Caldeirão da Bolsa

BCE "profundamente preocupado" com Pacto

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 22/3/2005 2:51

Caixagest reduz participação na Mota-Engil

DE


A Caixagest - Técnicas de Gestão de Fundos, SA, revelou hoje que o conjunto das carteiras por si geridas diminuiu a sua participação na Mota-Engil para 1,86% do capital social e 1,94% dos direitos de voto na empresa.

Segundo um comunicado hoje emitido pela Mota-Engil, a redução da participação da Caixagest efectuou-se através de operações em Bolsa no dia 18 de Março que totalizaram 287 000 acções, passando esta a deter 3 816 085 acções da empresa, correspondentes a 1,86% do capital social, e a 1,94% dos direitos de voto da Mota-Engil.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:50

Campos e Cunha acredita que a situação orçamental de 2005 é muito difícil

DE


A actual situação orçamental de Portugal é particularmente difícil em 2005 dado o menor crescimento da economia, a subida do petróleo e a não inclusão de despesas no Orçamento de Estado para este ano, disse Luís Campos e Cunha.

O ministro das Finanças adiantou "que desde 2002 o défice sem receitas extraordinárias está acima dos 5% do PIB, sendo que a culpa não é só do abrandamento da economia".

"Mesmo que Portugal tivesse crescido 2% ao ano, este défice rondaria os 4%", explicou

Campos e Cunha lembrou que "em quatro anos a dívida pública subiu 9% do PIB", passando de 53%, em 2000, para cerca de 62% do PIB em 2004.

"Ora, este desequilíbrio não pode ser mantido por muito mais tempo, é insensato ignorar a grave situação das nossas finanças públicas e é insensato insistir em escondê-la com mais expedientes contabilísticos que só agravam a credibilidade do País e o próprio desequilíbrio orçamental futuro", disse Campos e Cunha, no debate de discussão do programa do Governo.

"Não posso terminar sem salientar a situação particular mente difícil do Orçamento de Estado para 2005", disse, adiantando que "a comissão anunciada, esta manhã, pelo primeiro ministro terá tempo para avaliar os riscos do actual exercício".

O ministro das Finanças mostrou-se ainda preocupado com a situação orçamental de Portugal, mostrando que "valores acima de 6%" do PIB para o défice público implícito no Orçamento de Estado de 2005 8(OE2005)" são muito fáceis de encontrar".

Campos e Cunha frisou que o OE2005 pressupunha que a economia crescesse 2,4% e,o que não acontece de acordo com as previsões mais recentes de que dispõe. "Metade deste crescimento do PIB é mais realista", sublinha.

O ministro das Finanças afirma que o OE2005 se baseou num preço médio do barril do petróleo inferior a 39 dólares, "o que é hoje manifestamente irrealista". campos e Cunha disse também que não contemplou os encargos com as SCUT e que cativou parte da dotação provisional necessária à actualização dos salários dos funcionários públicos, ou seja 250 milhões de euros (ME).

Sub-orçamentado está também a generalidade dos serviços, o que cativa mais 1700 ME, ou seja se fosse descativado, o mesmo montante do que em 2004 implicaria um aumento da despesa de 1150 ME.

Por último, realçou que o OE2005 inclui medidas extraordinárias, "não suficientemente especificadas e de duvidosa concretização no valor de 2300 ME".

"Reduzir a despesa pública, fazer pagar quem foge aos impostos, mudar a administração pública e simplificar o sistema fiscal são as nossas prioridades", avançou.

Campos e Cunha considera que, no âmbito da revisão em curso do PEC, é importante para Portugal a existência de "circunstâncias atenuantes" para os membros que caiam em défices excessivos. Uma solução que permitirá "pelo menos, minimizar medidas pró-cíclicas" quando os países estão em recessão técnica.

"É crucial a reforma da Administração Pública", salientou o ministro acrescentando que, o combate à fraude evasão fiscais, é necessário "não só por razões de receita mas também de ética".

Campos e Cunha afirmou ainda que há necessidade de reduzir em 75 mil o número de efectivos vinculados à Função Pública ao longo da legislatura, melhorando as qualificações dos que se mantiverem, consagrar a mobilidade, generalizar a avaliação dos funcionários e dos serviços, disponibilizando recursos financeiros para premiar o mérito e a assiduidade dos funcionários públicos.

