Preços dos combustíveis, seca e frio pressionam tarifas de e
PT mantém assinatura mensal no fixo
arquivo cm
Miguel Horta e Costa
A Portugal Telecom (PT) não tencona acabar com a assinatura mensal nos telefones fixos, ao contrário da tendência seguida pelos operadores europeus.
Miguel Horta e Costa, presidente-executivo da operadora, confirmou a posição da PT, em declarações à rádio TSF, salientando que, pelo contrário, a posição do grupo passa por valorizar a assinatura mensal
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Miguel Horta e Costa
A Portugal Telecom (PT) não tencona acabar com a assinatura mensal nos telefones fixos, ao contrário da tendência seguida pelos operadores europeus.
Miguel Horta e Costa, presidente-executivo da operadora, confirmou a posição da PT, em declarações à rádio TSF, salientando que, pelo contrário, a posição do grupo passa por valorizar a assinatura mensal
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Boeing e Wal-Mart impulsionam Dow Jones; Nasdaq cai
As bolsas norte-americanas fecharam mistas, com o Dow Jones a fechar perto do máximo deste ano impulsionado pelas acções da Boeing e da Wal-Mart, enquanto a Apple provocou uma queda no Nasdaq.
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Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt
As bolsas norte-americanas fecharam mistas, com o Dow Jones a fechar perto do máximo deste ano impulsionado pelas acções da Boeing e da Wal-Mart, enquanto a Apple provocou uma queda no Nasdaq.
O Nasdaq desceu 0,43% para os 2.058,70 pontos e o Dow Jones avançou 0,19% até aos 10.832,74 pontos, um valor perto do máximo deste ano.
As acções americanas estiveram a meio da sessão em queda acentuada, depois do crude em Nova Iorque ter cotado acima dos 55 dólares, perto de um máximo histórico. Contudo, o crude fechou a aliviar dos máximos, transaccionado nos 53 dólares, o que permitiu uma recuperação dos índices.
A retalhista Wal-Mart disse que as vendas nas suas lojas abertas há pelo menos um ano aumentaram 4,1% em Fevereiro, o máximo em nove meses, uma vez que os consumidores gastaram o valor que receberam dos impostos. As acções da retalhista fecharam a subir 1,58%.
A Boeing foi a principal responsável pela subida do Dow, depois de a Air Force ter admitido que pode acabar em breve com a suspensão de conceder contratos militares à companhia. As acções da construtora de aviões avançaram 4,18%.
As acções da Apple condicionaram o Nasdaq, com uma queda de 5,28%, depois da Intel ter divulgado um modelo de um computador pessoal idêntico ao Mac Mini da Apple.
Amanhã a atenção dos investidores estará centrada na divulgação dos dados do desemprego dos Estados Unidos em Fevereiro, sendo que os economistas apontam para a criação de 225 mil postos de trabalho.
As bolsas norte-americanas fecharam mistas, com o Dow Jones a fechar perto do máximo deste ano impulsionado pelas acções da Boeing e da Wal-Mart, enquanto a Apple provocou uma queda no Nasdaq.
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As bolsas norte-americanas fecharam mistas, com o Dow Jones a fechar perto do máximo deste ano impulsionado pelas acções da Boeing e da Wal-Mart, enquanto a Apple provocou uma queda no Nasdaq.
O Nasdaq desceu 0,43% para os 2.058,70 pontos e o Dow Jones avançou 0,19% até aos 10.832,74 pontos, um valor perto do máximo deste ano.
As acções americanas estiveram a meio da sessão em queda acentuada, depois do crude em Nova Iorque ter cotado acima dos 55 dólares, perto de um máximo histórico. Contudo, o crude fechou a aliviar dos máximos, transaccionado nos 53 dólares, o que permitiu uma recuperação dos índices.
A retalhista Wal-Mart disse que as vendas nas suas lojas abertas há pelo menos um ano aumentaram 4,1% em Fevereiro, o máximo em nove meses, uma vez que os consumidores gastaram o valor que receberam dos impostos. As acções da retalhista fecharam a subir 1,58%.
A Boeing foi a principal responsável pela subida do Dow, depois de a Air Force ter admitido que pode acabar em breve com a suspensão de conceder contratos militares à companhia. As acções da construtora de aviões avançaram 4,18%.
As acções da Apple condicionaram o Nasdaq, com uma queda de 5,28%, depois da Intel ter divulgado um modelo de um computador pessoal idêntico ao Mac Mini da Apple.
Amanhã a atenção dos investidores estará centrada na divulgação dos dados do desemprego dos Estados Unidos em Fevereiro, sendo que os economistas apontam para a criação de 225 mil postos de trabalho.
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Permite diferir 30% do empréstimo para última prestação
Barclays lança crédito à habitação com «spread» de 0,39%
O Barclays vai arrancar amanhã com uma nova campanha publicitária para promover o seu novo crédito à habitação, que tem um «spread» de 0,39% e permite diferir 30% do valor do empréstimo na última prestação.
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negocios@mediafin.pt
O Barclays vai arrancar amanhã com uma nova campanha publicitária para promover o seu novo crédito à habitação, que tem um «spread» de 0,39% e permite diferir 30% do valor do empréstimo na última prestação.
Num comunicado o banco diz que «este novo spread é comunicado ao mercado através de uma campanha publicitária, com início amanhã, dia 4 de Março, que tem cobertura nos principais meios de comunicação: TV, rádio e imprensa».
Para além do novo «spread» (o anterior era de 0,45%), o crédito à habitação do Barclays permite a redução da prestação mensal, pois o cliente pode optar por pagar do empréstimo até 30% do valor financiado.
A opção de diferimento das prestações do crédito à habitação para o final do contrato é já praticada por outros bancos a actuar em Portugal, como o BBVA e a Caixa Geral de Depósitos.
Barclays lança crédito à habitação com «spread» de 0,39%
O Barclays vai arrancar amanhã com uma nova campanha publicitária para promover o seu novo crédito à habitação, que tem um «spread» de 0,39% e permite diferir 30% do valor do empréstimo na última prestação.
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O Barclays vai arrancar amanhã com uma nova campanha publicitária para promover o seu novo crédito à habitação, que tem um «spread» de 0,39% e permite diferir 30% do valor do empréstimo na última prestação.
Num comunicado o banco diz que «este novo spread é comunicado ao mercado através de uma campanha publicitária, com início amanhã, dia 4 de Março, que tem cobertura nos principais meios de comunicação: TV, rádio e imprensa».
Para além do novo «spread» (o anterior era de 0,45%), o crédito à habitação do Barclays permite a redução da prestação mensal, pois o cliente pode optar por pagar do empréstimo até 30% do valor financiado.
A opção de diferimento das prestações do crédito à habitação para o final do contrato é já praticada por outros bancos a actuar em Portugal, como o BBVA e a Caixa Geral de Depósitos.
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Lucros de 2004 cresceram 53%
Modelo Continente investe 250 milhões em 2005 e não paga dividendos
A Modelo Continente registou um resultado líquido de 114 milhões de euros em 2004, mais 53% do que no ano anterior, com a empresa a beneficiar da actividade no Brasil. Este ano a companhia da Sonae pretende investir 250 milhões de euros, mais do dobro do investido em 2004, pelo que não vai pagar dividendos.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A Modelo Continente registou um resultado líquido de 114 milhões de euros em 2004, mais 53% do que no ano anterior, com a empresa a beneficiar da actividade no Brasil. Este ano a companhia da Sonae pretende investir 250 milhões de euros, mais do dobro do investido em 2004, pelo que não vai pagar dividendos.
Num comunicado a Modelo Continente diz que os resultados líquidos de 2004 ascenderam a 114 milhões de euros, sendo que a melhoria de 53% face a 2003, «reflecte o contributo marginalmente positivo da operação brasileira, por comparação com valores negativos verificados no ano anterior».
O volume de vendas brutas consolidado da totalizou 4,159 mil milhões de euros, aumentando 4% em relação a 2003, com a empresa a beneficiar do aumento de 11% nas vendas em território brasileiro, para 12 mil milhões de euros. Medidas em reais as vendas cresceram 16%.
O «cash-flow» operacional consolidado ascendeu a 284 milhões de euros, menos 1% que em 2004, correspondendo a uma margem de 7,9% das vendas líquidas.
Os resultados correntes aumentaram 23% para os 128 milhões de euros, com a empresa a beneficiar com a descida dos encargos financeiros, «na sequência do decréscimo sustentado da dívida, da diminuição do custo de financiamento e do registo de uma mais valia associada à venda de activos financeiros», explica a empresa.
Brasil compensa queda em Portugal
Na actividade em Portugal a empresa registou uma subida de 2% nas vendas brutas e 3% nas vendas líquidas, apresentando taxas de crescimento mais elevadas no Brasil. A empresa diz que o mercado de retalho português cresceu 3% o ano passado.
O «cash flow» operacional registou mesmo uma queda de 4% no negócio em Portugal, verificando um crescimento de 14% no Brasil, o que permitiu ao indicador geral registar uma queda de apenas 1%.
A empresa explica a descida do «cash flow» em Portugal com investimento efectuado «no reforço da agressividade comercial da empresa», por forma a responder ao aumento da concorrência e ao mercado mais competitivo.
«Num contexto de fraca dinâmica da procura e de continuada intensidade da
oferta, a competitividade do mercado surgiu redobrada, com a generalização de iniciativas promocionais, de linhas de produtos de 1º preço e de formatos suportados na variável preço», refere a empresa.
No Brasil o mercado geral apresentou uma expansão de 9%, que segundo a Modelo Continente foi a maior dos últimos quatro anos. A economia brasileira, em 2004, apresentou um crescimento superior a 5%, o maior da última década.
No quarto trimestre a Modelo Continente aumentou a sua actividade em 23%. «Este desempenho coloca-a claramente acima da média do mercado e dos principais concorrentes, consubstanciando um robustecimento dos seus indicadores de negócio e conquista de quota de mercado», diz a empresa.
Ao longo de 2004 o investimento da empresa ascendeu a 100 milhões de euros, um montante limitado pelo congelamento da abertura de novas unidades comerciais em Portugal e pelas elevadas taxas de juro no Brasil.
A Modelo Continente inaugurou no decurso dos 12 meses de 2004 um total de 22 novas lojas com 22.000 m2 de área de venda. Em Portugal foi aberto um novo mini-hipermercado Modelo bem como 12 lojas de retalho especializado e no Brasil, a empresa inaugurou 14.000 novos m2 de área de venda, num programa onde se destacaram dois hipermercados Big nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Investe 200 milhões em Portugal este ano
Para este ano na empresa pretende mais que duplicar os investimentos, aplicando 200 milhões de euros em Portugal, de modo a viabilizar o seu programa de expansão de lojas, após quatro anos de congelamento de aberturas de novas unidades comerciais.
«Este esforço de expansão será acompanhado por um leque importante de projectos de desenvolvimento operativo capazes de permitir manter uma elevada focalização da empresa no consumidor, optimizar os processos internos do negócio e reforçar a interligação com fornecedores», refere a empresa.
No Brasil a companhia prevê investir 50 milhões de euros, continuando o seu enfoque nos estados do Sul do país.
Em termos gerais a empresa diz que tem «perspectivas positivas» para este ano, apostando na abertura de dois novos hipermercados Continente, um conjunto «importante de mini-hipermercados Modelo» e pela «melhoria do ciclo económico e aumento da competitividade da operação no Brasil».
Devido ao investimento de 250 milhões de euros que pretende realizar, a empresa optou por não distribuir dividendos aos accionistas, em relação aos lucros de 2004, de modo a «manter a solidez da estrutura de capitais da empresa».
A Modelo Continente já não paga dividendos desde 2001, mas nos últimos anos a decisão de não remunerar os accionistas devia-se ao facto de a Carrefour controlar cerca de 20% da empresa e a Sonae não querer financiar o seu rival, que era visto como um accionista indesejado.
Esta situação alterou-se, com a companhia francesa a sair do capital da Modelo no ano passado, mas Modelo Continente continua a não pagar dividendos.
As acções da Modelo Continente fecharam a subir 0,65% para os 1,54 euros
Modelo Continente investe 250 milhões em 2005 e não paga dividendos
A Modelo Continente registou um resultado líquido de 114 milhões de euros em 2004, mais 53% do que no ano anterior, com a empresa a beneficiar da actividade no Brasil. Este ano a companhia da Sonae pretende investir 250 milhões de euros, mais do dobro do investido em 2004, pelo que não vai pagar dividendos.
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Nuno Carregueiro
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A Modelo Continente registou um resultado líquido de 114 milhões de euros em 2004, mais 53% do que no ano anterior, com a empresa a beneficiar da actividade no Brasil. Este ano a companhia da Sonae pretende investir 250 milhões de euros, mais do dobro do investido em 2004, pelo que não vai pagar dividendos.
Num comunicado a Modelo Continente diz que os resultados líquidos de 2004 ascenderam a 114 milhões de euros, sendo que a melhoria de 53% face a 2003, «reflecte o contributo marginalmente positivo da operação brasileira, por comparação com valores negativos verificados no ano anterior».
O volume de vendas brutas consolidado da totalizou 4,159 mil milhões de euros, aumentando 4% em relação a 2003, com a empresa a beneficiar do aumento de 11% nas vendas em território brasileiro, para 12 mil milhões de euros. Medidas em reais as vendas cresceram 16%.
O «cash-flow» operacional consolidado ascendeu a 284 milhões de euros, menos 1% que em 2004, correspondendo a uma margem de 7,9% das vendas líquidas.
Os resultados correntes aumentaram 23% para os 128 milhões de euros, com a empresa a beneficiar com a descida dos encargos financeiros, «na sequência do decréscimo sustentado da dívida, da diminuição do custo de financiamento e do registo de uma mais valia associada à venda de activos financeiros», explica a empresa.
Brasil compensa queda em Portugal
Na actividade em Portugal a empresa registou uma subida de 2% nas vendas brutas e 3% nas vendas líquidas, apresentando taxas de crescimento mais elevadas no Brasil. A empresa diz que o mercado de retalho português cresceu 3% o ano passado.
O «cash flow» operacional registou mesmo uma queda de 4% no negócio em Portugal, verificando um crescimento de 14% no Brasil, o que permitiu ao indicador geral registar uma queda de apenas 1%.
A empresa explica a descida do «cash flow» em Portugal com investimento efectuado «no reforço da agressividade comercial da empresa», por forma a responder ao aumento da concorrência e ao mercado mais competitivo.
«Num contexto de fraca dinâmica da procura e de continuada intensidade da
oferta, a competitividade do mercado surgiu redobrada, com a generalização de iniciativas promocionais, de linhas de produtos de 1º preço e de formatos suportados na variável preço», refere a empresa.
No Brasil o mercado geral apresentou uma expansão de 9%, que segundo a Modelo Continente foi a maior dos últimos quatro anos. A economia brasileira, em 2004, apresentou um crescimento superior a 5%, o maior da última década.
No quarto trimestre a Modelo Continente aumentou a sua actividade em 23%. «Este desempenho coloca-a claramente acima da média do mercado e dos principais concorrentes, consubstanciando um robustecimento dos seus indicadores de negócio e conquista de quota de mercado», diz a empresa.
Ao longo de 2004 o investimento da empresa ascendeu a 100 milhões de euros, um montante limitado pelo congelamento da abertura de novas unidades comerciais em Portugal e pelas elevadas taxas de juro no Brasil.
A Modelo Continente inaugurou no decurso dos 12 meses de 2004 um total de 22 novas lojas com 22.000 m2 de área de venda. Em Portugal foi aberto um novo mini-hipermercado Modelo bem como 12 lojas de retalho especializado e no Brasil, a empresa inaugurou 14.000 novos m2 de área de venda, num programa onde se destacaram dois hipermercados Big nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Investe 200 milhões em Portugal este ano
Para este ano na empresa pretende mais que duplicar os investimentos, aplicando 200 milhões de euros em Portugal, de modo a viabilizar o seu programa de expansão de lojas, após quatro anos de congelamento de aberturas de novas unidades comerciais.
«Este esforço de expansão será acompanhado por um leque importante de projectos de desenvolvimento operativo capazes de permitir manter uma elevada focalização da empresa no consumidor, optimizar os processos internos do negócio e reforçar a interligação com fornecedores», refere a empresa.
No Brasil a companhia prevê investir 50 milhões de euros, continuando o seu enfoque nos estados do Sul do país.
