Caldeirão da Bolsa

Resultados da Vivo dão maior segurança aos investidores

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por marafado » 21/2/2005 13:34

«Utilities» pressionam Europa após recomendação da Lehman Brothers
As bolsas europeias negociavam em queda, após a Lehman Brothers ter afirmado que as «utilities» estão agora menos atractivas, devido à queda dos preços das obrigações. As eléctricas e as empresas de auto-estradas lideravam as quedas dos índices, enquanto as farmacêuticas impediam maiores quedas.

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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt


As bolsas europeias negociavam em queda, após a Lehman Brothers ter afirmado que as «utilities» estão agora menos atractivas, devido à queda dos preços das obrigações. As eléctricas e as empresas de auto-estradas lideravam as quedas dos índices, enquanto as farmacêuticas impediam maiores quedas.

Apesar de os índices das várias bolsas estarem em queda, o DJ Stoxx 50 subia 0,09%, para os 2.916,14 pontos. Isto porque as farmacêuticas apreciavam, depois da Merck ter valorizado 13% na sexta-feira, devido ao facto de a empresa poder voltar a introduzir o Vioxx no mercado dos Estados Unidos.

O DAX [Cot] descia 0,2% para os 4.350,66 pontos, com a «utility» RWE a deslizar 2,98% para os 45,97 euros. A E.ON, que também vende electricidade, depreciava 2,41% para os 68,80 euros.

O CAC [Cot] de Paris descia 0,29% até aos 4.016,67 pontos. A eléctrica Suez desvalorizava 3,16% para os 20,50 euros, com a farmacêutica Sanofi a evitar maiores quedas nos índices, ao subir 2,90% para os 60,25 euros.

Em Madrid o IBEX [Cot] caia 0,72% para os 9.501,60 pontos, com a concessionária de auto-estradas Abertis a descer 1,24% e a Ferrovial, que também tem interesses no sector, a deslizar 3,94% para os 45,1 euros. Entre as empresas de energia a Iberdrola caia 2,36%, a Enagas cedia 3,34% e Unio Fenosa perdia 2,5%.

O AEX [Cot] de Amesterdão depreciava 0,28% para os 374,34 pontos. A Getronics caia 2,97% e a VNU cedia 1,36%.

Em Londres [Cot] o FTSE caia 0,12% para os 5.051,10 pontos. A National Grid, que também é uma «utility», desvalorizava 3,72% para os 5,17 euros e a eléctrica Scotish Power caia 3,02%.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:33

Analistas minimizam impacto eleitoral
Brisa afunda mais de 3% com subida dos juros na Europa
A Brisa liderava as perdas na bolsa, anulando os ganhos de 2005, e negociando em linha com as auto-estradas na Europa, onde a Autostrade e a ASF deslizavam mais de 5%. Os analistas citam a subida das «yields», em máximos de 2005, que penaliza as empresas do sector. Os analistas defendem que os resultados das eleições não estão a afectar o papel.

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Pedro Carvalho
pc@mediafin.pt


Acções da Brisa em três meses

A Brisa liderava as perdas na bolsa, anulando os ganhos de 2005, e negociando em linha com as auto-estradas na Europa, onde a Autostrade e a ASF deslizavam mais de 5%. Os analistas citam a subida das «yields», em máximos de 2005, que penaliza as empresas do sector. Os analistas defendem que os resultados das eleições não estão a afectar o papel.

As acções da Brisa [Cot] já estiveram hoje a acumular uma desvalorização máxima de 3,43%, levando o papel a anular os amealhados nos últimos dois meses.

O título recuava agora 3% para os 6,78 euros, o que representa uma perda de capitalização bolsista superior a 100 milhões de euros. Foram movimentadas mais de um milhão de títulos.

Margarida Mira, da Espírito Santo Research (ESR) disse ao Jornal de Negócios Online que «a queda de hoje da Brisa está mais relacionada com o sector, que está todo a cair».

A analista explica que «a subida dos juros [yields] na Europa está a penalizar o sector», já que este movimento provoca uma subida da taxa de desconto, baixando o valor da acção.

As empresas do sector «também são muito endividadas», uma situação que fica mais agravada num contexto de juros altos.

«As acções da ‘utilities’ estão agora menos atractivas», escreveram analistas da Lehman Brothers numa nota a clientes, afirmando que «os dividendos de empresas como as eléctricas e as companhias de auto-estradas estão agora menos atractivos».


Autostrade recua mais de 6% e ASF escorrega 5,2%
As empresas do sector na Europa padeciam do mesmo mal que a Brisa. Na bolsa de Milão, as acções da Autostrade já estiveram a perder 6,65%, negociando agora em descida de 4,32% para os 21,02 euros.

Em Espanha, a Abertis, empresa que controla 10% da Brisa, cedia 1,72% para 18,39 euros, enquanto a conterrânea Ferrovial escorregava 4%. Em Paris, a Autoroutes du Sud de la France (ASF) perdia 5,2% para os 39,01 euros.

Um analista do BNP Paribas explicou à Bloomberg que «a queda das obrigações está a afectar todas as "utilities" que são sensíveis às taxas de juro, de forma negativa».

«Os dividendos das "utilities", como as eléctrica e operadoras de auto-estradas, tendem a ficar menos atractivos e, como são, por norma, empresas muito endividadas, os balanços são afectados e os seus planos de investimentos torna-se mais dispendiosos», comenta o banco francês. Na Euronext Lisbon, as acções da Energias de Portugal (EDP) [Cot] perdiam 0,44% para os 2,27 euros e as eléctricas europeias também seguiam em queda.

Obrigações caem pelo oitavo dia consecutivo
No mercado da dívida, as obrigações do tesouro (OT) alemãs a 10 anos perdiam valor pela oitava sessão consecutiva, elevando a «yield» até aos 3,665%.

Em Portugal, a dívida da República, com a mesma maturidade, deslizava pela sétima sessão, colocando a «yield» nos 3,647%. As «yields» andam em sentido inverso do preço das obrigações.

Os operadores citam as expectativas de que os dados económicos e empresariais na Zona Euro - que serão conhecidos ao longo desta semana - poderão exceder as previsões, sinalizando uma melhoria das condições económicas na região.


Vasco de Mello, CEO da Brisa
Brisa passa ao lado das eleições na véspera dos resultados
A concessionária liderada por Vasco de Mello, segundo operadores, não está a ser afectada pelos resultados das eleições eleitorais, apesar de José Sócrates já se ter mostrado contra a introdução de portagens nas SCUT.

Segundo um «dealer», o resultado das eleições não afecta a Brisa, «apesar do partido vencedor ter criticado o plano do PSD que visava a transformação das vias sem cobrança ao utilizador (SCUT) em auto-estradas com portagens».

Um analista do sector, que preferiu o anonimato, avançou que «o resultado das eleições, com uma maioria absoluta, vai garantir estabilidade, uma condição essencial para a atribuição de novas concessões».

«A questão das SCUT poderá arrastar-se por mais dois ou três anos, mas os custos serão incomportáveis», diz o mesmo analista, sugerindo que as portagens nessas vias, mais cedo ou mais tarde, serão uma realidade.

A Brisa apresenta as contas anuais amanhã, após o fecho dos mercados. Uma «pool» de analistas feita pela agência Reuters prevê lucros de 197 milhões de euros em 2004, contra os 151,7 milhões de euros conseguidos em 2003.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:31

Novartis compra Hexal

DE


A quarta-maior farmacêutica mundial fez uma oferta de 6,35 mil milhões de euros pela fabricante de medicamentos genéricos e pela sua subsidiária Eon Labs, criando desta forma o maior grupo mundial de produtos genéricos.

A Novartis deverá pagar 5,65 mil M€ pela Hexal e por 67,7% da Eon, mas deverá tentar adquirir o restante capital da Eon por mais mil milhões de euros.

A empresa sedeada na Suiça vai deste modo suplantar a sua congénere israelita Teva, tornando-se na maior fabricante mundial de medicamentos genéricos.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:31

Brent abre a subir

DE


O contrato de Abril do IPE Brent abriu hoje a crescer ligeiramente, num dia em que o mercado deverá oscilar pouco pelo facto do mercado norte-americano estar fechado por ser feriado.

Deste modo, o barril de Brent (petróleo de referência na Europa) para entrega em Abril abriu a subir 0,11 dólares, sendo transaccionado na Bolsa Internacional do Petróleo de Londres (IPE) a 46,45 dólares.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:30

BCP sobe preço-alvo da Brisa

DE


Os analistas do maior banco privado português revitram em alta o 'price target' da concessionária de auto-estradas para 7,80 euros, face aos anteriores 7,75€, mas mantiveram a recomendação de "Neutral", "Baixo-risco".