Para finalizar, o ministro das Finanças reafirmou o objectivo do Governo de consolidação orçamental, cumprindo "as orientações do Pacto de Estabilidade e Crescimento no final da legislatura
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:49

EDP encontra-se no mínimo de seis meses

Lusa


A EDP - Energias de Portugal completou hoje um ciclo de 10 sessões consecutivas sem registar qualquer subida, encerrando no nível mais baixo dos últimos seis meses.

Nas últimas 10 sessões, as acções da EDP caíram em sete e ficaram inalteradas em três, atirando os títulos para o valor de fecho mais baixo desde 7 de Setembro de 2004.

Filipe Garcia, especialista em análise técnica da Informação de Mercados Financeiros (IMF), disse à agência Lusa que "a EDP, tal como grande parte do mercado, está muito em cima dos seus suportes".

Para a eléctrica, o próximo suporte será "perto dos 2,15 euros e depois os 2,10 euros, valor a partir do qual poderão dar-se algumas vendas pré-programadas [stop losses]", referiu.

"Em relação ao suporte dos 2,15 euros, creio que a EDP não o deverá quebrar, podendo tocar lá para depois iniciar alguma recuperação", explicou.

O analista considera que "a EDP terá as perdas limitadas, se não quebrar os 2,10 euros, mas tem também os ganhos algo dificultados, embora com um pouco mais de espaço por estar saturada em baixa".

Ainda assim, Filipe Garcia considera que a "EDP não está necessariamente a corrigir em baixa nem se pode dizer que, no médio/longo prazo, esteja numa tendência de queda".

A eléctrica tem estado, "desde Fevereiro de 2004, numa evolução neutral e lateral, num intervalo entre os 2,05 e os 2,40 euros. Está ainda dentro do intervalo, pelo que não se pode falar em verdadeira tendência de descida, mas é um facto que está mais perto do lado inferior desse intervalo".

Na sessão de hoje da Euronext Lisboa, as acções da EDP perderam 0,46 por cento, para 2,16 euros.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:48

Mercados descem com receio de subida de taxas de juro

DE


Os índices norte-americanos fecharam hoje em baixa, com os investidores receosos acerca de novas subidas das taxas de juro.

Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a deslizar 0,01% para 2.007,51 pontos, depois de ter fechado na sexta-feira a cair 0,43% para 2.007,79 pontos.

O Dow Jones Industrial Average encerrou a cair 0,6% para 10.565,39 pontos, após ter encerrado a valorizar ligeiros 0,01% para 10.627,16 pontos, na sessão anterior.

Num dia sem indicadores, os investidores estão de olhos postos na reunião da Reserva Federal (Fed), na terça-feira, em que se poderá dar nova subida das taxas de juro, para 2,75%.

Taxas de juro mais altas são normalmente vistas como penalizadoras para o mercado accionista, porque aumentam os custos de endividamento das empresas e tendem a penalizar o investimento.

As perdas foram lideradas sobretudo pelas empresas financeiras, porque são as mais penalizadas com o aumento das taxas, sendo de salientar as descidas do Citigroup e Bank of America.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:47

Crescimento económico vai ser metade do esperado no Orçamento para 2005


Notícia agenciafinanceira.com
(21/03/05)-(Agência Financeira) O ministro diz mesmo que o crescimento da economia portuguesa este ano deve ser metade desse valor.

Na discussão do programa do Governo, na Assembleia da República, Luís Campos e Cunha alertou os deputados para a «situação particularmente difícil» criada com o OE 2005. «O irrealismo do Orçamento do Estado deixado pelo Governo anterior é tal, que me sinto na obrigação de alertar» o Parlamento, disse.

«O OE 2005 pressupunha a economia portuguesa a crescer 2,4%. De acordo com as previsões mais recentes de que disponho, metade desse crescimento é bem mais realista», acrescentou.

Campos e Cunha lembrou ainda que o OE 2005 assentava numa previsão do preço do petróleo abaixo dos 39 dólares, «o que é hoje manifestamente irrealista».

