresas que anunciaram resultados, a Exxon Mobil depreciou 3,32% e a Procter & Gamble subiu 1,44%.
Os lucros da petrolífera subiram 44%, mas decepcionaram o mercado, enquanto a produtora de bens de consumo verificou um aumento de 13% nos resultados líquidos, acima do previsto pelos analistas.
Ainda a pressionar os índices, as acções da Cisco recuaram 0,35% e as da Intel desceram 1,19%, liderando as quedas entre os títulos das tecnológicas.
A Microsoft, que vai anunciar os seus resultados após o fecho do mercado, desvalorizou 1,96%.
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Microsoft duplica lucros mas receitas ficam abaixo do esperado
A Microsoft anunciou hoje que os resultados líquidos do terceiro trimestre fiscal duplicaram, enquanto as receitas aumentaram 4,9%, mas ficaram abaixo do previsto pelos analistas. As acções da companhia reagiram em alta aos resultados.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A Microsoft anunciou hoje que os resultados líquidos do terceiro trimestre fiscal duplicaram, enquanto as receitas aumentaram 4,9%, mas ficaram abaixo do previsto pelos analistas. As acções da companhia reagiram em alta aos resultados.
Os resultados líquidos da Microsoft no terceiro trimestre fiscal ascenderam a 2,65 mil milhões de dólares, contra os 1,32 mil milhões de dólares do mesmo período do ano passado, altura em que a empresa foi penalizada por custos legais.
Excluindo custos extraordinários a Microsoft apurou um lucro por acção de 32 cêntimos, em linha com as previsões dos analistas.
Contudo, as receitas cresceram 4,9% para 9,62 mil milhões de dólares, quando os analistas estavam à espera de um valor de 9,83 mil milhões de dólares.
O crescimento das receitas foi o mais baixo dos últimos cinco anos, uma situação explicada pelo abrandamento das vendas do sistema operativo Windows e «software» relacionado.
O aumento dos lucros é explicado sobretudo pela diminuição dos custos legais relacionados com as indemnizações a pagar a empresas rivais. No ano passado a companhia pagou 1,6 mil milhões de dólares para resolver uma disputa legal com a Sun Microsystems.
Para o ano fiscal que inicia a 1 de Julho, a Microsoft prevê receitas entre 43,3 e 44,1 mil milhões de dólares, um valor que está acima do previsto pelos analistas: 43,4 mil milhões de dólares.
Para o presente trimestre a Microsoft aguarda receitas em linha com as previsões dos analistas.
Estas previsões optimistas explicam o facto de as acções da empresa estarem a subir 25 cêntimos no mercado «after hours». Na sessão regular fecharam a cair quase 2%.
A Microsoft anunciou hoje que os resultados líquidos do terceiro trimestre fiscal duplicaram, enquanto as receitas aumentaram 4,9%, mas ficaram abaixo do previsto pelos analistas. As acções da companhia reagiram em alta aos resultados.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A Microsoft anunciou hoje que os resultados líquidos do terceiro trimestre fiscal duplicaram, enquanto as receitas aumentaram 4,9%, mas ficaram abaixo do previsto pelos analistas. As acções da companhia reagiram em alta aos resultados.
Os resultados líquidos da Microsoft no terceiro trimestre fiscal ascenderam a 2,65 mil milhões de dólares, contra os 1,32 mil milhões de dólares do mesmo período do ano passado, altura em que a empresa foi penalizada por custos legais.
Excluindo custos extraordinários a Microsoft apurou um lucro por acção de 32 cêntimos, em linha com as previsões dos analistas.
Contudo, as receitas cresceram 4,9% para 9,62 mil milhões de dólares, quando os analistas estavam à espera de um valor de 9,83 mil milhões de dólares.
O crescimento das receitas foi o mais baixo dos últimos cinco anos, uma situação explicada pelo abrandamento das vendas do sistema operativo Windows e «software» relacionado.
O aumento dos lucros é explicado sobretudo pela diminuição dos custos legais relacionados com as indemnizações a pagar a empresas rivais. No ano passado a companhia pagou 1,6 mil milhões de dólares para resolver uma disputa legal com a Sun Microsystems.
Para o ano fiscal que inicia a 1 de Julho, a Microsoft prevê receitas entre 43,3 e 44,1 mil milhões de dólares, um valor que está acima do previsto pelos analistas: 43,4 mil milhões de dólares.
Para o presente trimestre a Microsoft aguarda receitas em linha com as previsões dos analistas.
Estas previsões optimistas explicam o facto de as acções da empresa estarem a subir 25 cêntimos no mercado «after hours». Na sessão regular fecharam a cair quase 2%.
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Da conjuntura internacional?
Fernando Freire de Sousa
A actual configuração económica mundial é dominada por orientações ditadas pela dupla sino-americana, sendo improvável que tal estado de coisas se altere se não ocorrer qualquer inflexão relevante nas políticas unilaterais que aqueles dois países vêm seguindo.
Os EUA defrontam-se com “défices gémeos” (público e externo) históricos – nos termos das opções Bush II, o défice federal excederá 4% até 2008 e o défice corrente não será inferior a 6% do PIB! – cada vez mais financiados pelo resto do mundo, conduzindo a uma progressão e diversificação dos activos americanos detidos por agentes externos e a um endividamento colossal (quase 3 biliões de USD líquidos - mais de 1/4 do PIB – e 10 biliões brutos). Acresce que – dadas a prudência com que a Reserva Federal tem gerido os baixos níveis das taxas de juro e a incerteza reinante no mercado bolsista - as entradas de capitais privados se foram tornando insuficientes, levando a que a China se constituísse no mais permissivo alimentador daquela acumulação de dívida por via de uma política estrita de fixidez do yuan face ao USD – base para um sustentado crescimento das exportações e uma actividade interna criadora de 20-25 milhões de empregos ao ano – e da absorção dos USD a tal necessários, amarrando ainda outros parceiros asiáticos a um seguidismo que se salda num maciço aumento das suas reservas cambiais.
Esta situação é potencialmente explosiva, não sendo mesmo de excluir um generalizadamente nefasto ataque especulativo contra o USD: nos EUA, porque uma reacção defensiva passaria por uma forte subida das taxas de juro de inevitáveis impactos recessivos (internos e mundiais); nos países credores, porque sofreriam perdas cambiais enormes devido ao volume de reservas que detêm; nos outros países, porque se assistiria a uma valorização insuportável do Euro e demais moedas europeias.Um dilema de indisponibilidades bloqueadoras, pois: dos EUA para mais do que um tímido ajustamento de política que somasse à depreciação do USD a aceitação de um abrandamento da procura doméstica; da China para abandonar a sua surdez aos apelos para uma apreciação do yuan, pelo menos enquanto não se invertam as vantagens de que aufere e possa emergir o ineficaz controlo monetário da sua procura interna.
Diante deste quadro, persiste a impotência da Europa em se preservar/demarcar daquelas forças dominantes. Conhece-se o diagnóstico: preços e salários afectados pela pressão concorrencial do comércio mundial; exportações prejudicadas pela tendência declinante do USD; procura segura pela liquidez gerada pela política monetária dos EUA (com especial reflexo na especulação imobiliária); empresas expectantes, distribuindo dividendos e investindo pouco. Não será tempo de as autoridades políticas europeias assumirem parte activa no combate aos desequilíbrios financeiros internacionais e na promoção do papel do Euro no mundo, forçando uma mais sistemática dissociação das taxas de juro europeias face às americanas e chamando o Japão a um processo indutor de uma diversificação ordenada das reservas internacionais?
Fernando Freire de Sousa
A actual configuração económica mundial é dominada por orientações ditadas pela dupla sino-americana, sendo improvável que tal estado de coisas se altere se não ocorrer qualquer inflexão relevante nas políticas unilaterais que aqueles dois países vêm seguindo.
Os EUA defrontam-se com “défices gémeos” (público e externo) históricos – nos termos das opções Bush II, o défice federal excederá 4% até 2008 e o défice corrente não será inferior a 6% do PIB! – cada vez mais financiados pelo resto do mundo, conduzindo a uma progressão e diversificação dos activos americanos detidos por agentes externos e a um endividamento colossal (quase 3 biliões de USD líquidos - mais de 1/4 do PIB – e 10 biliões brutos). Acresce que – dadas a prudência com que a Reserva Federal tem gerido os baixos níveis das taxas de juro e a incerteza reinante no mercado bolsista - as entradas de capitais privados se foram tornando insuficientes, levando a que a China se constituísse no mais permissivo alimentador daquela acumulação de dívida por via de uma política estrita de fixidez do yuan face ao USD – base para um sustentado crescimento das exportações e uma actividade interna criadora de 20-25 milhões de empregos ao ano – e da absorção dos USD a tal necessários, amarrando ainda outros parceiros asiáticos a um seguidismo que se salda num maciço aumento das suas reservas cambiais.