Na nota de 'research', os analistas afirmam que apesar deste preço-alvo representar um crescimento de cerca de 11% em relação à cotação actual, as concessionárias europeias estão a negociar perto de máximos históricos, razão pela qual mantém a recomendação.

O BCP reviu em alta o lucro líquido da Brisa em 20,7% no ano de 2004 e de 9,4% para 2005, reflectindo as mais-valias na EDP e a venda da participação indirecta na Autostrade.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:29

Taxas Euribor sobem nos prazos mais longos

DE


As maturidades europeias encontram-se em alta nos seis meses e no ano, mas estáveis no mês e nos três meses.

Taxas de juro Euribor (Mercado Monetário Interbancário Europeu) com base nos 360 dias do ano:

Prazos - Hoje - Sexta-feira

1 mês.......2,102 pct...2,102 pct
3 meses...2,135 pct...2,135 pct
6 meses...2,186 pct...2,177 pct
1 ano.......2,333 pct....2,308 pct
 
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por marafado » 21/2/2005 13:28

Inflação cai para 1,9% em Janeiro

DE


O instituto de Estatística italiano afirmou hoje que os preços no consumidor em Itália caiu em Janeiro para 1,9% face ao mesmo mês de 2003, igualando o nível mais baixo dos últimos cinco anos, registado em Novembro.

Os dados definitivos da inflação de Janeiro mostram uma inflação homóloga de 2 por cento, quando calculada em dados harmonizados segundo os critérios da União Europeia.

No mês, os preços estagnaram segundo os critérios italianos e baixaram 0,1 por cento em termos harmonizados.

A inflação em Itália apresentou um comportamento moderado, devido à redução dos preços da energia e dos medicamentos.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:28

Bundesbank não vê razões para pessimismo em 2005

DE


O banco central alemão afirmou hoje que não há motivos para a existência de um sentimento negativo relativamente à evolução da maior economia europeia durante este ano, uma vez que tanto os consumidores como os investidores esperam uma retoma do crescimento, depois da contracção verificada no fim de 2004.

Segundo o relatório mensal de Fevereiro do Bundesbank, as empresas alemãs também se encontram mais optimistas, em particular nos sectores do retalho e por grosso.

"Obviamente, muitos consumidores e empresas partilham a avaliação de que o actual movimento irá ser novamente transformado num processo de crescimento", lê-se no texto do documento.

O Bundesbank diz ainda que "parece atingível" este ano um défice público inferior ao limite de 3% estabelecido no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), embora o crescimento económico, o desemprego e as receitas fiscais implicam "riscos consideráveis" para os objectivos do défice.

O Governo alemão calcula que o défice germânico recue este ano para os 2,9%, depois de em 2004 este ter atingido os 3,9%, violando assim as regras do PEC pelo terceiro ano consecutivo.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:27

Taxas de juro da zona euro não deverão subir tão cedo

DE


O governador do Banco Central da Bélgica afirmou hoje que as taxas de juro da zona euro não vão subir para já, embora não possam ficar para sempre num nível "tão baixo".

De acordo com declarações efectuadas por Guy Quaden aos jornalistas em Bruxelas, as taxas de juro da zona euro estão "demasiado baixas".

Mas este responsável considera que não chegou, contudo, a hora de as subir, devido às "perspectivas actuais para a inflação e para o crsecimento económico na zona euro".

"Ainda não chegou o momento para alterar as taxas", sublinha Quaden, também membro do Conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE).

Os analistas calculam que o BCE só aumente as suas taxas de juro antes do fim do ano.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:27

PT Multimédia poderá recomprar mais acções com venda da Lusomundo

DE


O BCP considera que a subsidiária da operadora nacional poderá aumentar o seu programa de recompra de acções até 10% do capital actual com a receita da alienação da Lusomundo Media.

A maior proposta feita pela empresa de media da PT Multimédia foi apresentada hoje pela Olivedesportos, segundo noticiou o Diário Económico, no valor de 300 milhões de euros.

Um analista considera que este valor supera em muito os avançados pela imprensa e que se situam entre os 200 e os 250 milhões de euros, pelo que uma oferta de 300 M€ iria ter muito mais "impacto sobre a estrutura de capitais e de financiamento".
 
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por marafado » 21/2/2005 13:25

O verdadeiro ouro é branco ou negro?

Diogo Nunes


Enquanto os governos gastam fortunas na aquisição do “ouro negro” para alimentar a máquina industrial, os bancos centrais das maiores economias mundiais assumem uma posição de vendedores das suas reservas de ouro.

Longe vão os tempos em que as caravelas vindas do Brasil carregadas de ouro atracavam no porto de Lisboa, com os porões cheios do “metal amarelo” que fazia as delícias das elites das sociedades europeias. O vento era a única energia que permitia a longa travessia do Atlântico. Hoje, os bancos centrais das maiores economias mundiais assumiram uma posição de vendedores das suas reservas de ouro, enquanto os governos desses mesmos países, no sentido de alimentarem a máquina industrial gastam fortunas na aquisição do “ouro negro”.

Os preços das matérias-primas têm mantido uma tendência ascendente e, face à escassez de muitos produtos, têm crescido para recordes históricos. Ao longo do ano passado, esta norma confirmou-se, com destaque para os máximos atingidos pelos “ouros”, o branco e o negro, no último trimestre de 2004. Porém, os analistas perspectivam um comportamento distinto em 2005, apostando na manutenção dos preços do crude em níveis recordes, enquanto o ouro deve baixar. Assim, depois dos máximos, que trouxeram a sensação de que o “metal amarelo” se preparava para romper em breve a barreira psicológica dos 500 dólares, existe agora uma forte convicção que a tendência de descida vai dominar o presente ano.

Ouro no mínimo de quatro meses
O preço do ouro encontra-se no nível mais baixo desde Outubro do ano passado. O mercado agitou-se com a possibilidade avançada na passada semana na reunião do Grupo dos Sete países mais ricos do mundo (G7). Neste encontro foi levantada, pela primeira vez na História, a hipótese de o Fundo Monetário Internacional (FMI) vender parte significativa das suas reservas de ouro, de forma a possibilitar o alívio da dívida aos países subdesenvolvidos.

O comunicado final dos ministros das Finanças do G7, reunidos em Londres, sublinha que o director-geral do FMI, o espanhol Rodrigo Rato, irá examinar as propostas apresentadas pelas sete nações mais ricas do mundo. Estas propostas apontam para a valorização ou para a alienação de parte das reservas do “metal amarelo” do FMI, de forma a diminuir a pobreza global.

Apesar de os responsáveis norte-americanos terem levantado dúvidas sobre o uso das reservas de ouro do FMI, tendo declarado que têm outros planos para o combate à pobreza, o clima de indefinição instalou-se no mercado. A notícia provocou uma descida significativa no preço do ouro e a incerteza deve estender-se até à próxima reunião do FMI, marcada para Washington no próximo mês de Abril.O ouro já recuou quase 10% desde que atingiu o seu pico máximo em Dezembro de 2004, nos 456,75 dólares. Os analistas consideram que qualquer que seja a decisão do FMI, o mercado vai estar desconcertado até Abril, à espera da reunião do FMI.

Reservas do FMI subavaliadas
O FMI detém pouco mais de 100 milhões de onças de ouro, correspondentes à terceira maior reserva mundial deste metal precioso na actualidade. Contudo, devido aos acordos datados de 1971, a maioria do ouro do FMI está avaliado entre os 40 e os 50 dólares por barril, o que significa um valor 10 vezes abaixo dos preços actualmente praticados. Daí a “sugestão” das sete nações mais industrializadas para que houvesse uma actualização dos preços das reservas do Fundo. Através desta manobra, o valor total dos ‘stocks’ de ouro do FMI conheceria uma valorização sem precedentes, com as mais-valias da operação a serem aproveitadas para abater a dívida dos países mais pobres.

O Banco de Portugal (BP), após operações de vendas consecutivas nos últimos três anos, viu as suas reservas de ouro passarem para as 462,3 toneladas, contra as 606,7 toneladas de 2001. Há quatro anos atrás, as reservas de ouro representavam cerca de 47% do total das reservas externas totais portuguesas, o que significa que Portugal é um dos países em que as reservas de ouro atingem uma percentagem das mais elevadas.