Em termos gerais a empresa diz que tem «perspectivas positivas» para este ano, apostando na abertura de dois novos hipermercados Continente, um conjunto «importante de mini-hipermercados Modelo» e pela «melhoria do ciclo económico e aumento da competitividade da operação no Brasil».
Devido ao investimento de 250 milhões de euros que pretende realizar, a empresa optou por não distribuir dividendos aos accionistas, em relação aos lucros de 2004, de modo a «manter a solidez da estrutura de capitais da empresa».
A Modelo Continente já não paga dividendos desde 2001, mas nos últimos anos a decisão de não remunerar os accionistas devia-se ao facto de a Carrefour controlar cerca de 20% da empresa e a Sonae não querer financiar o seu rival, que era visto como um accionista indesejado.
Esta situação alterou-se, com a companhia francesa a sair do capital da Modelo no ano passado, mas Modelo Continente continua a não pagar dividendos.
As acções da Modelo Continente fecharam a subir 0,65% para os 1,54 euros
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Cota acima dos 55 dólares em Nova Iorque
Petróleo dispara para novo máximo histórico em Londres
Os preços do petróleo seguiam a subir mais de 3%, tendo o «brent» fixado um novo máximo histórico na bolsa de Londres nos 53 dólares, enquanto o crude também negociava perto do recorde, ao transaccionar acima dos 55 dólares o barril.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
Brent nos últimos três meses
Os preços do petróleo seguiam a subir mais de 3%, tendo o «brent» fixado um novo máximo histórico na bolsa de Londres nos 53 dólares, enquanto o crude também negociava perto do recorde, ao transaccionar acima dos 55 dólares o barril.
Na bolsa de Nova Iorque o crude negociava nos 55,2 dólares, já perto do máximo histórico de 55,67 dólares fixado em 27 de Outubro de 2004. Na Bolsa de Londres o barril de «brent» atingiu mesmo um novo recorde nos 53 dólares, após uma subida de 3,52%.
Esta nova escalada nos preços deve-se a especulações de que a oferta de petróleo não é suficiente para responder ao aumento da procura, numa altura em que as baixas temperaturas nos Estados Unidos e na Europa fazem disparar a procura.
No último mês o petróleo acumula uma subida de 18%, devido aos receios de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo cortem a produção e em reacção aos dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que revelam uma queda nos «stocks».
Esta subida está também a ser potenciada pela renovada aposta dos especuladores na subida dos preços, com muitos fundos a reforçarem as compras no mercado.
Os últimos dados económicos, que apontam para um crescimento económico sustentado dos Estados Unidos, bem como a continuada expansão económica da China, também sustentam a alta das cotações do petróleo.
A OPEP vai reunir a 16 de Março e os países membros do cartel estavam a ponderar um corte de produção, com receios que a subida dos «stocks» viesse a provocar uma queda nos preços quando o consumo diminuir.
Petróleo dispara para novo máximo histórico em Londres
Os preços do petróleo seguiam a subir mais de 3%, tendo o «brent» fixado um novo máximo histórico na bolsa de Londres nos 53 dólares, enquanto o crude também negociava perto do recorde, ao transaccionar acima dos 55 dólares o barril.
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Nuno Carregueiro
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Brent nos últimos três meses
Os preços do petróleo seguiam a subir mais de 3%, tendo o «brent» fixado um novo máximo histórico na bolsa de Londres nos 53 dólares, enquanto o crude também negociava perto do recorde, ao transaccionar acima dos 55 dólares o barril.
Na bolsa de Nova Iorque o crude negociava nos 55,2 dólares, já perto do máximo histórico de 55,67 dólares fixado em 27 de Outubro de 2004. Na Bolsa de Londres o barril de «brent» atingiu mesmo um novo recorde nos 53 dólares, após uma subida de 3,52%.
Esta nova escalada nos preços deve-se a especulações de que a oferta de petróleo não é suficiente para responder ao aumento da procura, numa altura em que as baixas temperaturas nos Estados Unidos e na Europa fazem disparar a procura.
No último mês o petróleo acumula uma subida de 18%, devido aos receios de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo cortem a produção e em reacção aos dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que revelam uma queda nos «stocks».
Esta subida está também a ser potenciada pela renovada aposta dos especuladores na subida dos preços, com muitos fundos a reforçarem as compras no mercado.
Os últimos dados económicos, que apontam para um crescimento económico sustentado dos Estados Unidos, bem como a continuada expansão económica da China, também sustentam a alta das cotações do petróleo.
A OPEP vai reunir a 16 de Março e os países membros do cartel estavam a ponderar um corte de produção, com receios que a subida dos «stocks» viesse a provocar uma queda nos preços quando o consumo diminuir.
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Consumo de electricidade subiu nove por cento em Fevereiro
03.03.2005 - 17h28 Lusa
O consumo de electricidade em Portugal subiu nove por cento em Fevereiro deste ano, face ao mesmo mês do ano anterior, para 4045 gigawatts, segundo a estatística mensal da Rede Eléctrica Nacional (REN).
O mês foi novamente caracterizado pela queda da produção hidráulica, que desceu 67 por cento face a Fevereiro de 2004, para 442 gigawatts, compensada pela subida da produção térmica em 76 por cento para 2835 gigawatts.
A seca que afecta o país traduziu-se em Fevereiro num índice de hidraulicidade de 0,21, o que significa que está 79 por cento abaixo da média.
Em 2004, o índice de hidraulicidade foi de 0,80, ou seja, 20 por cento abaixo de um ano hidrológico médio, face ao índice de 1,33 registado em 2003, um ano mais chuvoso do que o normal.
O índice de hidraulicidade é um indicador que avalia se determinado período de tempo (mês/ano) foi seco ou chuvoso.
Se for inferior a um, significa que o mês/ano é seco, se estiver acima de um, trata-se de um mês/ano chuvoso.
A produção em regime especial (renováveis) aumentou 20 por cento em Fevereiro para 466 gigawatts.
Segundo os dados da REN, o armazenamento das albufeiras era em Fevereiro 37 por cento inferior ao registado em igual mês de 2004, passando de 1743 para 1106 gigawatts.
O saldo importador de Fevereiro caiu 14 por cento para 357 gigawatts.
As importações de electricidade aumentaram seis por cento, para 508 gigawatts em Fevereiro, e as exportações subiram 141 por cento, para 149 gigawatts.
03.03.2005 - 17h28 Lusa
O consumo de electricidade em Portugal subiu nove por cento em Fevereiro deste ano, face ao mesmo mês do ano anterior, para 4045 gigawatts, segundo a estatística mensal da Rede Eléctrica Nacional (REN).
O mês foi novamente caracterizado pela queda da produção hidráulica, que desceu 67 por cento face a Fevereiro de 2004, para 442 gigawatts, compensada pela subida da produção térmica em 76 por cento para 2835 gigawatts.
A seca que afecta o país traduziu-se em Fevereiro num índice de hidraulicidade de 0,21, o que significa que está 79 por cento abaixo da média.
Em 2004, o índice de hidraulicidade foi de 0,80, ou seja, 20 por cento abaixo de um ano hidrológico médio, face ao índice de 1,33 registado em 2003, um ano mais chuvoso do que o normal.
O índice de hidraulicidade é um indicador que avalia se determinado período de tempo (mês/ano) foi seco ou chuvoso.
Se for inferior a um, significa que o mês/ano é seco, se estiver acima de um, trata-se de um mês/ano chuvoso.
A produção em regime especial (renováveis) aumentou 20 por cento em Fevereiro para 466 gigawatts.
Segundo os dados da REN, o armazenamento das albufeiras era em Fevereiro 37 por cento inferior ao registado em igual mês de 2004, passando de 1743 para 1106 gigawatts.
O saldo importador de Fevereiro caiu 14 por cento para 357 gigawatts.
As importações de electricidade aumentaram seis por cento, para 508 gigawatts em Fevereiro, e as exportações subiram 141 por cento, para 149 gigawatts.
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Jorge Sampaio defende
Água é «questão nacional»
Alterar tamanho
O Presidente da República, Jorge Sampaio, quer que o próximo Governo eleja a que a água como «uma questão nacional prioritária». Sampaio reconheceu que os agricultores portugueses passam por um momento que tem «uma natureza de catástrofe».
Numa reunião na sede da Companhia das Lezírias, em Samora Correia, Jorge Sampaio mostrou-se preocupado com a seca e manifestou o desejo de que, uma vez por todas, se deixasse de improvisar nesta matéria. Na sua opinião - perante uma análise que aponta para uma alteração climática que provoca ciclicamente períodos de seca e de chuva intensa e cheias - , é preciso que os mecanismos de gestão estejam preparados e que todos, a começar pelos consumidores, saibam o que têm de fazer.
O Presidente apelou ao próximo Governo para que esta questão seja prioritária e para que a legislação elaborada ao longo dos últimos anos dê origem a modelos de gestão operacional que «ponham todas as bacias hidrográficas em funcionamento efectivo». E acrescentou: «É preciso apostar na prevenção e ter um plano de resposta para a gestão dos recursos hídricos».
Jorge Sampaio salientou ainda que «temos que nos habituar a prever, pois as alterações climáticas são um risco que se agrava e é preciso saber agir perante um bem escasso, apesar de em Portugal termos recursos hídricos, não os sabemos é gerir, aproveitar e usar, porque desperdiçamos água, sobretudo nos anos em que a devíamos reservar», afirmou. Por isso, pediu a Portugal que «seja adulto nesta matéria» e saiba utilizar o que a Ciência vai dizendo.
No encontro participaram organizações de agricultores do Alentejo e do Minho, a Associação Portuguesa de Recursos Hídricos e os responsáveis pelos institutos de Meteorologia e Nacional da Água. O Presidente fez-se acompanhar pelo docente da Faculdade de Ciências de Lisboa, Filipe Duarte Santos, que preside à comissão que tem estudado as alterações climáticas.
O especialista sublinhou que esta é uma questão com a qual as próximas gerações terão de conviver, tudo apontando para que a Península Ibérica seja particularmente vulnerável a um aumento da temperatura e a uma diminuição da precipitação. Para Filipe Santos, é possível ter «uma resposta planeada» porque há capacidade de adaptação a um clima diferente. Sobre as preocupações dos agricultores, o Presidente da República ouviu as preocupações, mas não se quis pronunciar sobre a eventualidade de declaração de situação de calamidade, afirmando que essa é uma matéria do Governo.
Ainda assim, admitiu que «é uma situação muito grave» e «dentro da razoabilidade e das possibilidades não deve haver hesitação e agir sobre algo que está profundamente carenciado neste momento e tem uma natureza de catástrofe». No seu entender, o documento entregue em Bruxelas pelos representantes dos agricultores propõe várias medidas, nomeadamente em termos de suspensão de algumas exigências da Política Agrícola Comum, e exige uma «atenção redobrada» e «medidas de emergência», lembrando que «existem mecanismos para situações extremas como esta».
Água é «questão nacional»
Alterar tamanho
O Presidente da República, Jorge Sampaio, quer que o próximo Governo eleja a que a água como «uma questão nacional prioritária». Sampaio reconheceu que os agricultores portugueses passam por um momento que tem «uma natureza de catástrofe».
Numa reunião na sede da Companhia das Lezírias, em Samora Correia, Jorge Sampaio mostrou-se preocupado com a seca e manifestou o desejo de que, uma vez por todas, se deixasse de improvisar nesta matéria. Na sua opinião - perante uma análise que aponta para uma alteração climática que provoca ciclicamente períodos de seca e de chuva intensa e cheias - , é preciso que os mecanismos de gestão estejam preparados e que todos, a começar pelos consumidores, saibam o que têm de fazer.
O Presidente apelou ao próximo Governo para que esta questão seja prioritária e para que a legislação elaborada ao longo dos últimos anos dê origem a modelos de gestão operacional que «ponham todas as bacias hidrográficas em funcionamento efectivo». E acrescentou: «É preciso apostar na prevenção e ter um plano de resposta para a gestão dos recursos hídricos».
Jorge Sampaio salientou ainda que «temos que nos habituar a prever, pois as alterações climáticas são um risco que se agrava e é preciso saber agir perante um bem escasso, apesar de em Portugal termos recursos hídricos, não os sabemos é gerir, aproveitar e usar, porque desperdiçamos água, sobretudo nos anos em que a devíamos reservar», afirmou. Por isso, pediu a Portugal que «seja adulto nesta matéria» e saiba utilizar o que a Ciência vai dizendo.
No encontro participaram organizações de agricultores do Alentejo e do Minho, a Associação Portuguesa de Recursos Hídricos e os responsáveis pelos institutos de Meteorologia e Nacional da Água. O Presidente fez-se acompanhar pelo docente da Faculdade de Ciências de Lisboa, Filipe Duarte Santos, que preside à comissão que tem estudado as alterações climáticas.
O especialista sublinhou que esta é uma questão com a qual as próximas gerações terão de conviver, tudo apontando para que a Península Ibérica seja particularmente vulnerável a um aumento da temperatura e a uma diminuição da precipitação. Para Filipe Santos, é possível ter «uma resposta planeada» porque há capacidade de adaptação a um clima diferente. Sobre as preocupações dos agricultores, o Presidente da República ouviu as preocupações, mas não se quis pronunciar sobre a eventualidade de declaração de situação de calamidade, afirmando que essa é uma matéria do Governo.
Ainda assim, admitiu que «é uma situação muito grave» e «dentro da razoabilidade e das possibilidades não deve haver hesitação e agir sobre algo que está profundamente carenciado neste momento e tem uma natureza de catástrofe». No seu entender, o documento entregue em Bruxelas pelos representantes dos agricultores propõe várias medidas, nomeadamente em termos de suspensão de algumas exigências da Política Agrícola Comum, e exige uma «atenção redobrada» e «medidas de emergência», lembrando que «existem mecanismos para situações extremas como esta».
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Instituto extinto até final do ano
l. l.
A decisão do Governo de Durão Barroso de transferir a gestão da habitação social par as autarquias e instituições de solidariedade social surgiu no seguimento da política de fusão de vários institutos públicos, o que veio a provocar a extinção do IGAPHE (Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado). Todos os projectos geridos por esta entidade que permaneciam ainda activos (RECRIA, incentivo ao arrendamentos dos jovens, etc.) começaram a ser assumidos pelo Instituto Nacional da Habitação (INH).
Assim, o desaparecimento do IGAPHE pressupõe que se desfaça do património habitacional que ainda detém, conforme refere o decreto-lei n.º 243/2002, de 5 de Novembro. "O IGAPHE é extinto quando se verificar a transferência, a qualquer título, para outras entidades, de uma parte considerável do seu património." Este diploma é posterior ao que foi publicado a 25 de Setembro que previa a transferência do património habitacional para os municípios (DL n.º 199/02), preparando a extinção daquele organismo, o que deverá acontecer até ao final deste ano.
Com a transferência do património, as autarquias ficam senhorias dos imóveis de habitação social, passando a receber também as prestações dos proprietários que, entretanto, adquiriram as casas. O processo começou a ser realizado pelo anterior presidente do IGAPHE, Carlos Coelho, já falecido. O cargo foi assumido em Outubro de 2004 por Paulo Zbyszewski, que já o tinha exercido em 1990. "Estou a dar seguimento aos despachos que fiz há 15 anos", explicou em declarações ao DN na quarta- -feira, a propósito das notificações para cobrança de dívidas com mais de 30 anos.
l. l.
A decisão do Governo de Durão Barroso de transferir a gestão da habitação social par as autarquias e instituições de solidariedade social surgiu no seguimento da política de fusão de vários institutos públicos, o que veio a provocar a extinção do IGAPHE (Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado). Todos os projectos geridos por esta entidade que permaneciam ainda activos (RECRIA, incentivo ao arrendamentos dos jovens, etc.) começaram a ser assumidos pelo Instituto Nacional da Habitação (INH).
Assim, o desaparecimento do IGAPHE pressupõe que se desfaça do património habitacional que ainda detém, conforme refere o decreto-lei n.º 243/2002, de 5 de Novembro. "O IGAPHE é extinto quando se verificar a transferência, a qualquer título, para outras entidades, de uma parte considerável do seu património." Este diploma é posterior ao que foi publicado a 25 de Setembro que previa a transferência do património habitacional para os municípios (DL n.º 199/02), preparando a extinção daquele organismo, o que deverá acontecer até ao final deste ano.