Esta situação é potencialmente explosiva, não sendo mesmo de excluir um generalizadamente nefasto ataque especulativo contra o USD: nos EUA, porque uma reacção defensiva passaria por uma forte subida das taxas de juro de inevitáveis impactos recessivos (internos e mundiais); nos países credores, porque sofreriam perdas cambiais enormes devido ao volume de reservas que detêm; nos outros países, porque se assistiria a uma valorização insuportável do Euro e demais moedas europeias.Um dilema de indisponibilidades bloqueadoras, pois: dos EUA para mais do que um tímido ajustamento de política que somasse à depreciação do USD a aceitação de um abrandamento da procura doméstica; da China para abandonar a sua surdez aos apelos para uma apreciação do yuan, pelo menos enquanto não se invertam as vantagens de que aufere e possa emergir o ineficaz controlo monetário da sua procura interna.
Diante deste quadro, persiste a impotência da Europa em se preservar/demarcar daquelas forças dominantes. Conhece-se o diagnóstico: preços e salários afectados pela pressão concorrencial do comércio mundial; exportações prejudicadas pela tendência declinante do USD; procura segura pela liquidez gerada pela política monetária dos EUA (com especial reflexo na especulação imobiliária); empresas expectantes, distribuindo dividendos e investindo pouco. Não será tempo de as autoridades políticas europeias assumirem parte activa no combate aos desequilíbrios financeiros internacionais e na promoção do papel do Euro no mundo, forçando uma mais sistemática dissociação das taxas de juro europeias face às americanas e chamando o Japão a um processo indutor de uma diversificação ordenada das reservas internacionais?
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No Financial Times
Apetite empresarial por investimento
FT
As empresas internacionais cresceram timidamente. Os lucros obtidos na maior parte dos países desenvolvidos atingem valores máximos em relação ao produto interno bruto, enquanto que o ‘cash flow’ está forte e os balancetes foram ajustados. Contudo, as empresas parecem contentar-se com a crescente entrega de liquidez aos seus accionistas.
A fusão de actividades regista um lento crescendo, conduzido principalmente pelas instituições de capital de risco, a par de uma quebra no investimento por parte das empresas. Em 2004, segundo o Deutsche Bank, e em relação às acções não financeiras, o rácio entre as despesas de capital e as vendas situou-se entre 5% e 7% no Reino Unido, Alemanha, França e Holanda, sendo que a percentagem referente a Itália e a Espanha foi ligeiramente superior. Nos restantes mercados, com excepção do italiano, esta descida foi superior a um ponto percentual durante os últimos cinco anos. O crescimento malogrado do emprego, nos dois lados do Atlântico, também aponta para uma expansão orgânica deficiente.
Até há pouco tempo, os accionistas pressionavam as empresas para que liquidassem as suas dívidas numa posterior distribuição dos lucros. Contudo, a balança ficou muito desequilibrada. Os investidores simpatizam com ‘buy-backs’ e dividendos elevados, desde que o ‘payout ratio’ seja sustentável. Mas, como é óbvio, preferem que as empresas invistam para obter receitas superiores ao custo do capital. É normal as empresas possam fazer as duas coisas, especialmente se as baixas taxas de juro e a tentativa de estabilizar a macroeconomia forem sinónimo de que os investidores estão preparados para tolerar níveis de alavancagem mais elevados. O fluxo monetário que “corre” para o capital de risco sugere essa possibilidade.
Apetite empresarial por investimento
FT
As empresas internacionais cresceram timidamente. Os lucros obtidos na maior parte dos países desenvolvidos atingem valores máximos em relação ao produto interno bruto, enquanto que o ‘cash flow’ está forte e os balancetes foram ajustados. Contudo, as empresas parecem contentar-se com a crescente entrega de liquidez aos seus accionistas.
A fusão de actividades regista um lento crescendo, conduzido principalmente pelas instituições de capital de risco, a par de uma quebra no investimento por parte das empresas. Em 2004, segundo o Deutsche Bank, e em relação às acções não financeiras, o rácio entre as despesas de capital e as vendas situou-se entre 5% e 7% no Reino Unido, Alemanha, França e Holanda, sendo que a percentagem referente a Itália e a Espanha foi ligeiramente superior. Nos restantes mercados, com excepção do italiano, esta descida foi superior a um ponto percentual durante os últimos cinco anos. O crescimento malogrado do emprego, nos dois lados do Atlântico, também aponta para uma expansão orgânica deficiente.
Até há pouco tempo, os accionistas pressionavam as empresas para que liquidassem as suas dívidas numa posterior distribuição dos lucros. Contudo, a balança ficou muito desequilibrada. Os investidores simpatizam com ‘buy-backs’ e dividendos elevados, desde que o ‘payout ratio’ seja sustentável. Mas, como é óbvio, preferem que as empresas invistam para obter receitas superiores ao custo do capital. É normal as empresas possam fazer as duas coisas, especialmente se as baixas taxas de juro e a tentativa de estabilizar a macroeconomia forem sinónimo de que os investidores estão preparados para tolerar níveis de alavancagem mais elevados. O fluxo monetário que “corre” para o capital de risco sugere essa possibilidade.
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Media substituem reguladores na informação sobre empresas cotadas
Patricia Henriques
Com a nova Directiva da Transparência, as empresas cotadas passam a divulgar factos relevantes através dos jornais.
A informação que as empresas cotadas têm de prestar ao mercado vai passar a ser divulgada através dos media, caso entrem em vigor as novas regras da segunda Directiva da Transparência neste momento em discussão pública. Actualmente, as empresas estão obrigadas a comunicar a informação considerada relevante para o mercado, em primeiro lugar, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CVMV). Cabe então à autoridade de supervisão difundir os factos relevantes, bem como outra informação, através do seu site, no âmbito do Sistema de Difusão de Informação.
De acordo com a proposta do Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeus de Valores (CESR), onde Portugal é representado pela CMVM, as empresas cotadas “poderão optar por criar os meios e os canais necessários à divulgação de informação directamente aos media, ou fazê-lo através de operadores especializados”.
Estes operadores especializados podem ser agências noticiosas, contratadas especificamente para o efeito. Mesmo as empresas com site próprio são obrigadas a divulgar o comunicado de factos relevantes através dos media. Só após a divulgação desse comunicado, o jornalista do meio escolhido para prestar este dever pode trabalhar a informação nele contida.
Não basta publicitar o comunicado, da informação obrigatória ao mercado, através de um único meio de comunicação social. Esta informação deve ser difundida através de meios diversificados: agências noticiosas, jornais, ou ‘websites’. Por outro lado, o meio escolhidos pela empresa deve obdecer a determinados critérios, como ser acessível ao maior número de investidores possível, no mercado nacional e europeu.
O documento, que foi ontem submetido à consulta pública, impõe ainda às empresas cotadas a obrigação de “dispor de meios adequados a assegurar ligações suficientes para a disseminação de informação aos media, tais como meios de contacto electrónicos, linhas dedicadas, além de outros meios de comunicação”. O que se pretende é garantir que a transmissão seja efectuada no mais curto espaço de tempo e em segurança.
No que diz respeito à comunicação de participações qualificadas, ou seja, a que se refere a participações que excedam ou se tornem inferiores a 5%, 10%, 15%, 20%, 25%, 30%, 50% e 75% dos direitos de voto, a proposta dos reguladores europeus vai no sentido de adoptar um formulário único em todos os Estados-membros.
Antes
Factor relevante: A empresa cotada comunicava a informação obrigatória, em primeiro lugar, à CMVM
A autoridade divulga o facto relevante através do Sistema de Difusão de Informação ao Mercado
Investidores e Media têm acesso à informação em simultâneo e em igualdade de circunstâncias.
Depois
Informação obrigatória: As empresas divulgam a informação relevante aos media, através de comunicado, ou fazem-no através de entidades privadas, que podem ser agências noticiosas
O comunicado deve ser publicitado em mais do que um órgão de comunicação
A informação chega aos investidores através dos Media.