Refira-se, a título de curiosidade, que o economista Miguel Cadilhe propôs recentemente a venda do ouro do BP, tal como o G7 propôs ao FMI, mas com outra finalidade. Ao invés de se tratar de um esforço para reduzir a pobreza global, tratar-se-ia de uma iniciativa para suportar o investimento nacional.

Petróleo em alta com aumento da procura
A Agência Internacional de Energia (AIE) subiu na semana passada as suas estimativas para a procura global de petróleo e desceu as expectativas de produção dos países que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). As previsões da AIE tiveram um efeito imediato sobre o mercado, com os preços dos futuros do crude a serem negociados em alta, desde essa data, quer em Londres, quer em Nova Iorque. Aliás, a OPEP já reagiu às declarações da Agência, mostrando-se em sintonia com a perspectiva de um aumento das necessidades mundiais de “ouro negro” e correspondente subida na capacidade de abastecimento.

No seu relatório mensal de Fevereiro, a AIE prevê que a procura mundial de crude vai crescer 1,52 milhões de barris por dia (bpd) no decorrer de 2005, uma revisão em alta de 80.000 bpd face às suas anteriores estimativas. A organização que coordena a política energética dos países industrializados reviu também em alta o cálculo do crescimento da procura mundial em 2004 em 30.000 bpd, para um total de 2,68 milhões de bpd. A procura do petróleo da OPEP também deve crescer no primeiro trimestre do ano em 400.000 bpd para os 29,1 milhões. A produção desta organização caiu 770.000 bpd em Janeiro para os 28,8 milhões, devido à decisão dos países membros de cortarem a produção em um milhão de bpd a partir do passado dia 1 de Janeiro.

Estas alterações são justificadas pela AIE com o aumento da procura da China em particular e do Sudeste asiático em geral. Por outro lado, a Rússia - o maior rival da OPEP a nível de produção - cortou a sua produção em 110.000 bpd em Janeiro para os 9,26 milhões de bpd, o quarto mês consecutivo de quedas na produção.

Condicionantes climatéricas sobre os preços
A organização alerta ainda para o facto de estes cálculos serem elaborados tendo em conta a previsão de temperaturas normais em 2005, explicando que a procura foi fraca no ano passado devido às temperaturas acima da média nos últimos três meses do ano. As estimativas da AIE revêem também em alta de 180.000 bpd a procura dos países fora da OCDE, por causa da procura asiática. Recorde-se que a OPEP deverá rever a sua política de produção no próximo dia 16 de Março, no Irão. Os analistas têm manifestado a possibilidade de que uma subida nos níveis de produção e uma possível queda rápida dos preços do petróleo possam antecipar um acordo no âmbito da OPEP para a redução na produção.

Os preços do petróleo agitaram-se perante o cenário levantado pela AIE e dispararam mais de três dólares, nos dois lados do Atlântico, desde então. O contrato de Abril do IPE Brent era ontem de manhã negociado nos 46,60 dólares por barril (dpb) e em Nova Iorque, o contrato de Abril do Nymex subia para os 48,61 dpb.

Euro e ouro de mãos dadas
A observação do comportamento da relação entre a moeda única e o dólar e do desempenho do ouro, leva-nos à conclusão que ambos têm conhecido percursos semelhantes nos últimos tempos. Esta ligação umbilical foi fortalecida com a chegada do novo ano. Assim, a divisa dos Doze já perdeu sensivelmente 5% contra a rival norte-americana desde o início de 2005. O dólar continua assim a recuperar o terreno perdido para o euro ao longo do ano passado.

A “nota verde” cresceu, também na semana passada, para o ponto mais elevado dos últimos três meses contra a rival europeia, tendo chegado a cair para a casa dos 1,27 dólares. Note-se que, tanto o euro como o ouro atingiram novos máximos no final de Dezembro de 2004 (a divisa europeia chegou aos 1,3666 dólares no dia 30) e, desde então, iniciaram uma onda descendente.

Greenspan animou o dólar
A tendência de queda do euro acentuou-se depois de Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, ter transmitido a ideia de que o elevado défice externo não vai ser resolvido através da depreciação do dólar. Os analistas consideram também que os cortes previstos no orçamento dos Estados Unidos para 2006, apresentado por George W. Bush ao Congresso, parecem demonstrar que a pior fase dos défices gémeos norte-americanos já foi ultrapassada, reavivando o interesse pelo dólar.

A maioria das análises que tentam desvendar a ‘performance’ do mercado cambial em 2005, tende a considerar a possibilidade da subida do dólar, como o cenário mais provável. A JP Morgan Fleming anunciou no final de Janeiro, em Londres, as suas previsões para o presente ano, apostando na recuperação da moeda do Tio Sam. A casa de investimento justifica esta previsão com o crescimento aguardado da maior economia do mundo e através do diferencial das taxas de juro entre a Europa e os Estados Unidos, que deve beneficiar a divisa norte-americana.

Pedro Ferreira da Silva, analista do BPI, afirmou ao Diário Económico que “a diminuição dos custos com a guerra no Iraque é positiva para as balanças de transacções correntes” norte-americanas. Acrescentou que “a política monetária da Fed, que subiu as taxas de juros nos EUA e deixou margem para novos aumentos e “as declarações de Greenspan” que aliviaram “as preocupações com os défices gémeos” são as outras razões que justificam a subida do dólar. O analista defende ainda que “a ‘performance’ económica nos EUA é mais positiva que na Europa e no Japão”.

Já o analista Filipe Garcia da Informação de Mercados Financeiros - IMF, destacou ao DE “o exagero da subida do euro no final de 2004”, considerando que a actual queda da moeda única prende-se com “a diminuição da procura do euro pelos bancos centrais”. O analista sublinha que “o dólar apresenta, hoje, obrigações com taxas de juro mais altas em todos os prazos e os investidores estão a apostar na moeda que paga mais juros”, tendência que se deve manter até ao final do ano.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:24

António Borges, Militante do PSD



Que nunca mais se siga este caminho

David Dinis


Estes resultados implicam mudanças imediatas no PSD?

Sim. As mudanças são inevitáveis.

Estes resultados explicam-se quase exclusivamente pelo comportamento do PSD nas últimas semanas, nos últimos meses. Foi uma sanção claríssima. Isto exige uma completa mudança, para que nunca mais se siga um caminho como este. Não se podem negar as evidências.

Existem pessoas disponíveis para quatro anos na oposição?
Tenho a certeza que existem várias pessoas com capacidade para liderar o partido, para assumir rupturas. Mas vai ser um trabalho de muito longo prazo, onde será preciso que o partido não tenha excessiva pressa. Terá que ser uma mudança tranquila e organizada.

Está disponível para essa mudança?
Estou disponível, estou muito motivado para dar a minha colaboração.

E para a liderança?
Não. Isso não. Tenho dito que darei o meu contributo, com todo o empenho. Mas não tenho o currículo e a experiência para isso

Manuela Ferreira Leite seria uma boa candidata?
Manuela Ferreira Leite é a minha candidata preferida.

E Luís Marques Mendes? Sugere-lhe que comentário?
É um excelente político, em quem se pode confiar.

Deve ser o líder?
Já lhe disse qual a minha preferência.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:23

Santana não se demite, mas convoca congresso

Bárbara Baldaia com David Dinis


Presidente do PSD assume responsabilidade da derrota, mas critica os ex-dirigentes que o deixaram sozinho.

Na noite em que assumiu “toda a responsabilidade” pela desgraça eleitoral do PSD, Santana Lopes não apresentou a demissão, mas anunciou a convocação de um congresso extraordinário. “Todos os militantes estão convocados para dizerem o que entendem sobre o que aconteceu, acontece e deverá acontecer no futuro do partido”, frisou o líder. Santana não esclareceu preto no branco se se candidata ou não, mas também não fechou essa porta: “Continuo disponível para servir a minha pátria. Amo Portugal”.

Na curta declaração que fez, sem direito a perguntas, Santana Lopes criticou directamente a oposição interna, o que não fez durante toda a campanha. “Infelizmente, não posso dizer que tive tudo o que pedi ou que esperava de todos os dirigentes ou ex-dirigentes”, atirou o líder social-democrata. Alguns dos nomes a quem Santana se referia deram ontem a entender que a única solução é a sua saída. Como quem diz que está enterrado o santanismo.

Com a hecatombe da noite de ontem, foi aberta a corrida à liderança do PSD. Fonte próxima de Marques Mendes considera “óbvio” que o crítico de Santana Lopes - que encabeçou a lista de Aveiro - se candidate num próximo congresso. O próprio fez questão de se posicionar, ainda que indirectamente, ontem à noite, reagindo aos resultados das eleições: “Como muitas vezes no passado, assumirei as minhas responsabilidades”. Mendes ainda acrescentou que é preciso “saber ultrapassar rapidamente” o desaire eleitoral. “O país tem que mudar de vida, o partido tem que mudar de vida”, sublinhou.

