EUA demasiado dependentes da desvalorização do dólar
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Escalada do preço do crude deverá terminar em 2005
Banco Mundial
O Banco Mundial estima que o preço do barril de petróleo aumente 11,3% em 2005 para os 42,0 dólares. O preço foi calculado a partir de uma média simples dos preços de um cabaz integrado pelos óleos do Dubai, Brent e Texas Ocidental, e a instituição espera que a escalada dos preços do petróleo termine em 2005. O nível dos 42,0 dólares, que sucedem a 28,9 dólares em 2003 e 37,7 dólares em 2004, deverá baixar em 14,3% para 36,0 dólares em 2005, após o que é esperada nova queda em 2006, desta feita em 8,3% para 33,0 dólares. A estimativa foi avançada ontem, no dia em que o economista-chefe e vice-presidente do Banco Mundial, François Bourguignon, alertou para o facto de a economia global estar num momento de viragem, cujo crescimento atingiu um pico (3,8% em 2004), embora "as pressões para as correcções dos desequilíbrios globais estejam a crescer".
Banco Mundial
O Banco Mundial estima que o preço do barril de petróleo aumente 11,3% em 2005 para os 42,0 dólares. O preço foi calculado a partir de uma média simples dos preços de um cabaz integrado pelos óleos do Dubai, Brent e Texas Ocidental, e a instituição espera que a escalada dos preços do petróleo termine em 2005. O nível dos 42,0 dólares, que sucedem a 28,9 dólares em 2003 e 37,7 dólares em 2004, deverá baixar em 14,3% para 36,0 dólares em 2005, após o que é esperada nova queda em 2006, desta feita em 8,3% para 33,0 dólares. A estimativa foi avançada ontem, no dia em que o economista-chefe e vice-presidente do Banco Mundial, François Bourguignon, alertou para o facto de a economia global estar num momento de viragem, cujo crescimento atingiu um pico (3,8% em 2004), embora "as pressões para as correcções dos desequilíbrios globais estejam a crescer".
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Especialistas defendem prolongamento de prazo para declarar IRS na net
Notícia agenciafinanceira.com
(06/04/05)-(Agência Financeira) Em declarações à TSF, o especialista diz que o contribuinte não deve ser penalizado pelo facto do site do Ministério não ter funcionado correctamente.
Também a Associação Nacional dos Contribuintes defende o prolongamento do prazo.
Em causa estão as dificuldades sentidas pelos contribuintes em aceder ao site disponibilizado pela Administração Fiscal para entrega de declarações de IRS, onde algumas pessoas não conseguiram aceder, devido ao elevado afluxo.
Além disso, é necessária uma senha secreta para aceder ao site e fazer a entrega da declaração, senha essa que é enviada pelo Ministério das Finanças aos contribuintes que se inscrevem no Sistema de Declarações Electrónicas. O problema é que muitos contribuintes, apesar de terem feito essa solicitação, não receberam a respectiva senha atempadamente para entregar a sua declaração dentro do prazo legal, que terminou terça-feira, dia 5 de Abril.
Mesmo assim, e de acordo com dados revelados pelo ministério tutelado por Luis Campos e Cunha, cerca de 700 mil contribuintes conseguiram entregar as respectivas declarações no site indicado.
Editorial
Notícia agenciafinanceira.com
(06/04/05)-(Agência Financeira) Em declarações à TSF, o especialista diz que o contribuinte não deve ser penalizado pelo facto do site do Ministério não ter funcionado correctamente.
Também a Associação Nacional dos Contribuintes defende o prolongamento do prazo.
Em causa estão as dificuldades sentidas pelos contribuintes em aceder ao site disponibilizado pela Administração Fiscal para entrega de declarações de IRS, onde algumas pessoas não conseguiram aceder, devido ao elevado afluxo.
Além disso, é necessária uma senha secreta para aceder ao site e fazer a entrega da declaração, senha essa que é enviada pelo Ministério das Finanças aos contribuintes que se inscrevem no Sistema de Declarações Electrónicas. O problema é que muitos contribuintes, apesar de terem feito essa solicitação, não receberam a respectiva senha atempadamente para entregar a sua declaração dentro do prazo legal, que terminou terça-feira, dia 5 de Abril.
Mesmo assim, e de acordo com dados revelados pelo ministério tutelado por Luis Campos e Cunha, cerca de 700 mil contribuintes conseguiram entregar as respectivas declarações no site indicado.
Editorial
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EUA > Fecho 2005-04-06 21:18
Mercados fecham sem tendência definida
DE
A praça novaiorquina encerrou hoje sem tendência definida, com a descida dos preços do petróleo a impulsionar o Dow Jones e o sector tecnológico a arrastar o Nasdaq.
Deste modo, o Dow Jones Industrial Average encerrou a ganhar 0,26% para 10 486,02 pontos, após ter encerrado a progredir 0,36% para 10 458,46 pontos, na sessão anterior.
O Nasdaq Composite fechou a deslizar 0,01% para 1999,14 pontos, depois de ter fechado na terça-feira a valorizar 0,41% para 1999,32 pontos.
Os preços do petróleo desceram hoje pela terceira sessão consecutiva, retirando pressão sobre vários sectores, como o químico e o das transportadoras aéreas.
O Nasdaq não conseguiu acompanhar a tendência, com o sector tecnológico a registar perdas em papéis como a Dell e a Siebel Systems, que apresentou resultados abaixo do esperado.
Mercados fecham sem tendência definida
DE
A praça novaiorquina encerrou hoje sem tendência definida, com a descida dos preços do petróleo a impulsionar o Dow Jones e o sector tecnológico a arrastar o Nasdaq.
Deste modo, o Dow Jones Industrial Average encerrou a ganhar 0,26% para 10 486,02 pontos, após ter encerrado a progredir 0,36% para 10 458,46 pontos, na sessão anterior.
O Nasdaq Composite fechou a deslizar 0,01% para 1999,14 pontos, depois de ter fechado na terça-feira a valorizar 0,41% para 1999,32 pontos.
Os preços do petróleo desceram hoje pela terceira sessão consecutiva, retirando pressão sobre vários sectores, como o químico e o das transportadoras aéreas.
O Nasdaq não conseguiu acompanhar a tendência, com o sector tecnológico a registar perdas em papéis como a Dell e a Siebel Systems, que apresentou resultados abaixo do esperado.
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FMI: alta do petróleo e défice dos EUA são principais entraves ao crescimento
06.04.2005 - 18h33 AFP
O crescimento económico mundial está ameaçado pelos preços elevados do petróleo, pelos défices orçamental e comercial dos Estados Unidos e pela subida das taxas de juro norte-americanas, advertiu hoje o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o espanhol Rodrigo Rato.
Num discurso na Universidade Georgetown, em Washington, o antigo ministro da Economia espanhol alertou para o perigo do "aumento exagerado das taxas de juro nos Estados Unidos - por causa do receio de um incremento acentuado da inflação ou do arrefecimento da procura por títulos americanos", medida que terá um "efeito negativo na expansão" económica internacional e poderá conduzir à "deterioração das condições dos mercados emergentes" (China e Índia).
Outra das ameaças destacadas por Rodrigo Rato é o mercado do petróleo e a manutenção de preços elevados, a níveis do recorde atingido na segunda-feira, acima dos 58 dólares (45,04 euros) por barril.
No seu entender, os valores máximos do crude podem vir a ter "efeitos muito sérios" nas economias.
06.04.2005 - 18h33 AFP
O crescimento económico mundial está ameaçado pelos preços elevados do petróleo, pelos défices orçamental e comercial dos Estados Unidos e pela subida das taxas de juro norte-americanas, advertiu hoje o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o espanhol Rodrigo Rato.
Num discurso na Universidade Georgetown, em Washington, o antigo ministro da Economia espanhol alertou para o perigo do "aumento exagerado das taxas de juro nos Estados Unidos - por causa do receio de um incremento acentuado da inflação ou do arrefecimento da procura por títulos americanos", medida que terá um "efeito negativo na expansão" económica internacional e poderá conduzir à "deterioração das condições dos mercados emergentes" (China e Índia).
Outra das ameaças destacadas por Rodrigo Rato é o mercado do petróleo e a manutenção de preços elevados, a níveis do recorde atingido na segunda-feira, acima dos 58 dólares (45,04 euros) por barril.
No seu entender, os valores máximos do crude podem vir a ter "efeitos muito sérios" nas economias.
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comentário cambial
Euro interrompe descida
O euro recuperou ontem para 1,2866 dólares, apresar de novos dados pessimistas sobre a economia da Alemanha, o "motor" da Europa - as encomendas à indústria alemã caíram 2,6% em Fevereiro. A explicação é simples os economistas estão convencidos de que o potencial de alta do dólar, proporcionado pela expectativa de um novo agravamento das taxas de juro norte-americanas, chegou já ao fim.
"O mercado já absorveu a ideia de uma nova subida das taxas da Fed e, a menos que Alan Greenspan, que até agora não passou dos meros alertas sobre o perigo das crescentes pressões inflacionistas, anuncie qualquer coisa de inesperado, o dólar não deverá ter capacidade para valorizar muito mais", consideram analistas do banco holandês ABN Amro.
E há até quem defenda que o euro poderá voltar para a casa dos 1,30 dólares nos próximos dias, caso os dados sobre o défice da balança comercial dos Estados Unidos, a divulgar hoje, sejam piores que o previsto.
Euro interrompe descida
O euro recuperou ontem para 1,2866 dólares, apresar de novos dados pessimistas sobre a economia da Alemanha, o "motor" da Europa - as encomendas à indústria alemã caíram 2,6% em Fevereiro. A explicação é simples os economistas estão convencidos de que o potencial de alta do dólar, proporcionado pela expectativa de um novo agravamento das taxas de juro norte-americanas, chegou já ao fim.
"O mercado já absorveu a ideia de uma nova subida das taxas da Fed e, a menos que Alan Greenspan, que até agora não passou dos meros alertas sobre o perigo das crescentes pressões inflacionistas, anuncie qualquer coisa de inesperado, o dólar não deverá ter capacidade para valorizar muito mais", consideram analistas do banco holandês ABN Amro.
E há até quem defenda que o euro poderá voltar para a casa dos 1,30 dólares nos próximos dias, caso os dados sobre o défice da balança comercial dos Estados Unidos, a divulgar hoje, sejam piores que o previsto.
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Banco Mundial diz que zona euro cresce 1,2% e crude sobe 11,3%
A zona euro irá crescer, este ano, apenas 1,2%, muito abaixo dos 3,1% previstos para a economia mundial, que irá ser puxada por um aumento de 5,7% da actividade nos países em desenvolvimento, anunciou ontem o Banco Mundial.
Para a zona OCDE, as projecções são de uma expansão de 2,3%, com os EUA a atingirem uns sólidos 3,9% e o Japão a registar um inexpressivo aumento 0,8% no PIB. A procura interna - o consumo e o investimento - nos países desenvolvidos foi afectada pelo elevado preço do petróleo.
China e Índia, no grupo dos países desenvolvidos e a liderar as economias asiáticas, observarão crescimentos de actividade de 7,4% e 6,2%, respectivamente, de acordo com o relatório do Banco Mundial. Uma previsão aquém do observado em 2004, quando a economia chinesa dilatou 8,3% e a actividade indiana aumentou 6,2%.
De acordo com o Banco Mundial, a economia mundial está num momento de viragem, com os riscos a aumentarem - subida dos juros, desequilíbrios orçamentais e subida do petróleo, que este ano poderá agravar-se mais 11,3%, para um valor médio de 42 dólares o barril.
A zona euro irá crescer, este ano, apenas 1,2%, muito abaixo dos 3,1% previstos para a economia mundial, que irá ser puxada por um aumento de 5,7% da actividade nos países em desenvolvimento, anunciou ontem o Banco Mundial.