Propostas devem ser apresentadas até Junho
As propostas apresentadas pelo Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeu (CESR)visam implementar os princípios gerais contidos na Directiva da Transparência, aprovados em Março do ano passado. Esta directiva integra o plano de acção da União Europeia para os serviços financeiros, tendo em vista o mercado único. No que se refere aos mercados accionistas, está em cima da mesa, a harmonização das regras de divulgação dos factos considerados relevantes na vida das empresas cotadas.
Outra matéria submetida a consulta pública prende-se com as excepções ao dever de comunicação de participações qualificadas por parte dos “market makers”. Os reguladores europeus entendem que os “market makers” devem beneficiar de uma excepção a este dever, quando não exerçam os direitos de voto inerentes às participações detidas e não exerçam influência sobre a administração das empresas relativamente à compra ou ao suporte do preço das acções. O parecer final sobre estas medidas deverá ser entregue à Comissão Europeia até ao próximo dia 30 de Junho.
Patricia Henriques
Com a nova Directiva da Transparência, as empresas cotadas passam a divulgar factos relevantes através dos jornais.
A informação que as empresas cotadas têm de prestar ao mercado vai passar a ser divulgada através dos media, caso entrem em vigor as novas regras da segunda Directiva da Transparência neste momento em discussão pública. Actualmente, as empresas estão obrigadas a comunicar a informação considerada relevante para o mercado, em primeiro lugar, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CVMV). Cabe então à autoridade de supervisão difundir os factos relevantes, bem como outra informação, através do seu site, no âmbito do Sistema de Difusão de Informação.
De acordo com a proposta do Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeus de Valores (CESR), onde Portugal é representado pela CMVM, as empresas cotadas “poderão optar por criar os meios e os canais necessários à divulgação de informação directamente aos media, ou fazê-lo através de operadores especializados”.
Estes operadores especializados podem ser agências noticiosas, contratadas especificamente para o efeito. Mesmo as empresas com site próprio são obrigadas a divulgar o comunicado de factos relevantes através dos media. Só após a divulgação desse comunicado, o jornalista do meio escolhido para prestar este dever pode trabalhar a informação nele contida.
Não basta publicitar o comunicado, da informação obrigatória ao mercado, através de um único meio de comunicação social. Esta informação deve ser difundida através de meios diversificados: agências noticiosas, jornais, ou ‘websites’. Por outro lado, o meio escolhidos pela empresa deve obdecer a determinados critérios, como ser acessível ao maior número de investidores possível, no mercado nacional e europeu.
O documento, que foi ontem submetido à consulta pública, impõe ainda às empresas cotadas a obrigação de “dispor de meios adequados a assegurar ligações suficientes para a disseminação de informação aos media, tais como meios de contacto electrónicos, linhas dedicadas, além de outros meios de comunicação”. O que se pretende é garantir que a transmissão seja efectuada no mais curto espaço de tempo e em segurança.
No que diz respeito à comunicação de participações qualificadas, ou seja, a que se refere a participações que excedam ou se tornem inferiores a 5%, 10%, 15%, 20%, 25%, 30%, 50% e 75% dos direitos de voto, a proposta dos reguladores europeus vai no sentido de adoptar um formulário único em todos os Estados-membros.
Antes
Factor relevante: A empresa cotada comunicava a informação obrigatória, em primeiro lugar, à CMVM
A autoridade divulga o facto relevante através do Sistema de Difusão de Informação ao Mercado
Investidores e Media têm acesso à informação em simultâneo e em igualdade de circunstâncias.
Depois
Informação obrigatória: As empresas divulgam a informação relevante aos media, através de comunicado, ou fazem-no através de entidades privadas, que podem ser agências noticiosas
O comunicado deve ser publicitado em mais do que um órgão de comunicação
A informação chega aos investidores através dos Media.
Propostas devem ser apresentadas até Junho
As propostas apresentadas pelo Comité das Autoridades de Regulamentação dos Mercados Europeu (CESR)visam implementar os princípios gerais contidos na Directiva da Transparência, aprovados em Março do ano passado. Esta directiva integra o plano de acção da União Europeia para os serviços financeiros, tendo em vista o mercado único. No que se refere aos mercados accionistas, está em cima da mesa, a harmonização das regras de divulgação dos factos considerados relevantes na vida das empresas cotadas.
Outra matéria submetida a consulta pública prende-se com as excepções ao dever de comunicação de participações qualificadas por parte dos “market makers”. Os reguladores europeus entendem que os “market makers” devem beneficiar de uma excepção a este dever, quando não exerçam os direitos de voto inerentes às participações detidas e não exerçam influência sobre a administração das empresas relativamente à compra ou ao suporte do preço das acções. O parecer final sobre estas medidas deverá ser entregue à Comissão Europeia até ao próximo dia 30 de Junho.
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Concorrência pode ser obstáculo
H.S.S.
Processos de concentração devem ser analisados no longo prazo.
As dificuldades levantadas pelas Autoridades da Concorrência aos processos de concentração empresarial podem “causar distorções irrecuperáveis” se não forem analisadas dentro do devido contexto temporal.
“As autoridades regulatórias têm a tendência de avaliar a evolução do mercado de uma forma mais estável do que seria desejável”, afirmou ontem Rui Horta e Costa administrador financeiro (CFO) da EDP, numa clara alusão ao “chumbo” da Comissão Europeia à integração dos activos da Galp Energia na EDP. Horta e Costa, para quem as fusões e aquisições devem ser consideradas em cenários de longo prazo, afirmou ainda que “não ter essa flexibilidade dá a vantagem aos ‘players’” com posição de mercado significativa. “Se não se pensa ainda em termos de mercados pan-europeus, que se pense pelo menos em mercados regionais”, defendeu o gestor durante a conferência “Fusões e Aquisições & Private Equity”, promovida pelo Diário Económico.
A criação de blocos económicos a nível mundial - com quatro regiões centrais: Estados Unidos, União Europeia, China e Japão - produzem “razões óbvias para a criação de empresas de maior dimensão e para a consolidação efectiva”, afirmou o CFO da EDP, sublinhando ainda que “uma fusão ou aquisição não deve ser obra do acaso”. Para Horta e Costa, a consolidação deve ser vista como “um fenómeno dinâmico de adaptação dos ‘players’ ao seu mercados”, tendendo a obedecer a um processo que ocorre por etapas e que começa com a consolidação ao nível nacional. Um processo que não está livre de obstáculos, defende Rui Horta e Costa, e cujo sucesso depende da existência de “uma visão estratégica e da avaliação do potencial de contribuição do target para o cumprimento dos objectivos da empresa”.
H.S.S.
Processos de concentração devem ser analisados no longo prazo.
As dificuldades levantadas pelas Autoridades da Concorrência aos processos de concentração empresarial podem “causar distorções irrecuperáveis” se não forem analisadas dentro do devido contexto temporal.
“As autoridades regulatórias têm a tendência de avaliar a evolução do mercado de uma forma mais estável do que seria desejável”, afirmou ontem Rui Horta e Costa administrador financeiro (CFO) da EDP, numa clara alusão ao “chumbo” da Comissão Europeia à integração dos activos da Galp Energia na EDP. Horta e Costa, para quem as fusões e aquisições devem ser consideradas em cenários de longo prazo, afirmou ainda que “não ter essa flexibilidade dá a vantagem aos ‘players’” com posição de mercado significativa. “Se não se pensa ainda em termos de mercados pan-europeus, que se pense pelo menos em mercados regionais”, defendeu o gestor durante a conferência “Fusões e Aquisições & Private Equity”, promovida pelo Diário Económico.
A criação de blocos económicos a nível mundial - com quatro regiões centrais: Estados Unidos, União Europeia, China e Japão - produzem “razões óbvias para a criação de empresas de maior dimensão e para a consolidação efectiva”, afirmou o CFO da EDP, sublinhando ainda que “uma fusão ou aquisição não deve ser obra do acaso”. Para Horta e Costa, a consolidação deve ser vista como “um fenómeno dinâmico de adaptação dos ‘players’ ao seu mercados”, tendendo a obedecer a um processo que ocorre por etapas e que começa com a consolidação ao nível nacional. Um processo que não está livre de obstáculos, defende Rui Horta e Costa, e cujo sucesso depende da existência de “uma visão estratégica e da avaliação do potencial de contribuição do target para o cumprimento dos objectivos da empresa”.