Outro cenário ainda possível é a candidatura de Manuela Ferreira Leite. Marcelo Rebelo de Sousa e António Borges (ver texto ao lado) evocaram na noite de ontem o nome da antiga ministra das Finanças. Colocando-se fora da corrida à presidência do PSD, Borges considerou que “há pessoas com mais experiência, mais qualificadas” para o lugar, sugerindo que Manuela Ferreira Leite “é a candidata ideal”. Também Marcelo Rebelo de Sousa, comentando a noite eleitoral na RTP, exprimiu “que devia ter havido continuidade nas Finanças”. Agora, alertou, “a solução mais sensata é ir a congresso”.

Fonte próxima de Ferreira Leite não descartou a hipótese de a ex-ministra avançar na corrida à Lapa.

Houve, entretanto, outras vozes a exigir um congresso extraordinário. Miguel Veiga afirmou que “Santana Lopes tem obviamente que se demitir. O PSD pagou caro estes meses de liderança, não podendo continuar com estas brincadeiras”, acrescentou o histórico do Porto.

Nuno Morais Sarmento, mais cauteloso, optou por dizer apenas que “o partido tem que reflectir”. José Matos Correia considerou que “não vale a pena tentar encontrar culpados”, mas que “o partido tem que assumir que perdeu e reflectir para encontrar o caminho”.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:22

Sócrates com vitória histórica recusa antecipar novo Governo

Rita Tavares


Sócrates recusou falar já da constituição do Governo. Coelho acredita em “sangue novo” e Gama em “maior responsabilidade”.

“Conseguimos, conseguimos”. Foram para o PS, as primeiras palavras do novo primeiro-ministro. José Sócrates conseguiu, para o partido que lidera, o melhor resultado de sempre, a concretização daquele que foi o seu objectivo máximo durante a campanha eleitoral: a maioria absoluta.

O líder socialista acredita que “esta vitória cala o velho mito da política portuguesa, o mito que só a direita podia ambicionar uma maioria absoluta no Parlamento”. A lembrar a campanha, Sócrates disse que “a maioria absoluta era mais do que possível, era desejável” e que, agora, existe “uma realidade para quatro anos”. Assim, o líder do PS encara “vitória com sentido de responsabilidade” e garante que “esta maioria significa mais exigência e também mais motivação”.

A maioria absoluta chegou cedo ao Hotel Altis, o quartel-general do PS em noites eleitorais, logo pelas projecções avançadas na comunicação social. Sócrates entrou no hotel pela porta do lado, ‘fintou’ os jornalistas. O ‘Estado maior’ do partido estava reunido no 13º piso, as suas reacções aos resultados iam chegando à vez.

Pedro Silva Pereira, porta-voz, foi o primeiro a fazer-se ouvir, apontando para “uma vitória absolutamente memorável” dos socialistas. Na altura, ainda só reagia às projecções e lia-as como “uma boa notícia para Portugal e para o PS”. À medida que avançava a noite, e os números projectados se iam transformando em resultados efectivos, as reacções dos notáveis multiplicavam-se. Sobre o futuro, mantém-se o silêncio, com José Sócrates a afirmar no discurso da vitória: “Cada coisa a seu tempo”.

António Costa afirmava que “os números indicavam uma vitória histórica do PS e uma grande vitória pessoal do engenheiro José Sócrates”, ao mesmo tempo, o eurodeputado recusava falar em disponibilidade para integrar um governo socialista: “Há matérias que são da exclusiva competência do secretário-geral”. A mesma frase chegava de todos os que eram questionados sobre o futuro, António Vitorino quis ser ainda mais claro e deixou a certeza: “O Governo não será formado na comunicação social, nem pela comunicação social. Habituem-se”.

Na TVI, Jorge Coelho adiantou a sua “convicção” de que José Sócrates “vai injectar sangue novo” no Governo que vai constituir, não se limitando a chamar as caras que fizeram parte do Executivo de Guterres. Sobre esta matéria, Jaime Gama, o nome que o PS poderá indicar como presidente da Assembleia da República, tentou refrear os ânimos socialistas apontando para “a responsabilidade” que o resultado traz ao partido: “Agora o PS tem que corresponder a essa grande responsabilidade”.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:21

Olivedesportos oferece 300 milhões de euros pela Lusomundo Media

Catarina Frazão e Maria João Gago


O vencedor será escolhido amanhã pelo Conselho Estratégico da PT.

A Olivedesportos, a empresa de Joaquim Oliveira que detém o jornal “O Jogo” e 50% do canal Sport TV – em parceria com a PT –, apresentou uma proposta de cerca de 300 milhões de euros para a compra da Lusomundo Media.

As ofertas foram apresentadas na passada sexta-feira à PT Multimédia e, segundo apurou o DE, este valor é o mais elevado dos cinco candidatos que se encontram na ‘shortlist’ para a aquisição do grupo de media. Os restantes candidatos são a Cofina, a Media Capital, a Prisa e a Vocento, que fizeram todas ofertas de valor consideravelmente inferior. O vencedor deverá ser escolhido amanhã na reunião do conselho estratégico do grupo Portugal Telecom (PT).

Tendo em conta o preço oferecido, a empresa de Joaquim Oliveira está, assim, em posição privilegiada para ganhar a corrida à compra da empresa que controla o Diário de Notícias (DN)e Jornal de Notícias (JN), entre outros activos, deixando a Cofina para segundo plano. Ao que o DE sabe já estão mesmo a ser estabelecidas conversações preliminares, entre a PT e a Olivedesportos, para o possível negócio.

Um dos pontos que deverá estar a ser objecto de negociação é a possibilidade de a PT manter uma participação na Lusomundo Media. É que, apesar das ofertas serem de compra da totalidade do grupo de media, a empresa de Horta e Costa já mostrou interesse em permanecer com uma percentagem de capital, que lhe garanta uma influência mínima nas decisões da Lusomundo.

Relativamente aos restantes interessados que fazem parte da ‘shortlist’, o DE sabe que as suas propostas de compra avaliam a participada de media da PT em pelo menos 220 milhões de euros. Os outros dois candidatos que chegaram a entrar na corrida – Pereira Coutinho/Recoletos e Sonaecom –, apresentaram preços de valor inferior, e decidiram saltar fora da corrida.

Prisa quer fazer parcerias locais
Entretanto o grupo Prisa, que se encontra nos cinco favoritos, mostrou interesse em negociar parcerias locais, caso venha a sair vencedor. “É essencial contar com sócios locais. Fizemos constar isso na nossa proposta e teriamos gostado de, logo de início, avançar em parceria, o que não foi possível por uma questão de tempo”, afirmou Juan Cebrián, administrador-delegado da Prisa, à Lusa, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do grupo.

Outra questão essencial para o grupo espanhol é “poder consolidar – o que exige ficar com uma participação de pelo menos 50% do capital – e ter acesso à gestão”, frisou o administrador, admitindo a vontade de alienar activos, nomeadamente, a rádio TSF e o JN. Juan Luis Cebrián referiu ainda que o 24 Horas, “embora esteja fora da linha editorial do grupo, não incomoda se for bem feito” e admitiu desinvestir no Diário de Notícias.

Parecer da AACS é passo fundamental
O processo de venda da Lusomundo Media tem ainda um longo caminho a percorrer. Após a decisão da Portugal Telecom sobre qual das cinco propostas em cima da mesa é mais conveniente em termos de mais-valia para a operadora liderada por Miguel Horta e Costa, o negócio – que abarca também o património e serviços com a gráfica – terá ainda que passar pelo crivo dos dois reguladores que, neste caso, têm de dar luz verde.

A decisão da PT terá que ser notificada, desde logo, à Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS), cujo parecer é vinculativo caso seja negativo. E, neste caso, volta tudo à estaca zero. Em caso de aprovação, o processo segue então para a Autoridade da Concorrência, para que seja aferida a sua compatibilidade com a concorrência pelo organismo liderado por Abel Mateus. Esta poderá optar por aprovar, rejeitar ou pedir uma investigação aprofundada sobre o negócio. Uma vez que as ofertas foram feitas com base na compra global da empresa, a escolha da PT terá que ter em conta os problemas levantados pelos reguladores, tais como a elevada concentração dos media e as preocupações com a concorrência. A Olivedesportos parece ser a única que não levanta, a este nível, qualquer problema.