Para a zona OCDE, as projecções são de uma expansão de 2,3%, com os EUA a atingirem uns sólidos 3,9% e o Japão a registar um inexpressivo aumento 0,8% no PIB. A procura interna - o consumo e o investimento - nos países desenvolvidos foi afectada pelo elevado preço do petróleo.
China e Índia, no grupo dos países desenvolvidos e a liderar as economias asiáticas, observarão crescimentos de actividade de 7,4% e 6,2%, respectivamente, de acordo com o relatório do Banco Mundial. Uma previsão aquém do observado em 2004, quando a economia chinesa dilatou 8,3% e a actividade indiana aumentou 6,2%.
De acordo com o Banco Mundial, a economia mundial está num momento de viragem, com os riscos a aumentarem - subida dos juros, desequilíbrios orçamentais e subida do petróleo, que este ano poderá agravar-se mais 11,3%, para um valor médio de 42 dólares o barril.
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bolsa de valores
comentário
Pesos-pesados em dia não
márcio alves candoso
A Euronext Lisboa encerrou ontem em baixa, contrariando a tendência das suas congéneres europeias. O índice PSI-20 perdeu 0,65%, encerrando nos 7754,64 pontos. Os sectores farmacêutico e químico foram os que registaram maiores valorizações no Velho Continente, mas trata-se de áreas com escassa ou nula representatividade na bolsa nacional. A quebra do índice ficou a dever-se essencialmente a alguns pesos-pesados. O BCP praticamente desceu o que tinha subido na sessão anterior, apesar de o BPI lhe ter subido o preço-alvo de 2,15 para 2,45 euros, mantendo a recomendação de "acumular". A EDP também esteve em quebra, o mesmo correndo com a PT, que ontem viu a Vodafone e a Optimus contestarem alguma publicidade de preços da empresa. A ParaRede, que apresentou resultados positivos na terça-feira, esteve bastante volátil e terminou a sessão em quebra. No lado positivo, destaque para a Reditus, cujo PER permite pensar numa alta da cotação actual. Fechou a subir 5,46%. A Jerónimo Martins também obteve ganhos (mais 2,40%), com a UBS a subir o preço- -alvo de 13,20 para 14 euros. Com a queda do petróleo, o Dow Jones subia, antes do fecho, 0,39% e o Nasdaq 0,31%.
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Pesos-pesados em dia não
márcio alves candoso
A Euronext Lisboa encerrou ontem em baixa, contrariando a tendência das suas congéneres europeias. O índice PSI-20 perdeu 0,65%, encerrando nos 7754,64 pontos. Os sectores farmacêutico e químico foram os que registaram maiores valorizações no Velho Continente, mas trata-se de áreas com escassa ou nula representatividade na bolsa nacional. A quebra do índice ficou a dever-se essencialmente a alguns pesos-pesados. O BCP praticamente desceu o que tinha subido na sessão anterior, apesar de o BPI lhe ter subido o preço-alvo de 2,15 para 2,45 euros, mantendo a recomendação de "acumular". A EDP também esteve em quebra, o mesmo correndo com a PT, que ontem viu a Vodafone e a Optimus contestarem alguma publicidade de preços da empresa. A ParaRede, que apresentou resultados positivos na terça-feira, esteve bastante volátil e terminou a sessão em quebra. No lado positivo, destaque para a Reditus, cujo PER permite pensar numa alta da cotação actual. Fechou a subir 5,46%. A Jerónimo Martins também obteve ganhos (mais 2,40%), com a UBS a subir o preço- -alvo de 13,20 para 14 euros. Com a queda do petróleo, o Dow Jones subia, antes do fecho, 0,39% e o Nasdaq 0,31%.
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Lucro quadruplica em 2004
O grupo Inapa registou, no ano passado, lucros de 4,3 milhões de euros, quatro vezes mais que em 2003. As vendas ascenderam a 1,06 mil milhões de euros, mais 0,8%. Esta evolução é justificada pela redução de preços do papel (queda média de 5% face a 2003), que penalizou a margem bruta por tonelada em 2,1%. O presidente da Inapa destacou, no entanto, o aumento dos resultados operacionais, que triplicaram (7,6 milhões de euros) devido à quebra das amortizações e dos resultados financeiros. Apesar disso, ainda não será este ano que serão distribuídos lucros pelos accionistas. "Temos de capitalizar a empresa antes de distribuir dividendos", disse Vasco Pessanha (na foto) . A Inapa pagou os últimos dividendos em 2000. Para este ano, o consumo de papel "deverá ter um aumento moderado, continuando as prioridades do grupo centradas nos programas de acréscimo de produtividade, optimização de recursos e aproveitamento de oportunidades de negócio que alavaquem a qualidade da infra-estrutura europeia de distribuição da Inapa. O objectivo de vendas é atingir um crescimento de 4%, os custos operacionais deverão aumentar em linha com a inflação e a margem EBITDA subirá 4,2%.
O grupo Inapa registou, no ano passado, lucros de 4,3 milhões de euros, quatro vezes mais que em 2003. As vendas ascenderam a 1,06 mil milhões de euros, mais 0,8%. Esta evolução é justificada pela redução de preços do papel (queda média de 5% face a 2003), que penalizou a margem bruta por tonelada em 2,1%. O presidente da Inapa destacou, no entanto, o aumento dos resultados operacionais, que triplicaram (7,6 milhões de euros) devido à quebra das amortizações e dos resultados financeiros. Apesar disso, ainda não será este ano que serão distribuídos lucros pelos accionistas. "Temos de capitalizar a empresa antes de distribuir dividendos", disse Vasco Pessanha (na foto) . A Inapa pagou os últimos dividendos em 2000. Para este ano, o consumo de papel "deverá ter um aumento moderado, continuando as prioridades do grupo centradas nos programas de acréscimo de produtividade, optimização de recursos e aproveitamento de oportunidades de negócio que alavaquem a qualidade da infra-estrutura europeia de distribuição da Inapa. O objectivo de vendas é atingir um crescimento de 4%, os custos operacionais deverão aumentar em linha com a inflação e a margem EBITDA subirá 4,2%.
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telecomunicações Telefónica compra checa Cesky
O governo checo acordou a venda da participação de 51% na Cesky Telecom à Telefónica, por 3,6 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros), naquela que é a segunda maior privatização da história do país. Pelo caminho ficaram as propostas da Swisscom e da Belgacom. A alienação da Cesky Telecom permite encaixar dinheiro destinado à construção de estradas e auto-estradas e para evitar o conflito entre o papel de accionista e de regulador do mercado.
O governo checo acordou a venda da participação de 51% na Cesky Telecom à Telefónica, por 3,6 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros), naquela que é a segunda maior privatização da história do país. Pelo caminho ficaram as propostas da Swisscom e da Belgacom. A alienação da Cesky Telecom permite encaixar dinheiro destinado à construção de estradas e auto-estradas e para evitar o conflito entre o papel de accionista e de regulador do mercado.
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Ministro da Economia já recebeu Petrocer
Ferreira de Oliveira defende separação dos dois negócios de gás da Galp
ana tomás Ribeiro Arquivo DN-Rodrigo Cabrita
assunto. Governo debate com Petrocer novo modelo para a energia
Na segunda-feira passada, o ministro da Economia, Manuel Pinho, recebeu no seu gabinete responsáveis do consórcio Petrocer, o vencedor na corrida à compra de 33,34% da Galpenergia, no âmbito do modelo desenhado para o sector energético pelo Governo de Durão Barroso. Um modelo posto em causa pelo "chumbo" de Bruxelas à transferência dos activos ligados à distribuição de gás natural da Galp para a EDP. E que permitiria ao maior accionista privado da Galp, os italianos da ENI, ficarem com 49% da empresa de gás com a EDP, alienando a sua posição de 33,34% na petrolífera.
Fontes ligadas ao consórcio adiantaram que um dos temas em discussão foi, como seria de esperar, o novo modelo para a energia e a posição da Petrocer relativamente ao sector, em geral, e à Galp, em particular. "É natural que o ministro da Economia, estando a querer construir um novo cenário para o sector queira ouvir os vários interessados, para formar a sua própria visão", acrescentaram.
Contactado pelo DN, Manuel Ferreira de Oliveira, o rosto mais visível do consórcio Petrocer, limitou-se a dizer que "não confirmo nem desminto essa reunião."
Questionado sobre o que poderá ser o novo modelo para o sector energético, tendo por base o que se lê no programa do Governo, o representante da Petrocer adiantou "Quando o novo executivo diz que quer aprofundar a concorrência no sector energético, parece-me que uma das ideias que está implícita é a de uma separação dos negócios do gás propano e butano do gás natural." E, remata, "só assim poderá haver competitividade no mercado português do gás".
Recorde-se que neste momento ambos os negócios estão nas mãos da Galp. E este poderia ser um argumento para fazer sair o gás natural da Galp, tal como era defendido no anterior modelo.
Quanto à posição do seu consórcio na Galp, Manuel Ferreira de Oliveira é claro. "Temos não só o direito, como também o dever, de adquirir a posição que a ENI tem no negócio do petróleo, caso os italianos decidam aliená-la."
Na audiência com Manuel Pinho terão estado presentes não só Manuel Ferreira de Oliveira, mas também outros responsáveis do consórcio, como Fernando Ulrich e Santos Silva do BPI.
Ferreira do Amaral, o chairman da Galpenergia, também já realizou uma reunião no ministério, bem como Murteira Nabo. Este último com o objectivo de entregar o relatório final sobre a viabilidade da refinaria de Leça.
Ferreira de Oliveira defende separação dos dois negócios de gás da Galp
ana tomás Ribeiro Arquivo DN-Rodrigo Cabrita
assunto. Governo debate com Petrocer novo modelo para a energia
Na segunda-feira passada, o ministro da Economia, Manuel Pinho, recebeu no seu gabinete responsáveis do consórcio Petrocer, o vencedor na corrida à compra de 33,34% da Galpenergia, no âmbito do modelo desenhado para o sector energético pelo Governo de Durão Barroso. Um modelo posto em causa pelo "chumbo" de Bruxelas à transferência dos activos ligados à distribuição de gás natural da Galp para a EDP. E que permitiria ao maior accionista privado da Galp, os italianos da ENI, ficarem com 49% da empresa de gás com a EDP, alienando a sua posição de 33,34% na petrolífera.
Fontes ligadas ao consórcio adiantaram que um dos temas em discussão foi, como seria de esperar, o novo modelo para a energia e a posição da Petrocer relativamente ao sector, em geral, e à Galp, em particular. "É natural que o ministro da Economia, estando a querer construir um novo cenário para o sector queira ouvir os vários interessados, para formar a sua própria visão", acrescentaram.
Contactado pelo DN, Manuel Ferreira de Oliveira, o rosto mais visível do consórcio Petrocer, limitou-se a dizer que "não confirmo nem desminto essa reunião."
Questionado sobre o que poderá ser o novo modelo para o sector energético, tendo por base o que se lê no programa do Governo, o representante da Petrocer adiantou "Quando o novo executivo diz que quer aprofundar a concorrência no sector energético, parece-me que uma das ideias que está implícita é a de uma separação dos negócios do gás propano e butano do gás natural." E, remata, "só assim poderá haver competitividade no mercado português do gás".
Recorde-se que neste momento ambos os negócios estão nas mãos da Galp. E este poderia ser um argumento para fazer sair o gás natural da Galp, tal como era defendido no anterior modelo.
Quanto à posição do seu consórcio na Galp, Manuel Ferreira de Oliveira é claro. "Temos não só o direito, como também o dever, de adquirir a posição que a ENI tem no negócio do petróleo, caso os italianos decidam aliená-la."