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Portugal continua a ser destino do mercado de fusões e aquisições
Hermínia Saraiva
O interesse dos fundos de ‘private equity’ nos processos de fusão e aquisição são um dos factores de relançamento do mercado mundial.
“Em termos de fusões e aquisições, Portugal é sobretudo um país de destino e não um país exportador, à excepção da Portugal Telecom e da EDP”, afirmou ontem Jorge Bleck, Partner da Linklaters.
A ideia foi defendida durante a conferência “Fusões e Aquisições & Private Equity”, promovida pelo Diário Económico. De acordo com Jorge Bleck, o problema reside “num regime fiscal pouco competitivo”, aliado à “complexidade da Administração Pública, a uma justiça inoperante e excesso de burocracia”.
Apesar do retrato negativo traçado por Jorge Bleck é ponto assente que Portugal já faz parte da rota de fusões e aquisições ‘cross border’, uma das tendências mais marcantes da recuperação do mercado sentida ao longo do ano passado. De acordo com Jorge Cardoso, director coordenador da Caixa Banco Investimento, as operações transfronteiriças envolvendo empresas portuguesas representaram cerca 36% do total de operações desde 2000 e aproximadamente 50% dos processos realizados a partir de 2002.
Entrada dos ‘private equities’
A introdução de “uma lógica estritamente financeira, que conduz a uma entrada com saída a prazo” é, para Paulo Martins, administrador do BES Investimento, uma das consequências da entrada das sociedades de capital de risco nos processos de fusão e aquisição. Na verdade, o interesse dos fundos de ‘private equities’ neste mercado são um dos factores de relançamento do mercado mundial.
A retoma do volume de transacções - num total de 1,364 mil milhões de euros, em 2004 - resulta, segundo os oradores convidados, de uma clara recuperação do mercado de capitais, do aumento da capacidade de geração de ‘cash flow’ pelas empresas, e de uma nova dinâmica na economia mundial. “A recuperação do mercado de capitais que aconteceu nos últimos 12 a18 meses, está agora a reflectir-se no mercado de fusões e aquisições”, afirmou ontem Paulo Pereira managing director da Morgan Stanley. O desfasamento temporal é, na sua opinião, explicado pela restabelecimento de confiança dos investidores. Um fenómeno que se alia à busca de novas oportunidades de crescimento, que “só serão possível ao nível das fusões e aquisições”, defendeu ainda Paulo Pereira.
Há aqui a acrescentar uma nova dinâmica da economia mundial, com a afirmação de mercados como a Índia no sector dos serviços e da China (indústria transformadora), aliada à concorrência entre diferentes blocos económicos, que incentiva processos de concentração sectorial. Para Rui Horta e Costa, estas são “razões óbvias para a criação de empresas de maior dimensão e para a consolidação efectiva”.
Ao nível europeu, Paulo Pereira, sublinhou as oportunidades resultantes da integração europeia, dos processos de liberalização e privatizações em vigor.
Guia para fusões bem sucedidas
Estratégia: Avaliar o potencial de contribuição do ‘target’ para o cumprimento dos objectivos estratégicos da empresa;
Target: Conhecer as prioridades e motivações do accionista vendedor e da equipa de gestão da empresa a adquirir;
Financiamento: Identificar fontes de financiamento e avaliar as capacidades internas;
Sinergias: Avaliar oportunidades de sinergias operacionais e de potenciais ganhos de reestruturação após a concentração;
IDE: Analisar receptividade das entidades governamentais ao investimento.
Mercado europeu regista maior recuperação
Em 2004, as operações de fusões e aquisições envolveram 1,364 mil milhões de euros. Apesar de representar um crescimento de 47% face a 2003, o volume de está ainda muito longe dos 2,458 mil milhões de euros movimentados em 2000. Os números foram apresentados ontem por Paulo Pereira, managing director da Morgan Stanley (na foto), que sublinhou a existência de uma maior volatilidade nos Estados Unidos 675 mil milhões de euros em 2004, contra 1,146 mil milhões em 2000) e uma recuperação mais acentuada do na Europa (494 mil milhões no ano passado comparam com 718 mil milhões de 2000). Numa avaliação por sectores, o destaque vai para a recuperação do sector da energia que movimentou no ano passado 209 mil milhões de euros, mais 113% do que em 2003. Ainda assim, o topo do ranking de operações de fusão e aquisição é ocupado pela indústria que gastou 313 mil milhões de euros em 2004, mais 21% do que no ano anterior.
Processos de concetração com novos contornos
O mercado de fusões e aquisições tem novos contornos. As exigências regulatórias, a entrada de novos sectores, a intensificação das operações transfronteiriças e a rapidez dos processos são alguns dos factores que, na opinião de Paulo Martins, administrador do BES Investimento (na foto), estão a moldar este mercado. “As questões da concorrência e o ambiente eram factores quase marginais, hoje são elementos fundamentais de qualquer processo de concentração”, explicou. Quer as contrapartidas exigidas pelos reguladores, a eventualidade de alienar alguns dos activos a adquirir, ou as matérias relacionadas com o Protocolo de Quioto são hoje questões que podem influenciar movimentos de fusões e aquisições. Paulo Martins realçou ainda que “a crescente especialização das empresas e os movimentos de integração na Europa conduzem à procura de oportunidades fora do seu mercado ‘natural’”, levando a que o conhecimento sectorial, internacional se torne numa vantagem competitiva significativa.
Portugal entra nas F&A ‘cross border’
O crescimento do mercado de fusões e aquisições fica marcado por uma “explosão de operações ‘cross border’ em 2005”, afirmou Jorge Cardoso, director coordenador da Caixa Banco Investimento (na foto). Um fenómeno que não é exclusivamente internacional: as operações de ‘cross border’ envolvendo empresas portuguesas representaram cerca 36% do total de operações desde 2000 e aproximadamente 50% dos processos realizados a partir de 2002. No caso nacional as operações de concentração têm envolvido essencialmente empresas espanholas e brasileiras. Mas fora do triângulo Portugal, Espanha e Brasil existem igualmente mercados de rápido crescimento que podem representar “uma janela de oportunidades para a realização ou captação de investimento”, afirma Jorge Cardoso. Com as economias de Leste a atravessarem um processo de integração europeu semelhante ao vivido por Portugal, as empresas nacionais podem encontrar aqui “uma vantagem competitiva dado o ‘know how’ de reestruturação especifico”.
Hermínia Saraiva
O interesse dos fundos de ‘private equity’ nos processos de fusão e aquisição são um dos factores de relançamento do mercado mundial.
“Em termos de fusões e aquisições, Portugal é sobretudo um país de destino e não um país exportador, à excepção da Portugal Telecom e da EDP”, afirmou ontem Jorge Bleck, Partner da Linklaters.
A ideia foi defendida durante a conferência “Fusões e Aquisições & Private Equity”, promovida pelo Diário Económico. De acordo com Jorge Bleck, o problema reside “num regime fiscal pouco competitivo”, aliado à “complexidade da Administração Pública, a uma justiça inoperante e excesso de burocracia”.
Apesar do retrato negativo traçado por Jorge Bleck é ponto assente que Portugal já faz parte da rota de fusões e aquisições ‘cross border’, uma das tendências mais marcantes da recuperação do mercado sentida ao longo do ano passado. De acordo com Jorge Cardoso, director coordenador da Caixa Banco Investimento, as operações transfronteiriças envolvendo empresas portuguesas representaram cerca 36% do total de operações desde 2000 e aproximadamente 50% dos processos realizados a partir de 2002.
Entrada dos ‘private equities’
A introdução de “uma lógica estritamente financeira, que conduz a uma entrada com saída a prazo” é, para Paulo Martins, administrador do BES Investimento, uma das consequências da entrada das sociedades de capital de risco nos processos de fusão e aquisição. Na verdade, o interesse dos fundos de ‘private equities’ neste mercado são um dos factores de relançamento do mercado mundial.
A retoma do volume de transacções - num total de 1,364 mil milhões de euros, em 2004 - resulta, segundo os oradores convidados, de uma clara recuperação do mercado de capitais, do aumento da capacidade de geração de ‘cash flow’ pelas empresas, e de uma nova dinâmica na economia mundial. “A recuperação do mercado de capitais que aconteceu nos últimos 12 a18 meses, está agora a reflectir-se no mercado de fusões e aquisições”, afirmou ontem Paulo Pereira managing director da Morgan Stanley. O desfasamento temporal é, na sua opinião, explicado pela restabelecimento de confiança dos investidores. Um fenómeno que se alia à busca de novas oportunidades de crescimento, que “só serão possível ao nível das fusões e aquisições”, defendeu ainda Paulo Pereira.