Com a transferência do património, as autarquias ficam senhorias dos imóveis de habitação social, passando a receber também as prestações dos proprietários que, entretanto, adquiriram as casas. O processo começou a ser realizado pelo anterior presidente do IGAPHE, Carlos Coelho, já falecido. O cargo foi assumido em Outubro de 2004 por Paulo Zbyszewski, que já o tinha exercido em 1990. "Estou a dar seguimento aos despachos que fiz há 15 anos", explicou em declarações ao DN na quarta- -feira, a propósito das notificações para cobrança de dívidas com mais de 30 anos.
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IGAPHE põe Misericórdias em risco de falência
licínio lima Arquivo DN-Natacha Cardoso
Gestão. IGAPHE doou 144 milhões de euros em património, em 2003. Agora reclama dívidas com 30 anos
Um dezena de Misericórdias vai abrir falência caso o IGAPHE (Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional) insista em cobrar os empréstimos concedidos na década de 70 para a construção de habitação social (ver DN de ontem). "Algumas instituições receberam há mais de duas décadas 30 e 40 mil contos. Agora foram notificadas para restituir, com juros, entre 300 e 400 mil contos".
"Se pagarem vão ter de cessar toda a actividade social que realizam nas localidades", declarou ao DN Júlio Feire, tesoureiro da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
"O mais surrealista", frisou aquele responsável, "é que, até final de 2003, o IGAPHE tinha oferecido, gratuitamente, 6071 fogos de habitação social a 55 autarquias ".
Ao que o DN apurou, aqueles fogos, à data, valiam cerca de 143 milhões de euros. Mas, como ainda lhe sobravam 22 mil fogos, fez diligências para os oferecer a outras 10 autarquias. Estas entidades não os quiseram, mesmo dados. A oferta abriu-se então às instituições de solidariedade social, incluindo as Misericórdias.
Juntamente com aqueles 22 mil fogos, no valor de 4 650 661,99 euros, o IGAPHE quis também libertar-se do valor das prestações das propriedade resolúveis, que era de 16 067 612,33 euros. Ou seja, até há pouco mais de um ano, aquela instituição procurava quem recebesse, gratuitamente, bens imóveis no valor de quase 21 milhões de euros.
Só o município lisboeta foi contemplado com 11 bairros, correspondendo a 75 edifícios que somavam 1550 fracções. Tudo isto valeria, a preços de habitação social, cerca de 35 milhões de euros. No mercado livre seria 10 vezes mais.
"É estranho que, depois de se ter desfeito de património de valor superior a 140 milhões de euros, o IGAPHE venha agora reclamar dívidas que as Misericórdias contraíram nos anos 70 para construção de habitação social", disse Júlio Freire, lembrando que, à época, "milhares de retornados desesperavam por um tecto" .
"Isto é o fim das Misericórdias", sublinhou. "Se pagarem, terão de suspender toda a actividade social que desenvolvem junto de crianças, idosos e doentes, a quem o Estado é incapaz de apoiar", garantiu Júlio Freire, para quem "tudo isto é uma maldade que estão afazer às instituições".
Apelando à calma dos provedores envolvidos, aquele responsável informou que a UMP está a estudar o assunto de forma a chegar-se a um acordo com o IGAPHE. "Uma das soluções é deixar que se penhorem os imóveis de habitação social, e depois aceitá-los de volta, gratuitamente, no seguimento do que já se viu em 2003", explicou, em tom irónico.
Esta reacção da UMP surgiu depois de o DN ter ontem noticiado que o IGAPHE, no mês passado, notificou uma centena de entidades para pagar dívidas contraídas há mais de 25 anos ao extinto Fundo de Fomento de Habitação, sendo que, até agora, nenhuma amortização tinha sido reclamada. Os créditos, a que se somam os juros acumulados, foram concedidos a todo o tipo de entidades que podiam construir habitação social.
Durante a tarde de ontem ninguém atendia os telefones no IGAPHE, pelo que foi impossível ao DN contactar os responsáveis.
licínio lima Arquivo DN-Natacha Cardoso
Gestão. IGAPHE doou 144 milhões de euros em património, em 2003. Agora reclama dívidas com 30 anos
Um dezena de Misericórdias vai abrir falência caso o IGAPHE (Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional) insista em cobrar os empréstimos concedidos na década de 70 para a construção de habitação social (ver DN de ontem). "Algumas instituições receberam há mais de duas décadas 30 e 40 mil contos. Agora foram notificadas para restituir, com juros, entre 300 e 400 mil contos".
"Se pagarem vão ter de cessar toda a actividade social que realizam nas localidades", declarou ao DN Júlio Feire, tesoureiro da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
"O mais surrealista", frisou aquele responsável, "é que, até final de 2003, o IGAPHE tinha oferecido, gratuitamente, 6071 fogos de habitação social a 55 autarquias ".
Ao que o DN apurou, aqueles fogos, à data, valiam cerca de 143 milhões de euros. Mas, como ainda lhe sobravam 22 mil fogos, fez diligências para os oferecer a outras 10 autarquias. Estas entidades não os quiseram, mesmo dados. A oferta abriu-se então às instituições de solidariedade social, incluindo as Misericórdias.
Juntamente com aqueles 22 mil fogos, no valor de 4 650 661,99 euros, o IGAPHE quis também libertar-se do valor das prestações das propriedade resolúveis, que era de 16 067 612,33 euros. Ou seja, até há pouco mais de um ano, aquela instituição procurava quem recebesse, gratuitamente, bens imóveis no valor de quase 21 milhões de euros.
Só o município lisboeta foi contemplado com 11 bairros, correspondendo a 75 edifícios que somavam 1550 fracções. Tudo isto valeria, a preços de habitação social, cerca de 35 milhões de euros. No mercado livre seria 10 vezes mais.
"É estranho que, depois de se ter desfeito de património de valor superior a 140 milhões de euros, o IGAPHE venha agora reclamar dívidas que as Misericórdias contraíram nos anos 70 para construção de habitação social", disse Júlio Freire, lembrando que, à época, "milhares de retornados desesperavam por um tecto" .
"Isto é o fim das Misericórdias", sublinhou. "Se pagarem, terão de suspender toda a actividade social que desenvolvem junto de crianças, idosos e doentes, a quem o Estado é incapaz de apoiar", garantiu Júlio Freire, para quem "tudo isto é uma maldade que estão afazer às instituições".
Apelando à calma dos provedores envolvidos, aquele responsável informou que a UMP está a estudar o assunto de forma a chegar-se a um acordo com o IGAPHE. "Uma das soluções é deixar que se penhorem os imóveis de habitação social, e depois aceitá-los de volta, gratuitamente, no seguimento do que já se viu em 2003", explicou, em tom irónico.
Esta reacção da UMP surgiu depois de o DN ter ontem noticiado que o IGAPHE, no mês passado, notificou uma centena de entidades para pagar dívidas contraídas há mais de 25 anos ao extinto Fundo de Fomento de Habitação, sendo que, até agora, nenhuma amortização tinha sido reclamada. Os créditos, a que se somam os juros acumulados, foram concedidos a todo o tipo de entidades que podiam construir habitação social.
Durante a tarde de ontem ninguém atendia os telefones no IGAPHE, pelo que foi impossível ao DN contactar os responsáveis.
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Crude bate recorde com ameaça de ruptura na oferta
Um forte aumento do consumo, devido à vaga de frio na Europa e nos Estados Unidos e ao rápido crescimento das economias da China e da Índia, está a provocar uma nova escalada dos preços do petróleo.
Ontem, em Londres, o brent, a qualidade-referência do mercado português, bateu um novo máximo histórico de 52,25 dólares o barril, enquanto, em Nova Iorque, o crude era transaccionado acima dos 55 dólares, já muito perto do recorde de 55,67 dólares registados em Outubro do ano passado.
"O mercado teme uma ruptura na oferta de crude, uma vez que o crescimento da procura está a 'desgastar' rapidamente as reservas, nomeadamente de óleo de aquecimento. Nos EUA, por exemplo, as refinarias estão já a operar ao ritmo mais lento dos últimos quatro meses", explicam os analistas.
"A não ser que alguém consiga encontrar petróleo e depressa, os preços vão manter-se elevados", alertam os especialistas.
Esta é também a opinião de Nuno Ribeiro da Silva, ex-secretário de Estado da Energia. "Nada indica que possamos voltar aos velhos preços do petróleo. Vamos continuar numa fasquia com plafond acima dos 45 dólares, sempre com a perspectiva de que uma má notícia faça disparar os preços para os 50 dólares o barril", declarou ao DN.
Um alto funcionário da OPEP vai ainda mais longe. "Não podemos excluir a possibilidade do preço do petróleo chegar aos 80 dólares nos próximos anos, se acontecer um qualquer ruptura inesperada nos fornecimentos."
E a verdade é que a OPEP, apesar dos preços do petróleo já estarem hoje cerca de 60% acima dos valores registados no início do ano passado, não dá sinais de pretender aumentar a produção, de modo a aliviar a pressão sobre o mercado. "A não ser que os preços subam muito mais, o mais provável é que o cartel petrolífero mantenha a sua produção de mais de 27 milhões de barris por dia, já muito perto da sua capacidade máxima", prevêem os analistas.
Um cenário que preocupa os países consumidores. "Com o petróleo a estes preços, a retoma económica vai ter de esperar."
Galp e BP aumentam gasóleo
A Galpenergia e a BP anunciaram ontem um novo aumentou do preço dos combustíveis, nomeadamente do gasóleo, em resultado da forte subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
Assim, nos postos da Galp cada litro de gasóleo irá custar 0,849 euros, mais dois cêntimos para 0,849 euros por litro. O preço recomendado da gasolina sem chumbo de 95 octanas mantém-se nos 1,049 euros.
Por seu lado, a BP subiu o gasóleo para 0,848 euros por litro, o que representa um aumento de 1,6 cêntimos. A petrolífera também subiu o preço de referência da gasolina em 0,8 cêntimos para 1,057 euros, o valor mais elevado do mercado.
Recorde-se que, desde a liberalização, em Janeiro de 2004, o preço do gasóleo já subiu em Portugal quase 20%, enquanto a gasolina está 10% mais cara.
As importações petrolíferas custaram ao país, só no ano passado, mais 400 milhões de euros que em 2003.
Um forte aumento do consumo, devido à vaga de frio na Europa e nos Estados Unidos e ao rápido crescimento das economias da China e da Índia, está a provocar uma nova escalada dos preços do petróleo.
Ontem, em Londres, o brent, a qualidade-referência do mercado português, bateu um novo máximo histórico de 52,25 dólares o barril, enquanto, em Nova Iorque, o crude era transaccionado acima dos 55 dólares, já muito perto do recorde de 55,67 dólares registados em Outubro do ano passado.
"O mercado teme uma ruptura na oferta de crude, uma vez que o crescimento da procura está a 'desgastar' rapidamente as reservas, nomeadamente de óleo de aquecimento. Nos EUA, por exemplo, as refinarias estão já a operar ao ritmo mais lento dos últimos quatro meses", explicam os analistas.
"A não ser que alguém consiga encontrar petróleo e depressa, os preços vão manter-se elevados", alertam os especialistas.
Esta é também a opinião de Nuno Ribeiro da Silva, ex-secretário de Estado da Energia. "Nada indica que possamos voltar aos velhos preços do petróleo. Vamos continuar numa fasquia com plafond acima dos 45 dólares, sempre com a perspectiva de que uma má notícia faça disparar os preços para os 50 dólares o barril", declarou ao DN.
Um alto funcionário da OPEP vai ainda mais longe. "Não podemos excluir a possibilidade do preço do petróleo chegar aos 80 dólares nos próximos anos, se acontecer um qualquer ruptura inesperada nos fornecimentos."
E a verdade é que a OPEP, apesar dos preços do petróleo já estarem hoje cerca de 60% acima dos valores registados no início do ano passado, não dá sinais de pretender aumentar a produção, de modo a aliviar a pressão sobre o mercado. "A não ser que os preços subam muito mais, o mais provável é que o cartel petrolífero mantenha a sua produção de mais de 27 milhões de barris por dia, já muito perto da sua capacidade máxima", prevêem os analistas.
Um cenário que preocupa os países consumidores. "Com o petróleo a estes preços, a retoma económica vai ter de esperar."
Galp e BP aumentam gasóleo
A Galpenergia e a BP anunciaram ontem um novo aumentou do preço dos combustíveis, nomeadamente do gasóleo, em resultado da forte subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
Assim, nos postos da Galp cada litro de gasóleo irá custar 0,849 euros, mais dois cêntimos para 0,849 euros por litro. O preço recomendado da gasolina sem chumbo de 95 octanas mantém-se nos 1,049 euros.
Por seu lado, a BP subiu o gasóleo para 0,848 euros por litro, o que representa um aumento de 1,6 cêntimos. A petrolífera também subiu o preço de referência da gasolina em 0,8 cêntimos para 1,057 euros, o valor mais elevado do mercado.
Recorde-se que, desde a liberalização, em Janeiro de 2004, o preço do gasóleo já subiu em Portugal quase 20%, enquanto a gasolina está 10% mais cara.
As importações petrolíferas custaram ao país, só no ano passado, mais 400 milhões de euros que em 2003.
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Reguladores mundiais aprovam plano contra a fraude financeira
Arquivo DN-Ana Baião
Teixeira Santos. Presidente da CMVM apradinha plano de acção
Escândalos financeiros do tipo Enron ou Parmalat serão mais difíceis de acontecer a nível mundial. A promessa é da Organização Mundial das Comissões de Valores (IOSCO/OICV) - na qual Portugal está representado através da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) -, que aprovou um plano de acção para prevenir fraudes financeiras nos mercados de capitais.
O plano baseia-se num estudo efectuado por um grupo de trabalho criado no âmbito da IOSCO que assenta em três grandes linhas de actuação futura melhorar a implementação de princípios-base através da respectiva avaliação e da criação de padrões; assegurar acordos multilaterais para consulta, cooperação e troca de informação; e, por último, dialogar com as jurisdições sub-regulamentadas e não cooperantes. Neste âmbito, o DN sabe que a CMVM já analisou a actividade financeira de várias empresas cotadas em dois países da europeus e prepara-se para em breve avançar com uma nova incursão junto de "um grande país da UE".
Fernando Teixeira dos Santos, presidente da CMVM, alertou recentemente para a necessidade de se implementarem instrumentos de supervisão de dimensão transnacional como forma de enfrentar realidades próprias dos mercados globalizados. Ao nível do Espaço Económico Europeu, esses instrumentos poderiam corresponder à criação de um novo nível de decisão de supervisão, de alcance supranacional, que actuaria nos casos em que os sistemas de supervisão estaduais não podem exceder as respectivas jurisdições, defendeu o mesmo responsável. Neste sentido, Teixeira dos Santos considera mesmo que "todos os reguladores tenham a mesma capacidade de acção" e possam agir com uma intensidade equivalente na utilização dos respectivos poderes.
A IOSCO anunciou também que constituiu, juntamente com o Comité de Supervisão Bancária de Basileia, a Organização Internacional de Supervisores de Seguros, o Banco Mundial e o Fórum para a Estabilidade Financeira, um Conselho de Supervisão do Interesse Público para supervisionar actividades como a Federação Internacional de Contabilistas
Arquivo DN-Ana Baião
Teixeira Santos. Presidente da CMVM apradinha plano de acção
Escândalos financeiros do tipo Enron ou Parmalat serão mais difíceis de acontecer a nível mundial. A promessa é da Organização Mundial das Comissões de Valores (IOSCO/OICV) - na qual Portugal está representado através da Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) -, que aprovou um plano de acção para prevenir fraudes financeiras nos mercados de capitais.
O plano baseia-se num estudo efectuado por um grupo de trabalho criado no âmbito da IOSCO que assenta em três grandes linhas de actuação futura melhorar a implementação de princípios-base através da respectiva avaliação e da criação de padrões; assegurar acordos multilaterais para consulta, cooperação e troca de informação; e, por último, dialogar com as jurisdições sub-regulamentadas e não cooperantes. Neste âmbito, o DN sabe que a CMVM já analisou a actividade financeira de várias empresas cotadas em dois países da europeus e prepara-se para em breve avançar com uma nova incursão junto de "um grande país da UE".
