Mercados correm risco de "correcção abrupta"
1 Mensagem
|Página 1 de 1
Mercados correm risco de "correcção abrupta"
Mercados correm risco de "correcção abrupta"
manuel ricardo ferreira
correspondente em nova iorque AP-Manuel Balce Ceneta
A profunda divisão dos países ricos na resolução do problema da dívida das nações mais pobres e as preocupações com os desequilíbrios da economia mundial ficaram a nu na reunião de Primavera do FMI/Banco Mundial, que decorreu este fim-de-semana em Washington.
Rodrigo Rato, director-executivo do Fundo Monetário Internacional, não podia ser mais claro sobre as preocupações com a economia. "Se não forem adaptadas políticas, se não houver uma mudança em reacção a esses desequilíbrios, corremos o risco de uma abrupta correcção dos mercados, quando a confiança desaparecer".
"Temos sublinhado com clareza que esses riscos estão a aumentar", disse Rodrigo Rato, no final da reunião. "Embora o cenário central seja positivo e vejamos claramente uma boa oportunidade para que o crescimento continue, estamos não somente a avisar os países, mas a pedir-lhes que tomem medidas relativamente a esses perigos para a economia".
Entre esses perigos estão a subida do preço do petróleo, os elevados "défices gémeos" dos EUA [orçamental e comercial], as excessivas diferenças de crescimento entre os maiores blocos económicos do mundo e a enorme divergência internacional das taxas de juro.
Rato está particularmente preocupado com o défice da balança comercial dos EUA. AS famílias americanas estão a viver a crédito e são os países asiáticos têm estado a financiar o défice americano. Rato, e muitos economistas como ele, receiam que os investidores estrangeiros venham a perder a confiança nos EUA e a venderem os títulos americanos - o que poderia a um colapso dos mercados financeiros.
"Um crescimento continuado da dívida externa dos EUA trará consigo riscos aumentados de um ajustamento em desordem. O défice externo dos EUA tem sido financiado com relativa facilidade, mas a procura de títulos americanos não é ilimitada. Um declínio abrupto do apetite dos investidores pode engendrar uma rápida desvalorização do dólar e um aumento brusco das taxas de juro, com consequências adversas para o crescimento e os mercados financeiros", explicou Rato.
dívidas. Mas é na questão do perdão da dívida dos países mais pobres que as divergências são mais profundas.
Thierry Breton, o ministro das Finanças francês, falou dos "progressos" conseguidos na ideia de criar um imposto internacional sobre o transporte aéreo, destinado a financiar os países mais pobres. "Estamos a anos-luz das posições de há um ano atrás. Antes de Abril de 2004, a palavra 'imposto' era impronunciável", considerou. A Grã-Bretanha, que preside ao G7/G8, e que tinha lançado a ideia de um Plano Marshall para África, recusou também as acusações de "nada se ter adiantado nesta questão".
Mas a verdade é que não houve quaisquer medidas concretas e tudo foi adiado agora para a reunião do G8, a decorrer entre 6 e 8 de Julho, na Escócia. "Nessa altura poderá ser apresentado um projecto-piloto", concluiu Breton.
descontentamento. No meio de tudo isto, o grupo das 24 nações emergentes do mundo está descontente com o actual sistema de governo do FMI e do Banco Mundial. "A actual hierarquia não representa fielmente o papel crescente dos mercados emergentes na economia global. Há necessidade de acções concretas para reduzir o défice democrático e dar voz e participação aos países em desenvol- vimento na tomada de decisões no FMI e no Banco Mundial". O G24 considera que as nações em desenvolvimento, principalmente o Brasil, a Índia e a China, são actualmente as locomotivas da economia mundial, e questionam-se sobre o critério que estabelece que o FMI seja dirigido por um europeu e o Banco Mundial por um americano.
manuel ricardo ferreira
correspondente em nova iorque AP-Manuel Balce Ceneta
A profunda divisão dos países ricos na resolução do problema da dívida das nações mais pobres e as preocupações com os desequilíbrios da economia mundial ficaram a nu na reunião de Primavera do FMI/Banco Mundial, que decorreu este fim-de-semana em Washington.