Há aqui a acrescentar uma nova dinâmica da economia mundial, com a afirmação de mercados como a Índia no sector dos serviços e da China (indústria transformadora), aliada à concorrência entre diferentes blocos económicos, que incentiva processos de concentração sectorial. Para Rui Horta e Costa, estas são “razões óbvias para a criação de empresas de maior dimensão e para a consolidação efectiva”.
Ao nível europeu, Paulo Pereira, sublinhou as oportunidades resultantes da integração europeia, dos processos de liberalização e privatizações em vigor.
Guia para fusões bem sucedidas
Estratégia: Avaliar o potencial de contribuição do ‘target’ para o cumprimento dos objectivos estratégicos da empresa;
Target: Conhecer as prioridades e motivações do accionista vendedor e da equipa de gestão da empresa a adquirir;
Financiamento: Identificar fontes de financiamento e avaliar as capacidades internas;
Sinergias: Avaliar oportunidades de sinergias operacionais e de potenciais ganhos de reestruturação após a concentração;
IDE: Analisar receptividade das entidades governamentais ao investimento.
Mercado europeu regista maior recuperação
Em 2004, as operações de fusões e aquisições envolveram 1,364 mil milhões de euros. Apesar de representar um crescimento de 47% face a 2003, o volume de está ainda muito longe dos 2,458 mil milhões de euros movimentados em 2000. Os números foram apresentados ontem por Paulo Pereira, managing director da Morgan Stanley (na foto), que sublinhou a existência de uma maior volatilidade nos Estados Unidos 675 mil milhões de euros em 2004, contra 1,146 mil milhões em 2000) e uma recuperação mais acentuada do na Europa (494 mil milhões no ano passado comparam com 718 mil milhões de 2000). Numa avaliação por sectores, o destaque vai para a recuperação do sector da energia que movimentou no ano passado 209 mil milhões de euros, mais 113% do que em 2003. Ainda assim, o topo do ranking de operações de fusão e aquisição é ocupado pela indústria que gastou 313 mil milhões de euros em 2004, mais 21% do que no ano anterior.
Processos de concetração com novos contornos
O mercado de fusões e aquisições tem novos contornos. As exigências regulatórias, a entrada de novos sectores, a intensificação das operações transfronteiriças e a rapidez dos processos são alguns dos factores que, na opinião de Paulo Martins, administrador do BES Investimento (na foto), estão a moldar este mercado. “As questões da concorrência e o ambiente eram factores quase marginais, hoje são elementos fundamentais de qualquer processo de concentração”, explicou. Quer as contrapartidas exigidas pelos reguladores, a eventualidade de alienar alguns dos activos a adquirir, ou as matérias relacionadas com o Protocolo de Quioto são hoje questões que podem influenciar movimentos de fusões e aquisições. Paulo Martins realçou ainda que “a crescente especialização das empresas e os movimentos de integração na Europa conduzem à procura de oportunidades fora do seu mercado ‘natural’”, levando a que o conhecimento sectorial, internacional se torne numa vantagem competitiva significativa.
Portugal entra nas F&A ‘cross border’
O crescimento do mercado de fusões e aquisições fica marcado por uma “explosão de operações ‘cross border’ em 2005”, afirmou Jorge Cardoso, director coordenador da Caixa Banco Investimento (na foto). Um fenómeno que não é exclusivamente internacional: as operações de ‘cross border’ envolvendo empresas portuguesas representaram cerca 36% do total de operações desde 2000 e aproximadamente 50% dos processos realizados a partir de 2002. No caso nacional as operações de concentração têm envolvido essencialmente empresas espanholas e brasileiras. Mas fora do triângulo Portugal, Espanha e Brasil existem igualmente mercados de rápido crescimento que podem representar “uma janela de oportunidades para a realização ou captação de investimento”, afirma Jorge Cardoso. Com as economias de Leste a atravessarem um processo de integração europeu semelhante ao vivido por Portugal, as empresas nacionais podem encontrar aqui “uma vantagem competitiva dado o ‘know how’ de reestruturação especifico”.
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Pingo Doce e Biedronka suportam crescimento da JM
Luís Villalobos
Indústria beneficiou da integração da Bestfoods. O Recheio desceu, tal como o Feira Nova, sem contabilizar as novas aberturas.
A Jerónimo Martins (JM) subiu as vendas para 875,6 milhões de euros, registando um resultado líquido, sem interesses minoritários, de 16,8 milhões no primeiro trimestre do corrente ano.
Estes valores representam um crescimento de 12% e de 11,2%, respectivamente, face a idêntico período de 2003, e foram suportados pelo Pingo Doce e Biedronka, a cadeia de ‘hard discount’ na Polónia. O Pingo Doce, segundo a JM, registou uma subida de 5,7% sobre o mesmo número de lojas do primeiro trimestre de 2004, tendo por base a aposta nos produtos perecíveis e nas marcas próprias, ao mesmo tempo que apostou na descida de preços de alguns produtos.
No caso da Biedronka, a empresa assume-se como a principal fonte de receitas do grupo, tendo aumentado as vendas para os 310,6 milhões de euros, mais 37,9% que no primeiro trimestre do ano passado. Embora o seu crescimento se baseie em novas lojas, que já atingiram as 732 unidades, a empresa registou uma subida de 7,6% sem contabilizar as inaugurações. Ao todo, esta insígnia já vale 35,5% do total das vendas da JM.
O grupo, liderado por Luís Palha da Silva, sublinha que o ambiente concorrencial se mantém “extremamente competitivo”, e que o consumo continua a revelar “pouco dinamismo”. Este enquadramento penalizou mais os hipermercados Feira Nova, cujo crescimento de 1,9% se registou com base em novas aberturas, já que em ‘like for like’ sofreu uma quebra de 1,8%.
A empresa não segmenta as vendas do Pingo Doce e Feira Nova que, no seu conjunto, atingiram os 376,8 milhões de euros.
A conjuntura económica afectou também o negócio grossista, com o Recheio a descer as receitas para os 131,4 milhões de euros, menos 3,6%, apesar de ter aberto mais uma loja. Na indústria, as vendas subiram para os 57,2 milhões de euros, contra os 55,7 milhões do primeiro trimestre de 2004, mas este valor contabiliza a integração do negócio da Bestfoods na Fima. Numa base comparável, as receitas ficariam em linha com os valores de 2004, segundo fonte da empresa.
Dívida baixa para os 655 milhões
A dívida líquida da JM desceu 165 milhões face ao primeiro trimestre de 2004, situando-se nos 655 milhões. A empresa, que tem um plano de investimentos para novas aberturas, confirmou que o atraso nas licenças em Portugal adiou para 2006 um número significativo de inaugurações. Ao nível dos indicadores financeiros, a JM subiu em 12% o ‘cash flow’ operacional (EBITDA), para 63 mihões de euros, destacando que a Biedronka teve uma subida de 44,2% neste indicador, em euros, e que o EBITDA da indústria subiu 43,5%, devido à Bestfoods. O resultado operacional subiu 22% para os 38,4 milhões. Ontem, as acções da empresa desceram 0,91% para os 11,95 euros.
Luís Villalobos
Indústria beneficiou da integração da Bestfoods. O Recheio desceu, tal como o Feira Nova, sem contabilizar as novas aberturas.
A Jerónimo Martins (JM) subiu as vendas para 875,6 milhões de euros, registando um resultado líquido, sem interesses minoritários, de 16,8 milhões no primeiro trimestre do corrente ano.
Estes valores representam um crescimento de 12% e de 11,2%, respectivamente, face a idêntico período de 2003, e foram suportados pelo Pingo Doce e Biedronka, a cadeia de ‘hard discount’ na Polónia. O Pingo Doce, segundo a JM, registou uma subida de 5,7% sobre o mesmo número de lojas do primeiro trimestre de 2004, tendo por base a aposta nos produtos perecíveis e nas marcas próprias, ao mesmo tempo que apostou na descida de preços de alguns produtos.