Na audiência com Manuel Pinho terão estado presentes não só Manuel Ferreira de Oliveira, mas também outros responsáveis do consórcio, como Fernando Ulrich e Santos Silva do BPI.
Ferreira do Amaral, o chairman da Galpenergia, também já realizou uma reunião no ministério, bem como Murteira Nabo. Este último com o objectivo de entregar o relatório final sobre a viabilidade da refinaria de Leça.
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Água, petróleo & juros: a trindade diabólica
Carlos Manuel Pereira da Silva*
Mundo incerto, aquele em que vivemos. Conflitos armados, escassez de recursos, envelhecimento, catástrofes, tráfico de seres humanos, pedofília, lavagem de dinheiro sujo, corrupção, terrorismo, seca, degelo das calotes polares, solidão, fome, obesidade, doença, ignorância, analfabetismo, desemprego, morte e desumanidade. Eis alguns factores da incerteza e que tornam o nosso mundo um local de frequência pouco recomendada.
Portugal, ainda assim, continua um país agradável. À nossa escala temos problemas: desemprego, miséria social, analfabetismo etc, mas ainda temos paz, um tecto para viver, ar respirável e algum dinheiro para pagar as prestações da casa, do carro e da educação dos filhos.
É certo que governar em tempo de crise não é uma tarefa fácil. Só com verdadeiro espírito de missão, paciência e gosto pelos desafios se veste a farda de governante para servir a comunidade no momento em que uma trindade diabólica ameaça as nossas sociedades, as economias dos países e o bem-estar das famílias. Essa trindade é a falta de água, a subida dos juros e o aumento dos custos do petróleo. E estão todas correlacionadas. Neste mundo incerto o mais certo é haver falta de água permanentemente, aumentarem os juros consistentemente e subir o preço do petróleo a níveis económicamente desastrosos.
A falta de água, e não é apenas no presente, significa menos energia, racionamento, produtos agrícolas mais caros, mais importações, mais inflação, mais desemprego. Imagine-se o Algarve, centro de turismo de massas, sem água ou com água racionada em pleno Verão. Se já é problemático para os que vivem lá, com o acréscimo de população turística, a situação tornar-se-ia catastrófica, a todos os níveis, e não apenas do ponto de vista económico.
O aumento do custo do barril do petróleo significa preços dos produtos e serviços, designadamente dos transportes, mais caros, perda de competitividade das empresas, aumento da despesa pública, em resumo mais inflação e mais desemprego.
O aumento dos juros quer dizer custo de vida mais caro, aumento do serviço da dívida do Estado, das empresas e das famílias, logo mais impostos, aumento do preço dos bens e serviços e maior endividamento. Os bancos e outras instituições de crédito ao consumo que se acautelem: o aumento das provisões para créditos duvidosos vai concerteza aumentar. Para o mesmo rendimento nominal o aumento dos juros equivale a uma diminuição do rendimento disponível.
Se cada um dos demónios à solta é já um problema sério para resolver, quando os três se coligam contra o interesse geral temos uma equação com solução indeterminada. Nenhum orçamento, público ou privado, está a salvo desta trindade diabólica. O governo que vê os seus pressupostos orçamentais completamente alterados e o ‘deficit’ a derrapar, as empresas que perdem margem financeira e competitividade e as famílias que perdem segurança financeira e capacidade de aforro.
Poupar na água, poupar no petróleo, poupar nos juros. Eis a ‘troika’ de respostas possíveis para enfrenter este trio dos diabos. Investir em sistemas que economizem água, aumentar os ‘stocks’ quando as condições o permitam, racionalizar o consumo através de uma educação voltada para a importância da água. Reduzir a dependência do petróleo, aumentando os investimentos nas energias alternativas e racionalizando os consumos de petróleo através de incentivos à poupança energética. Reduzir o peso do endividamento público e privado, adiar gastos não fundamentais, melhorar o rácio de capitais próprios, incentivar a poupança privada de longo prazo.
A sociedade deve voltar a valorizar o espírito aforrador da formiga em vez de incentivar o comportamento farrista da cigarra. Ainda que precisemos de cigarras a cantar no Verão, precisamos mais de formigas a poupar no Inverno.
*Catedrático do ISEG
Carlos Manuel Pereira da Silva*
Mundo incerto, aquele em que vivemos. Conflitos armados, escassez de recursos, envelhecimento, catástrofes, tráfico de seres humanos, pedofília, lavagem de dinheiro sujo, corrupção, terrorismo, seca, degelo das calotes polares, solidão, fome, obesidade, doença, ignorância, analfabetismo, desemprego, morte e desumanidade. Eis alguns factores da incerteza e que tornam o nosso mundo um local de frequência pouco recomendada.
Portugal, ainda assim, continua um país agradável. À nossa escala temos problemas: desemprego, miséria social, analfabetismo etc, mas ainda temos paz, um tecto para viver, ar respirável e algum dinheiro para pagar as prestações da casa, do carro e da educação dos filhos.
É certo que governar em tempo de crise não é uma tarefa fácil. Só com verdadeiro espírito de missão, paciência e gosto pelos desafios se veste a farda de governante para servir a comunidade no momento em que uma trindade diabólica ameaça as nossas sociedades, as economias dos países e o bem-estar das famílias. Essa trindade é a falta de água, a subida dos juros e o aumento dos custos do petróleo. E estão todas correlacionadas. Neste mundo incerto o mais certo é haver falta de água permanentemente, aumentarem os juros consistentemente e subir o preço do petróleo a níveis económicamente desastrosos.
A falta de água, e não é apenas no presente, significa menos energia, racionamento, produtos agrícolas mais caros, mais importações, mais inflação, mais desemprego. Imagine-se o Algarve, centro de turismo de massas, sem água ou com água racionada em pleno Verão. Se já é problemático para os que vivem lá, com o acréscimo de população turística, a situação tornar-se-ia catastrófica, a todos os níveis, e não apenas do ponto de vista económico.
O aumento do custo do barril do petróleo significa preços dos produtos e serviços, designadamente dos transportes, mais caros, perda de competitividade das empresas, aumento da despesa pública, em resumo mais inflação e mais desemprego.
O aumento dos juros quer dizer custo de vida mais caro, aumento do serviço da dívida do Estado, das empresas e das famílias, logo mais impostos, aumento do preço dos bens e serviços e maior endividamento. Os bancos e outras instituições de crédito ao consumo que se acautelem: o aumento das provisões para créditos duvidosos vai concerteza aumentar. Para o mesmo rendimento nominal o aumento dos juros equivale a uma diminuição do rendimento disponível.
Se cada um dos demónios à solta é já um problema sério para resolver, quando os três se coligam contra o interesse geral temos uma equação com solução indeterminada. Nenhum orçamento, público ou privado, está a salvo desta trindade diabólica. O governo que vê os seus pressupostos orçamentais completamente alterados e o ‘deficit’ a derrapar, as empresas que perdem margem financeira e competitividade e as famílias que perdem segurança financeira e capacidade de aforro.
Poupar na água, poupar no petróleo, poupar nos juros. Eis a ‘troika’ de respostas possíveis para enfrenter este trio dos diabos. Investir em sistemas que economizem água, aumentar os ‘stocks’ quando as condições o permitam, racionalizar o consumo através de uma educação voltada para a importância da água. Reduzir a dependência do petróleo, aumentando os investimentos nas energias alternativas e racionalizando os consumos de petróleo através de incentivos à poupança energética. Reduzir o peso do endividamento público e privado, adiar gastos não fundamentais, melhorar o rácio de capitais próprios, incentivar a poupança privada de longo prazo.
A sociedade deve voltar a valorizar o espírito aforrador da formiga em vez de incentivar o comportamento farrista da cigarra. Ainda que precisemos de cigarras a cantar no Verão, precisamos mais de formigas a poupar no Inverno.
*Catedrático do ISEG
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No Financial Times
Os desafios da Telecom Italia
Financial Times
Nos EUA, quem entrar nas livrarias pode sempre comprar o tratado ‘Don’t Sweat the Small Stuff’, que não é mais do que um aviso para que as pessoas “não se preocupem com ninharias”.
Serve isto para dizer que os acordos celebrados esta segunda-feira pela Telecom Italia (TI) também podem ter a mesma adjectivação, apesar da dificuldade em efectuar o negócio.
Em primeiro lugar, a TI, como é lógico, comprou duas unidades Internet à sua subsidiária TI Media (TIM), da qual possui 60%. Contudo, o montante despendido - 950 milhões de euros -, representa metade do valor da Media, apesar das duas unidades contribuírem para o total das receitas. A par desta situação, a TI argumenta que o valor de mercado da Media era inconsistente. Além disso, estas tácticas são um lembrete de que, por vezes, a TI “navega à bolina”.
Em segundo lugar, a TI vendeu a sua unidade grega de telefones móveis por 1,1 mil milhões de euros, seguindo a mesma estratégia aplicada ao seu negócio chileno, sendo que estes dois êxitos vão contra a já conquistada importância geográfica da TI. E nem o preço foi fantástico. Provavelmente, uma das causas foi a alteração do balancete da empresa, cuja dívida líquida já ascende aos 47 mil milhões de euros - onde se inclui a compra da TIM e as mudanças contabilísticas -, e que pode aumentar caso a TI saia vencedora da disputa pela compra da Turk Telekom. Assim, a TI deve empenhar-se em reduzir a dívida, uma vez que precisa de um refinanciamento a médio prazo e as ‘yields’ estão a subir. Ironicamente, se por um lado estas orientações vão reduzir a divida líquida em 5%, os lucros operacionais descerão na mesma proporção, limitando os lucros a rácios alavancados.
O que se constata é que a TI adquiriu dois negócios pelas razões certas mas pela via errada, e vendeu outros dois por razões erradas mas de forma correcta. Se estes hábitos “pegarem” é provável que os investidores da TI tenham que reinventar outro título bengala, algo como … “De mãos dadas com o medo.”
Os desafios da Telecom Italia
Financial Times
Nos EUA, quem entrar nas livrarias pode sempre comprar o tratado ‘Don’t Sweat the Small Stuff’, que não é mais do que um aviso para que as pessoas “não se preocupem com ninharias”.
Serve isto para dizer que os acordos celebrados esta segunda-feira pela Telecom Italia (TI) também podem ter a mesma adjectivação, apesar da dificuldade em efectuar o negócio.
Em primeiro lugar, a TI, como é lógico, comprou duas unidades Internet à sua subsidiária TI Media (TIM), da qual possui 60%. Contudo, o montante despendido - 950 milhões de euros -, representa metade do valor da Media, apesar das duas unidades contribuírem para o total das receitas. A par desta situação, a TI argumenta que o valor de mercado da Media era inconsistente. Além disso, estas tácticas são um lembrete de que, por vezes, a TI “navega à bolina”.
Em segundo lugar, a TI vendeu a sua unidade grega de telefones móveis por 1,1 mil milhões de euros, seguindo a mesma estratégia aplicada ao seu negócio chileno, sendo que estes dois êxitos vão contra a já conquistada importância geográfica da TI. E nem o preço foi fantástico. Provavelmente, uma das causas foi a alteração do balancete da empresa, cuja dívida líquida já ascende aos 47 mil milhões de euros - onde se inclui a compra da TIM e as mudanças contabilísticas -, e que pode aumentar caso a TI saia vencedora da disputa pela compra da Turk Telekom. Assim, a TI deve empenhar-se em reduzir a dívida, uma vez que precisa de um refinanciamento a médio prazo e as ‘yields’ estão a subir. Ironicamente, se por um lado estas orientações vão reduzir a divida líquida em 5%, os lucros operacionais descerão na mesma proporção, limitando os lucros a rácios alavancados.