Fernando Teixeira dos Santos, presidente da CMVM, alertou recentemente para a necessidade de se implementarem instrumentos de supervisão de dimensão transnacional como forma de enfrentar realidades próprias dos mercados globalizados. Ao nível do Espaço Económico Europeu, esses instrumentos poderiam corresponder à criação de um novo nível de decisão de supervisão, de alcance supranacional, que actuaria nos casos em que os sistemas de supervisão estaduais não podem exceder as respectivas jurisdições, defendeu o mesmo responsável. Neste sentido, Teixeira dos Santos considera mesmo que "todos os reguladores tenham a mesma capacidade de acção" e possam agir com uma intensidade equivalente na utilização dos respectivos poderes.
A IOSCO anunciou também que constituiu, juntamente com o Comité de Supervisão Bancária de Basileia, a Organização Internacional de Supervisores de Seguros, o Banco Mundial e o Fórum para a Estabilidade Financeira, um Conselho de Supervisão do Interesse Público para supervisionar actividades como a Federação Internacional de Contabilistas
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Venda da Lusomundo foi clara
Cátia Almeida DN-José Carlos Carvalho
aumento. Distribuição de dividendos por cada acção da PTM será de 50 cêntimos, face aos oito de 2003
A Portugal Telecom fechou o ano passado com lucros recorde de 500,1 milhões de euros, o dobro do verificado em 2003 (240,2 milhões). Face a este crescimento, a administração pretende pagar um dividendo de 35 cêntimos por cada acção, mais 59% que o valor distribuído no ano anterior. Mas, apesar dos bons resultados, o grupo vai manter a política de redução de efectivos, prevendo para este ano um corte de mais mil postos de trabalho. Esta redução vai implicar um custo entre 250 a 270 milhões de euros, o que dá um valor médio por trabalhador de 250 mil euros.
A maior redução de pessoal será feita na rede fixa, admitiu o presidente-executivo da PT. Miguel Horta e Costa sublinhou, no entanto, que "isso não quer dizer que, fruto da racionalização e dos esforços de simplificação de procedimentos, não possa haver reduções noutras áreas. Mas não serão da dimensão da rede fixa".
O gestor frisou ainda que o programa de reduções feito nos últimos anos tem sido realizado num clima de "paz social". Zeinal Bava, administrador da área financeira e presidente-executivo da PTM, lembrou também que o esforço de redução tem sido feito em paralelo com o de rejuvenescimento dos quadros.
Em 2004, a PT reduziu 651 trabalhadores no negócio da rede fixa, o que implicou custos de 171 milhões de euros. O grupo empregava em Dezembro 29 483 trabalhadores, 15 107 dos quais em Portugal.
Quanto aos resultados históricos de 2004, Horta e Costa afirmou que se devem "ao efeito combinado da estabilização do negócio de rede fixa com a forte melhoria da margem da PT Multimédia e da TMN, que suportam a performance positiva das operações em Portugal". As receitas operacionais totalizaram 6023 milhões de euros, o que representa um aumento de 4,3% face a 2003. O EBITDA (resultado operacional antes de amortizações), atingiu 2326 milhões de euros, mais 2,6%, equivalente a uma margem de 38,6%. Porém, explica a PT, se fosse excluído o impacto da depreciação do real, o EBITDA teria aumentado 3,6% face a 2003, ascendendo a 2348 milhões de euros.
A empresa, por outro lado, reduziu a dívida líquida para 3123 milhões de euros, menos 93 milhões. O valor inclui o investimento de 495 milhões de euros na aquisição de acções próprias.
Na TMN, Iriarte Esteves, destacou que foi ultrapassada a barreira dos cinco milhões de clientes e que 2005 será um ano forte para o UMTS, devido à queda esperada do preço dos equipamentos. Os proveitos operacionais da operadora cresceram 4,2% face ao quarto trimestre de 2003.
Na PT Multimédia, os lucros subiram fortemente, passando de 30,7 milhões para 110,1 milhões de euros. As receitas consolidadas de exploração ascenderam a 729,8 milhões de euros, um acréscimo de 6,6%. A distribuição de dividendos chegará aos 50 cêntimos por acção, face aos oito cêntimos de 2003.
Miguel Horta e Costa destacou que "de um modo geral registou-se em todos os negócios um apreciável aumento, especialmente na banda larga e na televisão por cabo".
A venda da Lusomundo foi um processo "claro e transparente", afirmou ontem Miguel Horta e Costa. O presidente-executivo da PT respondeu, assim, às acusações do administrador-delegado da espanhola Prisa (que também concorreu à compra), que caracterizou o processo como sendo "opaco, sem regras e atípico". A transacção, que aguarda a aprovação da Autoridade da Concorrência, vai ter um impacto positivo de 45 milhões de euros no resultado financeiro da PTM e reduzirá a zero a dívida da empresa, revelou o administrador financeiro da PTM, Zeinal Bava
Cátia Almeida DN-José Carlos Carvalho
aumento. Distribuição de dividendos por cada acção da PTM será de 50 cêntimos, face aos oito de 2003
A Portugal Telecom fechou o ano passado com lucros recorde de 500,1 milhões de euros, o dobro do verificado em 2003 (240,2 milhões). Face a este crescimento, a administração pretende pagar um dividendo de 35 cêntimos por cada acção, mais 59% que o valor distribuído no ano anterior. Mas, apesar dos bons resultados, o grupo vai manter a política de redução de efectivos, prevendo para este ano um corte de mais mil postos de trabalho. Esta redução vai implicar um custo entre 250 a 270 milhões de euros, o que dá um valor médio por trabalhador de 250 mil euros.
A maior redução de pessoal será feita na rede fixa, admitiu o presidente-executivo da PT. Miguel Horta e Costa sublinhou, no entanto, que "isso não quer dizer que, fruto da racionalização e dos esforços de simplificação de procedimentos, não possa haver reduções noutras áreas. Mas não serão da dimensão da rede fixa".
O gestor frisou ainda que o programa de reduções feito nos últimos anos tem sido realizado num clima de "paz social". Zeinal Bava, administrador da área financeira e presidente-executivo da PTM, lembrou também que o esforço de redução tem sido feito em paralelo com o de rejuvenescimento dos quadros.
Em 2004, a PT reduziu 651 trabalhadores no negócio da rede fixa, o que implicou custos de 171 milhões de euros. O grupo empregava em Dezembro 29 483 trabalhadores, 15 107 dos quais em Portugal.
Quanto aos resultados históricos de 2004, Horta e Costa afirmou que se devem "ao efeito combinado da estabilização do negócio de rede fixa com a forte melhoria da margem da PT Multimédia e da TMN, que suportam a performance positiva das operações em Portugal". As receitas operacionais totalizaram 6023 milhões de euros, o que representa um aumento de 4,3% face a 2003. O EBITDA (resultado operacional antes de amortizações), atingiu 2326 milhões de euros, mais 2,6%, equivalente a uma margem de 38,6%. Porém, explica a PT, se fosse excluído o impacto da depreciação do real, o EBITDA teria aumentado 3,6% face a 2003, ascendendo a 2348 milhões de euros.
A empresa, por outro lado, reduziu a dívida líquida para 3123 milhões de euros, menos 93 milhões. O valor inclui o investimento de 495 milhões de euros na aquisição de acções próprias.
Na TMN, Iriarte Esteves, destacou que foi ultrapassada a barreira dos cinco milhões de clientes e que 2005 será um ano forte para o UMTS, devido à queda esperada do preço dos equipamentos. Os proveitos operacionais da operadora cresceram 4,2% face ao quarto trimestre de 2003.
Na PT Multimédia, os lucros subiram fortemente, passando de 30,7 milhões para 110,1 milhões de euros. As receitas consolidadas de exploração ascenderam a 729,8 milhões de euros, um acréscimo de 6,6%. A distribuição de dividendos chegará aos 50 cêntimos por acção, face aos oito cêntimos de 2003.
Miguel Horta e Costa destacou que "de um modo geral registou-se em todos os negócios um apreciável aumento, especialmente na banda larga e na televisão por cabo".
A venda da Lusomundo foi um processo "claro e transparente", afirmou ontem Miguel Horta e Costa. O presidente-executivo da PT respondeu, assim, às acusações do administrador-delegado da espanhola Prisa (que também concorreu à compra), que caracterizou o processo como sendo "opaco, sem regras e atípico". A transacção, que aguarda a aprovação da Autoridade da Concorrência, vai ter um impacto positivo de 45 milhões de euros no resultado financeiro da PTM e reduzirá a zero a dívida da empresa, revelou o administrador financeiro da PTM, Zeinal Bava
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Estado pode ficar impedido de cobrar impostos
rudolfo rebêlo Arquivo DN
Esquecimento? Para os sindicalistas "isto é uma trapalhada"
A máquina fiscal pode ficar impedida de cobrar impostos. Um estranho lapso jurídico dos serviços de Paulo Macedo, o director-geral de Impostos, retirou aos serviços locais de Finanças a "competência específica" para proceder à cobrança fiscal. Por outras palavras, o Fisco e o próprio Estado pode estar sem competência para cobrar impostos, de acordo com alguns juristas. A DGI está em silêncio, mas alguns quadros da máquina fiscal já admitem que existe um "episódio jurídico infeliz" e os sindicalistas do Sintap falam em "trapalhada" e "mais um indício" de "desorientação total" dos serviços.
A história do 'apagão' jurídico que pode impedir o Estado de cobrar impostos conta-se em duas penadas. Com a fusão das Tesourarias nas repartições de Finanças - fortemente contestada por milhares de funcionários e que deu origem a greves - houve a necessidade de redigir uma nova lei orgânica e, portanto, um decreto-lei. Até aqui, tudo bem. Mas o decreto-lei que suporta a mudança nos serviços, já assinado pelo ministro das Finanças, Bagão Félix, remete para uma portaria a descrição do serviço de Finanças. É nesta portaria que surge a "lapso", como afirmam os sindicalistas.
A portaria, já enviada para publicação no Diário da República, fornece o enquadramento aos serviços locais de Finanças, responsabilidades e atribuições. No seu artigo 38º, o documento legal define três áreas como competência específica dos serviços locais de cobrança a gestão tributária, inspecção e justiça tributária. Mas nada no texto legal, em vias de publicação e assinado por Paulo Macedo, o director da máquina fiscal, diz que a cobrança é uma atribuição específica da administração fiscal.
falhanço. Já o artigo seguinte da portaria, faz referência a uma "secção de cobrança", mas sem descrever quais as competências. "Isto diz tudo da qualidade da portaria", dizem vozes do Sintap. "Os artigos não condizem uns com outros, o que indicia que tudo foi feito de forma apressada. Legalmente o Estado corre o risco de ser inquirido sobre o direito de cobrar impostos", alertam. Já na máquina fiscal - oficialmente não há comentários - admite-se apenas a mera "imperfeição jurídica do articulado".
O mal-estar dentro da administração fiscal com este episódio é visível. Como último argumento, alguns juristas da máquina tributária tentam vender a ideia de que a "competência de cobrança" é um "serviço complementar" dos serviços locais de cobrança. Mas esta versão é recusada por juristas auscultados pelo DN.
De facto, uma das alíneas da portaria afirma que compete aos serviços de Finanças "executar os serviços complementares de administração tributária". Os sindicalistas respondem que "a cobrança não é um serviço complementar", antes "é reconhecido como uma das funções primordiais da administração fiscal".
rudolfo rebêlo Arquivo DN
Esquecimento? Para os sindicalistas "isto é uma trapalhada"
A máquina fiscal pode ficar impedida de cobrar impostos. Um estranho lapso jurídico dos serviços de Paulo Macedo, o director-geral de Impostos, retirou aos serviços locais de Finanças a "competência específica" para proceder à cobrança fiscal. Por outras palavras, o Fisco e o próprio Estado pode estar sem competência para cobrar impostos, de acordo com alguns juristas. A DGI está em silêncio, mas alguns quadros da máquina fiscal já admitem que existe um "episódio jurídico infeliz" e os sindicalistas do Sintap falam em "trapalhada" e "mais um indício" de "desorientação total" dos serviços.
A história do 'apagão' jurídico que pode impedir o Estado de cobrar impostos conta-se em duas penadas. Com a fusão das Tesourarias nas repartições de Finanças - fortemente contestada por milhares de funcionários e que deu origem a greves - houve a necessidade de redigir uma nova lei orgânica e, portanto, um decreto-lei. Até aqui, tudo bem. Mas o decreto-lei que suporta a mudança nos serviços, já assinado pelo ministro das Finanças, Bagão Félix, remete para uma portaria a descrição do serviço de Finanças. É nesta portaria que surge a "lapso", como afirmam os sindicalistas.
A portaria, já enviada para publicação no Diário da República, fornece o enquadramento aos serviços locais de Finanças, responsabilidades e atribuições. No seu artigo 38º, o documento legal define três áreas como competência específica dos serviços locais de cobrança a gestão tributária, inspecção e justiça tributária. Mas nada no texto legal, em vias de publicação e assinado por Paulo Macedo, o director da máquina fiscal, diz que a cobrança é uma atribuição específica da administração fiscal.
falhanço. Já o artigo seguinte da portaria, faz referência a uma "secção de cobrança", mas sem descrever quais as competências. "Isto diz tudo da qualidade da portaria", dizem vozes do Sintap. "Os artigos não condizem uns com outros, o que indicia que tudo foi feito de forma apressada. Legalmente o Estado corre o risco de ser inquirido sobre o direito de cobrar impostos", alertam. Já na máquina fiscal - oficialmente não há comentários - admite-se apenas a mera "imperfeição jurídica do articulado".
O mal-estar dentro da administração fiscal com este episódio é visível. Como último argumento, alguns juristas da máquina tributária tentam vender a ideia de que a "competência de cobrança" é um "serviço complementar" dos serviços locais de cobrança. Mas esta versão é recusada por juristas auscultados pelo DN.
De facto, uma das alíneas da portaria afirma que compete aos serviços de Finanças "executar os serviços complementares de administração tributária". Os sindicalistas respondem que "a cobrança não é um serviço complementar", antes "é reconhecido como uma das funções primordiais da administração fiscal".
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Cimpor compra 86% de distribuidora em Cabo Verde
DE
A cimenteira Cimpor anunciou hoje a aquisição de 86,6% do capital da Cimentos de Cabo Verde, importadora e distribuidora de materiais de construção.
Em comunicado divulgado através da entidade reguladora do mercado de capitais (CMVM), a Cimpor adianta que o preço da aquisição será determinado na data da escritura, pela dedução do montante da dívida financeira líquida da empresa ao valor dos seus activos.
A Cimpor celebrou hoje o contrato de compra da totalidade do capital da Nordicave Trading Industrial, que detém a participação na Cimentos de Cabo Verde.
A empresa dispõe de um terminal de granel e uma instalação de ensacagem no porto da Praia, ilha de Santiago.
No ano passado, a CCV registou um volume de vendas de 110 mil toneladas de cimento, e uma quota de 60% do mercado de Santiago, 48% de São Vicente e 45% nas restantes ilhas de Cabo Verde.
"Com esta aquisição, a Cimpor passa a deter uma posição de mercado adicional no continente africano", onde já actua em Marrocos, Tunísia, Egipto, Angola, Moçambique e África do Sul, salienta o grupo em comunicado.
DE
A cimenteira Cimpor anunciou hoje a aquisição de 86,6% do capital da Cimentos de Cabo Verde, importadora e distribuidora de materiais de construção.
Em comunicado divulgado através da entidade reguladora do mercado de capitais (CMVM), a Cimpor adianta que o preço da aquisição será determinado na data da escritura, pela dedução do montante da dívida financeira líquida da empresa ao valor dos seus activos.
A Cimpor celebrou hoje o contrato de compra da totalidade do capital da Nordicave Trading Industrial, que detém a participação na Cimentos de Cabo Verde.
A empresa dispõe de um terminal de granel e uma instalação de ensacagem no porto da Praia, ilha de Santiago.
No ano passado, a CCV registou um volume de vendas de 110 mil toneladas de cimento, e uma quota de 60% do mercado de Santiago, 48% de São Vicente e 45% nas restantes ilhas de Cabo Verde.
"Com esta aquisição, a Cimpor passa a deter uma posição de mercado adicional no continente africano", onde já actua em Marrocos, Tunísia, Egipto, Angola, Moçambique e África do Sul, salienta o grupo em comunicado.