No caso da Biedronka, a empresa assume-se como a principal fonte de receitas do grupo, tendo aumentado as vendas para os 310,6 milhões de euros, mais 37,9% que no primeiro trimestre do ano passado. Embora o seu crescimento se baseie em novas lojas, que já atingiram as 732 unidades, a empresa registou uma subida de 7,6% sem contabilizar as inaugurações. Ao todo, esta insígnia já vale 35,5% do total das vendas da JM.
O grupo, liderado por Luís Palha da Silva, sublinha que o ambiente concorrencial se mantém “extremamente competitivo”, e que o consumo continua a revelar “pouco dinamismo”. Este enquadramento penalizou mais os hipermercados Feira Nova, cujo crescimento de 1,9% se registou com base em novas aberturas, já que em ‘like for like’ sofreu uma quebra de 1,8%.
A empresa não segmenta as vendas do Pingo Doce e Feira Nova que, no seu conjunto, atingiram os 376,8 milhões de euros.
A conjuntura económica afectou também o negócio grossista, com o Recheio a descer as receitas para os 131,4 milhões de euros, menos 3,6%, apesar de ter aberto mais uma loja. Na indústria, as vendas subiram para os 57,2 milhões de euros, contra os 55,7 milhões do primeiro trimestre de 2004, mas este valor contabiliza a integração do negócio da Bestfoods na Fima. Numa base comparável, as receitas ficariam em linha com os valores de 2004, segundo fonte da empresa.
Dívida baixa para os 655 milhões
A dívida líquida da JM desceu 165 milhões face ao primeiro trimestre de 2004, situando-se nos 655 milhões. A empresa, que tem um plano de investimentos para novas aberturas, confirmou que o atraso nas licenças em Portugal adiou para 2006 um número significativo de inaugurações. Ao nível dos indicadores financeiros, a JM subiu em 12% o ‘cash flow’ operacional (EBITDA), para 63 mihões de euros, destacando que a Biedronka teve uma subida de 44,2% neste indicador, em euros, e que o EBITDA da indústria subiu 43,5%, devido à Bestfoods. O resultado operacional subiu 22% para os 38,4 milhões. Ontem, as acções da empresa desceram 0,91% para os 11,95 euros.
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Bolsa
IPO da Energias do Brasil avança em Junho
Diana Brito Nunes em São Paulo*
A dispersão do capital da Energias do Brasil na Bolsa de Valores de São Paulo deverá ocorrer em Junho, de acordo com informações recolhidas pelo DE junto de fontes ligadas ao processo.
Esta operação é o culminar da reestruturação das participadas do grupo eléctrico português.
Na próxima sexta-feira realiza-se a assembleia-geral dos minoritários para aprovar as acções de troca que lhes darão acesso a uma presença na nova ‘holding’ Energias do Brasil (ex-EDP Brasil). Assim, a partir de sábado, esta passa a ser uma empresa de capital aberto listada na Bovespa. Nos 30 dias seguintes, haverá um período de recesso, durante o qual pode haver lugar à renegociação dos acordos celebrados com os accionistas minoritários.
Fonte oficial da empresa garante, no entanto, que os contratos firmados com os principais accionistas institucionais garantem que a operação não deverá sofrer qualquer retrocesso.
Presente na área da distribuição e produção de electricidade, a Energias do Brasil pretende actualmente apenas reforçar a sua quota de mercado na geração. Investimentos que a casa-mãe quer ver realizados como ‘cash-flow’ gerado localmente. O processo de reestruturação levado a cabo pela equipa liderada por João Talone implicou a alienação dos activos considerados não estratégicos, como a co-geradora FAFEN.
O aumento da exposição da eléctrica portuguesa no Brasil não visa compensar a provável perda de quota no mercado interno, fruto do processo de liberalização. Em declarações ao DE, Jorge Godinho afirmou que “são áreas de operação totalmente diferentes, já que a expansão terá que ser feita para Espanha e não para o Brasil”.
IPO da Energias do Brasil avança em Junho
Diana Brito Nunes em São Paulo*
A dispersão do capital da Energias do Brasil na Bolsa de Valores de São Paulo deverá ocorrer em Junho, de acordo com informações recolhidas pelo DE junto de fontes ligadas ao processo.
Esta operação é o culminar da reestruturação das participadas do grupo eléctrico português.
Na próxima sexta-feira realiza-se a assembleia-geral dos minoritários para aprovar as acções de troca que lhes darão acesso a uma presença na nova ‘holding’ Energias do Brasil (ex-EDP Brasil). Assim, a partir de sábado, esta passa a ser uma empresa de capital aberto listada na Bovespa. Nos 30 dias seguintes, haverá um período de recesso, durante o qual pode haver lugar à renegociação dos acordos celebrados com os accionistas minoritários.
Fonte oficial da empresa garante, no entanto, que os contratos firmados com os principais accionistas institucionais garantem que a operação não deverá sofrer qualquer retrocesso.
Presente na área da distribuição e produção de electricidade, a Energias do Brasil pretende actualmente apenas reforçar a sua quota de mercado na geração. Investimentos que a casa-mãe quer ver realizados como ‘cash-flow’ gerado localmente. O processo de reestruturação levado a cabo pela equipa liderada por João Talone implicou a alienação dos activos considerados não estratégicos, como a co-geradora FAFEN.
O aumento da exposição da eléctrica portuguesa no Brasil não visa compensar a provável perda de quota no mercado interno, fruto do processo de liberalização. Em declarações ao DE, Jorge Godinho afirmou que “são áreas de operação totalmente diferentes, já que a expansão terá que ser feita para Espanha e não para o Brasil”.
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Mercados caem com desaceleração da economia norte-americana
DE
Os índices novaiorquinos fecharam hoje em baixa, penalizados pela desaceleração acima do esperado da economia norte-americana, com o PIB a crescer ao rimo mais baixo em dois anos.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a cair 1,36% para 1904,08 pontos, depois de ter fechado na quarta-feira a subir 0,18% para 1930,94 pontos.
O Dow Jones Industrial Average encerrou a perder 1,25% para 10 071,70 pontos, após ter encerrado a valorizar 0,49% para 10 200,72 pontos, na sessão anterior.
A economia norte-americana cresceu 3,1% no primeiro trimestre, em termos anualizados, menos 0,7 pontos percentuais do que no trimestre anterior e abaixo do esperado pelos analistas.
Além disso, o deflator do PIB, uma medida da inflação, subiu 3,2%, sugerindo algumas pressões inflacionistas.
O mercado reforçou a ideia de que a Fed terá que continuar a subir as taxas de juro para previr a inflação, o que será prejudicial para as empresas e para os investimentos em bolsa.
O petróleo continua a corrigir em baixa, mas as bolsas estão agora mais concentradas nos indicadores macroeconómicos e nos resultados das empresas.
DE
Os índices novaiorquinos fecharam hoje em baixa, penalizados pela desaceleração acima do esperado da economia norte-americana, com o PIB a crescer ao rimo mais baixo em dois anos.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a cair 1,36% para 1904,08 pontos, depois de ter fechado na quarta-feira a subir 0,18% para 1930,94 pontos.
O Dow Jones Industrial Average encerrou a perder 1,25% para 10 071,70 pontos, após ter encerrado a valorizar 0,49% para 10 200,72 pontos, na sessão anterior.
A economia norte-americana cresceu 3,1% no primeiro trimestre, em termos anualizados, menos 0,7 pontos percentuais do que no trimestre anterior e abaixo do esperado pelos analistas.
Além disso, o deflator do PIB, uma medida da inflação, subiu 3,2%, sugerindo algumas pressões inflacionistas.
O mercado reforçou a ideia de que a Fed terá que continuar a subir as taxas de juro para previr a inflação, o que será prejudicial para as empresas e para os investimentos em bolsa.
O petróleo continua a corrigir em baixa, mas as bolsas estão agora mais concentradas nos indicadores macroeconómicos e nos resultados das empresas.
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comentário cambial
Juros altos dão força ao dólar
O euro caiu ontem para 1,2909 dólares, depois do ressurgimento das tensões inflacionistas nos Estados Unidos ter reacendido os rumores e que a Fed, com reunião agendada para terça-feira, irá agravar as taxas de juro norte-americanas.
"A economia dos EUA cresceu 3,1% no primeiro trimestre deste ano, abaixo das expectativas dos analistas, mas o deflector do PIB, uma medida da inflação, acelerou para 3,2%. Neste cenário, o mais provável é que a Fed volte a subir as taxas de juro em mais 0,25 pontos percentuais, pelo oitavo mês consecutivo", explicam os economistas.