O activo - objecto de venda

LusomundoMedia
O objecto de negócio em causa inclui não apenas os principais activos de media da PT, nomeadamente o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, o 24 Horas e a TSF, mas também a gráfica e o património que incide em particular nos edifícios do DN(Lisboa) e JN (Porto).
 
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por marafado » 21/2/2005 13:20

Grupo Prisa regista lucro de 103,3 milhões de euros

DE


O grupo espanhol Prisa, que detém jornais como o El País e o Cinco Dias, obteve um lucro de 103,3 milhões de euros no exercício do ano passado, mais 70% do que os resultados líquidos de 2003.

Este resultado deveu-se, segundo a empresa, à recuperação do mercado publicitário e à subida de circulação dos seus títulos. O grupo de media espanhol, candidato à Lusomundo Media, teve um resultado operacional de 190 milhões de euros, um acréscimo de 40% face a 2003. As suas receitas cresceram 9,3%, totalizando 1,42 mil milhões de euros, tendo o resultado bruto de exploração crescido em 23,6%, até aos 274,3 milhões de euros.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:19

Aposta no canal de distribuição explica bons resultados da Acer em 2004

Afonso Vaz Pinto


Empresa atinge terceiro lugar no ranking do mercado global de PC na zona Europa, Médio Oriente e África.

Uma aposta clara no canal de distribuição, o desenvolvimento de novos produtos, uma estrutura competitiva, preços flexíveis e uma estratégia voltada para o usuário final, eis o “mix” que explica, segundo Antonio Papale, director geral da Acer Computer Ibéria, o terceiro lugar que a companhia atingiu em 2004 no ranking do mercado global de PC na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). Um mercado que cresceu em média cerca de 19%, no que se refere às vendas de Tecnologias de Informação (TI) e onde a Acer registou um crescimento, no ano passado, de 53,7% em termos globais.

Ainda no que se refere aos resultados de 2004, a Acer reforçou o primeiro lugar no segmento dos computadores portáteis na região EMEA tendo registado uma taxa de crescimento de 62,2% em relação ao ano de 2003. A empresa estabilizou assim, neste segmento do mercado, a sua quota de mercado nos 17,5%.

Comportamento nacional
Em Portugal a Acer ocupa o terceiro lugar tanto no mercado global de computadores como no segmento de portáteis. Segundo dados fornecidos pela empresa, a Acer consolidou a terceira posição atingindo agora uma quota de mercado de 7,9%, com uma taxa de crescimento de 174,1%. Nos portáteis a quota de mercado é de 16,8% e o crescimento foi de 306,3%.

O responsável máximo da Acer para a Península Ibérica garantiu ao Diário Económico que, para os resultados de 2004, contou “seguramente a estratégia clara” que a Acer fez no mercado “onde a companhia aposta a cem por cento no canal de distribuição”. Para Antonio Papale, foi através desta estratégia que se “pôde criar com o canal de distribuição uma relação muito duradoura e proveitosa para os dois”. Lembre-se que a Acer mantém a sua estratégia de venda indirecta, ao contrário da Dell que, segundo Papale, “é uma das companhias que ao nível mundial ganha dinheiro” neste mercado, garantindo porém que “cada um dos competidores têm, neste momento, perfis bastante diferentes” no que toca à estratégia de vendas.

Segundo Papale outro aspecto importante e que está na origem dos “bons resultados” da empresa no ano passado é a “capacidade de a Acer desenvolver produtos que o usuário final procura”. A estratégia da Acer em continuar a lançar diversos produtos novos para o mercado é, para este responsável, uma das chaves para compreender o terceiro lugar no ranking no mercado da região EMEA.

Segredos do sucesso
Os resultados de 2004 explicam-se para Antonio Papale através de “uma estrutura muito competitiva” que permite, também, “competir com a concorrência que opta por ir directamente ao usuário final” e de uma estratégia que “vai ao encontro das expectativas do usuário final”, pondo os produtos no mercado “ao preço correcto que o usuário quer”.

“É um ‘mix’ de coisas que nos permitiram chegar a estes resultados positivos”, conclui garantindo ainda que a Acer irá prosseguir “a capacidade de desenvolver produtos olhando em frente, oferecendo ao mercado sempre mais amplo e com uma estratégia de canal muito clara que permite chegar a qualquer sítio, a qualquer superfície, onde o usuário quer comprar”, desde as “PME às grandes contas”. Para Papale “estes resultados foram positivos” o que “permite olhar o futuro com mais optimismo”.

Já com os olhos postos em 2005, Papale garante que a estratégia da companhia passará, em Portugal, pela aproximação ao canal de distribuição.

Este responsável diz que “um dos objectivos que temos para 2005 é criar uma relação mais próxima com o canal de distribuição local, algo que até hoje ainda não tínhamos tido”. “Assim estaremos mais perto do usuário e do canal português”, diz.

Ainda em relação a Portugal, o responsável máximo da Acer para a península ibérica explica que apesar de “para nós existir a zona ibérica, é claro que há diferentes culturas” e que por isso olha para os dois mercados tendo em conta as suas características específicas. Uma é delas prende-se com a “dimensão que é completamente diferente” mas Antonio Papale vai garantindo que a Acer não faz “uma diferenciação entre Espanha e Portugal”.

Perfil Antonio Papale
Nomeado como novo director geral da Acer Computer Ibéria em Outubro de 2002, Antonio Papale, nasceu em Santa Maria Capua Vetere, perto de Nápoles no sul de Itália.

Licenciado em Ciências, iniciou a carreira profissional no departamento de Marketing da Toshiba Information Systems, em Milão, onde mais tarde ocupou o cargo de responsável comercial de grandes contas. Posteriormente trabalhou na Texas Instruments como director comercial para a área centro-sul de Itália. Em 1995, transferiu-se para Milão, onde assumiu o posto de responsável de ‘business corporate’ da mesma empresa. Com a aquisição da Texas Instruments por parte da Acer, converteu-se em sales maneger da Acer para Itália. Depois de uma breve passagem pela Samsung Electronic Italia como director comercial de TI, Papale reincorporou a divisão europeia da Acer.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:18

O banco do futuro segundo a visão da Cisco

Ana Rita Guerra em Londres


Voz e dados sobre a mesma plataforma IP vão revolucionar a imagem do sector financeiro.

Imagine um mundo em que os bancos não estão cheios de gente apressada à hora de almoço e onde é possível beber um café enquanto decide se vai aceitar a proposta do seu gestor de conta e apostar numa carteira aliciante de fundos de investimento. Parece pouco exequível a curto prazo, mas é uma visão aproximada daquilo que deverão ser os bancos do futuro quando a telefonia IP (Internet Protocol) se afirmar definitivamente no sector financeiro.

Não se trata apenas de uma revolução técnica, relacionada com as vantagens que correr voz e dados sobre a mesma plataforma trazem de imediato. Será também uma consequência das modificações que o ‘internet banking’ permitiu na forma como os grupos financeiros se relacionam com os seus clientes. Pense nisso: quantas vezes visitou uma filial do seu banco de eleição nos últimos meses? Provavelmente, apenas nas ocasiões em que não lhe foi possível concretizar uma ou outra transacção através do portal on-line. A verdade é que ir ao banco para depositar ou levantar dinheiro e actualizar a caderneta já não faz parte dos hábitos de boa parte dos clientes das instituições financeiras - uma realidade que ultrapassa fronteiras e é consequência natural da massificação da Internet e aperfeiçoamento dos serviços disponíveis.

Foi com atenção a esta transformação progressiva do sector bancário que a Cisco Systems lançou a solução ‘Branch of the future’, que já tem algumas implementações de sucesso um pouco por toda a Europa e Estados Unidos. Durante o início da semana passada, a companhia realizou um evento dedicado ao tema nas suas instalações londrinas, no qual foi apresentado um estudo inédito da Datamonitor e o ‘case study’ da Caixa Galicia - no que respeita à migração para uma infra-estrutura de VoIP (voz sobre IP).

Uma revolução em termos
“A Cisco está a deixar de ser uma companhia exclusivamente focada em produtos e tecnologia”, explicou Jordi Ferrer, ‘business and sales development manager’ para os serviços financeiros da empresa, passando a dar prioridade “às necessidades dos clientes e do seu negócio”. Para este efeito, a empresa apostou na especialização em várias áreas, dando uma atenção especial aos serviços financeiros (com soluções direccionadas ao banco multi-canal, seguros, gestão de risco operacional e redes de informação inteligentes).