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BIG lança "KIT do Investidor" para expandir actividade em Portugal
DE
O BIG anunciou hoje o lançamento do "KIT do Investidor" que permitirá ao banco on-line expandir a sua actividade através de uma rede de distribuição de 187 lojas em Portugal, sem recorrer à abertura de balcões tradicionais.
"Somos o primeiro banco no mercado português a inovar no que respeita a novas formas de distribuição física, fora das tradicionais redes de balcões do sector bancário, com a venda do 'Kit do Investidor', disse hoje o presidente do BIG, Carlos Rodrigues.
Segundo o responsável, a ideia base é "acompanhar a evolução dos comportamentos das pessoas e facilitar-lhes a vida", estando presentes em locais frequentados regularmente pelo público interessado em ser cliente do BIGonline.
"O KIT do Investidor, que inclui um conjunto de ferramentas e instrumentos para investir e poupar, está à venda nas principais redes de retalho especializado em Portugal, nomeadamente as lojas da FNAC, El Corte Inglês, livrarias Bertrand, Bulhosa, Almedina ou ainda na Vortis e na Worten", acrescentou.
O novo produto consiste num livro, duas aplicações em CD-ROM - ckeck-up financeiro e guia interactivo do investidor, e um cartão oferta de 100 euros na abertura de conta no Banco BIG, além de permitir auma sessão de 30 minutos de iniciação ao investimento.
O KIT do Investidor está à venda nas 187 lojas de retalho especializadas em Portugal, constituindo uma experiência inovadora no mercado bancário português por não replicar o modelo das agências tradicionais bancárias.
O administrador do BIG, Diogo Cunha referiu também que o banco vai passar a ter uma oferta segmentada nas diferentes áreas de negócio, nacional e internacional, e oferecer igualmente ao cliente novas formas de atendimento, nomeadamente o pagamento de multibanco.
"Vamos poder aconselhar as pessoas que procuram soluções de investimento e poupança que não encontram no seu banco actual", explicou o gestor.
Diogo Cunha disse ainda que o banco, através do "KIT do Investidor" quer alargar a base actual de 35.000 clientes e membros.
Nos últimos dois anos e meio o BIG investiu 2,5 milhões de euros para tornar a plataforma mais estável e amigável, possibilitando a disponibilidade de produtos de crédito e outras valências, desde o crédito ao pagamento de contas.
A campanha de publicidade nas rádios, rede cabo, Internet e outdoors sobre a venda do "KIT do Investidor" inicia-se na próxima terça-feira (dia 8), por um período de um mês e meio.
DE
O BIG anunciou hoje o lançamento do "KIT do Investidor" que permitirá ao banco on-line expandir a sua actividade através de uma rede de distribuição de 187 lojas em Portugal, sem recorrer à abertura de balcões tradicionais.
"Somos o primeiro banco no mercado português a inovar no que respeita a novas formas de distribuição física, fora das tradicionais redes de balcões do sector bancário, com a venda do 'Kit do Investidor', disse hoje o presidente do BIG, Carlos Rodrigues.
Segundo o responsável, a ideia base é "acompanhar a evolução dos comportamentos das pessoas e facilitar-lhes a vida", estando presentes em locais frequentados regularmente pelo público interessado em ser cliente do BIGonline.
"O KIT do Investidor, que inclui um conjunto de ferramentas e instrumentos para investir e poupar, está à venda nas principais redes de retalho especializado em Portugal, nomeadamente as lojas da FNAC, El Corte Inglês, livrarias Bertrand, Bulhosa, Almedina ou ainda na Vortis e na Worten", acrescentou.
O novo produto consiste num livro, duas aplicações em CD-ROM - ckeck-up financeiro e guia interactivo do investidor, e um cartão oferta de 100 euros na abertura de conta no Banco BIG, além de permitir auma sessão de 30 minutos de iniciação ao investimento.
O KIT do Investidor está à venda nas 187 lojas de retalho especializadas em Portugal, constituindo uma experiência inovadora no mercado bancário português por não replicar o modelo das agências tradicionais bancárias.
O administrador do BIG, Diogo Cunha referiu também que o banco vai passar a ter uma oferta segmentada nas diferentes áreas de negócio, nacional e internacional, e oferecer igualmente ao cliente novas formas de atendimento, nomeadamente o pagamento de multibanco.
"Vamos poder aconselhar as pessoas que procuram soluções de investimento e poupança que não encontram no seu banco actual", explicou o gestor.
Diogo Cunha disse ainda que o banco, através do "KIT do Investidor" quer alargar a base actual de 35.000 clientes e membros.
Nos últimos dois anos e meio o BIG investiu 2,5 milhões de euros para tornar a plataforma mais estável e amigável, possibilitando a disponibilidade de produtos de crédito e outras valências, desde o crédito ao pagamento de contas.
A campanha de publicidade nas rádios, rede cabo, Internet e outdoors sobre a venda do "KIT do Investidor" inicia-se na próxima terça-feira (dia 8), por um período de um mês e meio.
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Wall Street fecha mista com petróleo em alta
DE
Os mercados norte-americanos terminaram hoje o dia sem tendência definida, pressionados pela alta do petróleo.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a perder 0,44% para 2.058,4 pontos, depois de ter fechado na quarta-feira a cair 0,18% para 2.067,5 pontos.
O Dow Jones Industrial Average ganhou 0,19% para 10.833,03 pontos, após ter encerrado a perder 0,17% para 10.811,97 pontos, na sessão anterior.
Num dia com vários indicadores macroeconómicos positivos, os investidores acabaram por se focar na evolução dos preços do petróleo, que subiram para os 55 dólares antes de corrigirem em ligeira baixa.
O alto preço do petróleo pressionou grande parte do mercado, beneficiando no entanto as empresas do sector.
O Dow Jones foi suportado pela Boeing, que deverá voltar em breve a receber encomendas das forças armadas norte-americanas, e pelo sector retalhista, depois das boas vendas da Wal-Mart e da Starbucks.
Na sexta-feira serão conhecidos alguns indicadores importantes, como a confiança dos consumidores e a taxa de desemprego.
DE
Os mercados norte-americanos terminaram hoje o dia sem tendência definida, pressionados pela alta do petróleo.
Deste modo, o Nasdaq Composite fechou a perder 0,44% para 2.058,4 pontos, depois de ter fechado na quarta-feira a cair 0,18% para 2.067,5 pontos.
O Dow Jones Industrial Average ganhou 0,19% para 10.833,03 pontos, após ter encerrado a perder 0,17% para 10.811,97 pontos, na sessão anterior.
Num dia com vários indicadores macroeconómicos positivos, os investidores acabaram por se focar na evolução dos preços do petróleo, que subiram para os 55 dólares antes de corrigirem em ligeira baixa.
O alto preço do petróleo pressionou grande parte do mercado, beneficiando no entanto as empresas do sector.
O Dow Jones foi suportado pela Boeing, que deverá voltar em breve a receber encomendas das forças armadas norte-americanas, e pelo sector retalhista, depois das boas vendas da Wal-Mart e da Starbucks.
Na sexta-feira serão conhecidos alguns indicadores importantes, como a confiança dos consumidores e a taxa de desemprego.
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Sub-Director
A “futebolização” da imprensa
04-03-2005, Francisco Ferreira da Silva
A venda dos órgãos de comunicação detidos pela Portugal Telecom através da Lusomundo Media à Controlinveste, holding de Joaquim Oliveira que controla um grupo empresarial ligado ao negócio do futebol, gerou uma onda de estupefacção nos meios empresariais. Primeiro porque Oliveira só tem um jornal desportivo (O Jogo) e o seu core business é o futebol e depois porque não se lhe conhece músculo financeiro para suportar o negócio. Curiosamente a Cofina, de Paulo Fernandes, não reagiu e a Prisa só disse, por intermédio do administrador-delegado, Juan Luís Cebrián, que o processo foi “opaco” e “atípico dentro das normas das empresas cotadas”.
Quem pode estar ufano com o negócio é o presidente da PT e todo o seu conselho de administração, porque ainda conseguiu registar uma mais-valia num negócio que na sua génese foi considerado mau. A PT pagou, há cerca de quatro anos, 580 milhões de euros pela compra da Lusomundo. Agora, depois, em 2002, de ter “limpo” 226 milhões das contas, recebe 300 milhões e ainda fica com a rede de cinemas e os direitos sobre os filmes. Contas feitas, no final do negócio a PT Multimedia regista uma mais-valia de 45 milhões de euros.
Os 300,4 milhões acordados com Joaquim Oliveira excedem em muito os 200 a 250 milhões apontados pelos analistas para a Lusomundo Serviços, mas não andam muito longe das ofertas da Prisa, mais um por cento segundo Cebrián, e da Cofina, mais cinco por cento segundo o mercado. Só que os dois grupos preteridos podiam beneficiar de sinergias geradas pelas suas empresas e a Controlinveste dificilmente as terá. Oliveira já detém a meias com a PT (50% cada) a Sport TV e a Sportinveste Multimedia, mas suspendeu em Janeiro o seu mandato como administrador da PT Multimédia e já só detém cerca de 90 mil acções da empresa.
Alguns analistas vêem neste negócio uma forma de Oliveira potenciar ainda mais o seu negócio principal: o futebol. Se assim não for dificilmente o grupo Lusomundo poderá gerar uma rentabilidade capaz de pagar o investimento. Por outro lado a venda dos diferentes títulos e participações a retalho também parece estar fora de questão, quer porque a Controlinveste a desmentiu, quer porque o valor unitário das diferentes parcelas não perfaz os 300 milhões pagos por Oliveira. Além disso, também não parece despiciendo o interesse que algumas entidades ligadas ao negócio têm no desenvolvimento do futebol. A PT por causa da Sport TV, os bancos pelos financiamentos à construção dos estádios que, como se sabe, se pagam através de participação nas receitas de bilheteira.
Assim, independentemente de outros tipos de interesses que no futuro possam vir a ser descobertos, tudo indica que a primeira motivação de Joaquim Oliveira no negócio seja potenciar o fenómeno desportivo - além do mais, detém participações entre 10% e 32% nas SAD do Porto, Sporting, Boavista, Braga e Belenenses -, pelo que se pode admitir que num futuro próximo, sem pôr em causa a manutenção da independência editorial dos jornais, se vá assistir a uma verdadeira “futebolização” da imprensa.
A “futebolização” da imprensa
04-03-2005, Francisco Ferreira da Silva
A venda dos órgãos de comunicação detidos pela Portugal Telecom através da Lusomundo Media à Controlinveste, holding de Joaquim Oliveira que controla um grupo empresarial ligado ao negócio do futebol, gerou uma onda de estupefacção nos meios empresariais. Primeiro porque Oliveira só tem um jornal desportivo (O Jogo) e o seu core business é o futebol e depois porque não se lhe conhece músculo financeiro para suportar o negócio. Curiosamente a Cofina, de Paulo Fernandes, não reagiu e a Prisa só disse, por intermédio do administrador-delegado, Juan Luís Cebrián, que o processo foi “opaco” e “atípico dentro das normas das empresas cotadas”.
Quem pode estar ufano com o negócio é o presidente da PT e todo o seu conselho de administração, porque ainda conseguiu registar uma mais-valia num negócio que na sua génese foi considerado mau. A PT pagou, há cerca de quatro anos, 580 milhões de euros pela compra da Lusomundo. Agora, depois, em 2002, de ter “limpo” 226 milhões das contas, recebe 300 milhões e ainda fica com a rede de cinemas e os direitos sobre os filmes. Contas feitas, no final do negócio a PT Multimedia regista uma mais-valia de 45 milhões de euros.
Os 300,4 milhões acordados com Joaquim Oliveira excedem em muito os 200 a 250 milhões apontados pelos analistas para a Lusomundo Serviços, mas não andam muito longe das ofertas da Prisa, mais um por cento segundo Cebrián, e da Cofina, mais cinco por cento segundo o mercado. Só que os dois grupos preteridos podiam beneficiar de sinergias geradas pelas suas empresas e a Controlinveste dificilmente as terá. Oliveira já detém a meias com a PT (50% cada) a Sport TV e a Sportinveste Multimedia, mas suspendeu em Janeiro o seu mandato como administrador da PT Multimédia e já só detém cerca de 90 mil acções da empresa.
Alguns analistas vêem neste negócio uma forma de Oliveira potenciar ainda mais o seu negócio principal: o futebol. Se assim não for dificilmente o grupo Lusomundo poderá gerar uma rentabilidade capaz de pagar o investimento. Por outro lado a venda dos diferentes títulos e participações a retalho também parece estar fora de questão, quer porque a Controlinveste a desmentiu, quer porque o valor unitário das diferentes parcelas não perfaz os 300 milhões pagos por Oliveira. Além disso, também não parece despiciendo o interesse que algumas entidades ligadas ao negócio têm no desenvolvimento do futebol. A PT por causa da Sport TV, os bancos pelos financiamentos à construção dos estádios que, como se sabe, se pagam através de participação nas receitas de bilheteira.
Assim, independentemente de outros tipos de interesses que no futuro possam vir a ser descobertos, tudo indica que a primeira motivação de Joaquim Oliveira no negócio seja potenciar o fenómeno desportivo - além do mais, detém participações entre 10% e 32% nas SAD do Porto, Sporting, Boavista, Braga e Belenenses -, pelo que se pode admitir que num futuro próximo, sem pôr em causa a manutenção da independência editorial dos jornais, se vá assistir a uma verdadeira “futebolização” da imprensa.
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04-03-2005
A decisão do ministro das finanças definirá o seu “estilo”
Ex-ministros das Finanças divergem sobre momento ideal para apresentar OE rectificativo
Ao novo ministro das Finanças é pedida grande determinação. A sua posição sobre o OE rectificativo dará um sinal do seu estilo
04-03-2005
Redimensionamento das embalagens pode poupar dinheiro aos doentes
Região Centro desperdiça 30% dos medicamentos comprados
As primeiras conclusões do novo estudo da Associação Nacional das Farmácias apontam para um desperdício de 30% dos fármacos comprados pelos doentes, devido ao tamanho das embalagens. Os custos económicos não estão ainda quantificados. O estudo foi realizado pela ANF em conjunto com as farmácias e os Centros de Saúde da Região Centro.
04-03-2005
As cinco prioridades da OCDE
O caminho de Sócrates segundo a OCDE
A OCDE apresentou esta semana um “manual” de política económica que identifica aquelas que devem ser as prioridades de política em cada um dos trinta países que a compõem. Sobre Portugal o relatório “Economic Policy Reforms: Going for Growth” é claro: é urgente aumentar a produtividade da economia. Recomendações da OCDE que colocam em causa opções socialistas.
04-03-2005
Os primeiros 100 dias da Comissão Barroso
O homem que queria ser Jacques Delors
A reforma da Agenda de Lisboa marca os primeiros cem dias da presidência Barroso. Com fama de defender um programa ultraliberal, Barroso esbarra com um fraco apoio dentro do PE.
04-03-2005
Paris e Berlim insistem nos gigantes industriais
A política de concorrência da UniãoEuropeia (UE) não é a ideal para a criação de gigantes industriais europeus, que compitam à escala mundial. É esta a tese que defende o eixo franco-alemão há pelo menos um ano. Mas das palavras, o presidente Jacques Chirac e o chanceler alemão Gerhrad Schröder, querem passar aos actos já na próxima cimeira bilateral de 26 de Abril.
04-03-2005
Barril de brent atinge 53 dólares
Preço do petróleo em novo máximo histórico
O barril de crude atingiu esta semana o valor mais alto de sempre em Londres. A procura continua a crescer e a preocupação com uma eventual insuficiência da produção é inevitável
A decisão do ministro das finanças definirá o seu “estilo”
Ex-ministros das Finanças divergem sobre momento ideal para apresentar OE rectificativo
Ao novo ministro das Finanças é pedida grande determinação. A sua posição sobre o OE rectificativo dará um sinal do seu estilo
04-03-2005
Redimensionamento das embalagens pode poupar dinheiro aos doentes
Região Centro desperdiça 30% dos medicamentos comprados
As primeiras conclusões do novo estudo da Associação Nacional das Farmácias apontam para um desperdício de 30% dos fármacos comprados pelos doentes, devido ao tamanho das embalagens. Os custos económicos não estão ainda quantificados. O estudo foi realizado pela ANF em conjunto com as farmácias e os Centros de Saúde da Região Centro.