O que se constata é que a TI adquiriu dois negócios pelas razões certas mas pela via errada, e vendeu outros dois por razões erradas mas de forma correcta. Se estes hábitos “pegarem” é provável que os investidores da TI tenham que reinventar outro título bengala, algo como … “De mãos dadas com o medo.”
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Mercados financeiros
FMI alerta para riscos do petróleo, dólar e subida dos juros nos EUA
Pedro Ferreira Esteves
Fundo aconselha bancos centrais a aumentarem taxas de forma gradual para um nível neutro, e os reguladores a reforçarem a vigilância.
Os mercados financeiros vivem actualmente um momento de alguma solidez e crescimento. Mas este cenário favorável pode ser posto em causa por uma conjugação de riscos, dos quais o dólar fraco e a subida acelerada das taxas de juro nos EUA, na sequência de um aumento do preço do petróleo, são os mais graves. Esta é a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu relatório sobre a estabilidade financeira global publicado ontem.
Os principais riscos identificados pelos responsáveis do FMI incluem “desenvolvimentos decepcionantes sobre o défice de conta corrente nos EUA, subida contínua dos preços do petróleo e das mercadorias que impulsione a inflação, um aumento acima do esperado das taxas de juro, bem como surpresas negativas nos resultados das empresas e qualidade de crédito”.
Sobre o défice norte-americano, o FMI alerta no relatório para o facto da sua diminuição depender do financiamento dos países asiáticos. Se os governos não corrigirem os desequilíbrios globais ou se existir qualquer dúvida sobre a posição dos bancos centrais, os investidores públicos e privados “podem diminuir as compras futuras de dólares ou até reduzir as actuais posições”.
Esta situação “poderá originar uma queda adicional do dólar e uma subida das taxas de juro, diminuindo a procura doméstica nos EUA”, com efeito no crescimento económico na Europa e Japão.
Por outro lado, os mercados financeiros não estão preparados para um aumento agressivo das taxas nos EUA, na sequência do dólar fraco ou do aumento da inflação, com base no preço alto do petróleo.
O FMI alerta ainda para a provável desaceleração dos resultados das empresas e bancos, com efeitos negativos nas bolsas mundiais, nomeadamente através da subida da volatilidade. Outro risco é a falta de liquidez nos mercados, devido a um eventual abandono pelos investidores dos inúmeros produtos derivados lançados recentemente numa situação de crise neste sector. “Existe o risco de modelos que são muito semelhantes na sua construção levem investidores a saírem ao mesmo tempo, provocando uma falta de liquidez nos mercados”, explica a instituição.
No mesmo documento, o FMI avança com algumas medidas que podem contribuir para diminuir estes riscos. Em termos macro-económicos, “os bancos centrais devem continuar a aumentar gradualmente as suas taxas para um nível neutro”, de forma a que os investidores tomem consciência de forma antecipada “dos potenciais desenvolvimentos voláteis e desestabilizadores” nos mercados.
A nível macro-económico, o FMI apela aos supervisores e reguladores para que vigiem “o perfil de risco dos intermediários financeiros e a sua vulnerabilidade aos choques abruptos nos preços dos mercados”.
Euro a cair
O dólar a atingir máximos
Fonte: Reuters
Mínimo de dois meses
A moeda única europeia atingiu ontem os 1,280 dólares, um novo mínimo de quase dois meses, tendo posteriormente recuperado para a fasquia dos 1,285 dólares. O euro evolui assim ao sabor do fortalecimento do dólar, que negoceia também perto do seu valor mais alto dos últimos cinco meses face ao iene. Os analistas dividem-se quanto à evolução do mercado cambial nos próximos dias. Enquanto uns defendem que os fundamentais apontam para um regresso do dólar às quedas, outros apostam numa continuação da actual tendência, num contexto de subida acelerada das taxas nos EUA.
Petróleo corrige
Brent recua para os 56 dólares
Fonte: Reuters
Correcção aos recordes
A negociação do preço do petróleo foi ontem marcada por alguma estabilidade, depois de uma correcção vincada aos máximos históricos da véspera. Em Londres, o barril caiu 3 cêntimos para os 56,2 dólares, já abaixo do novo recorde de 57,65 dólares. No mercado nova-iorquino, os contratos de futuros recuaram 4 cêntimos para os 57,05 dólares, a corrigirem do máximo histórico de 58,28 dólares por barril. A correcção observada ontem ficou a dever-se a uma tomada de mais-valias por parte dos fundos especulativos, os grandes impulsionadores do alto preço do crude nos mercados internacionais.
FMI alerta para riscos do petróleo, dólar e subida dos juros nos EUA
Pedro Ferreira Esteves
Fundo aconselha bancos centrais a aumentarem taxas de forma gradual para um nível neutro, e os reguladores a reforçarem a vigilância.
Os mercados financeiros vivem actualmente um momento de alguma solidez e crescimento. Mas este cenário favorável pode ser posto em causa por uma conjugação de riscos, dos quais o dólar fraco e a subida acelerada das taxas de juro nos EUA, na sequência de um aumento do preço do petróleo, são os mais graves. Esta é a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu relatório sobre a estabilidade financeira global publicado ontem.
Os principais riscos identificados pelos responsáveis do FMI incluem “desenvolvimentos decepcionantes sobre o défice de conta corrente nos EUA, subida contínua dos preços do petróleo e das mercadorias que impulsione a inflação, um aumento acima do esperado das taxas de juro, bem como surpresas negativas nos resultados das empresas e qualidade de crédito”.
Sobre o défice norte-americano, o FMI alerta no relatório para o facto da sua diminuição depender do financiamento dos países asiáticos. Se os governos não corrigirem os desequilíbrios globais ou se existir qualquer dúvida sobre a posição dos bancos centrais, os investidores públicos e privados “podem diminuir as compras futuras de dólares ou até reduzir as actuais posições”.
Esta situação “poderá originar uma queda adicional do dólar e uma subida das taxas de juro, diminuindo a procura doméstica nos EUA”, com efeito no crescimento económico na Europa e Japão.
Por outro lado, os mercados financeiros não estão preparados para um aumento agressivo das taxas nos EUA, na sequência do dólar fraco ou do aumento da inflação, com base no preço alto do petróleo.
O FMI alerta ainda para a provável desaceleração dos resultados das empresas e bancos, com efeitos negativos nas bolsas mundiais, nomeadamente através da subida da volatilidade. Outro risco é a falta de liquidez nos mercados, devido a um eventual abandono pelos investidores dos inúmeros produtos derivados lançados recentemente numa situação de crise neste sector. “Existe o risco de modelos que são muito semelhantes na sua construção levem investidores a saírem ao mesmo tempo, provocando uma falta de liquidez nos mercados”, explica a instituição.
No mesmo documento, o FMI avança com algumas medidas que podem contribuir para diminuir estes riscos. Em termos macro-económicos, “os bancos centrais devem continuar a aumentar gradualmente as suas taxas para um nível neutro”, de forma a que os investidores tomem consciência de forma antecipada “dos potenciais desenvolvimentos voláteis e desestabilizadores” nos mercados.
A nível macro-económico, o FMI apela aos supervisores e reguladores para que vigiem “o perfil de risco dos intermediários financeiros e a sua vulnerabilidade aos choques abruptos nos preços dos mercados”.
Euro a cair
O dólar a atingir máximos
Fonte: Reuters
Mínimo de dois meses
A moeda única europeia atingiu ontem os 1,280 dólares, um novo mínimo de quase dois meses, tendo posteriormente recuperado para a fasquia dos 1,285 dólares. O euro evolui assim ao sabor do fortalecimento do dólar, que negoceia também perto do seu valor mais alto dos últimos cinco meses face ao iene. Os analistas dividem-se quanto à evolução do mercado cambial nos próximos dias. Enquanto uns defendem que os fundamentais apontam para um regresso do dólar às quedas, outros apostam numa continuação da actual tendência, num contexto de subida acelerada das taxas nos EUA.
Petróleo corrige
Brent recua para os 56 dólares
Fonte: Reuters
Correcção aos recordes
A negociação do preço do petróleo foi ontem marcada por alguma estabilidade, depois de uma correcção vincada aos máximos históricos da véspera. Em Londres, o barril caiu 3 cêntimos para os 56,2 dólares, já abaixo do novo recorde de 57,65 dólares. No mercado nova-iorquino, os contratos de futuros recuaram 4 cêntimos para os 57,05 dólares, a corrigirem do máximo histórico de 58,28 dólares por barril. A correcção observada ontem ficou a dever-se a uma tomada de mais-valias por parte dos fundos especulativos, os grandes impulsionadores do alto preço do crude nos mercados internacionais.
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Tecnologia
Empresas tecnológicas falham consolidação de mercado
Hermínia Saraiva
Apesar de algumas aquisições, as tecnológicas estão longe da consolidação que lhes permita ganhar massa crítica.
Num mercado orçado em 1.976 milhões de euros, as empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão ainda longe do esperado movimento de consolidação que lhes permita ganhar massa crítica para competirem a nível internacional.
Num ano marcado pela compra da Edinfor, do universo EDP, pela inglesa LógicaCMG, aprovada ontem pela Comissão Europeia, as maiores empresas nacionais de TIC optaram, em 2004, por realizar “aquisições pontuais e tentativas não concretizadas de consolidação”, avalia João Pedro Tavares, Senior Executive da Accenture em Portugal. A compra da Damovo e da WhatEverNet por parte da Pararede traduzem uma realidade que se tem multiplicado no mercado nacional, “pequenas aquisições, como forma de ampliar o portfólio de serviços por aquisições de empresas de nicho”.
Ainda que limitados, estes movimentos de aquisição têm permite às empresas nacionais ganhar massa crítica que as permite competir à escala internacional. Frederico Moreira Rato, presidente da Reditus, que recentemente anunciou a criação de uma rede multi-doméstica para apoiar clientes internacionais, acredita que “até hoje [o mercado] ainda não conseguiu gerar empresas que ultrapassem a dimensão do mercado nacional, mas estas estão em condições de competir no mercado global”.
Quanto ao comportamento do mercado as opiniões dividem-se. A IDC, consultora especializada no sector das tecnologias de informação, defende que o mercado registou em 2004 um crescimento de 4,4%, chegando a um total de 1.976 milhões de euros. “No caso específico dos serviços de TI, o mercado gerou receitas de quase 622,7 milhões de euros em 2003, esperando-se que, cumprindo um crescimento médio de 4,3%, ande pelos 1.000 milhões, em 2008”, explica Gabriel Coimbra, research manager da IDC Portugal. Para a Accenture, “existe uma margem de crescimento significativo, em particular no sector público, com focus no aumento da eficiência e na expansão de contratos de outsourcing”, mas os últimos dois anos acabaram por ficar marcados por “um decréscimo significativo nos investimentos em TI, estando as organizações focalizadas na redução de custos”.
Novabase, ParaRede e Reditus regressam aos lucros e confirmam recuperação
As empresas tecnológicas do PSI-20 regressaram aos lucros em 2004. Os resultados apresentados ontem pela ParaRede – que alcançou um lucro de 2,58 milhões de euros, valor que compara com prejuízos de 16,4 milhões de euros em 2003 – são a confirmação que faltava que o sector das tecnologias de informação e comunicação está em franca recuperação.