No caso específico do retalho na actividade bancária, um dos ‘drivers’ actuais de maior importância é o facto de haver para o cliente múltiplas fontes de acesso ao banco: centros de contacto, Multibanco, sucursais, correio electrónico, telefone, fax… O problema é que as instituições bancárias têm adquirido estes canais de forma orgânica e não centralizada. O que significa que o cliente tem de se identificar e passar pelos mesmos procedimentos a cada vez que muda de canal de contacto. “Há muito trabalho a realizar na ligação destes elementos”, explicou Jordi Ferrer, garantindo que há várias formas de os fazer funcionar melhor. Uma vez que é o cliente quem escolhe que canal pretende usar e que o ‘internet banking’ veio alterar as funções primordiais dos balcões físicos, instalou-se a percepção de que “está em curso uma revolução no mercado”.

No entanto, modificar as infra-estruturas e o ‘modus operandi’ do retalho nas instituições financeiras enfrenta entraves e dificuldades previsíveis, tendo em conta a complexidade do seu financiamento. Por exemplo, a existência de múltiplos canais provoca uma torre de babel no que concerne às linguagens tecnológicas, as ilhas de informação dificultam a eficiência no tratamento do cliente e até aplicações como o CRM (Customer Relationship Management) são meramente usadas como formas de reduzir custos. “Boa parte do investimento em CRM foi aplicada nos sítios errados”, comentou Jordi Ferrer, embora destacando que as TI são fundamentais para a mudança do sector bancário.

Em que consiste então a visão da Cisco? No evento realizado em Londres foi apresentada a noção de ‘Common Enterprise Architecture’, viabilizada pela utilização de telefonia IP em toda a estrutura de comunicações dos balcões. Esta transformação permite, por exemplo, eliminar a dependência da rede em relação aos servidores e criar uma instalação ‘serverless’, passando a ter custos variáveis e adaptáveis às flutuações do negócio.

Por outro lado, aumentar exponencialmente a largura de banda, melhorar os serviços disponíveis nas caixas automáticas, dotar os funcionários de tecnologias móveis e aperfeiçoar a segurança física dos balcões. No fundo, rentabilizar ao máximo a digitalização das comunicações.

e-Marketing, e-Advertising
Se a componente publicitária não fosse tão importante para o retalho financeiro, a questão do IP no marketing nem se colocava. Mas o facto é que o mercado é extremamente competitivo e torna-se muito fácil para o cliente mudar de banco quando não está satisfeito - além de que uma visita ao balcão físico pode constituir boas oportunidades de fazer ‘cross-selling’ e chamar a atenção para outros serviços do banco. A Cisco propõe então a utilização de ecrãs plasma dentro das sucursais, em vez de placares publicitários que têm de ser substituídos quando as campanhas mudam (com os custos inerentes). O controlo do marketing passa a ser total e simultâneo nos balcões do grupo financeiro em todo o território.

Segurança em grande escala
Talvez não seja preciso ir muito longe para entender como é que uma rede de vigilância baseada em IP supera a obsoleta utilização de cassetes de vídeo, armazenadas em prateleiras e supervisionadas por seguranças que controlam dezenas de câmaras. Numa das demonstrações proporcionadas pela Cisco nas suas instalações em Londres, foi possível assistir ‘in loco’ ao funcionamento da solução oferecida pela NICE Systems. Entre outras funcionalidades, o sistema faz a contagem real do número de pessoas que entra e sai da sucursal, emite alertas quando alguém se mantém perto do Multibanco por algum tempo sem efectuar operações ou quando uma mala é deixada ao acaso. Por outro lado, procurar um momento específico torna-se fácil, por oposição ao rebobinar de cassetes VHS (que podem inclusive ser furtadas).

Maior autonomia para o cliente
O aspecto físico de um balcão do futuro será então muito diferente daquele que conhecemos. Além da ‘coffe shop’ ou posto de correios que pode incluir, aproveitando sinergias, os primeiros passos do cliente irão ao encontro de um consultor. Também estará de imediato disponível um ‘touch screen’, onde o cliente acede à sua conta (realizando todo o tipo de operações sem precisar de assistência). Outra novidade é poder consultar um especialista através de vídeo-conferência. E com a integração das ilhas de informação, ficam contados os dias em que o cliente telefona para o ‘call center’ e a chamada é enviada para o banco, depois novamente reencaminhada, fazendo perder tempo e dinheiro. Não se espante se ligar para uma sucursal da sua instituição financeira, daqui a algum tempo, e o atenderem saudando-o pelo nome próprio.

Caso de estudo da Caixa Galicia
A vantagem da Caixa Galicia residiu no facto de ter sido ‘early adopter’ de IP em Espanha, há oito anos. Pelo final de 2003, a definição de novas estratégias de negócio para os próximos cinco anos (03-08) levaram o grupo a aumentar a capacidade e performance da sua rede, adoptando o conceito de ‘converged network’. A estratégia, que custou 12 milhões de euros, consistiu na redefinição do aspecto físico dos balcões (550 até ao momento), a criação do ‘Centro On Caixa’ e a implementação do ‘e-Migra’. No fundo, foi operada a integração e consolidação da infra-estrutura (adopção de ‘routers’ Cisco 3550), libertação dos servidores e enfoque no ‘near-shore’ (Galiza e regiões circundantes).

Através do e-Migra, a CG espera reduzir em 35% as tarefas operacionais e administrativas e fazer subir as tarefas comerciais de 7% para 42%, em três anos. Ou seja, optimizar os recursos humanos. Quando à rede de comunicações, o grupo terminou o contrato com a Telefónica e entregou-a à BT (que já era responsável por 50% das comunicações), mantendo os custos em sete milhões de euros por ano, com o aumento da capacidade.

Quanto ao Centro ON (que custou 2,5 milhões de euros), é uma fusão entre o mundo virtual da Internet e o físico dos balcões. Até ao momento existe apenas um, mas a CG planeia construir mais dois a médio prazo. “No sector bancário é fácil investir mas é difícil gastar”, analisou José Manuel Valino, director de informação da Caixa Galicia, que explicou todo o projecto aos jornalistas. A transformação deverá estar completa em 2006, incluindo a formação dos recursos humanos, e tem benefícios ao nível dos custos, gestão, escalabilidade, largura de banda e centralização da informação, segundo Valino.

O que é a Caixa Galicia

Fundada em 1978 na Galiza

Possui 720 escritórios em Espanha, Portugal e Suiça

Mantém 6 sucursais no nosso país: Lisboa, Porto, Valença, Gaia, Maia e Braga

Tem 2 milhões de clientes

Conta com 3500 colaboradores

No último ano fiscal teve resultados líquidos na ordem dos 215 milhões de euros

É o típico grupo financeiro médio em Espanha
 
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por marafado » 21/2/2005 13:17

Mercado Cambial
Euro trava recuperação da divisa dos EUA

DE


A moeda única voltou ontem a subir e recuperou parte do terreno perdido para a rival norte-americana desde o início do ano.

Depois de a “nota verde” ter crescido até ao pico mais alto dos últimos três meses contra o dólar, chegando a negociar nos 1,2731 dólares no passado dia 8 de Fevereiro, o euro ganhou novo fôlego e subiu 2,5% nos últimos dez dias.

A recuperação da divisa europeia era esperada pelos analistas que não viam suporte para a forte valorização do dólar no início de 2005. Note-se que a moeda norte-americana chegou a valorizar 6% contra o euro em 2005. Assim, apesar de se encontrar ainda longe do máximo alcançado no passado dia 30 de Dezembro (1,3666 dólares), a moeda dos Doze volta a negociar acima da barreira dos 1,30 dólares.

Ontem, o euro cotava-se nos 1,3087 dólares, acima dos 1,2991 registados na sessão da véspera, sem sofrer o impacto dos bons indicadores divulgados nos Estados Unidos.

O economista-chefe do Banco Central alemão considerou ontem que a nova subida do euro prejudica as empresas e compromete o crescimento económico da Alemanha.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:17

BCP reforça peso da banca no índice MSCI Portugal

Diogo Nunes


O sector bancário, representado pelo Banco Comercial Português (BCP), BES (Banco Espírito Santo) e Banco BPI (BPI), vai ganhar peso no índice Morgan Stanley Capital International (MSCI) Portugal, beneficiando da subida do Millennium bcp, de acordo com a Morgan Stanley.

Com o avanço de 2,90% nos últimos três meses da instituição ainda liderada por Jardim Gonçalves, o peso do BCP vai subir no próximo dia 28 de Fevereiro para 17,73%, face aos actuais 14,83%.