E taxas mais altas - os juros nos Estados Unidos estão actualmente em 2,75% e na Europa a 2% - tornam os investimentos em activos denominados em dólares ainda mais atractivos.
Com consumidores e empresários cada vez menos confiantes na retoma da economia europeia, os analistas prevêem que o euro poderá recuar para a casa dos 1,28 dólares nos próximos dias.
Juros altos dão força ao dólar
O euro caiu ontem para 1,2909 dólares, depois do ressurgimento das tensões inflacionistas nos Estados Unidos ter reacendido os rumores e que a Fed, com reunião agendada para terça-feira, irá agravar as taxas de juro norte-americanas.
"A economia dos EUA cresceu 3,1% no primeiro trimestre deste ano, abaixo das expectativas dos analistas, mas o deflector do PIB, uma medida da inflação, acelerou para 3,2%. Neste cenário, o mais provável é que a Fed volte a subir as taxas de juro em mais 0,25 pontos percentuais, pelo oitavo mês consecutivo", explicam os economistas.
E taxas mais altas - os juros nos Estados Unidos estão actualmente em 2,75% e na Europa a 2% - tornam os investimentos em activos denominados em dólares ainda mais atractivos.
Com consumidores e empresários cada vez menos confiantes na retoma da economia europeia, os analistas prevêem que o euro poderá recuar para a casa dos 1,28 dólares nos próximos dias.
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Portugal cai seis lugares no 'ranking"' da globalização
Portugal caiu seis lugares no ranking da globalização e já não consta entre os 20 países mais globalizados do mundo, segundo um estudo da consultora de gestão A.T. Kearney. Em 2000, Portugal ocupava a sétima posição e entre 2002 e 2004 tinha estabilizado entre o 14º e o 16º lugar. Este ano foi colocado na 22ª posição, registando a terceira maior queda entre os 62 países considerados. "Portugal evidencia desempenhos preocupantes, em particular na Integração Económica (44ª posição) Comércio (34ª) e fluxos de Investimento Directo Estrangeiro (53ª), segundo o estudo da consultora. Por outro lado, Portugal ocupa o primeiro lugar na categoria de Compromisso Político, "destacando-se em todos os indicadores". As tecnologias de informação são uma das peças fundamentais para o aumento da globalização, defende o estudo. A A.T. Kearney adianta ainda que este ano o «índice explora a relação entre o nível de integração global de um país e os respectivos níveis de despesa em educação pública, liberdade política, corrupção percebida, e susceptibilidade ao terrorismo", tendo concluído que, "em média, os países mais integrados a nível global investem mais em educação pública".
Portugal caiu seis lugares no ranking da globalização e já não consta entre os 20 países mais globalizados do mundo, segundo um estudo da consultora de gestão A.T. Kearney. Em 2000, Portugal ocupava a sétima posição e entre 2002 e 2004 tinha estabilizado entre o 14º e o 16º lugar. Este ano foi colocado na 22ª posição, registando a terceira maior queda entre os 62 países considerados. "Portugal evidencia desempenhos preocupantes, em particular na Integração Económica (44ª posição) Comércio (34ª) e fluxos de Investimento Directo Estrangeiro (53ª), segundo o estudo da consultora. Por outro lado, Portugal ocupa o primeiro lugar na categoria de Compromisso Político, "destacando-se em todos os indicadores". As tecnologias de informação são uma das peças fundamentais para o aumento da globalização, defende o estudo. A A.T. Kearney adianta ainda que este ano o «índice explora a relação entre o nível de integração global de um país e os respectivos níveis de despesa em educação pública, liberdade política, corrupção percebida, e susceptibilidade ao terrorismo", tendo concluído que, "em média, os países mais integrados a nível global investem mais em educação pública".
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bolsa de valores
comentário
EDP foi luz ao fundo do túnel
Pressionada pela queda do BCP, Portugal Telecom e Brisa, a Bolsa portuguesa fechou ontem com descida de 0,04%. O índice PSI-20 chegou mesmo a atingir o valor mais baixo do ano, mas recuperou parte das perdas graças à subida da Media Capital, Cimpor e, sobretudo, às puxadas de última hora da EDP.
As acções da PT caíram ontem mais 0,47%, com os investidores a trocarem as suas acções por Telefónica, depois de a operadora espanhola ter anunciado um programa de recompra de acções. A pressão da Anacom ao negócio da PT explica também parte da descida.
Depois do entusiasmo com os bons resultados trimestrais, as acções do BCP recuaram 0,95%, enquanto a Brisa perdeu 1,13%, penalizada pela quebra de 1,5% nas receitas das portagens.
A remar contra a maré-baixa da Bolsa esteve a Media Capital (+4,62%), que recebeu uma recomendação de "out- -perform" por parte do Crédit Suisse First Boston; a Cimpor (+1,88%), uma vez que, depois da desblindagem dos estatutos, a cimenteira está mais vulnerável a uma OPA; e a EDP (+0,96%), alvo de compras de última hora, aproveitando o facto de as acções da companhia de electricidade estarem a negociar ao valor mais baixo desde Fevereiro de 2004.
comentário
EDP foi luz ao fundo do túnel
Pressionada pela queda do BCP, Portugal Telecom e Brisa, a Bolsa portuguesa fechou ontem com descida de 0,04%. O índice PSI-20 chegou mesmo a atingir o valor mais baixo do ano, mas recuperou parte das perdas graças à subida da Media Capital, Cimpor e, sobretudo, às puxadas de última hora da EDP.
As acções da PT caíram ontem mais 0,47%, com os investidores a trocarem as suas acções por Telefónica, depois de a operadora espanhola ter anunciado um programa de recompra de acções. A pressão da Anacom ao negócio da PT explica também parte da descida.
Depois do entusiasmo com os bons resultados trimestrais, as acções do BCP recuaram 0,95%, enquanto a Brisa perdeu 1,13%, penalizada pela quebra de 1,5% nas receitas das portagens.
A remar contra a maré-baixa da Bolsa esteve a Media Capital (+4,62%), que recebeu uma recomendação de "out- -perform" por parte do Crédit Suisse First Boston; a Cimpor (+1,88%), uma vez que, depois da desblindagem dos estatutos, a cimenteira está mais vulnerável a uma OPA; e a EDP (+0,96%), alvo de compras de última hora, aproveitando o facto de as acções da companhia de electricidade estarem a negociar ao valor mais baixo desde Fevereiro de 2004.
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Accionistas da PTM recebem um 'warrant' por cada acção
Os accionistas da PT Multimedia (PTM) vão receber um warrant (direito de subscrição) por cada acção detida no dia 5 de Maio, no âmbito do programa de recompra de acções próprias (share buy back) até 10% do capital que a empresa está a realizar. A decisão foi anunciada ontem através da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sendo que os warrants serão negociados em Bolsa entre os dias 9 e 17 de Maio. A assembleia geral da PTM, que tinha sido suspensa no dia 30 de Março pela PT a pedido do Estado, aprovou também a distribuição de um dividendo bruto de 50 cêntimos por acção (30 de Maio) e a redução do capital social da PTM através da extinção de acções próprias que vierem a ser adquiridas. O programa de recompra de acções prevê a emissão de 156 896 928 de warrants, sendo que por cada conjunto de dez warrants os accionistas têm direito a vender 1 acção da PTM ao preço de 21,5 euros. Outras alternativas facultadas aos accionistas é receberem o valor de reembolso em dinheiro por cada warrant detido, ou então pura e simplesmente vender o título. A assembleia geral deliberou ainda a autorização de um aumento de capital até 20 milhões de euros, sujeito a parecer prévio do conselho de fiscalização.
Os accionistas da PT Multimedia (PTM) vão receber um warrant (direito de subscrição) por cada acção detida no dia 5 de Maio, no âmbito do programa de recompra de acções próprias (share buy back) até 10% do capital que a empresa está a realizar. A decisão foi anunciada ontem através da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), sendo que os warrants serão negociados em Bolsa entre os dias 9 e 17 de Maio. A assembleia geral da PTM, que tinha sido suspensa no dia 30 de Março pela PT a pedido do Estado, aprovou também a distribuição de um dividendo bruto de 50 cêntimos por acção (30 de Maio) e a redução do capital social da PTM através da extinção de acções próprias que vierem a ser adquiridas. O programa de recompra de acções prevê a emissão de 156 896 928 de warrants, sendo que por cada conjunto de dez warrants os accionistas têm direito a vender 1 acção da PTM ao preço de 21,5 euros. Outras alternativas facultadas aos accionistas é receberem o valor de reembolso em dinheiro por cada warrant detido, ou então pura e simplesmente vender o título. A assembleia geral deliberou ainda a autorização de um aumento de capital até 20 milhões de euros, sujeito a parecer prévio do conselho de fiscalização.