A ParaRede obteve lucros pela primeira vez em três anos depois de ter acumulado prejuízos de 170 milhões de euros. Também a Novabase e a Reditus conseguiram alcançar, em 2004, resultados líquidos positivos. A empresa de Rogério Carapuça registou lucros de 4,3 milhões de euros, enquanto que a Reditus chegou aos 9,4 milhões de euros. Na comparação do volume de negócios, foi a empresa de Frederico Moreira Rato a registar maior crescimento (41%), seguida de perto pela Novabase, com mais 33,9% de vendas, e a Pararede com um aumento de 27%. No caso desta última, o crescimento para 37, 8 milhões de euros, ficou em grande parte a dever-se ao aumento das receitas de infra-estruturas informáticas, com um aumento de 32,5% face a 2003, que representam já mais de metade do total. O destaque vai ainda para a actividade internacional da empresa - baseada essencialmente em Angola e Espanha - que já representam 14% do volume de negócios da empresa e que comparam com 5% das receitas em 2003.
Ainda relativamente à ParaRede há a registar um aumento de 3,9 milhões de euros no EBITDA para os 2,56 milhões de euros. Também a margem de EBITDA sofreu uma melhoria significativa, passando de 4,7% negativos para 6,8%. Em conferência de imprensa, Paulo Ramos sublinhou que a empresa - que pretende abrir em 2005 uma filial em Luanda - irá iniciar hoje o “kick off” das actividades integradas da WhatEverNet, Domovo e Gain, empresas adquiridas em 2004.
Estando as três empresas presentes no ‘Top 5’ do sector de TIC e no PSI 20, é a Novabase a ocupar a liderança. Em termos de capitalização bolsista a empresa valia ontem 172 milhões de euros, contra os 111 milhões de euros da ParaRede e os 23,7 milhões de euros da Reditus.
Empresas tecnológicas falham consolidação de mercado
Hermínia Saraiva
Apesar de algumas aquisições, as tecnológicas estão longe da consolidação que lhes permita ganhar massa crítica.
Num mercado orçado em 1.976 milhões de euros, as empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão ainda longe do esperado movimento de consolidação que lhes permita ganhar massa crítica para competirem a nível internacional.
Num ano marcado pela compra da Edinfor, do universo EDP, pela inglesa LógicaCMG, aprovada ontem pela Comissão Europeia, as maiores empresas nacionais de TIC optaram, em 2004, por realizar “aquisições pontuais e tentativas não concretizadas de consolidação”, avalia João Pedro Tavares, Senior Executive da Accenture em Portugal. A compra da Damovo e da WhatEverNet por parte da Pararede traduzem uma realidade que se tem multiplicado no mercado nacional, “pequenas aquisições, como forma de ampliar o portfólio de serviços por aquisições de empresas de nicho”.
Ainda que limitados, estes movimentos de aquisição têm permite às empresas nacionais ganhar massa crítica que as permite competir à escala internacional. Frederico Moreira Rato, presidente da Reditus, que recentemente anunciou a criação de uma rede multi-doméstica para apoiar clientes internacionais, acredita que “até hoje [o mercado] ainda não conseguiu gerar empresas que ultrapassem a dimensão do mercado nacional, mas estas estão em condições de competir no mercado global”.
Quanto ao comportamento do mercado as opiniões dividem-se. A IDC, consultora especializada no sector das tecnologias de informação, defende que o mercado registou em 2004 um crescimento de 4,4%, chegando a um total de 1.976 milhões de euros. “No caso específico dos serviços de TI, o mercado gerou receitas de quase 622,7 milhões de euros em 2003, esperando-se que, cumprindo um crescimento médio de 4,3%, ande pelos 1.000 milhões, em 2008”, explica Gabriel Coimbra, research manager da IDC Portugal. Para a Accenture, “existe uma margem de crescimento significativo, em particular no sector público, com focus no aumento da eficiência e na expansão de contratos de outsourcing”, mas os últimos dois anos acabaram por ficar marcados por “um decréscimo significativo nos investimentos em TI, estando as organizações focalizadas na redução de custos”.
Novabase, ParaRede e Reditus regressam aos lucros e confirmam recuperação
As empresas tecnológicas do PSI-20 regressaram aos lucros em 2004. Os resultados apresentados ontem pela ParaRede – que alcançou um lucro de 2,58 milhões de euros, valor que compara com prejuízos de 16,4 milhões de euros em 2003 – são a confirmação que faltava que o sector das tecnologias de informação e comunicação está em franca recuperação.
A ParaRede obteve lucros pela primeira vez em três anos depois de ter acumulado prejuízos de 170 milhões de euros. Também a Novabase e a Reditus conseguiram alcançar, em 2004, resultados líquidos positivos. A empresa de Rogério Carapuça registou lucros de 4,3 milhões de euros, enquanto que a Reditus chegou aos 9,4 milhões de euros. Na comparação do volume de negócios, foi a empresa de Frederico Moreira Rato a registar maior crescimento (41%), seguida de perto pela Novabase, com mais 33,9% de vendas, e a Pararede com um aumento de 27%. No caso desta última, o crescimento para 37, 8 milhões de euros, ficou em grande parte a dever-se ao aumento das receitas de infra-estruturas informáticas, com um aumento de 32,5% face a 2003, que representam já mais de metade do total. O destaque vai ainda para a actividade internacional da empresa - baseada essencialmente em Angola e Espanha - que já representam 14% do volume de negócios da empresa e que comparam com 5% das receitas em 2003.
Ainda relativamente à ParaRede há a registar um aumento de 3,9 milhões de euros no EBITDA para os 2,56 milhões de euros. Também a margem de EBITDA sofreu uma melhoria significativa, passando de 4,7% negativos para 6,8%. Em conferência de imprensa, Paulo Ramos sublinhou que a empresa - que pretende abrir em 2005 uma filial em Luanda - irá iniciar hoje o “kick off” das actividades integradas da WhatEverNet, Domovo e Gain, empresas adquiridas em 2004.
Estando as três empresas presentes no ‘Top 5’ do sector de TIC e no PSI 20, é a Novabase a ocupar a liderança. Em termos de capitalização bolsista a empresa valia ontem 172 milhões de euros, contra os 111 milhões de euros da ParaRede e os 23,7 milhões de euros da Reditus.
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Energia
UBS coloca EDP Brasil na Bolsa de São Paulo
Ana Maria Gonçalves
Esta operação destina-se a aumentar a liquidez da empresa para avançar com novos investimentos na produção.
O UBS foi o banco de investimento seleccionado pela EDP para coordenador global da oferta pública inicial (IPO) da Energias do Brasil, sociedade que agrega as participadas do grupo português no Brasil, apurou o Diário Económico.
A operação, destinada a aumentar a liquidez e capitalizar a Energias do Brasil, ocorrerá logo após a reorganização dos accionistas minoritários que está a cargo do Goldman Sachs, um processo que deverá estar concluído nos próximos 60 dias. A Energias do Brasil passará então a ter capital aberto e cotado na Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Até lá, a Energias do Brasil assegurará a totalidade do capital das empresas de distribuição em que participa. Actualmente, o grupo português controla 96% da Bandeirante, concessionária da região de São Paulo e 56% da Escelsa, distribuidora do Estado do Espírito Santo, a qual, por sua vez, possui 56% da Enersul que opera no Mato Grosso do Sul. Esta situação era considerada insustentável pelo presidente do conselho de administração da EDP, João Talone, constituindo há muito um verdadeiro braço de ferro com os accionistas minoritários e criando dificuldades de gestão nas empresas.
De fora deste universo ficou a ex-Companhia de Electricidade do Rio de Janeiro, actual Ampla, cuja participação minoritária passou a ser detida directamente pela EDP. Controlada maioritariamente pela espanhola Endesa, esta posição é considerada não estratégica.
“Para potenciar as sinergias entre empresas é fundamental deter 100% do seu capital”, esclareceu ao Diário Económico o presidente do conselho de administração da Energias do Brasil, Jorge Godinho.
O mesmo responsável salienta que “a alteração do nome [de EDP Brasil para Energias do Brasil], simbolicamente, mostra que vamos desenvolver uma empresa genuinamente brasileira em que a EDP é o grupo controlador, em coexistência com outros accionistas. Haverá, no entanto, autonomia e coerência de comando, que antes não existia”.
A colocação em bolsa da Energias do Brasil destina-se a financiar os novos investimentos da empresa, especialmente a participação nos concursos para construção de centrais hidroeléctricas. Outra das área da produção em estudo é a da energia eólica. A Energias do Brasil prevê gastar, este ano, cerca de mil milhões de reais (294 milhões de euros).
Em 2004, o Brasil contribuiu em 40% para o aumento do EBITDA (’cash flow’ operacional) do grupo EDP, o qual se cifrou em 1.968 milhões de euros, contra 1.827 milhões de euros registados em 2003.
Sampaio dá tempo ao Governo para reestruturar sector energético
O Presidente da República, Jorge Sampaio, concedeu espaço de manobra ao Governo para definir o novo modelo de reestruturação do sector energético, ao vetar o diploma que definia a organização e funcionamento do sector do gás natural.
Este documento transpunha para o ordenamento jurídico português a directiva comunitária de 26 de Junho de 2003, estipulando as regras comuns para o mercado interno do gás natural.
A solução encontrada foi o veto político por não carecer de qualquer justificação, explicou ao Diário Económico fonte liga ao processo.
O diploma entrou na Presidência da República a 24 de Fevereiro, na fase final do período de gestão do executivo social-democrata liderado por Pedro Santana Lopes.
Portugal, por ser considerado um mercado emergente, beneficia de uma derrogação comunitária no processo de liberalização do gás natural até 2008.
O ex-Governo decidiu, no entanto, no âmbito da última cimeira ibérica realizada em Santiago de Compostela e no pressuposto da aprovação por Bruxelas da transferência dos activos do gás da Galp para a EDP, avançar com a antecipação da abertura deste mercado. A primeira fase arrancaria já este ano, envolvendo o sector eléctrico. Seguia-se em os clientes industriais em 2006 e os domésticos em 2008.
O cenário viria, porém, a alterar-se com o chumbo de Bruxelas e com a mudança de Governo. E apesar do primeiro-ministro José Sócrates ser um defensor de uma maior concorrência no sector ainda não definiu as linhas estratégicas para o sector. Contacto o Ministério da Economia, remeteu mais esclarecimentos para a Presidência da República
UBS coloca EDP Brasil na Bolsa de São Paulo
Ana Maria Gonçalves
Esta operação destina-se a aumentar a liquidez da empresa para avançar com novos investimentos na produção.
O UBS foi o banco de investimento seleccionado pela EDP para coordenador global da oferta pública inicial (IPO) da Energias do Brasil, sociedade que agrega as participadas do grupo português no Brasil, apurou o Diário Económico.
A operação, destinada a aumentar a liquidez e capitalizar a Energias do Brasil, ocorrerá logo após a reorganização dos accionistas minoritários que está a cargo do Goldman Sachs, um processo que deverá estar concluído nos próximos 60 dias. A Energias do Brasil passará então a ter capital aberto e cotado na Bovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Até lá, a Energias do Brasil assegurará a totalidade do capital das empresas de distribuição em que participa. Actualmente, o grupo português controla 96% da Bandeirante, concessionária da região de São Paulo e 56% da Escelsa, distribuidora do Estado do Espírito Santo, a qual, por sua vez, possui 56% da Enersul que opera no Mato Grosso do Sul. Esta situação era considerada insustentável pelo presidente do conselho de administração da EDP, João Talone, constituindo há muito um verdadeiro braço de ferro com os accionistas minoritários e criando dificuldades de gestão nas empresas.
De fora deste universo ficou a ex-Companhia de Electricidade do Rio de Janeiro, actual Ampla, cuja participação minoritária passou a ser detida directamente pela EDP. Controlada maioritariamente pela espanhola Endesa, esta posição é considerada não estratégica.
“Para potenciar as sinergias entre empresas é fundamental deter 100% do seu capital”, esclareceu ao Diário Económico o presidente do conselho de administração da Energias do Brasil, Jorge Godinho.
