Caldeirão da Bolsa

À prova de Cadilhe

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por valves » 21/4/2005 23:15

Mas sai também com um leve sabor de derrota por não ter conseguido mudar os constrangimentos para a competitividade da economia portuguesa.

Não acredito que ele alguma vez tenha acreditado que iria mudar os constrangimentos da competitividade da economia Portuguesa aliás isso alem de não ser tarefa de uma pessoa só também não é uma tarefa para demorar meses .

Em todo caso eu pelo menos gosto dele .
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
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por Stratega » 21/4/2005 22:48

Portugal parece preparar com zelo o farnel para a longa caminhada que aí vem.

Sensação extremamente familiar... A mais alguém?.... :roll:

Estimular a economia por um choque na procura e esperar que o antídoto faça efeito é-nos muito familiar. É a mesma receita que permitiu que tenhamos hoje um peso do Estado desproporcional, um problema de competitividade enorme e um buraco nas finanças públicas.


Conhecem o Gato Fedorento, ñ conhecem? Aquela parte do "e ñ fazem nada!!!" tb vos soa bem?...
Eu sei q é fácil criticar, mas há coisas q são por demais e neste país, são às paletes!!!


Há quem defenda que a inveja é dos piores defeitos nacionais.

Alguma dúvida?????

Enfim... desabafos... às vezes até me esqueço q tou em Portugal... (Ainda dá pra esquecer, às vezes...) :roll:
Só receberás aquilo que és ou no que verdadeiramente te tornares.
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À prova de Cadilhe

por luiz22 » 21/4/2005 22:33

À prova de Cadilhe


22-04-2005, João Vieira Pereira



“É difícil vender Portugal”. Estas palavras fizeram correr rios de tinta em páginas de jornais. O autor não as proferiu como desabafo, mas apenas como uma mera constatação de um facto. Miguel Cadilhe sabia, como o sabe agora, que Portugal não tem qualquer vantagem em relação a outros países em matéria de investimento directo estrangeiro. Não temos a melhor relação salários/produtividade. Temos um nível de educação vergonhoso. A Administração Pública vive presa na burocracia extrema que a suporta e alimenta. A suposta competitividade fiscal é facilmente batida por muitos dos nossos parceiros.
Na hora em que Miguel Cadilhe anuncia que decidiu abandonar os destinos da API, agência que ajudou a criar, não se pode dizer que essa situação tenha mudado. Vender Portugal tornou-se hoje mais difícil do que era há três anos atrás. Não por termos regredido, (o que de facto aconteceu), mas por neste tempo termos mostrado que nada fizemos para alterar a nossa condição de insuficiência. Falamos muito, olhamos para o lado, assobiamos para o ar e tapamos o sol com a peneira. Nestas áreas sim, a nossa competitividade é enorme.
Quando se volta a falar do papão Espanha, devíamos prestar mais atenção à política económica dos nossos vizinhos. Basta de falar na Irlanda ou na Finlândia como modelos a seguir, não precisamos ir tão longe. Nos últimos anos o Estado espanhol limitou-se a fazer o trabalho de casa. Manteve a despesa controlada, ajudou a desenvolver os seus grupos económicos, apostou na reforma do próprio Estado. Políticas que originaram custos sociais elevados mas que permitem hoje colher os frutos. Enquanto Espanha sai de cabeça erguida da travessia do deserto, Portugal parece preparar com zelo o farnel para a longa caminhada que aí vem.
Zapatero aproveita para anunciar a diminuição dos impostos sobre os lucros das empresas no mesmo dia em que revela que as contas do seu Estado têm um superavit de 0,37%, só até Março.
Por cá, prefere-se falar em revisão à esquerda do Código de Trabalho e na aposta no investimento público para resolver a crise de crescimento. Estimular a economia por um choque na procura e esperar que o antídoto faça efeito é-nos muito familiar. É a mesma receita que permitiu que tenhamos hoje um peso do Estado desproporcional, um problema de competitividade enorme e um buraco nas finanças públicas.
Há quem defenda que a inveja é dos piores defeitos nacionais. Talvez. Mas só depois da incapacidade crónica que temos de aprender com os erros do passado.
Miguel Cadilhe abandona a liderança da API satisfeito com os objectivos comerciais alcançados. Mas sai também com um leve sabor de derrota por não ter conseguido mudar os constrangimentos para a competitividade da economia portuguesa. E se Miguel Cadilhe, num ambiente político amigável, não conseguiu, que conseguirá?
 
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