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Outras empresas do grupo Sonae
Indústria faz 'spin off'
A Sonae Indústria lucrou 15 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, 15 vezes mais do que o valor apurado no mesmo período de 2004. A empresa refere que numa base comparável o aumento dos lucros foi de 20 milhões de euros. O volume de negócios caiu 1% para 362 milhões de euros, por já não consolidar a Gescartão. O EBITDA, também excluindo a Gescartão, aumentou 44% para 62 milhões de euros. Sobre o spin off, os gestores esclarecem que «a reestruturação do balanço da empresa prevista para 2005 prossegue", o que permite encarar a "autonomização financeira do accionista de referência no final do primeiro semestre». Nos primeiro trimestre, a Sonae Indústria refinanciou a sua dívida em condições mais favoráveis, frisam os gestores.
Sonae Sierra lucra mais
A Sonae Sierra encerrou o primeiro trimestre com lucros de 27,5 milhões de euros, um aumento de 34%. O cash-flow operacional (EBITDA) da empresa cresceu 20%, evolução que os gestores justificam pelo "crescimento do portafólio da empresa, decorrente da abertura, ainda em 2004, de quatro novos centros comerciais e de lazer em Espanha e de um novo shopping e de uma expansão no Brasil". A empresa revela ainda que, no primeiro trimestre, a abertura em Espanha do Plaza Éboli originou um investimento de 56,1 milhões de euros em parceria com o grupo Eroski, e estabeleceu "um acordo com a Mall Inversiones para um novo Centro Comercial e de Lazer em Ponferrada, Espanha, cujo investimento deverá ascender a cerca de 110 milhões de euros".
Indústria faz 'spin off'
A Sonae Indústria lucrou 15 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, 15 vezes mais do que o valor apurado no mesmo período de 2004. A empresa refere que numa base comparável o aumento dos lucros foi de 20 milhões de euros. O volume de negócios caiu 1% para 362 milhões de euros, por já não consolidar a Gescartão. O EBITDA, também excluindo a Gescartão, aumentou 44% para 62 milhões de euros. Sobre o spin off, os gestores esclarecem que «a reestruturação do balanço da empresa prevista para 2005 prossegue", o que permite encarar a "autonomização financeira do accionista de referência no final do primeiro semestre». Nos primeiro trimestre, a Sonae Indústria refinanciou a sua dívida em condições mais favoráveis, frisam os gestores.
Sonae Sierra lucra mais
A Sonae Sierra encerrou o primeiro trimestre com lucros de 27,5 milhões de euros, um aumento de 34%. O cash-flow operacional (EBITDA) da empresa cresceu 20%, evolução que os gestores justificam pelo "crescimento do portafólio da empresa, decorrente da abertura, ainda em 2004, de quatro novos centros comerciais e de lazer em Espanha e de um novo shopping e de uma expansão no Brasil". A empresa revela ainda que, no primeiro trimestre, a abertura em Espanha do Plaza Éboli originou um investimento de 56,1 milhões de euros em parceria com o grupo Eroski, e estabeleceu "um acordo com a Mall Inversiones para um novo Centro Comercial e de Lazer em Ponferrada, Espanha, cujo investimento deverá ascender a cerca de 110 milhões de euros".
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Sonaecom promete aumentar investimento nas telecomunicações
Sonaecom promete aumentar investimento nas telecomunicações
A Sonaecom vai aumentar, este ano, o volume de investimento "de forma a captar oportunidades claras de crescimento, quer no acesso directo de banda larga, na vertente de substituição fixo-móvel ou no lançamento de triple play (oferta de voz, Internet e televisão)", promete Paulo Azevedo, o presidente da empresa, em comunicado aos accionistas. O objectivo "é assegurar o crescimento futuro e reforçar a posição competitiva" da Sonaecom, apesar dos benefícios desta estratégia (que implicará um agravamento dos custos operacionais) só virem a sentir-se em 2006.
Apesar de algumas dificuldades, expressas sobretudo na quebra dos negócios, a Sonae fechou o primeiro trimestre deste ano com lucros de 9 milhões de euros, um crescimento de 292% face aos 2,3 milhões conseguidos um ano antes. Bem acima do previsto pelos analistas - entre 1,1 e 5,7 milhões de euros.
A empresa do grupo Sonae para as telecomunicações, media e tecnologias apresentou um cash-flow operacional (EBITDA) de 44 milhões de euros, mais 2,1%, tendo os resultados operacionais ascendido aos 9,6 milhões de euros, um aumento de 69,7%.
De acordo com o comunicado, o free cash-flow consolidado foi negativo nos primeiros três meses, em 18 milhões, devido à aquisição da posição de 2,77% que a Maxistar detinha na Optimus, por 18,6 milhões, ao free cash-flow negativo em 9 milhões da unidade fixa, e à deterioração do fundo de maneio em 19 milhões. "Não obstante as melhorias significativas ao nível dos processos de facturação e cobrança, o investimento em fundo de maneio subiu devido a um aumento de pagamentos a fornecedores de imobilizado e a fornecedores correntes, consequência da aceleração do investimento e do incremento de aquisições de equipamento terminal pela Optimus no final de 2004", justifica a empresa.
Pior foi mesmo a quebra de 4,8% no volume de negócios, que atingiu 196,866 milhões de euros. Descida explicada pela "redução das receitas de serviço da Optimus em cerca de 9%, resultado do menor volume de tráfego de operadores fixos a terminar na sua rede e à implementação de novas tarifas de interligação móvel, com efeito a partir de 7 de Março" e pelo facto de o Público ter registado uma quebra do volume de negócios de 21%.
A Sonaecom vai aumentar, este ano, o volume de investimento "de forma a captar oportunidades claras de crescimento, quer no acesso directo de banda larga, na vertente de substituição fixo-móvel ou no lançamento de triple play (oferta de voz, Internet e televisão)", promete Paulo Azevedo, o presidente da empresa, em comunicado aos accionistas. O objectivo "é assegurar o crescimento futuro e reforçar a posição competitiva" da Sonaecom, apesar dos benefícios desta estratégia (que implicará um agravamento dos custos operacionais) só virem a sentir-se em 2006.
Apesar de algumas dificuldades, expressas sobretudo na quebra dos negócios, a Sonae fechou o primeiro trimestre deste ano com lucros de 9 milhões de euros, um crescimento de 292% face aos 2,3 milhões conseguidos um ano antes. Bem acima do previsto pelos analistas - entre 1,1 e 5,7 milhões de euros.
A empresa do grupo Sonae para as telecomunicações, media e tecnologias apresentou um cash-flow operacional (EBITDA) de 44 milhões de euros, mais 2,1%, tendo os resultados operacionais ascendido aos 9,6 milhões de euros, um aumento de 69,7%.
De acordo com o comunicado, o free cash-flow consolidado foi negativo nos primeiros três meses, em 18 milhões, devido à aquisição da posição de 2,77% que a Maxistar detinha na Optimus, por 18,6 milhões, ao free cash-flow negativo em 9 milhões da unidade fixa, e à deterioração do fundo de maneio em 19 milhões. "Não obstante as melhorias significativas ao nível dos processos de facturação e cobrança, o investimento em fundo de maneio subiu devido a um aumento de pagamentos a fornecedores de imobilizado e a fornecedores correntes, consequência da aceleração do investimento e do incremento de aquisições de equipamento terminal pela Optimus no final de 2004", justifica a empresa.
Pior foi mesmo a quebra de 4,8% no volume de negócios, que atingiu 196,866 milhões de euros. Descida explicada pela "redução das receitas de serviço da Optimus em cerca de 9%, resultado do menor volume de tráfego de operadores fixos a terminar na sua rede e à implementação de novas tarifas de interligação móvel, com efeito a partir de 7 de Março" e pelo facto de o Público ter registado uma quebra do volume de negócios de 21%.
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