Além disso, lembrou, o OE para este ano não contempla encargos com SCUTs, cativou parte da dotação provisional necessária à actualização dos salários dos funcionários públicos, valor que rondará os 250 milhões de euros, suborçamentou a generalidade dos serviços e cativou mais de 1.700 milhões de euros. Descativando o mesmo que em 2004, isto implica um aumento da despesa em 1.150 milhões, adiantou ainda.

Para o ministro das Finanças, o documento «inclui medidas extraordinárias não suficientemente especificadas e de duvidosa concretização no valor de 2.300 milhões de euros».


Paula Gonçalves Martins
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:46

Novo Governo reforça combate à fuga fiscal com levantamento do sigilo bancário


Notícia agenciafinanceira.com
(21/03/05)-(Agência Financeira) No debate sobre o Programa do Governo, o mesmo responsável disse ainda que, além do combate à fraude e evasão, também a simplificação do sistema fiscal e o alargamento das bases tributáveis são objectivos do Executivo, para aumentar a receita fiscal.

O Governo vai dar «especial atenção a práticas sofisticadas em grupos organizados exclusivamente para defraudar o Fisco», tanto a nível nacional (facturas falsas) como europeu (sistema de carrossel).

Além disso, Campos e Cunha falou em «reequacionar os critérios de selecção de contribuintes a inspeccionar, com recurso a análise de risco. Deixaremos de aborrecer sistematicamente os cumpridores, centrando o esforço inspectivo nos grupos contribuintes mais propensos a fugir aos impostos».

Ao nível das empresas, a ideia é contrariar a opacidade do sistema e desmotivar a corrupção, nomeadamente através da «publicação de todas as informações vinculativas da Administração fiscal» e da criação de regimes simplificados de tributação para determinados sectores de actividade.


Paula Gonçalves Martins
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:45

Ministro da tutela admite

Economia portuguesa cresce pela metade

d.r.

Luís Campos Cunha
O ministro de Estado e das Finanças, Luís Campos e Cunha, admitiu esta segunda-feira que o crescimento da economia portuguesa deverá ficar este ano em torno dos 1,2 por cento, metade do previsto no Orçamento do Estado (OE) para 2005.






Luís Campos e Cunha, que falava no debate do Programa do Governo, hoje, na Assembleia da República, criticou o Orçamento de Estado para 2005 por pressupor que a economia portuguesa "cresceria este ano 2,4 por cento", quando "só é realista prever metade desse crescimento".

No seu discurso, o ministro das Finanças reiterou o objectivo de Portugal cumprir até 2009 o Pacto de Estabilidade e Crescimento sem recurso a receitas extraordinárias. "Isto implica uma redução do défice em três pontos percentuais do Produto Interno Bruto, ou seja, quatro mil milhões de euros", sustentou.

O ministro admitiu ainda que o défice orçamental seja actualmente superior a seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sem receitas extraordinárias.

Campos e Cunha considerou de um "enorme irrealismo o Orçamento do Estado [de 2005] herdado do governo anterior" e adiantou que apresentará antes do Verão uma proposta de Orçamento Rectificativo
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:44

Mais 4200 pessoas perderam emprego



cátia almeida

O mês mais curto do ano foi bem longo em termos de desemprego. Por dia, 149 pessoas perderam o seu posto de trabalho em Fevereiro. No final do mês, estavam desempregadas mais 4176 pessoas, em relação a Janeiro, ou seja, mais 0,9% de um total de quase meio milhão de desempregados (487 623).

Segundo os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em termos homólogos o aumento foi de 4,3%, o que representou mais 20 083 desempregados que em Fevereiro de 2004.

"Por este andar, vamos ultrapassar os 500 mil desempregados, ou agora, ou no Verão. Pode haver uma descida conjuntural neste período, mas em Setembro, quando os licenciados saem das escolas, o número deverá aumentar", disse ao DN João Proença, secretário-geral da UGT.

Para o sindicalista, este problema só poderá ser atenuado "com a dinamização do crescimento económico, na ordem dos 2%, e com uma política de emprego e formação adequada".