O mesmo responsável salienta que “a alteração do nome [de EDP Brasil para Energias do Brasil], simbolicamente, mostra que vamos desenvolver uma empresa genuinamente brasileira em que a EDP é o grupo controlador, em coexistência com outros accionistas. Haverá, no entanto, autonomia e coerência de comando, que antes não existia”.
A colocação em bolsa da Energias do Brasil destina-se a financiar os novos investimentos da empresa, especialmente a participação nos concursos para construção de centrais hidroeléctricas. Outra das área da produção em estudo é a da energia eólica. A Energias do Brasil prevê gastar, este ano, cerca de mil milhões de reais (294 milhões de euros).
Em 2004, o Brasil contribuiu em 40% para o aumento do EBITDA (’cash flow’ operacional) do grupo EDP, o qual se cifrou em 1.968 milhões de euros, contra 1.827 milhões de euros registados em 2003.
Sampaio dá tempo ao Governo para reestruturar sector energético
O Presidente da República, Jorge Sampaio, concedeu espaço de manobra ao Governo para definir o novo modelo de reestruturação do sector energético, ao vetar o diploma que definia a organização e funcionamento do sector do gás natural.
Este documento transpunha para o ordenamento jurídico português a directiva comunitária de 26 de Junho de 2003, estipulando as regras comuns para o mercado interno do gás natural.
A solução encontrada foi o veto político por não carecer de qualquer justificação, explicou ao Diário Económico fonte liga ao processo.
O diploma entrou na Presidência da República a 24 de Fevereiro, na fase final do período de gestão do executivo social-democrata liderado por Pedro Santana Lopes.
Portugal, por ser considerado um mercado emergente, beneficia de uma derrogação comunitária no processo de liberalização do gás natural até 2008.
O ex-Governo decidiu, no entanto, no âmbito da última cimeira ibérica realizada em Santiago de Compostela e no pressuposto da aprovação por Bruxelas da transferência dos activos do gás da Galp para a EDP, avançar com a antecipação da abertura deste mercado. A primeira fase arrancaria já este ano, envolvendo o sector eléctrico. Seguia-se em os clientes industriais em 2006 e os domésticos em 2008.
O cenário viria, porém, a alterar-se com o chumbo de Bruxelas e com a mudança de Governo. E apesar do primeiro-ministro José Sócrates ser um defensor de uma maior concorrência no sector ainda não definiu as linhas estratégicas para o sector. Contacto o Ministério da Economia, remeteu mais esclarecimentos para a Presidência da República
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Empresas estrangeiras suportam economia
Filipe Charters de Azevedo
A produção nacional, descontando actividade dos estrangeiros, cresceu apenas 0,1% em 2004.
Os estrangeiros em Portugal sustentaram o crescimento económico em 2004. A economia portuguesa progrediu 1% no último ano, todavia, o rendimento dos portugueses cresceu apenas 0,1%.
O número é apresentado pela Comissão Europeia nas suas previsões da Primavera e revela que o rendimento dos portuguesas esteve próximo da estagnação. Se não fossem as empresas estrangeiras a operarem em território nacional, a economia portuguesa não teria (quase) crescido. Isto nota-se na evolução do rendimento nacional bruto – no qual não está contabilizado a produção dos estrangeiro em Portugal – que subiu apenas 0,1%, ao passo que o PIB – que avalia toda a produção nacional – cresceu 1%.
Este resultado é a consequência das debilidades da internacionalização das empresas portuguesa e da incapacidade da produção nacional em satisfazer a procura interna.
Os rendimentos primários recebidos do resto do mundo estão a cair, em termos reais, desde meados de 2002, o que prejudica o rendimento nacional. Mas o maior drama reside no facto dos pagamentos ao resto do mundo terem invertido a tendência dos últimos anos e terem voltado a subir no final do ano passado, cerca de 8%. Em 2003 estes pagamentos caíram mais de 20%. O repatriamento de lucros e mais-valias do investimento feito em Portugal aumentaram 7,6% em 2004. Ao todo, os residentes têm 98% de tudo o que se produz na economia. Em 1995, os portugueses tinham como rendimento, 99,57% do PIB.
Ainda de acordo com as previsões da União Europeia, a situação irá inverter-se nos próximos anos. Em 2005, o rendimento dos portugueses irá crescer 1,3% enquanto o produto irá crescer 1,1%. Contudo, o país continuará a divergir da média europeia. Recorde-se que também em 2002 a economia portuguesa fez este ajustamento com o rendimento nacional a crescer 1,5%, enquanto a economia como um todo cresceu 0,4%.
A diferença entre o que é produzido e o rendimento que está disponível aos residentes é complexo. A Irlanda, por exemplo, passa de segundo país com maior produção per capita, para a terceira posição no ranking dos países com maior rendimento per capita. Parte do dinamismo do ‘tigre celta’ deve-se à importação de prosperidade do exterior. Para a Irlanda somente 83,8% de tudo o que se produz na economia é que se traduz em rendimento nacional.
Medir a actividade económica
PIB: O Produto Interno Bruto mede o valor da actividade económica de todas empresas e cidadãos que vivem no país. Ou seja, mede a soma do valor acrescentado no final do ciclo de produção da economia, independentemente da nacionalidade da produção. Por exemplo, os lucros da Autoeuropa são contabilizados neste agregado macroeconómico, apesar de parte desses lucros serem remetidos para a empresa-mãe no estrangeiro.
RNB: O Rendimento Nacional Bruto (antigamente referido como Produto Nacional Bruto) mede o total do valor acrescentado dos residentes - empresas estrangeiras não contam para este agregado. As remessas de emigrantes e os lucros de empresas portuguesas no exterior passam a ter importância para este agregado uma vez que contam para o rendimento dos portugueses.
Em termos formais, o RNB é igual ao Produto anulando as remunerações auferidas pelas pessoas que trabalham no país à menos de um ano e pelos rendimentos de propriedade e investimento. Na prática, quando o PIB é superior ao RNB, indica que o rendimento líquido do estrangeiro é positivo.
Filipe Charters de Azevedo
A produção nacional, descontando actividade dos estrangeiros, cresceu apenas 0,1% em 2004.
Os estrangeiros em Portugal sustentaram o crescimento económico em 2004. A economia portuguesa progrediu 1% no último ano, todavia, o rendimento dos portugueses cresceu apenas 0,1%.
O número é apresentado pela Comissão Europeia nas suas previsões da Primavera e revela que o rendimento dos portuguesas esteve próximo da estagnação. Se não fossem as empresas estrangeiras a operarem em território nacional, a economia portuguesa não teria (quase) crescido. Isto nota-se na evolução do rendimento nacional bruto – no qual não está contabilizado a produção dos estrangeiro em Portugal – que subiu apenas 0,1%, ao passo que o PIB – que avalia toda a produção nacional – cresceu 1%.
Este resultado é a consequência das debilidades da internacionalização das empresas portuguesa e da incapacidade da produção nacional em satisfazer a procura interna.
Os rendimentos primários recebidos do resto do mundo estão a cair, em termos reais, desde meados de 2002, o que prejudica o rendimento nacional. Mas o maior drama reside no facto dos pagamentos ao resto do mundo terem invertido a tendência dos últimos anos e terem voltado a subir no final do ano passado, cerca de 8%. Em 2003 estes pagamentos caíram mais de 20%. O repatriamento de lucros e mais-valias do investimento feito em Portugal aumentaram 7,6% em 2004. Ao todo, os residentes têm 98% de tudo o que se produz na economia. Em 1995, os portugueses tinham como rendimento, 99,57% do PIB.
Ainda de acordo com as previsões da União Europeia, a situação irá inverter-se nos próximos anos. Em 2005, o rendimento dos portugueses irá crescer 1,3% enquanto o produto irá crescer 1,1%. Contudo, o país continuará a divergir da média europeia. Recorde-se que também em 2002 a economia portuguesa fez este ajustamento com o rendimento nacional a crescer 1,5%, enquanto a economia como um todo cresceu 0,4%.
A diferença entre o que é produzido e o rendimento que está disponível aos residentes é complexo. A Irlanda, por exemplo, passa de segundo país com maior produção per capita, para a terceira posição no ranking dos países com maior rendimento per capita. Parte do dinamismo do ‘tigre celta’ deve-se à importação de prosperidade do exterior. Para a Irlanda somente 83,8% de tudo o que se produz na economia é que se traduz em rendimento nacional.
Medir a actividade económica
PIB: O Produto Interno Bruto mede o valor da actividade económica de todas empresas e cidadãos que vivem no país. Ou seja, mede a soma do valor acrescentado no final do ciclo de produção da economia, independentemente da nacionalidade da produção. Por exemplo, os lucros da Autoeuropa são contabilizados neste agregado macroeconómico, apesar de parte desses lucros serem remetidos para a empresa-mãe no estrangeiro.
RNB: O Rendimento Nacional Bruto (antigamente referido como Produto Nacional Bruto) mede o total do valor acrescentado dos residentes - empresas estrangeiras não contam para este agregado. As remessas de emigrantes e os lucros de empresas portuguesas no exterior passam a ter importância para este agregado uma vez que contam para o rendimento dos portugueses.
Em termos formais, o RNB é igual ao Produto anulando as remunerações auferidas pelas pessoas que trabalham no país à menos de um ano e pelos rendimentos de propriedade e investimento. Na prática, quando o PIB é superior ao RNB, indica que o rendimento líquido do estrangeiro é positivo.
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Alemanha
Co-determinação ‘made in Germany’
Cristina Krippahl, em Colónia
O modelo, que já deu provas de bom funcionamento, foi pensado para garantir o consenso social dentro das empresas e evitar lutas laborais.
Ao instalar, em Março passado, uma comissão para a reforma do direito de co-determinação dos empregados nas empresas alemãs, o chanceler Gerhard Schröder, realçou como objectivo a adaptação da prática nacional à realidade europeia. Schröder insistiu que não se tratava de limitar os direitos conquistados pelos assalariados desde que as leis entraram em vigor em 1952. Pelo contrário, pretendia-se salvaguardá-los face à pressão europeia, pois os extensos direitos dos trabalhadores alemães no contexto da participação nas decisões empresariais assustam muitos parceiros europeus com modelos diferentes.
A União Europeia pretende que, em caso de fusão entre empresas europeias, passe a vigorar o direito do país onde se encontra a sede. A Alemanha quer impedir que a UE retire aos trabalhadores alemães direitos adquiridos. Por isso impôs, na Lei Europeia de Fusões, uma cláusula que reconhece a presença de representantes do pessoal nos conselhos fiscais. A UE anuiu, mas limitando o seu número, a um terço do total dos membros.
Ao nomear para presidente da Comissão o antigo ministro-presidente da Saxónia, Kurt Biedenkopf, um democrata-cristão mais aberto aos argumentos do patronato, o chanceler deixou, porém, a porta aberta a reformas reais. Numa entrevista recente ao FT Deutschland, Biedenkopf deu a entender considerar necessária “não a abolição, mas a adaptação às novas realidades”. Não adiantou pormenores, mas prometeu que o catálogo de propostas estará pronto antes das legislativas de Setembro de 2006. Mas os analistas não contam com medidas concretas do Governo antes das eleições parlamentares, por se tratar de um tema sensível que pode reacender a discussão com os sindicatos, depois de o chanceler ter conseguido, após várias tribulações resultantes da sua política de reformas, estabelecer, finalmente, uma trégua precária. Para o que contribuiu a sua defesa verbal da co-determinação.