Este aumento permitirá um reforço do peso da banca no índice MSCI Portugal, composto por 10 empresas cotadas na Euronext Lisboa, com o sector a subir 3,02% para os 27,94%.

Uma fonte da Morgan Stanley frisou à Reuters que a progressão do BCP deve-se ao reforço de investidores estrangeiros no título.

Através da revisão trimestral da carteira, o peso dos restantes pesos pesados do PSI 20, Portugal Telecom (PT) e EDP - Energias de Portugal (EDP), vai diminuir. A PT cairá para os 29,52% contra os actuais 31,37% e a EDP baixará para os 18,53% face aos actuais 19,98%. O recuo da operadora é explicado pela redução do número de papéis previsto no seu programa de recompra de acções próprias (10%). Já a queda da EDP ocorre devido à saída de investidores internacionais.

As restantes 7 empresas que compõem o índice: Brisa, BES, BPI, Sonae, PT Multimédia, Cimpor e Jerónimo Martins observaram uma subida do seu peso entre os 0,02 e os 0,12%.

O peso do MSCI para Portugal no índice mundial (composto por 23 mercados) ficou inalterado nos 0,16%.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:16

Negócios da Bolsa
Sonae ainda tem potencial de subida após ganhos de 240% em dois anos

Pedro Ferreira Esteves


Acções do grupo de Belmiro de Azevedo renovaram, na última sexta-feira, o máximo desde Abril de 2001.

A Sonae SGPS tem apresentado um dos melhores comportamentos bolsistas dos últimos três anos no Euronext Lisboa, num movimento que a colocou no topo das acções preferidas pelos gestores de fundos portugueses. A reestruturação da actividade, com a alienação de activos não estratégicos e a aposta em sectores chave como o retalho, a madeira ou o imobiliário, reflectiram-se de forma muito positiva no valor do título. Mas para os analistas, o grupo de Belmiro de Azevedo poderá continuar a valorizar-se em bolsa.

As acções da Sonae SGPS renovaram, na última sessão, o seu valor mais alto desde Abril de 2001 nos 1,20 euros, tendo fechado posteriormente a corrigir para os 1,19 euros. Desde o início deste ano, o grupo já subiu 11%, um dos comportamentos mais positivos do PSI 20. Este desempenho acumula com a valorização de 60% em 2004 e de 50% em 2003. Desde que atingiu o mínimo de 0,35 euros em Março de 2003, o papel da Sonae SGPS já ganhou 240%, uma das recuperações mais significativas da bolsa portuguesa.

Na base desta evolução esteve o reposicionamento da actividade do grupo. Esse processo, que passou pelo crescimento da Sonae Distribuição no retalho, pela continuação do processo de reestruturação na Sonae Indústria, bem como pela apresentação de resultados animadores na Sonae Imobiliária. Entretanto, foi encetada uma estratégia de alienação de activos não estratégicos, que culminou com a venda na semana passada da participação de 36% que o grupo detinha na Gescartão. Esta operação resultou numa mais-valia de 34 milhões de euros.

Neste contexto, os analistas consideram que as acções poderão entrar numa fase de consolidação, no curto prazo, sobretudo por razões técnicas. “A resistência mais importante é a de 1,19/1,20 euros, porque representa níveis atingidos pela última vez em 2001”, explicou ao DE um analista da IMF-Informação de Mercados Financeiros. “O sentimento permanece positivo, mas o valor pode já estar muito esticado, pelo que é natural uma consolidação, que já tem vindo a acontecer nos últimos dias”, acrescentou.

No entanto, a médio e longo prazo, o título da Sonae SGPS poderá prolongar a trajectória ascendente dos últimos dois anos. “Depois de quebrar o patamar entre 1,20 e 1,24 euros, tem muito caminho livre para os 1,37 euros”, adiantou o mesmo especialista.

Esta posição está em sintonia com a expectativa de algumas casas de investimento. Para Sónia Pimpão, analista do Santander, a recomendação sobre a Sonae mantém-se em “comprar”, com um preço-alvo fixado em Janeiro nos 1,35 euros. Já para Nuno Vieira, do Millennium bcp, “a venda na Gescartão foi positiva” e levou a que o preço-alvo subisse de 1,26 para 1,28 euros. No que diz respeito à UBS, o preço-alvo da Sonae SGPS foi colocado em 1,35 euros, acima do anterior fixado em 1,27 euros.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:15

O que esperar do Crédit Suisse?

Financial Times


Será que as acções do Crédit Suisse estão baratas? A direcção do banco pensa que sim, facto que surpreendeu o mercado na passada quinta-feira perante o anúncio de que o ‘buy-back’ das acções ascenderá a 6 mil milhões de francos suíços nos próximos dois anos, isto é, uma subida de 9% da sua actual capitalização bolsista.

Mais chocante ainda, foi a promessa de iniciar este programa sem ter em conta as actuais incertezas sobre Basileia II e a alienação do seu braço segurador, a Winterthur.

A curto prazo, isto será certamente vantajoso para as suas acções, uma vez que, nos últimos anos, o seu desempenho foi insuficiente comparado com os seus concorrentes, nomeadamente a UBS. Contudo, o anúncio de uma revisão da estratégia no final do passado ano, deixou no ar as expectativas sobre a reestruturação em curso - em especial devido aos bons resultados do último trimestre, anunciados esta quinta-feira.

No entanto, os investidores não devem esquecer que estão perante um banco com um passado feito de mudanças estratégicas radicais e com um desempenho abaixo da média. Com efeito, o programa de recompra de acções marca uma nova e pequena mudança de política, uma vez que o banco tinha anunciado adiar os ‘buy-backs’ até a situação da Winterthur estar resolvida. Esta medida, por si só, não questiona o anúncio de recompra, dado a conhecer na passada quinta-feira. Mesmo sem a alienação da Winterthur, o banco não carece de capital, uma vez que o ‘gap’ entre o rácio de capital de ‘Tier One’, actualmente de 12,3%, e o anunciado objectivo de 10%, ronda os 4,6 mil milhões de francos suíços. Mas, curiosamente, não está a servir de regra para futuras aquisições, sugerindo que neste programa de recompra - à semelhança dos seus grandes planos de reestruturação - a execução possa, afinal, necessitar alguma retórica.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:15

Comentário de Bolsa
Terceira sessão mais líquida de Fevereiro encerra negativa

Diogo Nunes


A EDP empurrou a bolsa portuguesa para o terceiro dia consecutivo no “vermelho”.

O mercado accionista nacional registou, na última sessão antes das eleições legislativas de ontem, o terceiro maior volume de negócios em Fevereiro. Aliás, na sexta-feira, a liquidez regressou à força demonstrada nos dois primeiros dias do presente mês, com quase 140 milhões de euros transaccionados.

A queda dos títulos da EDP foi determinante para o fecho em terreno negativo, visto que os restantes pesos pesados encerraram em alta, evitando uma desvalorização superior da praça nacional. O PSI 20 recuou 0,11% para os 8.043,25 pontos, com a energética a baixar 0,87% para os 2,28 euros, ao passo que o BCP e a PT subiram 0,47% para os 2,15 euros e 0,42% para os 9,46 euros, respectivamente.

Os três lugares do pódio do volume de negócios pertenceram aos “três grandes”. As mais de 10 milhões de acções negociadas pelo BCP permitiram-lhe arrecadar a medalha de ouro, seguido pelas 8,5 milhões da EDP e pelos 5,7 milhões de papéis da operadora nacional.

A regressão da Brisa também ajudou ao fecho negativo da Euronext Lisboa, com a concessionária de auto-estradas a perder 0,85% para os 6,99 euros, com quase 2 milhões de títulos a mudarem de mãos.

Em termos semanais, referência para o facto de a Brisa ter apresentado o segundo pior desempenho no índice de referência nacional, ao cair 1,69% nas últimas cinco sessões, tendo sido apenas superada pela queda de quase 2% da Novabase. Curiosamente, ambas as empresas apresentam os seus resultados esta semana: a Brisa divulga amanhã os números relativos ao exercício de 2004 e no dia seguinte é a vez da Novabase. Uma ‘poll’ de oito analistas contactados pela Reuters aponta para que o lucro líquido da concessionária tenha crescido para um intervalo compreendido entre os 186 e os 208 milhões de euros, face aos 152 milhões do ano anterior.

Já a Sonaecom, que comunica os seus resultados referentes ao ano passado no próximo dia 25, liderou as subidas no PSI 20, ao ganhar 1,92% para os 4,24 euros. A Cofina seguiu-se-lhe, ao valorizar 1,37% para os 4,43 euros.

