Caldeirão da Bolsa

Máximos históricos ainda são uma "miragem" para ma

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Máximos históricos ainda são uma "miragem" para ma

por luiz22 » 14/3/2005 9:05

Máximos históricos ainda são uma "miragem" para maioria das empresas


Tecnológicas são as campeãs das perdas. A Brisa mantém-se como o título mais atraente da bolsa portuguesa

Anabela Campos

Cinco anos depois da Bolsa de Lisboa ter atingido o valor mais alto de sempre, a 9 de Março de 2000, é ainda uma "miragem" para a maioria das empresas portuguesas cotadas aproximar-se dos valores a que então se transaccionavam. O índice PSI 20 - onde estão listadas as vinte maiores empresas portuguesas cotadas - não tem igualmente grandes motivos para festejar: apresenta uma desvalorização próxima de 45 por cento no mesmo período, apesar da recuperação que o mercado português tem registado paulatinamente desde 2002. Este ano acumula um tímido ganho pouco superior a três por cento.
Numa lista de 15 empresas que em 2000 já estavam cotadas e fazem hoje parte do PSI 20, verifica-se que apenas quatro apresentam uma valorização face aos máximos batidos naquele ano - quase 75 por cento ainda registam perdas, e algumas bastante acentuadas, nomeadamente as tecnológicas. Uma tendência contrária à verificada no Standard & Poor"s 500, um dos mais importantes índices mundiais, onde um estudo recente demonstra que 75 por cento das empresas norte-americanas não tecnológicas já recuperaram das quebras sofridas após o máximo de sempre, registado em Março de 2000. Coincidentemente, são também as empresas tecnológicas norte-americanas as que apresentam o pior desempenho: apenas 11 das 78 empresas cotadas no Standard & Poor"s (14 por cento) registam ganhos face aos máximos históricos.
Na lista de empresas analisadas pelo PÚBLICO, a grande perdedora é a Pararede, cuja quebra ascende a 94,79 por cento, isto apesar dos ganhos verificados no último ano e meio graças a diversas operações de reestruturação e operações de redução e aumento de capital realizadas com o objectivo de acomodar prejuízos. A PT Multimédia não fica muito atrás: apresenta uma desvalorização de 83,84 por cento. Do lado dos ganhos, como tem sido aliás habitual, destaque para a Brisa, cuja valorização é superior a 97 por cento.

Trio no "vermelho"

O trio de "pesos-pesados" da bolsa portuguesa, PT, BCP e EDP, tem de trilhar um longo caminho para chegar aos valores a que transaccionava antes do rebentar da "bolha" bolsista. O Banco Comercial Português, entre os três, é o que se encontra mais longe das cotações alcançadas em Março de 2000: vale menos 44,44 por cento do que valia; a Portugal Telecom aparece em segundo lugar, com uma desvalorização de 37,57 por cento; a EDP está mais próxima de recuperar das perdas acumuladas nestes anos, apresentando uma descida de 25,21 por cento.
Acaba, todavia, por não ser assim tão desadequado o desempenho bolsista das empresas portuguesas: a economia nacional não está pujante e teve mesmo um período de retracção em 2003. Além disso, os ventos que sopram do exterior não são convincentes face à sustentabilidade do crescimento económico: uma boa parte das economias encontra-se a braços com graves problemas de défice, nomeadamente os Estados Unidos da América, e há muita incerteza e riscos a pairar sobre os mercados. Nos últimos dias, as bolsas voltaram a ser afectadas pelo aumento do preço do petróleo, situação a que se veio juntar a subida das taxas de juro de longo prazo das obrigações. São más notícias para os mercados de capitais.
 
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