O desemprego de longa duração - o mais preocupante - continua a ser o que mais aumenta (+10,1%, face à subida de 0,5% no desemprego de curta duração).

As regiões Autónomas e o Norte foram as mais penalizadas, enquanto o Algarve foi a única região onde se verificou uma quebra do desemprego (-2,5%). Em termos homólogos, registaram-se fortes aumentos no número de pessoas sem trabalho na Madeira e nos Açores (24,2%), seguindo-se o Norte, com 8,3%. Lisboa e Vale do Tejo e o Alentejo conseguiram diminuir o número de pessoas sem trabalho.

Por profissões, os maiores acréscimos foram para o sector primário (agricultores e pescadores), "outros operários, artífices e trabalhadores similares" e "operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e da construção civil". Nos sectores de actividade, a indústria do vestuário foi a que mais aumentou.

À excepção dos indivíduos com habilitações ao nível do secundário, todos os graus de instrução aumentaram o desemprego face a Janeiro. Em relação a Fevereiro de 2004, escaparam à subida a o grupo dos licenciados e dos que não possuem qualquer habilitação.

O número de colocações atingiu 4227, mais 2,7% que em Janeiro.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:43

BBVA lança OPA sobre italiano BNL para ser o sétimo banco europeu

Direitos reservados

Obectivo. BBVA quer ganhar peso na Europa e reduzir na América

O Banco Bilbao Vizcaya Argentaria ((BBVA) lançou uma nova ofensiva na banca europeia e quer comprar a Banca Nazionale del Lavoro (BNL). No final da semana passada, o segundo maior banco espanhol comunicou ao Banco de Itália a intenção de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 85,28% do BNL, o sexto maior italiano. Caso a operação seja concretizada, o BBVA converter-se-á no sétimo banco europeu e no terceiro da zona euro, atrás do Santander e do holandês ING.

Esta intenção agora anunciada só será confirmada na próxima semana, quando o banco espanhol reunir o seu conselho de administração. No entanto, o BBVA informou já a CNMV, autoridade do mercado de capitais espanhola, que vai decidir sobre os detalhes da OPA. Para já, sabe-se que o BBVA oferecerá um prémio de 7,3% sobre a cotação do BNL da passada sexta-feira, ou seja, 2,52 euros por acção, num investimento total de 6,5 mil milhões de euros. O BNL é, assim, avaliado em 7,6 mil milhões de euros.

Ontem, as acções do BBVA caíram mais de 2,5%, em reacção ao anúncio de sexta-feira, para 12,28 euros.

Francisco Gonzalez quer comprar o banco italiano para reduzir a sua dependência da América Latina, região que representou cerca de 39% dos lucros em 2004.

Conhecendo a natural oposição do Banco de Itália a estas operações, o presidente do BBVA reuniu-se com o governador Antonio Fazio a 11 deste mês. O posterior anúncio da OPA leva algumas fontes a concluir que Gonzalez conseguiu o acordo do supervisor.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

por marafado » 22/3/2005 2:42

Novos "factos relevantes"



A reacção do BCE à introdução de novos critérios para a definição de défice excessivo foi interpretada como uma ameaça velada aos responsáveis políticos. A questão é a seguinte se a flexibilização do PEC for usada politicamente para aumentar a despesa pública, através da injecção de capitais que façam face a um menor crescimento da economia, o BCE pode concluir pela necessidade de fazer subir o preço do dinheiro (as taxas de juro) para que o financiamento das economias através do endividamento não seja tão fácil.

Com contornos ainda não totalmente transparentes, a flexibilização do PEC vem no sentido dos anseios de países como a França e a Alemanha, que nos últimos anos, de forma sistemática, têm "furado" o tecto de 3% do PIB permitido aos défices orçamentais públicos. Do que já transpirou para fora das salas de reuniões, sabe-se que os Governos dos 25 - embora mantendo na teoria os limites de 3% do PIB para o défice e de 60% para a dívida pública - se preparam para enumerar alguns "factos relevantes" que funcionem de forma desculpabilizante para o não cumprimento do PEC. Passa a ser admissível ultrapassar a meta dos 3% em conjunturas de recessão ou de escassíssimo crescimento económico. A mesma flexibilização é permitida para fazer face a investimentos estruturais, nomeadamente os necessários para fazer cumprir a chamada Agenda de Lisboa. Ou seja, tudo o que diz respeito a políticas de inovação, sociedade do conhecimento e reformas d e sectores como o da saúde, da segurança social e da educação.