As Leis de Co-Determinação foram pensadas para garantir o consenso social, desta feita dentro das empresas e evitar as lutas laborais. As competências dos Conselhos de Trabalhadores são extensivas, sobretudo no planeamento do pessoal, dos horários de trabalho, de todos os aspectos sociais no emprego e no direito a informação sobre os planos do patronato. Acresce que os trabalhadores elegem representantes para os conselhos fiscais. Em empresas com mais de dois mil trabalhadores, o seu número é quase tão elevado como o dos membros nomeados pela administração. Na siderurgia, as suas competências estendem-se à nomeação da administração.
O modelo, apesar de custar às empresas anualmente o equivalente a 500 euros por empregado, não é rejeitado pelo patronato de um modo geral. Ele deu provas de bom funcionamento no passado e contribuiu para tornar a Alemanha num dos países que menos sofre de tumultos sociais e laborais. Quando, há meses, o então presidente da Confederação da Indústria (BDI), Michael Rogowski, lhe chamou “um erro histórico”, foram muitas as vozes de industriais e administradores importantes, como Jürgen Schrempp, da Daimler-Chrysler, que se levantaram em sua defesa. Um estudo da Sociedade Max Planck para a Pesquisa Social, uma entidade independente e insuspeita, nega que a co-determinação tenha qualquer influência negativa sobre os lucros ou o curso das acções. Numa sondagem da consultora Weissmann und Cie. junto de 500 empresas com um volume de transacções entre três milhões e mil milhões de euros, 96,4% dos patrões consideraram a colaboração com os representantes dos assalariados “muito positiva” e 82% disseram que não aboliriam o Conselho de Trabalhadores, mesmo que a isso tivessem direito. Um dos motivos, é que as empresas vêem o bom entendimento com os conselhos de trabalhadores como uma arma no combate contra os contratos colectivos, da competência dos sindicatos.
A posição do BDI
Apesar de ter moderado o tom com a saída da presidência de Michael Rogowski, entretanto substituído por Jürgen R. Thumann, a confederação das indústrias continua a combater o modelo de co-determinação argumentando que o sistema duplo alemão de conselhos de trabalhadores e representantes do pessoal nos conselhos fiscais não é aceite no estrangeiro, tornando a Alemanha desinteressante como localização para ‘holdings’, e, portanto, menos competitiva. A BDI argumenta ainda que os empregados de uma empresa não são suficientemente independentes para garantir que exerçam um controle eficiente sobre a administração, de acordo com as regras internacionais de ‘corporate govenance’. O mesmo se aplica ao tamanho “descomunal” dos conselhos fiscais resultantes das leis alemãs, que reduziriam a sua eficácia. A confederação queixa-se da burocracia e dos custos resultantes e é particularmente adversa ao direito dos sindicatos de enviarem um candidato externo para o conselho fiscal. Pretende ainda que o grau de co-determinação seja livremente negociado dentro das empresas, sem interferência externa. A BDI é apoiada pela confederação patronal, BDA.
A posição dos sindicatos
A Confederação dos Sindicatos, DGB, concorda com a necessidade de reduzir os conselhos fiscais e apela para um máximo de três mandatos por pessoa. Os sindicatos querem abolir o automatismo da transição para o conselho fiscal de todos os ex-administradores. Mas rejeitam qualquer limitação dos seus próprios direitos ou daqueles dos conselhos de trabalhadores, onde estão, muitas vezes, representados. Também a particularidade alemã que lhes permite enviar funcionários para o conselho fiscal de empresas é defendida como necessária. O DGB, presidido por Michael Sommer, nega que os sindicatos explorem esta prática para exercer uma influência política nas empresas, como argumentam muitos dos seus detractores. E exerce pressão sobre o Governo federal, lembrando-lhe a toda a hora a promessa de não pôr em causa a co-determinação.
Co-determinação ‘made in Germany’
Cristina Krippahl, em Colónia
O modelo, que já deu provas de bom funcionamento, foi pensado para garantir o consenso social dentro das empresas e evitar lutas laborais.
Ao instalar, em Março passado, uma comissão para a reforma do direito de co-determinação dos empregados nas empresas alemãs, o chanceler Gerhard Schröder, realçou como objectivo a adaptação da prática nacional à realidade europeia. Schröder insistiu que não se tratava de limitar os direitos conquistados pelos assalariados desde que as leis entraram em vigor em 1952. Pelo contrário, pretendia-se salvaguardá-los face à pressão europeia, pois os extensos direitos dos trabalhadores alemães no contexto da participação nas decisões empresariais assustam muitos parceiros europeus com modelos diferentes.
A União Europeia pretende que, em caso de fusão entre empresas europeias, passe a vigorar o direito do país onde se encontra a sede. A Alemanha quer impedir que a UE retire aos trabalhadores alemães direitos adquiridos. Por isso impôs, na Lei Europeia de Fusões, uma cláusula que reconhece a presença de representantes do pessoal nos conselhos fiscais. A UE anuiu, mas limitando o seu número, a um terço do total dos membros.
Ao nomear para presidente da Comissão o antigo ministro-presidente da Saxónia, Kurt Biedenkopf, um democrata-cristão mais aberto aos argumentos do patronato, o chanceler deixou, porém, a porta aberta a reformas reais. Numa entrevista recente ao FT Deutschland, Biedenkopf deu a entender considerar necessária “não a abolição, mas a adaptação às novas realidades”. Não adiantou pormenores, mas prometeu que o catálogo de propostas estará pronto antes das legislativas de Setembro de 2006. Mas os analistas não contam com medidas concretas do Governo antes das eleições parlamentares, por se tratar de um tema sensível que pode reacender a discussão com os sindicatos, depois de o chanceler ter conseguido, após várias tribulações resultantes da sua política de reformas, estabelecer, finalmente, uma trégua precária. Para o que contribuiu a sua defesa verbal da co-determinação.
As Leis de Co-Determinação foram pensadas para garantir o consenso social, desta feita dentro das empresas e evitar as lutas laborais. As competências dos Conselhos de Trabalhadores são extensivas, sobretudo no planeamento do pessoal, dos horários de trabalho, de todos os aspectos sociais no emprego e no direito a informação sobre os planos do patronato. Acresce que os trabalhadores elegem representantes para os conselhos fiscais. Em empresas com mais de dois mil trabalhadores, o seu número é quase tão elevado como o dos membros nomeados pela administração. Na siderurgia, as suas competências estendem-se à nomeação da administração.
O modelo, apesar de custar às empresas anualmente o equivalente a 500 euros por empregado, não é rejeitado pelo patronato de um modo geral. Ele deu provas de bom funcionamento no passado e contribuiu para tornar a Alemanha num dos países que menos sofre de tumultos sociais e laborais. Quando, há meses, o então presidente da Confederação da Indústria (BDI), Michael Rogowski, lhe chamou “um erro histórico”, foram muitas as vozes de industriais e administradores importantes, como Jürgen Schrempp, da Daimler-Chrysler, que se levantaram em sua defesa. Um estudo da Sociedade Max Planck para a Pesquisa Social, uma entidade independente e insuspeita, nega que a co-determinação tenha qualquer influência negativa sobre os lucros ou o curso das acções. Numa sondagem da consultora Weissmann und Cie. junto de 500 empresas com um volume de transacções entre três milhões e mil milhões de euros, 96,4% dos patrões consideraram a colaboração com os representantes dos assalariados “muito positiva” e 82% disseram que não aboliriam o Conselho de Trabalhadores, mesmo que a isso tivessem direito. Um dos motivos, é que as empresas vêem o bom entendimento com os conselhos de trabalhadores como uma arma no combate contra os contratos colectivos, da competência dos sindicatos.
A posição do BDI
Apesar de ter moderado o tom com a saída da presidência de Michael Rogowski, entretanto substituído por Jürgen R. Thumann, a confederação das indústrias continua a combater o modelo de co-determinação argumentando que o sistema duplo alemão de conselhos de trabalhadores e representantes do pessoal nos conselhos fiscais não é aceite no estrangeiro, tornando a Alemanha desinteressante como localização para ‘holdings’, e, portanto, menos competitiva. A BDI argumenta ainda que os empregados de uma empresa não são suficientemente independentes para garantir que exerçam um controle eficiente sobre a administração, de acordo com as regras internacionais de ‘corporate govenance’. O mesmo se aplica ao tamanho “descomunal” dos conselhos fiscais resultantes das leis alemãs, que reduziriam a sua eficácia. A confederação queixa-se da burocracia e dos custos resultantes e é particularmente adversa ao direito dos sindicatos de enviarem um candidato externo para o conselho fiscal. Pretende ainda que o grau de co-determinação seja livremente negociado dentro das empresas, sem interferência externa. A BDI é apoiada pela confederação patronal, BDA.
A posição dos sindicatos
A Confederação dos Sindicatos, DGB, concorda com a necessidade de reduzir os conselhos fiscais e apela para um máximo de três mandatos por pessoa. Os sindicatos querem abolir o automatismo da transição para o conselho fiscal de todos os ex-administradores. Mas rejeitam qualquer limitação dos seus próprios direitos ou daqueles dos conselhos de trabalhadores, onde estão, muitas vezes, representados. Também a particularidade alemã que lhes permite enviar funcionários para o conselho fiscal de empresas é defendida como necessária. O DGB, presidido por Michael Sommer, nega que os sindicatos explorem esta prática para exercer uma influência política nas empresas, como argumentam muitos dos seus detractores. E exerce pressão sobre o Governo federal, lembrando-lhe a toda a hora a promessa de não pôr em causa a co-determinação.
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EUA demasiado dependentes da desvalorização do dólar
EUA demasiado dependentes da desvalorização do dólar
Hugo Pinheiro
As autoridades norte-americanas acreditam que a desvalorização será suficiente para diminuir o défice comercial e promover o crescimento.
O desempenho económico dos Estados Unidos está demasiado dependente da desvalorização do dólar, alerta um estudo do BNP Paribas, recentemente publicado. As autoridades norte-americanas acreditam que esta medida, por si só, será suficiente para diminuir o défice comercial e conseguir o ‘boom’ económico.
Numa análise da economia mundial, os analistas estão optimistas com as perspectivas das economias japonesa e europeia – apesar desta última ter registado uma desaceleração do crescimento –, mas sublinha que o imperativo da consolidação orçamental norte-americana veio criar ainda mais incerteza no crescimento económico do país e do resto do mundo, dado o papel que os EUA têm vindo a desempenhar como motor do crescimento mundial.
O esforço de consolidação orçamental não permite, por um lado, que se baixe qualquer tipo de imposto, e exige um controlo da despesa pública – os gastos com a Defesa e Segurança Nacional são os únicos contemplados. Por outro lado, antevê-se que o investimento e as exportações mantenham o dinamismo, com desvalorização do dólar a beneficiar as vendas ao exterior. Este aspecto não é, no entanto, suficiente, por isso é necessário refrear o consumo interno e a criação de uma oferta mais orientada para a exportação.
Os 3,5% de crescimento esperados para a economia norte-americana estão abaixo das expectativas do ano passado, permanecendo, no entanto, em linha com os objectivos de longo prazo.
Esta “dependência” do Governo na contínua quebra do valor do dólar é actualmente limitada pelo facto de que, para diminuir o défice externo para 3% do PIB, as exportações teriam de aumentar 14% por ano. Carlos Andrade não acredita na viabilidade desta solução, uma vez que “as exportações teriam de crescer demasiado. Deve haver um abrandamento da procura interna, passando por juros mais elevados e políticas mais rigorosas”.
Por fim, uma das razões pela qual o dólar não desvalorizou mais foi porque os mercados japonês e chinês mantêm a sua política de comprar moeda norte-americana para financiar o défice norte-americano. Ana Paula Carvalho não pensa que “os mercados asiáticos possam ter muita influência na queda do dólar. Se realmente continuar a cair, será à custa das suas carteiras, não devendo haver um abandono das políticas asiáticas”.