04-03-2005
As cinco prioridades da OCDE
O caminho de Sócrates segundo a OCDE
A OCDE apresentou esta semana um “manual” de política económica que identifica aquelas que devem ser as prioridades de política em cada um dos trinta países que a compõem. Sobre Portugal o relatório “Economic Policy Reforms: Going for Growth” é claro: é urgente aumentar a produtividade da economia. Recomendações da OCDE que colocam em causa opções socialistas.
04-03-2005
Os primeiros 100 dias da Comissão Barroso
O homem que queria ser Jacques Delors
A reforma da Agenda de Lisboa marca os primeiros cem dias da presidência Barroso. Com fama de defender um programa ultraliberal, Barroso esbarra com um fraco apoio dentro do PE.
04-03-2005
Paris e Berlim insistem nos gigantes industriais
A política de concorrência da UniãoEuropeia (UE) não é a ideal para a criação de gigantes industriais europeus, que compitam à escala mundial. É esta a tese que defende o eixo franco-alemão há pelo menos um ano. Mas das palavras, o presidente Jacques Chirac e o chanceler alemão Gerhrad Schröder, querem passar aos actos já na próxima cimeira bilateral de 26 de Abril.
04-03-2005
Barril de brent atinge 53 dólares
Preço do petróleo em novo máximo histórico
O barril de crude atingiu esta semana o valor mais alto de sempre em Londres. A procura continua a crescer e a preocupação com uma eventual insuficiência da produção é inevitável
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Autoridade da Concorrência e AACS notificadas na próxima semana
Joaquim Oliveira garante que não vai “retalhar” Lusomundo
A PT Multimedia e a Controlinveste, detida pelo empresário Joaquim Oliveira, assinaram na terça-feira, 1 de Março, um contrato promessa de compra e venda da Lusomundo Media. O negócio envolve um valor de 300,4 milhões de euros e Ronaldo Oliveira, número dois da Controlinvest, garante que não está prevista a venda a terceiros de nenhum dos activos do grupo.
04-03-2005
Deputado socialista pede para deixar funções executivas na EDP
Luís Braga da Cruz converte-se em consultor de Talone na EDP
Luís Braga da Cruz, ex-ministro de Guterres e actual presidente da Enernova, depois eleito deputado, pediu a Talone para deixar de ser executivo do Grupo EDP, ao contrário do que fez Pina Moura com a Iberdrola.
04-03-2005
Resultados do 4º trimestre
PT pior na rede móvel do que rede fixa
A PT apresentou os resultados anuais. Os lucros subiram 108% para 500 milhões. A actividade doméstica no geral correu bem. Excepção para a rede móvel cuja performance foi pior ao nível do EBITDA e custos. a TMN registou uma queda do uso por minutos, contrária à tendência europeia.
04-03-2005
Redes Totta e Santander crescem
Santander Totta aumenta balcões em contraciclo
O Grupo Santander apostou no crescimento orgânico em Portugal, dada a falta de oportunidades de crescimento por aquisições. Depois da integração da rede CPP, o Totta tem 503 balcões. Mas com a rede Santander já atinge as 630 agências bancárias.
04-03-2005
Portugal está fora dos projectos de expansão da rede de balcões do Banco Bilbao Viscaya
Os planos de expansão de balcões do Banco Bilbao Viscaya Argentaria (BBVA) passam ao lado de Portugal. Na Assembleia Anual de Accionistas, realizada na semana passada, em Bilbao, o presidente, Francisco González, anunciou o lançamento de um programa de expansão da rede da unidade de banca de retalho em Espanha e Portugal.
04-03-2005
Nova estratégia de marketing
BIG lança Kit do Investidor para “caçar” clientes na distribuição
AA nova estratégia de marketing do Banco de Investimento Global (BIG) passa por tentar angariar clientes junto da FNAC e Worten, entre outras redes de distribuição.
Joaquim Oliveira garante que não vai “retalhar” Lusomundo
A PT Multimedia e a Controlinveste, detida pelo empresário Joaquim Oliveira, assinaram na terça-feira, 1 de Março, um contrato promessa de compra e venda da Lusomundo Media. O negócio envolve um valor de 300,4 milhões de euros e Ronaldo Oliveira, número dois da Controlinvest, garante que não está prevista a venda a terceiros de nenhum dos activos do grupo.
04-03-2005
Deputado socialista pede para deixar funções executivas na EDP
Luís Braga da Cruz converte-se em consultor de Talone na EDP
Luís Braga da Cruz, ex-ministro de Guterres e actual presidente da Enernova, depois eleito deputado, pediu a Talone para deixar de ser executivo do Grupo EDP, ao contrário do que fez Pina Moura com a Iberdrola.
04-03-2005
Resultados do 4º trimestre
PT pior na rede móvel do que rede fixa
A PT apresentou os resultados anuais. Os lucros subiram 108% para 500 milhões. A actividade doméstica no geral correu bem. Excepção para a rede móvel cuja performance foi pior ao nível do EBITDA e custos. a TMN registou uma queda do uso por minutos, contrária à tendência europeia.
04-03-2005
Redes Totta e Santander crescem
Santander Totta aumenta balcões em contraciclo
O Grupo Santander apostou no crescimento orgânico em Portugal, dada a falta de oportunidades de crescimento por aquisições. Depois da integração da rede CPP, o Totta tem 503 balcões. Mas com a rede Santander já atinge as 630 agências bancárias.
04-03-2005
Portugal está fora dos projectos de expansão da rede de balcões do Banco Bilbao Viscaya
Os planos de expansão de balcões do Banco Bilbao Viscaya Argentaria (BBVA) passam ao lado de Portugal. Na Assembleia Anual de Accionistas, realizada na semana passada, em Bilbao, o presidente, Francisco González, anunciou o lançamento de um programa de expansão da rede da unidade de banca de retalho em Espanha e Portugal.
04-03-2005
Nova estratégia de marketing
BIG lança Kit do Investidor para “caçar” clientes na distribuição
AA nova estratégia de marketing do Banco de Investimento Global (BIG) passa por tentar angariar clientes junto da FNAC e Worten, entre outras redes de distribuição.
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04-03-2005
Câmbios
A China e os défices norte-americanos...
Quais as consequenciais para a economia global se a actual ideologia sobre o equilíbrio económico mundial estiver pura e simplesmente errada? De momento, é senso comum afirmar que a estabilização dos défices norte americanos e o reequilíbrio das economias mundiais terá de passar, essencialmente, pela reavaliação da moeda chinesa.
04-03-2005
Futuros
Mercado volta à valorização
Após uma queda acentuada, que levou o PSI-20 para valores abaixo dos 8.000 pontos, nestas últimas sessões regressou-se à toada altista que tem regido este início de 2005, embora ainda de forma comedida.
04-03-2005
Dívida
Preços em ligeira baixa
A última semana foi caracterizada por uma relativa estabilidade ao nível da variação das yields de dívida soberana na Zona Euro, com uma ligeira inclinação ascendente. De facto, as áreas média e longa da curva do euro experimentaram uma pequena subida das yields, entre 3 e 5 pontos base, enquanto que o lado curto ficou em terreno neutral.
Câmbios
A China e os défices norte-americanos...
Quais as consequenciais para a economia global se a actual ideologia sobre o equilíbrio económico mundial estiver pura e simplesmente errada? De momento, é senso comum afirmar que a estabilização dos défices norte americanos e o reequilíbrio das economias mundiais terá de passar, essencialmente, pela reavaliação da moeda chinesa.
04-03-2005
Futuros
Mercado volta à valorização
Após uma queda acentuada, que levou o PSI-20 para valores abaixo dos 8.000 pontos, nestas últimas sessões regressou-se à toada altista que tem regido este início de 2005, embora ainda de forma comedida.
04-03-2005
Dívida
Preços em ligeira baixa
A última semana foi caracterizada por uma relativa estabilidade ao nível da variação das yields de dívida soberana na Zona Euro, com uma ligeira inclinação ascendente. De facto, as áreas média e longa da curva do euro experimentaram uma pequena subida das yields, entre 3 e 5 pontos base, enquanto que o lado curto ficou em terreno neutral.
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Índice em destaque
DAX reencontra tendência
O reencontro do Dax com a sua tendência ascendente de médio prazo (TAmp) no final de Janeiro foi o ponto de partida para um novo movimento de alta, que permitiu com que o índice atingisse valores ligeiramente superiores a 4.400 pontos, ou seja, o seu nível mais elevado desde Julho de 2002. O Dax não teve “força” para testar o topo do canal ascendente, mas esta pecha não parece indiciar qualquer fragilidade no seu movimento de alta de médio prazo.
Acção em destaque
SonaeCom alivia de máximos
As últimas semanas foram caracterizados por uma considerável correcção na SonaeCom, num movimento iniciado após este papel atingir um máximo desde Maio de 2001 a 4,45 euros. Este título encontrou recentemente um suporte nos 4,10 euros, ainda antes de testar a sua tendência ascendente de curto prazo (TAcp), pois embora a correcção iniciada no final de Janeiro tenha sido bastante acentuada, esta linha de tendência ainda não foi atingida.
DAX reencontra tendência
O reencontro do Dax com a sua tendência ascendente de médio prazo (TAmp) no final de Janeiro foi o ponto de partida para um novo movimento de alta, que permitiu com que o índice atingisse valores ligeiramente superiores a 4.400 pontos, ou seja, o seu nível mais elevado desde Julho de 2002. O Dax não teve “força” para testar o topo do canal ascendente, mas esta pecha não parece indiciar qualquer fragilidade no seu movimento de alta de médio prazo.
Acção em destaque
SonaeCom alivia de máximos
As últimas semanas foram caracterizados por uma considerável correcção na SonaeCom, num movimento iniciado após este papel atingir um máximo desde Maio de 2001 a 4,45 euros. Este título encontrou recentemente um suporte nos 4,10 euros, ainda antes de testar a sua tendência ascendente de curto prazo (TAcp), pois embora a correcção iniciada no final de Janeiro tenha sido bastante acentuada, esta linha de tendência ainda não foi atingida.
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Colaboração JPMorgan Fleming
Recursos naturais: uma alternativa de diversificação
O sector dos recursos naturais tem uma baixa correlação com o resto do mercado, proporcionando uma alternativa interessante para a diversificação da carteira de investimentos.
04-03-2005, Carlos Varela
Com uma correlação historicamente baixa com o resto do mercado, o sector dos Recursos Naturais proporciona uma alternativa interessante para a diversificação da carteira. Através da exploração desta ausência de correlação, o nível global de risco numa carteira pode ser reduzido. Tal deve-se ao facto dos factores que determinam o sector dos Recursos Naturais serem, muitas vezes, diferentes daqueles que determinam o comportamento dos mercados de acções e de obrigações.
Tomemos o ouro como exemplo. Este metal amarelo é tradicionalmente considerado como um “valor seguro”, em tempos de incerteza política e económica. Assim, à medida que os investidores procuram no ouro o abrigo contra as turbulências dos mercados accionistas, as cotações das acções dos produtores de ouro valorizam-se, enquanto outros sectores do mercado caem.
Por outro lado, à medida que a economia global se estabiliza em termos de crescimento, a procura de bens pelos países pode disparar. É o caso da China que é, hoje, o maior consumidor de minério de ferro, aço e cobre. Só em 2003, a China consumiu mais de metade da produção mundial de cimento. Absorveu também 30% da produção global de carvão e aumentou em 110% o volume das suas importações de níquel. Quanto ao aço, o aumento sustentado do preço desse metal, o mais alto nos últimos 30 anos, pode ser justificado graças à procura chinesa. Este país continua a desempenhar um papel de protagonismo na aquisição de matérias-primas a nível global. O seu apetite insaciável por bens fez disparar as acções das empresas do sector mineiro. Além disso, prevê-se que a sua procura continue de boa saúde no futuro, já que a sua economia continua a crescer, contribuindo para a robustez da procura de recursos naturais.
Actualmente, o sector está a passar por uma forte reviravolta na procura associada a uma oferta escassa, que faz com que os preços das matérias-primas subam, criando algumas oportunidades de investimento excelentes, para investidores que procuram aumentar a rentabilidade das suas carteiras.
Contudo, acreditamos que é provável que o equilíbrio entre a oferta e a procura continue tenso, graças a uma série de mudanças estruturais que estão a ocorrer. Antes de mais, a situação recente do mercado, com o valor dos títulos a subir, precisa de ser contextualizada. Embora os preços base dos metais tenham subido bastante nos últimos tempos, o sector tem estado em deflação desde 1988 e o cabaz ponderado de preços das matérias-primas transaccionadas da London Metal Exchange (LME- Bolsa de Valores de Metais de Londres) permanece 30% abaixo do auge que atingiu em 1988. Até agora, em 2005, tudo parece indicar que o aumento dos preços do minério de ferro está a ser negociado entre 50 a 100% acima dos valores do ano passado. Isto segue-se a um negócio relativamente ao carvão de coque com um aumento de preço de 120%. A Nissan viu-se forçada a uma paragem na produção, durante uma semana em Dezembro, devido a uma falta de aço.
O aumento do consumo per capita é ainda outro factor. Muito disto faz parte da natureza cíclica das matérias-primas e do facto de tradicionalmente a uma subida do mercado se seguir rapidamente uma quebra. Na nossa opinião, que permanece inalterada há vários anos, estamos a passar por um período de alteração estrutural no mercado das matérias-primas, no qual os produtores terão de ultrapassar muitos desafios para estar à altura da procura. Esta mudança estrutural reflecte o facto de uma grande maioria da população mundial estar apenas agora a começar a consumir matérias-primas. Para ter uma ideia mais clara do potencial de procura, é preciso ter em conta que actualmente há apenas 8 carros por cada 1.000 lares na China, enquanto no Japão há mais de 500 e mais de 900 nos EUA. Prevê-se que o consumo per capita de cobre na China aumente pelo menos 10% nos próximos dez anos.
Para além disso, é possível ver que a oferta está a cair para níveis críticos. Como resultado de quase duas décadas de deflação dos preços, do aumento da procura dos Mercados Emergentes e do aumento do crescimento da OCDE, é natural que as provisões de bens sejam muito baixas. As existências básicas de metal continuaram a cair praticamente todos os dias, nos armazéns da LME e é de prever que os stocks atinjam os seus valores mais baixos dos últimos 15 anos. No final de Outubro, as existências, em termos de semanas de consumo, eram inferiores a uma semana para o ferro, 2,2 semanas para o chumbo e perto das cinco semanas ou menos para o níquel e para o zinco. Actualmente, os stocks de cobre da LME são inferiores às necessidades de um dia. Com a procura chinesa a reacelerar, prevêem-se falhas de provisões, o que constitui uma receita clara para futuros aumentos de preços.
Do lado dos preços, vemos um apoio da procura para os preços da energia. Com a OPEP a produzir perto de 30 milhões de barris de petróleo por dia, era de esperar que as reservas da OCDE estivessem a abarrotar. Contudo, não foram feitas provisões, a capacidade extra é marginal e a incerteza política permanece. Consequentemente, a possibilidade do preço por barril de petróleo cair abaixo dos 30 dólares americanos é extremamente remota.
Por fim, os preços não reflectem os ganhos futuros. Os analistas têm sido reticentes no que toca a aumentar as suas estimativas para os bens de consumo e, por isso, os ganhos das empresas têm repetidamente ultrapassado as expectativas. Há agora espaço para revisões substancialmente em alta no que toca às perspectivas de lucros a curto e a médio prazo, o que deverá dar um ainda maior estímulo aos preços das acções neste sector. Os múltiplos dos futuros preços/ganhos para 2005, para muitas empresas, estão actualmente nas dezenas, o que não parece ter reflexo no crescente aumento da procura na China e noutros países.
É de esperar que haja alguma volatilidade no sector das matérias-primas, à medida que os investidores passam de uma visão cíclica tradicional do mercado para o reconhecimento destas mudanças estruturais. Contudo, o sentimento dos consumidores e do mercado nas principais economias continua a ser razoavelmente forte, podendo antecipar a reaceleração do crescimento global em meados do ano. Tal apoiaria a procura nos mercados de bens de consumo, com a China a consolidar a sua posição como o maior consumidor de uma série de materiais e, ao mesmo tempo, como o consumidor em mais rápida expansão. As dificuldades da oferta no que toca ao mercado petrolífero devem continuar, com décadas de um subinvestimento no Golfo difícil de reverter e com prazos para a capacidade de nova exploração medidos em anos. Com tudo isto, acreditamos que a tendência no mercado irá, seguramente, continuar a crescer.