Ou seja, o Pacto, pedra de toque da moeda única, passou, da noite para o dia, de uma rigidez prussiana para um regime "permissivo", abrindo um período de incerteza para o euro.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59

BCE "profundamente preocupado" com Pacto

por marafado » 22/3/2005 2:41

BCE "profundamente preocupado" com Pacto



márcio alves candoso EPA-Boris Roessler

duro. Jean-Claude Trichet deixou no ar a ameaça de subir os juros

O Banco Central Europeu (BCE) está "profundamente preocupado" com as modificações ao Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) concertadas domingo à noite pelos ministros das Finanças da União Europeia (UE). Numa reacção inusual e rápida, o BCE criticou duramente a anunciada flexibilização da aplicação do critério do défice excessivo. E deixou a ameaça de agravar os juros.

"É indispensável evitar que as alterações à componente correctiva comprometam a confiança no quadro orçamental da União Europeia e na sustentabilidade das finanças públicas dos Estados- -membros da área do euro", diz o comunicado do BCE. A autoridade monetária europeia frisa que, "mais do que nunca, é essencial que, nas presentes circunstâncias, todas as partes envolvidas assumam as suas responsabilidades". O BCE garante, por outro lado, ao "público e aos mercados", que vai continuar "firmemente empenhado em cumprir o seu mandato de manutenção da estabilidade dos preços". De imediato, as taxas de juro associadas às obrigações do Tesouro na zona euro entraram em alta acentuada.

O acordo sobre a reforma do PEC foi obtido ao final da noite de domingo, após 12 horas de negociações entre os ministros das Finanças da União Europeia. A versão final deverá ser assinada na chamada "Cimeira da Primavera", a decorrer hoje e amanhã, pelos chefes de Estado e de Governo. "Parto do princípio de que não haverá um debate longo no Conselho", sustentou o presidente em exercício, o luxemburguês Jean- -Claude Juncker. O mesmo responsável, que é primeiro-ministro e ministro das Finanças daquele país, sustentou que "as regras fundamentais [do PEC] não se alteram". A revisão prevê, no entanto, "uma leitura mais completa" e que tenha em conta "factores pertinentes" para avaliar a situação de défice excessivo.

Ao longo do dia, foram-se avolumando as reacções de regozijo, por um lado, e de alerta, por outro. O ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, desvalorizou a crítica do BCE, chamando-lhe "despropositada". E sublinhou que o próprio Jean-Claude Trichet tinha participado nas reuniões de reflexão para a reforma do PEC. Eichel recordou que "mesmo países conhecidos por levarem a cabo uma política orçamental rigorosa, como a Holanda, já ultrapassaram a barreira dos 3% [de défice]".

O chanceler alemão considerou o acordo alcançado como "um bom resultado". O ministro francês das Finanças sustentou que se trata "de uma boa notícia para a Europa". Também Pedro Solbes (Espanha), considerou que o acordo "é altamente satisfatório para todos". Mesmo o ministro holandês, Gerrit Zalm, conhecido pelas suas posições restritivas, saudou "o bom equilíbrio" entre rigor orçamental e flexibilidade. Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, sublinhou a "dificuldade em obter um acordo balanceado", mas adiantou que "é preferível ter um pacto flexível que seja respeitado". Austríacos e eslovacos foram mais reservados nos elogios. O chefe do Governo de Viena sublinhou que a flexibilidade do PEC deve ter "um carácter temporário"; o ministro eslovaco das Finanças manifestou pouco entusiasmo pela solução encontrada.

Das palavras de uns e outros, fica claro que a reforma do Pacto gerou uma "guerra fria" entre o BCE e os governos da União. De que não se sabe as consequências.
 
Mensagens: 3433
Registado: 5/10/2004 16:59


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: icemetal, iniciado1, joao garcao, PAULOJOAO e 1006 visitantes