Rodrigo Rato, director-executivo do Fundo Monetário Internacional, não podia ser mais claro sobre as preocupações com a economia. "Se não forem adaptadas políticas, se não houver uma mudança em reacção a esses desequilíbrios, corremos o risco de uma abrupta correcção dos mercados, quando a confiança desaparecer".
"Temos sublinhado com clareza que esses riscos estão a aumentar", disse Rodrigo Rato, no final da reunião. "Embora o cenário central seja positivo e vejamos claramente uma boa oportunidade para que o crescimento continue, estamos não somente a avisar os países, mas a pedir-lhes que tomem medidas relativamente a esses perigos para a economia".
Entre esses perigos estão a subida do preço do petróleo, os elevados "défices gémeos" dos EUA [orçamental e comercial], as excessivas diferenças de crescimento entre os maiores blocos económicos do mundo e a enorme divergência internacional das taxas de juro.
Rato está particularmente preocupado com o défice da balança comercial dos EUA. AS famílias americanas estão a viver a crédito e são os países asiáticos têm estado a financiar o défice americano. Rato, e muitos economistas como ele, receiam que os investidores estrangeiros venham a perder a confiança nos EUA e a venderem os títulos americanos - o que poderia a um colapso dos mercados financeiros.
"Um crescimento continuado da dívida externa dos EUA trará consigo riscos aumentados de um ajustamento em desordem. O défice externo dos EUA tem sido financiado com relativa facilidade, mas a procura de títulos americanos não é ilimitada. Um declínio abrupto do apetite dos investidores pode engendrar uma rápida desvalorização do dólar e um aumento brusco das taxas de juro, com consequências adversas para o crescimento e os mercados financeiros", explicou Rato.
dívidas. Mas é na questão do perdão da dívida dos países mais pobres que as divergências são mais profundas.
Thierry Breton, o ministro das Finanças francês, falou dos "progressos" conseguidos na ideia de criar um imposto internacional sobre o transporte aéreo, destinado a financiar os países mais pobres. "Estamos a anos-luz das posições de há um ano atrás. Antes de Abril de 2004, a palavra 'imposto' era impronunciável", considerou. A Grã-Bretanha, que preside ao G7/G8, e que tinha lançado a ideia de um Plano Marshall para África, recusou também as acusações de "nada se ter adiantado nesta questão".
Mas a verdade é que não houve quaisquer medidas concretas e tudo foi adiado agora para a reunião do G8, a decorrer entre 6 e 8 de Julho, na Escócia. "Nessa altura poderá ser apresentado um projecto-piloto", concluiu Breton.
descontentamento. No meio de tudo isto, o grupo das 24 nações emergentes do mundo está descontente com o actual sistema de governo do FMI e do Banco Mundial. "A actual hierarquia não representa fielmente o papel crescente dos mercados emergentes na economia global. Há necessidade de acções concretas para reduzir o défice democrático e dar voz e participação aos países em desenvol- vimento na tomada de decisões no FMI e no Banco Mundial". O G24 considera que as nações em desenvolvimento, principalmente o Brasil, a Índia e a China, são actualmente as locomotivas da economia mundial, e questionam-se sobre o critério que estabelece que o FMI seja dirigido por um europeu e o Banco Mundial por um americano.
- Mensagens: 3433
- Registado: 5/10/2004 16:59
1 Mensagem
|Página 1 de 1
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Abade19, alentejo41, Ano nimus, Burbano, darkreflection, fosgass2020, Google Adsense [Bot], Goya777, icemetal, jls1, Kooc, latbal, malakas, Manchini888, Mavericks7, Mr.Warrior, MR32, nunorpsilva, O Magriço, PAULOJOAO, Phil2014, SA Traffic, Simplório, StockRider!, tami e 154 visitantes