Recursos naturais: uma alternativa de diversificação
O sector dos recursos naturais tem uma baixa correlação com o resto do mercado, proporcionando uma alternativa interessante para a diversificação da carteira de investimentos.
04-03-2005, Carlos Varela
Com uma correlação historicamente baixa com o resto do mercado, o sector dos Recursos Naturais proporciona uma alternativa interessante para a diversificação da carteira. Através da exploração desta ausência de correlação, o nível global de risco numa carteira pode ser reduzido. Tal deve-se ao facto dos factores que determinam o sector dos Recursos Naturais serem, muitas vezes, diferentes daqueles que determinam o comportamento dos mercados de acções e de obrigações.
Tomemos o ouro como exemplo. Este metal amarelo é tradicionalmente considerado como um “valor seguro”, em tempos de incerteza política e económica. Assim, à medida que os investidores procuram no ouro o abrigo contra as turbulências dos mercados accionistas, as cotações das acções dos produtores de ouro valorizam-se, enquanto outros sectores do mercado caem.
Por outro lado, à medida que a economia global se estabiliza em termos de crescimento, a procura de bens pelos países pode disparar. É o caso da China que é, hoje, o maior consumidor de minério de ferro, aço e cobre. Só em 2003, a China consumiu mais de metade da produção mundial de cimento. Absorveu também 30% da produção global de carvão e aumentou em 110% o volume das suas importações de níquel. Quanto ao aço, o aumento sustentado do preço desse metal, o mais alto nos últimos 30 anos, pode ser justificado graças à procura chinesa. Este país continua a desempenhar um papel de protagonismo na aquisição de matérias-primas a nível global. O seu apetite insaciável por bens fez disparar as acções das empresas do sector mineiro. Além disso, prevê-se que a sua procura continue de boa saúde no futuro, já que a sua economia continua a crescer, contribuindo para a robustez da procura de recursos naturais.
Actualmente, o sector está a passar por uma forte reviravolta na procura associada a uma oferta escassa, que faz com que os preços das matérias-primas subam, criando algumas oportunidades de investimento excelentes, para investidores que procuram aumentar a rentabilidade das suas carteiras.
Contudo, acreditamos que é provável que o equilíbrio entre a oferta e a procura continue tenso, graças a uma série de mudanças estruturais que estão a ocorrer. Antes de mais, a situação recente do mercado, com o valor dos títulos a subir, precisa de ser contextualizada. Embora os preços base dos metais tenham subido bastante nos últimos tempos, o sector tem estado em deflação desde 1988 e o cabaz ponderado de preços das matérias-primas transaccionadas da London Metal Exchange (LME- Bolsa de Valores de Metais de Londres) permanece 30% abaixo do auge que atingiu em 1988. Até agora, em 2005, tudo parece indicar que o aumento dos preços do minério de ferro está a ser negociado entre 50 a 100% acima dos valores do ano passado. Isto segue-se a um negócio relativamente ao carvão de coque com um aumento de preço de 120%. A Nissan viu-se forçada a uma paragem na produção, durante uma semana em Dezembro, devido a uma falta de aço.
O aumento do consumo per capita é ainda outro factor. Muito disto faz parte da natureza cíclica das matérias-primas e do facto de tradicionalmente a uma subida do mercado se seguir rapidamente uma quebra. Na nossa opinião, que permanece inalterada há vários anos, estamos a passar por um período de alteração estrutural no mercado das matérias-primas, no qual os produtores terão de ultrapassar muitos desafios para estar à altura da procura. Esta mudança estrutural reflecte o facto de uma grande maioria da população mundial estar apenas agora a começar a consumir matérias-primas. Para ter uma ideia mais clara do potencial de procura, é preciso ter em conta que actualmente há apenas 8 carros por cada 1.000 lares na China, enquanto no Japão há mais de 500 e mais de 900 nos EUA. Prevê-se que o consumo per capita de cobre na China aumente pelo menos 10% nos próximos dez anos.
Para além disso, é possível ver que a oferta está a cair para níveis críticos. Como resultado de quase duas décadas de deflação dos preços, do aumento da procura dos Mercados Emergentes e do aumento do crescimento da OCDE, é natural que as provisões de bens sejam muito baixas. As existências básicas de metal continuaram a cair praticamente todos os dias, nos armazéns da LME e é de prever que os stocks atinjam os seus valores mais baixos dos últimos 15 anos. No final de Outubro, as existências, em termos de semanas de consumo, eram inferiores a uma semana para o ferro, 2,2 semanas para o chumbo e perto das cinco semanas ou menos para o níquel e para o zinco. Actualmente, os stocks de cobre da LME são inferiores às necessidades de um dia. Com a procura chinesa a reacelerar, prevêem-se falhas de provisões, o que constitui uma receita clara para futuros aumentos de preços.
Do lado dos preços, vemos um apoio da procura para os preços da energia. Com a OPEP a produzir perto de 30 milhões de barris de petróleo por dia, era de esperar que as reservas da OCDE estivessem a abarrotar. Contudo, não foram feitas provisões, a capacidade extra é marginal e a incerteza política permanece. Consequentemente, a possibilidade do preço por barril de petróleo cair abaixo dos 30 dólares americanos é extremamente remota.
Por fim, os preços não reflectem os ganhos futuros. Os analistas têm sido reticentes no que toca a aumentar as suas estimativas para os bens de consumo e, por isso, os ganhos das empresas têm repetidamente ultrapassado as expectativas. Há agora espaço para revisões substancialmente em alta no que toca às perspectivas de lucros a curto e a médio prazo, o que deverá dar um ainda maior estímulo aos preços das acções neste sector. Os múltiplos dos futuros preços/ganhos para 2005, para muitas empresas, estão actualmente nas dezenas, o que não parece ter reflexo no crescente aumento da procura na China e noutros países.
É de esperar que haja alguma volatilidade no sector das matérias-primas, à medida que os investidores passam de uma visão cíclica tradicional do mercado para o reconhecimento destas mudanças estruturais. Contudo, o sentimento dos consumidores e do mercado nas principais economias continua a ser razoavelmente forte, podendo antecipar a reaceleração do crescimento global em meados do ano. Tal apoiaria a procura nos mercados de bens de consumo, com a China a consolidar a sua posição como o maior consumidor de uma série de materiais e, ao mesmo tempo, como o consumidor em mais rápida expansão. As dificuldades da oferta no que toca ao mercado petrolífero devem continuar, com décadas de um subinvestimento no Golfo difícil de reverter e com prazos para a capacidade de nova exploração medidos em anos. Com tudo isto, acreditamos que a tendência no mercado irá, seguramente, continuar a crescer.
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04-03-2005
Acções em destaque em Portugal
PT Multimedia sobe 3% na semana
A PT Multimedia apresentou na passada quinta-feira, dia 03, os resultados correspondentes ao ano de 2004. A empresa anunciou uma subida do resultado líquido para 110 milhões de euros de 31 milhões de euros em 2003. A empresa vai propor em Assembleia Geral distribuir um dividendo de 50 cêntimos, superando largamente os oito cêntimos pagos no ano anterior. Em Setembro, a PTM tinha anunciado a intenção de distribuir um dividendo até 40 cêntimos, surpreendendo o mercado pela positiva.
04-03-2005
...e no estrangeiro
Morte de paciente afunda Biogen
O futuro que nos prometem as terapias desenvolvidas com recurso à biotecnlogia sofreram esta semana um revés. Na segunda-feira, a americana Biogen e a irlandesa Elan suspenderam a comercialização do Tysabri, um fármaco para o tratamento da esclerose múltipla, após a morte de um utilizador com uma rara infecção do cérebro e do sistema nervoso central, que poderá estar ligada ao medicamento.
Acções em destaque em Portugal
PT Multimedia sobe 3% na semana
A PT Multimedia apresentou na passada quinta-feira, dia 03, os resultados correspondentes ao ano de 2004. A empresa anunciou uma subida do resultado líquido para 110 milhões de euros de 31 milhões de euros em 2003. A empresa vai propor em Assembleia Geral distribuir um dividendo de 50 cêntimos, superando largamente os oito cêntimos pagos no ano anterior. Em Setembro, a PTM tinha anunciado a intenção de distribuir um dividendo até 40 cêntimos, surpreendendo o mercado pela positiva.
04-03-2005
...e no estrangeiro
Morte de paciente afunda Biogen
O futuro que nos prometem as terapias desenvolvidas com recurso à biotecnlogia sofreram esta semana um revés. Na segunda-feira, a americana Biogen e a irlandesa Elan suspenderam a comercialização do Tysabri, um fármaco para o tratamento da esclerose múltipla, após a morte de um utilizador com uma rara infecção do cérebro e do sistema nervoso central, que poderá estar ligada ao medicamento.
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04-03-2005
Análise de bolsa
Habituámo-nos ao preço elevado do petróleo?
Nos últimos meses habituámo-nos a ver os mercados accionistas cair sempre que o petróleo subia. Esta semana isso não aconteceu. Nas últimas cinco sessões até ontem ao meio da tarde, os futuros do crude em Nova Iorque subiram 3,91% para os 53,4 dólares por barril, o valor mais elevado desde Outubro. No mesmo período, as acções americanas e europeias subiram 0,88% (Dow Jones) e 1,86% (Eurostoxx50).
Análise de bolsa
Habituámo-nos ao preço elevado do petróleo?
Nos últimos meses habituámo-nos a ver os mercados accionistas cair sempre que o petróleo subia. Esta semana isso não aconteceu. Nas últimas cinco sessões até ontem ao meio da tarde, os futuros do crude em Nova Iorque subiram 3,91% para os 53,4 dólares por barril, o valor mais elevado desde Outubro. No mesmo período, as acções americanas e europeias subiram 0,88% (Dow Jones) e 1,86% (Eurostoxx50).
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Bolsas celebram 5º aniversário desde os máximos históricos
Mais cinco anos para voltar aos máximos de 2000
O mês de Março é pródigo em efemérides. Passaram cinco anos desde que os mercados atingiram os máximos históricos. Para voltar a estes valores, a crescer ao ritmo de 2004 o PSI-20 ainda terá de aguardar mais cinco anos e três meses e o Nasdaq mais de 30 anos.
04-03-2005, André Veríssimo e Mafalda Anjos
Foi há cinco anos que os investidores europeus passaram do céu ao inferno. Em Março do ano 2000, as principais bolsas de acções de todo o Mundo fixaram o valor mais alto de sempre deslumbradas com as potencialidades da “nova economia”. Foi o culminar do mais longo bull market de sempre, iniciado em 1982. No dia seguinte, iniciaram uma queda vertiginosa, que se arrastou por três anos. A praça financeira lisboeta não foi excepção. O PSI-20 fixou o valor mais elevado de sempre no dia 3 de Março, caindo depois 65,7%. Apesar da recuperação dos últimos dois anos, com os baixos retornos esperados pelos analistas, só lá para 2010 é que a Bolsa de Lisboa deverá voltar ao máximo histórico.
Para Patrick Mange, reponsável pela estratégia de investimento do BNP Paribas AM, o pessimismo que se instalou nos mercados ainda perdura. “Durante os anos de abundância que precederam o crash bolsista do ano 2000, a maioria dos investidores institucionais e particulares, embriagados por rendibilidades de dois dígitos, entregou-se, sem restrições, ao culto da nova economia”, enuncia numa nota de research recente. “Hoje, após esse sonho ter sido brutalmente desfeito, já nem sequer acreditam na sustentabilidade do crescimento económico, apesar de o mesmo durar há cerca de três anos”, sustenta. “Na verdade, o hábito sobrepõe-se à razão”, remata.
O mercado accionista viveu três anos particularmente difíceis. Além da correcção dos excessos da bolha especulativa, as bolsas foram apanhadas pelos atentados de 11 de Setembro, pelos sucessivos escândalos contabilísticos em empresas de referência, pela recessão económica e pela Guerra do Iraque. É natural que muitos investidores ainda não se tenham reconciliado com o mercado depois das avultadas perdas que sofreram.
Lembra-se da ParaRede a 8,77 euros, da PT Multimédia a 132 euros ou da Reditus a 11,61 euros? É quanto estas empresas valiam no auge da bolha. Preços que ainda hoje devem deixar muitos investidores nacionais com um nó no estômago. Os mesmos títulos valem hoje 0,39, 19,41 e 3,65 euros, respectivamente. Ou seja, acumulam uma desvalorização de 96%, 85% e 69%.
Uma lição para a vida
E não se pense que a bolha afectou apenas os investidores particulares. Os gestores profissionais também se deixaram “apanhar”. “Para muitos gestores de carteiras como eu, que nunca tínhamos visto um bear market nas nossas vidas profissionais, esta foi sem dúvida uma forma dura de aprender a lidar com os mercados accionistas. No futuro, sobreviverão aqueles gestores que souberem tirar as correctas lições do que lhes foi dado a aprender pelo mercado”, afirma Virgílio Garcia, gestor de acções na BPI Fundos.
Muitos ainda conservarão em carteira esses “destroços” da bolha à espera de melhores dias. Que vão demorar longos anos a chegar. Os analistas são unânimes ao afirmar que os retornos elevados a que se assistiu, com ganhos na casa das várias dezenas, pertencem ao passado. As acções vão continuar a proporcionar rendibilidades positivas, mas abaixo dos 10%.
“ Os anos 90 caracterizaram-se por retornos anualizados nas acções entre 12% e 14%. É improvável que voltemos a ver retornos dessa magnitude no curto prazo, dadas as nossas previsões de crescimento económico lento e subida das taxas de juro - historicamente um ambiente em que não se espera uma valorização significativa dos mercados”, diz Olaf Sidler, responsável pela gestão de fundos de acções europeias da inglesa Schroders.
Foi no dia 10 de Março de 2000 que o Nasdaq, o mercado bolsista que muitas das empresas da nova economia escolheram para cotar as suas empresas e que se tornaria sinónimo da “bolha”, atingiu o seu valor mais alto de sempre nos 5048 pontos. Terminou o ano a cair perto de 40%, depois de somar 85,59% em 1999. Durante três anos caiu até aos 1114 pontos, perdendo quase quatro quintos do seu valor.
Num contexto de baixos retornos, e tendo como referência a rendibilidade observada em 2004 - 2,95% - o Nasdaq vai precisar de mais de 30 anos para voltar ao máximo. Henrique Gregório, gestor de activos em Nova Iorque num conceituado banco de investimento, com 48 anos, não acredita que vai viver o suficiente para ver o Nasdaq de novo nos 5000 pontos. Neste momento está nos 2000 pontos, a mais de 140% do máximo.
Na Europa o cenário é mais benigno. O mercado accionista do Velho Continente, medido pelo índice Eurostoxx50, atingiu o valor mais elevado de sempre a 6 de Março de 2000, nos 5464 pontos. Chegou ao mínimo em 12 de Março de 2003, nos 1849 pontos. Ao ritmo dos ganhos de 2004 - 6,9% - levará mais de oito meses a chegar ao topo.
O principal índice da bolsa de Lisboa está mais perto de voltar ao máximo. Dos actuais 7900 pontos, tem quase de duplicar de valor para chegar aos históricos 14822 pontos a que fechou a 3 de Março de 2000. Ao ritmo de 2004 - 12,64% - levará cinco anos e quatro meses para ultrapassar o anterior pico.
“Sabemos pela história que pode demorar muito tempo até os mercados regressarem a um mega-pico”, diz Olaf Sidler. O responsável da Schroders afirma que é impossível avançar uma data, mas lembra um exemplo: “Após a recessão dos anos 30, só nos anos 50 os mercados regressaram aos máximos anteriores”.
A bolha vista de Nova Iorque
Quando terminei os meus estudos em Washington em 1982, estava longe de imaginar que o maior bull market de sempre tinha começado em Agosto desse ano. É verdade, em Agosto de 1982 dava-se início a um movimento ascendente da bolsa em Nova Iorque que duraria quase 18 anos e levaria os principais índices a níveis jamais concebidos. Tivemos alguns soluços pelo caminho. O crash de 1987, tão marcante nessa data, acabaria por ser um mero sobressalto no caminho para o Nasdaq 5.000. A crise asiática no Outono de 1998 surge ironicamente no limiar dos dois últimos anos do século XX conhecidos agora como “a bolha”.
Nos mercados financeiros as bolhas especulativas são inevitáveis. Mas se assim é, por que motivo estamos condenados a repeti-las ?