Já Carlos Andrade acredita que “existe um certo acordo entre os EUA e as economias asiáticas, com um excesso de poupança na Ásia para financiar o consumo na América. Algo insustentável, mas que não parece aborrecer nenhuma das partes”.
BCE mantém juros
A desvalorização do dólar penaliza porém a Europa, no sentido em que as suas exportações perdem competitividade. No entanto, os preços do petróleo, expressos em dólares, tornam mais acessíveis e diminuem as probabilidades do Banco Central Europeu (BCE) – que amanhã tomará uma nova decisão sobre o preço do dinheiro – subir as taxas de juro.
Depois da intervenção de Dezembro de 2004 do Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, onde referiu que os constantes aumentos dos preços do barril de petróleo eram um risco para a inflação e crescimento europeu, alguns observadores económicos avançaram imediatamente a hipótese de uma revisão em alta da taxa de juro, actualmente fixada nos 2%. Contudo, Trichet afirmou que esta questão não teria sido sequer abordada durante as discussões do Comité de Política Monetária. Já em Janeiro, o presidente do BCE garantiu que a inflação na zona euro estava controla e, de acordo com a estimativa provisória do Eurostat, divulgada recentemente, a inflação estabilizou nos 2,1%.
Segundo o estudo do BNP Paribas, existe uma série de razões para que o BCE não altere as suas taxas de juro, mas, em suma, não lhe interessa aumentar o preço do dinheiro, para que o consumo interno europeu aumente, numa tentativa de contrariar os indicadores económicos negativos para este ano. Os analistas consideram que o BCE vai esperar, ao contrário do que o Banco de Inglaterra (BoE) tem feito, e que só começará a normalizar as taxas de juro, de uma forma gradual, no próximo Outono.
Para Carlos Andrade, economista-chefe do BES, admite “a possibilidade de um aumento no final deste ano, havendo um enviesamento para tal na atitude e comunicados do BCE, em conjunto com as alterações previstas ao PEC, caso se traduzam em maior disciplina orçamental.” Isto, “apesar da falta de procura interna na zona euro”, acrescentou Carlos Andrade, ressalvando porém que “há sinais positivos, como os dados do PIB”. “Calculo que um crescimento em termos trimestrais de 0,5%, por exemplo, obrigará à implementação de medidas a médio e longo prazo”, concluiu.
Já a economista do BPI, Ana Paula Carvalho, afirma que “a revisão do PEC veio dar mais ênfase à ideia de que as taxas vão ser aumentadas”. “Provavelmente ainda antes do esperado, em meados deste ano”, acrescentou. A ameaça a esta expectativa vem, porém, dos EUA, porque “se o dólar atingir valores extremos, a probabilidade de que o BCE não mexa efectivamente nas suas taxas aumenta”, alertou Ana Paula Carvalho.
Riscos para a economia japonesa
Apesar da ténue deflação que o país atravessa, e dos aspectos positivos para a sua economia, existem dois grandes aspectos que a podem colocar em risco, aparte de uma eventual contracção da economia mundial:
Excessiva apreciação do iene. Os analistas do BNP Paribas consideram que o mercado será capaz de absorver uma apreciação exagerada da moeda, desde que se mantenha abaixo dos 90 ienes por dólar. Uma vez que o sistema possui actualmente saúde financeira suficiente, este seria capaz de absorver possíveis aumentos do seu valor. Prevê-se também que o Estado recorra a medidas idênticas às de 2003 caso tal situação se verifique, injectando maiores quantidades moeda para provocar uma queda do seu valor.
Reformas fiscais. Eventuais aumentos dos impostos causariam uma redução nos salários reais afectando a procura interna e diminuindo o volume das poupanças, caso não exista aumento dos salários.
O que pode levar o BCE a subir as taxas
O BCE prevê uma recuperação económica sustentada e continuada;
Embora a previsão do aumento dos preços no consumidor seja positiva para 2005, o BCE dá maior ênfase à alteração do nível de liquidez associado às actuais políticas monetárias, que aumenta o agregado M3 (excedendo regularmente o máximo de 4,5%), e a um forte aumento nos pedidos de crédito para hipotecas (9,8% ao ano verificado em Outubro de 2004), resultando num aumento dos preços das propriedades;
Apesar do aumento do valor do euro a política monetária acomodatícia permanece ainda abaixo dos seus níveis médios históricos;
As taxas de juro, a curto prazo, situam-se cerca de 100 pontos base abaixo do nível da Lei de Taylor;
Por fim, mesmo com uma apreciação de 10% do euro face ao dólar, no último ano, a taxa efectiva real subiu apenas 3,1%. Prevê-se que o crescimento anual do euro abrande cerca de 0,3%. Uma eventual quebra do preço do barril do petróleo terá o efeito contrário.
Hugo Pinheiro
As autoridades norte-americanas acreditam que a desvalorização será suficiente para diminuir o défice comercial e promover o crescimento.
O desempenho económico dos Estados Unidos está demasiado dependente da desvalorização do dólar, alerta um estudo do BNP Paribas, recentemente publicado. As autoridades norte-americanas acreditam que esta medida, por si só, será suficiente para diminuir o défice comercial e conseguir o ‘boom’ económico.
Numa análise da economia mundial, os analistas estão optimistas com as perspectivas das economias japonesa e europeia – apesar desta última ter registado uma desaceleração do crescimento –, mas sublinha que o imperativo da consolidação orçamental norte-americana veio criar ainda mais incerteza no crescimento económico do país e do resto do mundo, dado o papel que os EUA têm vindo a desempenhar como motor do crescimento mundial.
O esforço de consolidação orçamental não permite, por um lado, que se baixe qualquer tipo de imposto, e exige um controlo da despesa pública – os gastos com a Defesa e Segurança Nacional são os únicos contemplados. Por outro lado, antevê-se que o investimento e as exportações mantenham o dinamismo, com desvalorização do dólar a beneficiar as vendas ao exterior. Este aspecto não é, no entanto, suficiente, por isso é necessário refrear o consumo interno e a criação de uma oferta mais orientada para a exportação.
Os 3,5% de crescimento esperados para a economia norte-americana estão abaixo das expectativas do ano passado, permanecendo, no entanto, em linha com os objectivos de longo prazo.
Esta “dependência” do Governo na contínua quebra do valor do dólar é actualmente limitada pelo facto de que, para diminuir o défice externo para 3% do PIB, as exportações teriam de aumentar 14% por ano. Carlos Andrade não acredita na viabilidade desta solução, uma vez que “as exportações teriam de crescer demasiado. Deve haver um abrandamento da procura interna, passando por juros mais elevados e políticas mais rigorosas”.
Por fim, uma das razões pela qual o dólar não desvalorizou mais foi porque os mercados japonês e chinês mantêm a sua política de comprar moeda norte-americana para financiar o défice norte-americano. Ana Paula Carvalho não pensa que “os mercados asiáticos possam ter muita influência na queda do dólar. Se realmente continuar a cair, será à custa das suas carteiras, não devendo haver um abandono das políticas asiáticas”.
Já Carlos Andrade acredita que “existe um certo acordo entre os EUA e as economias asiáticas, com um excesso de poupança na Ásia para financiar o consumo na América. Algo insustentável, mas que não parece aborrecer nenhuma das partes”.
BCE mantém juros
A desvalorização do dólar penaliza porém a Europa, no sentido em que as suas exportações perdem competitividade. No entanto, os preços do petróleo, expressos em dólares, tornam mais acessíveis e diminuem as probabilidades do Banco Central Europeu (BCE) – que amanhã tomará uma nova decisão sobre o preço do dinheiro – subir as taxas de juro.
Depois da intervenção de Dezembro de 2004 do Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, onde referiu que os constantes aumentos dos preços do barril de petróleo eram um risco para a inflação e crescimento europeu, alguns observadores económicos avançaram imediatamente a hipótese de uma revisão em alta da taxa de juro, actualmente fixada nos 2%. Contudo, Trichet afirmou que esta questão não teria sido sequer abordada durante as discussões do Comité de Política Monetária. Já em Janeiro, o presidente do BCE garantiu que a inflação na zona euro estava controla e, de acordo com a estimativa provisória do Eurostat, divulgada recentemente, a inflação estabilizou nos 2,1%.
Segundo o estudo do BNP Paribas, existe uma série de razões para que o BCE não altere as suas taxas de juro, mas, em suma, não lhe interessa aumentar o preço do dinheiro, para que o consumo interno europeu aumente, numa tentativa de contrariar os indicadores económicos negativos para este ano. Os analistas consideram que o BCE vai esperar, ao contrário do que o Banco de Inglaterra (BoE) tem feito, e que só começará a normalizar as taxas de juro, de uma forma gradual, no próximo Outono.
Para Carlos Andrade, economista-chefe do BES, admite “a possibilidade de um aumento no final deste ano, havendo um enviesamento para tal na atitude e comunicados do BCE, em conjunto com as alterações previstas ao PEC, caso se traduzam em maior disciplina orçamental.” Isto, “apesar da falta de procura interna na zona euro”, acrescentou Carlos Andrade, ressalvando porém que “há sinais positivos, como os dados do PIB”. “Calculo que um crescimento em termos trimestrais de 0,5%, por exemplo, obrigará à implementação de medidas a médio e longo prazo”, concluiu.
Já a economista do BPI, Ana Paula Carvalho, afirma que “a revisão do PEC veio dar mais ênfase à ideia de que as taxas vão ser aumentadas”. “Provavelmente ainda antes do esperado, em meados deste ano”, acrescentou. A ameaça a esta expectativa vem, porém, dos EUA, porque “se o dólar atingir valores extremos, a probabilidade de que o BCE não mexa efectivamente nas suas taxas aumenta”, alertou Ana Paula Carvalho.
Riscos para a economia japonesa
Apesar da ténue deflação que o país atravessa, e dos aspectos positivos para a sua economia, existem dois grandes aspectos que a podem colocar em risco, aparte de uma eventual contracção da economia mundial:
Excessiva apreciação do iene. Os analistas do BNP Paribas consideram que o mercado será capaz de absorver uma apreciação exagerada da moeda, desde que se mantenha abaixo dos 90 ienes por dólar. Uma vez que o sistema possui actualmente saúde financeira suficiente, este seria capaz de absorver possíveis aumentos do seu valor. Prevê-se também que o Estado recorra a medidas idênticas às de 2003 caso tal situação se verifique, injectando maiores quantidades moeda para provocar uma queda do seu valor.
Reformas fiscais. Eventuais aumentos dos impostos causariam uma redução nos salários reais afectando a procura interna e diminuindo o volume das poupanças, caso não exista aumento dos salários.
O que pode levar o BCE a subir as taxas
O BCE prevê uma recuperação económica sustentada e continuada;
Embora a previsão do aumento dos preços no consumidor seja positiva para 2005, o BCE dá maior ênfase à alteração do nível de liquidez associado às actuais políticas monetárias, que aumenta o agregado M3 (excedendo regularmente o máximo de 4,5%), e a um forte aumento nos pedidos de crédito para hipotecas (9,8% ao ano verificado em Outubro de 2004), resultando num aumento dos preços das propriedades;
Apesar do aumento do valor do euro a política monetária acomodatícia permanece ainda abaixo dos seus níveis médios históricos;
As taxas de juro, a curto prazo, situam-se cerca de 100 pontos base abaixo do nível da Lei de Taylor;
Por fim, mesmo com uma apreciação de 10% do euro face ao dólar, no último ano, a taxa efectiva real subiu apenas 3,1%. Prevê-se que o crescimento anual do euro abrande cerca de 0,3%. Uma eventual quebra do preço do barril do petróleo terá o efeito contrário.
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