Finalmente, em jeito de balanço semanal, refira-se que o PSI 20 recuou 0,46% nas cinco sessões da passada semana. Tratou-se da única descida verificada nas últimas cinco semanas, com o aproximar das eleições de ontem a condicionar as opções dos investidores.

Hoje é feriado nos EUA e os analistas esperam que o mesmo condicione o volume de negócios nas principais praças europeias.


EDP em baixa de olhos postos nas eleições
A energética caiu 1,3% na semana passada à espera dos resultados eleitorais.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:14

França realiza emissão de dívida a 50 anos

P.F.E.


O Estado francês confirmou, na última sexta-feira, que irá realizar esta semana uma emissão de dívida pública a 50 anos, naquela que é a primeira operação do género com uma maturidade tão longa no conjunto dos países mais industrializados do mundo.

A Agência do Tesouro de França (AFT), responsável pelas políticas de financiamento da República francesa, esteve a promover, no final da semana passada, a emissão de Obrigações do Tesouro (OT) com maturidade até 2055 junto de potenciais investidores em Londres e Paris. Esta entidade faz, no entanto, depender a concretização da operação “das condições do mercado”.

A AFT seleccionou quatro bancos para liderarem a emissão - Barclays, BNP Paribas, Deutsche Bank e HSBC - que terá um valor mínimo de 3 mil milhões de euros. Operadores de mercado admitem que a emissão poderá ter um cupão entre 4% e 4,25%.

Esta emissão a 50 anos culmina uma semana em que se assistiram a inúmeras operações de longo prazo, entre as quais estiveram as OT a 15 anos lançadas por Portugal (ver caixa). Na sequência de alterações regulamentares nos fundos de pensões, os gestores de carteiras procuram cada vez mais activos com maturidades longas. Por outro lado, as taxas de juro de referência do Banco Central Europeu em mínimos históricos tornam o financiamento dos Estados mais barato.

Para os analistas, o próximo passo é a generalização das emissões a 30 e 50 anos. “O Reino Unido está a ponderar uma emissão a 50 anos, tal como a Itália”, revelou à Reuters um operador em Londres. A Alemanha está na expectativa da resposta do mercado à emissão da França. Segundo a AFT, a resposta dos investidores tem sido positiva e “não se limita a esta operação em concreto”.

No caso de Portugal, as emissões de mais longo prazo ainda não são uma opção para a política de financiamento do Estado durante este ano. No entanto, o presidente do Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP), Franquelim Alves, reconheceu ao DE que tudo “depende do mercado”.

Refira-se que, em contraste com o que se passa na Europa, os EUA já confirmaram que não tencionam reintroduzir as emissões de dívida pública a 30 anos, tendo em conta a política de subida das taxas por parte da Fed.

A emissão a 50 anos da França provocou, na sexta-feira, uma subida das ‘yields’ das ‘Bunds’ alemãs para o máximo de três semanas.

OT portuguesa a 15 anos negoceia com estabilidade
A negociação das Obrigações do Tesouro (OT) a 15 anos emitidas na semana passada pelo Estado português foi marcada, nas primeiras sessões, pela estabilidade. De acordo com o apurado junto de fontes do mercado, a emissão tem suscitado alguma procura a qualquer pequeno acerto no preço, o qual se mantém contudo dentro dos níveis da emissão, nomeadamente 2,5 pontos base abaixo do ‘spread mid swap’. De referir que desde a emissão, o preço da curva ‘swap’ que serve de referência já subiu 20 pontos base, impulsionado, entre outras questões, pelo lançamento da emissão a 50 anos pela França.
 
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por marafado » 21/2/2005 13:13

Fiabilidade dos números será decisiva nas NIC

Celso Filipe


A PwC alerta que a retenção de informação pode fazer com que os mercados reajam negativamente.

A fiabilidade dos números vai ser um factor decisivo para o sucesso das empresas que vão ser obrigadas, a partir de 30 de Abril de 2006, a divulgarem os seus relatórios e contas de acordo com as regras das Normas Contabilísticas Internacionais (NIC), afirma a PriceWaterhouseCoopers (PwC), numa análise aos desenvolvimentos introduzidos no processo de criação do mercado de capitais europeu.

Dois outros domínios sobre os quais a PwC lança alertas estão relacionadas com a protecção dos direitos dos investidores, assim como com a necessidade de haver um rápido entendimento em relação aos princípios fundamentais de contabilidade que devem ser respeitados. (ver texto em baixo).

Em relação aos resultados, a PwC aconselha as empresas “a não divulgarem as NIC enquanto não considerarem os números que estão na sua posse fiáveis”, mas alerta que uma eventual retenção de informação pode fazer com que “os mercados reajam negativamente perante a incerteza”. Para contornar este eventual problema a solução, no entender da PwC, passa por a empresa focalizar os seus esforços na comunicação com o mercado dos assuntos mais relevantes para o seu negócio, mesmo que isso signifique a não divulgação dos números mais sensíveis.

Apesar destes alertas, a PwC, sublinha que, ao fixar o ano de 2005 como data limite para a adopção das NIC, a Comissão Europeia (CE) deu um passo seguro para a definição de “uma das mais importantes linguagens contabilísticas a nível mundial”, a qual permitirá criar um “verdadeiro mercado de capitais pan-europeu capaz de atrair investidores e de competir com outros mercados à escala global”.

Até porque, na prática, este novo mercado só vingará se as empresas dominarem os requisitos das NIC (ver perguntas). Para tal, adianta a PwC, “a informação financeira a prestar ao mercado deve ser balizada por critérios de alta qualidade e suportada por práticas de boa governação e auditorias robustas, medidas de protecção ao investidores e o cumprimento das normas de regulação”.


Perguntas para as empresas europeias

A sua empresa já reuniu dados comparativos sobre as Normas Contabilísticas Internacionais (NIC) de 2004, a fim de preparar os resultados do primeiro exercício completo sob as NIC, em 2005?

A sua empresa já comunicou às divisões internas e ao mercado o eventual impacto que a conversão das NIC pode ter em indicadores-chave de desempenho?

Serão os relatórios financeiros e os sistemas orçamentais de controlo capazes de gerar dados que obedeçam às NIC?

Se uma autoridade reguladora analisasse, hoje, os seus resultados financeiros, quais seriam as conclusões da mesma?

A sua empresa dispõe de directores independentes em áreas tão fundamentais quanto a análise financeira, o controlo interno e a remuneração executiva?

Estará a sua empresa preparada para os prazos de apresentação de resultados previstos sob a Directiva da Transparência?

Os sistemas de controlo de apresentação e anúncio são os mais adequados à revelação de dados internos de gestão?

Tem acompanhado as iniciativas do Mercado Único de Capitais e o seu potencial impacto na empresa?

Tem participado activamente no debate?


Rotatividade das auditorias pode complicar eficácia das novas normas contabilísticas

A possibilidade de rotação das auditoras na avaliação das empresas multinacionais e a forma de cobertura dos custos decorrentes da criação de mecanismos de protecção dos investidores são duas das questões que a PricewaterhouseCoopers (PwC) considera que podem colocar obstáculos à eficácia da aplicação das Normas Contabilísticas Internacionais (NIC).

Os especialistas reconhecem o trabalho da Comissão Europeia (CE) na definição de que auditoria às multinacionais seja efectuada por uma única empresa e recorrendo a uma “metodologia comum” e na criação de mecanismos para a sua independência, mas alerta para os perigos da rotatividade das auditoras. Neste particular, de acordo com a PwC existe o risco dos relatórios financeiros, nos anos imediatamente seguintes à rotação, apresentarem problemas que tornam difícil determinar “a qualidade da auditoria e o papel da comissão independente de auditoria”. Além disso, o estudo alerta que, ao alterar a directiva sobre esta matéria, a CE deve acautelar uma “justa distribuição” entre os auditores, a administração e gestores, entre outros, da responsabilidade nos resultados apresentados.

Quanto aos direitos dos investidores, a PwC considera bem vindas as iniciativas da CE que lhes permitem “ter acesso à informação que lhe permitam participar na vida da empresa por si próprios”, mas alerta para os eventuais custos deste exercício de transparência. Neste contexto, acrescenta a PwC, “deve haver um debate profundo sobre os custos e os benefícios na introdução de mecanismos que permitam aos accionistas exercer o seus direitos de voto e, no caso dessas medidas implicarem custos adicionais, quem é que os deve suportar”.
 
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