Porque o estado de espírito do investidor varia constantemente entre a euforia e o pânico. Ao longo da minha carreira, tenho conhecido relativamente poucos investidores “moderados”. E o meu maior desafio tem sido tentar travar aqueles que se crêem “moderados”, mas insistem em adoptar estratégias agressivas. Não tenho o direito de os culpar ou julgar por isso. Quando o ambiente que nos rodeia, incluindo amigos, colegas, familiares, televisão, jornais, analistas e gurus, nos bombardeia diariamente com mensagens de euforia é bem difícil resistir à tentação. Nesse ambiente vivemos entre 1997 e 2001.
Hoje acredito que não voltarei a ver Nasdaq 5.000. Durante ‘99 e 00’, os mercados financeiros perderam todo o contacto com a realidade empresarial. Por impossível que pareça, excedeu-se a bolha de ‘27/’29. São situações que vemos uma vez na vida, “once in a lifetime”. Em 1982, os P/Es das blue chips em Nova Iorque rondavam os 8/9 e acreditava-se que uma taxa de juro USD de 14% continuaria indefinidamente. Em 1999, eu não conseguia vender obrigações USD a 7,00% (sem risco) porque o retorno “normal” de uma carteira sob gestão deveria ser de 25,00%.
Ser gestor de activos nessa altura foi algo inesquecível. Dias sem almoçar. Chegar ao escritório as 7H30 da manhã e terminar o dia às 20H30 com os colegas a festejar mais um recorde dos índices. Dias na praia (de “ferias”) ao telefone com os traders durante 3 horas a comprar e vender nomes que hoje já desapareceram do mercado. Dois telemóveis sempre presentes “no caso de...”.Uma sensação de estar a assistir a algo incrível que não tem descrição.
Lembro-me também da dificuldade em contratar assistentes e “júniors” porque não era sexy trabalhar numa financeira multinacional. Os rapazes e raparigas entravam às centenas nas dotcoms recém-formadas com esperança de construir uma nova JDSU ou Redback. Nunca esquecerei os comentários oriundos de personagens mediáticos que repetiam “nesta nova economia, os ciclos económicos desapareceram...”
E é impossível apagar a imagem, em plena recessão económica de 2002, da minha visita a uma corretora amiga em Lisboa. Uma cliente da casa, ao saber que eu estava recém-chegado de Nova Iorque, aproximou-se de mim e com enorme ansiedade nos olhos questionou-me “ Sr.Dr., acha que é o momento de entrar na Cisco???” “Live and learn, live and learn...” Quantos hoje aceitariam sem hesitar 7,00% sem risco?
Como os portugueses viveram o ano 2000
O Gestor de fundos
O inicio de 2000, foi sem dúvida um período de grande especulação, onde a grande maioria dos investidores pensou ter arranjado uma forma fácil de ganhar dinheiro.
Quem não se lembra das famosas “.com” sem resultados que subiam muitos por cento logo no próprio dia de admissão à cotação apenas baseado em expectativas futuras. Para muitos gestores de carteiras como eu, que nunca tínhamos visto um bear market nas nossas vidas profissionais, esta foi sem dúvida uma forma dura de aprender a lidar com os mercados accionistas.
No futuro, sobreviverão aqueles gestores que souberem tirar as correctas lições daquilo que lhes foi dado a aprender pelo mercado. Contudo, e baseado apenas nos dados históricos dos outros bull markets que aconteceram ao longo da história, penso que voltaremos novamente a ver “febres especulativas” semelhantes às do final da década de 90, bem como veremos as ondas correctivas desses excessos. Acima de tudo, a maior lição a tirar prende-se com a necessidade permanente de adaptação ao ambiente de mercado para com isso, pelo menos, reduzir o potencial de perdas.
A Economista
Do final dos anos 90, recordo-me da euforia. Vivia-se um tempo frenético, marcado pela facilidade na obtenção de mais-valias. Os mercados chegaram ao homem da rua. As TMT estavam na moda e havia quem se endividasse para comprar acções. Acreditava-se na Nova Economia, num admirável mundo novo. Surgiu um novo paradigma tecnológico. As tecnologias da informação possibilitaram importantes acréscimos de produtividade. Hoje, dispõe-se de melhores meios de comunicação, mas as regras económicas prevalecem inalteradas. Surpreendeu-me a aceitação acrítica da avaliação das empresas “da Internet” (ex: Amazon) segundo uma lógica de negócio novo ou mediante mera comparação entre pares, quando se trata de um negócio tradicional recorrendo a canais inovadores. Outro aspecto marcante foi a aparente facilidade em ganhar dinheiro num mercado unidireccional. Dizia-se que se vivia nos dias do Zé Longo.
Mas este fenómeno não foi único. No final do séc. XIX, com os comboios, e, nos anos 60, com a televisão e automóvel, novos paradigmas tecnológicos, registaram-se evoluções semelhantes. O mercado voltará a viver tempos idênticos quando surgir outro paradigma que permita outro salto produtivo.
Mais cinco anos para voltar aos máximos de 2000
O mês de Março é pródigo em efemérides. Passaram cinco anos desde que os mercados atingiram os máximos históricos. Para voltar a estes valores, a crescer ao ritmo de 2004 o PSI-20 ainda terá de aguardar mais cinco anos e três meses e o Nasdaq mais de 30 anos.
04-03-2005, André Veríssimo e Mafalda Anjos
Foi há cinco anos que os investidores europeus passaram do céu ao inferno. Em Março do ano 2000, as principais bolsas de acções de todo o Mundo fixaram o valor mais alto de sempre deslumbradas com as potencialidades da “nova economia”. Foi o culminar do mais longo bull market de sempre, iniciado em 1982. No dia seguinte, iniciaram uma queda vertiginosa, que se arrastou por três anos. A praça financeira lisboeta não foi excepção. O PSI-20 fixou o valor mais elevado de sempre no dia 3 de Março, caindo depois 65,7%. Apesar da recuperação dos últimos dois anos, com os baixos retornos esperados pelos analistas, só lá para 2010 é que a Bolsa de Lisboa deverá voltar ao máximo histórico.
Para Patrick Mange, reponsável pela estratégia de investimento do BNP Paribas AM, o pessimismo que se instalou nos mercados ainda perdura. “Durante os anos de abundância que precederam o crash bolsista do ano 2000, a maioria dos investidores institucionais e particulares, embriagados por rendibilidades de dois dígitos, entregou-se, sem restrições, ao culto da nova economia”, enuncia numa nota de research recente. “Hoje, após esse sonho ter sido brutalmente desfeito, já nem sequer acreditam na sustentabilidade do crescimento económico, apesar de o mesmo durar há cerca de três anos”, sustenta. “Na verdade, o hábito sobrepõe-se à razão”, remata.
O mercado accionista viveu três anos particularmente difíceis. Além da correcção dos excessos da bolha especulativa, as bolsas foram apanhadas pelos atentados de 11 de Setembro, pelos sucessivos escândalos contabilísticos em empresas de referência, pela recessão económica e pela Guerra do Iraque. É natural que muitos investidores ainda não se tenham reconciliado com o mercado depois das avultadas perdas que sofreram.
Lembra-se da ParaRede a 8,77 euros, da PT Multimédia a 132 euros ou da Reditus a 11,61 euros? É quanto estas empresas valiam no auge da bolha. Preços que ainda hoje devem deixar muitos investidores nacionais com um nó no estômago. Os mesmos títulos valem hoje 0,39, 19,41 e 3,65 euros, respectivamente. Ou seja, acumulam uma desvalorização de 96%, 85% e 69%.
Uma lição para a vida
E não se pense que a bolha afectou apenas os investidores particulares. Os gestores profissionais também se deixaram “apanhar”. “Para muitos gestores de carteiras como eu, que nunca tínhamos visto um bear market nas nossas vidas profissionais, esta foi sem dúvida uma forma dura de aprender a lidar com os mercados accionistas. No futuro, sobreviverão aqueles gestores que souberem tirar as correctas lições do que lhes foi dado a aprender pelo mercado”, afirma Virgílio Garcia, gestor de acções na BPI Fundos.
Muitos ainda conservarão em carteira esses “destroços” da bolha à espera de melhores dias. Que vão demorar longos anos a chegar. Os analistas são unânimes ao afirmar que os retornos elevados a que se assistiu, com ganhos na casa das várias dezenas, pertencem ao passado. As acções vão continuar a proporcionar rendibilidades positivas, mas abaixo dos 10%.
“ Os anos 90 caracterizaram-se por retornos anualizados nas acções entre 12% e 14%. É improvável que voltemos a ver retornos dessa magnitude no curto prazo, dadas as nossas previsões de crescimento económico lento e subida das taxas de juro - historicamente um ambiente em que não se espera uma valorização significativa dos mercados”, diz Olaf Sidler, responsável pela gestão de fundos de acções europeias da inglesa Schroders.
Foi no dia 10 de Março de 2000 que o Nasdaq, o mercado bolsista que muitas das empresas da nova economia escolheram para cotar as suas empresas e que se tornaria sinónimo da “bolha”, atingiu o seu valor mais alto de sempre nos 5048 pontos. Terminou o ano a cair perto de 40%, depois de somar 85,59% em 1999. Durante três anos caiu até aos 1114 pontos, perdendo quase quatro quintos do seu valor.
Num contexto de baixos retornos, e tendo como referência a rendibilidade observada em 2004 - 2,95% - o Nasdaq vai precisar de mais de 30 anos para voltar ao máximo. Henrique Gregório, gestor de activos em Nova Iorque num conceituado banco de investimento, com 48 anos, não acredita que vai viver o suficiente para ver o Nasdaq de novo nos 5000 pontos. Neste momento está nos 2000 pontos, a mais de 140% do máximo.
Na Europa o cenário é mais benigno. O mercado accionista do Velho Continente, medido pelo índice Eurostoxx50, atingiu o valor mais elevado de sempre a 6 de Março de 2000, nos 5464 pontos. Chegou ao mínimo em 12 de Março de 2003, nos 1849 pontos. Ao ritmo dos ganhos de 2004 - 6,9% - levará mais de oito meses a chegar ao topo.
O principal índice da bolsa de Lisboa está mais perto de voltar ao máximo. Dos actuais 7900 pontos, tem quase de duplicar de valor para chegar aos históricos 14822 pontos a que fechou a 3 de Março de 2000. Ao ritmo de 2004 - 12,64% - levará cinco anos e quatro meses para ultrapassar o anterior pico.
“Sabemos pela história que pode demorar muito tempo até os mercados regressarem a um mega-pico”, diz Olaf Sidler. O responsável da Schroders afirma que é impossível avançar uma data, mas lembra um exemplo: “Após a recessão dos anos 30, só nos anos 50 os mercados regressaram aos máximos anteriores”.
A bolha vista de Nova Iorque
Quando terminei os meus estudos em Washington em 1982, estava longe de imaginar que o maior bull market de sempre tinha começado em Agosto desse ano. É verdade, em Agosto de 1982 dava-se início a um movimento ascendente da bolsa em Nova Iorque que duraria quase 18 anos e levaria os principais índices a níveis jamais concebidos. Tivemos alguns soluços pelo caminho. O crash de 1987, tão marcante nessa data, acabaria por ser um mero sobressalto no caminho para o Nasdaq 5.000. A crise asiática no Outono de 1998 surge ironicamente no limiar dos dois últimos anos do século XX conhecidos agora como “a bolha”.
Nos mercados financeiros as bolhas especulativas são inevitáveis. Mas se assim é, por que motivo estamos condenados a repeti-las ?
Porque o estado de espírito do investidor varia constantemente entre a euforia e o pânico. Ao longo da minha carreira, tenho conhecido relativamente poucos investidores “moderados”. E o meu maior desafio tem sido tentar travar aqueles que se crêem “moderados”, mas insistem em adoptar estratégias agressivas. Não tenho o direito de os culpar ou julgar por isso. Quando o ambiente que nos rodeia, incluindo amigos, colegas, familiares, televisão, jornais, analistas e gurus, nos bombardeia diariamente com mensagens de euforia é bem difícil resistir à tentação. Nesse ambiente vivemos entre 1997 e 2001.
Hoje acredito que não voltarei a ver Nasdaq 5.000. Durante ‘99 e 00’, os mercados financeiros perderam todo o contacto com a realidade empresarial. Por impossível que pareça, excedeu-se a bolha de ‘27/’29. São situações que vemos uma vez na vida, “once in a lifetime”. Em 1982, os P/Es das blue chips em Nova Iorque rondavam os 8/9 e acreditava-se que uma taxa de juro USD de 14% continuaria indefinidamente. Em 1999, eu não conseguia vender obrigações USD a 7,00% (sem risco) porque o retorno “normal” de uma carteira sob gestão deveria ser de 25,00%.
Ser gestor de activos nessa altura foi algo inesquecível. Dias sem almoçar. Chegar ao escritório as 7H30 da manhã e terminar o dia às 20H30 com os colegas a festejar mais um recorde dos índices. Dias na praia (de “ferias”) ao telefone com os traders durante 3 horas a comprar e vender nomes que hoje já desapareceram do mercado. Dois telemóveis sempre presentes “no caso de...”.Uma sensação de estar a assistir a algo incrível que não tem descrição.
Lembro-me também da dificuldade em contratar assistentes e “júniors” porque não era sexy trabalhar numa financeira multinacional. Os rapazes e raparigas entravam às centenas nas dotcoms recém-formadas com esperança de construir uma nova JDSU ou Redback. Nunca esquecerei os comentários oriundos de personagens mediáticos que repetiam “nesta nova economia, os ciclos económicos desapareceram...”
E é impossível apagar a imagem, em plena recessão económica de 2002, da minha visita a uma corretora amiga em Lisboa. Uma cliente da casa, ao saber que eu estava recém-chegado de Nova Iorque, aproximou-se de mim e com enorme ansiedade nos olhos questionou-me “ Sr.Dr., acha que é o momento de entrar na Cisco???” “Live and learn, live and learn...” Quantos hoje aceitariam sem hesitar 7,00% sem risco?
Como os portugueses viveram o ano 2000
O Gestor de fundos
O inicio de 2000, foi sem dúvida um período de grande especulação, onde a grande maioria dos investidores pensou ter arranjado uma forma fácil de ganhar dinheiro.
Quem não se lembra das famosas “.com” sem resultados que subiam muitos por cento logo no próprio dia de admissão à cotação apenas baseado em expectativas futuras. Para muitos gestores de carteiras como eu, que nunca tínhamos visto um bear market nas nossas vidas profissionais, esta foi sem dúvida uma forma dura de aprender a lidar com os mercados accionistas.
No futuro, sobreviverão aqueles gestores que souberem tirar as correctas lições daquilo que lhes foi dado a aprender pelo mercado. Contudo, e baseado apenas nos dados históricos dos outros bull markets que aconteceram ao longo da história, penso que voltaremos novamente a ver “febres especulativas” semelhantes às do final da década de 90, bem como veremos as ondas correctivas desses excessos. Acima de tudo, a maior lição a tirar prende-se com a necessidade permanente de adaptação ao ambiente de mercado para com isso, pelo menos, reduzir o potencial de perdas.
A Economista
Do final dos anos 90, recordo-me da euforia. Vivia-se um tempo frenético, marcado pela facilidade na obtenção de mais-valias. Os mercados chegaram ao homem da rua. As TMT estavam na moda e havia quem se endividasse para comprar acções. Acreditava-se na Nova Economia, num admirável mundo novo. Surgiu um novo paradigma tecnológico. As tecnologias da informação possibilitaram importantes acréscimos de produtividade. Hoje, dispõe-se de melhores meios de comunicação, mas as regras económicas prevalecem inalteradas. Surpreendeu-me a aceitação acrítica da avaliação das empresas “da Internet” (ex: Amazon) segundo uma lógica de negócio novo ou mediante mera comparação entre pares, quando se trata de um negócio tradicional recorrendo a canais inovadores. Outro aspecto marcante foi a aparente facilidade em ganhar dinheiro num mercado unidireccional. Dizia-se que se vivia nos dias do Zé Longo.
Mas este fenómeno não foi único. No final do séc. XIX, com os comboios, e, nos anos 60, com a televisão e automóvel, novos paradigmas tecnológicos, registaram-se evoluções semelhantes. O mercado voltará a viver tempos idênticos quando surgir outro paradigma que permita outro salto produtivo.
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